Universidade Federal Do Rio De Janeiro Centro De Filosofia E
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Universidade Federal do Rio de Janeiro Centro de Filosofia e Ciências Humanas Instituto de Filosofia e Ciências Sociais Departamento de História Programa de Pós-Graduação em História Comparada Elizabeth do Espírito Santo Viana Relações raciais, gênero e movimentos sociais: o pensamento de Lélia Gonzalez 1970 - 1990 Orientador: Profº Dr. Flávio dos Santos Gomes Rio de Janeiro 2006 RELAÇÕES RACIAIS, GÊNERO E MOVIMENTOS SOCIAIS: O PENSAMENTO DE LÉLIA GONZALEZ 1970 - 1990 Elizabeth do Espírito Santo Viana Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Mestre em História Comparada. Orientador: Profº Drº Flávio dos Santos Gomes Rio de Janeiro 2006 VIANA, Elizabeth do Espírito Santo. Relações raciais, gênero e movimentos sociais: o pensamento de Lélia Gonzalez 1970 – 1990. Dissertação (Mestrado) – IFCS/UFRJ/ Programa de Pós- Graduação em História Comparada, Rio de Janeiro, 2006. xi 193 p. Referências bibliográficas: f. 205 - 210 Orientador: Flávio Gomes dos Santos 1. Relações Raciais 2. Gênero 3. Movimentos Sociais 4. Lélia Gonzalez 5. Memória I. Gomes, Flávio dos Santos. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais. III. Título. RELAÇÕES RACIAIS, GÊNERO E MOVIMENTOS SOCIAIS: O PENSAMENTO DE LÉLIA GONZALEZ 1970 - 1990 Elizabeth do Espírito Santo Viana Orientador: Profº Drº Flávio dos Santos Gomes Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Mestre em História Comparada. Aprovada em __________________________________________ Presidente: Flávio dos Santos Gomes Profº Drº da Universidade Federal do Rio de Janeiro __________________________________________ Andréia Cristina Lopes Frazão da Silva Profª Drª da Universidade Federal do Rio de Janeiro __________________________________________ Maria Alice Rezende Profª Drª da Universidade Estadual do Rio de Janeiro Rio de Janeiro 2006 À minha mãe Georgina do Espírito Santo Viana (1930-1977) AGRADECIMENTOS Numa tarde quente de verão, em um lugar qualquer no Rio de Janeiro, a convite do Movimento Negro Unificado, reúne-se um grupo de negros e negras para debater a III Conferência Mundial de Combate ao Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata , realizada em Durban, na África do Sul. Os debatedores são pensadores negros, em sua maioria, à exceção de um notório sindicalista. A maior parte da platéia é constituída de negros e negras, militantes dos movimentos sindicais, de negro e de mulheres negras. De um lado, os que viam nas propostas aprovadas uma possibilidade concreta de reparações para o “povo negro”, tanto na África quanto fora dela. De outro, os descrentes de quaisquer políticas transformadoras para a realidade concreta para os povos não-brancos. O contexto é de hegemonia do capitalismo, da globalização, desemprego, aumento da criminalidade, do “genocídio” da juventude negra, da coisificação da mulher negra, sobretudo das jovens. Os militantes do Movimento Negro Unificado – por formação – acreditam ter como tarefa ser “um instrumento político do povo negro”. Os demais, em certa medida, também compartilham desse sentimento. A síntese do debate, naquela tarde quente de verão, em um lugar qualquer no Rio de Janeiro, era sobre a necessidade de se definir o que seriam políticas reparatórias ou compensatórias no Brasil e, conseqüentemente, uma unificação no discurso. E é observado que, como sempre, a “esquerda brasileira” permaneceu dogmaticamente não reconhecendo as singularidades do sujeito e das “nações”, de sua história e de sua cultura. O que é imperdoável para a militância negra, isso é, o não reconhecimento de que o racismo no Brasil estrutura a sociedade brasileira. Evidentemente, o debate não terminou com o desfazer-se da mesa e com a dispersão da platéia. No meio das confraternizações, dos encontros, dos reencontros, dos desencontros, dos debates acalorados, das disputas, das incertezas e das inquietações, começa a se construir a biografia de Lélia Gonzalez, fruto do meu encontro, nesse debate, com um dos debatedores: Flávio Gomes. Ele, a partir desse dia, me ajudou a problematizar, historicamente, uma questão: o papel e o lugar dos intelectuais negros no pensamento social brasileiro. A ele agradeço, em primeiro lugar, ter compartilhado comigo seus conhecimentos. Às vezes, pensava que não corresponderia às exigências do orientador e do Programa, e, quando isso acontecia, recebia uns “Alô, Beth!”, “Manda brasa!” e muitos “Valeu!”. Não houve “colher”, não houve “refresco”, mas houve muito respeito (principalmente à minha liberdade de pensamento, constantemente desafiada e estimulada), muito bom humor e emoção. Agradeço também à professora Maria Lizete dos Santos, da Faculdade de Letras da UFRJ, pelas correções iniciais desta dissertação que, ao longo do seu percurso, para minha alegria, teve diminuídos os “falta algo”. Aos professores do Programa, especialmente Silvio de Almeida Carvalho Filho, Francisco Carlos Teixeira da Silva e Fábio de Souza Lessa; aos meus colegas de curso, pela seriedade; e às secretárias Márcia Ramos e Leniza dos Santos, por nos auxiliarem a todos – professores e alunos – a alcançar a nossa meta. A Rose Marie Muraro, Carlos Moore, Helena Theodoro, Rubens Luis Rufino de Lima e Luiza Bairros, por compartilharam comigo as suas memórias; aos professores Aloísio Alves Filho, José de Brito Roque e Valter Duarte, por lembrarem que Lélia foi professora do IFCS; a Benedita da Silva, a Hilton Cobra, Ana Felipe Garcia, Eliza Larkin Nascimento, Abdias do Nascimento, Edson Cardoso e Eliane de Almeida, por lembrarem da importância de Lélia, bem como a Jurema Gomes da Silva e Euza Maria de Oliveira, por me disponibilizarem seus acervos. A Jorge Luiz dos Santos e Deyse Nolasco, por me fazerem lembrar coletivamente e a Valéria Moreira, que registrou parte de nossas lembranças, imortalizando assim a turma de Ciências Sociais do IFCS de 1978, e a Rosalia Lemos por também imortalizar as mulheres negras do Rio de Janeiro. Às instituições Arquivo Público do Rio de Janeiro, Biblioteca do Centro Afro- Asiático da Candido Mendes, Biblioteca Nacional, PUC-Rio, PROAFRO (Programa de Estudos e Debates dos Povos Africanos e Afro-Americanos), CTE (Centro de Tecnologia Educacional) da UERJ, e à Fundação Cultural Palmares/MinC. Às professoras Rosangela Valle, amiga-irmã, e a Vilma R. Machado Netto, que me descolonizaram a cabeça para compreender a língua inglesa; a Eliana do Espírito Santo Viana, irmã e companheira de todas as horas; a Elen Genuncio, no socorro ao computador; a Giovana Xavier, Raquel Barreto, Leonardo Bento e Pablo G. Garcia, por compartilharem os seus vigores juvenis; e pelo incentivo, mesmo de longe, a Joselina da Silva, Edmeire Exaltação, Manuela Alves, Lídia Maria F. Oliveira, Selma Maria da Silva, Magali S. de Almeida, Elielma A. Machado, Jurema Batista, Elizabeth Vieira, Heloisa Marcondes, Luciene Lacerda, Adriana Martins, Jane Thomé, Terezinha B. Nascimento e a Luitgard Cavalcanti. Aos guardiões da memória do Movimento Negro e de Mulheres Negras: Adélia Azevedo, Claudinha Pacheco, Dulce Vasconcelos, Denise Barbosa, Joana Angélica, Lúcia Xavier, Maria José Lopes da Silva, Mariléia Santiago, Neusa Santos, Néia Daniel, Papa-Léguas, Rosa Maria Garcia, Ruth Pinheiro, Osvaldo Nunes, Wania Sant’Anna, Yedo Ferreira e Zózimo Bulbul. Aos meus companheiros da Fundação Cultural Palmares, especialmente a Ubiratan Castro de Araújo, Lindinalva Barbosa, Eliane Borges da Silva, Martha Rosa Queiroz, Sandra Silveira e Nize A. Lima, pela cumplicidade na luta anti-racista. Agradeço, também, a Marco Antonio Guimarães que, em suas escutas, me possibilitou compreender que a luta cotidiana contra o racismo dificulta o nosso processo criativo, mas não o impede, o que para mim serviu de impulso transformador. Nesse sentido, agradeço, sobretudo, às negras e aos negros anônimos, os verdadeiros protagonistas, pois que me embalaram com seus cuidados, como minha mãe – Georgina do Espírito Santo Viana; minha madrinha, Perolina Costa, também prematuramente ancestral, tia de meu pai, Oswaldo Sacock Viana, este o operário provedor, rígido, mas pai, amigo e responsável; minhas tias Waldimira Espírito Santo Rocha, Marinalva Assis dos Santos e a prima de minha mãe, Zilda Floriano dos Santos (Larê);Vovô Francisco Assis do Espírito Santo, Vovó Almerinda Rocha Espírito Santo, já ancestrais, e Vovô Genezio Sacock Viana que no dia seguinte a esta defesa completará 103 anos, que sempre me fizeram saber que sou filha de alguém que veio de muito longe, da África. Agradeço, também, a meus irmãos – Roberval, Rosangela, Eliana, Osvaldo, Elenimar e Cristiane – e aos sobrinhos Georgina, Cristiano, Bruno Jorge, Thiago, Felipe Jorge, Luís Henrique, Juliana e Ana Julia pela paciência e amor. Finalmente, agradeço ao Movimento Negro e de Mulheres Negras as muitas tardes, muitas manhãs, muitas noites e algumas madrugadas na constituição de uma verdadeira democracia racial brasileira. RESUMO Relações raciais, gênero, e movimentos sociais: o pensamento de Lélia Gonzalez 1970 – 1990 Elizabeth do Espírito Santo Viana Orientador: Profº Drº Flávio dos Santos Gomes Resumo da Dissertação de Mestrado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História Comparada, Instituto de Filosofia e Ciências Sociais,