ESTRUTURA POPULACIONAL DE E () NA ILHA DA MARAMBAIA, RIO DE JANEIRO

Rafaela Dias Antonini (1,2)

Andr´eFelippe Nunes - Freitas(2); Augusto Jo˜aoPiratelli (3)

1 Laborat´orio de Ornitologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. CEP 23890 - 000, Serop´edica,RJ - Brasil. 2 Laborat´oriode Ecologia Florestal e Biologia Vegetal, Departamento de CiˆenciasAmbientais, Instituto de Florestas, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. CEP 23890 - 000, Serop´edica, RJ - Brasil. E - mail: [email protected] Universidade Federal de S˜aoCarlos - Campus Sorocaba. Rodovia Jo˜aoLeme dos Santos, km 110, Itinga, Sorocaba, SP. CEP 18025 - 780.

INTRODUC¸ AO˜ nia produzem uma grande quantidade de sementes e suas plˆantulas podem se estabelecer rapidamente em solo de am- As florestas neotropicais s˜aoforma¸c˜oesvegetais caracteri- bientes degradados (Stiles & Rosselli, 1993). zadas por apresentarem uma elevada riqueza de esp´ecies, com alto grau de endemismo, sendo consideradas como um dos sistemas de maior diversidade biol´ogicado plan- OBJETIVOS eta (Collins 1990; Turner & Collet 1996; Whitmore 1998). Dentre essas forma¸c˜oes,a Floresta Atlˆantica ´econsiderada O objetivo deste trabalho foi identificar o padr˜ao de a segunda maior do Brasil (Oliveira - Filho & Fontes 2000). distribui¸c˜aoespacial e a estrutura populacional de duas esp´ecies de Melastomataceae, Miconia prasina e M. No entanto, esta forma¸c˜aoatualmente est´areduzida a um calvescens em um fragmento de mata secund´ariana Ilha grande n´umerode fragmentos de tamanhos variados (Conde da Marambaia, RJ, visando responder as seguintes pergun- et al., 2005), sendo a grande maioria deles formada por ´areas tas: i) qual o padr˜aode distribui¸c˜aoespacial dessas esp´ecies pequenas e espalhados em uma matriz urbano - rural (Rocha na ´areaestudada? ii) qual a estrutura populacional de cada et al., 2003). A explora¸c˜aodesses habitats modificou sua es- uma das duas esp´ecies analisadas? iii) existem diferen¸cas trutura (Lieberman & Dock 1982; Hoffman 1998), atuando no tamanho dos indiv´ıduos das duas esp´ecies? iv) existe diretamente no padr˜aode distribui¸c˜aoespacial das esp´ecies rela¸c˜aoentre o grau de abertura de dossel e o n´umerode nativas (Almeida et al., 1998). Nesses ambientes fragmen- indiv´ıduosde cada uma das esp´eciesna ´areaamostrada? tados e/ou alterados, as condi¸c˜oesmicroclim´aticasse modi- ficam, fazendo com que um ambiente com condi¸c˜oesamenas passe a apresentar condi¸c˜oes mais extremas e vari´aveis, com MATERIAL E METODOS´ temperaturas mais altas e maior incidˆencialuminosa (Kapos 1989), favorecendo a entrada de novas esp´ecies(Lovejoy et Area´ de estudo - A Ilha da Marambaia situa - se no Mu- al., 1986), em geral melhor adaptadas `asnovas condi¸c˜oesmi- nic´ıpiode Mangaratiba (23º 04’ S e 43º 53’ W), litoral Sul croclim´aticascaracter´ısticasda borda e que s˜aocapazes de do Rio de Janeiro. O estudo foi realizado em uma ´areade se desenvolver onde a maioria das outras esp´eciesflorestais Floresta Ombr´ofilaDensa secund´aria,em regenera¸c˜aoap´os n˜aoconsegue (Roy 1990). Conseq¨uentemente, a composi¸c˜ao diferentes impactos antr´opicos. Atualmente, a vegeta¸c˜ao de esp´eciesdo local pode alterar - se (Laurance et al., 1998), encontra - se em estado avan¸cadode regenera¸c˜ao,caracter- apresentando predominˆanciade esp´eciespioneiras ou inva- izando - se por apresentar vegeta¸c˜aovariando entre 10 e 15 soras. metros de altura, sub - bosque denso formado especialmente Nesse grupo, uma das fam´ılias mais representativas ´e a por indiv´ıduosjovens tanto de esp´eciespioneiras como de fam´ıliaMelastomataceae, com cerca de 4800 esp´ecies,sendo esp´eciestardias. a maioria da regi˜ao Neotropical (Stiles & Rosseli, 1993). O Esp´ecies estudadas-As esp´ecies Miconia prasina e Mico- gˆenero Miconia ´eo maior da fam´ılia,com aproximadamente nia calvescens s˜aocaracter´ısticas de ambientes alterados 1000 esp´ecies(Meyer, 1998), que ocorrem principalmente (Tabarelli & Mantovani 1999) e ´areas em recomposi¸c˜ao em ´areassecund´arias,bordas e clareiras naturais no inte- (Stiles & Rosselli 1993; Meyer 1998). Produzem frutos pe- rior de florestas (Schupp et al., 989; Denslow et al., 990; quenos em grandes quantidades, exibindo cores vistosas e Ellison et al., 993). Em geral, as plantas do gˆenero Mico- polpas ou arilos carnosos e suculentos (Van der Pijl, 1972).

Anais do III Congresso Latino Americano de Ecologia, 10 a 13 de Setembro de 2009, S˜aoLouren¸co- MG 1 Metodologia-Foram demarcadas 55 parcelas de 25 m2, dis- vesse um maior grau de agrega¸c˜aoentre os indiv´ıduosdas tantes pelo menos em 10 metros entre si ao longo da ´area duas esp´ecies. estudada. Como a ´area´ecortada por trilhas, as parcelas Al´emdisso, ao consumirem os frutos de Miconia, esses an- foram dispostas a distˆanciasde forma sistem´aticae bus- imais podem provocar a abscis˜aode frutos de diferentes cando - se evitar aloc´a- las no centro das trilhas para, est´adiosde matura¸c˜aosobre ou sob as camadas de ser- com isso, aumentar a possibilidade de encontro das esp´ecies rapilheira (Pereira e Mantovani 2001), contribuindo para analisadas. Em cada parcela foi registrado o n´umerode a forma¸c˜aode um banco de sementes pr´oximo`aplanta - indiv´ıduos de cada uma das esp´ecies estudadas (desde m˜ae.Adicionalmente, como as duas esp´eciesestudadas pro- plˆantulas a indiv´ıduos adultos) e mensuradas a altura e, duzem grande n´umerode frutos (obs. pess.) ao longo do para indiv´ıduoscom altura > 1,3 m, o diˆametroa altura do seu per´ıodo de frutifica¸c˜ao,grande parte destes n˜aoseria peito (DAP). utilizada como recurso por seus dispersores, sendo deposi- Para avaliar a cobertura do dossel, uma m´aquinafotogr´afica tados naturalmente no solo ou por abscis˜ao. foi alocada no centro de cada parcela a uma altura de 1,30 Apesar de n˜aoter sido analisada a composi¸c˜aode esp´ecies m do n´ıvel do solo, com as lentes voltadas para o dossel. do banco de sementes, ´eposs´ıvel sugerir que as sementes Posteriormente, as fotos foram transformadas para preto e de Miconia permanecem latentes no solo de ´areasem es- branco e obtida a porcentagem de ´areasem cobertura. tado mais avan¸cadode regenera¸c˜aoe, quando submetidas a Para avaliar o padr˜aode distribui¸c˜aoespacial, foi utilizado o um aumento da incidˆencialuminosa, devido `aforma¸c˜aode ´Indice de Dispers˜aode Morisita (Id) (Brower et al., 1997). clareiras ou `asupress˜aode vegeta¸c˜ao,poderiam germinar, A significˆancia do ´Indice de Dispers˜aode Morisita (Id 1) ocupando rapidamente esses ambientes e formando pop- foi testada atrav´esdo teste F para significˆanciado Id (gl ula¸c˜oescom elevados graus de adensamento. Este mesmo = n - 1; p < 0,05) (Poole 1974). Para testar poss´ıveis padr˜aotamb´emfoi observado para M. prasina em uma diferen¸casna estrutura populacional das duas esp´eciesem ´areade mata prim´aria,na qual esta esp´ecieapresentava termos de abundˆancia,DAP e altura dos indiv´ıduos, uti- maior grau de agrega¸c˜aodevido `amaior luminosidade pro- lizamos o teste de Kruskal - Wallis (Zar 1999). O padr˜ao porcionada pela presen¸cade clareiras (Antonini & Nunes - de crescimento de cada uma das esp´eciesde Miconia foi Freitas 2004). Levey (1990), em um estudo com M. cen- investigado atrav´esde an´alisede regress˜aoentre o DAP e trodesma na Costa Rica, demonstrou que essa esp´eciese a altura das duas esp´ecies,de forma a compreendermos se beneficia das condi¸c˜oesmicroclim´aticasde clareiras, for- h´aum bom ajuste entre estas duas medidas alom´etricas. mando grandes adensamentos populacionais e, posterior- Foi realizada a an´alisede regress˜aosimples (Zar 1999) para mente, aumentando a produ¸c˜aode frutos e a taxa de con- avaliar se o grau de abertura do dossel tem um efeito sobre sumo por frug´ıvoros, maximizando a sua dispers˜aoe colo- o n´umerode indiv´ıduosjovens e adultos das duas esp´ecies niza¸c˜ao. em cada parcela e se o n´umerode adultos na parcela tem A popula¸c˜aode M. prasina apresentou indiv´ıduosem m´edia rela¸c˜aocom o n´umerode plˆantulas de cada uma das duas com tamanhos menores do que os de M. calvescens. A al- esp´eciesnas mesmas parcelas. tura m´ediade M. prasina foi de 1,15 + 1,57 m, com uma varia¸c˜aode 0,06 a 8,00 m, e DAP m´ediode 2,24 + 1,98 cm, variando entre 0,32 a 8,25 cm. J´a M. calvescens ap- RESULTADOS resentou tamanhos maiores, com altura m´ediade 1,43 + 1,38 m, variando de 0,08 a 6,00 m, e DAP m´ediode 2,64 Foi registrado um total de 225 indiv´ıduosdas duas esp´ecies + 1,62 cm. Houve diferen¸casignificativa na altura m´edia nas 55 parcelas de amostragem, sendo 88 (39,1%) de Mico- das duas esp´ecies(U = 6958,0; p = 0,05). No entanto, n˜ao nia prasina e 137 (60,9%) de M. calvescens. Os valores do foram encontradas diferen¸cassignificativas entre os DAP ´ındicede dispers˜aode Morisita encontrados foram de 6,65 (U = 687,5; p = 0,128) de M. prasina e M. calvescens. (F = 10,11; p < 0,05) para M. prasina e de 2,89 (F = 5,77; N˜aohouve diferen¸casignificativa entre as abundˆanciasdas p < 0,05) para M. calvescens, indicando um padr˜aode dis- esp´eciesestudadas (U = 104,5; p = 0,982). Em termos de tribui¸c˜aoagregado para ambas as esp´ecies. Esse padr˜ao´e padr˜oesalom´etricos,ambas as esp´eciesapresentaram uma caracter´ısticode plantas cuja estrat´egiade dispers˜ao´ea au- rela¸c˜aosignificativa entre DAP e altura total. No entanto, a tocoria (barocoria) ou esta em associa¸c˜aocom a zoocoria, rela¸c˜aofoi melhor explicada para M. prasina (F = 138,125; como sugerido para M. cinnamomifolia (Pereira & Manto- R2 = 0,874; p < 0,001; n = 22), do que para M. calvescens vani 2001). (F = 33,51; R2 = 0,406; p < 0,001; n = 51) (Figura 2B). As esp´eciesda fam´ıliaMelastomataceae constituem recur- Esse padr˜ao´etipicamente encontrado para esp´eciesde ´areas sos importantes para as popula¸c˜oesde diferentes esp´ecies abertas como a estudada, onde as condi¸c˜oesde luminosidade animais das matas secund´arias(Levey 1990; Barnea et al., maiores e mais homogˆeneaspermitem uma maior correla¸c˜ao 1992; Stiles e Rosselli 1993; Poulin et al., 1999), sendo seus entre a altura e o DAP (Sp´osito& Santos 2001, Silva & Mata principais dispersores as aves (Stiles e Rosselli 1993; Galetti 2007). e Stotz 1996; Meyer 1998; Poulin et al., 1999), os mam´ıferos A abertura do dossel variou entre 9,25% e 72,51%, com uma (Magnusson & Sanaiotti 1987) e, secundariamente, as formi- m´ediade 20,35 + 11,52% de abertura. Esses dados indicam gas do gˆenero Atta (Pereira & Mantovani 2001). Ao con- que o grau de cobertura proporcionada pelo dossel na ´area sumirem os frutos de Miconia, aves e mam´ıferospromovem analisada ´erelativamente baixo e com grande varia¸c˜ao,o a dispers˜aodas sementes atrav´esdas fezes, que seriam de- que pode ser um indicativo da ocorrˆencia de impactos leves, positadas no solo, fazendo com que, ap´osa germina¸c˜ao,hou- mas constantes na ´area e de uma dinˆamicade clareiras mais

Anais do III Congresso Latino Americano de Ecologia, 10 a 13 de Setembro de 2009, S˜aoLouren¸co- MG 2 acelerada, especialmente pelo fato das esp´eciespresentes ap- CAPES pelo apoio financeiro e ao CADIM pela autoriza¸c˜ao resentarem um tempo de vida mais curto do que em ´areas para realiza¸c˜aodo estudo. em est´agiosmais avan¸cadosde regenera¸c˜ao(Budowski 1965, 1970). N˜aohouve rela¸c˜aosignificativa entre a abertura do dossel e REFERENCIASˆ o n´umerode indiv´ıduosjovens ( < 50 cm) e de adultos ( > 50 cm) tanto para M. prasina quanto para M. calvescens. Almeida, D. R., L. Cogliatti - Carvalho C. F. D. & Rocha. Como a abertura do dossel ´eum bom representativo da 1998. As bromeli´aceasda Mata Atlˆantica da Ilha Grande, quantidade de luz que chega ao solo (Brown 1993; Martins & RJ: composi¸c˜aoe diversidade de esp´eciesem trˆesambientes Rodrigues 2002), esse resultado sugere tamb´emque na ´area diferentes. Brom´elia5(1 - 4): 54 - 65. h´auma alta penetra¸c˜aode luz e uma menor heterogenei- Antonini, R. D. 2007. Frugivoria e dispers˜aode sementes dade desta, o que favoreceria a ocorrˆenciade indiv´ıduosdas por aves em duas esp´eciesde Miconia (Melastomataceae) duas esp´eciesindependentemente da quantidade m´ediade em uma ´areade Mata Atlˆantica na Ilha da Marambaia, luz que chega ao solo (Antonini & Nunes - Freitas 2004). RJ. Disserta¸c˜aode Mestrado, Universidade Federal Rural Quando avaliada a rela¸c˜aoentre o n´umerode indiv´ıduos do Rio de Janeiro, Serop´edica,RJ. 64 p. jovens e de adultos de M. calvescens, n˜aohouve rela¸c˜aosig- Antonini, R. D. & A. F. Nunes - Freitas. 2004. Es- nificativa (N = 19; F = 1,361; r2 = 0,074; p = 0,260). trutura populacional e distribui¸c˜ao espacial de Miconia No entanto, houve rela¸c˜ao significativa entre esses dois prasina D.C. (Melastomataceae) em duas ´areasde Floresta parˆametrospopulacionais para M. prasina (N = 11; F = Atlˆantica na Ilha Grande, RJ, Sudeste do Brasil. Acta 37,885; r2 = 0,808; p < 0,001). Estudos pr´evioscom as Botanica Brasilica 18(3): 671 - 676. duas esp´eciesna ´areaanalisada indicaram que M. prasina Barnea, A.; Y. Yom - Tov & J. Friedman. 1992. Effect of recebe em m´ediamaior n´umerode visitas de seus potenci- frugivorous on seed dispersal and germination of multi ais dispersores do que M. calvescens (Antonini, 2007). Esse - seeded fruits. Acta ecologica 13(2): 209 - 219. fato pode representar uma maior taxa de abscis˜aode frutos Brower, J. E.; J. H. Zar & C. N. Von Ende. 1997. Field durante a retirada dos mesmos pelas aves, o que levaria a & laboratory methods for general ecology. 4th ed. W.C. uma maior probabilidade de germina¸c˜aoabaixo das plantas Brown Publishers, Iowa. pp. 273. - m˜aeem M. prasina do que em M. calvescens. Al´em disso, Brown, N. 1993. The implications of climate and gap micro- ´areascom maior n´umerode adultos sugerem maior disponi- climate for seedling growth conditions in a Bornean lowland bilidade de recursos no per´ıodo de frutifica¸c˜ao, maiores rain forest. Journal of Tropical Ecology 9: 153 - 168. taxas de visita¸c˜aoe, consequentemente, maiores taxas de Budowski, G. 1965. The choice and classification of nat- abscis˜ao,aumentando a propor¸c˜aodessa esp´ecie no banco ural habitats in need of preservation in Central America. de sementes e um maior n´umerode plˆantulas abaixo dos Turrialba 15(3): 238 - 246. adultos. Budowski, G. 1970. The distinction between old secondary Diversos estudos com plantas neotropicais comprovam que, and climax in tropical Central America lowland for- quanto maior a proximidade com a planta - m˜ae,maior est. Journal of Tropical Ecology 11: 44 - 48. a mortalidade de sementes e plˆantulas (Howe & Primack, Collins, M. 1990. The last rain forests: a world conservation 1975; Sanchez - Cordero & Mart´ınez - Gallardo, 1998). Atlas. Oxford University Press, New York. 1262p. Em estudo feito em Barro Colorado, Condit et al., (1992) Conde, M. M. S.; H. R. P. Lima & A. L. Peixoto. 2005. avaliaram a hip´otesede Janzen - Connell com rela¸c˜aoao Aspectos flor´ısticose vegetacionais da Marambaia, Rio de recrutamento de esp´eciesde plantas e demonstraram que, Janeiro, Brasil. Pp. 133 - 168. In: L.F.T. Menezes, embora, para algumas esp´ecies, tenha ocorrido redu¸c˜aono A.L. Peixoto & D.S.D. Ara´ujo(eds.). Hist´oriaNatural da recrutamento nas proximidades dos adultos, muitas esp´ecies Marambaia. Rio de Janeiro. Editora da Universidade Fed- neotropicais apresentaram picos de recrutamento pr´oximos eral Rural do Rio de Janeiro. aos adultos, como o encontrado para M. prasina no presente Condit, R., S. P. Hubbell. & R. B. Foster. 1992. Recruit- estudo. ment near conspecific adults and the maintenance of and diversity in a neotropical forest. American Nat- uralist 140: 261 - 286. CONCLUSAO˜ Denslow, J. S., J. C. Schultz, P. M. Vitousek, & B. R. Strain. 1990. Growth responses of tropical to treefall gap Conclu´ımosque ambas as esp´eciesapresentam padr˜aode environments. Ecology 71(1): 165 - 179. distribui¸c˜aoagregado que, no caso da ´areaanalisada, pode Ellison, A. M., J. S. Denslow, B. A. Loiselle & D. M. Br´enes. ser explicado pela deposi¸c˜aodas sementes tanto por seus 1993. Seed and seedling ecology of Neotropical Melastom- dispersores como pela abscis˜aoe queda dos frutos que os ataceae. Ecology 74(6): 1733 - 1749. mesmos causam durante a retirada dos frutos. A luz n˜ao Galetti, M. & D. Stotz. 1996. Miconia hypoleuca (Melas- tem efeito sobre a distribui¸c˜aoespacial, possivelmente por tomataceae) com esp´eciechave para aves frug´ıvoras no Sud- sua distribui¸c˜aoser menos heterogˆeneado que em ´areasem este do Brasil. Revista Brasileira de Biologia 56(2): 435 - estado mais avan¸cadode regenera¸c˜ao. No entanto, ainda 439. s˜aonecess´ariosestudos mais aprofundados para avaliar se Hoffman, J. 1998. Assessing the effects of environmental nas duas esp´eciesexiste maior tendˆencia`assementes ger- changes in a landscape by means of ecological characteris- minarem mais pr´oximo a planta - m˜ae, como acontece tics of species. Landscape and Urban Planning 41: com outras esp´eciesde florestas tropicais. Agradecemos `a 239 - 248.

Anais do III Congresso Latino Americano de Ecologia, 10 a 13 de Setembro de 2009, S˜aoLouren¸co- MG 3 Howe, H. F. & R. B. Primack. 1975. Differential seed dis- Poulin, B., S. J. Wright, G. Lefebvre & O. Calder´on.1999. persal by birds of the tree Casearia nitida (Flacourtiaceae). Interspecific synchrony and asynchrony in the fruiting phe- Biotropica 7:278 - 283. nologies of congeneric - dispersed in Panama. Kapos, V. 1989. Effects of isolation on the water status of Journal of Tropical Ecology 15: 213 - 227. forest patches in the Brazilian Amazon. Journal of Tropical Rocha, C. F. D.; H. G. Bergallo, M. A. S. Alves & M. Van Ecology 5: 173 - 185. Sluys. 2003. A biodiversidade nos grandes remanescentes Laurance, W. F., L. V. Ferreira, M. Rankin - de - Merona, florestais do Estado do Rio de Janeiro e nas restingas da S. G. Laurance, R. G. Hutchings & T. E. Lovejoy. 1998. Mata Atlˆantica. Editora RiMa, S˜aoPaulo.160p. Effects of forest fragmentation on recruitment patterns in Roy, J. 1990. In search of the characteristics of plant in- Amazonian tree communities. Conservation Biology 12: vaders. pp. 335 - 352. In: Biological invasion in Europe 460 - 464. and Mediterranean Basin (D. I. Castri, A.J. Hansen & M. Levey, D. J. 1990. Habitat - dependent fruiting behaviour Debussche, eds.), Kluwer Academic Publishers, Dordrecht, of an understory tree Miconia centrodesma, and tropical The Netherlands. treefall gaps as keystone habitats for frugivores in Costa Sanchez - Cordero & R. Martinez - Gallardo. 1998. Postdis- Rica. Journal of Tropical Ecology 6: 409 - 420. persal fruit and seed removal by forest - dwelling rodents in Lieberman, S. S. & C. F. Dock. 1982. Analisys of the a lowland rainforest in Mexico. Journal of Tropical Ecology litter arthropod fauna of a lowland tropical evergreen forest 14:139 - 151. site (La Selva, Costa Rica). Revista de Biologia Tropical 30: 27 - 34. Schupp, E. W., H. F. Howe, C. K. Augspurger & D. J. Lovejoy, T. E., R. O. Bierregard, A. B. Rylands, C. E. Quin- Levey. 1989. Arrival and survival in tropical treefall gaps. tela, L. H. Harper, K. S. Brown Jr, A. H. Powell, G. V. N. Ecology 70(3): 562 - 564. Powell, H. O. R. Schubart & M. B. Hays. 1986. Edge and Silva, M. A. O & R. F. F. Mata. 2007. Padr˜oesalom´etricos other effects of isolation on Amazon Forest fragments. Pp. de Miconia ferruginata DC (Melastomataceae) no PES- 257 - 285. In: Soul´e,M.E. (Ed.). Conservation Biology: CAN, Goi´as. Revista Brasileira de Biociˆencias5(1): 195 the science of scarcity and diversity. Sinauer, Sunderland. - 197. Magnusson, W. E. & T. M. Sanaiotti. 1987. Dispersal of Sp´osito,T.C. & F.A.M. Santos. 2001. Architetural patterns Miconia seeds by the rat Bolomys lasiurus. Journal of Trop- of eight Cecropia (Cecropiaceae) species of Brazil. Flora ical Ecology 3: 277 - 278. 196: 215 - 226. Martins, S. V. & R. R. Rodrigues. 2002. Gap - phase re- Stiles, F. G. & L. Rosseli. 1993. Consumption of fruits of generation in a Semideciduous Mesophytic Forest, south - the Melastomataceae by birds: how diffuse is coevolution? eastern Brazil. Plant Ecology 163: 51 - 62. Fleming, T.H. & Estrada, A. (eds). Frugivory and seed Meyer, J. Y. 1998. Observations on the reproductive biol- dispersal: Ecological and evolutionary aspects. Vegetatio ogy of Miconia calvescens DC (Melastomataceae), an alien 107/108: 57 - 73. invasive tree on the Island of Tahiti (South Pacific Ocean). Tabarelli, M. & W. Mantovani. 1999. Clareiras naturais e Biotropica 30(4): 609 - 624. a riqueza de esp´eciespioneiras em uma Floresta Atlˆantica Oliveira - Filho, A. T. & M. A. Fontes. 2000. Patterns of montana. Revista Brasileira de Biologia 59(2): 251 - 161. floristic differentiation among Atlantic Forest in Southeast- Turner, I. M. & R. T. Collet. 1996. The conservation value ern Brazil and the influence of climate. Biotropica 32(4b): of small, isolated fragments of lowland tropical rain forest. 793 - 809. Tree 11(8): 330 - 333. Pereira, T. S. & W. Mantovani. 2001. Matura¸c˜ao e dispers˜ao de Miconia cinnamomifolia (DC) NAUD. Na Van der Pijl, L. 1972. Principles of dispersal in higher Reserva Biol´ogicade Po¸codas Antas, munic´ıpio de Silva plants. Berlin: Springer - Verlag. Jardim, RJ, Brasil. Acta Botanica Brasilica 15(3): 335 - Whitmore, T. C. 1998. An introduction to Tropical Rain 348. Forest. Oxford University Press. New York. Poole, R. W. 1974. An Introduction to Quantitative Ecol- Zar, J. H. 1999. Biostatistical analysis. 4th. ed. Prentice - ogy. McGraw - Hill, Inc., New York. Hall, New Jersey.

Anais do III Congresso Latino Americano de Ecologia, 10 a 13 de Setembro de 2009, S˜aoLouren¸co- MG 4