Universidade Federal Da Bahia Faculdade De Comunicação Programa De Pós-Graduação Em Comunicação E Cultura Contemporâneas
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO E CULTURA CONTEMPORÂNEAS MATHEUS VIANNA MATOS CONFLITOS EM TELA: UMA TRAMA DE RELAÇÕES ENTRE TERRITORIALIDADES E VIOLÊNCIAS NOS CINEMAS BAIANOS Salvador 2020 MATHEUS VIANNA MATOS CONFLITOS EM TELA: UMA TRAMA DE RELAÇÕES ENTRE TERRITORIALIDADES E VIOLÊNCIAS NOS CINEMAS BAIANOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura Contemporâneas da Faculdade de Comunicação – Universidade Federal da Bahia – como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Comunicação e Cultura Contemporâneas. Orientadora: Profª. Drª. Itania Maria Mota Gomes Salvador 2020 AGRADECIMENTOS Primeiro, agradecer muitíssimo à minha orientadora, Itania Gomes, referência na minha trajetória acadêmica e com quem aprendi os caminhos para poder ser um professor que instiga os alunos a pensar sobre o mundo, suas virtudes e suas dificuldades. Foram muitos os debates e sugestões, sempre muito valiosos, que transformaram esse trabalho no que ele se tornou. Ao TRACC, por ser o melhor grupo de pesquisa do mundo, com tantas leituras e cuidado com o trabalho do outro. Assim como com outros antes de mim e com os próximos a terminarem suas pesquisas, essa é uma produção coletiva e em constante formação. Obrigado, Ju, por ter me colocado nesse caminho desde a graduação e com que sempre aprendo muito. Obrigado, Val e Manuca, pela generosidade de partilhar conhecimento em todos os momentos, seja na sala de aula, na reunião do grupo ou mesmo em um café no intervalo. Obrigado a todos que compartilharam, mesmo que apenas trechos, dessa jornada, especialmente Ítalo e Caio, por toda troca de experiências. À meu amigo-irmão, David, pela amizade sempre presente em todos os momentos, principalmente os mais difíceis. Espero que possamos retomar o mais rápido possível nossas idas constantes ao cinema. Agradeço a Paulo e Nanda, por todos os momentos legais que tivemos e mal posso esperar para estarmos juntos novamente, seja num domingo de série ou qualquer outra coisa. À minha sogra, Andrea, e meu sogro, Vilmário, por todo carinho e acolhimento que sempre tiveram comigo e que eu tenho a sorte de ter também como família. Aos meus irmãos, Dani, Rafa e Lucas (com quem partilho o apelido Teco, para desespero de nossa sobrinha Lili), por todo afeto e carinho que tive desde meu primeiro sopro de vida e que juntos passamos por uma perda muito difícil. Às minhas cunhadas, Mel e Aninha, e ao meu cunhado, Jorge, que foram outros três irmãos que ganhei nessa vida e que tenho a sorte de partilhar veraneios e muitas outras coisas. Aos meus sobrinhos lindos, Tatá, Mila e Lili, a alegria de vocês me faz ver o tanto de coisa boa que tem nesse mundo. Amo muito todos vocês À minha companheira de vida, Tata, não tenho palavras o suficiente para descrever o amor e a sorte de ter você ao meu lado sempre e espero que tenhamos ainda muitas aventuras, viagens e comemorações pela frente. Esse trabalho não seria possível sem você ao meu lado durante todos os momentos e com todo carinho e compreensão que qualquer pessoa poderia sonhar. Te amo demais mesmo. Ao meu avô, José, que partiu nesse momento difícil de pandemia pelo qual todos estamos passando, mas que sempre será uma referência de tranquilidade e caráter para todos que o conheceram. À minha vó, Marizé (ou vóvis), que sempre esteve presente em minha vida com muito amor e carinho. Tenho a sorte de ser o caçulinha dela. À minha mãe, Isabel, que sempre foi a melhor mãe do mundo e que é referência para mim em tudo na vida, seja dentro de casa ou na universidade. Você sempre terá um canto especial no meu coração por tudo que você fez e continua fazendo por mim, com muito amor e carinho sempre. Te amo monks e espero ainda aprender muito com você! Por fim, dedico esse trabalho ao meu pai, Arthur, uma pessoa especial que se despediu da família que ele tanto amava de forma inesperada, mas que sempre estará no coração de todo nós. São as memórias boas de veraneios, ensinamentos, bom humor, carinho e atenção que ficarão guardadas sempre no fundo do meu coração. Termino com uma sugestão dele: vamos mudar o mundo? RESUMO Este trabalho constrói uma articulação entre cinemas baianos, territorialidades e violências, ideias-chave na pesquisa. Buscamos, então, conceber nossa própria filmografia a partir das formas de compreender territorialidades e violências em filmes baianos, num movimento de desestabilizar e reconstruir contextos. É devido à construção do nosso problema de pesquisa que se torna importante o movimento de contextualização radical, proposto por Lawrence Grossberg (2010), que busca dar conta de mapear as relações em um processo cultural e realizar desarticulações e rearticulações a partir desses contextos construídos na pesquisa. Ao apresentarmos territórios e violências a partir de suas múltiplas dimensões, tanto físicas quanto simbólicas, trabalhamos com uma rede relações que se manifestam nas mais diversas formas e entre os variados elementos sociais. Todo esse movimento nos levou a construir os três eixos que compõem a trama analítica: Articulações entre discriminações raciais, de gênero e de classe; Enfrentamentos e incorporações na cultura popular e suas práticas; Violências de estado. O modo de olhar nossa questão foi a partir de uma trama analítica, em que cada um dos eixos elaborados sejam constituídos por atravessamentos e inter-relações que nos dizem de diferentes contextos, sem que haja uma hierarquia ou separação entre eles. Defendemos uma abordagem inserida nos Estudos Culturais e com uma proposta de compreender os processos culturais a partir de suas múltiplas temporalidades. A partir dessa posição política e científica, vamos de encontro ao estabelecimento de marcos e ciclos, enquadramento recorrente na bibliografia sobre o cinema brasileiro. Portanto, este trabalho mapeia as disputas dos cinemas baianos, a partir de nossa preocupação com uma articulação entre territórios e violências. Compreendemos território a partir da aproximação com o trabalho de Rogério Haesbaert, que o discute tanto numa noção do simbólico, com marcas das experiências cotidianas, quanto uma noção funcional, do espaço físico onde são possíveis essas vivências. Como um desdobramento dessa abordagem, apostamos no conceito de territorialidade enquanto uma ideia-chave, compreendendo o conceito como algo presente na vida cotidiana e que permeia entendimentos sobre territórios. Assim como as territorialidades são múltiplas e coexistem, as violências e os conflitos sociais também. A partir da ideia foucaultiana de microfísica do poder, José Vicente Tavares dos Santos propõe uma microfísica da violência, que atinge diversas camadas sociais. Uma chave importante que convocamos aqui é a articulação de um tratamento do exótico e preconceituoso, que são violências simbólicas que perpassam as territorialidades também atuais, uma historicidade de violências que não pertencem apenas a um passado estático. Essa compreensão está em estreita relação com as diversas dimensões das violências em torno do gênero, raça, classe e religião. As dinâmicas de apropriação e disputas em torno da cultura popular, lutas simbólicas e físicas por territórios sagrados ou de comunidades tradicionais e tentativas de sobrevivência frente a discriminações raciais, de gênero ou classe foram algumas das questões que deixamos ver a partir da nossa trama analítica. Palavras-chave: Cinema Baiano; Violências; Territorialidades; Microfísica da Violência; Contextualização radical; Estudos culturais ABSTRACT This work builds an articulation between Bahian cinemas, territorialities and violence, key ideas in the research. We seek, then, to conceive our own filmography from the ways of understanding territorialities and violence in Bahian films, in a movement to destabilize and reconstruct contexts. It is due to the construction of our research problem that the movement of radical contextualization, proposed by Lawrence Grossberg (2010), which seeks to map the relationships in a cultural process and perform dislocations and rearticulations from these contexts built in search, is important. When presenting territories and violence from its multiple dimensions, both physical and symbolic, we work with a network of relationships that manifest themselves in the most diverse forms and among the various social elements. All this movement led us to build the three axes that make up the analytical plot: Articulations between racial, gender and class discrimination; Confrontations and incorporations in popular culture and its practices; State violence. The way of looking at our question was based on an analytical plot, in which each of the elaborated axes is constituted by crossings and interrelations that tell us from different contexts, without there being a hierarchy or separation between them. We defend an approach inserted in Cultural Studies and with a proposal to understand cultural processes from their multiple temporalities. From this political and scientific position, we go against the establishment of milestones and cycles, a recurring framework in the bibliography on Brazilian cinema. Therefore, this work maps the disputes of Bahian cinemas, based on our concern with an articulation between territories and violence. We understand territory from the approximation with the work of Rogério Haesbaert, who discusses it both in a notion of the symbolic, with marks of everyday experiences, and a functional notion, of the physical space where these experiences are possible. As a result of this approach, we bet on the concept of territoriality as a key idea, understanding the concept as something present in everyday life and that permeates understandings about territories. Just as territorialities are multiple and coexist, so are violence and social conflicts. Based on the Foucauldian idea of microphysics of power, José Vicente Tavares dos Santos proposes a microphysics of violence, which affects different social strata. An important key that we call here is the articulation of a treatment of the exotic and prejudiced, which are symbolic violence that permeates also current territorialities, a historicity of violence that does not belong only to a static past.