Resenha De 28 MAR 2015
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Resenha de 28 MAR 2015 Continuação da Resenha Diária 28/03/15 2 MINISTÉRIO DA DEFESA 28 MAR 15 EXÉRCITO BRASILEIRO Resenha GABINETE DO COMANDANTE Diária Sábado CCOMSEX DESTAQUES O GLOBO - Recessão adiada FOLHA DE S. PAULO - Projeto de lei antiterrorismo deve ser aprovado? O ESTADO DE S. PAULO - Dilma faz aceno à militância e escolhe ministros que agradam a Lula e ao PT CORREIO BRAZILIENSE - Filósofo na Educação, petista na Comunicação Recessão adiada PIB fica parado em 0,1% em 2014. Para o início deste ano, até Levy vê ‘desacelerada forte’ CÁSSIA ALMEIDA, RENNAN SETTI, CLARICE SPITZ, LUCIANNE CARNEIRO E MARCELLO CORRÊA O crescimento inesperado de 0,3% do último trimestre de 2014, frente aos três meses anteriores, salvou o país da recessão. A economia brasileira ficou estagnada ano passado, com alta de apenas 0,1% no Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços). O dado positivo continuou vindo das famílias brasileiras, que aumentaram seu consumo pelo 11º ano seguido, informou o IBGE ontem. Continuação da Resenha Diária 28/03/15 3 Já o investimento, que terminou 2014 com a maior queda em 15 anos, deve amargar novo recuo. Os números piores do início deste ano vão empurrar a economia mais para baixo, desta vez ao terreno negativo, com queda na economia acumulada nos 12 meses encerrados em março. Assim, a recessão que era esperada para ano passado foi adiada para o primeiro trimestre de 2015. — Quando se olha o comportamento do PIB frente a igual período de 2013, são três trimestres negativos seguidos. Paramos de crescer no primeiro trimestre de 2014. Como o início deste ano deve ficar negativo também, só adiamos a recessão — afirmou o economista Estêvão Kopschitz, do Ipea. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, endossa as opiniões de que o primeiro trimestre será difícil. Ele diz que o país iniciou 2015 "sem impulso" e que a economia deve ver uma "desacelerada forte" nesses primeiros meses. — A economia deu uma desacelerada forte no começo do ano porque havia uma série de questões. Essas questões estão sendo respondidas e, nesse sentido, a gente vai também construindo essa estratégia da retomada do crescimento, certamente a economia vai responder. Porque o principal fator era a incerteza que havia na virada do ano —afirmou Levy, depois de participar de reunião do Conselho de Administração do BNDES, no Rio. O ministro tem razão. Se o ano começasse em abril de 2014 e terminasse em março deste ano, a economia teria registrado recessão de 0,7%, calcula o economista Igor Velecico, do Bradesco. E o pior momento ainda está por vir. O economista estima recuo de 1% no segundo trimestre. Segundo ele, a economia se estabiliza no segundo semestre, e a confiança dos empresários será retomada ano que vem. — Estamos tendo uma deterioração mais importante no primeiro trimestre de 2015, com a destruição forte de empregos formais e a redução da atividade. No segundo semestre, com o ajuste fiscal, vão se tirar os problemas da sala para se investir em 2016 — disse Velecico. Levy já vê recuperação nas exportações, ajudando no crescimento. — O resultado do PIB mostrou que a gente está em uma transição. Primeiro, uma desaceleração, mas, principalmente, uma transição. Este ano, esperamos uma recuperação das exportações e que, portanto, o setor externo possa ajudar o crescimento da economia. Nos últimos anos não foi assim. Então, essa pode ser uma mudança positiva, o setor externo contribuindo para o crescimento do PIB — avaliou o ministro. Em relação aos investimentos que caíram 4,4% no ano passado, ele espera uma recuperação no segundo semestre deste ano. — O investimento foi realmente um pouco mais fraco no ano passado. Há um esforço para que a gente veja, mais para a segunda metade do ano, uma recuperação. Talvez o próprio caso da exportação possa criar uma demanda para o investimento. Firmas que talvez queiram se aparelhar, não só para exportar mas também para atender ao mercado local. Vamos procurar expandir essa tendência — disse Levy. Na avaliação da economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, o prognóstico para os próximos trimestres é de taxas negativas no PIB. O Boletim Focus, pesquisa do Banco Central com cem instituições financeiras, prevê retração em todos os trimestres de 2015. — Vivemos um quadro recessivo do setor privado, mas não dá para dizer que chegamos ao fundo do poço. Ainda teremos choques pela frente e devemos ter queda da economia nos 12 meses encerrados em março. A questão não é saber se vai ser negativo, mas o quão negativo será — afirmou Zeina. Professor de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF), Victor Leonardo de Araújo destaca que o país conseguiu evitar um recuo do PIB por pouco: — A economia brasileira escapou da recessão por um triz. Continuação da Resenha Diária 28/03/15 4 Sem fazer projeções, o professor da FEA/USP e economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, afirma que o ano de 2015 já começou em recessão, e os números vão mostrar isso: — É muito claro que a economia este ano já vive uma recessão. Isso tem que entrar na conta do Banco Central. Está combinado que a Taxa Selic (os juros básicos) sobe mais 0,75 ponto percentual para 13,5% ao ano. Mas não dá para aumentar além disso se a economia já está se contraindo. Ganha em inflação, mas arrebenta o país. PIB PER CAPITA CAIU 0,7% O IBGE revisou a maneira de calcular o PIB, com isso, constatou-se que o tamanho da economia brasileira é maior, chegando R$ 5,5 trilhões. O instituto agregou investimentos com pesquisa e desenvolvimento, exploração mineral e está medindo melhor a construção civil e gastos com saúde. Como os números anteriores foram revistos, consultorias e bancos ainda estão recalculando suas projeções para 2015. Por enquanto, a expectativa se mantém em recessão de cerca de 1% este ano. Em 2014, o PIB per capita, que é o valor de R$ 5,5 trilhões dividido pela população, caiu 0,7%, alcançando R$ 27.229, a primeira queda desde 2009. O PT com a verba e o verbo MERVAL PEREIRA Mais importante que a constatação de que a economia brasileira está estagnada desde o ano da eleição, o que foi escondido do povo brasileiro por uma ação publicitária que distorceu números e fatos numa clara agressão ao sistema democrático, é saber que a culpa pelos nossos males é coisa nossa, não de crises internacionais. Um levantamento do professor Reinaldo Gonçalves mostra que o Brasil, em 2014, ficou em 172ª posição num conjunto 188 países, o que quer dizer que nada menos que 91% dos países tiveram melhor desempenho que o nosso. Em relação ao quadriênio de Dilma Rousseff (201114), nossa posição tem uma melhora relativa: ficamos na 126ª posição, sendo superados por 67% dos países. No plano interno, Dilma continua na mesma posição constrangedora de ser a presidente com a terceira pior média de crescimento do PIB da República brasileira, ao lado de Venceslau Brás, com 2,1% de crescimento, superando apenas dois presidentes que tiveram média negativa de crescimento em seus mandatos: Fernando Collor -1,3; Floriano Peixoto -7,5. Se as previsões se confirmarem para este ano, com retração do PIB que pode chegar a até 1% segundo alguns economistas, a média para cinco anos cairá abaixo de 2%. Como a situação política é fortemente influenciada pela economia, dificilmente Dilma encontrará este ano condições de recuperação de sua popularidade, que as pesquisas de opinião mostram estar num momento crucial, provavelmente na casa de um dígito de aprovação se tomarmos a média dos institutos de pesquisa. Foi sob o impacto da informação de que o nível de aprovação de Dilma estava em 7 pontos num tracking encomendado pelo Planalto que o ex-ministro da Comunicação Social Thomas Traumann escreveu aquele já famoso relatório que afinal o derrubou. Entre as ilegalidades que defendia, destacam-se o uso dos blogs sujos para atacar os adversários do governo. No que via como uma “guerrilha de comunicação”, o documento lamentava que os robôs que atuaram na campanha presidencial para espalhar boatos e elogios a favor de Dilma tivessem sido desativados, e recomendava que o Planalto desse “munição” para “os soldados de fora” dispararem. Há também a defesa do uso da Voz do Brasil e da televisão oficial para mostrar os feitos do governo, numa confusão entre órgãos do governo e do Estado brasileiro. A demissão de Traumann, ao contrário do que se podia supor, não foi devida ao conteúdo do documento, mas ao seu vazamento. Infere-se isso pela escolha por Dilma de seu tesoureiro de campanha, o petista Edinho Silva, para o cargo, entregando ao PT a verba e o verbo da comunicação do governo. Como nos governos petistas as pessoas importam mais que os cargos que ocupam, Edinho quase foi nomeado para diretor da Autoridade Pública Olímpica, mas Dilma desistiu ao constatar que ele não seria aprovado pelo Senado. Como a nomeação para o ministério é de inteira responsabilidade da presidente, lá se vai Edinho Silva tratar da imagem do governo federal. Logo ele, que foi tesoureiro da campanha de 2014 de Dilma e, segundo anotações atribuídas a Ricardo Pessoa, dono da UTC, “está preocupadíssimo”. E segue texto de Pessoa: “Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso da Operação Lava-Jato doaram para a campanha de Dilma. Será que falarão sobre vinculação campanha x obras da Petrobras?”. Esse e outros textos encontrados se parecem com chantagem, no momento em que delações premiadas estão sendo negociadas. Mas Edinho Silva pode trazer mais problemas políticos para Dilma. Ele afirmou recentemente que as manifestações de rua são coisa da elite golpista, e que é preciso “combater a direita” em todo o continente.