<<

FLORA DA BAHIA: GÊNERO (DC.) BENTH.

KAMILLA LOPES BARRETO

FEIRA DE SANTANA-BA 2014

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BOTÂNICA

Flora da Bahia: Gênero Centrosema (DC.) Benth. (Leguminosae: Papilionoideae)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Botânica da Universidade Estadual de Feira de Santana como parte dos requisitos para a obtenção do título de Mestre em Botânica.

ORIENTADOR: PROF. DR. LUCIANO PAGANUCCI DE QUEIROZ (UEFS)

Feira de Santana-BA 2014

BANCA EXAMINADORA

______

Dr. Domingos Benício Oliveira Silva Cardoso (Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS)

______

Prof. Dr. Jorge Antônio Silva Costa (Universidade Federal da Bahia – UFBA)

______Prof. Dr. Luciano Paganucci de Queiroz (Universidade Estadual de Feira de Santana – UEFS) Orientador e Presidente da Banca

FEIRA DE SANTANA – BA 2014

Há em nossos dias uma infinidade de cenas que podemos reconhecer a partir da mística dos outonos e das primaveras. Também nós cumprimos os mesmos destinos. Destino de morrer em pequenas partes, mediante sacrifícios que nos faz abraçar o silêncio das sombras... Destino de florescer costurados em cores, alçados por alegrias, quando menos esperadas anunciando que depois de outonos a vida sempre nos reserva primaveras. (Fábio de Melo).

Dedico este trabalho aos meus pais e a tia Jú pelo apoio em todas as estações da minha vida.

AGRADECIMENTOS

Agradecer é um dom da vida, que me faz bem e demonstra o quanto sou grata a todos que fizeram ou fazem parte da minha vida. Foram muitas pessoas que deixaram marcas nesta estação da minha vida, e me fizeram entender que depois do choro a vida nos prepara novos sorrisos. Primeiramente, agradeço a Deus pela presença constante em minha vida me fazendo acreditar que mesmo diante das dificuldades ele sempre nos reserva alegrias! Ao meu pai, por todo amor, carinho, compreensão, dedicação, exemplo, ligação direta com toda a minha existência, meu muito obrigada, com certeza sem você eu não seria o que sou. Te amo! A minha mãe (in memorian) por todo amor, educação, companheirismo, dedicação, exemplo de vida, fidelidade, disciplina, alegria, fé e determinação. Tenho certeza que onde ela estiver, ficará muito orgulhosa. Agradeço muito por tudo e admiro o seu exemplo eterno vivo dentro de mim. A tia Jú minha tia-mãe, companheira de todas as horas sem ela com certeza não teria alcançado metade desta vitória que compartilho hoje. Ao meu irmão Caique, que sempre esteve ao meu lado, torcendo e me dando força para jamais desistir. A Maria Luíza e a Geisa pelas longas conversas bastante proveitosas durante este período de minha vida. A minha família por todo o apoio, incentivo e carinho de sempre. A Lia, por ter me apresentado o vasto mundo da Botânica e pelas oportunidades de crescimento que me proporcionou. Aos meus amigos da graduação que sempre estiveram ao meu lado, me ajudando a trilhar os meus caminhos: Danielle, Marcel, Priscila, Silvana e Luís Antônio. A Lara, companheira de todas as horas. Obrigada pela convivência, madrugadas de estudos, conversas, conselhos, risadas e principalmente pela nossa amizade! A Taíse, pelos seus maravilhosos conselhos e trocas de experiências. Aos meus companheiros botânicos, que compartilharam comigo viagens, coletas, experiências, conhecimento e muita alegria no tempo de preparação deste trabalho: Cássia,

Cleiton, Cris Snak, Danilo (Danilos!), Davimar, Evelyne, Gabriela, Isys, Karol, Lamarck, Marla, Pétala, Priscilla e Tyrcia. Ao meu orientador Luciano Paganucci, pela paciência, respeito, confiança e oportunidade de aprender ao seu lado um pouco do seu amplo conhecimento sobre as plantas. À Universidade Estadual de Feira de Santana, Departamento de Ciências Biológicas e a todos que compõem o Programa de Pós-graduação em Botânica, pelo apoio destinado a este trabalho, em especial a Adriana Estrela que desde o início da minha aprovação foi sempre acolhedora e bastante atenciosa. A equipe do HUEFS (Mariana, Téo, Elaine e Zezé), muito obrigada por todo o apoio e paciência. Aos curadores dos herbários visitados, pelo apoio e atenção durante as minhas visitas. A Domingos pelas lindas fotografias das leguminosas, usadas neste trabalho. A Lucas Marinho por ter aceitado fazer as minhas ilustrações com tanto carinho. A CAPES pela bolsa concedida durante esses dois anos. A todo o pessoal do Lamic e do Taxon, pelo apoio de sempre, em especial aos professores Flávio e Efigênia, a quem tenho uma admiração imensa! Ao pessoal de LABIO Dona Nen, Juci, Michel pela atenção que tiveram durante este tempo comigo. Por fim, agradeço a todos que direta ou indiretamente me ajudaram a conquistar esta VITÓRIA!

Sumário

RESUMO ...... 2

ABSTRACT ...... 3

INTRODUÇÃO GERAL ...... 4

MATERIAIS E MÉTODOS ...... 10

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...... 16

CAPÍTULO I: Centrosema sericiflorum, a new species of Centrosema (, Papilionoideae) from the Caatinga, Bahia, Brazil ...... 21

CAPÍTULO II: Flora da Bahia: Gênero Centrosema (DC.) Benth. (Leguminosae: Papilionoideae) ...... 34

CONSIDERAÇÕES FINAIS...... 77

ANEXOS ...... 79

RESUMO

O gênero Centrosema (DC.) Benth., pertencente a subfamília Papilionoideae e tribo , compreende cerca de 35 espécies distribuídas na região Neotropical, sendo o Brasil considerado seu centro de diversidade. Centrosema caracteriza-se pelo estandarte, geralmente calcarado na porção dorsal, aurículas das alas pubescentes e estigma truncado e ciliado. Até o momento, os trabalhos com Centrosema são bastante incipientes, o que limitou a compreensão das relações entre as suas espécies. Tendo em vista a sua diversidade e a má delimitação das suas espécies existentes no Estado da Bahia, no presente estudo foi realizada a Flora de Centrosema para a Bahia com os objetivos de realizar um estudo taxonômico do gênero para o Estado e avaliar a distribuição de suas espécies, contribuindo assim, para a Flora da Bahia como um todo. A dissertação está dividida em dois capítulos: no Capítulo I, é descrita e ilustrada a nova espécie Centrosema sericiflorum, com distribuição restrita ao norte da Chapada Diamantina; no Capítulo II é apresentado o tratamento taxonômico de Centrosema para o Estado da Bahia, a partir das análises de 15 herbários nacionais e de sete expedições de campo realizadas em diferentes municípios do Estado. Foram reconhecidos 15 táxons no gênero, distribuídos nos diferentes domínios fitogeográficos (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica). São apresentadas chave de identificação, descrições, comentários gerais para todas as espécies, ilustrações e mapas de distribuição geográfica.

2

ABSTRACT

The Centrosema (DC.) Benth., belonging to the subfamily Papilionoideae and Phaseoleae tribe, comprises about 35 species distributed in the Neotropics, and Brazil considered its center of diversity. Centrosema is characterized by standard, usually spur at the dorsal portion of the atria and truncated wings pubescent and ciliated stigma. To date, work with Centrosema are quite incipient, which limited the understanding of the relationship between their species. Given its diversity and poor demarcation of their existing species in the state of Bahia, the present study, we prepared the Flora of Centrosema to Bahia with the objectives of holding a taxonomic study of the genus for the state and assess the distribution of its species, thus contributing to the Flora of Bahia as a whole. The dissertation is divided into two chapters: Chapter I, the new Centrosema sericiflorum is described and ilustrated; Chapter II taxonomic treatment Centrosema for the state of Bahia is presented, based on the analyzes 15 national herbaria and seven field expeditions conducted in different municipalities. 15 taxa for the genus, distributed in different phytogeographical domain (Caatinga, Cerrado and Atlantic Forest) and the two major river basins Bathing State (East Atlantic Basin and the San Francisco Basin) were recognized Identification key, descriptions, general comments for all species, illustrations and maps of geographical distribution are presented.

3

INTRODUÇÃO GERAL

A família Leguminosae pertencente à ordem (APG III, 2009) compreende aproximadamente 751 gêneros e ca. 19.500 espécies, representando a terceira maior família entre as Angiospermas (Lewis et al., 2005; LPWG, 2013). Seus representantes são cosmopolitas, difundindo-se pelas diversas formações vegetacionais, principalmente nas regiões tropicais e temperadas (Lewis, 1987; Wojciechowski et al., 2004), tendo a África e a América do Sul como seus centros de diversidade (Luckow et al., 2003). Seu sucesso deve-se em parte à associação simbiótica com bactérias fixadoras de nitrogênio, em nódulos nas raízes, o que permite as leguminosas ocuparem solos pobres em nitrogênio e desempenhar um papel relevante na bioquímica dos ecossistemas (Crews, 1999; Sprent, 2007; Queiroz, 2009). No Brasil são catalogadas para a família ca. 2.740 espécies reunidas em 213 gêneros, das quais 1.467 são endêmicas, distribuídas por várias regiões e domínios fitogeográficos, com destaque para grande riqueza na Amazônia e Mata Atlântica (Lima et al., 2014). A família se destaca pelo potencial econômico de suas espécies, uma vez que são utilizadas na alimentação humana e animal, fabricação de óleos combustíveis, indústria madeireira, indústria têxtil, produtos farmacêuticos e medicinais, ornamentações, arborização e recuperação de solos. Além da utilização econômica, as Leguminosae se destacam no seu papel ecológico e biogeográfico, devido à alta diversidade de espécies e endemismos (Lewis et al., 2005). Sua polinização ocorre através de diversos visitantes florais, uma vez que a morfologia floral encontrada no grupo é bastante variada. Seus principais polinizadores são as abelhas, aves e morcegos (Arroyo, 1981). Suas sementes, quando lançadas no ambiente são dispersas pelos mamíferos e pássaros (Lewis et al., 2005). Através de estudos filogenéticos, com base em diferentes marcadores moleculares, o monofiletismo da família é sustentado (Doyle et al., 2000; Wojciechowski et al., 2004; Lewis et al., 2005). Leguminosae é tradicionalmente subdividida em 36 tribos e três subfamílias, reconhecidas como: Caesalpinioideae, que compreende 4 tribos e ca. 2.250 espécies, Mimosoideae com 4 tribos e 3.270 espécies e Papilionoideae (Polhill et al., 1981; Kajita et al., 2001; Pennington et al., 2001). Essas subfamílias, em alguns sistemas de classificação, são tratadas como famílias independentes (e.g. Cronquist, 1981).

4

Caesalpinioideae e Mimosoideae distribuem-se nas regiões tropicais e subtropicais (Cowan, 1981), enquanto Papilionoideae apresenta uma ampla distribuição, sendo assim a mais derivada e mais representada em regiões temperadas e frias (Polhill, 1981). A subfamília Papilionoideae em sua circunscrição atual é a única reconhecida como monofilética (Wojciechowski et al., 2004; McMahon & Sanderson, 2006), reunindo mais de 70% dos representantes de leguminosae com aproximadamente 478 gêneros e cerca de 13.800 espécies (Lewis et al., 2005; Cardoso et al., 2012). No Brasil, compreende aproximadamente 180 espécies nativas, reunidas em 88 gêneros (Polhill, 1981). Destaca-se dentre as subfamílias, por apresentar a maior proporção de espécies capazes de fixar Nitrogênio (Sprent, 2001). Seus membros podem ser reconhecidos pelas folhas pinadas, nunca bipinadas, na maioria trifolioladas, raramente 1-pluri-folioladas, corola geralmente papilionácea, com pétalas diferenciadas (estandarte, ala e carena), ou não papilionáceas, sem pétalas diferenciadas, com simetria zigomorfa (exceto alguns gêneros das tribos Sophoreae e Swartzieae), prefloração imbricativa vexilar, cálice gamossépalo, sementes com o hilo bem delimitado e eixo radicular curvado. Papilionoideae destaca-se também pela diversidade morfológica de seus frutos, incluindo legume, lomento, drupa e sâmara (Polhill, 1981; Lewis et al., 2005). Papilionoideae pode ser dividida nos principais clados: Ada, Cladrastis, Lecointeoide, Votaireoide, Baphioide, Swartzióide, Genistóide, Dalbergióide (Wojciechowski et al., 2004; Cardoso et al., 2012), Mirbelióide, Hologalegina e Millettióide. O clado Millettióide, com cerca de 45 gêneros tradicionalmente classificados nas tribos Millettieae, Abreae, Phaseoleae, Desmodieae e Psoraleeae (Kajita et al., 2001). Com base na morfologia floral,as Papilionoideae foram tradicionalmente divididas em 28 tribos, sendo algumas primitivas e outras mais derivadas. Entre as mais derivadas encontra-se a tribo Phaseoleae, com distribuição pantropical, compreendendo ca. 84 gêneros e 1500 espécies, representada por ampla dimensão e relevante importância econômica (Polhill, 1981; Bruneau et al., 1995). Membros da tribo são geralmente reconhecidos pelo caule volúvel, raramente ereto ou prostrados, folhas pinadas, trifolioladas e estipeladas, inflorescência em pseudoracemo, base do ovário rodeada por um disco nectarífero e frutos deiscentes (Lackey, 1981). Com o advento de estudos filogenéticos envolvendo dados moleculares, o monofiletismo da tribo não é sustentado (Doyle & Doyle, 1993; Bruneau et al., 1995; Doyle et al., 1997, 2000; Kajita et al., 2001). Bentham (1837), considerando principalmente características da inflorescência, bractéola e tamanho das flores, propôs a divisão da tribo Phaseoleae em oito subtribos:

5

Cajaninae, Phaseolinae, Clitoriinae, Ophrestiinae, Kennediinae, Erythrininae, Diocleinae e Glycininae (Polhill, 1981), porém mais tarde houve a fusão das subtribos Kennedinae e Clitoriinae com a subtribo Glycininae reconhecendo, assim, apenas seis subtribos. No entanto, as relações entre estes grupos não são bem definidas e na melhor das hipóteses são fracamente suportadas (Bruneau & Doyle, 1990). Clitoriinae aparece como uma das linhagens basais não resolvidas do clado Millettioide s.l. (Cardoso et al., 2012). A subtribo compreende os gêneros Barbieria DC., L., Centrosema (DC.) Benth., Periandra Mart. ex. Benth. e Clitoriopsis R. Wilczek, com cerca de 106 espécies que possuem distribuição pantropical (Lewis et al., 2005). Seus membros são caracterizados por apresentarem flores ressupinadas, interior do cálice glabro e indumento constituído de tricomas uncinados (Lackey, 1981). Centrosema é distinto dos outros gêneros pelas seguintes características: estandarte largo, geralmente calcarado na porção dorsal, aurículas das alas pubescentes e estigma truncado e ciliado (Williams & Clementes, 1990; Duno de Stefano et al., 2008). O gênero é constituído por cerca de 35 espécies distribuídas na região Neotropical, com potencial de adaptação em diversos habitats, tendo o Brasil como centro de diversidade do grupo, reunindo 30 de suas espécies (Schultze-Kraft et al., 1990), sendo nove dessas endêmicas (Souza, 2014). Trabalhos com Centrosema são ainda incipientes, o que limitou a compreensão das relações entre as suas espécies. Os tratamentos taxonômicos para o gênero restringem-se aos de Schultze-Kraft et al. e Williams & Clementes, 1990 para a flora mundial e, no Brasil, o de Bentham (1837) e Barbosa-Fevereiro (1977) além de trabalhos mais regionais como Lewis, 1987 e Queiroz, 2009.

6

REVISÃO HISTÓRICA

O táxon Centrosema foi proposto por Augustin Pyramus de Candolle em 1825, como seção do gênero Clitoria L. e membro da subtribo Clitorieae. Dentro desta seção foram descritas três espécies: Clitoria virginiana L., C. brasiliana L. e C. plumieri Turp. in Pers, baseadas em materiais coletados na África, Brasil e México. Esta classificação deveu-se a semelhança morfológica de Centrosema (DC.) Benth. com o gênero Clitoria. Em 1837, Bentham publicou seu relevante trabalho no qual foram descritos novos gêneros da subfamília Papilionoideae. Neste trabalho, Bentham desmembrou Centrosema de Clitoria e elevou o táxon ao nível de gênero, listando assim 25 espécies, incluindo duas dos gêneros: Vexillaria grandiflora Benth. (sinônimo de C. platycarpum L.) e Platysema triquetrum Benth. Foram registradas para o Brasil 23 espécies com algumas descrições que validaram os manuscritos de Martius, sendo considerada espécie tipo e tendo como basiônimo Clitoria brasiliana L. Além disso, Bentham incluiu Centrosema na tribo Phaseoleae e subtribo Clitoriinae (como Clitorieae), juntamente com os gêneros Barbieria DC., Clitoria, Periandra Mart. ex. Benth. e Clitoriopsis R. Wilczek e subdividindo-a em oito subtribos: Clitorieae, Kennedyeae, Glycineae, Diocleae, Erythrineae, Euphaseoleae, Cajaneae, Rhynchosieae. Para a subtribo Clitoriinae (como Clitorieae), foram reconhecidos dez gêneros, dentre os quais seis são novos, assim como comentários sobre a afinidade com os gêneros Periandra e Clitoria. Centrosema foi então afirmado como gênero e distinguindo-se das demais Clitoriinae por apresentar vexilo ou estandarte calcarado na porção dorsal. Posteriormente em 1840, Bentham acrescentou as espécies no gênero C. verticillatum Benth. e C. macrocarpum Benth., ao publicar seus manuscritos em um trabalho com ilustrações botânicas de diversas tribos e famílias. Na ―Flora Brasiliensis‖, quando novamente analisou o grupo, Bentham (1859) considerou mais 18 espécies, elevando um total de 43, porém, reduziu esse número para 20 espécies, visto que algumas foram colocadas como sinônimos: C. oblongum Benth., C. acutifolium Benth., C. molle Mart in. Benth., C. biflorum Mart., C. decumbes Mart. in Benth. No entanto, a espécie C. macrocarpum foi desconsiderada devido à ausência de registros para o Brasil. Cinco espécies foram acrescentadas e publicadas em Centrosema neste mesmo trabalho: C. platycarpum Benth., C. vexillatum Benth., C. dasyanthum Benth., C. heptaphyllum Moric. e C. venosum Mart. Além disso, Bentham classificou a espécie C. pubescens Benth. como epíteto mais antigo, reconhecendo sua distribuição

7

desde o México até o Brasil. Bentham também descreveu novas variedades para as espécies C. rotundifolium Mart. e C. virginianum Benth.: C. rotundifolium var. angustifolia Benth. e C. virginianum var. angustifolium (DC.) Grisebach, var. decumbes (Mart. ex. Benth.) Clements & Williams, var. unifoliatum (Rose) Clements &Williams, var. simplicifolium A. Rich. e var. cubanum Clements & Williams. De acordo com as publicações de Bentham (1837, 1840, 1849, 1859) manteve-se o conceito para o gênero, incluindo alguns caracteres como: flores geralmente grandes, cálice campanulado, vexilo calcarado na porção dorsal, pétalas diferenciadas em estandarte, alas e carenas e ovário subséssil. Bentham (1865) fundiu as subtribos Kennedyeae e Clitorieae com Glycineae e reconheceu apenas seis subtribos. Com base em dados morfológicos Lackey (1977), estabeleceu um sistema semelhante ao de Bentham, apenas com sete tribos, movendo Clitoria e Centrosema e outros gêneros para Phaseolinae. Posteriormente em 1981, Lackey reintegra os gêneros para Clitoriinae (nova circunscrição) e reconhece as oito subtribos que Bentham tinha proposto inicialmente. A partir de Bentham, poucos acrescentaram na circunscrição de Centrosema e nas relações com grupos afins (Periandra e Clitoria), havendo apenas descrições e discussões de novos táxons previamente levantados. Logo, em 1860 Grisebach estabeleceu uma nova variedade para C. virginianum: C. virginianum (L.) Benth. var. angustifolium Griseb., com base em material coletado na América do Sul, África e América do Norte. Taubert (1894) manteve inalterada a classificação das tribos de Bentham (1865), porém tratou o gênero como Bradburya Rafinesque, reconhecendo para o Brasil as seguintes espécies: B. arenaria (Benth.) O. Ktze., B. brasiliana (L.) O. Ktze, B. plumieri (Benth.) O. Ktze. e B. pubescens (Benth.) O. Ktze., porém esta classificação não foi válida no sentido nomenclatural. Amshoff (1939), no seu estudo sobre as Papilionoideae da América do Sul, confirmou a classificação de Bentham (1859) e apenas redefiniu o grupo acrescentando a espécie C. capitatum Amshoff e estabelecendo a variedade: Centrosema brasilianum var. angustifolium (Kunth.) Amshoff . Cavalcante (1970) descreveu uma nova espécie para a Amazônia: C. carajasense P. Cavalcante. Barbosa-Fevereiro (1977), realizou uma revisão de Centrosema para o Brasil, reconhecendo 26 espécies, incluindo C. grazielae V. P. Barbosa, descrita anteriormente em 1974. Alguns táxons, como C. acutifolium Benth. e C. capitatum (Rich.) Amshoff, foram tidos como duvidosos, visto que o material não foi suficiente para algumas conclusões e outros foram excluídos uma vez que as espécies estavam mal delimitadas.

8

Em todas as classificações recentes da família Leguminosae, Centrosema tem sido incluído na subtribo Clitoriinae, tribo Phaseoleae, na subfamília Papilionoideae e relacionado aos gêneros Periandra e Clitoria (Bentham, 1865; Taubert, 1894; Hutchinson 1964; Lackey, 1981). Lewis (1987) reconheceu 14 espécies de Centrosema para o estado da Bahia e inclui uma chave de identificação. A principal proposta de Lewis foi o reconhecimento da espécie C. heptaphyllum como uma espécie distinta de C. rotundifolium e não como sinônimo. Assim, o gênero foi alvo de floras regionais, mantendo a delimitação das espécies confusa, o que dificultou o entendimento da circunscrição de suas espécies. Em 1990, Williams & Clements catalogou 35 espécies para o gênero no mundo, sendo 31 ocorrentes no Brasil, e discutiu as prováveis relações entre elas, além de tratar as espécies C. pubescens e C. molle como distintas e não sinônimos. Fantz 1996, com seus estudos envolvendo circunscrições, nomenclatura e tipificação, confirmou o trabalho de Williams & Clements (1990). Lewis et al. (2005), confirma dados de trabalhos anteriores com Centrosema ao afirmar que o gênero possui 35 espécies distribuídas na região Neotropical, com destaque para o Brasil, onde ocorrem 30 espécies (Souza, 2014). Após análise dos sistemas de classificação relacionados ao gênero, desde De Candolle até Lewis, constatou-se que a circunscrição do grupo segundo os autores seguem as mesmas idéias de Bentham diferindo apenas nas denominações de seções, espécies e sinônimos. De acordo com as mudanças taxonômicas propostas para o gênero ao longo dos tempos, os 45 epítetos descritos correspondem a ca. 35 espécies e oito variedades.

9

MATERIAIS E MÉTODOS

ÁREA DE ESTUDO O estado da Bahia localizado na região Nordeste, ocupa uma área de 567.295, 3 Km2, entre as latitudes 9,5° e 18,5° S e longitudes 38° e 47° W, limitando-se ao norte com Alagoas, Pernambuco, Sergipe e Piauí; a oeste, com Goiás e Tocantins; e ao sul com Minas Gerais e Espírito Santo (SEI, 2013), estando entre os cinco maiores estados brasileiros (IBGE, 2002). Na Bahia é encontrada uma variedade topográfica e climática, com o clima variando: de árido (23,5°--27,1°), semiárido (20,7°--26,8°), subúmido a seco (18,8°-- 25,4°), subúmido a úmido (19,4°--24,6°), úmido (18,4°--25,3°) (SEI, 2013). Além disso, o estado apresenta uma grande diversidade vegetacional, que inclui no litoral áreas de restingas, dunas, mangues e floresta atlântica ombrófila, existindo ainda na Região oeste do São Francisco, em certas áreas da Chapada e no norte do Estado, os cerrados. Nos limites do semiárido, são encontrados os Campos Rupestres, com táxons endêmicos e centro de diversidade de muitos gêneros. Com destaque para as caatingas que ocupam mais da metade do território, se estabelecendo em diferentes regiões semiáridas e apresentando um número expressivo de espécies raras e endêmicas. Além de formações locais, como as floras de inselbergs, dunas interiores do São Francisco, ―matas de grotão‖ nos vãos de blocos areníticos e quartizíticos, e ―matas de cipó‖ (Giulietti et al., 2006).

OBTENÇÃO DOS DADOS E TRATAMENTO DO MATERIAL BOTÂNICO Para a realização deste estudo foram analisadas as coleções dos herbários mais representativos para o grupo: ALCB, BAH, CEN, CEPEC, HRB, HST*, HUEFS, IBGE, IPA, MBM, RB, SP, SPF, UB e UFP (acrônimos de acordo com Thiers, 2013) exceto o que está com asterisco que não é indexado, além de análises adicionais nas coleções on- line do NY e R disponíveis on-line. No total foram analisadas aproximadamente 1041 exsicatas. Apesar do período intenso de seca no decorrer do trabalho, foram realizadas sete expedições de campo nas regiões norte, sul, oeste, Chapada Diamantina e seus arredores no período de outubro de 2012 a dezembro de 2013, abrangendo diferentes domínios fitogeográficos (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica) (Figura 2, Tabela 1), visando

10

observar as espécies em seu habitat natural e sua distribuição. Durante as expedições foram observadas e coletadas nove das 15 espécies de Centrosema, as quais foram identificadas a partir de bibliografias especializadas, destacando-se Williams & Clementes (1990), consultas com as descrições e por comparação com as imagens dos tipos nomenclaturais, obtidas a partir de herbários virtuais. Os materiais coletados foram herborizados de acordo com a metodologia descrita por Mori et al., 2011 e depositados na coleção do Herbário da Universidade Estadual de Feira de Santana (HUEFS). A nomenclatura utilizada para as descrições morfológicas das estruturas vegetativas, reprodutivas e tipos de indumento foi baseada nos trabalhos de Radford et al. (1974), Polhill & Raven (1981), Harris & Harris (1994), Stearn (2004) e Williams & Clementes (1990). Os nomes dos autores dos táxons foram abreviados de acordo com o Brummit & Powell (1992).

11

Figura 2. Localização da área de estudo. As áreas destacadas indicam os municípios coletados da Bahia. Em verde o domínio da Mata Atlântica, em rosa o domínio da Caatinga e em amarelo o domínio do Cerrado, de acordo com a classificação proposta pelo IBGE.

12

Tabela 1. Municípios visitados na Bahia para coleta de material botânico.

Municípios Visitados Coordenadas* Domínio fitogeográfico Aurelino Leal 14°19'01''S, Mata Atlântica 39°19'37''W* Barra 11°05'20''S, Caatinga 43°08'31''W Barra da Estiva 13°37'33''S, Caatinga e Cerrado 41°19'37''W* Barreiras 12°09'10'S, Cerrado 44°59'24''W* Buritirama 10°38'7,2''S, Caatinga 43°39'34,4''W Bonito 11°43'15''S, Caatinga 40°24'28''W* Brejolândia 12°28'58''S, Cerrado 43°57'57''W* Casa Nova 09°09'43''S, Caatinga 40°58'15''W Formosa do Rio Preto 11°02'52''S, Cerrado 45°11'34''W* Ibotirama 12°11'06''S, Caatinga 43°13'15''W Itaberaba 12°31'40''S, Caatinga 40°18'25''W Itacaré 14°19'49,1''S, Mata Atlântica 39°15'39,8''W Itajuípe 14°40'40''S, Mata Atlântica 39°22'30''W Itabuna 14°47'09''S, Mata Atlântica 39°16'48'W* Juazeiro 09°24'50''S, Caatinga 40°30'10''W Jussarí 15°11'27''S, Mata Atlântica

39°29'42''W Jussíape 15°09'49,9''S, Caatinga 39°35'3,8''W

13

Lençóis 12°31'S, 41°21'W Campos Rupestres, Cerrado, Mata

Atlântica Morro do Chapéu 11°33'28,75''S, Caatinga, Campos Rupestres,

40°54'21,4''W Cerrado e Mata Atlântica Nilo Peçanha 13°42'35,9''S, Mata Atlântica 39°11'5,1''W Palmeiras 12°26'32,5''S, Campos Rupestres, Caatinga, 41°29'51,7''W Cerrado, Mata Atlântica Pilão Arcado 10°00'10''S, Caatinga 42°30'14''W Remanso 09°24'59''S, Caatinga

41°18'50''W Rio de Contas 13°34'44''S, Campos Rupestres e Cerrado

41°48'39''W Santa Rita de Cássia 11°00'32''S, Caatinga e Cerrado

44°31'08''W* São Desidério 12°21'46''S, Cerrado

44°58'22''W* Seabra 12°25'08''S, Caatinga

41°46'12''W Sobradinho 09°27'18''S, Caatinga

40°49'22''W Ubaitaba 14°18'46''S, Mata Atlântica

39°19'22''W Utinga 12°04'55''S, Caatinga

41°05'38''W Xique-Xique 11°02'48,2''S, Caatinga

42°44'6,1''W * (IBGE, 2013)

14

ESTUDOS MORFOLÓGICOS

As descrições das espécies foram feitas a partir dos materiais coletados em álcool 70%, secos ou reidratados. As medidas dos folíolos maduros foram obtidas a partir do folíolo terminal, levando em consideração só o limbo, porém, a raque, o pecíolo, estipelas e estípulas foram medidas separadamente. As dimensões do cálice incluem o formato e o indumento do tubo e as lacínias. As medidas das flores incluem desde a base do cálice ao ápice das pétalas; os pedicelos foram medidos desde a sua inserção no eixo da inflorescência até a base do cálice e os estames, gineceu (comprimento do ovário, do estilete e o formato do estigma) e pétalas (ala, carena e estandarte) foram medidos depois de esticados. Os frutos em geral foram do tipo legume, sendo obtidas as medidas do comprimento, largura, margem (lisa ou ondulada), superfície, cor, indumento, forma da base e ápice (rostro) dos mais maduros. As sementes foram descritas com base no seu comprimento, largura, formato, tamanho, cor e formato do hilo. As cores e as texturas foram descritas com base nas etiquetas das exsicatas examinadas ou segundo observações em campo. As ilustrações botânicas foram feitas com auxílio de imagens retiradas do estereomicroscópio, lupa ou em campo, flores fixadas em álcool 70%, bem como de material herborizado. Foram utilizadas nas descrições taxonômicas as seguintes abreviações: alt. (altura), bot. (botão), compr. (comprimento), larg. (largura), ca. (cerca), fl. (flor), fr. (fruto), est. (estéril), m s.n.m. (metros sobre o nível do mar), s.c. (sem coletor), s.n. (sem número do coletor), s.d. (sem data), sp. (espécie) e var. (variedade).

DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES

As informações referentes à distribuição geográfica das espécies no estado, dados fenológicos, ecológicos e nomes vulgares tiveram como base as etiquetas dos herbários, observações de campo ou através da literatura. As descrições, ilustrações e mapas de distribuição dos táxons seguem as normas do Projeto Flora da Bahia (Capítulo II) e da Phytotaxa (Capítulo I) disponíveis on-line.

15

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

APG III. 2009. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering : APG III. Botanical Journal of the Linnean Society 161: 105-121. AMSHOFF, G.J.H. 1939. On the South American Papilionaceae. Mededeelingen van het Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteit te Utrecht 52: 78p. ARROYO, M.T.K. 1981. Breeding systems and pollination biology in Leguminosae. In: POLHILL, R.M.; RAVEN, P.H. (eds.). Advances in legume systematics. Part 2. Kew: Royal Botanic Gardens, p.: 723-769. BARBOSA-FEVEREIRO, V.P. 1977. Centrosema (A.P.De Candolle) Bentham do Brasil- Leguminosae-. Rodriguésia, 29(42): 159-219. BENTHAM, G. 1837. Commentationes de Leguminosarum Generibus. Vindobonae, Typis Sollingeri, J.B., 78 p. BENTHAM, G. 1840. Contributions towards a Flora of South America – enumeration of Plants collected by Mr. Schomburgk in British Guiana. Journal of Botany, 2(10): 59. BENTHAM, G. 1849. Leguminosae. In Schlechtendal, D.F.L. (ed.) Plantae Regnellianae. Linnaea, 22: 516-517. BENTHAM, G. (1859-62). Leguminosae I. Papilionaceae. In: Martius, C.F.P. von. Flora Brasiliensis, 15(1): 307-324. BENTHAM, G. (1865). Leguminosae. In: Bentham, G. & Hooker, J.D. Genera Plantarum. London: Lovell, R. & Co., vol. 1, 528. BRUNEAU, A., DOYLE, J.J. & DOYLE, J.A. 1995. Phylogenetic relationships in Phaseoleae: evidence from chloroplast DNA restriction site characters. In Crisp, M. & Doyle, J.J. (eds.) Advances in Legume Systematics, part 7, Phylogeny. Kew: Royal Botanic Gardens, p.: 309-330. BRUNEAU, A.; DOYLE, J.J.; HERENDEEN, P.S.; HUGHES, C.E.; KENICER, G.; LEWIS, G.P.; MACKINDER, B.; PENNINGTON, R.T.; SANDERSON, M.J. and WOJCIECHOWSKI, M.F. 2013. Legume phylogeny and classification in the 21 st century: Progress, prospects and lessons for other species-rich clades. Taxon 62 (2): 217-248.

16

BUMMITT, R.K. & POWELL, C.E. (eds.) 1992. Authors of Names. Kew: Royal Botanic Gardens, London, 732p. CARDOSO, D.; QUEIROZ, L.P.; PENNINGTON, R.T.; LIMA, H.C. DE.; FONTY, E.; WOJCIECHOWSKI, M.F.; LAVIN, M., 2012. Revisiting the phylogeny of papilionoid legumes: New insights from comprehensively sampled early-branching lineages. American Journal of Botany, v. 99, n. 12, 1991-2013. CAVALCANTE, P.B. 1970. Centrosema carajasense, uma nova Leguminosae da Amazônia. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi. Botânica n° 37, 1-4. COWAN, R. 1981. Tribe Swartzieae DC. In Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds.) Advances in Legume Systematics, part 1. Royal Botanic Gardens Kew, p.: 209-212. CREWS, T.E. 1999. The presence of nitrogen fixing legumes in terrestrial communities: evolutionary vs. ecological considerations. Biogeochemistry, v. 46, 233-246. CRONQUIST, A. 1981. The evolution and classification of flowering plants. 2 ed. New York: The New York Botanical Garden, 555 p. DE CANDOLLE, A.P. 1825. Leguminosae in Prodromus Naturalis Systematis Regni Vegetabilis. Paris: Treuttel & Wurtz. v. 2. p.: 234-235. DOYLE, J.J. & DOYLE, J.A. 1993. Chloroplast DNA phylogeny of the papilionoid legume tribe Phaseoleae. Systematic Botany, 18(2): 309-327. DOYLE, J.J., DOYLE, J.L., BALLENGER, J.A., DICKSON, E.E., KAJITA, T. & OHASHI, H. 1997. A phylogeny of the chloroplast gene rbcL in the Leguminosae: taxonomic correlations and insights into the evolution of nodulation. American Journal of Botany, 84(4): 541-554. DOYLE, J.J.; CHAPPILL, J.A.; BAILEY, C.D. & KAJITA, T. 2000. Towards a comprehensive phylogeny of Legumes: evidence from rbcL sequences and non- molecular data. In: Herendeen, P.S. & Bruneau, A. (eds.). Advances in Legume Systematics, part 9. Kew: Royal Botanic Gardens, p.: 299-310. DOYLE, J.J. & LUCKOW, M.A. 2003. The rest of the iceberg: legume diversity and evolution in a phylogenetic context. Plant Physiology, 131(3): 900-910. FANTZ, P.R. 1996. Resegregation of Barbieria from Clitoria (Leguminosae: Papilionoideae: Clitoriinae). Sida, 17(1): 55-68. GIULIETTI, A.M.; QUEIROZ, L.P.; SILVA, T.R.S.; FRANÇA, F.; GUEDES, M.L.; AMORIM, A.M. 2006. Flora da Bahia. Sitientibus Série Ciências Biológicas, 6(3): 169-173. GRISEBACH, A.H.R 1860. Flora of the British West Indian Islands 193.

17

HARRIS, J.G.; HARRIS, M.W. 1994. Plant Identification Terminology: an illustrated glossary. Utah: Spring Lake Publishing. 198 p. HUTCHINSON, J. 1964. The genera of flowering plants. Vol. 1. Oxford, Claredon Press, 516 p. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 2002. Área territorial oficial. Resolução da presidência do IBGE de n°5, de 10 de outubro de 2002. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/areaterritorial/principal.shtm (acessado: 13 Jan. 2014). KAJITA T.; OHASHI, H.; TATEISHI, Y.; BAILEY, C.D. & DOYLE, J.J. 2001. rbcL and legume phylogeny, with particular reference to Phaseoleae, Millettieae, and allies. Systematic Botany, 26(3): 515-536. LACKEY, J. 1981. Tribe Phaseoleae. In Polhill, R.M. & Raven, P.H. (eds.), Advances in Legume Systematics, part 1. Kew Royal Botanic Gardens, p.: 301-327. LAVIN, M.; HERENDEEN, P.; WOJCIECHOWSKI, M.F. 2005. Evolutionary rates analysis of Leguminosae implicates a rapid diversification of lineages during the Tertiary. Systematic Biology, v. 54(4): 530-549. LEWIS, G.P. 1987. Legumes of Bahia. Kew: Royal Botanic Gardens. 369p. LEWIS, G.P.; SCHRIRE, B.D.; MACKINDER, B.A. & LOCK, M. (eds.). 2005. Legumes of the World. Kew: Royal Botanic Gardens. 577p. LIMA, H.C.; SOUZA, E.R.; TOZZI, A.M.G.A.; PEREZ, A.P.F.; FLORES, A.S.; SARTORI, A.L.B.; VAZ, A.M.S.F.; FILARDI, F.; FERNANDES, F.M.; GARCIA, F.C.P.; IGANCI, J.R.V.; FERNANDES, J.M.; VALLS, J.F.M.; LIMA, L.C.P.; COSTA, L.C.; QUEIROZ, L.P.; MORIM, M.P.; NUNES, N.L.A; SILVIA, R.T.; MIOTTO, T.S.; DUTRA, V.F.; VIDAL, F.M.; SOUZA, V.C.; MESSINA, T.; KUTSCHENKO, D.C.; PENEDO, T.S.A.; VALENTE, A.M. 2013. Fabaceae/ Leguminosae. Livro Vermelho da Flora do Brasil, 1.ed.-Rio de Janeiro, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. p.:516-548. LUCKOW, M.; MILLER, J.T.; MURPHY, D.J. & LIVSHULTZ, T. 2003. A phylogenetic analysis of the Mimosoideae (Leguminosae) based on chloroplast DNA sequence data. In: Klitgaard, B.B. & Bruneau, A. (eds.). Advances in Legume Systematics, part 10. Kew: Royal Botanic Gardens, p.: 197-220. MCMAHON, M.M. & SANDERSON, M.J. 2006. Phylogenetic supermatrix analysis of GenBank sequences from 2228 papilionoid legumes. Systematic Biology, 55(5): 818- 836.

18

MIOTTO, S.T.S. 1987. Os gêneros Centrosema (DC.) Benth. e Clitoria L. (LEGUMINOSAE, FABOIDEAE) no Rio Grande do Sul. Iheringia, 36: 1-82. MORI, S.A.; SILVA, L.A.M.; LISBOA, G. & CORADIN, L. 1989. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Ilhéus: Centro de Pesquisas do Cacau. 104p. PENNINGTON, R.T.; LAVIN, M.; IRELAND, H.; KLITGAARD, B.; PRESTON, J.; HU, J.M. 2001. Phylogenetic relationships of basal papilionoid legumes based upon sequences of the chloroplast trnL intron. Systematic Botany, v. 26(3): 537-556. POLHILL, R.M. 1981. Papilionoideae. In: POLHILL, R.M.; RAVEN, P.H. (eds.). Advances in legume systematics, part 1. Kew: Royal Botanic Gardens, p.: 191-208. QUEIROZ, L.P.DE 2009. Leguminosas da caatinga. Feira de Santana: Editora Universitária UEFS, 443 p. RADFORD A.E.; DICKINSON, W.C.; MASSEY, J.R. & BELL, C.R. 1974. systematics. New York: Harper & Row. 891p. SÃO-MATEUS, W. 2013. Taxonomia de Papilionoideae (Leguminosae) da Mata Atlântica do Rio Grande do Norte. 151p. SEI (Superintendência de estudos econômicos e sociais da Bahia). 2013. Anuário estatístico da Bahia. v. 23. Salvador: Secretaria do Planejamento, Ciência e Tecnologia. 691 p. SCHULTZE-KRAFT, R.; WILLIANS, R.J. & CORADIN, L. 1990. Biogeography of Centrosema. In: Centrosema: Biology, agronomy, and utilization (R. Schultze-Kraft & R.J. Clements eds.). Centro Internacional de Agricultura Tropical (CIAT), Cali. p.: 1- 27. SOUZA, V.C. 2013. Centrosema. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (R.C.Forzza et al., eds.). http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/FB18271. (Acessado: 19 de janeiro de 2014). SPRENT, J.I. 2001. Nodulation in legumes. 797-798p., Kew: Royal Botanic Gardens SPRENT, J.I.; JAMES, E.K. 2007. Legume evolution: where do nodules and mycorrhizas fit in? Plant Physiology, 144: 575-581. STEARN, W.T. 2004. Botanical Latin. 4ed. Timer Press, Portland. 546p. STEFANO, R.D.; FANTZ, P.R.; FERNÁNDEZ-CONCHA, G.C.; ITZA, L.L.C. 2008. Centrosema and Clitoria (Leguminosae: Papilionoideae: Phaseoleae: Clitoriinae) In the Mexican Yucatán Peninsula, Including Three Lectotypifications. Vulpia, v. 7, 1- 15.

19

TAUBERT, P. 1894. Leguminosae. In: Engler, A & Prantl, K (eds.). Die natürlichen Pflanzenfamilien, Leipzig: Wilhelm Engelmann. vol. 3(3), p. 70-396. THIERS, B. [Continuously Updated]. Index Herbariorum: A Global Directory of Public Herbaria and Associated Staff. New York Botanical Garden’s Virtual Herbarium. Disponível em http://sweetgum.nybg.org/ih/ (acessado: 10 jan. 2014). TUCKER, S.C. 1987 a. Floral Initiation and Development in Legumes. In: Stirton, C.H. [ed.] Advances in Legume Systematics, part 3, 183-239. Kew: Royal Botanic Gardens. WILLIAMS, R.J. & CLEMENTS, R.J. 1990. of Centrosema. In R. Schultze- Kraft & Clements, R.J. (eds.), Centrosema, Biology, Agronomy, and Utilization. Cali, Centro Internacional p.: 29-76. WOJCIECHOWSKI, M.F.; LAVIN, M. & SANDERSON, M.J. 2004. A phylogeny of legumes (Leguminosae) based on analysis of the plastid matK gene resolves many wellsupported subclades within the family. American Journal of Botany 91(11): 1846- 1862.

20

CAPÍTULO I

Centrosema sericiflorum, a new species of Centrosema (Fabaceae, Papilionoideae) from the Caatinga Domain, Bahia, Brazil

ARTIGO SUBMETIDO À PHYTOTAXA

21

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

Centrosema sericiflorum, a new species of Centrosema (Fabaceae, Papilionoideae) from the Caatinga Domain, Bahia, Brazil

KAMILLA LOPES BARRETO1 & LUCIANO PAGANUCCI DE QUEIROZ1

1Programa de Pós-graduação em Botânica, Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Feira de

Santana, Av. Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, CEP 44036-900, Feira de Santana, BA, Brazil. Email: [email protected],[email protected]

22

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

Abstract

Centrosema sericiflorum, a new species of legumes (Phaseoleae: Clitoriinae) from the

Caatinga seasonally dry woodland, is described, discussed, and illustrated. The species can be recognized by the sericeous indumentum of its calyx and standard; absence of a spur on its standard; the lobed nectary rim; and the capitate stigma. The new species is known from only one locality in northern Chapda Diamantina, Bahia, Brazil.

Key words: Clitoriinae, Neotropics, Northeastern Brazil, taxonomy.

Resumo

Centrosema sericiflorum, uma nova espécie de Leguminosae (Phaseoleae: Clitoriinae) no domínio Caatinga, é descrita, comentada e ilustrada, e um mapa de distribuição é apresentado. A espécie pode ser reconhecida no gênero pelo indumento seríceo do estandarte e do cálice, ausência do calcar, disco nectarífero lobado e estigma capitado. O táxon é conhecido em uma localidade da caatinga, com sazonalidade marcada e próximo a

áreas antropizadas.

Palavras-chave: Clitoriinae, Neotrópico, Nordeste brasileiro, taxonomia.

23

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

Introduction

Centrosema De Candolle (1825: 234) Bentham (1837: 53) includes about 35 species, distributed in the Neotropics (Schultze-Kraft et al. 1990.), and especially in Brazil, considered its center of diversity (Lackey 1981). Centrosema was proposed by De

Candolle (1825: 234), who placed its species in a section of Clitoria Linnaeus (1753: 753).

Bentham (1837: 53), recognizing it as distinct from Clitoria, elevated that section to a generic status, publishing new species and new combinations. Consequently, many species described in Clitoria, Vexillaria Eaton (1817: 82) and Platysema Benth. (1837: 58) were transferred to Centrosema.

Centrosema belongs to the tribe Phaseoleae (Schrire 2005), subtribe Clitoriinae, which is one of the unresolved basal lineages of the Millettioid s.l. clade Cardoso et al.

(2012). It is characterized by trifoliate leaves (rarely 1– or 5–7-foliate), the standard usually broad and with a spur on its dorsal side, by the truncated and ciliate stigma and valves with pubescent wings (Duno de Stefano et al. 2008, Williams & Clements 1990).

Within the genus, Williams & Clements (1990) recognized a group of very distinct species characterized by the woody habit, the now-spurred standard, and large, flattened pods with winged sutures. Two species have been recognized in this informal group: C. platycarpum Bentham (1859: 126), distributed in the savanna areas of Central and northern

Brazil (Roraima), and C. triquetrum (Hoffmanns. ex Bentham) Bentham (1865: 528) of the

Amazon region. During a review of the genus for the state of Bahia a new species of this group from the Caatinga Domain was identified. The new species is herein described and illustrated and its possible affinities and distinguishing characters discussed.

24

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

Taxonomic treatment

Centrosema sericiflorum K. Barreto & L.P. Queiroz, sp. nov. (Fig. 1).

Centrosema sericiflorum resembles C. platycarpum and C. triquetrum in its standard

without a spur on the dorsal surface, woody branches, and coriaceous bracteoles,

differing from both species by the sericeous indumentum (vs. pilose) on the external

surface of its standard and calyx, and by the capitate and ciliate stigma (vs. cuneiform

and glabrous in other species).

Type:—BRAZIL. Bahia: Mun. Bonito, terrenos encapoeirados, a margem da estrada, 19

July 1998 (fl.), L.P. Félix & G. Trajano 8689 (holotype HST).

Woody climbing vine; young branches, petiole and rachis pubescent, trichomes short and ferruginous. Stipules ca. 7 × 1.5 mm, oval-triangular, acuminate, external surface sericeous, persistent. Leaves 14–15 cm long, pinnate; petiole 5 to 5.3 cm long; rachis 1–1.2 cm long, stipels ca. 6 × 0.5 mm, linear-triangular, external surface pilose; leaflets 3, coriaceous to cartaceous, 7.5–8 × 6.3–6.8 cm, elliptic, apex obtuse, base obtuse, the lateral slightly asymmetric, adaxially sparsely pilose, abaxially pubescent, reticulate, secondary veins 7–8 pairs. Pseudoraceme axillar, ca. 8.3 cm long, shorter than the adjacent leaf; bracts and bracteoles sericeous, bracts of the second order (in the middle of the pedicel) ca.

5.1 × 4 mm, oval-lanceolate, bracteoles (below the calyx) 1.1–1.2 cm × 0.7–0.8 cm, elliptic-oblong, asymmetric, ca. 35 veins; pedicel ca. 7 mm long. Flowers ca. 4 cm long; calyx ca. 14 mm long., tube ca. 7 × 11 mm, outer surface sericeous, trichomes thin, adpressed and ferruginous, inner surface glabrous, lacinia 4, upper (carinal) lacinia 8.5 mm

25

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

long., lateral lacinia 7 mm long., lower (vexillar) lacinia 6 mm long., bifid; the standard ca.

3.4 × 3.7 cm, orbicular, revolute, external surface sericeous, trichomes thin, adpressed and ferrugineous, inner surface glabrescent, without a spur beneath; wings ca. 3 × 0.9 cm, falcate, auriculate, pubescent, ondulate; the keel petals ca. 2.3 × 1.3 cm, outer surface pilose, internal surface glabrescent; androecium ca. 3.5 cm long., staminal sheath ca. 2.5 cm long, glabrescent, filaments free for 10 mm, anthers 1.8–2 × 0.8–1 mm, ellipsoid to oblong; pistil ca. 1.8 cm long, ovary ca. 1.5 × 1.8 mm, sessile, pilose, nectary basal, cylindrical, margins 7-lobed, sericeous, style ca. 0.3–1.3 cm., geniculate, flattened, slightly pilose on the lower half, stigma capitate and ciliate. Fruit not seen.

Holotype: — BRAZIL. Bahia: Mun. Bonito, terrenos encapoeirados, a margem da estrada, 19 Jul. 1998, L.P. Félix & G. Trajano 8689 (HST!).

Distribution and habitat: Centrosema sericiflorum is known only from the type collection in the municipality of Bonito, Bahia, Brazil (Fig. 2). The species occurs in fragments of the caatinga arbustiva in open areas on clay substrates.

Conservation status: Centrosema sericiflorum is described from a single specimen, reported by the collector to have been found near the road side. Various attempts at recollecting have been unsuccessful. The area is relatively well collected, therefore it is surprising that the species is not represented with more collections in herbaria. The clearing of native vegetation for agricultural production is the main threat to the species.

Because of its very restricted distribution, and in accordance with the B2b criteria (IUCN

2012), the species must be classified as Critically Endangered (CR).

Etymology: The epithet refers to the sericeous indumentum of the external surface of the calyx and the standard.

Additional comments: Centrosema sericiflorum shares the now-spurred standard and woody branches with C. platycarpum and C. triquetrum. Williams & Clemments

26

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

(1990) recognized that C. platycarpum and C. triquetrum differ from the rest of

Centrosema species by the above-cited characters and by the relatively large and woody fruit, with at least the upper suture with winged margins. The shared floral and vegetative characters leave no doubt that C. sericiflorum is related to those two species, even though its fruit remains unknown. It can be distinguished from C. platycarpum and C. triquetrum by the sericeous ferruginous indumentum on the external surface of its calyx (Fig. 1G) and standard (Fig. 1F) (vs. pilose calyx and standard with translucent trichomes) and its capitate and ciliate stigma (vs. cuneiform and glabrous in other species) (Fig. 1J.). It further differs from C. platycarpum by its smaller bracteoles (1.2–1.5 × 0.5–0.6 cm vs. 20–

26 × 10–14 cm) with the sericeous and ferruginous indumentum and with 35 veins (vs. ca.

50 veins).

Centrosema sericiflorum is the first species of this group recorded for Bahia in the

Caatinga Domain, the largest and most isolated nucleus of Seasonally Dry Tropical Forests

(SDTF) (Queiroz 2006). The SDTFs occur on relatively fertile soils and are subject to a prolonged dry season. The two other species of the group occur in areas with different ecological conditions. Centrosema platycarpum occurs mainly on oligotrophic soils in the savanna vegetation of the Cerrado Domain (Goiás, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão, and Pará), whereas C. triquetrum occurs in moist tropical forests on poorly drained soils of the northern and northeastern South America (Venezuela, Colombia, Ecuador, Peru, and northern Brazil) (Schultze-Kraft et al. 1990).

27

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

Key to species of the Centrosema platycarpum group:

1. Stigma capitate and ciliate; calyx and standard externally ferruginous sericeous...... C. sericiflorum

1. Stigma cuneate and glabrous; calyx externally pilose ...... 2

2. Upper lobe of the calyx slightly bent or bifid; legume with flat valves and winged margins ………...... C. triquetrum

2. Upper lobe of the calyx entire and truncate; legume with convex valves, ribbed medially, the top margin alate, the bottom margin merely prominent

…………………………………………………………………………... C. platycarpum

Acknowledgments

The authors are grateful to Angela Miranda, curator of the HST for the loan of their material; to Alex Popovkin the translation; to the CAPES (Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) for awarding a graduate student scholarship to the first author. The work was also supported by the following projects:

Sisbiota (CNPq 563084/2010-3; FAPESB PES0053/2011) and the Research Program in the Biodiversity of the Semi-Arid (PPBio/CNPq-MCT).

28

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

References

Bentham, G. (1837). Clitoria. In: Bentham, Commentationes de Leguminosarum

Generibus. Vindobonae, T.J.B.S., pp. 50–51.

Bentham, G. (1859–62). Leguminosae I. Papilionaceae. In: Martius, C.F.P. von. Flora

Brasiliensis 15(1): pp. 307–324.

Bentham, G. (1865). Leguminosae. In: Bentham, G. & Hooker, J.D. Genera Plantarum.

London: Lovell, R. & Co., vol. 1, pp. 528.

Cardoso, D., Queiroz, L.P. de., Pennington, R.T., Lima, H.C., Fonty, E., Wojciechowski,

M.F. & Lavin, M. (2012a). Revisiting the phylogeny of papilionoid legumes: New

insights from comprehensively sampled early-branching lineages. American

Journal of Botany 99: 1991–2013.

De Candolle, A.P. (1825). Leguminosae. In: de Candolle, A.P. et al., Prodromus Naturalis

Systematics Regni Vegetabilis. Paris, Treuttel & Wurtz, v. 2. pp. 234–235.

Eaton, A. (1817). Vexillaria. In: Eaton, A. A Manual of Botany for the Northern States, 82

pp.

IUCN (2012). IUCN Red List Categories and Criteria, version 3.1. IUCN Species Survival

Commission. IUCN, Gland, Switzerland & Cambridge, UK, 2nd ed.

Lackey, J.A. (1981). A Phaseoleae. In: Polhill, R.M., Raven, P.H. (Eds.). Advances in

Legume Systematics. Kew: Royal Botanical Gardens 2: 301–327.

Linnaeus, C. (1753). Species Plantarum, vol. 2. Salvius, L., Stockholm, S., 753 pp.

Queiroz, L.P.de. 2006. The Brazilian Caatinga: phytogeographical patterns inferred from

distribution data of the Leguminosae. In: Pennington, R.T.; Lewis, G.P. & Ratter,

J.A. (eds.). Neotropical savannas and dry forests: plant diversity, biogeography, and

conservation. Oxford: Taylor & Francis CRC Press. 113–149 pp.

29

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

Schrire, B.D. (2005). Tribe Phaseoleae. In: Lewis, G.P., Schrire, B., Mackinder, B. &

Lock, M. (eds.) Legumes of the world. Royal Botanic Gardens, Kew. p. 393–431.

Schultze-Kraft, R., Williams, R.J., and Coradin, L. (1990). Biogeografia de Centrosema.

In: Schultze-Kraft, R., Clements, R.J., Keller-Grein, G. (eds.), Centrosema:

Biología, agronomía y utilización. Publicación, Centro Internacional de Agricultura

Tropical 208, 1–27 pp.

Williams, R.J. & Clements, R.J. (1990). Taxonomy of Centrosema. In: Schultze-Kraft , R.,

Clements, R.J., Keller-Grein, G. (eds.), Centrosema, Biology, Agronomy, and

Utilization. Publicación, Centro Internacional de Agricultura Tropical 208, 29–76

pp.

30

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

Legend FIGURE 1. Centrosema sericiflorum. A. Habit[scale= 4 cm]; B. Detail of the branch indumentum [= 2,9 mm]; C. Detail of indumentum on the abaxial leaf surface[= 1,9 mm];

D. Indumentum of the bracteole[= 9 mm]; E. Wing and keel, lateral view[= 1,8 cm]; F.

Standard[= 1,8 cm]; G. Calyx[= 2,3 mm]; H. Nectary[= 2,1 mm]; I. Androecium and gynoecium[= 4,8 mm]; J. Stigma[= 1,2 mm]; K. Anthers[= 1 mm]. (A-K Félix & Trajano

8689). Drawn by L.Marinho.

FIGURE 2. Distribution map for Centrosema platycarpum Benth., Centrosema sericiflorum K. Barreto & L.P. Queiroz, and Centrosema triquetrum (Hoffmanns. ex

Benth.) Benth.

31

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

FIGURE 1.

32

Centrosema sericiflorum sp. inéd.

FIGURE 2.

33

Flora da Bahia: Gênero Centrosema (DC.) Benth.

CAPÍTULO II

Flora da Bahia: Gênero Centrosema (DC.) Benth. (Leguminosae: Papilionoideae)

ARTIGO A SER SUBMETIDO À REVISTA SITIENTIBUS SÉRIE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

34

Flora da Bahia: Centrosema

FLORA DA BAHIA: GÊNERO CENTROSEMA (DC.) BENTH. (LEGUMINOSAE: PAPILIONOIDEAE)

Kamilla Lopes Barreto¹ & Luciano Paganucci de Queiroz1

Título resumido: Flora da Bahia: Centrosema

1 Programa de Pós-Graduação em Botânica, Universidade Estadual de Feira de Santana Departamento de Ciências Biológicas, Av. Transnordestina, s/n, Novo Horizonte, CEP 44.036-900, Feira de Santana, Bahia, Brasil. *Autora para correspondência: [email protected]

35

Flora da Bahia: Centrosema

Resumo (Flora da Bahia: Centrosema (Leguminosae)) – É apresentado o levantamento florístico do gênero Centrosema (Leguminosae) para o estado da Bahia, Brasil. Foram reconhecidos 15 táxons. São apresentadas no tratamento chaves de identificação, descrições, ilustrações, comentários gerais e mapas de distribuição geográfica dos táxons na Bahia.

Palavras-chave adicionais: Fabaceae, Florística, Nordeste, Taxonomia.

Abstract (Flora of Bahia: Centrosema) – A floristic survey of Centrosema (Leguminosae) from Bahia State, Brazil, is presented. Fifteen taxa are recognized. Keys to identification, descriptions, illustrations, general notes and species geographic distribution maps in Bahia are provided.

Additional key words: Fabaceae, Floristics, Northeast, Taxonomy.

36

Flora da Bahia: Centrosema

1. Centrosema (DC.) Benth., Commentat. Legum. Gen. 53. 1837. Trepadeiras herbáceas ou lenhosas, volúveis ou ervas prostradas ou decumbentes; microtricomas uncinados presentes nos ramos jovens, pecíolo, raque foliar, nervuras dos folíolos e eixos da inflorescência; ramos glabrescentes ou indumentados. Estípulas persistentes, raramente caducas, triangulares, ovadas ou lanceoladas. Folhas imparipinadas, raramente digitadas, pecioladas; raque, se presente, canaliculada; estipelas persistentes ou caducas, lineares ou linear-lanceoladas; folíolos 3, raramente 1 ou 5--7, membranáceos, papiráceos, cartáceos ou coriáceos, oval a lanceolados, algumas vezes oblongos, orbiculares, com base aguda e ápice acuminado ou mucronulado, concolores, peninérvios, broquidódromos, glabrescente (quase glabros exceto pelos microtricomas uncinados) ou indumentados na face abaxial ou em ambas. Inflorescências pseudorracemos axilares, geralmente com uma flor aberta de cada vez; pedúnculo fractiflexo; brácteas de primeira e de segunda ordem estriadas, semelhantes às estípulas, bractéolas 2, maiores do que as brácteas, imbricadas no botão, na antese opostas, adpressas na base do cálice, ovadas, oblongas ou lanceoladas; pedicelos mais curto do que o cálice; botões oval-elipsóides. Flores 1,5--3,5 cm compr., ressupinadas pela torção do pedicelo; cálice curtamente campanulado, glabrescente ou indumentado, 4-laciniado, lacínias de comprimento semelhante ou a inferior (vexilar) muito mais curta ou a superior (carenal) muito mais longa do que as demais, 2 lacínias superiores variadamente unidas; pétalas lilás, roxas, magenta ou brancas, unguiculadas, estandarte geralmente com feixe branco ou creme, suborbicular ou orbicular, calcarado ou não no dorso próximo à base, externamente indumentado; alas falcadas ou sigmóides, auriculadas, indumentadas; pétalas da carena semiorbiculares, curvadas, indumentadas; androceu diadelfo, 9 estames soldados em bainha e estame vexilar livre, anteras uniformes, oblongo-elípticas; disco nectarífero presente, cilíndrico, não lobado; ovário séssil, indumentado, mais de 4 óvulos, estilete curvo, achatado ou cilíndrico, glabrescente, estigma truncado ou emarginado, ciliado ou não. Legume, elasticamente deiscente, linear, reto ou falcado, plano-compresso, rostrado, pouco ou bem desenvolvido, 0,5--3 cm compr., margens espessadas; valvas coriáceas, pubérulas a glabrescentes. Sementes 4--8, não compressas, oblongo-elipsóides; testa coriácea, castanha, na maioria das vezes manchadas de cor mais escura; hilo curto, oblongo a circular. O gênero reúne ca. 35 espécies distribuídas na região Neotropical, com destaque para o Brasil, onde ocorrem 30 espécies, sendo 9 endêmicas. São geralmente encontradas

37

Flora da Bahia: Centrosema

ao longo das florestas estacionais, cerrado, áreas inundadas e pastagens (Souza, 2014). No estado da Bahia foram registradas 15 espécies com duas variedades. Centrosema pertence à tribo Phaseoleae (Schrire 2005) e, juntamente com os gêneros Periandra Mart. ex. Benth. e Clitoria L., está incluído na subtribo Clitoriinae, embora o seu monofiletismo ainda não foi avaliado em um contexto filogenético. Esse grupo aparece como uma das linhagens basais não resolvidas do clado Millettioide s.l. (Cardoso et al. 2012). Os gêneros de Clitoriinae compartilham as flores ressupinadas e a presença de microtricomas uncinados. Porém, Centrosema distingue-se de Clitoria pelo cálice campanulado (vs. tubuloso), pelas pétalas da carena bem menores, fruto plano- compresso (vs. cilíndrico) e dos demais gêneros da subtribo principalmente pelo estandarte calcarado, aurículas das alas pubescentes e estigma truncado.

38

Flora da Bahia: Centrosema

Chave de identificação para as espécies

1. Raque ausente ou inconspícua, 0,1--0,4 cm compr. 2. Folíolo 1, base cordada; pecíolo alado ...... 1.11. C. sagittatum 2’. Folíolos 3--5, base não cordada; pecíolo não-alado. 3. Folíolos com ápice acuminado, nervuras secundárias 50--90 pares ...... 1.1. C. angustifolium 3’. Folíolos com ápice obtuso ou emarginado, nervuras secundárias 6--17(--20) pares. 4. Folíolos geralmente lanceolados, raramente elípticos, em ambas as faces nervuras proeminentes; cálice com lacínia superior reta ...... 1.14. C. venosum 4’. Folíolos obovados ou elípticos, em ambas as faces nervuras pouco proeminentes; cálice com lacínia superior curvada ...... 1.3. C. bracteosum 1’. Raque presente, 0,5--14 cm compr. 5. Planta enegrecida quando herborizada; folíolo terminal geralmente rômbico e os laterais ovais, mais largos na base; pétalas brancas, com guia de néctar na face superior do estandarte e o ápice das alas vináceos ...... 1.8. C. plumieri 5’. Plantas verdes quando herborizadas, folíolo terminal nunca rômbico; pétalas lilás a roxas, raramente rosa a branca em C. virginianum. 6. Todas as lacínias do cálice maiores do que as bractéolas. 7. Folíolos lineares a oval-lanceolados; flores pequenas, 1--3,2 cm compr.; lacínias do cálice desiguais ...... 1.7. C. pascuorum 7’. Folíolos elípticos a ovais; flores grandes, 2,1--5,8 cm compr.; lacínias do cálice com tamanhos uniformes ...... 1.15. C. virginianum 6’. Pelo menos a lacínia do cálice inferior e as laterais menores do que as bractéolas. 8. Estandarte não calcarado no dorso e externamente revestido por indumento seríceo com tricomas ferrugíneos ...... 1.12. C. sericiflorum 8’. Estandarte calcarado no dorso, externamente revestido por indumento piloso com tricomas esbranquiçados. 9. Caule lenhoso; folíolos coriáceos; estandarte magenta.

39

Flora da Bahia: Centrosema

10. Ramos jovens, pecíolo e raque pubescentes a tomentosos; folíolos suborbiculares, lanceolados ou elípticos, face adaxial rugosa ...... 1.2. C. arenarium 10’. Ramos jovens, pecíolo e raque pubescentes, folíolos oval-oblongos ou elípticos, face adaxial ligeiramente reticulada ...... 1.5. C. coriaceum 9’. Caule não lenhoso; folíolos papiráceos a cartáceos; estandarte roxo a lilás. 11. Folíolos 3--5, ápice arredondado ou truncado; fruto falcado, 2,8--4 cm compr...... 1.10. C. rotundifolium 11’. Folíolos 3, ápice agudo, acuminado, obtuso ou emarginado; fruto reto, 8--22 cm compr. 12. Folíolo terminal triangular com base hastada e margens sinuosas ...... 1.13. C. schottii 12’. Folíolo terminal elíptico com base obtusa e margens retas. 13. Folíolos esparsamente pilosos; inflorescência mais curta do que a folha adjacente, brácteas oval-orbiculares ...... 1.4. C. brasilianum 13’. Folíolos pilosos a pubescentes; inflorescência mais longa do que a folha adjacente, brácteas oval-lanceoladas. 14. Estipelas 4--6 mm compr.; fruto 15,5--22 cm compr., valvas do fruto com pontuações translúcidas ...... 1.6. C. macrocarpum 14’. Estipelas 1,5--3 mm; fruto 13,4--14 cm compr., valvas do fruto sem pontuações translúcidas ...... 1.9. C. pubescens

40

Flora da Bahia: Centrosema

1.1. Centrosema angustifolium (Kunth) Benth., Commentat. Legum. Gen. 54. 1837. Figuras 1A, 3A, 4A e 9. Nome popular: cunhã Trepadeira lenhosa ou volúvel, ca. 60 cm alt.; ramos jovens, pecíolo e raque esparsamente pilosa, tricomas setiformes, esparsos. Estípulas 3--5,2 × 1--2 mm, oval- lanceoladas, acuminadas, face externa pilosa, persistentes. Folhas 6,5--11,8 cm compr., (sub-) palmadas; pecíolo 0,7--5,4 cm compr.; raque 0,1--0,4 cm compr., ausente ou inconspícua, estipelas 1,8--4,1 × 0,1--0,5 mm; triangulares, linear, face externa esparsamente pilosa, caducas; folíolos 3, cartáceos 4,3--9,5 × 0,2--0,9 cm, o terminal com tamanho similar ao par basal, linear-lanceolados, a raramente, oblongos, ápice acuminado, base aguda, os laterais ligeiramente assimétricos, ambas as faces esparsamente pilosa, reticulada, nervuras secundárias paralelas, 50--90 pares. Pseudorracemo 3--4,3 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas puberulentas, oval- lanceoladas, brácteas de segunda ordem 3,5--8 × 2,1--4 mm, bractéolas 11--15 × 5--6 mm, assimétricas; pedicelo 0,3--0,9 mm compr. Flores 2,9--3,5 cm compr., pétalas lilás; cálice 8--10 mm compr., tubo 4--5 × 4,5--6,5 mm, face externa pilosa, tricomas finos e eretos, face interna glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 6--7 mm compr., lacínias laterais 2-- 3,2 mm compr., lacínia inferior 3--4 mm compr., unida a mais da metade da base, bífida; estandarte 2,2--2,8 × 3,1--3,5 cm, orbicular, face externa pilosa, com tricomas retos e curtos, face interna glabrescente, calcar 1,5--2 mm compr.; alas 2,1--2,6 cm compr., falcadas, onduladas; pétalas da carena 1,8--2,3 × 1,0--1,3 cm, face externa pilosa a glabrescente, face interna esparsamente pilosa; androceu 3,0--3,6 cm compr., bainha estaminal 2,4--3,1 cm compr., glabrescente, porção livre dos filetes 5--6 mm compr., anteras 1--1,2 × 0,8--1 mm, oblongo-elípticas; pistilo 3--3,3 cm compr., ovário 1,7--2,0 × 9--10 cm, séssil, piloso, estilete 1,2--1,3 cm compr., pubérulo, estigma truncado e ciliado. Legume 9--13 × 0,3--0,4 cm, reto, margens reta-onduladas, base aguda; valvas castanho- claras a vináceas, esparsamente pilosas, com tricomas curtos. Sementes 4--4,5 × 1--2 × 1,9--2 mm, oblongas; testa coriácea, castanha escura, negras quando secas; hilo 1,5--2 mm compr., oblongo. América do Norte (México) a América do Sul (Brasil, Colômbia e Paraguai). No Brasil ocorre em todas as regiões (Schultze-Kraft et al. 1990; Souza 2013). D1, D10, E9, F6, G2: Cerrado, Campo Rupestre (cerrado de altitude) e Mata Atlântica (tabuleiro costeiro), em solos arenosos e rochosos. Floresce ao longo do ano com maior intensidade

41

Flora da Bahia: Centrosema

no período de abril a junho e frutifica de fevereiro a maio. A antese tem início em torno das 6:00 horas e mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas. Material examinado – Barreiras, estrada de chão para Palmeiral, 11°59'40''S, 45°34'52''W, 03 mai. 2013 (fl., fr.) K.L. Barreto et al. 76 (HUEFS); Cocos, Fazenda Trijunção, estrada para o Guará, próximo a caixa d’água, 14°45'15''S, 45°55'15''W, 11 dez. 2001 (fl.), M.L. Fonseca et al. 3060 (IBGE); Conceição do Jacuípe, margem da BR-101, 12°18'60''S, 38°45'59''W, abr. 1974 (fl.), G.C.P. Pinto 42261 (ALCB); Rio de Contas, , entre Rio de Contas e Jussíape, 13°35'00''S, 41°45'00''W, T.B. Cavalcanti et al. 332 (SPSF); Rio Real, Fazenda Caetitú, 11°29'05''S, 37°55'57''W, abr. (fl., fr.), G.C.P. Pinto s.n. (ALCB). Material adicional examinado – BRASIL. GOIÁS: Cachoeira de Goiás, Fazenda Biquinha, 16°44'05''S, 05°04'05''W, jan. 1982 (fl.), G.P. Silva 4187 (CEN). Pode ser reconhecida principalmente pelas folhas palmadas (raque ausente ou inconspícua) e pelos folíolos linear-lanceolados a, raramente, oblongos com muitas nervuras secundárias paralelas. Pela forma estreita dos folíolos, assemelha-se a C. pascuorum, da qual se diferencia pela raque foliar ausente ou inconspícua (vs. bem desenvolvida), folíolos com maior quantidade de nervuras secundárias (> 50 vs. < 20 pares) e flores maiores (2,9--3,5 cm compr. vs. 1--2,3 cm compr.). Esta espécie tem sido erroneamente usada no IPNI como Centrosema angustifolium Benth., talvez por Bentham ter elevado Clitoria sect. Centrosema a gênero. No entanto o basiônimo da espécie em questão é Clitoria angustifolia Kunth, o que nos remete ao nome correto Centrosema angustifolium (Kunth) Benth.

1.2. Centrosema arenarium Benth., Commentat. Legum. Gen. 55. 1837. Figura 1B--C, 3B--D, 4B e 9. Nome popular: feijão-do-mato. Trepadeira lenhosa, volúvel ou subarbusto ereto, 1--2,5 m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque pubescentes a tomentosos, tricomas curtos, sinuosos e adpressos. Estípulas 2--7 × 1--3 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa pilosa, persistentes. Folhas 3-- 12 cm compr., pinadas; pecíolo 0,6--3,2 cm compr.; raque 0,5--1,7 cm compr., estipelas 2,3--8 × 0,1--0,5 mm, linear-triangulares, face externa esparsamente pilosa, geralmente caducas; folíolos 3, cartáceos a coriáceos, 3,1--9,5 × 1--4,5 cm, o terminal 2× maior do que os basais, ovais a elípticos, às vezes orbicular, ápice obtuso ou agudo, geralmente mucronado, base obtusa, os laterais ligeiramente assimétricos, face adaxial rugosa, pilosa,

42

Flora da Bahia: Centrosema

face abaxial pubescente a tomentosa principalmente ao longo das nervuras secundárias, reticulada, nervuras secundárias 5--13 pares. Pseudorracemo 2,8--7,3 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas esparsamente pilosas, brácteas de segunda ordem 4--8 × 2--4,5 mm, oval-lanceoladas, bractéolas 8--15 × 4--6 mm, elíptico- oblongas, assimétricas; pedicelo 0,5--1,2 cm compr. Flores 2,5--5 cm compr.; pétalas cor de rosa, cálice 7--14 mm compr., tubo 4--7 × 5--8 mm, face externa pilosa, tricomas finos e eretos, face interna pilosa a glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 2--5,1 mm compr., lacínias laterais 2--4 mm compr., lacínia inferior 2--9 mm compr., bífida; estandarte 1,8-- 3,1 × 1,4--3,8 cm, orbicular, face externa pubescente, face interna pilosa a glabrescente, calcar 1,5--2,5 mm compr.; alas 1,7--2,7 cm compr., falcadas, onduladas; pétalas da carena 1,6--2,5 × 0,6--1,5 cm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa; androceu 1,7- -3,8 cm compr., bainha estaminal 1,3--3,0 cm compr., glabrescente, porção livre dos filetes 4--8 mm compr., anteras 1--1,5 × 0,9--1,2 mm, oblongo-elípticas; pistilo 1,2--2,6 cm compr., ovário 9--20 × 0,5--1 mm, séssil, hirsuto, estilete 0,3--1,3 cm compr., pubérulo, estigma truncado. Legume 9,3--21,5 × 0,4--0,6 cm, reto, margens onduladas, base aguda; valvas castanho-claras a vináceas, pubescentes, tricomas adpressos. Sementes 3--5 × 3--4 × 0,8--1,1 mm, cilíndricas ou oblongas; testa coriácea, castanho-escura a vinácea, negra quando secas; hilo 1,5--2 mm compr., oblongo. América do Sul (Brasil e Paraguai) e América Central (Nicarágua e Panamá; Queiroz 2009). No Brasil, está amplamente distribuída nas regiões nordeste, centro-oeste, sudeste e sul (Souza 2013). B7, B9, C5, C6, C7, C8, D6, D7, E5, E6, E8, E9, F5, F6, F9, G5, H8, I8, J8: Caatinga (arbustivo-arbórea, floresta estacional semidecidual), Cerrado, Mata Atlântica (floresta ombrófila e restinga), Campo Rupestre e áreas antropizadas, predominantemente em solos arenosos. Floresce ao longo do ano e frutifica no período de novembro a março. A antese tem início em torno das 6:00 horas e mantêm-se abertas até cerca das 17:30 horas.

43

Flora da Bahia: Centrosema

Material selecionado – Abaíra, Estrada Catolés-Abaíra, ca. 5 km de Catolés, 13°19'00''S, 41°49'00''W, 24 nov. 1992 (fl.), W. Ganev 1552 (HUEFS, SPSF); Andaraí, Distrito de Igatú, 12°53'44''S, 41°19'10''W, 01 set. 1986 (fl., fr.), J.D.C.A. Ferreira 390 (HRB); Baixa Grande, 11°52'26''S, 40°06'18''W, 02 set. 1980 (fl.), R.P. Orlandi 288 (CEPEC, HUEFS, HRB, NY, RB, SPSF); Barreiras, BR-242, KM 1052, Brasília-Fortaleza, beira de estrada, 12°09'10''S, 44°59'24''W, 29 set. 2009 (fl., fr.), L. Coradin et al. 1196 (CEN, CEPEC, HUEFS, HRB, NY, RB, SPSF); Caen, 11º08'00''S, 40º25'00''W, 03 set. 1981 (fl.), G.C.P. Pinto 31381 (HUEFS); Caetité, Brejinho dos Ametistas, 14°07'00''S, 42°30'00''W, 13 abr. 1980 (fl., fr.), R.M. Harley 21303 (CEPEC, HUEFS, RB); Campo Formoso, 10°14'34''S, 40°15'57''W, 14 abr. 2006 (fl.), V.J. Santos 551 (HUEFS); Canavieiras, próximo da Fazenda Catita, 15°38'00''S, 39°11'00''W, 28 mai. 2011 (fl.), E.N. Matos et al. s.n. (HUEFS, 180445); Feira de Santana, Campus da Universidade Estadual de Feira de Santana, 13°15'00''S, 38°58'00''W, 05 jul. 1993 (fl.), T.S.N. Sena 6 (HUEFS); Filadélfia, 5 Km na estrada para Pindobaçu, 10°46'20''S, 40°08'55''W, 28 fev. 2000 (fl.), A.M. Giulietti & R.M. Harley 1877 (HUEFS); Igaporã, 13º46'24''S, 42º42'51''W, 05 abr. 1992 (fl.), G. Hatschbach 56635 (MBM); Ipirá, 12°09'30''S, 39°44'13''W, abr. (fl.), E.L.P.G. de Oliveira 796 (CEPEC); Jacobina, 11°10'51''S, 40°31'06''W, s.d. (fl., fr.), L.M. Guedes et al. 9343 (CEPEC); Jaguarari, Fazenda Umburanas, 10°8'18''S, 40°13'46''W, 13 abr. 2006 (fl.), P.F.S. Silva 185 (HUEFS); Juazeiro, margem direita do rio São Francisco, próximo ao desembarque da Ilha do Rodeadouro, 09°30'00''S, 40°30'00''W, 30 mai. 2011 (fl.), 359 m s.n.m., J.P.B. Nascimento 6 (HVASF); Lençóis, Fim da estrada que sai do restaurante de Luís Piedade, 12°33'48''S, 41°23'23''W, 21 ago. 19 (fl.), A.A. Conceição & A.A. Grillo 87 (SPSF); Licínio de Almeida, Distrito de São Domingos, Fazenda São Domingos, 14°33'54''S, 42°31'22''W, 11 dez. 2009 (fl.), E. Melo et al. 7473 (HUEFS); Livramento do Brumado, Estrada livramento-Rio de Contas, 3 Km da cidade de Rio de Contas, 13°38'35''S, 41°50'26''W, 10 abr. 1999 (fl.), R.C. Forzza et al. 1117 (CEPEC); Monte Santo, 10°27'00''S, 39°20'00''W, 20 fev. 1974 (fl.), R.M. Harley 16414 (CEPEC); Morro do Chapéu, Estrada sentido Morro do Chapéu-Jacobina, Km 22, 11°24'32''S, 41°02'09''W, 17 fev. 2004 (fl.), G.P. da Silva 8475 (CEN); Mucugê, 9Km a SW de Mucuge, Rod. p/ Cascavel, terreno prox. Rio Paraguaçu, 13°02'00''S, 41°25'00''W, 05 fev. 1974 (fl., bot.), R.M. Harley 16035 (CEPEC); Nova Viçosa, 5 km da rodovia Nova Viçosa-Posto da Mata (BR 101), L.A.M. Silva & T.S. Santos s.n., s.d. (fl.), (ALCB); Oliveira dos Brejinhos, 12°19'01''S, 42°53'46''W, 16 mar. 1998 (fl., fr.), G. Hatschbach et al. 67787 (HUEFS);

44

Flora da Bahia: Centrosema

Palmeiras, beira da estrada na BR-242, 12°26'32,5''S, 41°29'51,7''W, 762 m s.n.m., 18 jan. 2013 (fl., fr. e bot.), K.L. Barreto & I.M. Souza 28 (HUEFS); Piatã, Ca. 1 km de Brejo de Cima, 13°18'42''S, 41°33'45''W, 08 jan. 2006 (fl., fr.), T.S. Nunes et al. 1455 (HUEFS); Pindobaçu, trilha para serra da fumaça, 10°39'55''S, 40°20'34''W, 16 dez. 2008 (fl.), L.A. Sousa 219 (HUEFS); Porto Seguro, 16°26'60''S, 39°03'52''W, 22 ago. 1961 (fl., frt.), A.P. Duarte 5965 (RB); Prado, 17°20'28''S, 39°13'14''S, s.d. (fl.), M. Fonseca & M.L. Guedes s.n. (CEPEC); Rio de Contas, Estrada Rio de Contas-Rio da Caixa km 13, 13°37'19''S, 41°48'06''W, 17 jan. 2004 (fl., fr.), G. Pereira-Silva et al. 8403 (CEN); Santa Brígida, 09°41'48''S, 38°13'54''W, 23 ago. 2005, D.S. Carneiro-Torres et al. 495 (HUEFS); Saúde, 10°56'00''S, 40°25'00''W, 22 jun. 1987 (fr.), L. Coradin et al. 7734 (HUEFS); Sento Sé, 16 Km a NW de Lagoinha (5,5 Km a SW de Delfino), 10°22'00''S, 41°20'00''W, 04 mar. 1974 (fl., fr.), R.M. Harley 16686 (CEPEC); Tucano, Fazenda Boqueirão, 12°01'33''S, 38°38'22''W, 05 jan. 2006 (fl.), D. Cardoso & J.M.O. Santos 930 (HUEFS); Umburanas, Distrito de Delfino, 10°22'00''S, 41°20'00''W, 04 mar. 1974 (fl., fr.), R.M. Harley 16686 (IPA); Una, Parque Ecoturístico de Una, próximo à REBIO (Reserva Biológica de Una), 15°18'01''S, 39°03'59''W, s.d., J.S. Blanchet 3712 (NY). A espécie caracteriza-se pelos ramos lenhosos, folíolos coriáceos com face adaxial rugosa e abaxial pubescente a tomentosa. A ocorrência de ramos lenhosos e folíolos coriáceos é compartilhada com C. coriaceum (Queiroz 2009), da qual C. arenarium distingue-se pelos ramos e folíolos pubescentes a tomentosos (vs. glabros) e face adaxial dos folíolos rugosa (vs. lisa).

45

Flora da Bahia: Centrosema

1.3. Centrosema bracteosum Benth., Commentat. Legum. Gen. 55. 1837. Figuras 1D, 4C, 5A e 11. Nomes populares: rabo-de-tatu Erva prostrada ou volúvel ca. 1,5 m alt.; ramos jovens e pecíolo, puberulentos. Estípulas 2--5 × 1,5--2,5 mm, oval-triangulares, acuminadas, face adaxial pubérula, persistentes. Folhas 5--10,4 cm compr., digitadas; pecíolo 1,3--4,8 cm compr.; raque ausente, estipelas 2--5 × 0,6--1 mm, setiforme-triangulares, face externa pubérula; folíolos 3-digitados, papiráceos a cartáceos, 3,2--10,3 × 1,2--2,6 cm, obovados ou elípticos, ápice obtuso, emarginado ou mucronado, base aguda, os laterais ligeiramente assimétricos, ambas as faces pilosas a glabrescentes, reticulada, nervuras secundárias 6--13 pares. Pseudorracemo 4,2--7,1 cm compr., maior do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas esparsamente pilosas, brácteas de segunda ordem 2,5--10 × 1,5--6 mm, lanceolada- suborbiculares, bractéolas 10--15 × 4,5--6,5 mm, elíptico-oblongas, simétricas; pedicelo 0,5--1,3 cm compr. Flores 2,8--5 cm compr.; pétalas lilás esbranquiçada, cálice 1,4--2,4 cm compr., tubo 4--5 × 4,5--7,2 mm, face externa pilosa, face interna glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 11,5--14 mm compr., lacínias laterais 4--6 mm compr., lacínia inferior 3--6 mm compr., bífida, unida a mais da metade da base; estandarte orbicular 1,4--2,7 × 1,2--2,7 cm, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 1--4 mm compr.; alas falcadas, onduladas 1,4--2,3 cm compr.; pétalas da carena 1,3--1,9 × 0,6--1,4 cm, face externa esparsamente pilosa, face interna glabrescente; androceu 0,9--3,5 cm compr., bainha estaminal 0,7--3 cm compr., glabrescente, filetes livres por 3--5 mm compr., anteras 1--1,5 × 0,9--1 mm, oblongo-elípticas; pistilo 1,0--27 mm compr., ovário 6--12 × 0,8--1 mm, séssil, hirsuto, estilete 4--15 mm compr., piloso, estigma truncado e ciliado. Legume 6,7--8,3 × 4--5 cm, reto, rostro 0,5--1,2 cm compr., margens onduladas, base aguda; valvas castanho-claras, pubérulo. Sementes 3,5--6 × 2--2,5 × 0,03--0,2 mm, oblongas; testa coriácea, castanho-clara; hilo ca. 1,2 mm compr., oblongo. Brasil, regiões Centro-Oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul), Nordeste (Bahia), Sudeste (Minas Gerais, São Paulo) e Sul (Paraná). (Schultze-Kraft et al. 1990). D2, E2/3, G5: Cerrado, solo arenoso, até 1000 m s.n.m. Floresce no período de novembro a janeiro e frutifica em janeiro, março, outubro e novembro. A antese tem início em torno das 6:00 horas e as flores mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas. Material examinado – Barreiras, ca. 100 km W of Barreiras, cerrado Espigão Mestre, 12°09'10''S, 44°59'24''W, 07 mar. 1972, W.R. Anderson 36798 (UB); Caetité, 14°03'60''S, 42°29'00''W, 10 jan. 2006 (fl., fr.), T.S. Nunes et al. 1592 (HUEFS); Formosa

46

Flora da Bahia: Centrosema

do Rio Preto, 11°09'00''S, 45°35'00''W, abr. 1989 (fl.), R.C. Mendonça 1434 (IBGE);

Igaporã, próximo ao trevo para Tanque Novo, 14°07'47''S, 42°30'15''W, 950 m s.n.m, 18 mar. 1995 (fl., fr.), G. Hatschbach & J.M. Silva 62025 (HUEFS); Santana, 12°56'00''S, 44°03'00''W, 20 nov. 1980 (fl.), S.B. Silva 167 (HRB). Material adicional examinado – BRASIL. DISTRITO FEDERAL: Brasília, 15°53'00''S, 47°56'00''W, 06 nov. 1990 (fl.), P.C.M. Ramos 284 (CEPEC); GOIÁS: Niquelândia, 14°40'44''S, 48°04'59''W, 28 nov. 1996 (fl.), M.L. Fonseca 1369 (RB). Centrosema bracteosum pode ser reconhecida por apresentar folhas digitadas, folíolos obovados ou elípticos com ambas as faces apresentando nervuras pouco proeminentes e cálice com lacínia superior lanceolada, maior do que as outras e curvada. As folhas digitadas e trifolioladas a aproximam de C. venosum, da qual se diferencia pelos caracteres citados de forma e nervuras dos folíolos e lacínias do cálice. No entanto, foram observados alguns espécimes com morfologia intermediária entre essas duas espécies, sugerindo a necessidade de estudos que melhor estabeleçam os limites entre elas.

47

Flora da Bahia: Centrosema

1.4. Centrosema brasilianum (L.) Benth., Commentat. Legum. Gen. 54. 1837. Nomes populares: jequiritirana, brincos-de-princesa, fava-brava, feijão-bravo. Trepadeira prostrada a volúvel 1--2 m alt.; ramos jovens glabros, pecíolo e raque, glabrescentes a glabros. Estípulas 2--6 × 0,5--1,5 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa glabrescente, persistentes. Folhas 3,6--10 cm compr., pinadas; pecíolo 0,5--2,6 cm compr.; raque 0,5--1,5 cm compr., estipelas 1--4,5 × 0,1--0,2 mm, linear-triangulares, face externa esparsamente pilosa, folíolos 3, membranáceos a cartáceos, 2,5--7,7 × 1--4 cm, o terminal, oval a linear-lanceolado, ápice agudo, obtuso, geralmente mucronado, base obtusa, os laterais ligeiramente assimétricos ou simétricos, face adaxial glabrescente, face abaxial esparsamente pilosa, reticulada, nervuras secundárias 4--15 pares. Pseudorracemo 2,8--5,1 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas, glabrescentes, ciliadas nas extremidades, brácteas de segunda ordem 5--7 × 2,5--6 mm, oval-orbiculares, bractéolas 11--16 × 5,3--10 mm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 5--12 mm compr. Flores 2,2--4,5 cm compr.; pétalas lilás, cálice 4,5--6,5 mm compr., tubo 3--5 × 3--6 mm, face externa pilosa, tricomas setiformes, face interna esparsamente pilosa, lacínias 4, lacínia superior 1,1--4,5 mm compr., lacínias laterais 1--2 mm compr., lacínia inferior 1,2--2,5 mm compr., bífida; estandarte 1,6--3,2 × 2,0--4,0 cm, orbicular, face externa pubérula, face interna glabra, calcar 1--2 mm compr.; alas falcadas, onduladas 1,5- -2,4 cm compr.; pétalas da carena 2,1--2,2 × 1,0--1,6 cm, face externa pilosa, face interna glabrescente; androceu 2,3--2,8 cm compr., bainha estaminal 1,8--2,3 cm compr., esparsamente piloso, filetes livres 5--6 mm compr., anteras 0,8--1,4 × 0,8--1 mm, oblongo- elípticas; pistilo 1,2--1,5 mm compr., ovário 11--14 × 0,5--1 mm, séssil, pubérulo, tricomas adpressos, estilete 8--12 mm compr., pubérulo, estigma truncado e ciliado. Legume 8--18 × 0,3--0,7 cm, reto, rostro 1,8--2,6 cm compr., margens onduladas ou retas, base aguda; valvas castanho-claras, pubérulo, tricomas adpressos. Sementes 3--4,2 × 2--3 × 0,9--2,2 mm, cilíndricas ou oblongas; testa coriácea, castanho-escura; hilo 0,8--1,5 mm compr., elíptico-oblongo. Centrosema brasilianum caracteriza-se pelas brácteas oval-orbiculares, folhas com pulvínulos enegrecidos quando herborizadas, flores grandes (2,2--4,5 cm compr.), lacínias do cálice claramente desiguais, sendo as laterais mais curtas ou do mesmo tamanho da inferior e pelas bractéolas grandes, encobrindo quase totalmente todas as lacínias do cálice. A forma dos folíolos a aproxima de C. pascuorum e C. virginianum, a qual ainda compartilha flores de comprimento semelhante. Centrosema brasilianum diferencia-se

48

Flora da Bahia: Centrosema

destas espécies pelas brácteas orbiculares, lacínias do cálice curtas (vs. longas e lineares) e bractéolas recobrindo o cálice em toda a sua extensão. Segundo Amshoff (1939) C. brasilianum possui duas variedades: C. brasilianum var. brasilianum e C. brasilianum var. angustifolium. Chave de identificação para as variedades

1. Folíolos lanceolados a ovais, face adaxial com menos de 10 pares de nervuras secundárias ...... 1.2. C. brasilianum var. brasilianum 1’. Folíolos linear-lanceolados, face adaxial com mais de 10 pares de nervuras secundárias ...... 1.1. C. brasilianum var. angustifolium

1.4.1. Centrosema brasilianum (L.) Benth. var. brasilianum Figuras 1E, 3F--G, 4D e 10. América Central ao Paraguai, sendo considerada invasora (Williams & Clements 1990; Queiroz 2009). No Brasil ocorre em todas as regiões (Souza 2013), em diferentes tipos de vegetação, geralmente em ambientes antropizados. B6, C5, C6, C7, C9, D6/7, D10, E2, E4, E6, E7, E8, E9, E10, F4, F6, F7, F8, F9, G8, H8, J8: Caatinga, Mata Atlântica (floresta ombrófila e restinga), Campo Rupestre, solos arenosos e áreas antropizadas. Floresce e frutifica durante todo o ano. A antese tem início em torno das 6 horas e mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas. Material selecionado – Abaíra, 13°18'00''S, 41°54'00''W, 22 nov. 1993 (fl.), W. Ganev 2536 (HUEFS); Água Quente, 13°30'00''S, 41°59'00''W, 01 dez. 1988 (fl., fr.), R.M. Harley et al. 26556 (CEPEC, NY, SPSF); Alagoinhas, Campus-Uneb, 12°08'00''S, 38°26'00''W, 04 set. 2000 (fl.), N.G. Jesus 416 (CEPEC, HUEFS); Alcobaça, Km 15-20 Rod. para Itamaraju, 17°31'10''S, 39°11'44''W, 11 ago. 1995 (fl.), G. Hatschbach & J.T. Motta 62983 (CEPEC, HUEFS, MBM); Andaraí, Entroncamento BR-242- Andaraí KM 30, 12°41'00''S, 41°12'00''W, 12 set. 1991 (fl., fr.), L. Coradin et al. 8589 (RB); Anguera, 12°10'00''S, 39°12'00''W, 15 set. 1996 (fl.), E. Melo 1712 (UB); Barra, Dunas do São Francisco em frente à vila de Ibiraba no caminho para os Brejos, 10°49'54,2''S, 42°56'32,8''W, 16 fev. 2013 (fl.), K.L. Barreto et al. 39 (HUEFS); Barreiras, Próximo ao Hotel Solar das Mangueiras, 12°06'55''S, 45°04'09''W, 13 abr. 2005 (fl., fr.), L.P. Queiroz 10223 (HUEFS); Bom Jesus da Lapa, Estrada de Bom Jesus da Lapa-Igaporã km 33, 13°26'00''S, 43°10'00''S, 02 jul. 1983 (fl., fr.), L. Coradin et al. 6337 (CEN); Cairú, Ilha de

49

Flora da Bahia: Centrosema

Tinharé, 13°29'13''S, 39°02'37''W, 09 abr. 1982 (fl., fr.), G.C.P. Pinto et al. 1182 (CEPEC, HRB, HUEFS); Camaçari, 12°56'00''S, 38°21'00''W, 04 fev. 2006 (fl., fr.), D. Cardoso et al. 1109 (HUEFS); Campo Alegre de Lourdes, Estrada para Remanso, cerca de 12 Km de Campo Alegre de Loudes, 09°35'10''S, 42°54'15''W, 15 jun. 2001 (fl., fr.), T.S. Nunes 428 (ALCB, CEPEC, HUEFS, PEUFR); Casa Nova, Arredores da represa de Sobradinho, 09°31’00’’S, 41°23’00’’W, 08 set. 1981 (fl., fr.), G.C.P. Pinto 34281 (HUEFS); Conde, Fazenda do Bu, 12°03'24''S, 37°41'27''W, 11 set. 1996 (fl.), T. Jost et al. 404 (HUEFS, RB); Entre Rios, Litoral Norte, Massarandupió, a 20Km de Porto de Sauípe, 11°52'00''S, 38°02'00''W, 23 jul. 2010 (fl.), A.V. Popovkin 719 (HUEFS); Esplanada, Dunas de Baixio, 11°47'00''S, 37°56'00''W, 26 fev. 2000 (fl.), E.P. Queiroz 35 (ALCB); Ibotirama, Rodovia Ibotirama-Seabra (Rod. BR 242) km 14, 12°02'00''S, 43°04'00''W, 20 jun. 1987 (fr.), L. Coradin et al. 7645 (CEN, HUEFS); Ilhéus, 9 Km no sul de Ilhéus, estrada Ilhéus- Olivença, Cururupé, 14°51'00''S, 39°02'00''W, 29 nov. 1981(fl.), G.P. Lewis & A.M. Carvalho 704 (CEPEC); Iramaia, Fazenda Leopoldina, 13°33'00''S, 40°43'00''W, 04 abr. 1984 (fl., fr.), J.C.A. Lima & L.C. Oliveira Filho 107 (CEPEC); Itaberaba, Fazenda Itaberaba, ilhas de vegetação em Inselberg, 12°30'06''S, 40°05'03''W, 08 fev. 2008 (fl.), J.L. Ferreira et al. 302 (HUEFS); Itabuna, Br 101, Itabuna-Eunapólis, Km 123, 14°24'34,2''S, 39°19'33,7''W, 16 jul. 1980 (fl.), K.L. Barreto et al. 62 (HUEFS); Ituaçu, 13°48'50''S, 41°16'41''W, 23 jun. 1987 (fl.), L.P. Queiroz et al. 1685 (HUEFS, MBM); Ituberá, 13°43'00''S, 39°08'00''W, 08 jun. 2006, M. Ramalho et al. s.n. (ALCB); Jandaíra, 11°33'00''S, 37°47'00''W, 16 jul. 2000 (fl.), E.P. Queiroz 72 (ALCB); Jequié, 13°51'28''S, 40°05'00''W, 26 jan. 1980 (fl.), Andrade-Lima, D. 8806 (IPA); Jeremoabo, 10°00'15''S, 38°25'59''W, 18 out. 2009 (fl., fr.), E. Melo et al. 6760 (ALCB); Lençóis, Entroncamento e entrada para lençóis/ Itaberaba BR-242, km 13, 12°52'00''S, 41°30'00''W, 23 mar. 2003 (fl., fr.), E. Gross 17 (HUEFS); Livramento do Brumado, Estrada de Rio de Contas-Livramento de Brumado, km 9, 13°37'00''S, 41°49'00''W, 17 set. 1992 (fl.), L. Coradin et al. 8652 (RB); Maracás, 6Km a SW de Maracás, BA-026, 13°26'28''S, 40°25'50''W, 26 abr. 1978 (fl.), S.A. Mori et al. 9929 (CEPEC); Maraú, Fazenda Taipus de Fora, 13°56'35''S, 38°55'50''W, 24 mai. 2009 (fl., fr.), M.L. Guedes et al. 15033 (ALCB, MBM); Mascote, 15°33'47''S, 39°18'09''W, 16 jul. 1980 (fl., fr.), L. Coradin et al. 2922 (CEN, HUEFS, RB); Mata de São João, 12°27'34''S, 37°56'28''W, 22 jul. 2008 (fl., fr.), F.S. Gomes et al. 68 (ALCB); Miguel Calmon, Piemonte da Diamantina, entorno do Parque de Sete passagens, Boca da Mata, 11°22'25''S, 40°35'14''W, 23 dez. 2006 (fl., fr.), M.L. Guedes et al. 13224 (ALCB); Morro do Chapéu, 11°40'19''S, 41°00'51''W, 24 mai.

50

Flora da Bahia: Centrosema

2008 (bot., fl. e fr.), N. Roque et al. 1822 (ALCB); Mucugê, Parque Municipal de Mucugê, Trilha do Tiburtino, 13°14'00''S, 41°34'00''W, (fl., fr.), J. Costa & C.N.B. Costa 1332 (HUEFS); Nova Viçosa, 17°53'31''S, 39°22'19''W, 21 mai. 1980 (fl.), L.A.M. Silva & T.S. Santos 802 (CEPEC); Palmeiras, 12°31'44''S, 41°33'31''W, abr. 1997, A.L.B. Sartori et al. 245 (CEPEC); Rio de Contas, 13°35'00''S, 41°45'00''W, 26 fev. 1989 (fl., fr.), T.B. Cavalcanti et al. 332 (HUEFS); Salvador, Dunas do Abaeté, 12°58'00''S, 38°30'00''W, 22 out. 2005 (fl., fr.), A.L. Cotias et al. s.n. (ALCB); Santo Antônio de Jesus, 12°26'25''S, 37°56'11''W, 24 mar. 2006 (fl., fr.), P.O. Rebouças 40 (HUEFS); São Sebastião do Passé, 12°30'45''S, 38°29'42''W, 17 out. 1998 (fl.), A.F.S. Nascimento et al. 45 (HRB); Senhor do Bonfim, 10°27'46''S, 40°11'27''W, 15 ago. 2001 (fl., fr.), T.S. Nunes et al. 607 (HUEFS); Sento Sé, 10°10'18,50''S, 41°30'36,60''W, 02 mai. 2012 (fl., fr.), N.M.P. Braga & R.P. Salomão 37 (IPA); Tanquinho, ca. 8-15Km W do entroncamento Tanquinho com BR - 116, na BR 324, 12°42'00''S, 39°43'00''W, 27 out. 2004 (fl., fr.), L.P. Queiroz 9684 (HUEFS); Una, 15°17'36''S, 39°04'31''W, 03 jun. 1981 (fl.), J.L. Hage & E.S. Santos 841 (CEPEC); Utinga, 12°08'00''S, 41°08'00''W, 21 set. 2007 (fl., fr.), P.C. Natividade et al. 11 (HUEFS); Valença, Guaibim. Ca. 8Km na estrada para Atracadouro Porta do Curral, partindo da BA 887, 13°21'57''S, 38°58'36''W, 24 ago. 2002 (fl.), A.M. Carvalho & C.E.Q. Souza 7218 (CEPEC).

1.4.2. Centrosema brasilianum var. angustifolium (Kunth) Amshoff Meded. Bot. Mus. Herb. Rijks Univ. Utrecht 52: 62. 1939. Figuras 3H, 4E, 5B e 10. América do Sul, das Guianas ao leste do Brasil (Queiroz 2009). No Brasil, está distribuída em todos os estados (Souza 2013), sendo comum em ambientes antropizados, podendo assim ser considerada uma planta invasora. D5, D7, E7/8, E9, F6: Caatinga e Mata Atlântica (restinga). Floresce e frutifica de maio a setembro. A antese tem início em torno das 6 horas e mantêm-se abertas até cerca das 17 horas. Esta variedade tem sido erroneamente usada na base de dados do W3 Tropicos do Missouri Botanical Garden, no IPNI como Centrosema brasilianum var. angustifolium (Benth.) Amshoff, talvez por Bentham 1837 ter elevado Clitoria sect. Centrosema a gênero. No entanto o basiônimo da espécie em questão é Clitoria angustifolia Kunth, o que nos remete ao nome correto Centrosema brasilianum var. angustifolium (Kunth) Amshoff. Material selecionado – Alagoinhas, 12°04'00''S, 38°23'00''W, 27 jan. 1993 (fl.), J.A. Kallunki & J.R. Pirani 381 (HUEFS); Aporá, ca. 12 km Se de Crisópolis na estrada

51

Flora da Bahia: Centrosema

para Acajutiba, 12°37'01''S, 39°10'00''W, 26 ago. 2006 (fl., fr.), L.P. Queiroz & N.S. Nascimento 4657 (HUEFS); Conceição do Jacuípe, 12°18'60''S, 38°45'59''W, abr. 1974 (fl., fr.), P. Pinto 42261 (IPA); Feira de Santana, Campus da UEFS, 11°33'01''S, 42°30'00''W, 28 out. 2004 (fl.), L.P. Queiroz & D. Cardoso 10032 (HUEFS, RB); Iaçu, 12°50'21''S, 39°58'15''W, 20 fev. 2005 (fl.), F. França et al. 5143 (HUEFS); Itatim, 12°43'00''S, 39°42'00''W, 29 jun. 1996 (fl., fr.), E. Melo et al. 1614 (CEN, HUEFS, IPA); Rio de Contas, 13°35'00''S, 41°45'00''W, 26 fev. 1989 (fl., fr.), T.B. Cavalcanti et al. 332 (HUEFS); Santa Teresinha, 12°47'00''S, 39°47'00''W, 02 jun. 1993 (fr.), L.P. Queiroz et al. 3192 (HUEFS); Serrolândia, 11°18'22''S, 40°16'18''W, 20 ago. 1980 (fl., fr.), W.N. Fonseca 257 (CEPEC); Tanquinho, 12°42'00''S, 39°43'0''W, 27 out. 2004 (fl., fr.), L.P. Queiroz 9684 (HUEFS).

52

Flora da Bahia: Centrosema

1.5. Centrosema coriaceum Benth., Commentat. Legum. Gen. 54. 1837. Figuras 1F, 3I, 4F e 11. Trepadeira ou subarbusto ereto 0,5--2m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque glabrescentes, tricomas curtos. Estípulas 1--4 × 0,5--3 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa esparsamente pilosa, persistentes. Folhas 4,2--9,2 cm compr., pinadas; pecíolo 0,2--2,0(--2,6) cm compr.; raque 0,5--2 cm compr., estipelas 1--5 × 0,1--0,5(--0,8) mm, setiforme-triangulares, face interna pilosa, geralmente caducas; folíolos 3, coriáceos, 3,5-- 7,1 × 1,7--3,7 cm, ovais a elípticos, ápice obtuso ou emarginado, geralmente mucronado, base obtusa ou emarginada, os laterais ligeiramente assimétricos, face adaxial glabrescente, face abaxial esparsamente pilosa principalmente ao longo das nervuras, reticulada, nervuras secundárias 5--10 pares. Pseudorracemo 3--6,2 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas pilosas, brácteas de segunda ordem 2--9 × 1,2--5,9 mm, oval-lanceoladas, bractéolas 9--16 × 3--9 mm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,3--1,5 cm compr. Flores 2,6--4,7 cm compr.; cálice 6,5--11 mm compr., tubo 3,5--6 × 4,5--11 mm, face externa pubérula, tricomas finos e curtos, face interna glabrescente, com tricomas adpressos, lacínias 4, lacínia superior 4--8,5 mm compr., lacínias laterais 2--5 mm compr., lacínia inferior 2,5--5,5 mm compr., bífida; estandarte 2-- 4 × 1,9--5 cm, orbicular, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 1--2,5 mm compr.; alas falcadas, onduladas 1,6--3,6 mm compr.; pétalas da carena 1,6--3,7 × 0,9- -2,2 cm, face externa pilosa, tricomas adpressos, face interna glabrescente; androceu 1,6-- 3,5 cm compr., bainha estaminal 1,1--3 cm compr., glabrescente, filetes livres 0,5--2,9 cm compr., anteras 1--3 × 0,5--1,8 mm, oblongo-elípticas; pistilo 1,3--2,6 cm compr., ovário 1,2--2,3 × 8--15 cm, séssil, piloso, estilete 1--1,8 cm compr., pubérulo, estigma truncado e ciliado. Legume 8,5--15,5 × 0,4--0,6 cm, reto, rostro 0,7--1,9 cm compr., margens onduladas, base aguda; valvas castanho-claras a vináceas, pubérulas. Sementes 4--4,5 × 3- -3,2 × 0,1--1,1 mm, cilíndricas; testa coriácea, castanha a vinácea; hilo 1,5--2 mm compr., oblongo. Brasil, estados da Bahia e Minas Gerais (Schultze-Kraft et al. 1990). C6, C7, D6, D7, E5, E6, E7, E9, F6, H7, I8, J8: Caatinga, Campo Rupestre e Mata Atlântica (restinga), geralmente em afloramentos rochosos de granito ou arenito de 405--1480 m s.n.m. Floresce e frutifica ao longo do ano. A antese tem início em torno das 6:00 horas e mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas.

53

Flora da Bahia: Centrosema

Material selecionado – Abaíra, 13°23'00''S, 41°51'00''W, 1480 m s.n.m., 25 out. 1993 (fl.), W. Ganev 2327 (HUEFS, NY); Andaraí, 12°52'00'S, 41°18'00''W, 400 m s.n.m., 21 set. 2007 (fl., fr.), P.C. Natividade et al. 16 (HUEFS); Barra do Mendes, 12°09'03''S, 42°01'03''W,16 dez. 2009 (fl., fr.), E. Melo et al. 7642 (HUEFS); Campo 'Formoso, 10°22'00''S, 41°19’00''W, 14 ago. 1999 (fl., fr.), E.M. Silva et al. 173 (HUEFS, IPA); Caravelas, 17°50'19''S, 39°19'18''W, 27 ago. 2011 (fl., fr.), E.N. Matos et al. 462 (HUEFS); Guaratinga, 16°35'49''S, 39°54'50''W, 26 ago. 2010 (fl., fr.), L. Daneu et al. 374 (CEPEC); Itaberaba, 12°24'44''S, 40°32'12''W, ago. 2005 (fl.), L.P. Queiroz et al. 10783 (CEPEC, HUEFS); Itamaraju, Fazenda Pau Brasil, 16°59'26''S, 39°36'11''W, 11 fev. 2007 (fl.), A.M. Amorim et al. 6918 (CEPEC); Jacobina, 11°14'28''S, 40°41'42''W, 19 nov. 2011 (fl.), N. Roque s.n. (ALCB); Lençóis, 12°20'30''S, 41°20'30''W, 09 mar. 2000 (fl., fr.), A.A. Ribeiro-Filho & L.S. Funch 55 (HUEFS); Macarani, 15°46'19''S, 40°24'50''W, 17 ago. 2001 (fl.), A.M. Carvalho et al. 7024 (ALCB, CEPEC); Miguel Calmon, 11°23'00''S, 40°45'00''W, 21 ago. 1993 (fl., fr.), L.P. Queiroz et al. 3516 (CEPEC, HUEFS); Morro do Chapéu, 11°33'01''S, 41°09'00''W, 25 abr. 2010 (fl.), M.L. Guedes et al. 16987 (ALCB); Mucugê, 13°01'31''S, 41°21'52''W, 02 nov. 2011 (fl.), I.M. Souza et al. s.n. (HUEFS); Palmeiras, 12°34'00''S, 41°23'00''W, set. 2009 (fl.), M.S. Nunes 35 (HUEFS); Pindobaçu, 10°39'59''S, 40°21'59''W, 24 mai. 2008 (fl.), L.A. Sousa & R.B. Carvalho 112 (HUEFS); Porto Seguro, 16°52'00''S, 39°09'00''W, 12 dez. 1991 (fl.), H.P. Bautista & M.C. Ferreira 463 (HRB); Ruy Barbosa, 12°18'36''S, 40°20'48''W, 1020 m s.n.m., 14 mar. 1999 (fl., fr.), F. França et al. 2669 (HUEFS); Salvador, 12°58'00''S, 38°30'00''W, 11 jun. 2011 (fl.), M.L. Guedes et al. s.n. (ALCB); Santa Cruz Cabrália, 16°13'14''S, 38°59'44''W, s.d. (fl.), J.G. Jardim et al. 2007 (CEPEC); Saúde, 10°56'38''S, 40°24'30''W, 542 m s.n.m., 25 jul. 2004 (fl., fr.), P. Fiaschi et al. 2407 (CEPEC, SPSF); Seabra, 12°25'07''S, 41°46'13''W, 13 out. 1981 (fl.), G. Hatschbach 44219 (CEPEC, MBM, RB); Senhor do Bonfim, 10°22'31''S, 40°12'28''W, 12 jul. 2005 (fl.), D. Cardoso 653 (HUEFS). Centrosema coriaceum pode ser reconhecida pelos ramos lenhosos, ramos jovens, pecíolo, raque foliar e folíolos glabros e folíolos coriáceos. Assemelha-se à C. arenarium pelos ramos lenhosos e folíolos coriáceos. Também é confundida com Periandra mediterranea Mart. ex Benth., devido ao seu hábito e pela morfologia da flor, porém diferencia-se pela presença do calcar no estandarte (vs. calcar ausente) e estigma truncado (vs. estigma cuneiforme).

54

Flora da Bahia: Centrosema

1.6. Centrosema macrocarpum Benth., Ann. Nat. Hist. 3(20): 436. 1839. Figuras 3J, 4G, 6A--C e 12. Trepadeira volúvel, robusta, raramente arbusto ca. 2 m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque, esparsamente pilosos. Estípulas 2,2--5,1 × 1--3 mm, oval-lanceoladas, acuminadas, face externa pilosa, cedo caducas. Folhas 9,2--17 cm compr., pinadas; pecíolo 1,8--5,3 cm compr.; raque 0,7--4 cm compr., estipelas 3--6 × 0,2--0,7 mm, triangulares, linear, face externa esparsamente pilosa, geralmente caducas; folíolos 3, papiráceos a cartáceos, 4,5--9,5 × 2,9--6,2 cm, elípticos, ápice agudo ou mucronado, base obtusa, os laterais ligeiramente assimétricos, ambas as faces pilosas quando jovem e glabras adultas, reticulada, nervuras secundárias 6--11 pares. Pseudorracemo 5,1--9 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas esparsamente pilosas, brácteas de segunda ordem 5--9 × 3--5 mm, oval-lanceoladas, bractéolas 10,1--16 × 4--6 mm, elíptico- oblongas, assimétricas; pedicelo 6--8,2 cm compr. Flores 2,9--3,5 cm compr.; pétalas lilás, cálice 1,1--1,2 cm compr., tubo 4--5 × 5--8,5 mm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa, lacínias 4, lacínia superior 8--12,5 mm compr., lacínias laterais 4--9 mm compr., lacínia inferior 4,2--8 mm compr., bífida; estandarte 2--3,3 × 1,6--2,8 cm, orbicular, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 1,3--3 mm compr.; alas falcadas, onduladas 2,1--2,8 cm compr.; pétalas da carena 1,7--2,1 × 1,2--1,7 cm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa; androceu 3--3,2 cm compr., bainha estaminal 2,4--2,7 cm compr., glabro, filetes livres 4--6 mm compr., anteras 1,2--1,5 × 1-- 1,2 mm, oblongo-elípticas; pistilo 2,5--2,9 cm compr., ovário 1,3--1,6 × 0,1--0,2 cm, séssil, piloso, estilete 1,2--1,3 cm compr., pilosa, estigma truncado e ciliado. Legume 15,5--22 × 5--8 cm, reto, rostro 1,2--1,8 cm compr., margens onduladas, base aguda; valvas castanho- claras com pontuações enegrecidas, esparsamente pilosas. Sementes 5--7,5 × 4--4,1 × 2,1-- 2,2 mm, elíptica curvada; testa coriácea, castanho-escura; hilo ca. 3 mm compr., elipsóide. América do Norte (México), América Central e América do Sul. No Brasil ocorre da região Norte até a região Sudeste (Schultze-Kraft et al. 1990). E6, E7, F6, F7: Caatinga (floresta estacional semidecidual), até 1000 m s.n.m. Floresce entre maio e setembro e frutifica de agosto a setembro. Material examinado – Irajuba, 13°15'00''S, 40°00'00''W, 03 set. 1981 (fl., fr.), L. Coradin 4799 (CEN, HUEFS, RB); Itaberaba, Fazenda Serra da Monta, 12°31'40''S, 40°18'25''W, 17 jun. 1981 (fl.), B.B. Celeste 154 (IBGE); Palmeiras, 12°28'00''S, 41°34'00''W, 22 ago. (fl., fr.), L. Coradin et al. 4444 (RB); Rio de Contas, 13°06'00''S, 41°08'00''W, 26 fev. 1989 (fl.), T.B. Cavalcanti 332 (NY).

55

Flora da Bahia: Centrosema

Material adicional examinado – BRASIL. GOIÁS: Uruaçu, 13 out. 1980 (fl., fr.), L. Coradin 3753 (HUEFS). Centrosema macrocarpum caracteriza-se pelos ramos lenhosos, folíolos elípticos, face abaxial com nervuras proeminentes e frutos compressos e grandes (15,5--22 × 5--8 cm). É morfologicamente confundida com C. pubescens, da qual se diferencia pelo hábito mais robusto, com ramos lenhosos (vs. ramos herbáceos em C. pubescens) e folíolos maiores e glabros em ambas as faces quando adultos (vs. folíolos pubescentes a tomentosos em ambas as faces).

1.7. Centrosema pascuorum Mart. ex Benth., Commentat. Legum. Gen. 56. 1837. Figuras 1G, 3K , 4H e 12. Trepadeira ou herbácea ca. 30 cm de alt.; ramos jovens, pecíolo, raque e eixo da inflorescência pilosa, tricomas setiformes esparsos. Estípulas 3--12 × 1--3 mm, triangulares, acuminadas, face externa pilosa a glabrescente, caducas. Folhas 7,5--19,5 cm compr., pinadas; pecíolo 1--6 cm compr.; raque 0,5--2,4 cm compr., estipelas 3--9 × 0,1-- 0,8 mm, linear-triangulares, rígidas, face externa esparsamente pilosa, persistentes; folíolos 3, cartáceos, 4,7--13,4 × 0,2--1,5 cm, linear, oval-lanceolado, ápice agudo, raramente mucronado, base acuminada, os laterais ligeiramente assimétricos, raramente oblongo, face adaxial esparsamente pilosa, face abaxial pilosa a pubescente, principalmente ao longo das nervuras, reticulada, nervuras secundárias 8--18 pares. Pseudorracemo 1,2--5,1 cm compr., 1--(2) flores, mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas pilosas a pubérulas, brácteas de segunda ordem 1--5 × 1--3,1 mm, ovais, margem ciliada, bractéolas 4--9 × 1,8--4,2 mm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,9--4 cm compr. Flores 1--3 cm compr.; pétalas lilás, cálice 6--11 mm compr., tubo 2--4 × 1,8--5 mm, face externa esparsamente pilosa, face interna pilosa a glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 3--8 mm compr., lacínias laterais 4--8 mm compr., lacínia inferior 3--8 mm compr., bífida; estandarte 1,2--2,5 × 1,0--2,2 cm, suborbicular, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 0,9--2 mm compr.; alas falcadas, onduladas 5,5--13,5 mm compr.; pétalas da carena 0,5--1,5 × 0,3--1,0 cm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa; androceu 0,5--2,8 cm compr., bainha estaminal 0,3--1,5 cm compr., glabrescente, filetes livres 2--6 mm compr., anteras 0,4-1 × 0,3--1,2 mm, oblongo-elípticas; pistilo 0,8-- 3,2 cm compr., ovário 6--17 × 0,2--0,9 mm, séssil, pubescente, tricomas adpressos, estilete 2--15 mm compr., pubérulo, estigma truncado e ciliado. Legume 6,3--8,5 × 0,3--0,6 cm, reto, rostro 0,6--1 cm compr., margens reta a levemente onduladas, base aguda; valvas

56

Flora da Bahia: Centrosema

castanho-escuras, pilosa, tricomas esparsos. Sementes 3--4,1 × 2--2,5 × 0,7--1,5 mm, oblongas; testa coriácea, castanho-claras; hilo 0,9--1,2 mm compr., oblongo. Neotrópico, do México até a costa do Equador, Guiana, norte da Venezuela, Pantanal e na região nordeste do Brasil (Schultze-Kraft et al. 1990). B6/7, C4, D7, E3, E4, F6: Caatinga, Cerrado, principalmente em áreas com secas prolongadas (Queiroz 2009), em solos arenosos. Floresce e frutifica no período de fevereiro a agosto. A antese tem início em torno das 6:00 horas e mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas. Material examinado – Brumado 13°38'00''S, 41°51'00''W, 28 mar. 1991 (fl.), G.P. Lewis & S.M.M. Andrade 1925 (CEPEC); Buritirama, 10°42'29''S, 43°37'49''W, K.L. Barreto et al. 48 (HUEFS); Casa Nova, Arredores da represa de Sobradinho, 09°09'43''S, 40°58'14''W, 05 jul. 2009 (bot., fl.), J.P. Souza 9841 (HST); Cocos, 12°43'’01''’’S, 44°33'59''W, 530 m s.n.m., 17 mar. 1972 (bot., fl.), W.R. Anderson 37103 (UB); Ibotirama, 12°10'00''S, 43°12'00''W, 410 m s.n.m., 25 mar. 1984 (fl., fr.), O.A. Salgado & H.P. Bautista 294 (CEPEC, HRB, RB); Juazeiro, Campus Univasf, 367 m s.n.m, 09°26'52,4''S, 40°31'34,2''W, 19 abr. 2007 (fl., fr.), O.C.M. Vasconcelos 1658 (HUEFS); Serrolândia, 11°18'22''S, 40°16'18''W, 29 mar. 1982 (fl.), W.N. Fonseca 257 (HRB, RB). Material adicional examinado – BRASIL. CEARÁ: Crateús, 09 mai. 2002 (bot., fl.), F.S. Araújo 1518 (HUEFS); PIAUÍ: Oeiras, 03 abr. 1984 (bot., fl.), C.A. Miranda 438 (HUEFS). Centrosema pascuorum pode ser reconhecida pelos folíolos lineares a lanceolados, inflorescências menores do que as folhas adjacentes, flores relativamente pequenas, com menos de 2 cm. compr., e lacínias do cálice alongadas, com comprimentos diferentes porém, maiores do que as bractéolas. É uma espécie semelhante a C. brasilianum var. angustifolium e C. virginianum, das quais se distinguem pelo tamanho da flor e comprimento desigual das lacínias do cálice.

57

Flora da Bahia: Centrosema

1.8. Centrosema plumieri (Turpin ex Pers.) Benth., Commentat. Legum. Gen. 54. 1837. Figuras 2A--B, 3L, 4I, 6D--F e 13. Trepadeira volúvel ou arbusto escandente ca. 3 m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque esparsamente pilosos. Estípulas 4--13 × 1,5--5 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa glabrescente, persistentes. Folhas 10,5--24(--28) cm compr., pinadas; pecíolo 1,5--11,5 cm compr.; raque 1,2--3,5 cm compr., estipelas 5--14 × 0,5--2 mm, setiforme- triangulares, face externa glabrescente, geralmente caducas; folíolos 3, membranáceos a cartáceos, 4,4--15,5 × 3,4--11,1 cm, ovais a rômbicos, mais largos na base, ápice acuminado, base obtusa, os laterais ligeiramente simétricos, face adaxial pilosa a glabrescente, face abaxial pilosa, tricomas sinuosos e adpressos, reticulada, nervuras secundárias 5--10 pares. Pseudorracemo 3--11,5 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas glabras, brácteas de segunda ordem 4--5 × 2,2--5 mm, oval-côncava, bractéolas 1,5--2,9 × 0,6--1,5 cm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,3--1 cm compr. Flores 3--5 cm compr.; pétalas brancas, cálice 5,3--9,5 mm compr., tubo 4,5--7 × 6--10,3 mm, face externa pilosa, ciliada nas extremidades, face interna glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 2--5 mm compr., lacínias laterais 2--3 mm compr., lacínia inferior 1--2 mm compr., bífida; estandarte 2,8--4,3 × 1,6--4,2 cm, orbicular, face externa pubescente, tricomas adpressos, face interna pilosa a glabrescente, calcar 1--3 mm compr.; alas falcadas, onduladas 2,7--4 cm compr.; pétalas da carena 2--3,3 × 1,2--2 cm, face externa pilosa, face interna glabrescente; androceu 3,4--5 cm compr., bainha estaminal 2,6--4,1cm compr., glabrescente, filetes livres por 7--10 mm compr., anteras 1--2 × 1--1,5 mm, oblongo-elípticas; pistilo 2,7--5 cm compr., ovário 10--23 × 1--2 mm, séssil, pubescente, estilete 1,7--2,7 cm compr., pubérulo, estigma truncado e ciliado. Legume 8,5- -22,7 × 7--19 cm, reto, rostro 0,5--3 cm compr., margens onduladas, base aguda; valvas castanho-escuras, esparsamente pilosas, tricomas adpressos. Sementes 6--9 × 5,5--7 × 2,3- -5 mm, orbicular ou ovais; testa coriácea, castanho-escura a vinácea, hilo 4,5--6 mm compr., oblongo. Amplamente distribuída na região Neotropical, sendo introduzida na África tropical. No Brasil distribui-se da região Norte à região Sul (Schultze-Kraft et al. 1990). D6, D7, G8: Mata Atlântica (floresta ombrófila) e Caatinga (floresta estacional semidecidual), de 300--900 m s.n.m. Floresce e frutifica entre maio e outubro. Material examinado – Ilhéus, Área do CEPEC, Km 22 da Rodovia Ilhéus/Itabuna (BR-415) CEPLAC, quadra H, 14°47'20''S, 39°02'56''W, 06 set. 1983 (fl., fr.), E.B. Santos & L.A.S. Barreto 63 (CEPEC, HUEFS); Irecê, Fazenda Ipê, 11°18'01''S, 41°52'00''W, 11

58

Flora da Bahia: Centrosema

abr. 2001 (fr.), T.S Nunes et al. 318 (HUEFS); Jacobina, 11°16'19''S, 40°27'48''W, 25 ago. 1980 (fl., fr.), R.P. Orlandi 240 (CEPEC, HRB, RB, UB); Ubaitaba, 14°18'01''S, 39°19'59''W, 12 out. 1998 (fl.), G. Hatschbach & J.M. Silva 68454 (CEPEC, MBM); Uruçuca, 14°35'36''S, 39°17'03''W, 01 jul. 1965 (fl.), R.P. Belém et al. 1264 (UB). Material adicional selecionado – BRASIL. ALAGOAS: Ibateguara, 12 jan. 1998 (fl., ft.), M. Oliveira & A.A. Grillo 1111 (HUEFS, MAC). Centrosema plumieri caracteriza-se pelos folíolos ovais a rômbicos, mais largos na base, sendo o terminal geralmente rômbico e os laterais ovais, inflorescência com pedúnculo menor do que o pedicelo, flores grandes (3--5 cm compr.) com pétalas brancas com faixas roxas e frutos compressos, longos (8,5--22,7 cm compr.). Material herborizado é facilmente reconhecido pela coloração enegrecida da planta.

1.9. Centrosema pubescens Benth., Commentat. Legum. Gen. 55. 1837. Figuras 1H, 3M, 4J e 13. Trepadeira volúvel ca. 1--2,5 m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque pubescentes a tomentosos, tricomas sinuosos. Estípulas 2--7 × 0,8--1,5 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa pilosa, persistentes. Folhas 6,7--12 cm compr., pinadas; pecíolo 0,8--4,2(--5,1) cm compr.; raque 0,5--2,2 cm compr., estipelas 2--7 × 0,1--0,2 mm, linear- triangulares, face externa pilosa, persistentes; folíolos 3, membranáceos a papiráceos, (3,9- -)5--9,8 × 2--6,2 cm, oval-elípticos ou lanceolados, ápice acuminado, geralmente agudo, base obtusa, os laterais ligeiramente assimétricos, face adaxial pilosa, tricomas sinuosos, face abaxial pubescente, reticulada, nervuras secundárias 6--10 pares. Pseudorracemo 4-- 9,5 cm compr., mais longo do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas pilosas, com tricomas setiformes, brácteas de segunda ordem 5,5--9 × 2--4 mm, oval-lanceoladas, bractéolas 7,5--13 × 3,5--7 mm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,6--1,1 cm compr. Flores 2,6--4,9 cm compr.; pétalas lilás, cálice 7,5--12 mm compr., tubo 4--5 × 5-- 8 mm, face externa pilosa, face interna glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 3--8,5 mm compr., lacínias laterais 2--4 mm compr., lacínia inferior 1--3 mm compr., bífida; estandarte 2,4--4,3 × 2,4--3,8(--4,6) cm, orbicular, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 1--2,5 mm compr.; alas falcadas, onduladas 1,8--2,7 cm compr.; pétalas da carena 1,7--2,4 × 0,9--1,4 cm, face externa pilosa, face interna pilosa a glabrescente; androceu 1,8--3,8 cm compr., bainha estaminal (1,3--)1,9--3,2 cm compr., glabrescente, filetes livres 5--7 mm compr., anteras 1--1,3 × 0,8--1,4 mm, oblongas; pistilo 1,8--3 cm compr., ovário 9--16(--23) × 0,5--1 mm, séssil, pilosa, tricomas adpressos,

59

Flora da Bahia: Centrosema

estilete 0,9--1,3(--1,8) cm compr., pilosa, estigma truncado e ciliado. Legume 13,4--17 × 0,4--0,5 cm, reto ou falcado, rostro 0,7--1,7 cm compr., margens onduladas, base aguda; valvas castanhas a vináceas, esparsamente pilosas. Sementes 4,5--5 × 2,8--3 × 1,8--2,2 mm, oblongas; testa coriácea, castanha a vinácea, hilo 2--2,5 mm compr., elipsóide. Região Neotropical, do sudeste dos EUA até o sul do Brasil, introduzida na África e na Ásia (Schultze-Kraft et al. 1990; Duno de Stefano et al. 2008). No Brasil ocorre em todas as regiões (Souza 2013). D9, E6, E9, F5, F8, G5, G8, H7, H8, H9, J8: Mata Atlântica (floresta ombrófila, restinga), Caatinga, áreas antropizadas. Floresce e frutifica durante todo o ano. A antese tem início por volta das 6:00 horas e as flores mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas. Material selecionado – Aurelino Leal, Povoado da Pedra Grande, 14°18'60''S, 39°19'37''W, 16 jul. 1980 (fl., fr.), L. Coradin et al. 2939 (HUEFS, NY); Belmonte, Estação Experimental Gregório Bondar, 15°51'48''S, 38°52'58''W, 30 mar. 1982 (fl.), H.S. Brito & S.G. Vinha 161 (CEPEC); Caetité, Distrito de Brejinho das Ametistas, 14°16'00''S, 42°31'34''W, 10 jan. 2006 (fl., fr.), A.K.A. Santos et al. 559 (HUEFS); Cachoeira, 13°45'00''S, 39°30'00''W, jun.1980 (fl.), Grupo Pedra do Cavalo 198 (ALCB); Itambé, 15°15'00''S, 40°37'00''W, abr. 1971 (fl.), G.C.P. Pinto s.n. (ALCB); Lençóis, 12°33'00''S, 41°24'00''W, 21 jun. 1987(fl., fr.), L. Coradin et al. 7969 (CEN, HUEFS, RB); Macaúbas, 13°01'60''S, 42°42'00''W, 16 jun. 2004 (fl.), G. Hatschbach et al. 77934 (MBM); Nova Viçosa, 17°53'32''S, 39°22'18''W, 20 out. 1983 (fl.), G. Hatschbach 47037 (CEPEC, MBM); Salvador, Campus Universitário de Ondina (Instituto de biologia), 12°58'15''S, 38°30'39''W, 05 out. 1987 (fl.), S. Selma s.n. (ALCB); Tucano, 11°07'24''S, 38°46'25''W, 04 jan. 2006 (fl., fr.), D. Cardoso & A. Amadeu 896 (HUEFS); Una, Fazenda Cascata, 15°17'36''S, 39°04'31''W, 05 mai. 1983 (fl.), J.L. Hage et al. 1683 (CEPEC, RB). Centrosema pubescens pode ser reconhecida pelos ramos jovens, pecíolo e raque foliar pubescentes a tomentosos e pelos folíolos com face abaxial pubescente. A forma dos folíolos a assemelha a C. brasilianum, que se diferencia por apresentar os ramos, pecíolo e raque foliar glabros, ambas as faces dos folíolos esparsamente pilosas (vs. pilosas a pubescentes em C. pubescens) e cálice com lacínia carenal curta e linear (vs. longa e curva).

60

Flora da Bahia: Centrosema

1.10. Centrosema rotundifolium Mart. ex Benth., Commentat. Legum. Gen. 55. 1837. Figuras 2C, 3N--P,4K, 7E e 14. Trepadeira volúvel ou prostrada; ramos jovens, pecíolo e raque pubescentes a tomentosos, tricomas longos e setiformes. Estípulas 2--4 × 1--2,5 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa pilosa, persistentes. Folhas 3,8--10,4 cm compr., pinadas; pecíolo 1--5,8 cm compr.; raque 3--14 cm compr., estipelas 2--5 × 0,5--2 mm, linear, face externa esparsamente pilosa, persistentes; folíolos 3--5, cartáceos, 8--37 × 6--32 cm, orbiculares a obovais, ou elípticos, ápice arredondado a truncado, base obtusa, os laterais ligeiramente assimétricos, face adaxial tomentosa, face abaxial pubescente, reticulada, nervuras secundárias 4--6 pares. Pseudorracemo 2,5--5,5 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas esparsamente pilosas, brácteas de segunda ordem 1-- 6 × 1--3 mm, ovais, bractéolas 7--11 × 2,5--6 mm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,9--2,8 cm compr. Flores 2,4--6 cm compr.; pétalas lilás, cálice 8--13 mm compr., tubo 3--5 × 3--7 mm, face externa pilosa, tricomas longos e eretos, face interna pilosa a glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 7--10 mm compr., lacínias laterais 3--5 mm compr., lacínia inferior 2--5 mm compr., bífida; estandarte 1,6--2,7 × 2,0--3,4 cm, orbicular, face externa pubescente, face interna glabra, calcar 1,3--2,5 mm compr.; alas falcadas, onduladas 1,5--2,7 cm compr.; pétalas da carena 1,4--2,6 × 0,8--1,4 cm, face externa pilosa, face abaxial esparsamente pilosa; androceu 2,1--2,6 cm compr., bainha estaminal 1,6--2,1 cm compr., glabrescente, filetes livres por 2--5 mm compr., anteras 0,9-- 1,5 × 0,8--1 mm, oblongo-elípticas; pistilo 7,8--10,7 cm compr., ovário 7--9 × 0,8--1,5 mm, séssil, pubescente, estilete 0,8--1,7 cm compr., piloso a pubescente, estigma truncado e ciliado. Legume 2,8--4 × 0,4--1 cm, falcado, oblongo, rostro ca. 0,4 cm compr., margens retas, base aguda; valvas castanho-claras, pubescentes. [Sementes não vistas]. Brasil, regiões Nordeste (Rio Grande do Norte a Bahia) e Sudeste (Minas Gerais) (Schultze-Kraft et al. 1990). B5, D2, D6, E6, G4: Caatinga, Cerrado (floresta estacional decidual). Floresce e frutifica no período entre fevereiro e julho. Material examinado – Carinhanha, Médio do São Francisco, a 1Km do Rio Carinhanha, 14°18'46''S, 43°48'34''W, 29 dez. 2007 (bot., fl.), M.L. Guedes & F.S. Gomes 14111 (HUEFS); Formosa do Rio Preto, à beira do Rio Preto, 11°02'54''S, 45°11'34''W, 31 mar. 2000 (fr.), R.M. Harley et al. 53778 (HUEFS); Morro do Chapéu, Fazenda São João Brejões, 11°15'29''S, 41°05'42''W, 14 abr. 2007 (fl.), E. Melo et al. 4717 (HUEFS); Pilão Arcado, 1 Km depois da ponte sobre o riacho de Lage, 30 Km de Remanso na

61

Flora da Bahia: Centrosema

estrada para Pilão Arcado, 09°45'32''S, 42°17'53''W, 28 abr. 2001 (fl., fr.), L.P. Queiroz 6609 (HUEFS); Utinga, 12°31'60''S, 41°14'00''W, 01 jan. 1839 (fl., fr.), J.S. Blanchet 2705 (HUEFS). Material adicional examinado – BRASIL. Ceará: Guaraciaba do Norte, 26 mai. 1981 (fl., fr.), A. Fernandes 10353 (EAC, HUEFS); Maranhão: Bacabal, 24 mai. 1980 (fl.), L. Coradin 2673 (HUEFS); Piauí: Parnaíba, 10 fev. 2007 (fl.) F.S. Santos 789 (HUEFS). Centrosema rotundifolium pode ser reconhecida pelo seu hábito prostrado, ramos tomentosos, folhas 3--5-folioladas, folíolos orbiculares a obovais ou elípticos, com ápice arredondado a truncado, sendo os basais levemente mais longos do que o terminal, e frutos falcados e pequenos (2,8--4 cm. compr.). Barbosa-Fevereiro (1977) trata C. heptaphyllum como sinônimo de C. rotundifolium. Porém, Williams & Clements (1990) consideram estas como espécies distintas. Neste trabalho concordamos com Barbosa-Fevereiro (1977), em considerar C. heptaphyllum como sinônimo de C. rotundifolium.

1.11. Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandegee, Zoe 5(10): 202. 1905. Figuras 3Q, 4L, 7D e 14. Trepadeira volúvel; ramos jovens, pecíolo e raque, esparsamente pilosos. Estípulas 3--9 × 0,8--3,5 mm, triangular-lanceoladas, acuminadas, glabrescentes, persistentes. Folhas 6,9--24,2 cm compr., pinadas; pecíolo alado 2--7(--10,1) cm compr.; raque ausente, estipelas 2--6 × 0,1--0,5 mm, setiforme-triangulares, face externa esparsamente pilosa, caducas; folíolos 1, membranáceos a cartáceos, 6--21 × 4--11(--12,5) cm, sagitados, ápice acuminado, base sagitada, face adaxial pilosa a glabrescente, tricomas sinuosos e adpressos, face abaxial esparsamente pilosa, principalmente ao longo das nervuras, reticulada, nervuras secundárias 4--8 pares. Pseudorracemo 3,5--7 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas glabrescentes, brácteas de segunda ordem 1,5--6 × 2--5 mm, oval-lanceoladas, bractéolas 4,5--10 × 2--5 mm, elíptico- oblongas, assimétricas; pedicelo 0,5--0,9 mm compr. Flores 2,2--4,8 cm compr.; pétalas brancas, cálice 7--13,5 mm compr., tubo 5--7 × 5--8 mm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa, lacínias 4, lacínia superior 3--7 mm compr., lacínias laterais 2--4,2 mm compr., lacínia inferior 1,8--2 mm compr., bífida, unida a mais da metade da base; estandarte 2,1--5,8 × 1,7--3,2 cm, orbicular, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 1,2--3 mm compr.; alas falcadas, onduladas 2--2,4 cm compr.; pétalas

62

Flora da Bahia: Centrosema

da carena 1,9--2,3 × 1,0--1,6 cm, face externa pilosa, face interna glabrescente; androceu 2,3--3,3 cm compr., bainha estaminal 1,7--2,4 cm compr., glabrescente, filetes livres por 5- -6 mm compr., anteras 1--1,5 × 1--1,3 mm, oblongo-elípticas; pistilo 2,3--3,1 cm compr., ovário 11--17 × 0,7--1 mm, séssil, pubescente, estilete 1,2--1,4 cm compr., pubérulo, estigma truncado e ciliado. Legume 14--19 × 6--8 cm, reto, rostro ca. 1 cm compr., margens onduladas, base aguda; valvas castanho-claras, esparsamente pilosa. Sementes 5,5--7 × 3,5--5 × 1,7--3,1 mm, oblongas; testa coriácea, castanho-enegrecida a vinácea, hilo 2,5--2,7 mm compr., oblongo. México ao Paraguai e nordeste da Argentina (Schultze-Kraft et al. 1990). No Brasil ocorre nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul (Paraná) (Souza 2013). C7, D7, E6, E7, E8, F5, F6, G7, G8, H7: Caatinga (florestas estacionais semideciduais) e Mata Atlântica (floresta ombrófila, floresta estacional, restinga). Floração em maio e junho e frutificação em maio, junho, setembro e dezembro. Material selecionado – Encruzilhada, margem do Rio Prado, 15°31'48''S, 40°54'36''W, 23 mai. 1968 (fl.), R.P. Belém 3593 (NY); Feira de Santana, Distrito de São José da Itapororoca, 12°38'00''S, 39°28'00''W, 18 jun. 1985 (fr.), H.P. Bautista et al. 1031 (HRB); Ilhéus, 14°47'21''S, 41°39'00''W, 06 abr.1992 (fr.), G. Hatschbach et al. 56935 (MBM); Macaúbas, Arredores da lagoa do Maurício, 13°01'11''S, 42°41'55''W, 15 jun. 2004 (fl., fr.), G. Hatschbach et al. 77880 (MBM); Mundo Novo, Distrito de Ibiaporã, 11°51'32''S, 40°28'20''W, ago. 1972 (fl.), G.C.P. Pinto s.n. (ALCB); Paramirim, 13°17'47''S, 42°14'50''W, 29 abr. 2007 (fl.), A.A. Conceição et al. 1970 (ALCB, HUEFS); Rio de Contas, Distrito de Marcolino Moura, 14°16'60''S, 39°00'59''W, 30 jun. 2007 (fr.), D. Cardoso & E.A. Correia 2087 (HUEFS); Ruy Barbosa, 12°19'39''S, 40°28'33''W, 03 set. 2004 (fr.), L.P. Queiroz et al. 9441 (HUEFS); Senhor do Bonfim, Fazenda Passaginha, 10°22'43''S, 40°12'22''W, 600--700 m s.n.m., 14 jul. 2005 (fl.), D. Cardoso et al. 742 (HUEFS); Serra do Ramalho, 13°33'45''S, 43°35'48''W, 17 mai. 2000 (fl., fr.), G. Hatschbach et al. 71260 (MBM); Vitória da Conquista, Fazenda Santa Maria, 14°51'58''S, 40°50'21''W, 19 fev.1992 (fl.), A.M.V. Carvalho 3811 (CEPEC, NY, RB). Material adicional examinado – BRASIL. CEARÁ: Crato, 05 mai. 1991(fl., fr.), G.L. Esteves 2573 (HUEFS). Centrosema sagittatum é diferenciada de todas as demais espécies da Bahia pela presença de folhas unifolioladas com folíolo sagitado, pecíolo alado, raque foliar ausente e flores com pétalas brancas com manchas violáceas.

63

Flora da Bahia: Centrosema

Esta espécie tem sido erroneamente usada no IPNI como Centrosema sagittatum Brandegee, no entanto o basiônimo da espécie em questão é Glycine sagittata Humb.& Bonpl. ex. Willd, o que nos remete ao nome correto Centrosema sagittatum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandegee.

1.12. Centrosema schottii (Millsp.) K.Schum., Bot. Jahresber. (Just) 26, pt. 1: 353. 1900. Figuras 2D, 3R, 4M, 7A--C e 15 . Trepadeira volúvel, 1--2 m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque pilosos a glabrescentes. Estípulas 3,5--10 × 1,5--4 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa pilosa. Folhas 5,2--27 cm compr., pinadas; pecíolo 1,2--11 cm compr.; raque 0,9--4,2 cm compr., estipelas 3,5--7,5 × 0,1--0,5 mm, setiforme-triangulares, face externa esparsamente pilosa, caducas; folíolos 3, membranáceos, 2,8--10,7 × 1--9,5 cm, triangulares, ápice acuminado, base hastada, os laterais ligeiramente assimétricos, face adaxial pilosa, tricomas sinuosos nas extremidades, face abaxial pilosa, tricomas sinuosos, adpressos e pegajosos, nervuras secundárias 5--8 pares. Pseudorracemo 5,2--12 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas esparsamente pilosas, brácteas de segunda ordem 5--7,2 × 2--7 mm, oval a largamente elíptica, bractéolas 1,5--2 × 0,3--1,2 cm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,4--1 cm compr. Flores 2,7--5,2 cm compr.; cálice 4,5--6 mm compr., pétalas lilás, tubo 3--3,5 × 6--7 mm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa, lacínias 4, lacínia superior 2,5--3 mm compr., lacínias laterais 1,3--2 mm compr., lacínia inferior 1,5--4 mm compr., agudo a ondulado; estandarte orbicular 2,2--3,5 × 2,2--4,2 cm, face externa pilosa a pubescente, face interna glabrescente, calcar 1--3,5 mm compr.; alas falcadas, onduladas 2,6--4 cm compr.; pétalas da carena 2,1--3 × 1,4--1,8 mm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa; androceu 3,8--4,2 cm compr., bainha estaminal 3,1--3,2 cm compr., glabro, filetes livres por 6--10 mm compr., anteras 1,3--2 × 0,8--1 mm, oblongo-elípticas; pistilo 3,1--4,1 cm compr., ovário 10--18 × 0,8--2 mm, séssil, piloso adpresso, estilete 2,1--2,3 cm compr., piloso, estigma truncado e ciliado. Legume 8,5--13,5 × 6--9 cm, reto a falcado, rostro 1,6-- 3,5 cm compr., margens onduladas, base aguda; valvas castanho-claras, esparsamente pilosas, tricomas adpressos. Sementes 5--6 × 4--5 × 3,4--3,5 mm, oblongas; testa coriácea, castanho; hilo 2--2,9 mm compr., oblongo a elíptica. México, Guatemala, norte da Venezuela, Equador, Argentina e Brasil nas regiões Nordeste e Centro-Oeste (Schultze-Kraft et al. 1990; Duno de Stefano et al. 2009). B7, D6, D7, E6: Caatinga, geralmente em solos próximos a afloramentos calcários. Floração de

64

Flora da Bahia: Centrosema

maio a outubro e frutificação no período de abril a agosto. A antese tem início em torno das 6:00 horas e as flores mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas. Material examinado – Juazeiro, 09°48,33'00''S, 40°38,33'00''W, 28 mai. 1985 (fl., fr.), G. Fotius 4028 (HST); Irecê, 11°18'16''S, 41°51'20''W, 20 ago.1980 (fl.), Mª. Socorro & G. Ferreira 101 (IBGE); Morro do Chapéu, 11°33'28,75''S, 40°54'21,4''W, 15 jul. 2013 (fl., fr.), K.L. Barreto et al. 84 (HUEFS); Nova Redenção, Povoado de Queimadas, 12°49'08''S, 41°04'15''W, 24 abr. 2010 (fl.), P.G. Ribeiro 06 (HUEFS); São Gabriel, 11°13'46''S, 41°54'43''W, 01 abr. 2009 (fr.) R.F. Machado et al. 67 (HUEFS). Material examinado adicional – BRASIL. CEARÁ: Quixeré, 17 set. 1996 (fl., fr.), Bezerra-Loiola, M.I. 225 (HUEFS). Centrosema schottii é diferenciada das demais espécies da Bahia pelos folíolos triangulares com margens sinuosas e base hastada. Além disso, apresenta flores grandes (2,7--5,2 cm compr.) com pétalas lilás e faixas brancas ao longo do estandarte, e frutos largos e grandes (8,5--13,5 × 6--9 cm). Esta espécie tem sido erroneamente usada no IPNI como Centrosema schottii K.Schum. No entanto o basiônimo da espécie em questão é Bradburya schottii Millsp. o que nos remete ao nome correto Centrosema schottii (Millsp.) K.Schum.

1.13. Centrosema sericiflorum K. Barreto & L.P. Queiroz, sp. inéd. Figuras 3S, 4N, 8A--K e 15; Capítulo I (figuras 1 e 2). Trepadeira lenhosa, volúvel, ramos jovens, pecíolo e raque pubescentes, tricomas curtos e ferrugíneos. Estípulas 7 × 1,5 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa serícea, persistentes. Folhas 14--15 cm compr., pinadas; pecíolo 5--5,3 cm compr.; raque 1,0--1,2 cm compr., 6 × 0,5 mm, estipelas linear-triangulares, face externa pilosa; folíolos 3, coriáceos, 7,5--8 × 6,3--6,8 cm, elípticos, ápice obtuso, base obtusa, os laterais ligeiramente assimétricos, face adaxial esparsamente pilosa, face abaxial pubescente, reticulada, nervuras secundárias 7--8 pares. Pseudorracemo 8,3 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas seríceas, brácteas de segunda ordem 5,1 × 4 mm, oval-lanceoladas, bractéolas 12,2 × 8 mm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,7 cm compr. Flores 4 cm compr.; cálice 14 mm compr., tubo 7 × 11 mm, face externa serícea, tricomas finos, adpressos e ferrugíneos, face interna glabra, lacínias 4, lacínia superior 8,5 mm compr., lacínias laterais 7 mm compr., lacínia inferior 6 mm compr., bífida; estandarte 3,4 × 3,7 cm, orbicular, revoluto, face externa serícea, face interna glabrescente, calcar ausente; alas falcadas, onduladas 3 cm compr.; pétalas da carena 2,3 ×

65

Flora da Bahia: Centrosema

1,3 cm, face externa pilosa, face interna glabrescente; androceu 3,5 cm compr., bainha estaminal 2,5 cm compr., glabrescente, filetes livres por 10 mm compr., anteras 1,8 × 1 mm, oblongo-elípticas; pistilo 1,8 cm compr., ovário 15 × 1,8 mm, séssil, piloso, estilete 0,3--1,3 cm compr., pubérulo, estigma capitado e ciliado. [Fruto não vistos]. Espécie provavelmente endêmica do estado da Bahia. D7: Caatinga arbustiva, geralmente em fragmentos de áreas abertas e secas, sobre substratos argilosos. Floresce em julho. Material examinado – Bonito, 11°43'15''S, 40°24'28''W, 19 jul. 1998 (fl.), L.P. Félix & G. Trajano 8689 (HST). Centrosema sericiflorum caracteriza-se pelos ramos puberulentos, folíolos coriáceos com face abaxial pubescente, brácteas, bractéolas, flores e cálice com indumento seríceo e ferrugíneo, ausência de calcar, estigma capitado e disco nectarífero lobado. Todos estes caracteres diferenciam esta espécie das demais do gênero. Além disso, ela compartilha o estandarte não calcarado e os ramos lenhosos com C. platycarpum Benth. e C. triquetrum (Hoffmanns. ex Benth.).

1.14. Centrosema venosum Mart. ex Benth., Fl. Bras. (Martius) 15(1): 133. Figuras 2E, 3T, 4O, 5C--D e 15. Erva prostrada ou trepadeira volúvel 1,5--3,0 m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque glabrescentes. Estípulas 2,5--6 × 1,2--3 mm, oval-lanceoladas, acuminadas ou agudas, face externa pilosa, persistentes. Folhas 4,1--26,5 cm compr., pinadas; pecíolo 0,6--10,7 cm compr.; raque ausente, estipelas 1,3--5 × 0,5--2 mm, setiforme-triangulares, face externa esparsamente pilosa, caducas; folíolos 3-5-digitados, cartáceos, (3,5--)4,5--23,6 × 0,2--1,5 cm, geralmente lanceolados, raramente elípticos, ápice obtuso ou mucronado, base aguda, os laterais ligeiramente assimétricos, face adaxial pilosa esparsa, tricomas sinuosos, face abaxial pilosa, tricomas setiformes, reticulada, nervuras secundárias proeminentes 6-- 17(--20) pares. Pseudorracemo 3,4--8 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas esparsamente pilosas, brácteas de segunda ordem 2--9 × 1,2--4 mm, oval-lanceoladas, geralmente suborbicular, bractéolas 5--17 × 2--6,5 mm, elíptico- oblongas, assimétricas; pedicelo 0,5--2,3 cm compr. Flores 3--6,5 cm compr.; pétalas lilás, cálice 12--32 mm compr., tubo 4--6 × 4--8 mm, face externa pilosa, tricomas finos e eretos, face interna pilosa a glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 8--15 mm compr., lacínias laterais 3--9 mm compr., lacínia inferior 3--9 mm compr., bífida; estandarte orbicular 2,0-- 3,7 × 1,3--3,6 cm, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 2--4 mm

66

Flora da Bahia: Centrosema

compr.; alas falcadas, onduladas 1,7--2,8 cm compr.; pétalas da carena 1,7--2,6 × 5--13,5 cm, face externa pilosa, face interna esparsamente pilosa; androceu 2,1--3,3 cm compr., bainha estaminal 1,7--2,7 cm compr., glabrescente, filetes livres 3--7 mm compr., anteras 1--1,5 × 0,6--1,2 mm, oblongo-elípticas; pistilo 1,5--3,1 cm compr., ovário 9--16 × 0,6--1 mm, séssil, pubescente a piloso, estilete 0,6--1,5 cm compr., piloso a pubescente, estigma truncado e ciliado. Legume 7,5--12 × 0,4--0,7 cm, reto, rostro 0,7--1,3 cm compr., margens lisas ou onduladas, base aguda; valvas castanho-claras, pilosas. Sementes 4--8 × 3--4 × 1,7--2,7 mm, oblongas ou orbiculares; testa coriácea, castanho-escura; hilo 1--1,2 mm compr., elíptico. Norte da Colômbia, Venezuela, sul do Equador e Brasil (estados do Pará, Bahia, Minas Gerais e Goiás) (Schultze-Kraft et al. 1990; Aymard 1999). D1, D2, D6, E2, F1/2, F3, F6, G5: Cerrado, Campo Rupestre (cerrado de altitude), em solos arenosos. Floresce entre março e novembro e frutifica entre outubro e janeiro. A antese tem início por volta das 6:00 horas e as flores mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas.

67

Flora da Bahia: Centrosema

Material selecionado – Abaíra, Caminho Capão, 13°19'00''S, 41°51'00''W, 06 nov. 1993 (fl.), W. Ganev 2422 (HUEFS); Barreiras, 11°37'18''S, 46°02'30''W, s.d. (fl.), A. Cotrim et al. 1510 (HUEFS); Caetité, 6 Km ao Sul de Caetité na estrada para Brejinho das Ametistas, 14°07'47''S, 42°30'15''W, 10 jan. 2006 (fl., fr., bot.), T.S. Nunes et al. 1593 (HUEFS); Correntina, 13°25'20''S, 44°40'44''W, out. (fl.), J.G. Freitas et al. 562 (HUEFS); 21 dez. 1984 (fl.), G.P. Lewis et al. 7420 (HUEFS); Formosa do Rio Preto, Próximo a fazenda Riachão, 11°06'’50''S, 45°28'20''W, 02 mai. 2009 (fl., fr.), L.P. Queiroz et al. 14475 (HUEFS); Jaborandi, 13°37'10''S, 44°25'57''W, 13 abr. 2005 (fl., fr.), L.P. Queiroz et al. 10273 (HUEFS); Morro do Chapéu, 11°33'00''S, 41°03'00''W, jan. (fl., bot.), J.G.A. Nascimento & M.C. Machado 250 (HUEFS); Piatã, 13°09’07’’S, 41°46’ 39’’W, 21 dez. 1984 (fl.), G.P. Lewis et al. 7420 (HUEFS); Roda Velha, 12°33’60’’S, 45°52’59’’W, 09 out. 1976 (fl., bot.), G. Hatschbach 39089 (MBM); São Desidério, 13°41’00’’S, 46°01’00’’W, jun. (fl.), L. Coradin et al. 5698 (CEPEC). Centrosema venosum pode ser reconhecida pelas folhas digitadas 3--5-folioladas, folíolos geralmente lanceolados, raramente elípticos, com ambas as faces apresentando nervuras proeminentes e cálice com lacínia superior não curvada. É morfologicamente relacionada à C. bracteosum, da qual se diferencia pelos caracteres citados de forma e nervuras dos folíolos, coloração da flor e lacínias do cálice. As duas espécies são ecologicamente semelhantes, ocorrendo com maior frequência em áreas de savanas (Schultze-Kraft et al. 1990).

1.15. (L.) Benth., Commentat. Legum. Gen. 56. 1837. Figuras 2F--H, 3U, 4P e 16. Trepadeira herbácea, volúvel ou erva rasteira ca. 1,5 m alt.; ramos jovens, pecíolo e raque, pubescentes a glabrescentes, tricomas longos, sinuosos e adpressos. Estípulas 3--5 × 1--2 mm, oval-triangulares, acuminadas, face externa pilosa, tricomas longos e finos, persistentes. Folhas 5--14,3 cm compr., pinadas; pecíolo 1,8--5 cm compr.; raque 0,5--1,8 cm compr, estipelas 3--6 × 0,1--0,8 mm, setiformes, face externa pilosa, com tricomas curtos e finos, rígidas, persistentes; folíolos 3, membranáceos a papiráceos, 2,5--9,5 × 1,2-- 5,1 cm, elípticos a ovais, ápice agudo, geralmente mucronado, base obtusa, os laterais ligeiramente assimétricos, ambas as faces pubescentes a glabras, reticulada, nervuras secundárias 5--12 pares. Pseudorracemo 3,1--7,2 cm compr., mais curto do que a folha adjacente; brácteas e bractéolas pilosas, brácteas de segunda ordem 2--5 × 1,2--3 mm, oval-orbiculares, bractéolas 5--8 × 2--4 mm, elíptico-oblongas, assimétricas; pedicelo 0,4--

68

Flora da Bahia: Centrosema

1,1 cm compr. Flores 1,8--5,2 cm compr.; cálice 6--11,5 mm compr., tubo 3--4 × 3--5 mm, face externa pilosa, tricomas finos e longos, face interna pilosa a glabrescente, lacínias 4, lacínia superior 5--9 mm compr., lacínias laterais 4,5--10 mm compr., lacínia inferior 5--9 mm compr., bífida; estandarte suborbicular 1,3--2,0 × 1,2--1,9 cm, face externa pubescente, face interna glabrescente, calcar 1--2 mm compr.; alas falcadas, onduladas 1,2- -1,6 cm compr.; pétalas da carena 1,3--2,4 × 0,7--1 cm, face externa esparsamente pilosa, face interna glabrescente; androceu 1,5--2,7 cm compr., bainha estaminal (10--)1,4--2,2 cm compr., glabrescente, filetes livres 3--5 mm compr., anteras 0,8--1,5 × 0,8--1,1 mm, oblongo-elípticas; pistilo 1,1--2,1 cm compr., ovário 7--12 × 0,3--1 mm, séssil, pubérulo, estilete (0,3--)0,4--0,9 cm compr., pubérulo, estigma truncado e ciliado. Legume 6,5--13,4 × 0,3--0,6 cm, reto, estreito, rostro 1,4--1,8 cm compr., margens retas, base aguda; valvas castanho-claras a vináceas, pubérulo, tricomas curtos e adpressos. Sementes 3--5 × 2--3 × 1,3--1,9 mm, cilíndricas ou oblongas; testa coriácea, castanho-escuras ou castanho-claras; hilo 1,1--1,5 mm compr., oblongo. Amplamente distribuída no Neotrópico, desde os EUA até a Argentina (Williams & Clements et al. 1990). No Brasil distribui-se em quase todos os estados (Schultze-Kraft et al. 1990). C5, C7, C8, D6, D7, D8, E2/3, E6, E7, E8, E9, F3, F4, F5, F6, F7, F8, G3, G7, G8, H8, I8, J8: Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica (floresta ombrófila, floresta estacional, restinga) e áreas antropizadas. Floresce e frutifica entre janeiro e agosto. A antese tem início por volta das 6:00 horas e as flores mantêm-se abertas até cerca das 17:00 horas. Material selecionado – Abaíra, 13°14'59''S, 41°39'49''W, 26 set. 1992 (fl., fr.), W. Ganev s.n. (HUEFS); Alcobaça, 17°30'00''S, 39°13'00''W, 8 dez. 1981 (fl.), G.P. Lewis & A.M. Carvalho s.n. (CEPEC); Anagé, 11°23'00''S, 40°45'00''W, 14 mai. 1983 (fl.), fr.), G. Hatschbach 46355 (MBM); Anguera, 12°16,7'00''S, 39°02'00''W, 15 set. 1996 (fl.), E. Melo et al. 1712 (HUEFS); Barra, Caminho para Coxos, 10°48'00''S, 42°50'00''W, 25 fev. 1997 (fl., fr.), L.P. Queiroz et al. 4843 (HUEFS, MBM); Barreiras, 12°09'10''S, 44°59'24''W, 29 set. 1978 (fr.), L. Coradin et al. 1199 (RB); Boa Nova, 14°21'46''S, 40°12'28''W, s.d., W.W. Thomas et al. s.n. (CEPEC); Bom Jesus da Lapa, 13°09'00''S, 43°13'00''W, 500 m s.n.m, 17 abr. 1980 (fl., fr.), R.M. Harley 21445 (CEPEC); Buerarema, 14°57'34''S, 39°17'58''W, 16 jul. 1980 (fl.), L. Coradin et al. 2894 (HUEFS); Cachoeira, Barragem de Bananeiras, 12°32'00''S, 39°05'00''W, 120 m s.n.m., 10 jul. 1980 (fl., fr.), Grupo Pedra do Cavalo 378 (CEPEC); Caen, 11°11'00''S, 40°25'00''W, 22 ago. 1993 (fl.), L.P. Queiroz & N.S. Nascimento 3551 (CEPEC, HUEFS, MBM); Caetité, Arredores da área de preservação da INB (Indústria Nucleares do Brasil), 13°50''27''S,

69

Flora da Bahia: Centrosema

42°16'21''W, abr. 2010 (fr.), J.L. Paixão et al. 1665 (HUEFS); Cocos, Trilha na beira da estrada de chão que liga Cocos a Minas Gerais, 14°14'08''S, 44°37'02''W, 09 abr. 2005 (bot., fl.), S.F. Conceição et al. 182 HUEFS); Conceição do Almeida, 12°46'46''S, 39°10'11''W, 24 jul. 1980 (fl., fr.), L. Coradin et al. 3377 (HUEFS); Contendas do Sincorá, 13°45'47''S, 41°02'27''W, 28 fev. 2000 (fl., fr.), M.M. Silva et al. 314 (HUEFS); Correntina, ao lado do Rio Corrente, 13°20'00''S, 44°38'00''W, 23 abr. 1980 (fl., fr.), R.M. Harley 21643 (CEPEC); Cruz das Almas, 12°39'40''S, 39°05'53''W, 30 jun. 2008 (fl., fr.), C.S. Machado 33 (HUEFS); Entre Rios, 12°03'00''S, 38°00'00''W, 25 ago. 2010 (fl.), A.V. Popovkin & Mendes 734 (HUEFS); Feira de Santana, Campus da UEFS, atrás da Biblioteca, 12°16'01''S, 38°58'01''W, 25 mai. 1983 (fr.), L.R. Noblick 2686 (HUEFS); Iaçu, Fazenda Suibra, 18 Km a leste da cidade, seguindo a ferrovia, 12°43'00''S, 40°07'00''W, 12 mar. 1985 (fl., fr.), R. Noblick & Lemos 3590 (CEPEC, HRB); Ichu, Fazenda Jitaí, 11°45'00''S, 39°12'00''W, 27 jul. 2001 (fl., fr.), A.S. Carneiro 03 (HUEFS, UFP); Ipecaetá, Fazenda Riachão, 12°20'00''S, 39°17'00''W, 14 ago.1985, L.R. Noblick & G.C. Lôbo 4317 (CEPEC, HUEFS); Ipirá, Fazenda Mucambo, 12°10'01''S, 39°44'00''W, 30 mai. 1985 (fl.), B.C. Bastos s.n. (BAH); Iramaia, Fazenda Leopoldina, 13°33'00''S, 40°43'00''W, 04 abr. 1984 (fl., fr.), J.C.A. Lima & L.C. Oliveira Filho 107 (HRB, RB); Itaberaba, Fazenda Morro de Pedra, 12°31'39''S, 40°18'25''W, 06 jun. 1983 (fl.), E.L.P.G. Oliveira s.n. (BAH); Itaetê, 12°59'12''S, 40°58'20''W, 13 abr. 2001 (fl.), D.M. Loureiro et al. 112 (ALCB); Itapebi, 15°57'03''S, 39°32'02''W, 16 jul. 1980 (fl., fr.), L. Coradin et al. 2927 (HUEFS); Itiúba, Fazenda Calderãozinho, 10°40'00''S, 39°43'00''W, fev. 1974 (fl., bot.), R.M. Harley 16283 (CEPEC); Ituaçu, 13°08'00''S, 41°28'33,3''W, 22 dez. 1983 (fl.), E.P. Gouveia s.n. (ALCB); Jacobina, Fazenda Brejo Novo, 11°05'00''S, 40°40'00''W, s.d. (fl., fr.), M.M. Arbo et al. 7400 (CEPEC); Jaguarari, 10°19'00''S, 40°10'00''W, 25 jun. 1983 (fl., fr.), L. Coradin et al. 6000 (CEPEC, HUEFS, NY); Jequié, 13°56'22''S, 40°11'27''W, 835 m s.n.m, s.d. (fl., fr.), W.W. Thomas et al. 13574 (CEPEC); Macajuba, 12°05'44''S, 40°18'39''W, 26 jul. 2004 (fl.), L.P. Queiroz et al. 9228 (HUEFS); Maracás, 13°23'24''S, 40°18'08''W, 25 mar. 2008 (fl., fr.), S.C. Ferreira et al. 383 (HUEFS); Morro do Chapéu, margens do Rio Ferro doido, 11°37'15''S, 40°59'46''W, 03 mar. 1997 (fl.), E.N. Lughadha et al. 5991 (HUEFS); Mundo Novo, Fazenda Jequitibá, 12°02'00''S, 40°29'00''W, 29 jul. 2006 (fl.), P.A. Melo 82 (HUEFS); Poções, 14°31'47''S, 40°21'54''W, 05 mai 1978 (fl., fr.), S.A. Mori et al. 9541 (CEPEC); Porto Seguro, 16°26'00''S, 39°03'00''W, 21 mar. 1974 (fl., fr.), R.M. Harley 17270 (CEPEC, RB); Riachão do Jacuípe, Fazenda Várzea, 11°22'00''S, 39°49'00''W, 10 jul. 1985 (fl., fr.), L.R. Noblick &

70

Flora da Bahia: Centrosema

Lemos 4018 (HUEFS); Ruy Barbosa, Fazenda Santa Maria, 12°17'02''S, 40°29'37''W, 20 dez. 2004 (fl.), L.P. Queiroz et al. 9974 (HUEFS); Salvador, Parque Metropolitano de Pituaçu, 12°58'21''S, 38°28'31''W, 19 out. 2004 (fl., fr.), E.P. Queiroz 2084 (ALCB); Santa Cruz Cabrália, área da estação ecológica do Pau-Brasil (ESPAB), 16°23'00''S, 39°08'00''W, 28 jun. 1984 (fl., fr.), F.S. Santos 332 (CEPEC, HUEFS); Santo Amaro, 12°32'45''S, 38°48'09''W, 22 nov. 1986 (fl., fr.), L.P. Queiroz et al. 1345 (HUEFS); São Gabriel, Fazenda Boa Sorte, 11°01'00''S, 41°39'00''W, 05 abr. 2009 (fl.), R.F. Machado et al. 185 (HUEFS); Saúde, 11°07'00''S, 40°27'00''W, 22 jun. 1987 (fl.), L. Coradin et al. 7732 (HUEFS, RB); Seabra, 12°28'33,3''S, 41°23'33,3''W, 22 ago. 1981 (fl., fr.), L. Coradin et al. 4459 (HUEFS, RB); Senhor do Bonfim, 10°23'19''S, 40°13'24''W, 29 jul. 2005 (fl.), V.J. Santos et al. 462 (HUEFS); Ituaçu, 13°48'48''S, 41°17'47''W, 22 dez. 1983 (fl.), E.P. Gouveia s.n. (ALCB); Tucano, Povoado de Bisamum, 10°57'46''S, 38°47'13''W, s.d. (fl., fr.), G. Costa 370 (HUEFS); Valença, 13°22'’14''’’S, 39°04'22''W, 16 jul. 1980 (fl., fr.), L. Coradin et al. 2959 (HUEFS). Centrosema virginianum é caracterizada pelas flores grandes (2,1--5,8 cm compr.) e lacínias do cálice uniformes, longas e maiores do que as bractéolas, consequentemente visíveis mesmo nos botões florais. Espécie morfologicamente semelhante a C. brasilianum, da qual diferencia pelas lacínias do cálice longas e lineares (vs. curtas) e forma das bractéolas.

71

Flora da Bahia: Centrosema

REFERÊNCIAS

Amshoff, G.J.H. 1939. On the South American Papilionaceae. Mededeelingen van het

Botanisch Museum en Herbarium van de Rijks Universiteit Utrecht 52: 78p.

Aymard, G.A.C.; Cuello; N.L.A.; Berry, P.E.; Rudd, V.E.; Cowan, R.S.; Fantz, P.R.;

Maxwell, R.H.; Stirton, C.H.; Poppendieck, H.H; Lima, H.C.de; Fortunato, R.H.;

Stergios, B.; Enrich, N.X.de; Neill, D.A.R.; Pennington, T. and Gil, C. Flora da

Venezuela 5: 271--276p.

Bentham, G. 1837. Clitoria. In: Bentham, G. Commentationes de Leguminosarum

Generibus. Vindobonae, Typis J.B.Sollingeri, 50--51p.

Cardoso, D.; Queiroz; L.P., Pennington, R.T.; Lima, H.C.de.; Fonty, E.,

Wojciechowski, M.F. & Lavin, M. 2012. Revisiting the phylogeny of papilionoid legumes: New insights from comprehensively sampled early-branching lineages. American

Journal of Botany 99: 1991--2013.

Duno de Stefano, R.; Fantz, P.R. & Fernández-Concha, G.C. 2008 Centrosema and

Clitoria (Leguminosae: Papilionoideae: Phaseoleae: Clitoriinae) in the Mexican Yucatán

Peninsula, including three lectotypifications. Vulpia 7: 1--15.

Fevereiro, V.P.B. 1977. Centrosema (A.P. de Candolle) Bentham do Brasil-Leguminosae-

Faboideae. Rodriguésia 29: 159--203.

IPNI 2014. The International Plant Names Index. Disponível em http://www.ipni.org/; acesso em 10 jan. 2014.

Queiroz, L.P. 2009. Leguminosas da caatinga. Feira de Santana: Editora Universitária

UEFS, 443 p.

Schultze-Kraft, R., Williams, R.J., and Coradin, L. 1990. Biogeografia de Centrosema.

In: Schultze-Kraft, R., Clements, R.J., Keller-Grein, G. eds. Centrosema: Biology,

72

Flora da Bahia: Centrosema

Agronomy, and Utilization. Publicación CIAT 208. Centro Internacional de Agricultura

Tropical, Cali p. 1--27.

Schrire, B.D. 2005. Tribe Phaseoleae. In: Legumes of the world (Lewis, G.P., Schrire, B.,

Mackinder, B. & Lock, M. eds.). Royal Botanic Gardens, Kew. p. 393--431.

Souza, V.C. 2013. Centrosema. In: Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em http://floradobrasil.jbrj.gov.br/jabot/floradobrasil/; acesso em 19 jan. 2014.

Tropicos 2014. Missouri Botanical Garden. Disponível em http://www.tropicos.org/; acesso em 24 jan. 2014.

Williams, R.J. & Clements, R.J. 1990. Taxonomy of Centrosema. In R. Schultze-Kraft &

Clements, R.J. (eds.), Centrosema: Biology, Agronomy, and Utilization. Publicación CIAT

208. Centro Internacional de Agricultura Tropical, Cali p. 1--27.

73

Flora da Bahia: Centrosema

LISTA DE EXSICATAS

Albuquerque, M. 02 (4); Almeida, M.N.F. s.n. BAH 2200 (5); Alunos da 2 série s.n. ALCB 01627 (4); Alunos da 3ª série s.n. ALCB 01632 (9); Alunos de Bot. III t02 s.n. ALCB 67197 (4), s.n. ALCB 67208 (5); Amorim, A.M. 1790 (5), 2554 (15), 6918 (5); Anderson, W.R. 36585 (3), 37103 (15); Arbo, M.M. 5400 (5), 7188 (4), 7400 (15); Avena, C. s.n. BAH 5053 (4); Barbosa, M.M.S. s.n. BAH 6653 (4); Barreto, K.L. 28(2), 39 (4), 48 (7), 62 (4), 76 (1), 84 (12); Barreto, M.L. s.n. ALCB 61819 (4); Barreto, V. 131 (5); Bastos, A. 181 (15), s.n. BAH 2645 (9), s.n. HUEFS 42994 (4); Baumgratz, J.F.A. 147 (2); Bautista, H.P. 463 (5), 874 (4), 1031(11), 1179 (4), 1372 (9); Belém, R.P. 1727 (4), 1669 (8), 2363 (4), 2511 (4), 3593 (11); Blanchet, J.S. 2705 (10); Borba, E.L. 1947(2), 1958 (5), 2052 (5), 2198 (4); Borges, D.S.R. s.n. ALCB 026999 (15); Braga, N.M.P. 37 (4); Brito, H.S. 161 (9); Brito, J.C. 141 (5); Cahivo, S. 02 (4); Cardoso, D. 38 (15), 400 (5), 653 (5), 742 (11), 896 (9), 930 (2), 1109 (4), 2053 (15), 2087 (11), 2629 (4); Cardoso, P.H.C.B. 67 (5); Carneiro, A.S. 3 (15), 21 (15); Carneiro, J. 1168 (4); Carneiro-Torres, D.S. 495 (2); Carvalho, A.M. 444 (4), 3811 (11), 6993 (15), 7024 (5), 7218 (4); Carvalho, C.A.L. 48 (15); Carvalho, P.D. 172 (15); Castro, R.M. 1265 (15); Cavalcanti, T.B. 296 (2), 310 (2), 332 (1); Cerqueira, C.O. 13 (5), 25 (4); Conceição, A.A. 1970 (11), s.n. ALCB 40274 (10); Conceição, A.S. 65 (4), 96 (4); Conceição, S.F. 155 (15), 182 (15); Coradin, L. 1150 (14), 1196 (2), 1199 (15), 1204 (15), 1211 (4), 2844 (8), 2857 (4), 2866 (4), 2878 (4), 2894 (15), 2920 (4), 2922 (4), 2927 (15), 2930 (4), 2932 (8), 2939 (9), 2959 (15), 2978 (15), 3377 (15), s.n. CEPEC 42127 (5), 4328 (4), 4388 (4), 4421 (5), 4435 (5), 4440 (5), 4443 (5), 4444 (6), 4459 (15), 4460 (5), 4476 (5), 4479 (5), 4533 (4), 4548 (6), 4799 (6), 5698 (14), 5701 (14), 6000 (15), 6089 (5), 6337 (4), 6483 (4), 6504 (4), 7584 (4), 7622 (4), 7628 (4), 7645 (4), 7668 (4), 7669 (9), 7683 (4), 7702 (15), 7732 (15), 7734 (2), 7969 (9), 8577 (4), 8589 (4), 8652 (4), 8679 (4); Costa, A.L. s.n. ALCB 01635 (15), s.n. ALCB 01647 (8); Costa, C.F. s.n. BAH 1429 (9); Costa, G. 370 (15); Costa, J. 86 (15), 88 (4), 170 (15), 265 (4), 1285 (5), 1332 (4); Costa-Neto, E.M. 47 (4); Cotias, A.L. s.n. ALCB 72940 (4); Cotrim, A. 1510 (14); Daneu, L. 374 (5); Davidse, A. 11883 (5); Duarte, A.P. 5913 (5), 5965 (2), 9353 (5); Dutra, A.E. 30 (15); Eaton, A.A. 10066 (5); Equipe da Botânica s.n. ALCB 20906 (5); Euponino, A. 381 (4); Fahel, J. s.n. ALCB 01638 (15), s.n ALCB 01639 (15); Faria, G.A. 44 (4), 165 (9); Faria, S.M. 2259 (2); Félix, L.P. 7565 (2); s.n. EAN 6721 (15), 8608 (5); Fernandes, A.

74

Flora da Bahia: Centrosema

s.n. EAC 3286 (15), s.n. EAC 3666 (14); Ferreira, J.L. 302 (4); Ferreira, M.S.G. BAH 4364 (9); Ferreira, S.C. 383 (15); Ferrucci, M.S. 1096 (5); Fiaschi, P. 2407 (5); Fierro, A.F. SPSF 80007 (4); Fioravanti, A.B. 2 (4); Fonseca, M.L. 3060 (1); Fonseca, W.N. 257 (15); Fonseca-Neto, F.P. 14 (4); Forzza, R.C. 1117 (2); Fotius, G. 4028 (12); França, F. 1421 (4), 1473 (4), 1531 (4), 2669 (5), 5143 (4), 5231 (5), 5827 (5); Freitas, J.G. 561 (3), 562 (14); Funch, R. 96 (4), 663 (4); Ganev, W. 137 (4), 1552 (2), 2327(5), 2422 (14), 2536 (4), 2614 (14), s.n. HUEFS 13715 (15), s.n. HUEFS 13723 (14), s.n. SP 358451 (14); Giulietti, A.M. 1877 (2); Gomes, F.S. 68 (4), 223 (4), 729 (4); Gonçalves, L.M.C. 179 (5); Gouveia, E.P. 5783 (15), s.n. ALCB 23090 (4); Groppo, M. 1065 (2); Gross, E. 17 (4), 24 (4); Grupo Pedra do Cavalo 198 (9), 378 (15), 642 (15); Guedes, M.L. 2562 (4), 2720 (5), 2978 (15), 6618 (15), 9031 (5), 9343 (2), 9422 (4), 1063 (5), 11952 (4), s.n. ALCB 99560 (5), 11472 (4), 12176 (4), 13224 (4), 13851 (4), 14111 (10), 14313 (15), 15033 (4), 16987 (5), 18152 (4), PCD 2720 (5), s.n. ALCB 01630 (11); Guimarães, E.F. 932 (15); Hage, J.L. 677 (8), 841 (4), 1005 (8), 1123 (8), 1506 (8), 1683 (9), 2068 (8); Harley, R.M. 15990 (5), 16035 (2), 16283 (15), 16414 (2), 16686 (2), 16686a (5), 17270 (15), 17293 (4), 18457 (4), 18567 (5), 21303 (2), 21445 (15), 21643 (15), 22154 (4), 22347 (4), 26556 (4), 50384 (14), 53778 (10); Hatschbach, G. 39089 (14), 44219 (5), 46355 (15), 47037 (9), 47967 (5), 55175 (10), 56635 (2), 56935 (11), 62025 (3), 62983 (4), 67787 (2), 68454 (8), 71260 (11), 77880 (11); Irwin, H.S. 14854 (14); Jardim, J.G. 2007 (5); Jesus, N.G. 416 (4), 1542 (4); Jost, T. 396 (4), 404 (4); Junqueira, M.E.R. 7 (4), 69 (5); Kallunki, J. 381 (4); Labouriau, L.G. 12 (4); Lemos, M.J.S. 114 (2); Lewis, G.P. 704 (4), 760 (5), 950 (5), 986 (15), 1890 (4), 1925 (7), 1991 (2), 7420 (14), s.n. CEPEC 30122 (15); Lima, H.C. 732 (5), 764 (5); Lima, J.C.A. 107 (4), 231 (5); Lima, J.L.S. 428 (4); HTSA 1813 (2); Loefgren, A. 918 (7); Loureiro, D.M. 112 (15); Lughadha, E.N. 5991 (15); Macedo, G.E.L. 1252 (15); Machado, C.S. 33 (15); Machado, R.F. 67 (12), 185 (15), 526 (15); Martinelli, G. 5272 (5), 11058 (4); Martius, C.F.P. 2295 (10); Matos, E.N. FCO 08 (4), 25 (4), FCO 49 (8), 73 (9), 75 (15), 82 (15), 98 (4), 191 (8), 192 (4), 462 (5), 1776 (5), 1822 (4), PCD 4496 (2), PCD 4524 (2), s.n. HUEFS 180445 (2); Mattos-Silva, L.A. 802 (4), 2062 (4), s.n. RB 207021 (2); Meireles, J.E. 656 (2); Melo, A.A. 248 (4); Melo, E. PCD 1201 (5), 1614 (4), 1712 (15), 4357 (4), 4521 (5), 4717 (10), 4957 (5), 6760 (4), 7422 (2), 7473 (2), 7642 (5), 9978 (4); Melo, P.A. 82 (15); Mendes, M.S. 402 (2); Mendonça, R.C. 1434 (3); Meyer, P. (5); Miranda, A.M. 137 (2); Mori, S.A. 14275 (4), 9541 (15), 9929 (4); Moruz, C.V.A. s.n. BAH 8159 (5); Nascimento, A.F.S. 45 (4); Natividade, P.C. 11 (4), 12 (4), 16 (5); Neves, M.F. s.n.

75

Flora da Bahia: Centrosema

BAH 2202 (4); Noblick, L.R. 1167 (4), 1526 (4), s.n. ALCB 1641 (4), 1955 (15), 2020 (15), 2135 (4), 2147 (4), 2686 (15), 2804 (5), 3560 (15), 3590 (15), 4018 (15), 4302 (15), 4317 (15), 4426 (4); Nogueira, T.F. 14 (4); Nolasco, A.P. 1 (4); Nunes, A.T. 125 (4); Nunes, T.S. 318 (8), 426 (4), 428 (4), 607 (4), 608 (5), 1205 (5), 1455 (2), 1571 (2), 1592 (3), 1593 (14), 1595 (2); Oliveira, E.L.P.G. s.n. BAH 4588 (15), s.n. BAH 2261 (9), s.n. BAH 8204 (4); Oliveira, F.A. 01 (4); Oliveira, R.P. 40 (4), s.n. ALCB 61500 (5); Orlandi, R.P. 240 (8), 288 (2), 474 (5), 240 (8); Nascimento, J.G.A. 77 (15), 142 (5), 250 (14); Nascimento, J.P.B. 6 (2); Neiva, A. s.n. SP 24051 (15); Neves, S.P.S. 86 (5), 165 (5); Nunes, M.S. 35 (5); Paixão, J.L. 1665 (15); Pastore, J.F.B. 2081 (5); Pedralli, G. 2614 (5); Pereira, A. 337 (5); Pinheiro, R.S. 1584 (4), 2108 (4), 2230 (8); Pereira, V.S. 36 (5); Pinto, G.C.P. 11 (4), 313 (2), 342 (4); 1182 (4), s.n. ALCB 1629 (11), s.n. ALCB 1633 (9), 1644 (5), s.n. ALCB 6218 (1), 31381 (2), 34281 (4), 42261 (1); Popovkin, A.V. 105 (4), 719 (4), s.n. HUEFS 165027 (15); Queiroz, E.P. 34 (4), 35 (4), 36 (4), 46 (5), 72 (4); 708 (5), 2084 (15); Queiroz, L.P. 1345 (15), 1685 (4), 1696 (4), 2441 (4), 2541 (4), 3192 (4), 3516 (4), 3551 (15), 3836 (15), 4030 (5), 4657 (4), 4843 (15), 4871 (4), 4896 (15), 5479 (5), 5484 (2), 6609 (10), 9023 (15), 9228 (15), 9351(5), 9441 (11), 9684 (4), 9974 (15), 10013 (11), 10032 (4), 10223 (4), 10273 (14), 10783 (5), 14475 (14), 14655 (4); Ramalho, M. s.n. ALCB 75160 (4); Ramos, C.E. 304 (4); Rapini, A. 955 (5) 1471 (2); Ribeiro-Filho, A.A. 55 (5); Ribeiro, P.G. 6 (12); Rodarte, A.T. 101 (4); Roque, N. s.n. ALCB 3455 (5), 4496 (2), 4524 (4), s.n. ALCB 67715 (5), s.n. CEPEC 79173 (4); Ruschi, A. (5); Saar, E. 4604 (5); Salgado, O.A. 294 (7); Sano, P.T. 14472 (14); Santana, D.L. 354 (4), 702 (14); Sant’Ana, S.C. s.n. ALCB 4618 (8); Santos, A.K.A. 559 (9), 609 (9); Santos, E.B. 63 (8); Santos, F.S. 332 (15); Santos, T.S. 724 (4); Santos, V.J. 462 (15), 551 (2); Scardino, L. 378 (15); Scariot, A.O. 447 (14); Selma, S. s.n. ALCB 19895 (9); Sena, T.S.N. 6 (2), s.n. MBM 215289 (4); Silva, E.B.M. 173 (5); Silva, G.P. 8403 (2), 8475 (2), s.n. HUEFS 193853 (2); Silva, M.M. 178 (4), 266 (15), 314 (15); Silva, S.B. 167 (3); Silva, T.A. HST 2323 (4); Siqueira-Filho, J.A. 1680 (4); Souza, C.S.D. 97 (4), 251 (4); Souza, E.B. 1396 (5); Souza, E.R. 686 (4); Souza, J.P. 9794 (4), 9841 (7); Sousa, L.A. 112 (5), 219 (2); Souza-Silva, P.F. 185 (2); Smith, N.P. 67 (5); Sobrinho, J.P.L. 7 (4); Soeiro, R. 04 (15), 3795 (4); Souza, I.M. s.n. HUEFS 180189 (5); Stannard, B. s.n. 92181 (4); Stradmann, M.T.S. 569 (5), 584 (9), 589 (4); Teixeira, A.F.R. 18 (4); Thomas, W.W. 10078 (15), (9), 13574 (15), 14136 (4), s.n. CEPEC 88727 (15); Torrend, P.C. s.n. ALCB 1631 (11); Vasconcelos, O.C.M. 1 (7); Viana, B.F. 91 (5), 99 (4); Vieira, R.F. 1098 (3), 1125 (3); Viollati, L.G. 157 (3).

76

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O levantamento taxonômico do gênero Centrosema (DC.) Benth. resultou em 15 espécies dentre as 30 catalogadas no Brasil: Centrosema angustifolium (Kunth) Benth., C. arenarium Benth., C. bracteosum Benth., C. brasilianum var. angustifolium (Kunth) Amshoff., C. brasilianum (L.) Benth. var. brasilianum, C. coriaceum Benth., C. macrocarpum Benth., C. pascuorum Mart. ex Benth., C. plumieri (Turpin ex Pers.) Benth., C. pubescens Benth., C. rotundifolium Mart. ex Benth., C. sagitattum (Humb. & Bonpl. ex Willd.) Brandegee, C. schottii (Millsp.) K. Schum., C. sericiflorum K. Barreto & L.P. Queiroz, C. venosum Mart. ex Benth. e C. virginianum (L.) Benth. Destes táxons estudados, 1 é endêmico da Bahia (C. sericiflorum) sendo proposto como inédito (C. sericiflorum), para o estado e para região Nordeste, não sendo encontrada em campo, o que supõe uma situação de risco, uma vez que foi coletada em área antropizada. Com base nas análises das coleções dos diferentes herbários e das expedições de campo nos diferentes domínios fitogeográficos (Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica), pode-se perceber que a Caatinga é o domínio com maior representatividade de espécies de Centrosema e o mais amostrado nos acervos botânicos. Com o trabalho, foi possível constatar a não ocorrência da espécie C. vetulum Mart. ex Benth. na Bahia, concluindo-se que ela é erroneamente registrada para o estado. De uma maneira geral os caracteres morfológicos com maior valor taxonômico na distinção entre as espécies estudadas foram: variação na forma dos folíolos, ausência ou presença de raque, pecíolo alado ou não alado, variação no indumento (piloso, pubescente, tomentoso e seríceo), cor da pétala (lilás, roxas, magenta ou branca) e a disposição das lacínias no cálice (lineares, longas ou curtas), além dos caracteres quantitativos como o tamanho das pétalas. Foi possível reconhecer e confirmar um complexo mal delimitado formado pelas espécies C. bracteosum e C. venosum, as quais são separadas pela proeminência ou não das nervuras de ambas as faces dos folíolos, forma e pelas lacínias do cálice, além da verificação de espécimes com morfologia intermediária. Portanto, há necessidade de estudos com outras ferramentas, como morfometria e genética de populações, para uma melhor compreensão da circunscrição do grupo, visto que a delimitação de suas espécies ainda não está clara.

No presente estudo foram apresentadas ilustrações da maioria das espécies, inclusive daquelas nunca antes ilustradas (C. macrocarpum, C. schottii, C. sericiflorum e C. venosum). Além disso, foi possível ampliar e atualizar a coleção do herbário HUEFS para o gênero, além de obter importantes informações taxonômicas a respeito das espécies.

78

ANEXOS

79

PRANCHAS

80

Figura 1. A. Centrosema angustifolium: ramo com inflorescência e folha; B-C. C. arenarium: B- hábito, C- ramo com inflorescência e folha; D. C. bracteosum: ramo com inflorescência e folha; E. Centrosema brasilianum (L.) Benth. var. brasilianum: ramo com flor e folha; F. C. coriaceum: flor, folha e fruto; G. C. pascuorum : hábito; H. C. pubescens: flor e folha. (Fotos: F-Cristiane Snak, A, C e G- Kamilla Barreto; D- E- Domingos Cardosos; H- Réginald Hulhoven ).

81

Figura 2. A-B. Centrosema plumieri: A- flor; B- inflorescência e folha; C. C. rotundifolium: inflorescência e folha; D. C. schottii: inflorescência e folha; E. C. venosum: flor; F-H. C. virginianum: F- flor em vista lateral, G- flor, H- hábito. (Fotos: A- Domingos Cardoso; B- Reinaldo Aguiar; C- Wallace São-Mateus; D, F e H- Kamilla Barreto; E- Cristiane Snak.)

82

Figura 3. Variação dos folíolos nas espécies de Centrosema no estado da Bahia. A. C. angustifolium [escala= 2 cm]; B-D. C. arenarium; E. C. bracteosum; F-G. C. brasilianum var. brasilianum; H. C. brasilianum var. angustifolium; I. C. coriaceum; J. C. macrocarpum; K. C. pascuorum; L. C. plumieri; M. C. pubescens; N-P. C. rotundifolium; Q. C. sagittatum; R. C. schottii; S. C. sericiflorum; T. C. venosum; U. C. virginianum.

83

Figura 4. A e E. Centrosema bracteosum: A. ramo com inflorescência e fruto [escala= 1 cm]; B. C. brasilianum var. angustifolium: ramo com inflorescência [escala= 1 cm]; C-D. C. venosum: C. ramo com inflorescência [= 0,7 cm]; D. cálice [= 5 mm]; E. cálice [= 5 mm]; F. fruto [= 0,8 cm]. (A- Nunes et al. 1592; B- Queiroz 10032; C- Nascimento 250; D- Queiroz 14475).

84

Figura 5. A-C e H. Centrosema macrocarpum: A: ramo com frutos [escala=1 cm]; B: flor em vista lateral [= 0,5 mm]; C: cálice [= 5 mm]; H. semente [= 1,4 mm]; D-F. C. plumieri: D. ramo com flor [= 1,3 cm]; E. bractéola em vista lateral [= 0,6 cm]; G. fruto [= 1,2 cm] (A- Coradin et al. 5010; B- Coradin et al. 5061; C- Coradin et al. 4799; D- Coradin et al. 2844; E-F- Oliveira 1111).

85

Figura 6. A-C. Centrosema schottii: A. ramo com folha e inflorescência [escala= 1 cm]; B. flor [= 0,7 cm]; C. cálice [= 5 mm]; D-F. C. sagittatum: ramo com folha e fruto [= 1 cm]; E. cálice [= 5 mm]; F. fruto [= 1,2 cm]; G-H. C. rotundifolium: G. cálice [=5mm]; H. fruto [= 1 cm] (A, B e D- Fotius 4028; C-Queiroz et al. 10013; E- Fernandes s.n.).

86

Figura 7. A-K: Centrosema sericiflorum: A: ramos reprodutivos [escala= 4 cm]; B. detalhe do indumento do ramo [= 2,9 mm]; C. detalhe do indumento na face abaxial do folíolo [= 1,9 mm]; D. indumento da bractéola [= 9 mm]; E. pétala do estandarte [= 1,8 cm]; F. pétala da ala e da carena [= 1,8 cm]; G. cálice seríceo [= 2,3 mm]; H. base do ovário com o disco nectarífero lobado [= 2,1 mm]; I. androceu e gineceu [= 4,8 mm]; J. estigma capitado e ciliado[= 1,2 mm]; K. anteras [= 1 mm].(A-K- Félix 8689).

87

Mapas

88

Figura 8. Distribuição de Centrosema angustifolium e C. arenarium no estado da Bahia.

89

Figura 9. Distribuição de Centrosema brasilianum var. angustifolium e C. brasilianum var. brasilianum no estado da Bahia.

90

Figura 10. Distribuição de Centrosema bracteosum e C. coriaceum no estado da Bahia.

91

Figura 11. Distribuição de Centrosema macrocarpum e C. pascuorum no estado da Bahia.

92

Figura 12. Distribuição de Centrosema plumieri e C. pubescens no estado da Bahia.

93

Figura 13. Distribuição de Centrosema rotundifolium e C. sagittatum no estado da Bahia.

94

Figura 14. Distribuição de Centrosema schottii, C. sericiflorum e C. venosum no estado da Bahia.

95

Figura 15. Distribuição de Centrosema virginianum no estado da Bahia.

96