A Propósito De Elanae E Laniae

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

A Propósito De Elanae E Laniae A propósito de Elanae e Laniae: problemas de etnonímia e toponimia antigas Autor(es): Alarcão, Jorge de Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/46055 DOI: DOI:https://doi.org/10.14195/0870-4147_36-2_25 Accessed : 29-Sep-2021 15:00:46 A navegação consulta e descarregamento dos títulos inseridos nas Bibliotecas Digitais UC Digitalis, UC Pombalina e UC Impactum, pressupõem a aceitação plena e sem reservas dos Termos e Condições de Uso destas Bibliotecas Digitais, disponíveis em https://digitalis.uc.pt/pt-pt/termos. Conforme exposto nos referidos Termos e Condições de Uso, o descarregamento de títulos de acesso restrito requer uma licença válida de autorização devendo o utilizador aceder ao(s) documento(s) a partir de um endereço de IP da instituição detentora da supramencionada licença. Ao utilizador é apenas permitido o descarregamento para uso pessoal, pelo que o emprego do(s) título(s) descarregado(s) para outro fim, designadamente comercial, carece de autorização do respetivo autor ou editor da obra. Na medida em que todas as obras da UC Digitalis se encontram protegidas pelo Código do Direito de Autor e Direitos Conexos e demais legislação aplicável, toda a cópia, parcial ou total, deste documento, nos casos em que é legalmente admitida, deverá conter ou fazer-se acompanhar por este aviso. impactum.uc.pt digitalis.uc.pt Revista Portuguesa de Historia t. XXXVI (2002-2003) pp. 431-443 (vol. 2) A Propósito de Elanae e Laniae : Problemas de Etnonímia e Toponimia Antigas Jorge de A larcão Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra Numa casa da freguesia de Delães, no concelho de Vila Nova de Famalicão, casa próxima do castro de S. Miguel-o-Anjo, encontrou-se uma inscrição onde se pretendeu 1er o teónimo Brigus (ENCARNAÇÃO, 1975: 148; BLÁZQUEZ, 1975: 48-49; GARCIA, 1991: 296). É o seguinte, o texto: A. BRIGO / FLAVS. A/PILI (filius) VAL/ABRIGII/NSIS VO/TVM S(olvit) L(ibens). M. MIIRITO Vários autores, desde Leite de Vasconcelos, têm admitido que o A. inicial repre­ senta a abreviatura d QA(ugusto). Mas Tranoy (1981: 280), observando que a ara está mutilada na parte superior, propôs a leitura [BANDV] A. BRIGO. Segundo informação de José Manuel Garcia (1991:296-297), Tranoy teria posteriormente rejeitado a sua própria restituição, mas recusar-se-ia a aceitarA(ugusto). Amílcar Guerra (1998: 234-235) considerou A. BRIGO como elemento final de um epíteto que poderia ser [VAL]A.BRIGO, embora tenha acrescentado que esta hipótese não pode passar de mera conjectura. Esta é também a opinião de Patrick Le Roux (em comunicação que nos fez pessoalmente). A existência de um punctus distinguens não pode ser objecção à restituição VALABRIGO. Basta lembrarmo-nos de que, em Castelo Branco, existe a grafia 432 Jorge de Alarcão VIC. TOR/IAE (GARCIA, 1991: 441) e, em Beringel (Beja), A.POL.LI.NI (ENCARNAÇÃO, 1984: 354). Outros exemplos de uso incorrecto de puncti distinguentes podiam ser aduzidos. Parece, pois, inteiramente credível a interpretação [...]ABRIGO como epíteto de uma divindade, cujo nome próprio viria expresso numa linha que falta à inscrição, truncada, como se disse, na parte superior. Poderia também dar-se o caso de o nome próprio da divindade não ter sido expresso e a inscrição ter registado simplesmente o epíteto, de clara natureza tópica. A hipótese de [VALJABRIGO é perfeitamente aceitável. Volobriga era, segundo Ptolemeu II, 6,40, a capital dos Nemetati. Uma inscrição funerária de Braga, que regista umaBloena, Camali f(ilia), Valabricansis (TRANOY e LE ROUX, 1989-90: 212-213), confirma a forma Valabriga que se deduz da origo do dedicante na ara de Delães que agora examinamos. Não sendo de todo em todo impossível que Volobriga e Valabriga fossem dois povoados diferentes, parece-nos mais verosímil que Volobriga seja um erro de Ptolemeu ou que Volobriga e Valabriga tenham sido apenas duas pronúncias e grafias divergentes de um mesmo topónimo. Também nos não parece que Volobriga/Valabriga corresponda ao castro de S. Miguel-o-Anjo, donde provavelmente procede a inscrição de Delães, apesar de este povoado proto-histórico apresentar vestígios que sugerem “elevado grau de romanização” (DINIS, 1993: 71-72). Assim, o dedicante da ara, Flaus, Apili (filius), teria vindo de Valabriga para o castro de S. Miguel-o-Anjo e, neste, teria consagrado uma inscrição à divindade protectora do seu lugar de origem. Sem excluirmos esta hipótese e, portanto, a restituição [VAL]ABRIGO, consideraremos aqui a possibilidade de um epíteto teonímico Elainabrigo, Elanabrigo, Elaniabrigo ou Elianabrigo (em dativo, obviamente). Não excluiremos também a eventualidade, para todos estes nomes, de uma grafia com -//- em vez de -/-. Vários antropónimos indígenas podem relacionar-se com as formas propostas para o epíteto: Elaine (feminino, no dativo; eventualmente Elaina no nomina­ tivo); Elanius (com possível forma feminina Elania, todavia até agora não atestada, que seja do nosso conhecimento); Elanus (igualmente com possível forma feminina Elana, não atestada); Elanicus/-a; Elanis (em dativo, com dúvidas quanto à forma do nominativo) (ABASCAL PALAZÓN,1994). A ausência de antropónimo indígena Elianus/-a (pois a forma Eliana de IRCP, n.° 514 parece dever considerar-se como grafia alternativa de Aeliana e, portanto, relacionar-se com o gentilicio bem latino Aelius) leva-nos a considerar menos credível a reconstituição, na ara de S. Miguel-o-Anjo, do epíteto Elianabrigo. A Propósito de Elanae e Laniae 433 Sem excluirmos redondamente a possibilidade de Elainabrigo (com -/- ou -II-), o nome Elanabrigo (ou Elaniabrigo) parece-nos mais aceitável, por explicar o topónimo Delães. Fica o castro de S. Miguel-o-Anjo na freguesia de Delães e perto da sede de paróquia. O nome de Delães, segundo J. P. Machado (1993, voe. Delães), resultou da contracção da preposição de com o topónimo Elães. Nas Inquisitiones de 1220, o nome desta paróquia aparece como S. Salvatore de Elaes (PMH, Inq. I: 65). Deve supor-se um-a- nasal que o notário não assinalou. Aceitando esta proposta de J. P. Machado, não deixaremos de recordar que existem outras alternativas (PIEL-KREMER, 1976: 112 e FERNANDES, 1999: 241). J. P. Machado considerou Elães como nome de origem obscura, possivelmente germânica. Ora o que nos parece é que o nomeElães terá derivado de Elanae ou Elanii (sempre com possibilidade de -//- em vez de -1-). O duplo -//- etimológico tanto pode ter dado, em galaico-português, -/- como-Ih- (MAIA, 1997:498). A queda do -n- intervocálico com nasalação da vogal tónica anterior -a- é um fenómeno normal. A terminação -es de Delães tanto pode ter derivado de -ae, como de -ii ou -is. A terminação latina -iae também pode ter dado, no galaico-português,-es, como em Flaviae > Chaves. No caso de Ellaniae, o resultado da evolução linguística teria sido, porém, Elanhas e não Elães, pelo que devemos fixar-nos emElanae ou Elanii como étimo de Elães. Em 1551 havia uma igreja ou capela de S. Salvador de Alães anexa à de S. Miguel, ficando esta no monte de S. Miguel-o-Anjo (COSTA, 1959: 31). É possível que Alães tenha a mesma etimologia de Elães. Uma das formas Ellanae ou Ellanii estaria na origem de Elães e, portanto, do actual topónimo Delães. Ou poderia Elães ter derivado de Elanei, e ser este o nome dos habitantes de um castellum Ellaneum? Ora, pela sua forma, Elanae e Elanii (eventualmente com -U-) seriam nominativos do plural, designativos (na nossa hipótese) dos habitantes do castro de S. Miguel-o-Anjo. Se bem que os grandes etnónimos do Noroeste, isto é, os nomes dos populi, sejam, na sua quase totalidade, de tema em -o (com plural em -i, como Bracari, Leuni, Seurbi, etc.), temos, de tema em - a, pelo menos os Arrotrebae no conventus Lucensis e os Zoelae no conventus Asturicensis. Acresce que osEllanae não seriam um populus no sentido em que Plínio usa este nome, mas um grupo correspondente aos habitantes de um castro ou castellum, neste caso, o de S. Miguel-o-Anjo. O castellum chamar-se-ia, pois, Elana ou Ellana, Elaneum ou Ellaneum, Elanium ou Ellanium. O presumido ou hipotético epíteto Elanabrigo ou Ellanabrigo obriga a optar por Elana ou Ellana, pois, no caso de Elaneum ou Elanium, a forma do epíteto deveria ser Elaneobrigo. Mais adiante, porém, reconsideraremos o problema do nome do castellum. 434 Jorge de Alarcão Poderemos argumentar que o epítetoElanabrigo, exigindo, como topónimo, Elanabriga, exclui o hipotético nome de castellum Elana e o nome de Elanae para os habitantes, que deveriam ter sido chamados Elanabrigenses. Temos de considerar, todavia, a hipótese de o primeiro elemento dos topónimos terminados em -briga ter tido, na época romana, uma existência autónoma. Amílcar Guerra (1995-1997) sustentou, justamente, a ideia de que o elemento *Iera de lerabriga teve existência independente e chamou a atenção para o facto de o actual topónimo Meda se relacionar com Meidubrigenses ou Medobrigenses (sobre estes últimos nomes e o correlativo topónimo, vid. GUERRA, 1998: 528-529). Deixando na dúvida se *Iera corresponde a hidrónimo, orónimo ou qualquer outra entidade, Amílcar Guerra considerou aquele nome como étimo de Xira (de Vila Franca de Xira). Parece-nos possível que *Iera fosse um corónimo e que lerabriga fosse o nome do povoado principal dessa região. A evolução *Iera> *Gera ou *Jera > Xira é perfeitamente admissível. Do mesmo modo, Meidubriga corresponderia ao povoado principal de uma área chamada *Meidu. Se Elana ou Ellana era um corónimo, os habitantes da região seriam os Elanae ou Ellanae e deste nome teriam derivado, na época romana, o epíteto Elanabrigo e, na Idade Média, o nome Elães que as Inquisitiones de 1220 registam. Mas talvez não seja inadmissível a hipótese de o castellum de S. Miguel-o-Anjo poder ter sido conhecido pela dupla designação de castellum Elana e Elanabriga e de os seus habitantes terem sido chamados Elanae ou Elanabrigenses.
Recommended publications
  • Povos, Cultura E Língua No Ocidente Peninsular: Uma Perspectiva, a Partir Da Toponomástica
    Acta Palaeohispanica IX Palaeohispanica 5, (2005), pp. 793-822 POVOS, CULTURA E LÍNGUA NO OCIDENTE PENINSULAR: UMA PERSPECTIVA, A PARTIR DA TOPONOMÁSTICA Amílcar Guerra Estes encontros regulares da comunidade científica que se dedica aos estudos das línguas e culturas paleohispânicas, têm, desde logo, o grande mérito de terem contribuído, ao longo de mais de trinta anos, para uma actualização periódica dos conhecimentos e uma avaliação dos progressos da investigação nos diversos domínios que lhe dizem res- peito. Respondendo a uma solicitação da comissão organizadora, pro- ponho-me aqui trazer algumas questões de natureza linguística e cultu- ral respeitantes ao Ocidente Hispânico, em particularmente relaciona- das com topónimos e etnónimos dessa área, a aspecto a que dediquei, nos últimos anos, uma atenção particular. Tendo em vista esse objectivo, tratar-se-ão aspectos que concernem duas vertentes distintas, mas complementares, da investigação. Numa primeira parte abordam-se questões que se prendem com o próprio repertório onomástico, em particular as mais recentes novidades, em boa parte ainda não presentes nas mais vulgarizadas recolhes do mate- rial linguístico associado à geografia antiga. Por outro lado, apresentam- se alguns dos elementos mais característicos da realidade em análise, entre eles alguns sufixos e elementos comuns na formação dos NNL do Ocidente. A. O REPERTÓRIO 1. Quando, no início dos anos ’90, me propus recolher e analisar de forma sistemática a documentação antiga respeitante aos povos e lugares do Ocidente hispânico, o panorama da investigação era substancialmente diferente do actual. Ao contrário do acontecia então com a onomástica pessoal, realidade que, especialmente graças primeiro aos esforços de Palomar Lapesa (1956) e depois, sobretudo, de Albertos (1966, 1976, ActPal IX = PalHisp 5 793 Amílcar Guerra 1979) e Untermann (1965), tinha sido objecto de estudos sistemáticos tanto a nível do repertório e da análise linguística, a documentação rela- tiva à realidade geográfica encontrava-se apenas parcelarmente tratada.
    [Show full text]
  • Callaica Nomina.Qxd 13/12/07 14:26 Página 1
    Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 1 Biblioteca Filolóxica Galega | Instituto da Lingua Galega Callaica Nomina Estudios de Onomástica Gallega Juan J. Moralejo Fundación Pedro Barrié de la Maza Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 2 Callaica Nomina. Estudios de Onomástica Gallega. / Juan J. Moralejo.- [A Coruña] : Fundación Pedro Barrié de la Maza, D.L. 2007. - XXX p.; 24 cm. - (Biblioteca Filolóxica Galega).- D.L.: C XXXX-2007 - ISBN: 978-84-XXXXXXXXXX © 2007 FUNDACIÓN PEDRO BARRIÉ DE LA MAZA © 2007 JUAN J. MORALEJO ISBN: 978-84XXXXXXXX Depósito legal: C XXXX-2007 Imprime: Tórculo Artes Gráficas, S.A. A publicación por parte da Fundación Pedro Barrié de la Maza do presente traballo non implica responsabilida- de ningunha sobre o seu contido nin sobre a inclusión no mesmo de documentos ou informacións facilitados polos autores. Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 3 Callaica Nomina Estudios de Onomástica Gallega Juan J. Moralejo Fundación Pedro Barrié de la Maza Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 4 Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 5 A la memoria de mi padre, ABELARDO MORALEJO LASO, que me metió el gusanillo y cuyo juicio he echado muy en falta Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 6 Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 7 ÍNDICE XERAL 7 P ARA UNA PRÓLOGO de J. Untermann ...................................................................................9 NOTA PREVIA .....................................................................................................13 E SCRIPTOLOXÍA DO ABREVIATURAS EMPLEADAS........................................................................17 1. EXTRAMUNDI El Extramundi y los Papeles de Iria Flavia III (1995), pp. 7-14 ......................19 G 2.
    [Show full text]
  • Novas Perspectivas Sobre Os Lusitanos (E Outros Mundos)
    REVISTA PORTUGUESA DE Arqueologia .volume 4.número 2.2001 293 Novas perspectivas sobre os Lusitanos (e outros mundos) JORGE DE ALARCÃO RESUMOO nome de Lusitani seria um colectivo que englobaria diversos populi. Propõem-se aqui os nomes e localizações desses populi, uns em território actualmente português, outros na pro- víncia espanhola de Cáceres. Examina-se a religião dos Lusitani, que os identifica como um conjunto etnicamente afim e todavia distinto dos Callaeci do Noroeste peninsular. Atribui- se ao Bronze Final a chegada dos Lusitani. Distinguem-se também os Lusitani, dos Kounéoi, que se situam no curso actualmente espa- nhol do Guadiana e examina-se a organização social dos Kounéoi nos séculos IX-VII a.C. a partir de uma reinterpretação do significado simbólico das estelas extremeñas. Conclui-se com um ensaio sobre as razões do belicismo lusitano. ABSTRACTThe name Lusitani was a collective term that included diverse populi. The names and locales of these populi are proposed here; some are in present-day Portuguese territory, others are in the Spanish province of Cáceres. This paper also examines the religion of the Lusitani, which suggests that they were an ethnic group close to but distinct from the Callaeci of northwestern Iberia. The arrival of the Lusitani is thought to date from Late Bronze Age. The controversial position of the Kounéoi is examined. It is proposed they lived on the val- ley of the river Guadiana, in territory now in Spain. Their social organization is proposed from a reinterpretation of the symbolic meaning of their funerary stellae. We distinguish also the Lusitani from the Kounéoi, who probably were situated along the riverway of the present-day Guadiana, in Spanish territory.
    [Show full text]
  • Palaeohispanica, 3
    La versión original y completa de esta obra debe consultarse en: https://ifc.dpz.es/publicaciones/ebooks/id/2525 Esta obra está sujeta a la licencia CC BY-NC-ND 4.0 Internacional de Creative Commons que determina lo siguiente: • BY (Reconocimiento): Debe reconocer adecuadamente la autoría, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Puede hacerlo de cualquier manera razonable, pero no de una manera que sugiera que tiene el apoyo del licenciador o lo recibe por el uso que hace. • NC (No comercial): La explotación de la obra queda limitada a usos no comerciales. • ND (Sin obras derivadas): La autorización para explotar la obra no incluye la transformación para crear una obra derivada. Para ver una copia de esta licencia, visite https://creativecommons.org/licenses/by- nc-nd/4.0/deed.es. PALAEOHISPANICA 3 REVISTA SOBRE LENGUAS Y CULTURAS DE LA HISPANIA ANTIGUA Consejo de Redacción: Director: Dr. Francisco Beltrán Lloris, Universidad de Zaragoza Secretario: Dr. Carlos Jordán Cólera, Universidad de Zaragoza Vocales: Dr. Xaverio Ballester, Universidad de Valencia Dr. Francisco Marco Simón, Universidad de Zaragoza Ayudante: Ldo. Borja Díaz Ariño, Universidad de Zaragoza Consejo Científico: Dr. Martín Almagro Gorbea, Universidad Complutense de Madrid Dr. Antonio Beltrán Martínez, Universidad de Zaragoza Dr. Miguel Beltrán Lloris, Museo de Zaragoza Dr. José María Blázquez Martínez, Universidad Complutense de Madrid Dr. Francisco Burillo Mozota, Universidad de Zaragoza Dr. José Antonio Correa Rodríguez, Universidad de Sevilla Dr. Jose D´Encarnação, Universidad de Coimbra, Portugal Dr. Javier De Hoz Bravo, Universidad Complutense de Madrid Dr. Guillermo Fatás Cabeza, Universidad de Zaragoza Dra.
    [Show full text]
  • Capítulo Primero
    Capítulo primero PRIMEROS POBLADORES DE LA PENÍNSULA IBÉRICA, BALEARES Y CANARIAS CRONOLOGÍA Años a. C. Prehistoria: 1) Los primeros pobladores. 1.200.000 a 75.000: Paleolítico inferior. Dejando a un lado la mítica leyenda que dice que el primer habitante de la Península Ibérica fue el nieto de Noé, llamado Tubal, en general, tanto historiadores como arqueólogos piensan que, en esta época, llegaron los primeros pobladores de la Península Ibérica procedentes, según unos, de África, a través del Estrecho de Gibraltar; pero otros piensan que esos primeros pobladores vinieron de la parte oriental de Europa, sin que se conozca el momento exacto de esa llegada. Por lo que se refiere a las islas Baleares y a las islas Canarias, tampoco se conoce el momento preciso en que fueron habitadas dentro de este período. En este tiempo, habitaban en la Península el hombre de Neanderthal, el homo erectus, que desa- rrolló la cultura de los cantos tallados, y el homo habilis. En 1994, en Atapuerca (Burgos, España), se hallaron restos de una nueva especie de homínidos; que han datado de una antigüedad de 780.000 años; dicen que estos restos son del an- cestro del hombre de Neanderthal y del homo sapiens sapiens; por lo que le han denominado “Homo antecessor”. En 2007, han hallado “un diente humano de hace 1.200.000 años.” Según dicen los directores de Atapuerca. 75.000 a 35.000: Paleolítico medio. Vivían, en la Península Ibérica en esta época, los descendientes del Homo antecessor; el hombre de Neardenthal, con lonchas de piedra (lascas), hacía raederas, cuchillos, etc.
    [Show full text]
  • Lenguas Indoeuropeas Prerromanas En El Noroeste Peninsular
    Acta Palaeohispanica X Palaeohispanica 9 (2009), pp. 163-174 I.S.S.N.: 1578-5386. LENGUAS INDOEUROPEAS PRERROMANAS EN EL NOROESTE PENINSULAR Juan Luis García Alonso En el ámbito de la Paleohispanística la contribución de los estu- dios lingüísticos puede ser muy valiosa. Generalmente, sin duda, lo es. La arqueología tiene argumentos que se pueden tocar, que se pueden sentir. La historia antigua nos trae su propio mundo y lenguaje científico, que nos proporcionan sus propios frutos. La lingüística histórica tiene su propio ba- gaje. El problema principal de la lingüística en este entorno es que trabaja- mos sobre lenguas práctica o totalmente desconocidas. Paradójicamente es precisamente este desconocimiento lo que convierte a la lingüística y los lingüistas en un elemento imprescindible en esta empresa colectiva. En la Hispania antigua hay lenguas de textos abundantes y filiación desconocida o altamente dudosa (ibérico, tartésico). Con ellas los lingüistas se sienten con frecuencia como un humilde curandero ante un bypass coronario de un pa- ciente al borde de la muerte sobre la mesa de operaciones. Desesperados y paralizados por la duda, por la inseguridad. En la Hispania antigua hay también textos en lenguas desconocidas pero de filiación conocida o probable. El hecho de que un texto esté escrito en una lengua que muestra rasgos claros de pertenecer a la familia lingüística céltica, o de modo menos preciso, a la gran familia indoeuropea, posibilita una capacidad de trabajo mucho más fructífera y muchas más opciones ante la operación quirúrgica. La lingüística histórica, la lingüística indoeuropea, la lingüística céltica, han creado a lo largo de décadas una serie de conoci- mientos, de recursos, que dotan de herramientas al lingüista y le permiten abordar la tarea con ciertas garantías.
    [Show full text]
  • Callaica Nomina.Qxd 13/12/07 14:26 Página 1
    Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 1 Biblioteca Filolóxica Galega | Instituto da Lingua Galega Callaica Nomina Estudios de Onomástica Gallega Juan J. Moralejo Fundación Pedro Barrié de la Maza Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 2 Callaica Nomina. Estudios de Onomástica Gallega. / Juan J. Moralejo.- [A Coruña] : Fundación Pedro Barrié de la Maza, D.L. 2007. - XXX p.; 24 cm. - (Biblioteca Filolóxica Galega).- D.L.: C XXXX-2007 - ISBN: 978-84-XXXXXXXXXX © 2007 FUNDACIÓN PEDRO BARRIÉ DE LA MAZA © 2007 JUAN J. MORALEJO ISBN: 978-84XXXXXXXX Depósito legal: C XXXX-2007 Imprime: Tórculo Artes Gráficas, S.A. A publicación por parte da Fundación Pedro Barrié de la Maza do presente traballo non implica responsabilida- de ningunha sobre o seu contido nin sobre a inclusión no mesmo de documentos ou informacións facilitados polos autores. Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 3 Callaica Nomina Estudios de Onomástica Gallega Juan J. Moralejo Fundación Pedro Barrié de la Maza Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 4 Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 5 A la memoria de mi padre, ABELARDO MORALEJO LASO, que me metió el gusanillo y cuyo juicio he echado muy en falta Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 6 Callaica nomina.qxd 13/12/07 14:26 Página 7 ÍNDICE XERAL 7 P ARA UNA PRÓLOGO de J. Untermann ...................................................................................9 NOTA PREVIA .....................................................................................................13 E SCRIPTOLOXÍA DO ABREVIATURAS EMPLEADAS........................................................................17 1. EXTRAMUNDI El Extramundi y los Papeles de Iria Flavia III (1995), pp. 7-14 ......................19 G 2.
    [Show full text]
  • La Estructuración Territorial Y Étnica Del Conventus Bracarensis1
    MINIUS X, 2002, pp. 111-134 La estructuración territorial y étnica del Conventus Bracarensis 1 D. PLÁCIDO SUÁREZ UNIVERSIDAD COMPLUTENSE. MADRID Las representaciones de miliarios que la hoja K29 de la Tabula Imperii Romani 2 señala en torno a la ciudad de Ourense, en la entrada Civitas Aurensis, hacen pensar en dicha localidad como posible centro distribuidor de las comunicaciones de Lucus Augusti con Aquae Quarquernae, por la vía que se dirigía a Bracara Augusta, y con Forum Limicorum, por la que se dirigía a Aquae Flaviae. En relación con la vía que va en dirección a Brácara, según TIR K-29, IVd, en Vilanova dos Infantes hay un miliario de Caracala de dicha vía además de una ara dedicada a los lares Cumelani. Un miliario de Constancio Cloro o Constantino y otro de Carino se encuentran en San Ciprián de Viñas (TIR, K29 IVd) correspondiente a esa misma vía; ambas localidades están situadas muy cerca de Ourense. También existe otro miliario de fecha indeterminada en Faramontaos (TIR, K29 IVd). Un miliario más de la misma vía de época de Caracala se encuentra en 1 Este trabajo se ha llevado a cabo dentro del proyecto Paisajes antiguos de la Peninsula Ibérica subvencionado por la DGIGYT. Agradezco las sugerencias a los miembros del grupo de investigación, aunque las opiniones expresadas son de mi exclusiva responsabilidad. 2 Citada como TIR K29 (Madrid, 1991). La cuadrículas mencionadas (número romano más letra minúscula) se refieren siempre a esta hoja. Mi agradecimiento a Inés Sastre y Mª Cruz Cardete por haberme permitido acceder a los datos que están elaborando para la edición completa de dicha hoja.
    [Show full text]
  • Transformacións E Permanencia Do Municipium Na Gallaecia Baixo-Romana (Séculos Iii-V) 15
    TRANSFORMACIÓNS E PERMANENCIA DO MUNICIPIUM NA GALLAECIA BAIXO-ROMANA (SÉCULOS III-V) 15 CUADERNOS DE ESTUDIOS GALLEGOS, LXIV Núm. 130 (enero-diciembre 2017), págs. 15-48 ISSN: 0210-847X DOI: 10.3989/ceg.2017.130.01 TRANSFORMACIÓNS E PERMANENCIA DO MUNICIPIUM NA GALLAECIA BAIXO-ROMANA (SÉCULOS III-V) MARTÍN FERNÁNDEZ CALO Universidade de Santiago de Compostela ORCID iD: http://orcid.org/0000-0002-9769-3047 Copyright: © 2017 CSIC. Este es un artículo de acceso abierto distribuido bajo los términos de una licencia de uso y distribución Creative Commons Attribution (CC-by) España 3.0. Cómo citar/Citation: Martín FERNÁNDEZ CALO, “Transformacións e permanencia do municipium na Gallaecia baixo-romana (séculos III-V)”, Cuadernos de Estudios Gallegos, 64, núm. 130 (2017), págs. 15-48, DOI: http://dx.doi.org/10.3989/ceg.2017.130.01 Cuadernos de Estudios Gallegos, LXIV, núm. 130 (2017), págs. 15-48. ISSN: 0210-847X. DOI: 10.3989/ceg.2017.130.01 16 MARTÍN FERNÁNDEZ CALO TRANSFORMACIÓNS E PERMANENCIA DO MUNICIPIUM NA GALLAECIA BAIXO-ROMANA (SÉCULOS III-V) RESUMO Examínase a evolución do entramado organizativo local da Gallaecia entre os séculos III e V, determinando as trasformacións experimentadas polo municipium asentado nos séculos ante- riores e incardinándoas na análoga evolución do Occidente coetáneo. Saliéntase finalmente a aparente permanencia post-romana da estrutura básica deste réxime organizativo. PALABRAS CLAVE: Gallaecia romana, sueva e tardo-antiga, municipium romano, curator rei publicae, principales curiae, plebs Christiana. TRANSFORMACIONES Y PERMANENCIA DEL MUNICIPIUM EN LA GALLAECIA BAJORROMANA (SIGLOS III-V) RESUMEN Se examina la evolución del entramado organizativo local de la Gallaecia entre los siglos III y V, determinando las transformaciones experimentadas por el municipium asentado en los siglos anteriores e incardinándolas en la análoga evolución del Occidente coetáneo.
    [Show full text]
  • GALICIA, CUNA DE LOS CELTAS DE LA EUROPA ATLÁNTICA Galicia, Cuna De Los Celtas De La Europa Atlántica
    GALICIA, CUNA DE LOS CELTAS DE LA EUROPA ATLÁNTICA Galicia, cuna de los celtas de la Europa Atlántica ANDRÉS PENA GRAÑA* Sumario En Gallaecia (Galicia) se desarrolló desdel el Neolítico un avanzado sistema institucional céltico autóctono, común en el arco atlántico. Ese sistema fue también resultado del contacto y de la infiltración de ideas e instituciones a lo largo de siglos entre los vecinos y habitantes del llamado complejo cultural atlántico. Estas instituciones sobrevivieron desde la Protohistoria (comienzos del dominio romano) hasta la Alta Edad Media, e, incluso, hasta finales del Antiguo Régimen. Abstract In Gallaecia (Galicia) an advanced common institutional Celtic system developed. This system was a result of contact and infiltration of ideas and institutions throughout centuries among neighbours and inhabitants of the so-called Atlantic Cultural Complex. These institutions survived from protohistory (from the beginnings of Roman domain) to the early middle ages, an even to the end of modern ages. INTRODUCCIÓN Hace más de 20.000 años la población de Europa continental se refugió en la Península Ibérica huyendo del hielo. Un grupo, aunque esto se discute, se habría podido establecer en el Golfo de Vizcaya – recuerdan esos duros tiempos las pinturas de las cuevas, que durante miles de años constituyeron sus habitáculos y lugares de culto –, los más, con seguridad, se habrían refugiado en las costas atlánticas del Noroeste. Retirándose la glaciación, esta población, largo tiempo asentada, fue migrando durante el Mesolítico y el Neolítico desde Galicia, como recogen las leyendas, primero a Irlanda, luego de Irlanda a Gran Bretaña y, desde allí, regresó de su forzoso exilio al continente.
    [Show full text]
  • LOS PUEBLOS CELTAS DEL NOROESTE DE LA PENÍNSULA IBÉRICA Los Pueblos Celtas Del Noroeste De La Península Ibérica
    MANUEL ALBERRO LOS PUEBLOS CELTAS DEL NOROESTE DE LA PENÍNSULA IBÉRICA Los pueblos celtas del Noroeste de la Península Ibérica MANUEL ALBERRO* Sumario: La presencia céltica en el NO de la Península Ibérica y los tempranos contactos entre los celtas de esa región y los de Irlanda son analizados con base en fuentes históricas, literarias, arqueológicas, lingüísticas y epigráficas. Las inmigraciones célticas a la zona y una descripción de los principales pueblos que moraban allí en la época pre-cristiana completan el trabajo. Abstract: The Celtic presence in the NW of the Iberian peninsula and the early contacts between the Celts of that region and those of Ireland are analyzed on the basis of in historical, literary, archaeological, linguistic and epigraphic sources. Celtic immigration to that geographical area and a description of the main tribes living there in pre-Christian times complete the paper. LA PRESENCIA CÉLTICA La presencia céltica en la Península Ibérica, es- pecialmente en las regiones del Noroeste de España y del Norte de Portugal, no pudo acabarse del todo y por completo tras la «latinización» impuesta por Roma en los primeros siglos de nuestra era. Los nu- merosos elementos celtas que un día ocuparon una vasta porción peninsular han de seguir allí aún de alguna manera, habiendo diversos y diferentes sig- nos de todo ello. La contumaz persistencia en esas zonas de res- tos de los habitantes célticos que ocuparon esos lugares desde los tiempos del final de la Edad de Bronce, fué de hecho reforzada por una inmigración celta muy posterior. Durante el Siglo V de nuestra era, comenzaron a arribar al Sur de la actual Inglate- rra las nuevas tribus «bárbaras» de los invasores anglos, sajones y jutes, quienes empujaron y des- plazaron a los habitantes célticos de esas regiones más y más hacia el Oeste de la isla.
    [Show full text]
  • The Iberian Peninsula in Ptolemy's Geography
    The Iberian Peninsula in Ptolemy’s Geography Olivier Defaux BERLIN STUDIES OF THE ANCIENT WORLD composed his Geography in the city of Alexandria, one of the most prominent intellec- tual centres of the Roman Empire. His work o ers a comprehensive description of the known world as well as insight into the practice of scholarly geography dur- ing the second century CE. Ptolemy’s most important innovation in this fi eld was his use of geographical co- ordinates to create maps of the world, and his catalogue, with its latitudes and longitudes of thousands of locali- ties, is one of our most valuable sources on the antique oikoumenē. Very little is known, however, about the sources and working methods that Ptolemy employed to produce his Geography. This book focuses on Ptole- my’s description of the Iberian peninsula and examines two problematic and interlinked topics relating to the origins of the catalogue of localities: Ptolemy’s sources and scientifi c methods on the one hand, and the textual transmission of the Geography, from Ptolemy to the extant manuscripts, on the other. 51 · 51 The Iberian Peninsula in Ptolemy’s Geography Olivier Defaux Bibliographic information published by the Deutsche Nationalbibliothek The Deutsche Nationalbibliothek lists this publication in the Deutsche Nationalbibliographie; detailed bibliographic data are available in the Internet at http://dnb.d-nb.de. © Edition Topoi / Exzellenzcluster Topoi der Freien Universität Berlin und der Humboldt-Universität zu Berlin Typographic concept and cover design: Stephan Fiedler Printed and distributed by PRO BUSINESS digital printing Deutschland GmbH, Berlin ISBN ---- ISSN (Print) - ISSN (Online) -X URN urn:nbn:de:kobv:--/- First published Published under Creative Commons Licence CC BY-NC .
    [Show full text]