Adriano Alves Fiore.Pdf
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Adriano Alves Fiore Iconografia, simbolismo e a cultura contemporânea do Heavy Metal DOUTORADO EM COMUNICAÇÃO E SEMIÓTICA SÃO PAULO 2015 PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP Adriano Alves Fiore Iconografia, simbolismo e a cultura contemporânea do Heavy Metal Tese apresentada à Banca Examinadora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para obtenção do título de Doutor em Comunicação e Semiótica, sob a orientação do Prof. Dr. José Amálio de Branco Pinheiro. SÃO PAULO 2015 Banca Examinadora ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ Dedico este trabalho Aos meus insubstituíveis pais Cilene e Marco Antonio Fiori, e a todos os que me são muito caros: Dr. José da Luz Ribeiro Ruivo da Silva, Oscar Alves, Lisiane Freitas de Freitas, Nelma e Renato Nogueira Perez Ávila e a minha filha Sofia Cavalcante Fiore. Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) um especial agradecimento pelo imprescindível suporte financeiro a esta pesquisa. Adriano Alves Fiore Processo nº 161691/2012-9 AGRADECIMENTOS Realizar um trabalho de tese é tarefa somente possível se temos a sorte de receber muita cooperação e apoio. Esse foi o meu caso. Trata-se de uma extensa lista, impossível de nominar por completo, mas que vai guardada em meu coração. Que essas pessoas se sintam representadas no registro que aqui dou. Desejo, portanto, expressar a minha mais profunda gratidão a todos os que, direta ou indiretamente, e nas mais variadas proporções, me tornaram possível trazer o recado roqueiro que eu tinha dentro de mim. Ao meu orientador, Prof. Amálio Pinheiro, incansável incentivador, por sua qualidade de escuta, por me ensinar a pensar, pela profundidade que me ajudou a alcançar e pela evolução que me fez atingir como pessoa. Um privilégio trabalhar junto. À querida Profª Jerusa Pires Ferreira, afetividade transbordante, sempre me encantando com o magnetismo de suas falas, com os sábios conselhos que me ofereceu, e com a sugestão que se encaixava na justa medida nas lacunas que o meu estudo abria. Agradeço também pelas contribuições na qualificação. Ao Prof. Norval Baitelo Junior, pelos ensinamentos preciosos, e inspiradores modos de focalizar um objeto de análise, pelos textos modelares e envolventes, fonte a que permanentemente recorri – e ainda o faço – e em que obtive sempre as explicações que me faziam falta. À Secretária Cida Bueno pela exemplar competência em lidar com pessoas que a faz transcender o papel profissional, e tornar-se uma parceira na solução de questões cruciais para o cotidiano da vida de um programa de pós-graduação. Obrigado por me fazer sentir sempre bem acolhido. Aos que realizaram releituras de minhas produções, e aqui incluo os professores Miguel Luiz Contani, Dirce Vasconcellos Lopes, Alberto Klein, Paulo Boni e Rozinaldo Miani, meus agradecimentos pela criteriosa apreciação e válidas observações. Aos colegas de curso, pelos inesquecíveis momentos compartilhados, nos anseios e na diversão, mas principalmente na euforia da colheita. E à Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC – SP) pela excepcional oportunidade de desenvolver e concluir os meus estudos de doutorado. Propaganda da revista norte-americana de história em quadrinhos para adultos Heavy Metal. Fonte: imagem digitalizada pelo autor; acervo do autor. RESUMO Há 45 anos, aproximadamente, o heavy metal vem atraindo multidões de seguidores fiéis em todo o mundo, e esse é também um fenômeno contínuo no Brasil. O estudo empreendido neste trabalho assenta-se no pressuposto de que o som do heavy metal aliado à sua iconografia grotesca e barroquizante é capaz de produzir uma cultura contemporânea de abrangência mundial, cuja configuração demanda contínua pesquisa para se encontrarem elementos capazes de fornecer sua mais nítida descrição. O conceito bakhtiniano de carnavalização é utilizado como principal fundamento do quadro teórico-metodológico adotado, que também é incrementado por meio de estudos exploratórios, além de observação direta concretizada com a participação in situ do autor em festivais como o Rock in Rio, Wacken Open Air e Monsters of Rock. As partes documental e bibliográfica concretizam-se por meio da leitura de imagens. O corpus é constituído por imagens de fotografias, jornais, sites, blogs, pinturas, estampas (camisetas), pôsteres, histórias em quadrinhos, livros, enciclopédias, revistas, filmes, documentários, desenhos animados, ilustrações de capas de LPs, CDs, DVDs, Blu-rays e VHSs bem como na indumentária e no visual continuamente introduzido no imaginário do heavy metal. Opta-se por um recorte diacrônico-sincrônico pertinente à história do gênero heavy metal. A problematização tem foco na seguinte pergunta: “Quais são os principais elementos transformados em imagem e símbolo pela indústria videofonográfica e de que maneira conseguem cumprir, com eficácia, o propósito de acender tamanha devoção, notoriamente apaixonada, nos diletantes do heavy metal? Um segundo pressuposto se apresenta, o de que a intensidade sonora do heavy metal faz emanar uma sensação interior de força e poder supra-humanos em seus apreciadores que se transforma em uma espécie de amor ilimitado e exacerbada fidelidade – dependência quase absoluta –, podendo este sentimento ainda recrudescer em função de envolver uma procura por proteção grupal, coletiva ou social. Os resultados permitem afirmar que conscientes dessa idiossincrasia metálica, ilustradores e profissionais em design e propaganda esforçam-se em perpetuar o universo iconográfico e simbólico do heavy metal – igualmente intenso, robusto e intimidador –, no qual se nota a presença dos principais motivos carnavalizantes de Bakhtin (a Morte, a mascaragem, o dualismo Bem e Mal, hiperbolismo, o grotesco, o Inferno, o riso, hibridização, metamorfose, o banquete, a loucura, o avesso). Palavras-chave: Cultura Heavy Metal. Música. Simbolismo. Iconografia. Carnavalização. Leitura de Imagens. ABSTRACT It has been approximately 45 years since heavy metal began attracting multitudes of faithful followers in Brazil and the rest of the world. This study centers on the postulation that the genre’s sound combined with its grotesque and baroque iconography is able to produce a contemporary world culture and that it requires continuous research to find its most precise description. The phenomenon is analyzed principally in light of the Bakthinian theory of carnivalization, which has received the addition of the methodological path traced by means of exploratory studies, as well as the author’s direct in situ participation in festivals such as Rock in Rio, Wacken Open Air and Monsters of Rock. Both documental and bibliographic researches centered on the reading of images. The corpus includes images from photographs, newspapers, websites, blogs, paintings, t-shirts, posters, comic books, books, encyclopedias, movies, documentaries, animation and LP, CD, DVD, Blu-ray and VHS covers, as well as dress, makeup and hairstyle – in short, the complete heavy metal imaginarium. The focus is of a diachronic-synchronic nature and features in the history of the heavy metal genre. The problematization involves the following question: “What are the main pictorial and symbolic elements produced by the music industry that provoke such intense, notoriously impassioned devotion in heavy metal dilettantes and how do they achieve their purpose with such efficacy?” It is further postulated that the intense sound of heavy metal emanates an interior sensation of force and superhuman power in its fans that transforms into a type of unlimited love and exacerbated fidelity (i.e. an almost absolute dependency), which is commensurate with a group, collective or social demand for protection. Results allow for the conclusion that by being conscious of this idiosyncrasy, illustrators, designers and advertisers have striven to perpetuate an iconographic and symbolic universe equally intense, robust and intimidating in which Bakhtin’s key carnivalizing motifs can be found (Death, masquerade, good/evil dualism, hyperbolism, the grotesque, Hell, the laugh, hybridization, metamorphosis, the banquet, insanity and antithesis). Keywords: Heavy Metal culture; Music; Symbolism; Iconography; Carnivalization. Image reading. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 – Garoto fazendo o “Sinal do Diabo” ............................................... 33 Figura 2 – James Hetfield, vocalista da banda norte-americana Metallica.... 33 Figura 3 – Capa do box Clássicos de Todos Os Tempos – Johannes Brahms ......................................................................................... 35 Figura 4 – Capa do disco de vinil com o Concerto nº 1 “Le Streghe” ............ 35 Figura 5 – Capa do DVD do Kiss (2003) ....................................................... 36 Figura 6 – Capa do disco Diabolus in Musica do grupo Slayer (1998) .......... 36 Figura 7 – Capa do DVD Death on the Road do grupo Iron Maiden (2006) .. 39 Figura 8 – Capa do filme sueco de 1921: Körkarlen ..................................... 39 Figura 9 – Caixão funerário da marca KISS................................................... 39 Figura 10 – A escultura nomeada Angel of Death ........................................... 40 Figura 11 – Esqueleto querendo “cair nos braços da galera”........................... 40 Figura 12 – Capa de Melissa do grupo Mercyful Fate (1983)........................