Maria Ceci Misoczky Rafael Kruter Flores Joysi Moraes (Organizadores) Maria Ceci Misoczky Rafael Kruter Flores Joysi Moraes (Organizadores)
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Maria Ceci Misoczky Rafael Kruter Flores Joysi Moraes (Organizadores) Maria Ceci Misoczky Rafael Kruter Flores Joysi Moraes (Organizadores) DACASA EDITORA 2010 projeto.indd 1 22/10/2010 14:01:54 Série Conselho Editorial Eloise Dellagnelo - Universidade Federal de Santa Catarina Nildo Ouriques - Instituto de Estudos Latino-Americanos Steffen Böhm - University of Essex projeto.indd 2 22/10/2010 14:01:54 Maria Ceci Misoczky Rafael Kruter Flores Joysi Moraes (Organizadores) DACASA EDITORA 2010 projeto.indd 3 22/10/2010 14:01:54 Capa © DO AUTOR Clarice M. de Oliveira Direito de Publicação Dacasa Editora Projeto Gráfico e Diagramação Caixa Postal 5057 PUBBLICATO DESIGN EDITORIAL 90041-970 | Porto Alegre | RS www.pubblicato.com.br www.dacasaeditora.com.br (51) 3013 1330 [email protected] Vendas pelo correio Livraria Palmarinca Rua Jerônimo Coelho, 281 90010-241 | Porto Alegre | RS (51) 3225 2577 [email protected] O68 Organização e Práxis Libertadora / org. por Maria Ceci Misoczky, Rafael Kruter Flores e Joysi Moraes. – Porto Alegre, Dacasa Editora, 2010. 232 p.: il.; 16 x 2 3 cm. – (Organização e Práxis Libertadora) Inclui bibliografia e notas. 1. Movimentos sociais. 2. Organizações sociais. I. Mizoczki, Maria Ceci, org. II. Flores, Rafael Kruter, org. III. Moraes, Joysi, org. CDU 304:65.01 CIP – Catalogação na fonte: Paula Pêgas de Lima CRB 10/1229 Apoio: CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior projeto.indd 4 22/10/2010 14:01:54 ÍNDICE 7 APRESENTAÇÃO 13 DAS PRÁTICAS NÃO-GERENCIAIS DE ORGANIZAR À ORGANIZAÇÃO PARA A PRÁXIS DA LIBERTAÇÃO Maria Ceci Misoczky 57 BLOCH, GRAMSCI E PAULO FREIRE: REFERÊNCIAS FUNDAMENTAIS PARA OS ATOS DA DENÚNCIA E DO ANÚNCIO Maria Ceci Misoczky Rafael Kruter Flores Joysi Moraes 77 A ORGANIZAÇÃO DIALÓGICA DO MOVIMIENTO DE TRABAJADORES DESOCUPADOS DE LA MATANZA Joysi Moraes Maria Ceci Misoczky O68 Organização e Práxis Libertadora / org. por Maria Ceci Misoczky, Rafael Kruter Flores e Joysi Moraes. – Porto Alegre, Dacasa Editora, 2010. 107 URUGUAI: A LUTA PELA ÁGUA COMO UM BEM COMUM 232 p.: il. ; 14 x 21 cm. – (Organização e Práxis Libertadora) Rafael Kruter Flores Inclui bibliografia e notas. 1. Movimentos sociais. 2. Organizações sociais. I. Mizoczki, Maria Ceci, org. II. Flores, Rafael Kruter, org. III. Moraes, Joysi, org. 131 MERCADOS DE CARBONO: IMAGENS DO NORTE E DO SUL Steffen Böhm Maria Ceci Misoczky CDU 304:65.01 CIP – Catalogação na fonte: Paula Pêgas de Lima CRB 10/1229 153 DESENVOLVIMENTO: CONFLITOS SÓCIO-AMBIENTAIS E PERSPECTIVAS EM DISPUTA Maria Ceci Misoczky 185 A PRODUÇÃO DE ÁLCOOL COMBUSTÍVEL NO BRASIL: REORGANIZAÇÃO DO CAPITAL E SUPEREXPLORAÇÃO DO TRABALHO OU VAMOS NOS JOGAR ONDE JÁ CAÍMOS... TUDO NOVO DE NOVO ... Sueli Goulart Maria Ceci Misoczky 209 A QUEM PERTENCE O CONHECIMENTO QUE PRODUZIMOS? Sueli Goulart Cristina Amélia Carvalho projeto.indd 5 22/10/2010 14:01:54 projeto.indd 6 22/10/2010 14:01:55 Apresentação A crítica arrancou as flores imaginárias dos grilhões, não para que o homem os suporte sem fantasias ou consolo, mas para que lance fora os grilhões e a flor viva brote. Karl Marx O conjunto de textos que compõe este livro se constitui em um balanço, uma amostra do trabalho realizado e uma reflexão sobre o caminho a seguir de um coletivo de trabalho que se localiza na Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e em seu Programa de Pós-Graduação (PPGA), e na Universidade Federal Fluminense (UFF): o Grupo de Pesquisa Or- ganização e Práxis Libertadora1. O Grupo tem como objetivo contribuir para a organização de lutas sociais valorizando a tradição do pensamento social latino- -americano e o conhecimento que é produzido na práxis dos lutadores sociais, e se organiza em torno de quatro linhas de pesquisa: práticas organizacionais de lutas e movimentos sociais; lutas sociais na formação e transformação do Estado; contribuições do pensamento social latino-americano; concepções em disputa na produção e acesso ao conhecimento. Os textos que seguem foram co-produzidos neste coletivo. As autorias identificadas expressam mais o cumprimento de tarefas e afinidades eletivas de temas e autores do que produções individuais. A experiência de co-produção foi importante não apenas porque contribuiu para gerar a articulação dos escritos, mas principalmente porque permitiu que compartilhássemos – não sem espanto, em alguns momentos – a percepção da coerência do nosso trabalho. Essa coerên- cia é bastante perceptível na linguagem comum a todos os textos. Claro que isto não se dá por acaso. Além dos objetos de estudo que, ao serem construídos2, in- 1 Página do Grupo de Pesquisa Organização e Práxis Libertadora no Diretório do CNPq: http://dgp.cnpq. br/diretorioc/fontes/detalhegrupo.jsp?grupo=0192602LU6FNW8 2 No sentido dado por Pierre Bourdieu à construção do objeto como um trabalho social de recusa do pré-construído, como uma tarefa que se completa pouco a pouco, através de uma série de pequenas retificações e emendas inspiradas em um conjunto de princípios práticos que orienta as escolhas (BOURDIEU, Pierre. La práctica de la sociología reflexiva. In: BOURDIEU, Pierre; WACQUANT, Loïc. Una invitación a la sociología reflevixa. Buenos Aires: Siglo XXI Editores, 2005. p. 301-358). projeto.indd 7 22/10/2010 14:01:55 8 Apresentação dicam muitas direções comuns, o compartilhamento de referências fundamentais também contribui decisivamente. Por isso, começamos explicitando e compartilhando nossas referências fundamentais, até este momento: Ernst Bloch, Antonio Gramsci e Paulo Freire. Estes não são, porém, os únicos autores com os quais trabalhamos. A atividade teórica em que estamos imersos – e que se orienta por um princípio ético-mate- rial definido a partir da vida como critério de verdade (DUSSEL, 2001) – leva- -nos a buscar diálogos e interfaces com diversos autores, especialmente com aqueles que realizam seu fazer acadêmico articulando-o com as lutas sociais. Estamos convencidos de que o processo coletivo de produção de aportes que contribuam para a práxis da libertação inclui dialogar com experiências signi- ficativas de organização popular e com as representações teóricas com as quais encontram correspondência. Aí se encontram releituras da tradição marxista e reinvenções do patrimônio humanista praticando, a partir da nossa situação latino-americana3, a reoriginalização cultural (QUIJANO, 2001) e a redução sociológica (GUERREIRO RAMOS, 1965). As sistematizações e aproximações entre Bloch, Gramsci e Freire são pre- cedidas de um capítulo onde recuperamos a trajetória do nosso coletivo de tra- balho, refazemos os caminhos que percorremos e indicamos por onde estamos indo. Na sequência se encontram seis capítulos: amostras de nosso trabalho. Como se poderá perceber, alguns expressam – na terminologia de Bloch4 – o vermelho frio, são mais analíticos e críticos; outros expressam mais o vermelho quente, são prospectivos, marcados pela plenitude da expectativa que acompa- nha o otimismo militante. A amostra se inicia com o texto A organização dialógica do Movimiento de Trabajadores Desocupados de La Matanza, escrito por Joysi Moraes e Maria Ceci Misoczky, cujo tema central é a organização como meio para a aprendizagem da práxis libertadora em um trabalho que se orienta pela teoria freireana. Paulo Freire refletiu, diversas vezes, sobre o tema da auto-organização, cujo oposto é a manipulação. Em torno desta reflexão desenvolveu duas teorias: a da ação antidialógica e a da ação dialógica. A cada uma delas corresponde uma prática que contradiz a outra. Como 3 Apesar da obviedade do pertencimento do Brasil à América Latina, em mais de uma oportunidade nos deparamos com um questionamento a esse respeito. Aos que se interessarem pelo tema, remetemos à leitura de Darcy Ribeiro, que tratou deste tema com a propriedade e franqueza que lhe era carac- terística em RIBEIRO, Darcy. O povo latino-americano. In: ______. O Brasil como problema. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1995. p. 121-146. 4 Esta terminologia será explorada no texto sobre Ernst Bloch. projeto.indd 8 22/10/2010 14:01:55 Organização e Práxis Libertadora 9 ocorre com todas as práticas, nenhuma delas pode prescindir do auxílio das ciências ou das teorias que lhes dão suporte, articulando-as em uma práxis. De acordo com Paulo Freire, a teoria da ação antidialógica há muito possui seus teóricos e ideólogos e se expressa nas burocracias. Já sua antítese, a teoria da ação dialógica, expressa o devir de uma organização cujo objetivo é a libertação humana e pressupõe como in- separáveis a prática organizacional da aprendizagem. Paulo Freire expõe as condições concretas da teoria da ação dialógica no ato mesmo de sua práxis militante, e assinala que precisamos de mais experiências que mostrem sua viabilidade, bem como de pro- duções intelectuais que as tornem visíveis. Assim, com o objetivo de tornar visíveis organizações que efetivam, na sua prática organizacional, a ação dialógica, as autoras relatam e refletem sobre o processo de emersão dos sujeitos que se auto-organizavam no Movimiento de Trabajadores Desocupados de La Matanza (Argentina). O texto que segue, de autoria de Rafael Kruter Flores – Uruguai: a luta pela água como um bem comum – aborda um processo recente de construção de contra-hegemonia na luta pelo acesso à água. Trata-se de uma luta que, ao de- fender a própria existência física dos sujeitos, nas palavras de Gramsci, afirma os mais elevados valores da civilização e da humanidade. No Uruguai a população, ao ter o acesso à água impedido ou dificultado, se organizou, reformou a Consti- tuição, expulsou empresas transnacionais, impediu novas privatizações de servi- ços dessa natureza e afirmou a definição da água como um bem comum. Ainda no campo das relações entre a natureza como bem comum e a apro- priação pelo sistema do capital, Steffen Böhm e Maria Ceci Misoczky abordam Mercados de carbono: imagens do Norte e do Sul. Esse texto problematiza o tema do mercado de carbono tendo como referência a ecologia política e a aborda- gem dos conflitos distributivos, explorando imagens do Norte e do Sul.