Em Busca Da Auto-Estima Interseções Entre Gênero, Raça E Classe Na Trajetória Do Grupo Melanina
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Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Filosofia e Ciências Sociais Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia Em busca da auto-estima Interseções entre gênero, raça e classe na trajetória do grupo Melanina Patrícia Lânes Araújo de Souza Rio de Janeiro 2006 2 Em busca da auto-estima Interseções entre gênero, raça e classe na trajetória do grupo Melanina Dissertação de Mestrado em Sociologia e Antropologia apresentada ao Programa de Pós- graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Sociologia e Antropologia. Orientadora: Profª. Drª. Regina Célia Reyes Novaes Banca examinadora: Profª._______________________________________ Regina Célia Reyes Novaes (orientadora) – UFRJ Drª. Universidade de São Paulo – USP Prof. ______________________________________ Paulo César Rodrigues Carrano Dr. Faculdade de Educação - UFF Profª. ______________________________________ Mirian Goldenberg Drª. Museu Nacional - UFRJ Profª. ______________________________________ Ilana Strozenberg (suplente) Drª. Escola de Comunicação - UFRJ Profª. ______________________________________ Rosilene Alvim (suplente) Drª. Museu Nacional - UFRJ 3 Ficha Catalográfica SOUZA, Patrícia Lânes Araújo de. Em busca da auto-estima: interseções entre gênero, raça e classe na trajetória do grupo Melanina PPGSA/ IFCS/ UFRJ, 2005, 169 p. Dissertação – Universidade Federal do Rio de Janeiro, IFCS. 1. Identidade 2. Mulheres Negras 3. Auto-estima 4. Trajetória social 5. Comunicação Com unitária 6. Tese I. Universidade Federal do Rio de Janeiro - IFCS II. Título 4 Para as criadoras do Melanina, que acreditam que os sonhos se fazem em um caminho de realidades Para minhas avós Cremilda e Jurema (in memorian) 5 Agradecimentos A todas as mulheres que tiveram a criatividade e a coragem de se aventurar em um projeto coletivo, o Melanina, pela compreensão e disponibilidade. À Lívia, Combatentte, Jana, Rita, Afro Lady, Flai, Camilla e Kelly, meus sinceros agradecimentos por terem sido os sujeitos da minha dissertação. À Regina Reyes Novaes, pela orientação durante o mestrado, e, sobretudo, pelo exemplo e incentivo desde o final da graduação que contribuíram para que eu quisesse ser antropóloga. À querida amiga Mônica Francisco por ter sido a pessoa que me apresentou ao grupo. À Greice Bolgar pelas cuidadosas transcrições de todas as entrevistas realizadas durante a pesquisa e sem as quais teria sido impossível desenvolver o trabalho. Ao PPGSA e seus(suas) professores(as), em especial Emerson Giumbelli, Maria Laura Cavalcanti e Beatriz Heredia, com quem tive o privilégio de estudar, pelo exemplo de entusiasmo e seriedade no ensinar e no fazer antropológico. À Nilma Lino Gomes, Paulo César Carrano e Mirian Goldenberg pela generosidade da interlocução, suas preciosas contribuições e instigantes questões colocadas durante a banca de qualificação. Aos(Às) professores(a), acadêmicos(as) e amigos(as) que me ajudaram de diferentes formas durante toda a jornada desde o princípio de minha “vida acadêmica”: Ilana Strozenberg, Márcia Leite, Patrícia Gouvêa, Marize Cunha, Mariana Cavalcanti, Luiz Fridman, Paulo Magalhães, Luiz Antônio Machado, Carlos Frederico Loureiro, entre muitos(as) outros(as) que tive a sorte de conhecer nesse percurso. Aos(Às) colegas do Ibase por tornarem o lugar onde trabalho um espaço de aprendizado e possibilidades e, sobretudo, pelo incentivo sincero ao mestrado, especialmente a Itamar Silva, Moema Miranda e Nahyda Franca. 6 Aos(Às) amigos(as) e colegas do Observatório Jovem da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense, em especial a Eliane Ribeiro, Priscila Bastos, Julia Zanetti, Ana Karina Brenner, Solange Rodrigues e Carlos Henrique Martins pelo espaço permanente de troca fraterna que criamos juntos(as). Aos(Às) colegas de turma com os quais compartilhei vitórias, ansiedades e aprendizados, especialmente Ana Carolina Delgado e Mariana Massena. Aos(Às) muitos(as) amigos(as) que me ajudaram durante toda a jornada desde o final da graduação, de perto ou de longe, em especial Ângela Collet, Vivian Braga, Mariana Santarelli, Silvia Gómez, Julio Rodrigues, Maurício Santoro, Cristina Lopes, Francis Rajzman, Rodrigo Brandão, Mariana Alzuguir, Luciana Avanci, Kamille Viola, Leonardo Name, Danielle Fagundes, Juliana Farias, Fábio ACM e John Taylor. Foi fundamental saber que havia gente torcendo por mim e com quem sabia poder contar. À equipe da pesquisa Juventude Brasileira e Democracia, com quem tive a oportunidade de trabalhar nos últimos anos, pelo aprendizado de lá que muito me ajudou aqui. Aos(Às) companheiros(as) do Conselho Nacional de Juventude que me ajudaram a compreender e lidar com diferenças, potencialidades e limites de cada um(a). A toda minha família pelo constante incentivo e apoio incondicional. À minha mãe Sueli, ao meu pai Sérgio, às minhas avós Cremilda e Jurema, às minhas tias, especialmente tias Almy, Eny, Geny, Lenice, Sirlene e Ângela, aos meus tios, à minha irmã Joana, às minhas primas e primos, à Deni, pessoas que tornaram possível eu estar aqui hoje. A Gustavo Maia Seabra, companheiro de todas as horas, pelo amor e paciência inesgotáveis. 7 Resumo Em um contexto social caracterizado pela presença das ONGs, pela proliferação das rádios comunitárias e pela maior visibilidade da cultura Hip Hop no Brasil, o grupo Melanina, fundado em 2004 no Rio de Janeiro, se propõe a atuar entre “mulheres de comunidades carentes, trabalhando e valorizando sua auto-estima através da mídia e procurando reintegrá- las no mercado de trabalho”. A presente dissertação busca apreender de que forma a categoria auto-estima se faz presente tanto nas representações e práticas das participantes, quanto nas definições dos projetos e identidade do grupo. Sua abordagem conceitual parte da compreensão de que as trajetórias individuais não só refletem condições sociais determinadas, mas também modificam contextos e contribuem para ampliar o campo de possibilidades em que se movem grupos sociais específicos. O trabalho de campo foi feito através de entrevistas em profundidade com as criadoras do Melanina e da análise de materiais produzidos pelo grupo (programas de rádio, materiais de divulgação etc.) e sobre ele (notícias de jornais e de páginas eletrônicas). O estudo realizado permitiu concluir que a noção de auto-estima opera, para este grupo e suas integrantes, a articulação entre discriminações produzidas por relações raciais, de gênero e de classe profundamente desiguais, possibilitando ao grupo a re-elaboração de identidades subalternas e a transformação de símbolos de estigma em emblemas. 8 Abstract In a social context characterized by the presence of non governmental organizations, the proliferation of community radios and the broader visibility of Hip Hop culture in Brazil, Melanina group, founded in 2004 in Rio de Janeiro, intends to actuate among "women of low income communities, working and appraising their self-esteem through the media and aiming at their reintegration into the labor market”. The present dissertation attempts to apprehend in which way the category 'self-esteem' is present both in the representations and actions of the group members as in the project definitions/ guidelines and group identity. The conceptual approach comes from the comprehension that the personal trajectories not only reflect determined social conditions, but also modify contexts and contribute to enlarge the possibilities in which the specific social groups move. The field work was elaborated through long interviews with Melanina's founders and the analysis of material produced by the group (radio shows, publicizing materials etc.) and about the group (newspaper reports and websites). The study led to the conclusion that the notion of self-esteem works for this group and its members, as the articulation between discriminations produced by race, gender and class relations profoundly unequal, making possible to this group the re-elaboration of subaltern identities and the transformation of stigma symbols into emblems. 9 Lista de Anexos Anexo 1 – Roteiro utilizado para a realização das entrevistas Anexo 2 – Matéria “Da cor do orgulho” – site Viva Favela Anexo 3 – Portifólio Melanina 2004 Anexo 4 – letra “Mulheres Vulgares”, Racionais MCs Anexo 5 – letra “Prostituta”, Nega Gizza Anexo 6 – letra “Conquista”, Odo Iyá Anexo 7 – letra “Preta Responsa”, Odo Iyá 10 Sumário Introdução ......................................................................................................................... 12 Antecedentes ........................................................................................................... 12 O grupo estudado: breve apresentação ................................................................... 14 Metodologia e referenciais teórico-conceituais ...................................................... 15 A dissertação ........................................................................................................... 17 PARTE 1 - Por onde andaram as mulheres do Melanina? ........................................... 19 Capítulo 1. O universo Hip Hop e a presença das mulheres ......................................... 20 Hip Hop: cultura, estilo e movimento ..................................................................... 20 A origem e a relação com o mercado: negociações possíveis ................................ 22 A política e o tráfico ..............................................................................................