Integração Da América Latina
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Nº 319 Fevereiro de 2016 Órgão Oficial do Corecon-RJ e Sindecon-RJ Integração da América Latina Gustavo Rojas de Cerqueira César, Nildo Ouriques, Luiz Carlos Delorme Prado e Igor Fuser atualizam e aprofundam o debate sobre a integração econômica dos países da América Latina FPO analisa a situação da previdência dos servidores do Rio; resumo do trabalho primeiro colocado no Prêmio de Monografia Economista Celso Furtado 2 Editorial Sumário Integração da América Latina Integração da América Latina ...........................................................3 A ainda claudicante integração econômica da América Latina, que Gustavo Rojas de Cerqueira César apresenta diculdades adicionais neste momento de crise e guinadas A integração regional no século XXI conservadoras em alguns países da região, é o tema desta edição. Gustavo Rojas de Cerqueira César, da Universidade de Belgrano, na Argentina, arma em artigo que este é o momento adequado para pen- Entrevista: Nildo Ouriques .................................................................6 sar os uxos econômicos intrarregionais na América do Sul a partir de “A integração latino-americana foi comandada uma nova perspectiva, que permita explorar as possibilidades de redução pela expansão das multinacionais” dos custos de produção e gerar o dinamismo necessário para elevar e di- versicar a presença de suas economias no mercado internacional e nas cadeias globais de valor. Integração da América Latina ...........................................................8 Nildo Ouriques, da UFSC, lamenta em entrevista que muita gente Luiz Carlos Delorme Prado suponha que a Avenida Paulista e o coração burguês do Brasil, que é São O fracasso da Rodada de Doha e as armadilhas Paulo, possam levar adiante o desenvolvimento prescindindo da integra- ção latino-americana. Ele diz ainda que a integração obtida até o mo- dos acordos plurilaterais mento foi comandada pela expansão das multinacionais. Luiz Carlos Delorme Prado, do IE/UFRJ, arma no seu artigo que Integração da América Latina ........................................................ 10 é um equívoco submeter-se à estratégia de acordos plurilaterais amplos Igor Fuser com cláusulas que não interessam aos países em desenvolvimento. A me- lhor alternativa para o Brasil é tentar reformar o Mercosul e continuar Integração: faltou combinar com a burguesia usando-o como plataforma para aumentar nosso poder de barganha nas negociações com outras regiões e países. Fórum Popular do Orçamento ....................................................... 12 Igor Fuser, da Universidade Federal do ABC, pergunta no seu arti- A providência da Previdência go: como levar adiante a emancipação da América Latina se os principais atores aos quais foi entregue essa grandiosa tarefa – a burguesia de cada um dos nossos países – têm como interesse essencial a manutenção dos Monografia ..................................................................................... 15 atuais laços de dependência? Daniel Ribera Vainfas O artigo do FPO desconstrói a percepção de que há uma crise na previdência pública brasileira e analisa a situação especíca da previdên- O Mercado Enraizado cia dos servidores do município do Rio de Janeiro. A partir desta edição, iniciamos a publicação dos resumos dos tex- O Corecon-RJ apóia e divulga o programa Faixa Livre, apresentado por Paulo Pas- tos vencedores do 25º Prêmio de Monograa Economista Celso Furtado sarinho, de segunda à sexta-feira, das 9h às 10h30, na Rádio Livre, AM, do Rio, 1440 com o trabalho de Daniel Ribera Vainfas, primeiro colocado no certame. khz ou na internet: www.programafaixalivre.org.br ou www.radiolivream.com.br Órgão Oficial do CORECON - RJ Presidente: José Antonio Lutterbach Soares. Vice-presidente: Sidney Pascoutto da Rocha. Con- E SINDECON - RJ selheiros Efetivos: 1º TERÇO: (2014-2016) Arthur Câmara Cardozo, Gisele Mello Senra Rodrigues Issn 1519-7387 - 2º TERÇO: (2015-2017) Antônio dos Santos Magalhães, Gilberto Caputo Santos, Jorge de Olivei- ra Camargo - 3º TERÇO: (2016-2018) Carlos Henrique Tibiriçá Miranda, Sidney Pascoutto Rocha, Conselho Editorial: Carlos Henrique Tibiriçá Miranda, José Ricardo de Moraes Lopes, Sidney Pas- José Antônio Lutterbach Soares. Conselheiros Suplentes: 1º TERÇO: (2014-2016) Andréa Bas- coutto da Rocha, Gilberto Caputo Santos, Marcelo Pereira Fernandes, Gisele Rodrigues, João Paulo tos da Silva Guimarães, Regina Lúcia Gadioli dos Santos, Marcelo Pereira Fernandes - 2º TERÇO: de Almeida Magalhães, Sergio Carvalho C. da Motta, Paulo Mibielli Gonzaga. Jornalista Respon- (2015-2017) André Luiz Rodrigues Osório, Flavia Vinhaes Santos, Miguel Antônio Pinho Bruno - 3º sável: Mar celo Cajueiro. Edição: Diagrama Comunicações Ltda-ME (CNPJ: 74.155.763/0001-48; TERÇO: (2016-2018) Arthur Cesar Vasconcelos Koblitz, José Ricardo de Moraes Lopes, Sergio tel.: 21 2232-3866). Projeto Gráfico e diagramação: Rossana Henriques (rossana.henriques@ Carvalho Cunha da Motta. gmail.com). Ilustração: Aliedo. Revisão: Bruna Gama. Fotolito e Impressão: Edigráfica. Tira- gem: 13.000 exemplares. Periodicidade: Mensal. Correio eletrônico: [email protected] SINDECON - SINDICATO DOS ECONOMISTAS DO ESTADO DO RJ Av. Treze de Maio, 23 – salas 1607 a 1609 – Rio de Janeiro – RJ – Cep 20031-000. Tel.: (21)2262- As matérias assinadas por colaboradores não refletem, necessariamente, a posição das entidades. 2535 Telefax: (21)2533-7891 e 2533-2192. Correio eletrônico: [email protected] É permitida a reprodução total ou parcial dos artigos desta edição, desde que citada a fonte. Mandato – 2014/2017 CORECON - CONSELHO REGIONAL DE ECONOMIA/RJ Coordenação de Assuntos Institucionais: Sidney Pascoutto da Rocha (Coordenador Geral), Av. Rio Branco, 109 – 19º andar – Rio de Janeiro – RJ – Centro – Cep 20040-906 Antonio Melki Júnior, Jose Ricardo de Moraes Lopes e Wellington Leonardo da Silva Telefax: (21) 2103-0178 – Fax: (21) 2103-0106 Coordenação de Relações Sindicais: João Manoel Gonçalves Barbosa, Carlos Henrique Tibi- Correio eletrônico: [email protected] riçá Miranda, César Homero Fernandes Lopes, Gilberto Caputo Santos. Internet: http://www.corecon-rj.org.br Coordenação de Divulgação Administração e Finanças: Gilberto Alcântara da Cruz, José Antonio Lutterbach, José Jannotti Viegas e André Luiz Silva de Souza. Conselho Fiscal: Regina Lúcia Gadioli dos Santos, Luciano Amaral Pereira e Jorge de Oliveira Camargo www.corecon-rj.org.br Jornal dos Economistas / Fevereiro 2016 Integração da América Latina 3 A integração regional no século XXI Gustavo Rojas de Cerqueira César* 10% das exportações intrarregio- A integração nais da América Latina foram de sul-americana s uxos de comércio atra- bens intermediários. Essa partici- vessam profundas transfor- pação é inferior àquela de outras Apesar da redução das perspec- mações.O A diminuição das barrei- regiões, tais como a Associação tivas de crescimento mundial, os ras tarifárias e o desenvolvimento das Nações do Sudeste Asiático+3 países da Ásia em desenvolvimen- de novas tecnologias ampliaram o (ASEAN+3), 30%; o Acordo de to, movidos pelo avanço da urbani- horizonte das atividades econômi- Livre Comércio da América do zação e elevação da renda, seguirão cas passíveis de intercâmbio entre Norte (NAFTA), 19%; e a União respondendo por mais da metade países. A fragmentação do proces- Europeia (UE), 16%3. A América do crescimento mundial nos pró- so produtivo e a dispersão interna- Latina (AL) continua a ser mar- ximos anos, sustentando um volu- cional de tarefas vêm construindo cada pela heterogeneidade: 2/3 me crescente de demanda por com- um sistema sem fronteiras, organi- das exportações de bens interme- modities, que será acompanhado de zado em cadeias sequenciais e/ou diários da região destinam-se aos gradual mudança de perl, rumo a redes complexas, as cadeias globais EUA, enquanto o comércio regio- produtos mais elaborados. de valor (CGV). nal segue concentrado no inter- As economias sul-americanas As CGV são coordenadas por câmbio de bens industriais nais. seguem apresentando uma elevada empresas transnacionais, que in- O peso e a dinâmica das transa- heterogeneidade de seu potencial comercial. Seu valor encontra-se termedeiam 80% do comércio ções baseadas nas CGV ainda não econômico relativo, sofrendo cres- no estabelecimento de acumu- mundial1. Cerca de 60% do co- se encontram devidamente reeti- cente concorrência de bens indus- lação de origem. Seus membros mércio global já é composto pe- dos nas regras do sistema multila- triais nais provenientes de extra- são países caracterizados pela bai- lo intercâmbio de bens e servi- teral de comércio. Os acordos se- zona. Apesar do longo histórico de xa resistência à abertura comer- ços intermediários, insumos que guem operando primordialmente iniciativas integracionistas, a con- cial: apresentam tarifa de nação se incorporam em diversas eta- com base em uma lógica tradicio- junção de esforços para melhorar a mais favorecida média de 6,6%, pas dos processos produtivos de nal, prevendo reconhecimento bi- competitividade em terceiros mer- em contraste com o Mercosul, bens e serviços. Os serviços, in- lateral de origem. Os modestos re- cados nunca foi devidamente tra- cuja média é de 12%. Antes mes- tensivos em mão de obra e co- sultados alcançados na Rodada tada como base para a sustenta- mo da criação do bloco, os quatro nhecimento, constituem o prin- Uruguai, em disciplinas como ser- bilidade dos acordos regionais. A países já haviam celebrado bilate- cipal insumo utilizado por essas viços, investimentos e