Guimarães Rosa E a Revista Senhor: Uma Poética Da Integração
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE LETRAS CLÁSSICAS E VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA BRASILEIRA MARISE SOARES HANSEN Guimarães Rosa e a revista Senhor: Uma poética da integração Versão corrigida São Paulo 2018 1 MARISE SOARES HANSEN Guimarães Rosa e a revista Senhor: Uma poética da integração Versão corrigida Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Literatura Brasileira da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do título de doutora em Letras. Orientador: Prof. Dr. Marcos Antonio de Moraes São Paulo 2018 2 3 HANSEN, Marise Soares. Guimarães Rosa e a revista Senhor: uma poética da integração. Tese apresentada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Doutora em Letras. Aprovada em: Banca examinadora Prof. Dr. Instituição: Julgamento: Assinatura: Prof. Dr. Instituição: Julgamento: Assinatura: Prof. Dr. Instituição: Julgamento: Assinatura: Prof. Dr. Instituição: Julgamento: Assinatura: Prof. Dr. Instituição: Julgamento: Assinatura: 4 A Arlinda e Elpídio, origem de tudo isso, em tantos sentidos. A André e Pedro, cúmplices compreensivos, ajudantes divertidos e parceiros sempre. A Ivan Teixeira, in memorian, mestre e amigo a mostrar o caminho. 5 AGRADECIMENTOS Ao Colégio Bandeirantes, representado por seu diretor-presidente, Mauro de Salles Aguiar, pelo diretor pedagógico Pedro Fregoneze e pela coordenadora de Português, Susana Regina Vaz Húngaro, pelo suporte incondicional e imprescindível para a elaboração desta tese. Ao meu orientador, Prof. Dr. Marcos Antonio de Moraes, pela leitura atenta, pelas sugestões, pelo incentivo. Aos professores doutores Luiz Roncari e Monica Gama, que fizeram parte da Banca de Qualificação desta tese e contribuíram com abertura de caminhos. Aos professores Frederico Antonio Camillo Camargo, João Adolfo Hansen, Luiz Dagobert de Aguirra Roncari, Mônica Fernanda Rodrigues Gama, que compuseram a banca, pela leitura generosa, pelas ricas sugestões, algumas das quais incorporo nessa versão corrigida, com a devida indicação. À equipe do Arquivo Guimarães Rosa do IEB, da Biblioteca do IEB e da Biblioteca Florestan Fernandes, com quem sempre pude contar e contei, em vários dias de pesquisa. Aos amigos da querida Oficina de Leitura de Guimarães Rosa do IEB, carinhosamente conhecida pelo que é, uma Roda (viva). Aos amigos que, ao longo da jornada, mostraram interesse e preocupação com o estado do trabalho, mas, sobretudo, com o meu estado. Ao Carlos Naggar, pelo amoroso estímulo. 6 A obra é feita não duas vezes, mas cem vezes, mil vezes por todos aqueles que se interessam por ela, que têm um interesse material ou simbólico em a ler, classificar, decifrar, comentar, reproduzir, criticar, combater, conhecer, possuir. Pierre Bourdieu, As regras da arte 7 RESUMO HANSEN, Marise Soares. Guimarães Rosa e a revista Senhor: uma poética da integração. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2018. A presente tese apresenta uma análise das relações entre três novelas de João Guimarães Rosa e o veículo que lhes serviu de suporte, a revista Senhor, publicada entre março de 1959 e março de 1964. O objetivo é propor uma interpretação de “A simples e exata estória do burrinho do Comandante”, “Meu tio o Iauaretê” e “A estória do Homem do Pinguelo”, que vieram a compor o póstumo Estas estórias, à luz de uma poética cultural, a que vigorou no período da construção e inauguração de Brasília. O discurso cultural que caracteriza a era de Juscelino Kubitschek pauta-se pelas ideias de desenvolvimento, modernização e integração. A revista Senhor é ícone dessa era, e reuniu em suas páginas o que era sinônimo de novidade, sem deixar de ser brasileira. Como ocorre com os textos publicados pela revista, a obra de Rosa compõe parte desse discurso cultural, na medida em que o projeto literário do autor tem o dialogismo, uma forma de integração, como pilar central. Os lugares tanto da revista quanto do autor no campo literário são considerados para se veja neles uma convergência, e para que se os considere como partes constituintes de um mesmo discurso. Palavras-chave: João Guimarães Rosa; revista Senhor; poética cultural; discurso cultural; integração; dialogismo; campo literário; Estas estórias. 8 ABSTRACT HANSEN, Marise Soares. Guimarães Rosa and Senhor magazine: a poetics of integration. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, 2018. This thesis presents an analysis of the relationship between three of João Guimarães Rosa’s stories and the communication vehicle that served them as support, the Senhor magazine, published from March, 1959 up to March 1964. The main objective is to propose an interpretation of “A simples e exata estória do burrinho do Comandante” ‘Meu tio o Iauaretê” and “A estória do Homem do Pinguelo”, stories which would compose the post-mortem Estas estórias, under the light of a poetics of culture, considering the years of construction and inauguration of Brasília. During the Juscelino Kubitschek era, the cultural discourse is based on the ideas of development, modernization and integration. Senhor is an icon of said era, and compiled within its pages what was synonym of news, while never setting aside its Brazilian nature and origin. Rosa’s work configures as part of that cultural discourse, as it occurred with the texts published by the magazine, for the author’s literary project has the dialogism, a means of integration, as its central foundation. The positions of both artist and magazine in the literary field are considered so that a convergence is possible to be identified between them, and in order for them to be seen as pieces of an one, common discourse. Keywords: João Guimarães Rosa; Senhor magazine; poetics of culture; cultural discourse; integration; dialogism; literary field; Estas estórias. 9 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO........................................................................................................11 Capítulo I. A SITUAÇÃO DE SENHOR EM SEU TEMPO: O LUGAR DA REVISTA NO CAMPO LITERÁRIO......................................................................................22 O SENHOR MIRE E VEJA................................................................................45 Capítulo II. GUIMARÃES ROSA NO CAMPO LITERÁRIO; IMAGEM DO AUTOR................................................................................................................50 IMAGEM: LINGUAGEM.....................................................................................50 DIALOGISMO....................................................................................................56 DO CAMPO AO CAMPO LITERÁRIO – E VICE-VERSA..................................60 TRANSCULTURAÇÃO: PROJETO..................................................................64 Capítulo III. TRÊS “ESTÓRIAS” EM SENHOR...........................................................80 Capítulo IV. “A SIMPLES E EXATA ESTÓRIA DO BURRINHO DO COMANDANTE”: TOPIA E PARATOPIA DO AUTOR..............................................................................94 A ESTÓRIA DO BURRINHO – E DE SEU RESGATE......................................94 AVE, NAVIO-NAVE..........................................................................................102 VIAGEM, VIATOR............................................................................................104 NA TERRA, TANTA GUERRA, TANTO ENGANO..........................................112 ENSINAMENTOS DE KAIRÓS........................................................................118 FARDA, FARDÃO............................................................................................121 HISTÓRIA E ESTÓRIA EM SENHOR.............................................................125 Capítulo V. CENTRO OU MARGEM? ATOPIA DO IAUARETÊ...............................140 ONÇA, UMA ANTOLOGIA..............................................................................140 BOM, BONITO.................................................................................................152 NOME. LUGAR. LINGUAGEM........................................................................159 ONÇA NO CENTRO........................................................................................164 Capítulo VI. “A ESTÓRIA DO HOMEM DO PINGUELO”: UMA UTOPIA................170 SENHOR FAZ TRÊS ANOS SOB O OLHAR DO REMIROSO.......................170 PRIMEIRA MIRADA: SIGNO DO DOIS...........................................................175 O BEM-ENCONTRADO...................................................................................179 REMIRADA: DISCURSO.................................................................................185 UTOPIA DA INTEGRAÇÃO.............................................................................189 CONCLUSÃO.............................................................................................................206 BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................220 10 APRESENTAÇÃO Este estudo visa investigar a publicação de contos e novelas de João Guimarães Rosa na revista Senhor, periódico que marcou época pela qualidade das colaborações jornalístico-literárias e do design gráfico inovador. Escritores de renome nacional e internacional, artistas plásticos, músicos,