Ajude Uma Mãe: Campanhas Apoiam Mulheres Durante Pandemia
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
Ajude uma mãe: campanhas apoiam mulheres durante pandemia Projetos levam renda e doações de alimentos a família em situação de vulnerabilidade social; veja como colaborar (Colabora, 06/05/2020 – acesse no site de origem) As mulheres, e mães, são as mais prejudicadas pelapandemia do novo coronavírus. Além de parte delas ser profissional da saúde, muitas também são responsáveis pela renda familiar e acabam cuidando sozinhas de filhos, pais e demais parentes. No caso das favelas, a situação se torna ainda mais complicada, pois os lares são chefiados por 49% de mulheres e 47% são autônomas, grupo mais prejudicado pela crise. Uma pesquisa feita pelo Data Favela e pelo Instituto Locomotiva mostra que são cerca de 5,2 milhões de mães nas comunidades do Brasil. Deste número, 72% afirmam que a alimentação da família ficará prejudicada pela ausência de trabalho e 92% dizem que terão dificuldade para comprar comida após um mês sem dinheiro. Por isso, neste período de quarentena, a solidariedade é essencial para auxiliar quem mais precisa. A Catraca Livre selecionou quatro projetos para você ajudar mães em situação de vulnerabilidade social. Confira as iniciativas abaixo e veja como doar! Mães da Favela A campanha Mães da Favela, realizada pelaCentral Única das Favelas (Cufa), tem como objetivo levar renda básica a milhares de mães moradoras de comunidades de todo o país, afetadas pela pandemia. As doações podem ser feitas pelo site oficial do programa ou pelo aplicativo PicPay por meio da Cufa. A organização irá transferir o valor do benefício, de R$ 120, para todas as mães cadastradas durante dois meses. Saiba mais: Fundo para mães e trabalhadoras informais Voluntários do Cursinho Popular Chance, da favela de Paraisópolis, em São Paulo, criaram uma vaquinha online para coletar doações e ajudar cada mulher com uma renda básica de R$ 400. A iniciativa surgiu quando o grupo acompanhou mães dos alunos, de funcionários e colaboradores depois do início da pandemia. “Com a covid-19, milhões de mulheres perderam seus empregos e estão sem renda para sustentar suas famílias. Marias diaristas, vendedoras autônomas pelas ruas, mães solteiras, mantenedoras da casa. Especialmente negras. Marias fortes e guerreiras, Marias como eu e você”, diz o texto da campanha. Se você quiser ajudar, basta clicar aqui. A campanha foi criada pelo Cursinho Popular Chance, de Paraisópolis. Crédito: Reprodução. Segura a curva das mães Já o movimento Segura a Curva das Mães foi idealizado para identificar mães em situação de vulnerabilidade, causada ou agravada pela pandemia do novo coronavírus, para, então, garantir apoio emergencial a este grupo. A organização do projeto é do Instituto Casa Mãe e do Coletivo MASSA. Até o momento, a campanha já mapeou mais de 700 mulheres mães por todo o país, responsáveis por crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. Com o dinheiro arrecadado, a ação já atendeu mais de 100 mães, com o apoio financeiro no valor de R$ 150. Colabore aqui! Impactando Vidas Pretas No Brasil, o impacto da covid-19 tem sido ainda maior para famílias vulneráveis. A crise agravou a situação da comunidade negra, que encabeça a lista dos desempregados e dos que vivem abaixo da linha da miséria. Por isso, é necessário fazer um recorte social e racial na hora de criar políticas públicas em um país tão desigual. O Impactando Vidas Pretas é uma campanha de caráter emergencial para atender, preferencialmente, famílias negras lideradas por mães solos e afroempreendedores. A ideia do projeto é promover a transferência de renda, buscando auxiliar pessoas que estão desassistidas historicamente. “Cesta básica ajuda, mas é, de novo, o asfalto dizendo para a favela o que ela tem direito a consumir. Mais efetivo seria transferir renda diretamente para que os moradores de favelas comprassem o que precisam”, afirma Renato Meirelles. Veja como apoiar a ação neste link. Assassinatos de mulheres trans e travestis sobem 13% durante isolamento social, diz pesquisa Levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais releva que 26 casos foram noticiados nos meses de março e abril, quando a pandemia se agravou no Brasil (Celina/O Globo, 06/05/2020 – acesse no site de origem) Uma rápida busca na internet revela a crueldade vivenciada pelas mulheres trans e travestis no Brasil. “Travesti é morta a facadas”, “transexual é encontrada morta dentro de casa”, “travesti é assassinada por adolescente em ponto de ônibus”. Todas as manchetes são de notícias publicadas nos meses de abril e março de 2020. Neste período, desde que o isolamento social começou a ser adotado para conter a pandemia de coronavírus, foram registrados 26 casos de assassinatos de mulheres trans e travestis no país. Um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Entre os meses de janeiro a abril, foram64 casos. Uma alta de 49% em relação as 43 ocorrências registradas no mesmo período do ano passado. O número do primeiro quadrimestre de 2020 também foi superior ao de 2018 (63) e 2017 (58), quando a Antra começou a divulgar o relatório. Os casos são contabilizados conforme são noticiados pela mídia ou notificados à entidade através de sua rede. A associação considera que aumento no número de assassinatos de pessoas trans registrados contrariou as expectativas de redução de casos neste período de isolamento social, assim como ocorreu com outras parcelas da população. “Quando vemos que o assassinato de pessoas trans aumentou, temos um cenário onde os fatores sociais se intensificam e tem impactado a vida das pessoas trans, especialmente as travestis e mulheres transexuais trabalhadoras sexuais, que seguem exercendo seu trabalho nas ruas para ter garantida sua subsistência, visto que a maioria não conseguiu acesso às políticas emergenciais do estado”, diz o relatório. Há quatro anos a Antra monitora as mortes de pessoas trans no Brasil. Os números são divulgados anualmente, em janeiro, mês da Visibilidade Trans. Neste ano, a entidade decidiu divulgar boletins bimestrais e quadrimestrais, trazendo um panorama da situação em geral. Somente nos dois primeiros meses do ano, o aumento no número de assassinatos em relação ao mesmo período do ano passado foi de 90%. Em 2019, foram 20 casos e, em 2020, 38 – o maior para o período nos últimos quatro anos, segundo o monitoramento. Até o momento, todas vítimas em 2020 são travestis e mulheres transexuais. “As travestis profissionais do sexo, em sua maioria negras e semianalfabetas que desempenham sua função na rua, enfrentam diversos estigmas no país que mais assassina pessoas trans do mundo”, escreveu a secretária de articulação política da Antra, Bruna Benevides, no relatório. À Celina, ela disse que o esvaziamento das ruas em função das medidas de isolamento social favorece a atuação de “pessoasl mal intencionadas” e dificulta o registro de ocorrências. — Não que a prostituição seja uma atividade perigosa, os maiores índices de violência no Brasil estão dentro de casa. Mas as pessoas que buscam as travestis seguem o rito de tentar apagar qualquer vestígio deste envolvimento ”pecaminoso ou abjeto”, indo até as últimas consequências para que não sejam descobertos — explicou Benevides. Ela também ressaltou a baixa incidência de identificação e prisão dos suspeitos nos casos de assassinato de pessoas trans e a falta de um procedimento ou critério instituído para o atendimento dessas ocorrências. — Não há rigidez na atuação de casos envolvendo pessoas trans por um preconceito anterior, muitas vezes a culpa é imposta à vítima pelo assassinato — afirmou. A Antra releva que, nos quatro primeiros meses de 2020, também foram notificados 11 suicídios, 22 tentativas de homicídio, 21 violações de direitos humanos, além de 6 casos de mortes relacionadas à Covid-19. A associação denuncia a falta de uma política específica para a população LGBT+ durante a pandemia. Em janeiro, a Antra publicou o levantamento dos assassinatos noticiados ao longo de 2019, como faz todos os anos. O dossiê revelou que apesar de uma queda no número de mortes registradas ao longo do ano passado, o Brasil segue sendo o país que mais mata travestis e transexuais do mundo, segundo a ONG Transgender Europe. Além disso, a associação destaca que o país do 55º lugar, em 2018, para o 68º em 2019 no ranking de países seguros para a população LGBT+. A associação alerta ainda que os números trazidos em seu relatório não refletem exatamente a realidade, em função da provável subnotificação dos casos e da ausência de dados governamentais sobre esses crimes — os monitoramentos são feitos por organizações de defesa de direitos LGBT+, como a Antra ou o Grupo Gay da Bahia. Por Leda Antunes Saúde financeira de mulheres negras é mais crítica na pandemia da covid-19 Pesquisa revela os medos e dificuldades de empreendedoras e empregadas em companhias nacionais e multinacionais (Exame, 06/05/2020 – acesse no site de origem) Apesar de todos estarem sujeitos a contaminação do novocoronavírus , a pandemia não atinge as pessoas da mesma forma. No atual e crítico cenário de saúde, na capital paulista, por exemplo, pretos têm 62% mais chance de morrer vítimas da covid-19 quando comparados com brancos. Entre pardos a chance é 23% maior, segundo dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde no último dia 28. As dificuldades da população negra se tornam ainda maiores quando dividas por gênero. Representando 28% dos brasileiros, as mulheres negras estão 50% mais suscetíveis ao desemprego do que outros grupos, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. De olho nesse cenário, foi lançada a pesquisaSaúde Financeira de Mulheres Negras na pandemia da covid-19 por meio de uma parceria entre o Instituto Identidades do Brasil, a Comunidade Empodera, a organização EmpregueAfro e a Faculdade Zumbi dos Palmares. A partir de 250 entrevistadas de 19 estados, as mulheres foram identificadas em três grupos profissionais: alocadas em empresas nacionais (20%), alocadas em empresas multinacionais (7,8) e empreendedoras (72%).