sessão cineclube Grupo EstaçãoeContracampo. Luiz CarlosJr. eRuyGardnier. P M P M www r r e e o o d d g g i i r r FILMOGRAFIA colaboração .contracampo.com.br a a a a ç ç m m Raul Ruiz ( 1941- ) ã ã o o a a 1986 1986 1986 1986 1986 1985 1985 1985 1985 1984 1983 1983 1982 1982 1981 1980 1978 1977 1 1973 1971 1971 1970 1968 1964 1960 1991 1990 1988 1987 1987 1978 ç ç

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D D e e Ahora TeHermano Vamos aLlamar Que Hacer? L'Ile AuTrésor The GoldenBoat Brise-glace La Chouette Aveugle Gens Ordinaires: Des GrandsEvenements etdes Richard III Régime SansP Mémoire des Apparences Dans unMiroir Los NaufragosDelLiguria L'Eveille duPont deL'Alma L La Presence Réelle Berenice P L L Het Dak Van De Walvis The Le Jeudel'Oie L Hypothèsedu Dora etLa Lanterne Magique Colloque deChiens E Abastecimiento La Colonia Penal [ Tres Tristes Tigres Le Retour

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ain [cm] Table Volé L es Elections [cm] 1/2 próxima sessão 1997 2001 1999 2005 2005 2004 2003 2003 2003 2003 2002 2001 2000 1998 1998 1996 1995 1 1994 1994 1993 1992 2000 995 DE S de Pedro Almodóvar e umaSóMorte) Inocência) Pesadelo) Le Domainperdu R Días deCampo Vertige delaPage Blanche Une PlaceP Médée Ce jour-Lá rapsodiachilena Cofralandes, Miotte vuparRuiz Les ÂmesFortes Comédie deL'inocence Combat d'amourensonge Le TempsRetriuvé L'Inconnu deStrasbourg de umCrime) Généalogies d'unCrime Trois Vies &UneSeuleMort Elle À Peccatori VitediSantie Il Clandestino: Viaggio Fado MajeuretMineur Palomita Blanca L'Oeil QuiMent R edescoberto) esponso Poo eNc,laSuite Propos DeNice, AL TO ALTO TO realização armi Les Vivants www.estacaovirtual.com (A Imagem deum (Tempo (Crônica da (Crônica (Genealogias (Três Vidas de RaulRuiz 18 deJaneiro de2006-AnoIV–Ediçãonº111 G G SINOPSE os doisimpossível. SeleçãoOficial deBerlim1997. sua vidaderoubos, Renétornaaconvivênciaentre advogada eseuclienteseapaixonam. Aovoltar a resistir aoconvitedematar. Renééabsolvido, ea punindo atiapeloseuinteresse doentio,nãopode tinha tendênciashomicidas.René, alémdeestar psicanalista infantil eacreditava queosobrinho conflituosa entreatiaeosobrinho. Atiaera advogada pretende provar quehaviaumarelação René serájulgadopeloassassinato datia.Sua E E N N E E A A L L O O G G I I A A S S

D D apresenta cineclube E E

U U sessão M FICHA TÉCNICA M Elenc Produção: M Música: F Genealogies d'unCrime Direção: 113 min Melvil P Gautier Saintmacar Bernadette Lafont, Mathieu Amalric,Hubert otografia: ont

o: agem: C C oupaud, Andrz Catherine Deneuv Raul Ruiz y, MoniqueMelinand,Jean-Yves Philippe Saal,GeminiFilms R R Stephan Iv V aleria Sarmiento I I M M anov ej Sew E E - F e, MichelPiccoli, r ança, 1996,cor, er ynm, Lá pela metade de Genealogias de um Crime, Solange (), uma filme, por exemplo, quando ela visita o quarto do assassino, advogada famosa por nunca vencer um caso devido à sua preferência por lidar sua sombra aparece na parede misteriosamente como se fosse com causas perdidas, almoça com sua mãe abobalhada (Monique Melinand) no de um garoto de nove anos de idade. apartamento desta última. A velha senhora fica olhando para as mãos de Solange, Em Genealogias de um Crime, as histórias e as idéias têm uma como se estivesse sempre na iminência de fazer um comentário pessoal. A cena vida própria; são elas que controlam os corpos, não as pessoas. começa com uma tomada estática bastante longa (atípica em Ruiz) delas sentadas Essa visão é teorizada pelo psiquiatra Christian Corail (Andrzej à mesa, com a mãe de frente para a câmera e Solange de perfil, um plano Seweryn), que afirma que todo mundo está revivendo uma desenhado para ressaltar a aparente banalidade da conversa delas. A câmera história já existente, que “os homens pensam que vivem então se move ao redor da mesa e recua para enquadrar Solange frontalmente. histórias; em realidade são as histórias que possuem os Enquanto ela comenta (em resposta à reação da mãe às suas mãos), “O rapaz que homens”. Por isso ele passa o filme inteiro definindo tudo estou defendendo tem o mesmo tique que eu. Ele hesita entre um objeto e obsessivamente em termos de arquétipo literário ou histórico; outro”, a câmera sobe, invadindo a esterilidade do quadro por meio de uma ainda assim sua memória de curto-prazo parece inexistente. estante ornamentada com vidro vermelho. Seu colega e rival Georges Didier () é como que A câmera então refaz o caminho, de volta para Solange de perfil, mas ficando afetado por um distúrbio de memória que o leva a esquecer o quase no nível do teto, de modo que a metade superior do quadro esteja rosto das pessoas. Ele carrega consigo um livro de fotografias preenchida pelas pérolas de vidro de um candelabro. Quando atinge Solange, a de identificação para remediar isso. Se essa compreensão por câmera muda para um ângulo dominado por dois ornamentos a mais, borboletas parte dos psiquiatras das forças controladoras do mundo de ilustradas no vidro. Isso é a quintessência do enquadramento ruiziano: objetos Ruiz os levou a reconhecer a insignificância de uma intrusos definindo a parte dianteira de um plano, criando uma distância barroca especificidade individual, o que eles falham em articular é a entre o espectador e os prisioneiros semi-sonâmbulos da narrativa, que povoam transmissibilidade das narrativas e identidades. A aventura de seus filmes. Nesse caso, é fornecido um digrama do empenho da heroína. A Solange consiste essencialmente em mover-se através de aparente força e o glamour da persona de Deneuve são bem utilizados para várias perspectivas sobre um caso de assassinato, assimilando cobrir com a ilusão de substância uma personagem que é na verdade um enfeite e revivendo as histórias dos diferentes personagens quando vazio, uma concha passiva que segue o fluxo central do enredo. Ela tem eles morrem, como uma bola de neve gigante acumulando E dificuldade de escolher dentre objetos, mas, como a intrusão de ornamentos mais e mais neve enquanto desce a montanha. Tendo se dentro do quadro deixa claro, ela mesma é apenas um objeto para ser tornado tanto a vítima quanto o assassino – que estavam eles M

I “escolhida” em meio a muitos. Sua dificuldade em decidir o que escolher apenas próprios engajados num perigoso jogo de troca de identidade reflete sua incapacidade de fazer uma escolha; ela está esperando por qualquer –, ela se auto-proclama a “herdeira universal” das narrativas de R variante no desdobramento da narrativa que calhe de ser dominante naquele todos os filmes.

C momento particular para ganhar identidade ao agir através dela.

Sobre o jogo de troca de identidade, praticado com propósitos No princípio, Ruiz usa a mise en scène para estabelecer a realidade do corpo de psiquiátricos, Jeanne (interpretada também por Deneuve, ou

M Solange como nada mais que o foco difuso de forças de narratividade melhor, reencarnada como ela) declara que “um jogo deu em turbulentas. Quando a história propriamente começa, ela surge adormecida na poucos minutos mais resultados do que qualquer tratamento U

cama de seu filho. A câmera passeia por um papel de parede ilustrado por feito de acordo com as regras”. Similarmente, Genealogias de pássaros, para revelá-la no fundo de um plano dominado por vários ornamentos um Crime pode ser visto como um elaborado jogo com as E na parte da frente. Na voz-off ela explica que não sabia por que havia decidido convenções do filme noir que empurra o fatalismo daquele D dormir no quarto do filho (ele tendo viajado de férias). Ela é, novamente, um gênero para novos e reveladores limites: é a narrativa mesma objeto em meio a tantos, seguindo um ímpeto que não compreende, e que que explicitamente tomou o lugar do destino, a forma do S parece se impor de fora. relato assumindo suas próprias crueldades ao invés de se

A mascarar num conceito de destino. Embora os filmes de Ruiz

n Alguns planos depois, um telefonema traz a informação de que seu filho está I i se tornem brincalhões, com o senso de onipotência, eventos

a morto. A câmera faz uma panorâmica do rosto dela de volta ao desenho dos

C vampíricos constantemente se deslocando e definhando G pássaros, mas desta vez terminando num pássaro que voa na direção oposta aos

e inadvertidamente, personagens desorientados acabam L

O demais, com a sombra da cabeça de Solange próxima a ele. A voz-off descreve

criando uma poderosa onda de profunda inquietação. Há raras

n como ela não reagiu, apenas foi dormir até muito tarde do dia seguinte. Essa L criações cinemáticas em que a liberdade humana e a a

i panorâmica que sai dela é mais que uma modesta metáfora visual para a perda l autodeterminação contam tão pouco quanto no universo i A do filho. Seus próprios sentimentos são ambíguos e inacessíveis, enquanto os

m ruiziano. i E objetos que a circundam são poderosamente imbuídos de energia narrativa. A x

a presença da sua sombra implica que as forças que esses objetos representam de (Originalmente publicado na revista eletrônica Rouge. N

M alguma forma se apropriaram de parte dela – em Ruiz uma sombra raramente é Traduzido do inglês por Luiz Carlos Oliveira Jr.)

E r só uma sombra, e não necessariamente está acoplada ao corpo. Mais tarde nesse o G P