Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

PREÂMBULO

A palavra Diagnóstico deriva do grego DiagnostiKos que se poderá traduzir livremente por apto para reconhecer ou conhecer por meio de... Este conceito, inicialmente, foi utilizado unicamente pelas ciências médicas e terapêuticas e só posteriormente foi apropriado pelas metodologias de intervenção social.

O Diagnóstico Social é um “instrumento dinâmico, sujeito a actualização periódica, resultante da participação dos diferentes parceiros, que permite o conhecimento e a compreensão da realidade social através da identificação de necessidades, de detecção de problemas prioritários e respectiva causalidade, bem como dos recursos, potencialidades e constrangimentos locais”, cf. art. 35.º do Decreto-Lei n.º 115/2006 de 14 de Junho de 2006.

Volvidos seis anos sobre a concretização daquele que foi o primeiro Diagnóstico Social do Município de Ílhavo, foi constatada a necessidade de se proceder a uma actualização da informação naquele contida.

Desta feita, é importante aferir alguns dos indicadores que, de alguma forma, nos permitem conhecer melhor aquela mesma realidade, não obstante, determos plena consciência de se tratar de uma operação complexa apreender estaticamente uma realidade intrinsecamente impregnada de dinamismo...

Procuraremos, nas situações em que nos for possível, proceder a uma abordagem diacrónica da realidade e, quando tal não se apresentar razoável, uma abordagem sincrónica.

1 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

LISTA DE SIGLAS

ASI – Atendimento Social Integrado

ATL – Actividades de Tempos Livres

CAO – Centro de Actividades Ocupacionais

CASCI – Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo

CDT – Comissão de Dissuasão das Toxicodependências

CEB – Ciclo de Ensino Básico

CPCJ – Comissão de Protecção de Crianças e Jovens

CRI – Centro de Respostas Integradas

EMER – Escola Municipal de Educação Rodoviária

ETR – Equipa de Tratamento e Reinserção

INE – Instituto Nacional de Estatística

IP – Instituto Público

IPSS – Instituição Particular de Solidariedade Social

ISS – Instituto da Segurança Social

NLI – Núcleo Local de Inserção

PAPE – Programa de Apoios a Projectos Educativos

PI – Programa de Inserção

PORI – Plano Operacional de Respostas Integradas

PRI – Programa de Respostas Integradas

RMG – Rendimento Mínimo Garantido

RSI – Rendimento Social de Inserção

SCMI – Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo

SPA’s – Substâncias Psicoativas

TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação

2 Maio/2009

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ÍNDICE DE MAPAS

Figura 1 – do Município de Ílhavo

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição da População Residente (2001)

Gráfico 2 – População Residente no Município de Ílhavo, Segundo os Grandes Grupos Etários

Gráfico 3 – Análise Comparativa da Evolução da População Residente (1960/2001)

Gráfico 4 – Distribuição da População Residente Por Sexo

Gráfico 5 – Famílias Clássicas Residentes no Município Segundo a sua Dimensão

Gráfico 6 – Distribuição da População Residente Por Nível de Ensino

Gráfico 7 – Análise Comparativa da Taxa de Analfabetismo da Zona Geográfica do Baixo Vouga

Gráfico 8 – Distribuição dos Jardins-de-Infância por Rede, no Município de Ílhavo

Gráfico 9 - Distribuição dos Edifícios dos Jardins-de-Infância da Rede Pública, Segundo o Ano de Construção

Gráfico 10 – Evolução do Número de Alunos Inscritos no 1.º Ciclo

Gráfico 11 – Requerimentos de RSI Entrados

Gráfico 12 – Requerimentos Entrados por

Gráfico 13 – Número de Agregados Familiares Beneficiários da Prestação de RSI

Gráfico 14 – Agregados Familiares Por Dimensão do Agregado por Freguesia de Residência

Gráfico 15 – Agregados Familiares Com e Sem Rendimentos

Gráfico 16 – Distribuição dos Beneficiários Por Sexo

Gráfico 17 – Distribuição dos Beneficiários Por Escalão Etário

Gráfico 18 – Evolução do Número de Beneficiários Por Freguesia de Residência

Gráfico 19 – Apoio à Educação Inclusiva Por Agrupamentos

Gráfico 20 – Distribuição da População Alvo Por Resposta Social

Gráfico 21 - Distribuição da População Alvo Por Área de Residência

Gráfico 22 - Distribuição da População Alvo Por Sexo e Idade

3 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Gráfico 23 - Distribuição da População Alvo Por Tipo de Deficiência

Gráfico 24 – Lista de Espera do CASCI nas Respostas Sociais Dirigidas à Deficiência

Gráfico 25 – Entidades Sinalizadoras das Situações

Gráfico 26 – Motivo de Sinalização

Gráfico 27 - População Residente Deficiente Segundo o Tipo de Deficiência

Gráfico 28 - Evolução do Desemprego no Município de Ílhavo

Gráfico 29 – Distribuição dos Desempregados no Município de Ílhavo, Segundo o Género (Fevereiro/2009)

Gráfico 30 - Distribuição dos Desempregados Quanto à Situação de Procura de Emprego

Gráfico 31 - Desemprego Registado No Município de Ílhavo Segundo o Grupo Etário

Gráfico 32 - Desemprego Registado No Município de Ílhavo Segundo os Níveis de Escolaridade

Gráfico 33 - Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos, Segundo o Sector de Actividade e o Sexo (2005)

Gráfico 34 - Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos, Segundo o Nível de Habilitações, 2005

Gráfico 35 – Ganho Médio Mensal dos Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos Segundo o Nível de Habilitações

Gráfico 36 - Disparidade no Ganho Médio Mensal Por Sexo (2006)

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 – Densidade Populacional (2006)

Quadro 2 – Taxa de Crescimento Efectivo, Taxa de Crescimento Natural, Taxa Bruta de Natalidade, Taxa Bruta de Mortalidade, Taxa Bruta de Nupcialidade, Taxa Bruta de Divórcio, Taxa de Fecundidade Geral

Quadro 3 – População Residente (31/12/2006)

Quadro 4 – População Residente no Município de Ílhavo, segundo os grandes Grupos Etários e o Sexo (31/12/2006)

Quadro 5 – Estimativas da População Residente em 31/12/2007, por Sexo e Grandes Grupos Etários

4 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Quadro 6 – Movimento da População, 2006

Quadro 7 – Análise Comparativa da Evolução da População Residente (1960/2001)

Quadro 8 – Distribuição da População Residente por Grupos Etários e Sexo (2001)

Quadro 9 - Distribuição da População Residente por Grupos Etários

Quadro 10 – Variação Percentual por Grupos Etários (1991/2001)

Quadro 11 – Variação Percentual dos Grupos Etários (1960/1970/1981/2001)

Quadro 12 – Análise da Evolução da População Residente e Peso Relativo das Diversas Freguesias (1960/2001

Quadro 13 – Famílias Clássicas Segundo a Dimensão (Pessoas Residentes)

Quadro 14 – População Residente, População Presente, Famílias, Alojamentos Familiares, Alojamentos Colectivos e Edifícios

Quadro 15 – Número de Agregados Familiares Beneficiários do Apoio ao Pagamento de Renda de Casa, Por Ano Civil

Quadro 16 – Parque de Habitação de Cariz Social

Quadro 17 – Solicitações de Habitação Social Formalizadas na Câmara Municipal de Ílhavo, Por Ano Civil

Quadro 18 – Número de Habitantes Por Alojamento Familiar

Quadro 19 – Formas de Ocupação Habitacional

Quadro 20 – Tipo de Alojamento no Concelho

Quadro 21 – Regime de Ocupação no Concelho, Região Centro e

Quadro 22 – Existência de Infra-estruturas Básicas nos Alojamentos Familiares de Residência Habitual

Quadro 23 - Alojamentos (N.º) Por Localização Geográfica e Tipo (Alojamento)

Quadro 24 - Alojamentos Familiares (N.º) Por Localização Geográfica

Quadro 25 - Alojamentos Familiares Clássicos (N.º) Por Localização Geográfica

Quadro 26 - Alojamentos Familiares Clássicos Ocupados (N.º) Por Localização Geográfica e Tipo de Entidade Proprietária

Quadro 27 - Alojamentos Familiares Clássicos Por Edifício (%) Por Localização Geográfica

Quadro 28 - Indicadores dos Sistemas de Abastecimento de Água e de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais, 2004

5 Maio/2009

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Quadro 29 - População Residente em Ílhavo, Segundo o Nível de Instrução, 2001

Quadro 30 – Análise Comparativa da Taxa de Analfabetismo da Zona Geográfica do Baixo Vouga, 2001

Quadro 31 – N.º de Estabelecimentos da Rede Pública, em Ílhavo, no Ano Lectivo 2008/2009

Quadro 32 – Evolução da Frequência do 1.º Ciclo do Ensino Básico em Ílhavo

Quadro 33 – Número de Crianças em Creches no Município de Ílhavo, em 2008/2009, Por Freguesia

Quadro 34 – Jardins-de-Infância, de Acordo com o Número de Salas, no Município de Ílhavo, em 2008/2009

Quadro 35 – Número de Alunos nas Escolas do 1.º ciclo, em Ílhavo, no Ano Lectivo 2008/2009

Quadro 36 – Distribuição das EB1 de Acordo com o Ano de Construção dos Edifícios onde se encontram Instaladas

Quadro 37 – Distribuição das EB1 do Município, no Ano Lectivo 2008/2009, de Acordo com o N.º de Salas

Quadro 38 - Distribuição das EB1 do Município, no Ano Lectivo 2008/2009, de Acordo com o N.º de Turmas Constituídas

Quadro 39 – N.º de Alunos Candidatos e Com Subsídios Atribuídos no Ano Lectivo 2008/2009

Quadro 40 – Valores dos Subsídios Atribuídos no Ano Lectivo 2008/2009

Quadro 41 – N.º de Alunos Matriculados nos 2.º e 3.º Ciclos, em 2008/2009, no Município de Ílhavo

Quadro 42- Taxas de Abandono Escolar entre 2002/2003 e 2004/2005

Quadro 43 – Incidência do Abandono Escolar no Município

Quadro 44 – Taxa de Saída Antecipada (2001)

Quadro 45 – Alunos a Frequentar o Ensino Secundário no Município de Ílhavo (Abril/09)

Quadro 46 - Projectos de Parceria do Centro de Saúde de Ílhavo

Quadro 47 – Comparação dos Resultados do Rastreio Realizado nas Escolas do 1.º Ciclo no Ano Lectivo 2006/2007 com Outros Estudos

Quadro 48 - Indicadores de Saúde, 2005

Quadro 49 - Centros de Saúde e Suas Extensões, 2005

Quadro 50 - Consultas Médicas no Centro de Saúde, Segundo a Especialidade, em 2005

6 Maio/2009

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Quadro 51 - Marcações/Atendimentos ASI

Quadro 52 – Valor Médio da Prestação Pecuniária de RSI por Freguesia

Quadro 53 – Famílias em Acompanhamento na Medida de RSI pelas Instituições do Protocolo ( CERCIAV e Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo)

Quadro 54 - N.º de Utentes em Lista de Espera nas Diversas Respostas Sociais

Quadro 55 - População Residente Deficiente, Segundo o Tipo de Deficiência e Sexo

Quadro 56 - População Residente Deficiente, Segundo o Tipo de Deficiência e Sexo, Por Grau de Incapacidade Atribuído

Quadro 57 – Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais (Infância e Juventude) – Janeiro 2009 Quadro 58 – Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais (População Adulta Com Deficiência) – Janeiro 2009 Quadro 59 - Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais (População Idosa) – Janeiro 2009 Quadro 60 – Desemprego Registado e Variação Homóloga Quadro 61 – Desemprego Registado No Município de Ílhavo, Segundo o Género, o Tempo de Inscrição e Situação Face à Procura de Emprego (Fevereiro/09) Quadro 62 – Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos Por Município, Segundo o Escalão de Pessoal da Empresa, 2005 Quadro 63 - Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos Por Município, Segundo o Nível de Habilitações Quadro 64 – Ganho Médio Mensal dos Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos

Quadro 65 - Ganho Médio Mensal dos Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos Segundo o Nível de Habilitações

Quadro 66 - Ganho Médio Mensal dos Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos Segundo o Sector de Actividade e o Sexo, 2005

Quadro 67 – Disparidade no Ganho Mensal Por Sexo (2006)

Quadro 68 – Representação Feminina Por Grupos de Profissões em Portugal (2006)

Quadro 69 - Ganho Médio Mensal dos Trabalhadores Por Conta de Outrém nos Estabelecimentos Segundo o Escalão de Pessoal na Empresa, 2005

7 Maio/2009

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QUADRO DE BORDO

- População residente (2001): 37 209

- População residente (2007): 40 819

- População residente entre os 0 e os 14 anos (2001): 6461

- População residente entre os 0 e os 14 anos (2007): 6549

- População residente entre os 15 e os 24 anos (2001): 5321

- População residente entre os 15 e os 24 anos (2007): 4998

- População residente entre os 25 e os 64 anos (2001): 20480

- População residente entre os 25 e os 64 anos (2007): 23 086

- População residente com idade igual ou superior a 65 anos (2001): 4947

- População residente com idade igual ou superior a 65 anos (2007): 6186

- Variação da população residente (1991/2001): 12%

- Densidade Populacional (2006): 549,2 (habitantes/Km2)

- Índice de dependência dos jovens (2001): 25%

- Índice de dependência dos jovens (2007): 23,3%

- Índice de dependência dos idosos (2001): 19%

- Índice de dependência dos idosos (2007): 22%

- Índice de dependência total (2001): 44%

8 Maio/2009

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- Índice de dependência total (2007):45,4%

- Índice de envelhecimento (2001): 76%

- Índice de envelhecimento (2007): 94,5%

- Taxa de natalidade (2001): 9%0

- Taxa de natalidade (2007): 9,9 %0

- Taxa de mortalidade (2001): 11%0

- Taxa de mortalidade (2007): 8,3%0

- Taxa de crescimento natural (2006): 0,26%

- Taxa de crescimento natural (2007): 0,16%

- Taxa de crescimento efectivo (2006): 1,36%

- Número de médicos por 1000 habitantes (2001):

- Número de médicos por 1000 habitantes (2007): 2,0

- Taxa de cobertura Infância e Juventude (Janeiro 2006): 22,1%

- Taxa de cobertura Infância e Juventude (Janeiro 2009): 25,4%

- Taxa de cobertura do População Adulta com Deficiência (Janeiro 2006): 9,8%

- Taxa de cobertura do População Adulta com Deficiência (Janeiro 2009): 9,8%

- Taxa de cobertura População Idosa (Janeiro 2006): 6,7%

- Taxa de cobertura População Idosa (Janeiro 2009): 7,2%

9 Maio/2009

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- Taxa de abandono escolar (2001): 2,0%

- Taxa de saída antecipada (2001): 23,9%

- Taxa de retenção no ensino básico (2001): 12,3%

- Taxa de saída precoce (2001): 47,5%

- Taxa de analfabetismo (2001): 5,4%

10 Maio/2009

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HISTÓRIA DE ÍLHAVO

Desconhece-se quem foram, efectivamente os primeiros povos a fixarem-se no território que hoje é Ílhavo, devido à ausência de registos e de annaes escritos fidedignos que nos permitam afirmar, com todo o rigor, do rumo traçado pela História.

Diversos estudos defendem a tese que a origem étnica de Ílhavo se encontra relacionada com uma antiga colónia Fenícia, sendo que, outra tese refere os gregos, que, por volta do ano de 1372 A.C., e comandados por Baco, filho de Semele, aportaram à Lusitania e que, então, uma colónia de gregos, da famosa Pelasgia, entrou pela foz do Vouga e se estabeleceu nas suas margens e que deles procedem (mas hoje já muito cruzados com outras raças) os ilhavenses, aveirenses e ovarenses, varinos ou vareiros .

No que se refere à primeira tese, e que parece a mais fiável, sabemos que a Fenícia foi um território situado na orla marítima do este do mar Mediterrâneo, compreendido entre o actual Líbano e Síria.

O território fenício seria apenas constituído por uma estreita e pequena parcela de terreno montanhoso e pobre com cerca de duzentos quilómetros de comprimento, sendo, no entanto, bastante rico em termos de florestas de cedros, carvalhos e ciprestes.

Sendo que um território de tão reduzida extensão não permitia o desenvolvimento de práticas agrícolas extensas que pudessem obstar às necessidades da população, viu-se esta obrigada a virar-se para o mar por forma a daí retirar proventos favoráveis à sua subsistência.

Desta forma, o fado da Fenícia esteve intrinsecamente ligado ao mar.

Os navegadores fenícios mostraram-se no seu tempo como sendo detentores de grandes conhecimentos da arte de navegação e também dos mais intrépidos.

A sua estratégia de navegação era fazer-se marear junto à linha de costa a fim de alcançarem uma maior segurança e um mais rápido acesso ao abrigo e descanso.

Quando necessário este povo também se aventurava na navegação de alto mar. Para isso, seriam, inquestionavelmente, necessários alguns conhecimentos na área da orientação.

De facto, verificou-se que os navegadores fenícios conseguiram descobrir que, na constelação da “Ursa Menor”, havia uma estrela (a Polar) que permanecia fixa, indicando o Norte em qualquer posição em que fosse observada e que o sol, dirigindo-se sempre na direcção sul (meio-dia), lhes permitia navegar tanto de dia como de noite.

Os barcos fenícios eram construídos tendo em conta a finalidade a que se destinavam: os de comércio, caracterizavam-se pelo seu bojo largo, para uma maior capacidade de carga, eram

11 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

movidos através de uma vela quadrada e tinham duas filas de remadores em cada borda (birremes); como leme, possuíam à ré, e também em cada borda, um remo de pá larga.

No que diz respeito a barcos de guerra, esses eram construídos com cascos mais estreitos e podiam ser dotados até três filas de remadores (trirremes) tanto a bombordo como a estibordo. Esta construção permitia uma maior mobilidade e rapidez aos barcos em questão uma vez que a finalidade assim o exigia.

Estes barcos possuíam à proa, submersos pelo nível da água, as suas armas que consistiam em esporões de madeira reforçados por bronze e que eram utilizados na tentativa de abalroar o inimigo.

Tal como vimos afirmando, o povo fenício dispunha apenas como fonte de riqueza as suas florestas de cedros, das quais extraíam a madeira que, a posteriori seria empregue na construção dos já mencionados barcos, que seriam um importante elemento para a sua sobrevivência.

As capacidades de sobrevivência dos fenícios estiveram algo limitadas pelas ameaças dos povos vizinhos que sempre se mostraram mais fortes e guerreiros. Só na fase em que a civilização Cretense-Micénica entrou em declínio, por volta de 1200 A.C. é que os fenícios deram início à sua expansão que viria a atingir, ao Norte do Oceano Atlântico, o Sul das Ilhas Britânicas e ao Sul as Costas da Guiné.

As actividades industriais dos Fenícios tinham como finalidade última a produção em grandes quantidades para que com elas pudessem fazer negócios e alcançar bons lucros.

Das suas cidades, e em especial da de Tiro, saíam navios transportando armas de bronze e ferro; utensílios cerâmicos, de marfim e vidro, madeira de cedro; sal e, ainda, a “clepsidra” (o relógio de água inventado pelos fenícios), entre outros produtos.

Como forma de “pagamento” por aqueles produtos, os fenícios recebiam géneros alimentares, tais como trigo, cevada, azeite, vinho, mel etc., produtos estes de que o seu território era parco.

O que sobretudo lhes era dado em troca eram essencialmente matérias-primas, tais como, ouro e prata, ferro e chumbo, cobre, lã e pano de linho, entre outros produtos que lhes pudessem trazer abastança.

A partir de 700 A.C., o império fenício vê a sua economia entrar em decadência. As suas cidades, que sempre haviam sido alvo de ameaças inimigas, acabaram por cair nas mãos dos Assírios, sobrevivendo somente Tiro, a cidade mais importante.

Pelo facto de ser possuidora de portos abrigados só veio a cair em mãos inimigas quando, ao fim de algum tempo, as provisões foram escasseando.

12 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Em resultado da perda de cidades de “Ugarit”, “Biblos”, e “Sidon”, também foram perdendo as suas colónias, feitorias e concessões. A tal esmorecimento apenas resistiu a grande colónia de “Cartago”.

Terá, então, sido a partir desta colónia que os fenícios encetaram a sobrevivência da sua expansão e, por ela, poderemos aceitar que tenham chegado à parte sul da Península Ibérica, na busca do estanho, prata e chumbo.

Desta feita, terá sido através de Cartago que por volta do ano 750 A.C. os fenícios buscaram o Oceano Atlântico.

Este acontecimento traria às civilizações mediterrânicas uma nova era de prosperidade.

Desta feita, aportaram ao sul da Península, fundando “Gadiz” (actual Cadiz).

Esta presença dos fenícios no Atlântico teve, como principal objectivo a busca de minas de estanho, que o Sul da Península não possuía em abundância.

Tal adversidade levou a que a procura do dito metal fosse feita nas ilhas britânicas.

Assim, e uma vez que a navegação era aqui muito mais difícil do que no Mediterrâneo, uma vez que aqui se registavam ventos e correntes fortes, os fenícios viram-se na imposição de fazer paragens mais frequentes.

Aos acontecimentos que temos vindo a narrar, não poderia escapar a nossa faixa marítima e, muito concretamente, a região do Baixo Vouga.

13 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

OS DOCUMENTOS

O primeiro documento a referir-se à existência de Ílhavo data do ano de 1037.

Para uma das hipóteses teremos, então, de aceitar que os navegadores fenícios, ao seguirem em direcção ao Norte, no trajecto do estanho, também por cá se fixaram, tendo desenvolvido actividades ligadas à pesca, à salicultura e a uma agricultura de subsistência.

E, por tal, Ílhavo terá sido uma “ilha” sob o domínio fenício/cartaginês, depois grego e romano e, mais tarde, do domínio mouro, até à fundação da nacionalidade em 1143.

Efectivamente, quando os Fenícios passaram o Cabo Mondego, seguindo para Norte, terão encontrado uma enseada que os levaria a contornar um cabedelo e a entrar num canal, por ele abrigado e a passarem numa “ilha”, coberta de junco, resultado da sedimentação de areias marinhas e de lama dos rios Vouga, Águeda e Cértima.

Foi nesta “ilha”, ou noutra que porventura houvesse perto da foz daqueles rios, que levados pela necessidade de abrigo e segurança e também pelas boas condições de exploração da pesca e sal, os Fenícios aí acabariam por implantar uma pequena colónia. A esta dita “ilha” terá sido dado o nome de “INSULA UBBO”.

Desta feita, e atendendo ao referido anteriormente, o nome de Ílhavo não foi o inicial, nem o seu local foi onde contemporaneamente se encontra.

Se nos perguntarmos da razão da nomenclatura “Ílhavo” temos de recuar um pouco e saber que a Península ibérica foi habitada por Iberos, Celtas, Fenícios, Romanos, Cartagineses, Gregos, Visigodos, Árabes, Suevos e Vândalos.

Relativamente ao caso concreto de Ílhavo e, tendo em consideração a sua história geológica, os dados que poderiam confirmar a sua génese são escassos.

Existem, contudo, indícios que nos conduzem aos Fenícios/Cartagineses e, posteriormente, aos Gregos, aos Romanos e até mesmo aos Mouros.

É inquestionável que Ílhavo teve a sua génese num povo ligado ao mar, facto que, por exclusão das partes, nos fará reportar aos Fenícios/Cartagineses e aos Gregos os quais a História descreve como navegadores. De acordo com Domingos C. Amador, na publicação “Os Fenícios na Ibéria: Ílhavo - Histórias das Raízes” parece pouco convincente a afirmação de que Ílhavo será de origem grega, pese embora, o facto de ser Ílhavo a terra que em Portugal conservou, ao longo dos tempos, mais apelidos de origem grega, romana e moura, tais como Tróia, Grego, Catão, Ulisses entre outros, e que não devem significar mais do que a passagem posterior destes povos por esta região.

14 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

A tese de que a História de Ílhavo se encontra intrinsecamente ligada à do Povo Fenício, advém do facto de ser aquele considerado como um dos maiores navegadores do mundo de então a transpor o Estreito de Gibraltar, por volta do ano de 750 A. C., ao passo que, o povo grego apenas o faria mais tarde.

A presença dos Gregos na Península Ibérica apenas viria a acontecer por volta do ano de 300 A.C. , após terem dominado a própria civilização fenícia. Este jugo grego, durou até 146 A.C. e passou, a posteriori, para os Romanos quando estes, por sua vez, dominaram os gregos.

No seguimento das questões já avançadas teremos que os vocábulos fenícios INSULA UBBO terão estado na génese do nome “Ílhavo”.

Desta feita, o que se verifica é que os vocábulos acima referenciados foram, como tantos outros, ao longo do correr dos tempos sofrendo mutações.

Efectivamente, ao pegarmos no termo INSULA (ilha) e UBBO (ameno(a) ou abrigado(a)), alcançaremos a acepção ilha amena ou ilha abrigada tão característica do povo fenício.

Em documentos vários constatamos que o vocábulo tem sofrido alterações diversas ao longo dos séculos, verificando duas formas de escrita diferentes no mesmo ano. Senão vejamos: 1037 - ILIAUO; 1088 - ILIAUO E ILLIABUM; 1095 - ILAUUM; 1149 - ILLIAUO; 1296 - ILHAVO; 1514 - YLHEVO (Foral de D. Manuel)

O primeiro documento escrito a fazer referência a Ílhavo data do ano de 1037 e refere-se a uma doação feita por Recemondo, um rico proprietário instalado na região, ao Mosteiro da Vacariça.

Os vários documentos referentes a Ílhavo, posteriores àquela data, tratam-se de doações, tendo, finalmente, sido encorporado nos bens da Coroa e oferecido pelo Rei D. Afonso IV à sua neta, a Infanta D. Maria, por alturas do seu casamento com D. Fernando.

Em 1514 o Rei D. Manuel atribui-lhe foral.

Em 1757 todo o Município constituía uma única freguesia, cujo orago era S. Salvador. A sua maior riqueza era fruto da pesca da sardinha e, muito especialmente, da salicultura, cuja produção era exportada para diversos países.

Em 1832, Mouzinho da Silveira inicia uma reforma nas delimitações das áreas dos Municípios, sendo, então, a Ermida, as Gafanhas, Alqueidão, Casal, Lagoa e as Praias da Barra e da Costa Nova integradas no Município de Ílhavo, e os lugares de Verdemilho e Sá desanexados deste, passando para o Município de Aveiro.

A 21 de Novembro de 1895, por Decreto do monárquico reformista João Franco, Ílhavo perde a sua independência e é anexado a Aveiro.

15 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Por pouco tempo, a 13 de Janeiro de 1898, volta a ter a sua autonomia, com o Decreto-Lei publicado no dia 15 do mesmo mês.

Passado quase um século da restauração do seu poder concelhio, a vila de Ílhavo vê-se elevada à categoria de Cidade a 13 de Julho de 1990.

ERMIDA

Sabe-se que foi um pequeno Município e couto distinto do de Ílhavo. D. Manuel I doou-lhe foral em Lisboa a 8 de Junho de 1514, e que foi até ao fim do Absolutismo, 1834, ano em que perde a sua autonomia e passa a integrar o Município de Ílhavo.

Tratava-se de uma pequena povoação com a sua quinta, a denominada Quinta da Ermida, pertença da família Moura Manuel. Estes ali viriam a construir a sua habitação, o Paço da Ermida, com a respectiva Capela.

No Século XIII a Quinta da Ermida foi adquirida em hasta pública pela família Pinto Basto, fundadora e proprietária da afamada Fábrica da Vista Alegre.

O seu nome deriva de uma ermida que lá terá existido.

VISTA ALEGRE

Em época que mesmo hoje é difícil de precisar, mas que não irá além da segunda metade do século XVII, terá adquirido o Bispo de Miranda, D. Manuel de Moura Manuel, diversas propriedades rústicas junto ao braço da Ria de Aveiro, ao largo do local actualmente conhecido por Vista Alegre, e com elas terá formado uma grande quinta e aí construído uma casa de habitação.

Mais tarde os bens da capela foram incorporados nos bens da coroa. O Provedor da comarca daria posse da capela a D. Ana de Sousa.

José Ferreira Pinto Basto, após ter adquirido em hasta pública, em 1812, a Quinta do Paço da Ermida, De tais pertenças fazia também parte a Capela de Nossa Senhora da Penha de França, que, juntamente com outras dependências, constituía uma espécie de santuário, ao qual a população acorria para as suas devoções e para a realização de festas.

Admite-se que a aquisição de tal quinta não terá obedecido a qualquer finalidade determinada, sendo que há quem conjure que a escolha do dito local se deva atribuir a um especial carinho por Aveiro e arredores.

16 Maio/2009

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Destarte, além da simpatia pela região, dever-se-á atribuir tal escolha à proximidade da enorme quantidade de pinheiros existentes e que poderia alimentar os fornos de vidro da Fábrica da Vista Alegre.

Foi, então, no ano de 1824 que foi permitido o funcionamento da Fábrica, que já se encontrava construída, tendo-se, para esse efeito, transformado em oficina algumas das dependências da antiga capela.

Gafanhas e as Praias

As áreas acima referidas são zonas de formação recente, estando intimamente ligadas às transformações da Ria de Aveiro. Desta feita, para percebermos a história das primeiras, teremos de analisar a história da segunda.

No princípio do século X existia uma bacia que ia desde Angeja até ao Marnel, em Lamas do Vouga. Por esta altura, iniciou-se a formação de dois cabedelos, constituídos pela acumulação de sedimentos trazidos pelo mar, pelos rios e pelos ventos que aí os depunham. Um situava- se a Norte, onde se viriam a instalar as povoações de Espinho, e . O outro, localizado a Sul, permite-nos hoje encontrar as Gafanhas e os seus vizinhos , Mira até ao Cabo Mondego.

Mais tarde, o mesmo processo de sedimentação levaria à formação de uma cordão litoral que isolou um pedaço de mar. Este cordão possuía uma abertura, a barra, que se deslocava consoante as correntes e que, quando fechava, trazia muitas dificuldades à vida das populações locais, devido a doenças e a inundações.

Entre 1200 e 1808, a barra oscilou entre a Torreira e Mira.

Só em 1808, com a coordenação das obras pelos Engenheiros Oudinot e Luís Gomes de Carvalho se fixa a barra onde ainda hoje se encontra. Com a nova barra foi possível o desenvolvimento desta região através do incremento/desenvolvimento da sua economia.

Península da Gafanha

As primeiras indicações de povoamento desta região datam de 1677, sendo que um pouco a Sul da Quinta da Mó do Meio surge a primeira povoação. Estes povos seriam certamente oriundos de Vagos, Mira e respectivas imediações, uma vez que, as terras pobres e áridas não se mostravam apetecíveis aos olhos dos lavradores de Ílhavo, mas sim para aqueles que tivessem solos de características similares.

17 Maio/2009

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Foi, então que surgiram, nestas planícies, pequenas “Gafanhas”, das quais algumas se destacam mais pela sua área do que pela densidade habitacional. A Gafanha da Nazaré alcançou um destaque especial, devido, não só, à peca longínqua, bem como à proximidade que apresenta relativamente à cidade de Aveiro. Desta prosperidade são testemunho as casas existentes na Cale da Vila e na Chave, com as suas fachadas policromadas de azulejo. Casos existem em que, à semelhança dos conhecidos brasões, tão comuns em Ílhavo, se começou a colocar as imagens dos barcos, que deram prosperidade às famílias, nas fachadas das mesmas.

A partir de 1835, a Península da Gafanha passa a depender religiosamente de Ílhavo e, em 1853, é desanexada civicamente de Vagos.

É desconhecida a origem do termo “Gafanha”, existindo, diversas teorias. Uma relaciona este termo com a operação de gadanhar, ou seja, cortar o junco, visto que esta era uma região coberta por aquela planta. Facilmente os povos da região teriam corrompido o termo gadanhar para gafanhar.

Outra teoria existente, refere a existência do termo gafenho (significando “leproso”), pois, como esta região se apresentava com pouca vegetação, podia ser comparada à pele de um carneiro com a doença da sarna leprosa, ou gafeira, que provoca a queda de todo o pelo, deixando apenas intermitentes pequenos tufos de pelo, que na Gafanha seriam os famosos tufos de junco.

Gafanha da Cale da Vila (Gafanha da Nazaré)

Situando-se no extremo norte do cabedelo, que forma a Península da Gafanha, foi, durante algum tempo, banhada pelo mar a Norte e a Oeste, e pelas “Cales” das então vilas de Ílhavo e Aveiro. Por isso, há tomado o nome de “cale da Vila”. Foi a primeira zona da Península da Gafanha a ser povoada.

A Cale da Vila viria a obter a sua autonomia administrativa em 1910, já com o nome de Gafanha da Nazaré, nome que tomou da padroeira da sua capela construída em 1818, Nossa Senhora da Nazaré

Em 1969, a Gafanha da Nazaré alcançou o estatuto de Vila e em 19 de Abril de 2001, ao estatuto de cidade.

18 Maio/2009

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Gafanha da Gramata (Gafanha da Encarnação)

Segundo reza a tradição este território deve o seu nome a uma das primeiras habitantes, Joana Rosa de Jesus, popularmente conhecida como Joana Gramata. Personagem caracterizada por uma personalidade forte, tornou-se rainha destas paragens.

Foi casada, em segundas núpcias com um pastor de Vagos, conhecido como o “o maluco”, pelo que Joana passa a ser vulgarmente conhecida pelo nome de Joana Maluca e a Gafanha da Gramata como Gafanha da Maluca.

Em 1848, veio a ser construída uma capela custeada por Joana Gramata sendo, por ela, dedicada a Nossa Senhora da Encarnação, passando, então, esta Gafanha a ser conhecida definitivamente por Gafanha da Encarnação.

A 1 de Novembro de 1926 passa à categoria de freguesia, em 1928 a paróquia.

Gafanha dos Caseiros (Gafanha do Carmo)

Tratando-se da parte da Península mais antiga, foi a última a ser povoada.

Esta zona era aproveitada apenas para apascentar gado por pastores originários dos Municípios de Vagos e Mira. Só com a instalação dos caseiros que arrendaram os terrenos a um proprietário do Município de Ovar, se viria a alterar tal situação.

Por tal razão a sua designação inicial terá sido “Gafanha dos Caseiros”. Mais tarde, viria a designar-se por Gafanha do Carmo quando, em 1830 ou 1840, desconhece-se ao certo a data, foi construída uma Capela em honra de Nossa Senhora do Carmo.

Em 1948 viria a ser instituída paróquia e a 17 de Setembro de 1960 freguesia.

Costa Nova do Prado

Até ao século XIX, a Costa Nova apresentou-se como um enorme areal desabitado. Com o processo de abertura da nova barra, as companhas de pesca de Ílhavo estabeleceram-se na nova costa, por ser mais fácil e segura a travessia. Este local passou a designar-se de Costa Nova, em oposição à costa velha de S. Jacinto. Como para alcançarem aquele local os pescadores tinham de atravessar o prado da Gafanha, passaram a apelidá-lo de Costa Nova do Prado.

Foram aqueles mesmos pescadores que, a fim de salvaguardarem as suas alfaias agrícolas, ali construíram palheiros que, aquando da chegada dos primeiros veraneantes, lhes passaram

19 Maio/2009

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a ser alugados. Com esta nova forma de utilização os pescadores passaram a proceder a uma construção mais cuidada e confortável.

A determinada altura a população sentiu a necessidade de ali edificar um templo uma vez que os mais próximos se localizavam na Vagueira e na Gafanha da Nazaré.

Desta feita, em 1824, foi construída a primeira capela, em honra de Nossa Senhora da Saúde, em madeira. No ano de 1890, aquela capela apresentava-se bastante deteriorada e já não correspondia às necessidades da população, pelo que viria a se construía uma nova.

No ano de 200 viria a ser construída uma outra.

Praia da Barra

O nome deste local está directamente relacionado com a existência da própria barra, formada, definitivamente, em 1808. O termo “praia” viria a juntar-se ao primeiro, após a chegada dos primeiros veraneantes.

O grande florescimento da envolvente à barra deu-se a partir do ano de 1861, com o início da construção das pontes do Estaleiro, da Cambeia, das “Duas Águas” e de todas as estradas.

Contribuíram também para o referido desenvolvimento as águas mais calmas e o farol.

A Praia da Barra pertenceu, até 1910, à freguesia de S. Salvador e, a partir daí à da Gafanha da Nazaré.

Na Praia da Barra existe uma capela em louvor de S. João Baptista, cuja data de fundação não é conhecida, mas que não deverá ser muito antiga.

Em 1987, foi inaugurada a Nova Igreja, dedicada à Sagrada Família, uma vez que a outra já não dava resposta às necessidades.

20 Maio/2009

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ÍLHAVO HOJE

O Município de Ílhavo faz parte integrante do distrito de Aveiro e encontra-se limitado a Norte e a este pelo Município de Aveiro, a Sul pelo de Vagos e a Oeste pelo Oceano Atlântico.

O Município encontra-se dividido em 4 freguesias: S. Salvador, a maior delas e sede do Município, Gafanha da Nazaré, Gafanha da Encarnação e Gafanha do Carmo.

De acordo com as informações constantes no Anuário Estatístico da Região Centro (2006), o Município detém uma densidade populacional de 549,20hab/Km2.

Gafanha da Nazaré

Gafanha da Encarnação

Gafanha S. Salvador do Carmo

MAPA 1: Freguesias do Município de Ílhavo

21 Maio/2009

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22 Maio/2009

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De acordo com os Resultados dos Censos 2001, último levantamento censitário realizado, no Município de Ílhavo teremos uma população residente constituída por 37.209 indivíduos, distribuídos da seguinte forma pelas 4 freguesias:

Gráfico n.º 1 – Distribuição da População Residente

18000 16760 16000 14021 14000 12000 10000 8000 6000 4907 4000 1521 2000 0 Gafanha Gafanha Gafanha S. Salvador Carmo Encarnação Nazaré

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001

Para uma melhor caracterização demográfica do Município fez-se, ainda, recurso à informação constante de diversos Anuários Estatísticos com o objectivo de proceder a uma actualização da informação.

O Anuário Estatístico da Região Centro 2006 estima uma população residente constituída por 40349 indivíduos, sendo Ílhavo o Município, de entre todos os que constituem o Baixo Vouga, que detém a maior densidade populacional.

Numa análise ainda mais global, o Município de referência, é detentor de uma densidade populacional bastante acima da apresentada por Portugal, a Região Centro e o Baixo Vouga.

23 Maio/2009

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Quadro n.º 1 – Densidade Populacional (2006)

Densidade Populacional (Hab/Km2)

Portugal 115,10

Continente 113,60

Centro 84,60

Baixo Vouga 221,10

Ílhavo 549,20

Fonte: Anuário Estatístico da Região Centro 2006

Se pretendermos atender a outro tipo de indicadores, poder-se-ão retirar as seguintes conclusões, relativamente ao Município de Ílhavo:

- Taxa de crescimento efectivo1 (1,36) superior à de Portugal, do Centro e do Baixo Vouga.

- Taxa de crescimento natural2 (0,26), superior à de Portugal, do Centro e do Baixo Vouga.

- Taxa bruta de natalidade3 (10,3) superior à de Portugal, do Centro e do Baixo Vouga.

- Taxa Bruta de mortalidade4 (7,6) inferior à apresentada por Portugal, a Região Centro e o Baixo Vouga.

- Taxa bruta de nupcialidade5 (3,6) inferior à apresentada por Portugal, a Região Centro e o Baixo Vouga.

- Taxa bruta de divórcio6 (2,7) superior à apresentada por Portugal, a Região Centro e o Baixo Vouga.

- Taxa de fecundidade geral7 (39,8) superior à apresentada pelo Centro e Baixo Vouga, mas inferior à de Portugal (40,4).

1 Variação populacional observada durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de nados vivos por 100 ou 1000 2 Saldo natural observado durante um determinado período de tempo, normalmente, um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa por 100 ou 1000) 3 Número de nados-vivos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente uma ano civil, referida à população média desse período (habitualmente expressa por 1000) 4 Número de óbitos ocorrido durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referida à população média desse período (habitualmente expressa por 1000) 5 Número de casamentos observado durante um período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de casamentos por 1000) 6 Número de divórcios observado durante um período de tempo, normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de divórcios por 1000)

24 Maio/2009

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Quadro n.º 2 – Taxa de Crescimento Efectivo, Taxa de Crescimento Natural, Taxa Bruta de Natalidade, Taxa Bruta de Mortalidade, Taxa Bruta de Nupcialidade, Taxa Bruta de Divórcio, Taxa de Fecundidade Geral

Taxa Taxa de Taxa de Taxa Bruta Taxa Bruta Taxa Bruta Bruta Taxa de Crescimento Crescimento de de de de Fecundidade Efectivo Natural Natalidade Mortalidade Nupcialidade Divórcio Geral

%0

Portugal 0,28 0,03 10 9,6 4,5 2,2 40,4

Continente 0,28 0,03 9,9 9,6 4,5 2,2 40,2

Centro 0,14 -0,23 8,7 11 4,3 1,9 36,8

Baixo Vouga 0,44 0,05 9,1 8,6 4,4 2,3 36,3

Ílhavo 1,36 0,26 10,3 7,6 3,6 2,7 39,8

Fonte: Anuário Estatístico da Região Centro 2006

Quadro n.º 3 - População Residente, 31 Dez. 2006

Total

HM H M

Portugal 10599095 5129937 5469158

Continente 10110271 4893500 5216771

Centro 2385891 1153369 1232522

Baixo Vouga 398467 193420 205047

Ílhavo 40349 19761 20588

Fonte: Anuário Estatístico da Região Centro 2006

Da análise do quadro supra podemos constatar que a população residente é constituída por 51% de mulheres e 49% de homens.

7 Número de nados-vivos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano civil, referido ao efectivo médio de mulheres em idade fértil (entre os 15 e os 49 anos) desse período (habitualmente expressa em número de nados-vivos por 1000 mulheres em idade fértil)

25 Maio/2009

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Quadro n.º 4 - População Residente no Município de Ílhavo, segundo os Grandes Grupos Etários e o Sexo, 31 Dez. 2006

Grupos Etários

0 a 14 anos 15 a 24 anos 25 a 64 anos 65 e mais anos 75 e mais anos

HM H M HM H M HM H M HM H M HM H M

6552 3355 3197 5062 2542 2520 22727 11273 11454 6008 2591 3417 2408 947 1461

Fonte: Anuário Estatístico da Região Centro 2006

Gráfico n.º 2 - População Residente no Município de Ílhavo, segundo os Grandes Grupos Etários

25000

20000

15000

10000

5000

0 0 a 14 15 a 24 25 a 64 65 e mais 75 e mais anos anos anos anos anos

Fonte: Anuário Estatístico da Região Centro 2006

26 Maio/2009

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Quadro n.º 5 - Estimativas da População Residente em 31/12/2007, por Sexo e Grandes Grupos Etários

Grupos Etários Índices de Dependência Índice de

TOTAL 0-14 15-24 25-64 65 + TOTAL Jovens Idosos Envelhecimento

Centro HM 2385911 335161 272769 1292583 485398 52,4 21,4 31,0 144,8

H 1153368 171426 139331 638108 204503 48,4 22,1 26,3 119,3

M 1232543 163735 133438 654475 280895 56,4 20,8 35,7 171,6

Baixo Vouga HM 399607 61012 1292583 222865 68140 47,8 22,6 25,2 111,7

H 194033 30996 638108 109524 29208 45,0 23,2 21,8 94,2

M 205574 30016 654475 113341 38932 50,5 22,0 28,5 129,7

Ílhavo HM 40819 6549 4998 23086 6186 45,4 23,3 22,0 94,5

H 20005 3366 2526 11440 2673 43,2 24,1 19,1 79,4

M 20814 3183 2472 11646 3513 47,4 22,6 24,9 110,4

FONTE: Estimativas da População Residente, 2007

Quadro n.º 6 - Movimento da População, 2006

Nados-Vivos Óbitos

Total Fora do Casamento Total

HM H M Total Com coabitação dos pais HM H M Com menos de 1 ano

Ílhavo 411 225 186 148 115 305 170 135 1

FONTE: Anuário Estatístico da Região Centro 2006

Quadro n.º 7 - Análise Comparativa da Evolução da População Residente (1960/2001)

Freguesias 1960 % 1970 % 1981 % 1991 % 2001 %

Gafanha do Carmo 1320 5,3 1496 6,2 1568 5,0 1359 4,1 1521 4,1

Gafanha da 3645 14,6 3452 14,4 4427 14,1 5034 15,1 4907 13,2 Encarnação

Gafanha da Nazaré 7497 30,1 7977 33,3 11187 35,6 11638 35,0 14021 37,7

S. Salvador 12464 50,0 11018 46,0 14201 45,3 15204 45,7 16760 45,0

MUNICÍPIO DE 24926 100 23942 100 31383 100 33235 100 37209 100 ÍLHAVO

27 Maio/2009

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FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001

28 Maio/2009

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Gráfico n.º 3 - Análise Comparativa da Evolução da População Residente (1960/2001)

18000 16000 14000 12000 Gafanha Carmo 10000 Gafanha Encarnação 8000 Gafanha Nazaré 6000 4000 S. Salvador 2000 0 1960 1970 1981 1991 2001

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001

Quadro n.º 8 - Distribuição da População Residente por Grupos Etários e Sexo (2001)

Total 0-14 15-24 25-64 65 e +

H M H M H M H M H M

Ílhavo 18036 19173 3251 3210 2715 2606 9988 10492 2082 2865

Gaf. Carmo 751 770 150 148 126 102 395 405 80 115

Gaf. 2381 2526 460 494 403 408 1289 1335 229 289 Encarnação

Gaf. Nazaré 6907 7114 1301 1240 1050 970 3869 3986 687 918

S. Salvador 7997 8763 1340 1328 1136 1126 4435 4766 1086 1543

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001

Quadro n.º 9 - Distribuição da População Residente por Grupos Etários (2001)

TOTAL 0-14 % 15-24 % 25-64 % 65 ou + %

Gafanha Carmo 1521 298 4,6 228 4,3 800 4 195 3,9

Gafanha Encarnação 4907 954 14,8 811 15,2 2624 12,8 518 10,5

Gafanha Nazaré 14021 2541 39,3 2020 38 7855 38,3 1605 32,4

S. Salvador 16760 2668 41,3 2262 42,5 9201 44,9 2629 53,1

Ílhavo 37209 6460 100 5321 100 20480 100 4947 100

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

29 Maio/2009

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Da comparação entre os dados referentes ao ano de 1991 e de 2001, podemos realçar as seguintes variações percentuais, para cada um daqueles grupos etários:

Quadro n.º 10 - Variação Percentual dos Grupos Etários (1991/2001)

GRUPO ETÁRIO VARIAÇÃO PERCENTUAL

0-14 -9,6

15-24 -6,3

25-64 21,6

65 OU + 38,6

VARIAÇÃO TOTAL 12

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

Quadro n.º 11 - Variação Percentual dos Grupos Etários (1960/1970/1981/2001)

JOVENS + ANOS JOVENS ADULTOS IDOSOS IDOSOS

1960 33% 60% 7% 40%

1970 30% 62% 8% 38%

1981 28% 63% 9% 37%

1991 21% 68% 11% 32%

2001 17,4% 69,4% 13,2% 30,6%

1960/2001 -15,6% 9,4% 6,2% -9,4%

Fonte: Recenseamentos Gerais da População (Cálculos Próprios)

Da análise do quadro acima, referente à variação percentual dos diversos grupos etários (1960/1970/1981/2001), podemos constatar que:

- no que diz respeito aos jovens (0-14 anos), verifica-se ser esta uma camada que tem vindo a diminuir o seu peso na estrutura demográfica concelhia, de tal forma que, comparando o ano de 1960 e de 2001, assistimos a um decréscimo de -15,6% nesta faixa etária;

- relativamente aos adultos (15-64 anos) verificamos um aumento na ordem dos 9,4%;

30 Maio/2009

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- relativamente aos idosos (64 e mais anos) constatamos, também, um aumento de 6,2% neste grupo etário;

Desta feita, podemos constatar da tendência para o envelhecimento da população concelhia, uma vez que, a par de um decréscimo do n.º de jovens, assistimos a um peso crescente exercido pelo grupo etário dos adultos e idosos, sendo necessário, portanto, precaver situações de isolamento e criar mecanismos de suporte às redes primárias de solidariedade (família) através de respostas institucionais (apoio domiciliário, centros de dia, lares).

Pirâmide Etária

85 e 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 Homens 40-44 Mulheres 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 9-14 5-9 0-4

-2000 -1500 -1000 -500 0 500 1000 1500 2000

Fonte: Recenseamentos Gerais da População (Cálculos Próprios)

31 Maio/2009

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Gráfico n.º 4 - Distribuição da População Residente por Sexo

20000 19173 18000 18036 16000

14000

12000 10000 H 8763

8000 7997 M 7114

6907 6000

4000 2526 2000 2381 770 751 0 Ílhavo Gafanha do Gafanha da Gafanha da S. Salvador Carmo Encarnação Nazaré

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

Quadro n.º 12 - Análise da Evolução da População Residente e Peso Relativo das Diversas Freguesias (1960/2001)

Anos Freg. 1960 1981 1991 2001

S. 1676 Salvador 12464 50% 50% 14021 45% 46% 15204 45% 46% 0 45% 45%

13,2 Gaf. Enc. 3645 15% 4427 14% 4907 13,2% 4907 %

Gaf. 1402 37,7 Nazaré 7497 30% 11187 36% 14021 37,7% 1 %

Gaf. Carmo 1320 5% 50% 1568 5% 54% 1521 4,1% 54% 1521 4,1% 55%

3720 Município 25108 100% 31383 100% 37209 100% 9 100%

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

32 Maio/2009

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O Município de Ílhavo tem vindo a assistir a um aumento da sua população residente de uma forma mais ou menos acentuada, sendo que, se verifica que a freguesia de S. Salvador tem vindo, progressivamente, a perder peso, sendo a freguesia da Gafanha da Nazaré a única que tem vindo a assistir a um aumento do peso percentual da sua população residente.

No que se refere às famílias clássicas residentes segundo a sua dimensão, sabemos que das 12.628 famílias registadas no Município 29% são constituídas por 2 elementos e 27% são constituídas por 3 elementos.

Quadro n.º 13 - Famílias Clássicas Segundo a Dimensão (Pessoas Residentes)

FAMÍLIAS CLÁSSICAS SEGUNDO A DIMENSÃO (PESSOAS RESIDENTES) DESIGNAÇÃO Com 5 ou Total Com 1 Com 2 Com 3 Com 4 mais

Portugal 3650612 631715 1036286 918694 718462 345455

Continente 3505151 611585 1003854 886164 688000 315548

Ílhavo 12628 1680 3496 3467 2701 1284

Gafanha do Carmo 472 54 114 106 117 81

Gafanha da Encarnação 1570 146 410 436 360 218

Gafanha da Nazaré 4774 614 1346 1293 1052 469

Ílhavo (São Salvador) 5812 866 1626 1632 1172 516

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001

33 Maio/2009

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Gráfico n.º5 - Famílias Clássicas Residentes no Município Segundo a Sua Dimensão

Famílias Clássicas Residentes com 1 (N.º)

Famílias Clássicas Residentes com 2 (N.º) 10% 13% 21% Famílias Clássicas Residentes com 3 (N.º) 29%

27% Famílias Clássicas Residentes com 4 (N.º)

Famílias Clássicas Residentes com 5 ou mais (N.º)

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001

Quadro n.º 14 – População Residente, População Presente, Famílias, Alojamentos Familiares, Alojamentos Colectivos e Edifícios

Pop. Pop. Famílias Alojamentos Familiares Alojamento Edifíc Residente Presente s ios

HM HM Clássicas Institucio Total Clássicos Outros Colectivos Residenciai nais s

Ílhavo 37209 35820 12628 12 18695 18610 85 22 13491

Gaf. Carmo 1521 1489 472 0 721 721 0 0 706

Gaf. 4907 4695 1570 1 3246 3245 1 3 2213 Encarnação

Gaf. Nazaré 14021 13481 4774 2 7543 7512 31 9 4571

S. Salvador 16760 16155 5812 9 7185 7132 53 10 6001

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação – 2001

34 Maio/2009

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35 Maio/2009

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A habitação é um dos domínios que se encontra consagrado na Constituição da República Portuguesa, no seu artigo 65.º, cujo conteúdo formal indica que “todos têm direito, para si e para a sua família, a uma habitação de dimensão adequada, em condições de higiene e conforto e que preserve a intimidade pessoal e a privacidade familiar.“

A política de habitação, pelas suas características intrínsecas, tem uma forte ligação com dimensões tão variadas, como a economia, a vertente social, o ordenamento do território e o planeamento urbano, o que implica que esta não deverá ser encarada de forma isolada e que as acções, neste campo, devem ser entendidas de forma integrada.

O ordenamento do território, englobando as suas diversas componentes, é uma dimensão que não se pode esquecer na análise das questões da habitação. São pois, a política de solos e o planeamento urbanístico, duas das faces que mais directamente se relacionam com esta problemática. Uma política de solos inadequada e pouco eficiente é um dos obstáculos principais para a prossecução das políticas de habitação. A escassez de solo disponível para a habitação, nos locais desejáveis e na melhor altura, é um dos factores fundamentais para inviabilizar algumas intenções ou para as condicionar à partida. Pensa-se que tanto a política de solos, como a selecção de terrenos para a construção não devem nunca ser dissociadas de uma política de ordenamento, que as orientará de forma integrada e tendo em conta outros factores que interferem com o sistema territorial (ambientais, sociais, económicos, institucionais, etc.).

A habitação é um dos elementos fundamentais na construção da cidade; a sua localização, morfologia e relacionamento com os espaços públicos, conferem à cidade – ou parte desta – um carácter particular.

Partindo do princípio de que o ambiente construído é resultado das relações entre Estado, Mercado e Cidadãos, importa saber como estas se processam e de que forma podem contribuir para uma adequada oferta de habitação. O parque imobiliário é resultado de duas dinâmicas distintas mas complementares; uma é a acumulação de capital na produção de habitação que se rege por critérios de Mercado, a outra corresponde à produção do Estado, seja este Central ou Local, que se rege por critérios sociais.

O Estado, para além da função de regulação, pode intervir no sentido da correcção de deficiências no funcionamento do mercado, deficiências essas que se podem reflectir, por exemplo, num acentuar da exclusão social, na incorrecta utilização de recursos, em falhas na oferta de habitação para diferentes estratos da população assim como na degradação ambiental.

36 Maio/2009

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São pois “o conjunto de medidas adoptadas e postas em prática pelo Estado, no sentido de alcançar ou garantir o equilíbrio global, entre a procura e a oferta de habitação no mercado” (Dias, 1994) que constituem a Política de Habitação própria de cada Estado.

Dentro da política de habitação, encontra-se uma dimensão fundamental, que tem como objectivo dar resposta às carências mais prementes da população; é esta a dimensão social, que se materializa essencialmente na promoção de construções a custos controlados, quer para arrendamento, quer para venda.

A política de Habitação Social não deverá centrar-se exclusivamente na construção de novos bairros, sendo fundamental a exploração das potencialidades existentes na cidade consolidada, de forma a revitalizar as mesmas e a promover uma boa integração das pessoas. A promoção de habitação social deve ser enquadrada pelos mesmos pressupostos da habitação de comercialização livre, não deixando de ter em conta as restrições inerentes à sua construção, por forma a potenciar uma mais fácil integração na cidade.

É com base, precisamente, nesta perspectiva que a Câmara Municipal de Ílhavo vem desenvolvendo uma política de apoio ao pagamento de rendas de casa a munícipes comprovadamente carenciados. Neste sentido, e mediante rigorosa avaliação técnica à realidade sócio-económica de cada agregado familiar, é determinado o coeficiente de responsabilização partilhado entre o agregado familiar e a autarquia, por intermédio de uma IPSS.

Esta medida, em concreto, tem como filosofia, então, a citada exploração das potencialidades existentes na malha urbana e a partilha de responsabilidade, consubstanciada na perspectiva de que o apoio financeiro cessará, aquando de uma verificação da melhoria da condição sócio-económica do agregado, com a concretização da sua autonomização.

Quadro n.º 15 - Número de Agregados Familiares Beneficiários do Apoio ao Pagamento de Renda de Casa Por Ano Civil

Ano Civil N.º de Agregados Familiares Apoiados

2006 42

2007 30

2008 53

FONTE: Câmara Municipal de Ílhavo

37 Maio/2009

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DO PARQUE HABITACIONAL DE CARIZ SOCIAL EM ÍLHAVO

O parque habitacional neste concelho, de cariz social, com o intuito de melhorar as condições habitacionais dos munícipes mais carenciados tem sido dinamizado por dois instrumentos de política habitacional, a da construção a custos controlados, com o objectivo do arrendamento ou então, da venda.

Em termos esquemáticos, o parque de habitação de cariz social do Município é o que seguidamente se apresenta:

Quadro n.º 16 – Parque de Habitação de Cariz Social

Tipo de Habitação Social Década de Construção Localização N.º de Fogos

Venda (Custos Controlados) 1980 Lagoa (Ílhavo) 39

Arrendamento (Renda 1980 Lagoa (Ílhavo) 9 Apoiada)

Venda 2000 Lagoa (Ílhavo) 39

Arrendamento 2000 Lagoa (Ílhavo) 6

Venda 1990 Bebedouro 18 (Gafanha da Nazaré)

Arrendamento 1990 Bebedouro 12 (Gafanha da Nazaré)

Venda 2000 Ílhavo 6

Arrendamento 1980 a 1990 Dispersas pelo 6 Município

TOTAL 135

FONTE: Câmara Municipal de Ílhavo

Face à carência de resposta habitacional local, importa ainda, relembrar ao anteriormente citado papel que esta Câmara Municipal tem vindo a adquirir no apoio em parte das rendas de casa dos munícipes, com determinadas susceptibilidades económicas e sociais, através de montantes pecuniários transferidos para uma “entidade de charneira”, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), da zona geográfica do munícipe.

38 Maio/2009

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Actualmente, encontra-se concluído o concurso a atribuição de três fogos, em regime de arrendamento, sendo a sua localização respectivamente no Bebedouro (freguesia da Gafanha da Nazaré), Costa Nova (freguesia da Gafanha da Encarnação) e Malhada (freguesia de S. Salvador), que, não obstante não serem novos se encontravam devolutos.

39 Maio/2009

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DO REALOJAMENTO DOS MORADORES NO ACAMPAMENTO DE ETNIA CIGANA DA AVENIDA DOS BACALHOEIROS

No seguimento das obras da 3.ª fase da Via de Cintura Portuária e de ligação ferroviária ao Terminal Norte do Porto de Aveiro, foi dado cumprimento a uma das acções inscritas em sede do Plano de Desenvolvimento Social do Município de Ílhavo, com a entrega de seis fogos às famílias de etnia cigana residentes no Acampamento da Avenida dos Bacalhoeiros.

No dia 22 de Dezembro de 2008, procedeu-se à entrega das referidas habitações, bem como à assinatura dos respectivos contratos de arrendamento, em regime de renda apoiada, conferindo-se, desta forma, uma melhoria das condições de vida a esta população, bem como, um melhor enquadramento junto do edificado circundante.

40 Maio/2009

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De acordo, com os dados constantes do Anuário Estatístico da Região Centro de 2006, do Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes ao Município de Ílhavo, existirá uma população residente constituída por 40.349 habitantes.

Os valores da população residente nas diversas freguesias correlacionar-se-ão de forma directa, com a distribuição geográfica do número de solicitações, que o Sector de Acção Social atende, na procura de uma determinada resposta habitacional.

No que se reporta a esta questão, a da procura de resposta habitação social, será pertinente, neste momento, realizar retrospectiva relativamente ao número de solicitações de habitação social.

Os dados são os que abaixo se apresentam:

Quadro n.º 17 - Solicitações de Habitação Social Formalizadas na Câmara Municipal de Ílhavo, Por Ano Civil

Ano Civil N.º de Solicitações de Habitação Social

2006 28

2007 64

2008 51

FONTE: Câmara Municipal de Ílhavo

Este Município manifesta um crescimento populacional na ordem dos 12%, nos Censos de 2001 em relação aos Censos de 1991, sendo actualmente previsível a continuação deste mesmo crescimento populacional. Comparativamente aos dados disponíveis a nível nacional, estes registos identificam um crescimento populacional menor, de 4, 6%. Importa referir, que este mesmo crescimento populacional encontra-se directamente associado ao aumento do número de famílias existentes, o que se estimou numa variação percentual de 24, 5 %, comparativamente aos dados dos Censos, da década transacta.

Estes dados relatados impregnam uma questão que se coloca: se a disponibilização de fogos no concelho tem ou não um aumento proporcional, similar ao da população e do número de famílias do concelho.

41 Maio/2009

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Quadro n.º 18 - N.º de Habitantes por Alojamento Familiar

Designação N.º de habitantes por alojamento familiar

1991 2001

Concelho de Ílhavo 2, 30 1, 99

Região Centro ---- 1, 88

Portugal ---- 2, 03

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 1991 (Resultados Definitivos) e 2001 (Resultados Definitivos)

De facto, o concelho tem vindo a obter um acréscimo no seu parque habitacional proporcionalmente superior ao da população residente, uma vez que os dados dos Censos de 2001 referem que o número de habitantes por alojamento é de 1, 99, enquanto que em 1991, este valor era apenas de 2, 30 habitantes, por fogo.

Quadro n.º 19 - Formas de Ocupação Habitacional

Residência Uso Sazonal ou Vagos Habitual Secundário

1991 11 098 77% 1 859 13% 1 382 10%

2001 12 477 67% 4 682 25% 1 536 8%

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 1991 (Resultados Definitivos) e 2001 (Resultados Definitivos)

Ainda que, o parque habitacional tenha um crescimento maior que o número de munícipes neste concelho, isto não significa que haja efectivamente uma distribuição igualitária dos recursos habitacionais, por toda a população. Assim sendo, estatisticamente, poder-se-á focar que o aumento do número de alojamentos disponíveis se deve, em parte, aos fogos construídos com o objectivo da ocupação sazonal, que representam cerca de 25% dos fogos existentes, que em 1991 eram apenas de 13%. Para esta forma de ocupação contribuíram maioritariamente as freguesias da Gafanha da Encarnação e da Gafanha da Nazaré, onde se localizam as praias.

Relativamente ao número de fogos vagos no concelho, este estabeleceu-se em 8%, no ano civil de 2001, sendo este valor mais diminuto que nos Censos anteriores, que manifestaram uma percentagem de cerca de 10%. Estes valores são próximos da média representada na

42 Maio/2009

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Região Centro, mas ainda assim são um aspecto revelador da importância que esta questão adquire na gestão do mercado habitacional, de uma determinada área geográfica, que acaba por transmitir a percepção de que a distribuição dos alojamentos pela população não acontece de modo equitativo.

Um outro ponto, que interessa focar, no sentido de demonstrar a complexidade que a questão habitacional envolve, refere-se à estatística nacional que estima que 57% dos alojamentos em Portugal se encontram sublotados, enquanto que no extremo oposto se apresenta a sobrelotação com 16%. Tanto os fenómenos da sublotação, como o da sobrelotação denotam uma problemática que lhes é subjacente, a não distribuição razoabilística das habitações pelos residentes.

Quadro n.º 20 - Tipo de Alojamento no Concelho

Designação Total Tipo de Alojamento

Clássicos Barracas Outros

Concelho de Ílhavo 18 695 18 610 38 47

Gafanha do Carmo 721 721 0 0

Gafanha da Encarnação 3 246 3 245 0 1

Gafanha da Nazaré 7 543 7 512 3 28

S. Salvador 7 185 7 132 35 18

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001 (Resultados Definitivos)

Procurando focar-nos, neste momento, no tipo de alojamento existente, constata-se que o INE regista um número de barracas e de outras construções, similar aos valores constantes da restante Região Centro, que apresenta um valor de 0, 33%, em relação às denominadas habitações clássicas.

Nos Censos de 2001 foram registadas 38 barracas em todo o Município, valor acrescido de 47 outras construções. Apesar da tentativa emanada por este serviço no sentido de obter as denominações destes dois tipos de alojamento, por parte do INE, para fundamentar o número apresentado, não foi possível aceder a este.

O Sector de Acção Social, e especificamente o Levantamento das Necessidades Habitacionais, elaborado em Julho de 2005, em que foram seleccionadas/detectadas 166 situações, apresenta valores superiores aos apresentados pelo INE, apesar da divergência temporal entre as duas pesquisas referenciadas. Será de referir que actualmente existem 58

43 Maio/2009

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construções abarracadas ocupadas, afectas apenas à comunidade de etnia cigana, adstritas a um universo de 270 indivíduos.

Quadro n.º 21 - Regime de Ocupação no Concelho, Região Centro e Portugal

Designação Alojamentos Regime de Ocupação

Clássicos Proprietário Arrendamento Outros

Concelho de 12 392 10 105 81, 5% 1 803 14, 6% 484 3, 9% Ílhavo

Gafanha do 453 424 93, 6% 21 4, 6% 8 1, 8% Carmo

Gafanha da 1 541 1 339 86, 9% 148 9, 6% 54 3, 5% Encarnação

Gafanha da 4 685 3 798 81, 1% 722 15, 4% 165 3, 5% Nazaré

S. Salvador 5 713 4 544 79, 5% 912 16% 257 4, 5%

Região Centro 623 157 532 855 85, 5% 74 618 12% 15 684 2, 5%

Portugal ______21% ______

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001 (Resultados Definitivos)

No âmbito do regime de ocupação das habitações verifica-se que o mercado que disponibiliza fogos, para arrendamento ou, para o subarrendamento, não possui grande expressão neste concelho, apresentando um valor de 15%, revelando maior incidência nas duas freguesias mais urbanas do município, S. Salvador e a Gafanha da Nazaré.

Ainda assim, esta percentagem é superior aos valores estimados na Região Centro, mas inferior aos parâmetros apresentados a nível nacional, com 21%.

O valor relativamente baixo de fogos em regime de arrendamento, revela a tendência concelhia e nacional para a generalização da ideia do acesso a casa própria, proporcionada por diversas condicionantes, com períodos temporais de maior facilidade de acesso ao crédito bancário.

Ainda, relativamente ao mercado de arrendamento poder-se-á referir que em 2001, a nível nacional o montante do encargo com a renda atingia uma média de 125 euros mensais. Convirá enquadrar este montante pecuniário como um valor permeável aos montantes em referência, entre os valores considerados irrisórios, na sequência do “congelamento de rendas”, que a nossa história política vincou na década de 70 e os valores elevados, envoltos

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nas especulações imobiliárias, mais relevantes nos centros urbanos ou na proximidade da costa marítima, como se projecta acontecer no concelho de Ílhavo, o que indica que a média de 125 euros mensais é um valor muito relativo.

A questão que aqui se poderá levantar relaciona-se com o facto de as habitações, que se encontram com rendas de valores marcadamente inferiores, comparativamente à média estabelecida pelo mercado da habitação, culturalmente opõem-se ao dever legal do proprietário em realizar obras, influenciando o estado de conservação dos fogos locados.

Quadro n.º 22 - Existência de Infra-estruturas básicas nos Alojamentos Familiares de Residência Habitual

Designação Alojamentos Familiares de Sem Electricidade Sem água Sem Residência Habitual Esgotos

Município de Ílhavo 12 477 29 103 161

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001 (Resultados Definitivos)

Dos 12 477 alojamentos familiares, que servem de residência habitual, relativamente à existência ou não de infra-estruturas básicas, os dados revelam que quase a totalidade dos fogos do concelho encontram-se servidos de bens básicos como a electricidade, a água e os esgotos.

Porém, o Levantamento do Sector de Acção Social, datado de 2005, só por si integra um número mais elevado de alojamentos, que não dispõem de equipamentos, considerados essenciais à qualidade de vida dos cidadãos. A divergência poderá ocorrer fundamentalmente pela distância temporal dos dois estudos e pelas diferentes aquisições e noções dadas aos bens básicos, entre as duas pesquisas referenciadas.

A maior discrepância é visível nas construções que dispõem de electricidade, uma vez que no Levantamento, parte das habitações possuem aquele bem prestado ou por uma outra habitação principal ou mesmo de “puxada” do poste eléctrico, uma realidade não circunscrita apenas aos acampamentos de etnia cigana.

Relativamente à disponibilidade de água da rede pública verificou-se, no Levantamento das Necessidades Habitacionais de 2005, no decurso do qual foram analisadas 166 situações, um total 93 sem a provisão do citado bem.

45 Maio/2009

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Já no Levantamento das Necessidades Habitacionais, realizado no ano de 2008, que acresce 14 novas situações àquele primeiro anteriormente enunciado, foram 5 aquelas que não dispunham de água da rede pública.

46 Maio/2009

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Quadro n.º 23 - Alojamentos (N.º) por Localização geográfica e Tipo (alojamento)

Alojamentos (N.º) por Localização geográfica e Tipo (alojamento)

Período de referência dos dados

2001

Tipo (alojamento)

Localização Alojamento Alojamento Alojamento Alojamento Alojamento Alojamento Alojamento Alojamento geográfica Alojamento Alojamento Colectivo Colectivo Colectivo Outro tipo Alojamento Alojamento Familiar Alojamento Hotelaria Colectivo Colectivo Colectivo Colectivo Familiar Familiar convivência convivência convivência de População Corpo Total Familiar Familiar Casa Familiar e convivência convivência convivência convivência Improvisado Noutro por razões por razões por razões alojamento Embarcada Diplomático Clássico Barraca Rudimentar Móvel Similares por razões por razões por razões por razões em Edifício Local de Apoio de de colectivo de Madeira de Saúde Religiosas Militares Prisionais Social Educação Trabalho

N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º

Ílhavo 18 717 18 611 37 5 2 34 7 7 8 0 0 3 0 0 1 2 0 0

Gafanha do 721 721 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Carmo

Gafanha da 3 249 3 245 0 1 0 0 0 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Encarnação

Gafanha da 7 552 7 513 3 0 0 25 3 4 1 0 0 0 0 0 1 2 0 0 Nazaré

011004: Ílhavo 7 195 7 132 34 4 2 9 4 1 7 0 0 2 0 0 0 0 0 0 (São Salvador)

Alojamentos (N.º) por Localização geográfica e Tipo (alojamento) - Decenal; INE, Recenseamento da População e Habitação

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Quadro n.º 24 - Alojamentos familiares (N.º) por Localização geográfica

Alojamentos familiares (N.º) por Localização geográfica

Localização geográfica Período de referência dos dados

2001

N.º

Ílhavo 18 696

Gafanha do Carmo 721

Gafanha da Encarnação 3 246

Gafanha da Nazaré 7 544

Ílhavo (São Salvador) 7 185

Alojamentos familiares (N.º) por Localização geográfica - Decenal; INE, Recenseamento da População e Habitação

Quadro n.º 25 - Alojamentos familiares clássicos (N.º) por Localização geográfica

Alojamentos familiares clássicos (N.º) por Localização geográfica

Localização geográfica Período de referência dos dados

2001 2007

N.º N.º

Ílhavo 18610 20 513

Verifica-se pois um crescimento dos alojamentos familiares clássicos dos censos de 2001 para os dados estatísticos de 2007.

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Quadro n.º 26 - Alojamentos Familiares clássicos ocupados (N.º) por Localização geográfica e Tipo de Entidade Proprietária

Alojamentos familiares clássicos ocupados (N.º) por Localização geográfica e Tipo de entidade proprietária

Período de referência dos dados

2001

Tipo de entidade proprietária

Outrém - Outrém - Estado, Localização geográfica Ascendentes Outrém - Ocupante - Ocupante - Instituições ou Particular Outrém - Outrém - Outrém - Com Sem Públicas Não se Total descendentes ou Empresas Autarquias Cooperativas Encargos Encargos Autón. aplica em primeiro Empresa Públicas Locais de Habitação Financeiros Financeiros Instituições ou segundo Privada sem fins grau lucrativos

N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º N.º

Portugal 3 551 229 845 625 1 842 844 139 490 605 288 53 201 4 092 57 000 3 689 0

Continente 3 410 548 816 855 1 753 921 135 809 591 805 48 583 3 893 56 030 3 652 0

Ílhavo 12 413 2 627 7 499 367 1 830 65 1 21 3 0

Gafanha do Carmo 453 38 386 7 22 0 0 0 0 0

Gafanha da Encarnação 1 547 174 1 171 45 152 1 0 2 2 0

Gafanha da Nazaré 4 692 1 129 2 676 137 734 7 0 8 1 0

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Ílhavo (São Salvador) 5 721 1 286 3 266 178 922 57 1 11 0 0

Alojamentos familiares clássicos ocupados (N.º) por Localização geográfica e Tipo de entidade proprietária - Decenal; INE, Recenseamento da População e Habitação

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Quadro n.º 27 - Alojamentos familiares clássicos por edifício (%) por Localização geográfica

Alojamentos familiares clássicos por edifício (%) por Localização geográfica

Localização geográfica (Freguesia) Período de referência dos dados

2001

%

Portugal 1,5

Continente 1,6

Ílhavo 1,3

Gafanha do Carmo 1,0

Gafanha da Encarnação 1,4

Gafanha da Nazaré 1,6

Ílhavo (São Salvador) 1,1

Alojamentos familiares clássicos por edifício (%) por Localização geográfica - Decenal; INE, Recenseamento da População e Habitação

Quadro n.º 28 - Indicadores dos Sistemas de Abastecimento de Água e de Drenagem e Tratamento de Águas Residuais, 2004

Indicadores dos sistemas de abastecimento de água e de drenagem e tratamento de águas residuais, 2004

População População População Proporção de Servida por Servida por Servida por águas sistemas de sistemas de estações de residuais abastecimento drenagem de tratamento de tratadas (%) de água(%) águas águas residuais (%) residuais (%)

Portugal 92 76 64 86

Centro 97 73 63 93

Baixo Vouga 94 65 64 94

Ílhavo 100 68 68 100

Fonte: INE (2005)

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A Constituição da República Portuguesa estabelece os direitos sociais básicos no que se reporta a questões de educação, nos seus artigos 73.º, 74.º, 76.º e 77.º. A educação surge no contexto constitucional como um direito universal, cabendo ao Estado a promoção da democratização da educação, bem como das demais desigualdades económicas, sociais e culturais, o desenvolvimento da personalidade e do espírito de tolerância (...) (Art.º 73.º)

A Educação constitui, indubitavelmente, um dos pilares fulcrais do desenvolvimento de qualquer sociedade, tratando-se de um direito constitucionalmente consagrado.

Desta feita, torna-se de primordial importância uma abordagem aprofundada a esta questão.

Para o aprofundamento deste capítulo foi feito recurso ao conteúdo explanado na Carta Educativa do Município de Ílhavo, prevista no Decreto-Lei n.º 7/2003 de 15 de Janeiro que a define como o instrumento, a nível municipal, de planeamento e ordenamento prospectivo de edifícios e equipamentos educativos a localizar no Município, de acordo com as ofertas de educação e formação que seja necessário satisfazer, tendo em vista a melhor utilização dos recursos educativos, no quadro do desenvolvimento demográfico e sócio-económico de cada município. (artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 7/2003).

O recurso a este documento facilitou em muito a análise a esta área, atento o facto de se tratar de um diagnóstico apurado da matéria em questão.

Foi, igualmente, solicitada colaboração aos Agrupamentos de Escolas do Município.

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Do Sistema Educativo Português

A Educação Pré-Escolar destina-se às crianças compreendidas entre os 3 e a idade de ingresso no ensino básico (5-6 anos). A sua frequência é facultativa, sendo reconhecido à família o papel principal no processo de educação pré-escolar.

No tocante ao Município de Ílhavo a rede pré-escolar é constituída por Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s),apoiadas financeiramente pelo Estado, e por Jardins-de- Infância de propriedade pública, promovidos pelo Estado. A rede de Jardins-de-Infância das IPSS’s, da denominada rede solidária, está, em grande parte dos casos, associada a creches, responsabilizando-se, desta forma, pela educação das crianças antes dos três anos de idade.

O sistema educativo português consagra que a educação escolar compreende o ensino básico, o ensino secundário e o ensino superior.

O ensino básico inicia-se para as crianças que completam 6 anos até 15 de Setembro, sendo permitido, não obstante, desde que seja requerido pelo encarregado de educação, o ingresso de crianças que completem a citada idade até 31 de Dezembro. A frequência neste primeiro ciclo é obrigatória, terminando essa obrigatoriedade aos 15 anos de idade.

O ensino básico é constituído por 3 ciclos sequenciais. O primeiro desses ciclos é de quatro anos, o segundo de dois anos e o terceiro ciclo três anos. Cada ciclo sucede-se ao anterior na perspectiva de o completar e aprofundar.

O ensino secundário está organizado segundo formas diferenciadas, orientadas quer para o prosseguimento de estudos quer para o mundo do trabalho. O currículo dos cursos de nível secundário tem um referencial de três anos lectivos e compreende quatro tipos de cursos, a saber: Cursos Científico-Humanísticos, Cursos Tecnológicos, Cursos Artísticos Especializados e Cursos Profissionais.

O Ensino Superior está estruturado de acordo com os princípios de Bolonha e visa assegurar uma sólida preparação científica, cultural, artística e tecnológica que habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e para o desenvolvimento das capacidades de concepção, de inovação e de análise crítica

Em Portugal, organiza-se num sistema binário: o ensino universitário e o ensino politécnico, administrado por instituições do ensino superior públicas, privadas ou cooperativas.

No ensino superior são conferidas as seguintes qualificações académicas: primeiro grau (licenciado), grau de Mestrado (Mestre) e Doutoramento (Doutor).

Além destes três subsistemas, a educação escolar integra outras modalidades, a saber: a educação especial, a formação profissional, o ensino pós-secundário não superior, a

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Educação e Formação de Adultos, o ensino à distância e o ensino de português no estrangeiro.

No que se reporta à educação especial, esta visa a recuperação e integração socioeducativas dos indivíduos com necessidades educativas específicas devidas a deficiências físicas e mentais. Esta modalidade de educação escolar organiza-se segundo modelos diversificados de integração em sistemas regulares de ensino ou em instituições específicas quando o tipo de deficiência assim o determine. Será, igualmente, de salientar a existência de formas de educação especial que procuram a integração profissional dos portadores de deficiência.

A formação profissional visa a integração no mundo do trabalho através da aquisição de conhecimentos e competências profissionais. Destina-se:

- Aos que tenham concluído a escolaridade obrigatória;

- Aos que não concluíram o 9.º ano de escolaridade até à idade limite da escolaridade obrigatória;

Ou

- Aos trabalhadores que pretendam o aperfeiçoamento ou a reconversão profissional.

Atenta a diversidade daqueles que têm acesso a formação profissional esta estrutura-se de forma a promover acções de:

- Iniciação profissional;

- Qualificação profissional;

- Aperfeiçoamento profissional;

Ou

- Reconversão profissional.

Não nos deteremos na análise do ensino à distância e do ensino do português no estrangeiro.

Nível de Instrução Atingido Pela População Residente

De acordo com o levantamento censitário do ano de 2001, 14% da população residente (4525 indivíduos) sabia ler e escrever mas não detinha qualquer tipo de qualificação académica. O grau de ensino com maior número de habitantes detentores de certificação é o ensino básico, agregando 21 777 pessoas (perfazendo 67% da população), sendo que praticamente metade destas (10 615) detém apenas quatro anos de escolaridade (1.º ciclo do ensino básico).

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De referir que, 11% da população detém habilitações registadas ao nível do ensino secundário e 8 % do ensino superior.

Quadro n.º 29 - População Residente em Ílhavo, segundo o Nível de Instrução, em 2001

GAFANHA GAFANHA GAFANHA DA DA DO ÍLHAVO (S. ÍLHAVO ENCARNAÇÃO NAZARÉ CARMO SALVADOR)

Sabe ler e escrever 32561 4206 12222 1271 14862

Sem qualificação académica 4525 655 1622 232 2016

1.º CEB 10615 1405 3694 480 5036

2.º CEB 5807 927 2219 326 2335 Nível de 3.º CEB 5355 643 2175 150 2387 Escolaridade Ensino Secundário 3470 347 1459 63 1601

Ensino Médio 197 15 64 3 115

Ensino Superior 2592 214 989 17 1372

Taxa de Analfabetismo 5% 7% 5% 10% 5%

Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

Gráfico 6- Distribuição da População Residente por Nível de Ensino

Nenhum 229 4124 4386 1.º Ciclo 5234 2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário 13671 4694 Médio 4871 Superior

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

Taxa de Analfabetismo

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A análise das taxas de analfabetismo constitui factor determinante para averiguação do nível cultural das populações.

Esta taxa, no Município de Ílhavo, ronda, de acordo com o levantamento censitário de 2001, os 5,4%, tendo-se registado um decréscimo, relativo ao ano de 1991, altura em que era de 6,5% .

Realizada uma análise comparativa entre os Municípios do Baixo Vouga, serão os de Ílhavo e Aveiro que apresentam a menor taxa de analfabetismo.

Quadro n.º 30 - Análise Comparativa da Taxa de Analfabetismo da Zona Geográfica do Baixo Vouga (1991/2001)

Zona Geográfica Taxa de Analfabetismo em 1991 Taxa de Analfabetismo em 2001

Baixo Vouga 8.9 7.1

Águeda 8.8 7.0

Albergaria-A-Velha 9.1 7.2

Anadia 11.2 9.7

Aveiro 6.1 5.0

Estarreja 8.7 7.2

Ílhavo 6.5 5.4

Mealhada 10.9 8.4

Murtosa 10.8 8.1

Oliveira do Bairro 11.9 9.3

Ovar 7.9 6.3

Sever do Vouga 12.8 10.0

Vagos 13.5 10.2

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

Gráfico 7 - Análise Comparativa da Taxa de Analfabetismo dos Municípios da Zona Geográfica do Baixo Vouga

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Vagos

Sever do Vouga

Ovar

Oliveira do Bairro

Murtosa

Mealhada Taxa de Analfabetismo em Ílhavo 2001

Estarreja Taxa de Analfabetismo 1991 Aveiro

Anadia

Albergaria-a-Velha

Águeda

0 2 4 6 8 10 12 14

FONTE: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação - 2001

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Da Rede Escolar em Ílhavo

Para a caracterização da rede escolar de Ílhavo, poderemos começar por referir a existência, no Município de Ílhavo, de 25 Jardins-de-Infância (16 de propriedade pública e 9 de IPSS’s), 19 Escolas do Ensino Básico, 3 escolas do 2.º e 3.º ciclo do Ensino Básico e 2 Escolas Secundárias e com 3.º Ciclo do Ensino Básico.

A organização dos Jardins-de-Infância, da rede pública, e das escolas do 1.º ciclo encontra- se, para efeitos de gestão, centralizada nos três Agrupamentos.

Quadro n.º 31 - Número de Estabelecimentos de Ensino da Rede Pública, em Ílhavo, no ano lectivo 2008/2009

AGRUPAMENTO DE AGRUPAMENTO AGRUPAMENTO DA NÃO TOTAL ÍLHAVO DA GAFANHA DA GAFANHA DA AGRUPADAS NAZARÉ ENCARNAÇÃO

Jardins-de- 7 5 4 9 16 Infância

Escolas de 1.º 9 5 5 0 19 Ciclo

Escolas de 1 1 1 0 3 2.º/3.º Ciclos

Escolas 0 0 0 2 2 Secundárias c/ 3.º ciclo

FONTE: Câmara Municipal de Ílhavo

Reportando-nos ao Agrupamento de Ílhavo, este comporta, para além da Escola José Ferreira Pinto Basto, os Jardins-de-Infância e as Escolas do 1.º ciclo sedeadas na freguesia de S. Salvador, a saber:

Jardins-de-Infância:

Jardim-de-Infância da Chousa Velha

Jardim-de-Infância da Coutada

Jardim-de-Infância da Gafanha d’Aquem

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Jardim-de-Infância de Ílhavo: Sr.ª do Pranto e da Travessa da Rua Ferreira Gordo

Jardim-de-Infância da Légua

Jardim-de-Infância de Vale de Ílhavo

Escolas de 1.º Ciclo

Escola do 1.º CEB da Chousa Velha

Escola do 1.º CEB do Corgo Comum

Escola do 1.º CEB da Carvalheira

Escola do 1.º CEB da Gafanha d’Aquem

Escola do 1.º CEB de Ílhavo

Escola do 1.º CEB da Presa-Légua

Escola do 1.º CEB da Senhora dos Campos

Escola do 1.º CEB da Senhora do Pranto

Escola do 1.º CEB de Vale de Ílhavo

O Agrupamento de Escolas da Gafanha da Nazaré, comporta, para além da Escola EB2/3 da Gafanha da Nazaré, onde funciona a sede do próprio Agrupamento, os Jardins-de-Infância e as Escolas do 1.º ciclo da Freguesia da Gafanha da Nazaré, a saber:

Jardins-de-Infância

Jardim-de-Infância da Cale da Vila

Jardim-de-Infância da Cambeia

Jardim-de-Infância da Chave

Jardim-de-Infância da Marinha Velha

Jardim-de-Infância de Remelha

Escolas do 1.º ciclo

Escola do 1.º CEB do Farol da Barra

Escola do 1.º CEB da Cale da Vila

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Escola do 1.º CEB da Cambeia

Escola do 1.º CEB da Chave

Escola do 1.º CEB da Marinha Velha

No que concerne ao Agrupamento de Escolas da Gafanha da Encarnação este engloba, para além da EB2/3 da Gafanha da Encarnação, sede do Agrupamento em questão, os Jardins-de- Infância e Escolas do 1.º ciclo das Freguesias da Gafanha da Encarnação e Gafanha do Carmo, a saber:

Jardins-de-Infância:

Jardim-de-Infância da Gafanha da Encarnação Centro

Jardim-de-Infância da Gafanha da Encarnação Norte

Jardim-de-Infância da Gafanha da Encarnação Sul

Jardim-de-Infância da Gafanha do Carmo

Escolas do 1.º Ciclo:

Escola do 1.º CEB da Costa Nova do Prado

Escola do 1.º CEB da Gafanha da Encarnação Centro

Escola do 1.º CEB da Gafanha da Encarnação Norte

Escola do 1.º CEB da Gafanha da Encarnação Sul

Escola do 1.º CEB da Gafanha do Carmo

62 Maio/2009

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Quadro n.º 32 - Evolução da Frequência do 1.º Ciclo do Ensino Básico em Ílhavo

2000/2001 2001/2002 2002/2003 2003/2004 2004/2005 2005/2006 2006/2007 2007/2008 2008/2009

1.º ano 386 415 427 401 399 386 516 408 393

2.º ano 490 423 458 503 486 453 435 496 429

3.º ano 458 439 403 429 449 414 375 378 436

4.º ano 492 461 453 426 438 458 415 397 432

1.º ciclo 1826 1738 1741 1759 1772 1711 1741 1679 1690

Fonte: Agrupamentos de Escolas do Município

Realizada uma análise aos dados acima expostos, será possível constatar uma diminuição da frequência de alunos no 1.º CEB entre o ano lectivo 2000/2001 e 2008/2009, isto porque, e em termos absolutos, se verificou um decréscimo de 1826 para 1690 Alunos.

A Educação Pré-Escolar em Ílhavo

Creches

Existem 7 creches promovidas por Instituições Particulares de Solidariedade Social, distribuídas pelas 4 freguesias do Município, com uma excepção registada ao nível da freguesia da Gafanha do Carmo, localidade onde não existe qualquer resposta social neste sector.

Quadro n.º 33 - Número de crianças, em creches no Município de Ílhavo, em 2008/2009, por freguesia

FREGUESIA CRECHES TOTAL DE UTILIZADORES EFECTIVOS

Gafanha da Encarnação 2 92

Gafanha da 2 72 Nazaré

S. Salvador 3 180

Total 7 344

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Fonte: Dados cedidos pelas Instituições

Jardins-de-Infância

Tal como referido em anterior capítulo, o Município de Ílhavo conta com 25 Jardins-de- Infância, 16 dos quais pertencentes ao sector público e 9 a Instituições Particulares de Solidariedade Social.

Será de mencionar a inexistência de Jardins-de-Infância, com reconhecimento por parte do Ministério da Educação, fora da rede solidária (constituída pelas IPSS’s)

Gráfico n.º 8 - Distribuição dos Jardins-de-Infância por rede, no Município de Ílhavo

38% Jardins-de-lnfância Sector Público Jardins-de-lnfância 62% Rede Solidária

No que se refere ao número de salas, será de referir que os Jardins-de-Infância da rede solidária detém um maior número de salas dedicadas a esta resposta, ao passo que a grande parte dos estabelecimentos da rede pública detém apenas uma sala.

Apenas um Jardim-de-Infância da rede pública detém três salas.

Quadro n.º 34 - Jardins-de-Infância, de acordo com o número de salas, no Município de Ílhavo, em 2008/2009

1 SALA 2 SALAS 3 SALAS TOTAL

JI Públicos 9 6 1 16

JI Rede Solidária 0 4 5 9

Total 9 10 6 25

64 Maio/2009

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Nove dos quinze Jardins-de-Infância da rede pública encontram-se instalados em equipamentos adjacentes a escolas do 1.º ciclo do ensino básico, ao passo que nos da rede solidária os Jardins constituem mais uma resposta social.

No que se reporta ao ano de construção dos Jardins–de-Infância da rede pública, a maior parte deles terá sido construída na década de 80, conforme informação constante do gráfico exposto.

Gráfico n.º 8 - Distribuição dos Edifícios dos Jardins-de-Infância da rede pública, segundo o Ano de Construção

2 3 Desconhecido 2 Década 80 Década 90 Depois 2000 8

1.º Ciclo do Ensino Básico

No Município de Ílhavo existem 19 escolas a ministrar o 1.º ciclo do Ensino Básico, todas públicas, sendo que no ano lectivo 2008/2009 se encontram a frequentar 1690 crianças, distribuídas por 82 turmas.

Quadro n.º 35 - Número de Alunos Inscritos nas Escolas do 1.º Ciclo, em Ílhavo, no ano lectivo 2008/2009

Escola N.º de N.º de 1.º ano 2.º ano 3.º ano 4.º ano Total de salas Turmas Alunos

Gafanha da Encarnação 14 14 68 59 91 75 293 TOTAL

EB1 Gafanha da 3 3 14 9 23 15 61 Encarnação Norte

EB1 Gafanha da 4 4 24 21 24 20 89 Encarnação Centro

65 Maio/2009

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EB1 Costa Nova do Prado 3 3 12 13 16 22 63

EB1 Gafanha da 4 4 18 16 28 18 80 Encarnação Sul

Gafanha da Nazaré TOTAL 30 30 141 168 164 169 642

EB1 Cale da Vila 8 8 39 48 42 43 172

EB1 Chave 7 7 24 43 43 40 150

EB1 Cambeia 7 7 45 29 35 45 154

EB1 Marinha Velha 4 4 13 28 23 26 90

EB1 Farol da Barra 4 4 20 20 21 15 76

Gafanha do Carmo TOTAL 2 2 12 11 9 11 43

EB1 Gafanha do Carmo 2 2 12 11 9 11 43

S. Salvador TOTAL 35 36 172 191 172 177 712

EB1 Carvalheira 2 2 4 12 4 8 28

EB Vale de Ílhavo 2 3 19 10 11 19 59

EB1 Presa – Légua 3 3 14 21 22 8 65

EB Sr.ª do Pranto 6 6 46 40 8 39 133

EB Corgo Comum 2 2 18 3 11 10 42

EB1 Ílhavo 10 10 20 57 66 33 176

EB1 Chousa Velha 4 4 24 24 24 24 96

EB Gafanha d’Aquem 4 4 17 17 20 25 79

EB1 Senhora dos Campos 2 2 10 7 6 11 34

TOTAL 81 82 393 429 430 432 1690

Fonte: Agrupamentos de Escolas do Município de Ílhavo

Os edifícios das EB1 são na grande maioria de construção anterior a 1970.

Quadro n.º 36 - Distribuição das EB1 de Acordo com o Ano de Construção dos Edifícios Onde se Encontram Instaladas

DATA DE ANTERIOR A ENTRE 1960 ENTRE 1970 DEPOIS DE TOTAL CONSTRUÇÃO 1960 E 1970 E 1990 2000

N.º de Escolas 8 5 5 1 19

Fonte: Carta Educativa do Município de Ílhavo

66 Maio/2009

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De acordo com dados recolhidos junto dos órgãos de gestão das escolas poderemos dividir os edifícios entre os que detém um bom estado de conservação (60% dos casos) e as que apresentam um razoável de conservação. De referenciar que todos os edifícios escolares foram alvo de intervenção nos últimos 10 anos.

As deficiências apontadas com maior frequência referem-se com o estado de conservação dos pisos e dos espaços exteriores. No que se reporta à EB1 da Cambeia e do Corgo Comum são apontadas deficiências ao nível do telhado.

Quadro n.º 37 - Distribuição das EB1 do Município de Ílhavo, no Ano Lectivo 2008/2009, de Acordo com o N.º de Salas

N.º DE SALAS 2 SALAS 3 SALAS 4 SALAS MAIS DE 4 SALAS TOTAL

N.º de Escolas 5 3 6 5 19

FONTE: Agrupamentos de Escolas do Município

Da análise ao quadro supra será fácil concluir que, ao nível do parque escolar actualmente existente, do 1.º ciclo apenas 21% dessas escolas detém 2 salas, sendo que 26,3% detém mais de 4 salas.

Quadro n.º 38 - Distribuição das EB1, no Município de Ílhavo, no Ano Lectivo 2008/2009, Segundo o Número de Turmas Constituídas

N.º DE 2 TURMAS 3 TURMAS 4 TURMAS MAIS DE 4 total TURMAS TURMAS

N.º de Escolas 4 4 6 5 19

FONTE: Agrupamentos de Escolas do Município

67 Maio/2009

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Gráfico n.º 10 - Evolução do N.º de Alunos Inscritos no 1.º Ciclo

1850

1800

1750

1700

1650

1600 2000-2001 2001-2002 2002-2003 2003-2004 2004-2005 2005-2006 2006-2007 2007-2008 2008-2009

Fonte: Agrupamentos de Escolas do Município de Ílhavo

Se procedermos a uma análise à procedência dos alunos do 1.º ano de escolaridade em termos da área de residência, no ano lectivo 2008/2009, conclui-se que 10% frequentam escola em freguesia diferente da área de residência.

Da recolha de dados realizada junto dos Agrupamentos de Escolas do Município de Ílhavo, constata-se, no presente ano lectivo 2008/2009, a existência de 64 crianças portadoras de alguma tipologia de deficiência, o que, em termos percentuais, corresponde a um universo de 3,8% da população total inscrita no 1.º ciclo no Município de Ílhavo (1690 alunos).

De referir que, no cômputo das situações de deficiência ocupa lugar de destaque, com 48,4% de situações, a deficiência mental.

O corpo docente que lecciona no 1.º ciclo é constituído por 87 professores.

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Os Apoios às Famílias e Complementos Educativos

Auxílios Económicos /Subsídios de Estudo

A prestação dos auxílios económicos é da responsabilidade e da competência dos Municípios, no caso da educação pré-escolar e do ensino básico, e do Ministério da Educação, no caso dos demais níveis e ciclos de ensino.

A condição sócio-económica dos alunos ou dos seus agregados familiares verifica-se pelo respectivo posicionamento num determinado escalão de rendimentos, que corresponde a um escalão de apoio (por ex., abono de família para crianças e jovens).

O abono de família para crianças e jovens, tem 5 escalões, cujos 1.º e 2.º se associam ao escalão A e B, de acção social escolar, respectivamente. Este abono é calculado tendo em consideração o rendimento de referência (soma do total de rendimentos anual de cada elemento do agregado familiar a dividir pelo n.º de crianças e jovens, acrescido de um. Não são consideradas quaisquer despesas correntes e/ou extraordinárias da família);

O escalão do abono de família vem mencionado em declaração própria, proveniente da Segurança Social e é determinado exclusivamente pela Declaração de Rendimentos da família;

Concretizando, os escalões distribuem-se da seguinte forma:

Escalões de rendimentos de referência anuais do agregado familiar - 2008

1.º Até 2 851,87€

2.º Até 5 703,74€

3.º Até 8 555,61€

4.º Até 14 259, 35€

5.º Até 28 518, 70€

Nos casos onde alegadamente se denotem dúvidas sobre os rendimentos efectivamente auferidos pelos agregados familiares dos alunos, os Agrupamentos de Escolas devem desenvolver as diligências que considerem adequadas ao apuramento da situação sócio- económica do agregado familiar, bem como participar a situação às entidades competentes, no sentido de:

- Prevenir ou corrigir situações de usufruto indevido do direito;

69 Maio/2009

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- Promover administrativamente a atribuição das condições que conferem o direito aos benefícios (os Agrupamentos de Escolas podem prestar auxílios económicos, a título provisório, até decisão das entidades competentes).

Quadro n.º 39 - Número de alunos Candidatos e com Subsídios Atribuídos no ano lectivo 2008/2009

Agrupamento de Escolas CEB Candidatos Beneficiados Escalões

Agrupamento de Escolas de Ílhavo 1.º CEB 341 303 A – 190

B – 113

2.º CEB 192 167 A – 114

B – 53

3.º CEB* 106 89 A – 63

B - 26

Agrupamento de Escolas da 1.º CEB 279 245 A – 141

Gafanha da Nazaré B – 104

2.º CEB 133 125 A – 71

B – 54

3.º CEB* 84 77 A – 40

B – 37

Agrupamento de Escolas da 1.º CEB 114 103 A – 54

Gafanha da Encarnação B – 49

2.º CEB 100 82 A – 45

B – 37

3.º CEB* 121 98 A – 44

B – 54

CEF 18 15 A – 10

B – 5

NOTA: No que se reporta aos apoios económicos referentes aos alunos do 3.º CEB será de enunciar que no quadro acima não são contemplados os apoios aos referidos alunos que frequentam as Escolas Secundárias com 3.º CEB do nosso Município

FONTE: Agrupamentos de Escolas e Câmara Municipal de Ílhavo

70 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Súmula:

CICLOS BENEFICIADOS ESCALÕES VALORES DISPENDIDOS

1.º CEB 651 A - 385 19 250€

B - 266 7 980€

2.º CEB 374 A - 230 12 423€

B - 144 7 812€

3.º CEB* 264 A - 147 21 854€

B - 117 8 716€

TOTAL 78 035€

NOTA: No que se reporta aos apoios económicos referentes aos alunos do 3.º CEB será de enunciar que no quadro acima não são contemplados os apoios aos referidos alunos que frequentam as Escolas Secundárias com 3.º CEB do nosso Município

Os valores do 1.º CEB foram financiados pela autarquia, enquanto os montantes dos 2.º e 3.º Ciclos foram da competência do Ministério da Educação.

Quadro n.º 40 - Valores dos Subsídios Atribuídos no ano 2008/2009

SUBSÍDIOS ESCALÃO A ESCALÃO B

1.º, 2.º, 3.º e 4.º CICLOS 50,00€ 30,00€

5.º ANO 100,00€+11,00€ 50,00€+5,50€

6.º ANO 95,00€+11,00€ 47,50€+5,50€

7.º ANO 140,00€+12,50€ 70,00€+6,50€

8.º e 9.º ANO 135,00€+12,50€ 67,50€+6,50€

(livros + material escolar)

FONTE: Agrupamentos de Escolas e Câmara Municipal de Ílhavo

71 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Serviço de Refeições

A possibilidade de fornecimento de refeições é outra das formas de apoio às famílias.

Diariamente, são fornecidas aproximadamente 1100 refeições, serviço destinado às crianças do 1.º Ciclo do Ensino Básico e dos Jardins-de-Infância da rede pública.

As refeições são asseguradas pela Câmara Municipal, sendo confeccionadas na cozinha dos Armazéns Gerais da Câmara Municipal de Ílhavo, por uma empresa privada.

A distribuição da alimentação é realizada, igualmente, pela Câmara Municipal, recorrendo-se, para o efeito, ao uso de malas térmicas.

A gestão deste serviço resulta da parceria entre a autarquia e as Associações de Pais, as quais assumem também o papel de co-gestoras dos Centros de Actividades de Tempos Livres.

No que diz respeito ao serviço de refeições, os alunos que beneficiam de escalão A gozam de isenção do pagamento daquele serviço, ao passo que, os de escalão B, gozam de uma redução de 50%.

Do conjunto dos Jardins-de-Infância e de escolas do 1.º ciclo, apenas dois dos primeiros e uma das segundas, não dispõem da componente de refeição, sendo que, nesta última situação, a sua próxima localização de Instituições Particulares de Solidariedade Social, acaba por colmatar aquela insuficiência.

Transportes Escolares

Outra das competências legalmente atribuídas aos Municípios, no que a matérias de Educação diz respeito, é a organização, financiamento e controlo do funcionamento dos transportes escolares para os alunos do Ensino Básico e Secundário.

Para os alunos do 1.º Ciclo que careçam de transporte escolar, este é assegurado pela autarquia, fazendo recurso a carreiras regulares, sendo que, no caso dos alunos do secundário, aquela mesma instância financia o custo dos passes em 50% do seu valor.

Prolongamento de Horário/ATL

O serviço de ATL encontra-se disponível nos mesmos estabelecimentos de ensino nos quais se pode encontrar o serviço de refeições, sendo que, para ambos os casos, se aplicam os mesmos princípios de gestão.

72 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico

Os 2.º e 3.º Ciclos do Ensino Básico encontram-se, no Município de Ílhavo, disponíveis cinco estabelecimentos de ensino a saber: a EB2/3 da Gafanha da Nazaré, a da Gafanha da Encarnação, a José Ferreira Pinto Basto, a Escola Secundária com 3.º ciclo Dr. João Carlos Celestino Gomes e a Escola Secundária com 3.º ciclo da Gafanha da Nazaré.

Naquelas duas últimas escolas a que acima fizemos referência é, tal como a própria designação o indica, ministrado ensino ao nível do secundário.

Quadro n.º 41 - N.º de Alunos Matriculados nos 2.º e 3.º ciclos do Ensino Básico, no ano lectivo 2008/2009

5.º ANO 6.º ANO 2.º 7.º ANO 8.º ANO 9.º ANO 3.º TOTAL CICLO CICLO

EB2,3 da Gafanha da 83 71 154 100 57 52 209 363 Encarnação

EB2,3 da Gafanha da 144 169 313 72 53 37 162 475 Nazaré

EB2,3 de Ílhavo 164 169 333 107 70 69 246 579

Escola Secundária c/ 3.º ciclo Gafanha _ _ _ 99 82 103 284 284 da Nazaré

Escola Secundária Dr. João Celestino _ _ _ 92 84 62 238 238 Gomes

N.º Total de Alunos 391 409 800 470 346 323 1139 1939

FONTE: Agrupamentos de Escolas do Município

73 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

No quadro abaixo, poderemos comparar a incidência do abandono escolar no Município de Ílhavo com os valores obtidos, num estudo da responsabilidade do Ministério da Educação, com os Municípios da NUT III do Baixo Vouga.

Quadro n.º 43 – Incidência do Abandono Escolar no Município

UNIDADE GEOGRÁFICA ABANDONO ESCOLAR 2001 (%)

Águeda 2,0

Albergaria-A-Velha 3,3

Anadia 2,5

Aveiro 1,4

Estarreja 2,7

Ílhavo 2,0

Mealhada 0,7

Murtosa 6,6

Oliveira do Bairro 2,3

Ovar 2,7

Sever do Vouga 1,1

Vagos 2,1

Baixo Vouga 2,2

Portugal 2,7

Fonte: Ministério da Educação

Em conjunto com Águeda, Aveiro, Mealhada e Sever do Vouga, o Município de Ílhavo detém das mais baixas de abandono escolar.

A taxa de saída antecipada, ou seja, a percentagem da população que abandona a escola sem concluir o 9.º ano, representava em 2001, 23,9%, sendo este um valor ligeiramente inferior ao registado a nível nacional (de cerca de 25%) e à taxa média do Baixo Vouga (25,7%).

Quadro n.º 44 – Taxa de Saída Antecipada (2001)

UNIDADE GEOGRÁFICA SAÍDA ANTECIPADA 2001 (%)

74 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Águeda 25,6

Albergaria-A-Velha 29,5

Anadia 25,7

Aveiro 20,8

Estarreja 26,3

Ílhavo 23,9

Mealhada 20,0

Murtosa 43,4

Oliveira do Bairro 26,5

Ovar 29,3

Sever do Vouga 24,3

Vagos 29,4

Baixo Vouga 25,7

Portugal 25

Fonte: Ministério da Educação

75 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Ensino Secundário

O Município de Ílhavo dispõe de duas escolas a ministrar cursos ao nível do Ensino Secundário, são elas: a Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes, em S. Salvador, e a Escola Secundária com 3.º ciclo da Gafanha da Nazaré.

As duas escolas proporcionam ofertas diversificadas, englobando estas Cursos Científico- Humanísticos, à excepção do Curso de Artes Visuais (Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas, Ciências Sociais e Humanas e Línguas e Literaturas) e Cursos Tecnológicos (Desporto, Informática, Design de Equipamento, Acção Social e Administração).

Quadro n.º 45 - Alunos a frequentar o Ensino Secundário no Município de Ílhavo (Abril/09)

10.º ano 11.º ano 12.º ano TOTAL

Escola Secundária C/ 3.º ciclo da Gafanha 148 136 107 391 da Nazaré

Escola Secundária da Gafanha da Nazaré 146 108 119 373

TOTAL 294 244 226 764

FONTE: Escolas Secundárias do Município

76 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Ensino Profissional

No Município de Ílhavo o ensino profissional encontra-se a ser ministrado no FORMAR (Centro de Formação Profissional do Sector das Pescas), no CASCI (Centro de Acção Social do Município de Ílhavo) e através dos diversos cursos profissionalizantes desenvolvidos pelas nossas escolas secundárias.

O primeiro daqueles centros ministra essencialmente cursos de formação direccionados aos recursos humanos do sector das pescas.

O CASCI promove formação profissional com o objectivo de melhorar a empregabilidade e a integração sócio-profissional das pessoas com deficiência tendo como áreas de intervenção principal os Municípios de Ílhavo, Vagos e Aveiro.

A formação profissional destina-se à faixa etária dos 16 aos 45 anos e versa diversas áreas, tais como: agropecuária, cerâmica, carpintaria/marcenaria, serralharia, costura e serviços domésticos.

Destina-se, essencialmente, a jovens portadores de deficiência mental que tenham tido currículos alternativos no ensino básico.

Os Cursos Educação-Formação, integrados nas escolas básicas e secundárias, têm como objectivo a recuperação de qualificação escolar e profissional para jovens que não seguiram regularmente o seu percurso escolar, possibilitando um desempenho profissional mais qualificado.

Este tipo de Cursos destina-se a jovens da faixa etária situada entre os 15 e os 25 anos que abandonaram ou se encontram em risco de abandonar o sistema escolar regular e que detém habilitações escolares ao nível situado entre o 1.º ciclo do ensino básico e o 12.º ano de escolaridade.

No Município de Ílhavo, estes Cursos de Educação-Formação encontram-se disponíveis na Escola Secundária com 3.º Ciclo da Gafanha da Nazaré, na Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. João Carlos Celestino Gomes e na EB2/3 da Gafanha da Encarnação.

No Município de Ílhavo não existe nenhuma escola profissional.

Cursos Tecnológicos

Os Cursos Tecnológicos funcionam igualmente nas Escolas Secundárias com 3.º ciclo da Gafanha da Nazaré (Acção Social, Administração e Informática) e na Escola Secundária com 3.º Ciclo Dr. João Carlos Celestino Gomes (Design de Equipamento, Desporto e Informática).

77 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Educação Extra-Escolar

Será de referir a existência, ao nível do Município de Ílhavo de equipamentos e estruturas educativas onde se desenvolvem actividades importantes, sob gestão da Câmara Municipal de Ílhavo.

Associadas a essas estruturas serão, ainda, de enunciar importantes projectos, a saber:

Iniciação à Natação;

Projecto de Expressão e Educação Físico-Motora;

Baú de Histórias;

Projecto Ílhavo Passo a Passo – Caminhos da Terra e do Mar;

Programa de Apoios a Projectos Educativos – PAPE;

Escola Municipal de Educação Rodoviária – EMER;

As novas Tecnologias da Informação e Comunicação – TIC;

Educação Ambiental;

Actividades de Enriquecimento Curricular;

Programa Municipal de Ocupação de Tempos Livres (PMOTL)

Programa Municipal de Bolsas de Estudo

Programa Municipal de Bolsas de Trabalho;

Fóruns da Juventude.

78 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Grandes Prioridades ao Nível da Educação No Município de Ílhavo

No seguimento da análise realizada na Carta Educativa do Município de Ílhavo, as grandes preocupações apresentadas a nível educativo são:

1 – Melhoria das infra-estruturas educativas;

1.1 – Requalificação dos espaços exteriores de EB1 e JI do Município;

1.2 – Construção de novos centros educativos com Jardim-de-Infância e 1.º ciclo do ensino básico;

1.3- Ampliação e/ou melhoria de edifícios já existentes.

2 - Promoção da qualidade e do sucesso educativo

2.1– Apoio ao processo de auto-avaliação das escolas;

– Apoio à formação dos intervenientes no acto educativo;

2.3 - Desenvolvimento de um Projecto Educativo Integrado Municipal.

3 – Promoção do ensino profissionalizante

3.1 – Criação de um observatório para a formação

4– Integração da acção social e da educação

5 - Apoio à formação ao longo da vida

79 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

80 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Introdução

A Promoção da Saúde exige a constituição de parcerias que visem o desenvolvimento social e da saúde entre os diferentes sectores e reforço das já existentes.

As parcerias permitem potenciar a intervenção através da partilha da especialização, das competências, dos recursos e da abertura de canais de comunicação entre o sector da saúde e os sectores social, politico, económico e ambiental.

A Promoção da Saúde implica o desenvolvimento pessoal e social através da melhoria da informação e da educação para a saúde que tem por objectivo capacitar as pessoas a tomarem decisões, no seu quotidiano, mais adequadas para manter ou alargar o seu potencial de saúde através da promoção de estilos de vida saudáveis.

A mudança de comportamentos não é fácil, depende de factores sociais, culturais e familiares, entre muitos outros, e não apenas do conhecimento científico que as pessoas possuam sobre determinada matéria.

“A saúde é um capital, cujo valor depende dos investimentos, descapitalizações e reinvestimentos individuais” Grossman, 1972

81 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

OBJECTIVO DO CENTRO DE SAÚDE:

Obter ganhos em saúde, aumentando o nível de saúde nas diferentes fases do ciclo de vida e reduzindo o peso da doença.

Este objectivo atinge-se das seguintes formas:

Centrando as intervenções na família e no ciclo de vida;

Abordando os problemas de saúde através de uma aproximação à gestão da doença;

Monitorizando os níveis da saúde da população, mantendo o diagnóstico da situação actualizado;

Com base no Diagnóstico de Situação, elaborar Programas e Projectos de Intervenção que dêem resposta aos problemas prioritários detectados.

CENTRO DE SAÚDE:

Sede

Extensão de Saúde da Gafanha do Carmo

Extensão de Saúde da Gafanha da Encarnação

Extensão de Saúde da Gafanha da Nazaré

Unidade de Saúde Familiar Beira Ria (Gafanha da Nazaré)

Unidade de Saúde Familiar Beira Ria (Costa Nova)

GRUPOS PROFISSIONAIS:

Médicos de Medicina Geral e Familiar;

82 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Médicos de Saúde Pública;

Enfermeiros;

Técnico de Saúde Ambiental;

Técnico de Serviço Social;

Nutricionista;

Higienista Oral;

Técnicos Administrativos

Auxiliares de Acção Médica.

SERVIÇOS:

Medicina Geral e Familiar;

Saúde Pública;

Serviço de Enfermagem;

Serviço Social.

Medicina Geral e Familiar:

Consulta de Clínica Geral;

Consulta Aberta;

Saúde Materna;

Saúde Infantil;

Planeamento Familiar;

Rastreio do Cancro do Colo do Útero;

Alcoologia;

Desabituação Tabágica;

83 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Centro de Diagnóstico Pneumológico (CDP)

Saúde Pública:

Estudos Epidemiológicos;

Exames Médicos;

Saúde Escolar;

Saúde Oral;

Saúde Ocupacional;

Saúde Ambiental;

Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco;

Nutrição

Educação para a Saúde.

Serviço de Enfermagem:

Cuidados de Saúde – Ambulatório/Domicílio;

Consultas de Enfermagem (diferentes actividades);

Consulta de Ostomizados;

Vacinação;

Preparação para o parto pelo método psicoprofilatico;

Visita domiciliaria ao recém-nascido e puérpera;

Educação para a Saúde.

Serviço Social:

84 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Gabinete de Serviço Social;

Gabinete do Utente.

Quadro n.º 46 - Projectos de Parceria do Centro de Saúde de Ílhavo

DENOMINAÇÃO OBJECTIVOS GERAIS DO PROJECTO

Equipa de Cuidados Responder, com base na intervenção articulada da saúde e apoio Integrados do Centro de social, às necessidades das pessoas em situação de dependência. Saúde e Apoio Domiciliário Integrado

Banco de Ajudas Técnicas Complementar a resposta às necessidades das pessoas com (Projecto Gulbenkian) dependência.

Saúde Oral da Deficiência Promover a Saúde Oral nas Crianças e Jovens com Deficiência.

Núcleo de Intervenção Promover o desenvolvimento saudável da criança em risco. Precoce

Projecto Saúde/Escola Promover a saúde da comunidade escolar.

Comissão de Protecção de Promover e proteger os direitos das crianças e jovens em perigo Crianças e Jovens

Rendimento Social de Responder às necessidades dos beneficiários da medida do Inserção Rendimento Social de Inserção na área da saúde.

Atendimento Social Integrado Planear uma intervenção social estratégica em articulação com os /Rede Social diferentes agentes/parceiros locais para o desenvolvimento social.

Gabinete de Apoio à Saúde Promover a Saúde do Adolescente nos âmbitos Biológico, Social e Juvenil Psicológico.

85 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Identificação de Problemas de Saúde do Município de Ílhavo

Obesidade Infantil

A Organização Mundial da Saúde considera que a Obesidade atingiu proporções epidémicas, com mais de um bilião de adultos com excesso de peso, de entre os quais 300 milhões clinicamente obesos. O excesso de peso e a obesidade, para além de outros problemas, constituem um risco major de doenças crónicas incluindo hipertensão, dislipidémias, diabetes tipo 2, doença coronária e enfarte, apneia do sono e problemas respiratórios e certos tipos de cancro (endométrio, mama e cólon).

Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde, esta epidemia reflecte as profundas mudanças que ocorreram na sociedade e nos padrões ambientais, nas últimas décadas: ao mesmo tempo que aumenta a quantidade de alimentos ao dispor (crescimento económico, tecnologias, globalização da alimentação), diminuem os gastos energéticos (urbanização, tecnologias, transportes, etc.).

Como diversos estudos podem comprovar, o problema situa-se na escala planetária não sendo esse, obviamente, o nosso nível de intervenção. Mas devemos pensar globalmente para agir localmente.

O concelho de Ílhavo apresenta os mesmos problemas dos países desenvolvidos e, segundo parece, são ainda mais graves, ou seja, o concelho de Ílhavo apresenta valores muito altos de excesso de peso nas crianças dos 2º e 3º anos de escolaridade quando comparados com os valores nacionais e com estudos internacionais (ver quadro abaixo).

Quadro n.º 47 - Comparação dos resultados do rastreio realizado nas escolas do 1º Ciclo – 2º e 3º anos de escolaridade no ano lectivo 2006/2007 – com outros estudos

Excesso de peso Obesidade

EUA -- 17.5%

Inglaterra 32% 16.5%

Portugal 32% 11%

Aveiro 32.6% 13.89%

Ílhavo 35.25% 19.76%

86 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

É preciso agir antes que o problema se torne incontrolável.

Os pais, as escolas e os serviços de saúde têm a obrigação de fazer mais e melhor pelas crianças. Também os decisores políticos se devem interessar, para além das naturais preocupações com a população que servem, com o impacto económico da manutenção da situação actual (mais consultas, mais medicamentos, mais internamentos, mais cirurgias e simultaneamente, mais faltas ao trabalho, menor capacidade de realização de certas tarefas, problemas nos transportes, menor auto-estima, mais conflitos).

Perante esta realidade torna-se prioritária e urgente uma intervenção, que terá que passar pelos pais, pela escola, pela autarquia e pelos serviços de saúde.

É preciso começar já.

População Idosa

O fenómeno do envelhecimento demográfico, merece uma observação atenta pelos vários sectores sociais, pois estão em causa problemas de grande impacto económico e social: idade de reforma, meios de subsistência dos idosos, qualidade de vida e financiamento das pensões.

Por outro lado sabemos que os idosos são um dos grupos mais vulneráveis ao nível da saúde e, o acesso à saúde é um dos direitos fundamentais do ser humano, sendo esta uma pré- condição de bem-estar e de qualidade de vida (OMS, 2002).

O Centro de Saúde efectuou diagnóstico de situação dos idosos inscritos com ≥ 65 anos constatando-se o seguinte:

O grupo etário dos idosos com 75 e mais anos representa no Concelho 39% dos idosos seguido do grupo 70-74 anos com 27%.

Relativamente às famílias de inclusão, é a família nuclear que predomina no Concelho atingindo um valor de 66% o que corresponde a 3945 idosos.

Em relação à família unitária no Concelho esta tem uma representatividade de 25%, o que corresponde a 1460 idosos, sendo que 865 têm 75 e mais anos e destes 180 pertencem ao género masculino.

Desta realidade salienta-se que 91% do total de idosos estão inclusos em família unitária e nuclear ou seja vivem sozinhos, o que poderá constituir um factor de risco.

O aumento do peso dos idosos de idade avançada (≥75 anos) é outro factor de risco.

87 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Com base neste diagnóstico, consideramos que o Centro de Saúde poderá ser um parceiro fundamental para dinamizar e intervir com as instituições locais na elaboração de projectos que dêem resposta às necessidades identificadas.

O problema do envelhecimento pede um novo olhar e uma nova atitude de abertura e descoberta, capaz de o encarar de frente e criar as soluções adequadas.

Cárie Dentária

As doenças orais constituem, pela sua elevada prevalência, um dos principais problemas de saúde da população infantil e juvenil.

Em Portugal a cárie dentária apresenta na população infantil e juvenil um índice de gravidade moderada, isto é, a percentagem das crianças livres de cárie dentária aos 6 anos é de 33%.

O Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral engloba a promoção da saúde e a prestação de cuidados, numa parceria público-privado tendo por base a intervenção comunitária. Relativamente à promoção da saúde, prevenção das doenças orais e a prestação de cuidados de saúde dentários, são intervenções asseguradas pelo Centro de Saúde através de acções dirigidas ao indivíduo, à família e à comunidade escolar. A rede hospitalar, sempre que possível, dá resposta através dos serviços de estomatologia.

O sector privado, por contratualização, presta os cuidados médico dentários não satisfeitos pelo Serviço Nacional de Saúde.

O Centro de Saúde de Ílhavo, desde 1999, desenvolve o projecto de contratualização médico- dentária dirigido às crianças a frequentar o jardim-de-infância e primeiro ciclo do ensino básico, com uma média de 250 crianças observadas/tratadas anualmente.

No ano lectivo 2007/2008 foi efectuado o rastreio dentário a 50% das crianças a frequentar os Jardins de Infância e 22% das crianças a frequentar o 1º Ciclo o que se traduziu em 876 crianças abrangidas das 2696 matriculadas nestes graus de ensino. Das 876 crianças rastreadas verificou-se que 352 apresentavam cárie dentária (40%) sendo 171 dos Jardins de Infância (34% das rastreadas neste grau de ensino) e 181 do 1º Ciclo (49% das rastreadas neste grau de ensino).

Constata-se que o número de consultas é insuficiente para dar resposta á totalidade das crianças que frequentam jardim-de-infância e primeiro ciclo. Por outro lado verifica-se que a família/encarregados de educação aderem ao programa mas faltam frequentemente às consultas o que constitui um constrangimento no desenvolvimento do programa.

Este problema necessita de uma intervenção não só das instituições directamente envolvidas mas também dos outros parceiros sociais.

88 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Infecção pelo VIH/SIDA

CRS PA SIDA

Vivos Mortos Total Vivos Mortos Total Vivos Mortos Total

Concelho 8 0 8 27 1 28 6 12 18 Ílhavo

Valores 77 13 90 459 17 476 152 165 317 Distritais

Fonte: Vigilância Epidemiológica da infecção pelo HIV/SIDA, Instituto Ricardo Jorge - Dados de 30-06-08 CRS- Complexo Relacionado com a SIDA PA- Portador Assintomático

Estes dados não dão uma imagem fidedigna da situação do concelho, uma vez que existem muitos casos diagnosticados, mas não notificados e, provavelmente muitos outros não diagnosticados. É importante lembrar que a infecção pode existir durante décadas sem qualquer manifestação clínica. É necessário prosseguir na promoção da saúde relacionada com as infecções sexualmente transmissíveis junto de grupos populacionais específicos bem como da população em geral.

Toxicodependência

No ano de 2008 foram acompanhados no Centro de Saúde 41 utentes em Programa de “Metadona” em colaboração com o CRI – Equipa de Tratamentos de Aveiro. Sendo estes os únicos dados disponíveis.

89 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Elencados alguns problemas de saúde torna-se necessário priorizá-los de acordo com critérios como magnitude, transcendência social, transcendência económica e vulnerabilidade. A valoração dos critérios foi distribuída de acordo com o Serviço de Saúde Pública, o Serviço Social e a documentação existente sobre cada um dos problemas.

Problemas

Obesidade Infantil

Magnitude Alta 38,25% de crianças com excesso de peso no 2º e 3º ano de escolaridade

Transcendência Social Alta Atinge a população desde uma idade precoce

Transcendência Económica Alta Quer durante a infância quer ainda na idade adulta vai conduzir a perda de capacidade produtiva e aumento de custos.

Vulnerabilidade Média Possibilidade de intervenção numa fase precoce (prevenção primária e promoção da saúde). A intervenção deve ser multisectorial (saúde, escola, autarquia, família e outros parceiros)

População Idosa

Magnitude Média Mais de 13% da população residente no concelho de Ílhavo, tem 65 e mais anos sendo que destes, 40% tem mais de 75 anos.

Transcendência Social Alta População que contribuiu activamente ao longo da vida para a sociedade.

Transcendência Alta A não intervenção nos factores de risco inerentes a esta faixa Económica etária acarreta custos mais elevados.

Vulnerabilidade Média Necessidade de uma intervenção multisectorial e interdisciplinar no âmbito da habitação, apoio social e actividades básicas de vida diária. Necessidade de respostas sociais a nível institucional, domiciliária e familiar.

90 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

CONTACTOS:

Centro de Saúde de Ílhavo:

Tel: 234 325 876

Telm: 912173169

Fax: 234 322 701

Linha Azul: 234 324 102

E-mail: [email protected]

Extensões de Saúde:

Gafanha do Carmo:

Tel: 234 361 968

E-mail: [email protected]

Gafanha da Encarnação:

Tel: 234 361 902

E-mail: [email protected]

Gafanha da Nazaré:

Tel: 234 390 950

E-mail: [email protected]

91 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Unidade de Saúde Familiar Beira Ria (Gafanha da Nazaré):

Tel: 234 393150

Fax: 234 393159

E-mail: [email protected]

Unidade de Saúde Familiar Beira Ria (Costa Nova):

Tel: 234 369 884

E-mail: [email protected]

Laboratórios de Analises Clínicas:

AVELAB

Gafanha da Nazaré - Rua Prior Guerra, Lote 10 - Ílhavo

Ílhavo - Praça do Município, n.º 16, 1.º Esq.

Gafanha da Encarnação - Rua Professor Francisco Corujo, n.º 213, R/C Trás

Gafanha do Carmo - Rua da Gafanha da Encarnação

ALBERTO S. M. FERREIRA NEVES

Costa Nova do Prado

Gafanha da Encarnação

92 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Gafanha da Nazaré

DELBRAN - LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS, LDA.

Gafanha da Nazaré - Avenida José Estevão, 355 - 359, Apartado 18 3834 - 908

Ílhavo - Rua Dr. Celestino Gomes, n.º 30-B

Gafanha da Nazaré - Rua Dr. Francisco Cerveira

Gafanha da Nazaré - Rua Dr. Manuel Trindade Salgueiro, Centro Comercial Caracas, 1.º C

LABMED SAÚDE

Ílhavo – Rua Vasco da Gama, 84 B

Farmácias do Concelho de Ílhavo:

Castro - Barra - Gafanha da Nazaré Branco - Gafanha da Nazaré Dinis Gomes - S. Salvador - Ílhavo Moderna - S. Salvador - Ílhavo Morais - Gafanha da Nazaré Ribau - Gafanha da Encarnação Santos - Ílhavo Senos - S. Salvador – Ílhavo

93 Maio/2009

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DO DIAGNÓSTICO REALIZADO PELO CENTRO DE REPOSTAS INTEGRADAS DE AVEIRO

No que se reporta à problemática das toxicodependências, far-se-á referência ao Diagnóstico realizado pelo Centro de Respostas Integradas de Aveiro, no âmbito do Plano Operacional de Respostas Integradas (PORI), datado de 8 de Julho de 2008.

No Diagnóstico em referência os principais problemas identificados no âmbito desta problemática foram:

- Consumos em idades precoces sobretudo álcool e cannabis;

- Consumos em contextos recreativos sobretudo na época estival;

- Desvalorização dos riscos associados aos consumos de substâncias psicoativas;

- Fácil acessibilidade às substâncias;

- Insucesso escolar mais evidente no secundário; Existência de famílias disfuncionais com problemas associados ao consumo de substâncias (lícitas e ilícitas) onde são evidentes vários factores de risco;

- Existência de menores em especial vulnerabilidade;

- Número significativo de toxicodependentes em acompanhamento na ETR;

- Desemprego, baixa escolaridade e reduzidas competências pessoais, sociais e profissionais da população toxicodependente;

- Dificuldades na administração de metadona, para alguns utentes mais desestruturados.

Neste estudo foram identificados os seguintes grupos-alvo:

CONSUMIDORES DEPENDENTES DE SUBSTÂNCIAS PSICOACTIVAS:

Foram incluídos neste grupo os utentes activos na ETR (dados 2006 e 2007), n.º de seringas trocadas e dados referentes ao álcool:

- 206 toxicodependentes de substâncias ilícitas em tratamento na ETR de Aveiro, sendo a Gafanha da Nazaré a freguesia com maior número de utentes (92), seguida de S. Salvador (84) e da Gafanha da Encarnação (30). A cannabis é predominantemente a droga de início e a heroína a droga principal dos utentes que recorrem à consulta.

94 Maio/2009

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Globalmente, esses utentes são do sexo masculino, com idades entre os 30 e os 39 anos, com baixos níveis de escolaridade, elevado n.º de desempregados (81), apresentando baixos níveis de competências. Do conjunto total (206 indivíduos), 116 encontram-se inseridos em PTAO, dos quais 70 em programas de substituição com Metadona e 46 com Buprenorfina. Foram, igualmente, sinalizados 115 indivíduos infectados com Hepatite C e 12 pelo vírus VIH/SIDA.

- 11 346 seringas recolhidas durante 2006 e 2007 no Município de Ílhavo, estando envolvidas 7 farmácias em 2007 e 6 em 2006, no âmbito do programa “Diz Não a uma Seringa em Segunda Mão”. O maior número de trocas terá ocorrido em S. Salvador com percentagens de 34% e 31%, respectivamente para 2006 e 2007 (1980 e 1720 seringas), num total de 5856 (2006) e 5490 (2007);

- 189 indivíduos inscritos na Consulta de Alcoologia do Centro de Saúde de Ílhavo, no ano de 2007 (que recorreram à consulta pelo menos uma vez).

Em síntese, foram apresentados como principais problemas neste grupo: desemprego; baixa escolaridade e reduzidas qualificações profissionais; déficit de competências pessoais e sociais; desorganização familiar (do ponto de vista estrutural e funcional) e dificuldades económicas; dificuldades (nos serviços locais de saúde) na administração de metadona para alguns utentes mais desestruturados.

MENORES COM PARTICULAR VULNERABILIDADE

Estão abrangidos neste grupo 341 menores sinalizados por diferentes fontes: ETR de Aveiro, CPCJ, CDT (dados 2006 e 2007) e dados da autarquia 2005.

- 135 filhos menores dos utentes em tratamento na ETR que reúnem um conjunto de factores que os torna particularmente vulneráveis;

- 37 menores relacionados com consumos de SPA’s no seio familiar, sinalizados pela CPCJ;

- 58 indivíduos sinalizados pela CDT dos quais 19 são menores de 19 anos e 22 com idades entre os 20-24 anos. Maioritariamente, são do sexo masculino (53), e globalmente a cannabis é a substância predominante (41 indiciados) tratando-se sobretudo de consumidores não dependentes (43 e, portanto, de uma população com particular vulnerabilidade);

95 Maio/2009

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- 140 menores de etnia cigana e a proximidade de situações de consumo e tráfico de drogas percepcionadas pela comunidade local, determinam que este grupo seja também considerado vulnerável;

- 10 crianças que permanecem na rua, sem vigilância, na zona da Barra, sinalizadas no contexto recreativo (de acordo com o Diagnóstico realizado pelo CRI, após a constituição de grupos focais e a consequente auscultação de elementos da comunidade considerados relevantes para o Diagnóstico em causa);

De uma forma geral, foram identificados por este estudo do CRI de Aveiro, um conjunto de factores de risco: exposição precoce das crianças/adolescentes a situações de consumo, bem como historial de consumo no agregado familiar; exposição a modelos de comportamento desviantes; consumos em idades precoces; fácil acesso às substâncias; consumos recreativos e desvalorização dos efeitos e riscos do consumo de substâncias, nomeadamente do álcool e cannabis.

O diagnóstico territorial de Ílhavo, realizado pelo Centro de Respostas Integradas de Aveiro, permitiu, em suma, identificar todo um conjunto de problemáticas/necessidades, assim como os grupos-alvo e as respostas, que se encontram ao dispor na comunidade. Veio, neste seguimento, a constatar-se que as entidades implicadas na intervenção respondiam de forma insuficiente, e como tal, não se encontra reforçada uma articulação interinstitucional estreita nos variados contextos identificados, como sendo passíveis de intervenção. Assim, e numa tentativa de colmatar a lacuna anteriormente identificada, surge o PORI (Portaria n.º 131/2008 de 13 de Fevereiro).

O PORI (Plano Operacional de Respostas Integradas) deve assumir uma base transversal e global, com um plano de acção territorial que integra respostas transdisciplinares, que decorre dos resultados de um diagnóstico do território. A realidade de Ílhavo foi identificada como prioritária. Dadas as respostas para a toxicodependência terem sido consideradas insuficientes, a Fundação Prior Sardo realizou uma candidatura ao PRI (Programa de Respostas Integradas), tendo sido devidamente aprovada e, actualmente, encontram-se já implementados no terreno dois projectos, um na área da Prevenção e outro na área da Reinserção Social.

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PROGRAMA DE ACTIVIDADE FÍSICA MOVIMENTO MAIOR

A pensar no bem-estar de todos os Seniores do Concelho, com mais de 60 anos, e com a convicção de que desporto é sinónimo de saúde e de qualidade de vida, a Câmara Municipal de Ílhavo preparou o projecto Movimento Maior. Este projecto, fruto de uma ideia há muito pensada e trabalhada, assenta no pressuposto de que todos devem ter acesso a uma melhor qualidade de vida e a um bem-estar físico, psíquico e social. Deste modo, acreditamos que ao criar espaços de actividade física, e simultaneamente de convívio social, estaremos a apostar na consolidação de novos valores sociais que colocam a ênfase no movimento, na acção e em hábitos de vida saudáveis. No entanto, a criação destes espaços não deve estar limitada a um público Sénior já por si activo, e disposto a colaborar nas várias actividades, tornando-se necessário “puxar” por todos aqueles que nunca tiveram a oportunidade. É especialmente para estes que o Movimento Maior foi concebido, para criar novas oportunidades, novos hábitos e novos modos de vida. A parceria estabelecida e consolidada com o Centro de Saúde de Ílhavo, através do Protocolo de Cooperação, vem reforçar o empenho que colocamos neste projecto e, principalmente, nos seus resultados. Este projecto significa, também, o início de um novo trabalho de diagnóstico em relação às reais necessidades e interesses da população Sénior do Concelho. Este é só um dos muitos passos que pretendemos dar no futuro. No presente documento tentamos apresentar e fundamentar, de uma forma clara, os princípios e os objectivos que nos guiam no projecto Movimento Maior, todos os passos dados e as perspectivas de futuro.

Fundamentação

O envelhecimento é actualmente considerado o fenómeno social mais importante do século XXI. Devido a este facto, torna-se urgente tomar medidas que ajudem as famílias, os governos e a sociedade em geral a lidar com ele da melhor forma. De facto, nas últimas décadas tem-se assistido a um envelhecimento progressivo da população mundial. Esta situação leva a que surjam problemas ao nível do mercado de trabalho, da oferta e da procura de empregos, dos serviços de saúde, segurança social, exclusão social e conflitos de gerações.

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A nível individual, saber envelhecer exige novas aprendizagens e adaptações, de modo a superar todas as dificuldades físicas, psicológicas e sociais que o envelhecimento acarreta. A actividade física e desportiva surge assim, como uma das forma de prevenção e diminuição dos problemas de saúde causados pela idade, para além de melhorar significativamente a auto-imagem e a auto-estima de quem a pratica e de promover uma ocupação divertida e saudável dos tempos-livres. Está cientificamente provado que a actividade física pode melhorar a qualidade de vida das pessoas em qualquer idade. Com efeito, o exercício físico previne as quedas (causa mais importante da incapacidade entre os Seniores), através do desenvolvimento da flexibilidade, equilíbrio e tónus muscular. Para além disso, ajuda a minimizar a incapacidade e a dor resultante de doenças como a artrite, artrose e osteoporose, etc. Está, também, demonstrado que a probabilidade de ocorrência de doença mental é menor nas pessoas que praticam exercício físico regular. Durante a actividade física os Seniores têm oportunidade de interagir com pessoas de diferentes idades estabelecendo amizades e mantendo redes sociais evitando, deste modo, sentimentos de solidão e exclusão social através do reforço da sua autoconfiança bem como da auto-suficiência fundamentais para o seu bem-estar psicológico.

Para além de todos os benefícios físicos, psicológicos e sociais que o indivíduo obtém através da prática de exercício físico, também a sociedade irá beneficiar com a redução dos custos em serviços sociais e de saúde.

Finalidades e Objectivos

Finalidade:

- Promoção da melhoria da qualidade de vida e do bem-estar psicológico e físico dos Seniores do Concelho de Ílhavo.

Objectivos Gerais:

- Generalização do acesso à prática desportiva, por parte da população Sénior do Concelho;

- Promoção e incitamento de hábitos de actividade física, como veículo facilitador da saúde e do bem-estar, associada a um estilo de vida mais activo;

- Ocupação dos tempos-livres dos Seniores de uma forma alegre e saudável, favorecendo os processos de sociabilização e de comunicação;

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- Restituição aos Séniores a consciência do seu corpo e a possibilidade da utilização do mesmo com eficácia, desenvolvendo a sua habilidade funcional.

Actividades Físicas Disponíveis até ao Momento: - Boccia - Danças de Salão - Hidroginástica - Iniciação à Natação - Hidrobike - Exercícios Manutenção - Técnicas de Relaxamento

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Quadro n.º 48 - Indicadores de Saúde, Ílhavo, 2005

Farmácias e postos de Enfermeiros por 1000 Médicos por 1000 Medicamentos por 1000 Consultas por habitantes habitantes habitantes habitante

1,0 2,0 0,2 3,2

Quadro n.º 49 - Centros de Saúde e suas Extensões, Ílhavo, 2005

Pessoal ao Serviço

Com Sem Pessoal de Total Internamento Internamento Extensões Total Médicos Enfermagem Outro

Quadro n.º 50 - Consultas Médicas no Centro de Saúde, segundo a especialidade, 2005

Especialidade

Medicina Geral e Total de Familiar/Clínica Planeamento Saúde Infantil e Saúde Outras Consultas Geral Familiar Pneumologia Juvenil/pediatria Materna/Obstetrícia especialidades

125545 103634 3528 326 13012 2376 1669

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ATENDIMENTO SOCIAL INTEGRADO – UMA NOVA PLATAFORMA DE PARTICIPAÇÃO E REPRESENTAÇÃO

A noção de Desenvolvimento Social, concretizada pela Cimeira de Copenhaga, no ano de 1995, reflecte o objectivo central de contribuir para a igualdade de oportunidades e garantir condições de vida dignas e condições de cidadania para todos. Esta ideia pressupõe a tomada de consciência colectiva dos problemas existentes, a mobilização dos actores sociais para a resolução dos mesmos e a promoção do desenvolvimento apoiado nas redes locais e nas forças endógenas que estas consubstanciam. A intervenção em rede constitui, assim, o motor dos processos de desenvolvimento social local.

Dentro desta abordagem de desenvolvimento social, entrou em funcionamento no passado dia 8 de Abril de 2008, o novo Serviço de Atendimento Social Integrado (ASI), uma nova resposta social operativa de intervenção e estrutura de atendimento e acompanhamento de proximidade, resultado de uma parceria institucional entre entidades públicas e privadas que actuam no domínio da intervenção Social no Município de Ílhavo.

A funcionar em instalações da Câmara Municipal de Ílhavo, o ASI permite aos munícipes tratar de assuntos diversos, contando para o efeito com o “Gestor de Processo”.

O objectivo é potenciar a criação de respostas mais adequadas aos problemas sociais, rentabilizando os recursos existentes, eliminando sobreposições de actuação e permitindo um melhor planeamento dos serviços e celeridade dos mesmos.

A filosofia subjacente a esta nova metodologia remete-nos para uma nova realidade em que cada agregado familiar ou indivíduo passa a contar com o acompanhamento e aconselhamento de uma figura, consubstanciada num “Gestor de Processo”, ou seja, um técnico da área das ciências sociais que assume um papel basilar na elaboração de diagnósticos e estratégias de intervenção.

Este espaço único de respostas, resultado de uma congregação de esforços entre as diversas entidades, potencia, assim, a criação de soluções mais adequadas aos problemas sociais rentabilizando os recursos existentes na nossa comunidade.

Para uma panorâmica geral daquela que tem sido a dinâmica do Atendimento Social Integrado, apresentam-se abaixo alguns dados estatísticos genéricos, a saber:

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Quadro n.º 51 – Marcações/Atendimentos ASI

MÊS MARCAÇÕES ATENDIMENTOS

ABRIL 108 85

MAIO 131 108

JUNHO 112 102

JULHO 204 159

AGOSTO 112 90

SETEMBRO 183 132

OUTUBRO 169 133

NOVEMBRO 159 120

O Atendimento Social Integrado, para a prossecução dos seus objectivos, conta com a disponibilidade das seguintes entidades.

EQUIPA DE EXECUÇÃO:

Câmara Municipal de Ílhavo

Centro Distrital de Aveiro do ISS, IP.

CASCI

Centro de Saúde de Ílhavo e Delegação de Saúde Pública de Ílhavo

Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo

Fundação Prior Sardo

CERCIAV

Obra da Providência

EQUIPA DE COOPERAÇÂO:

Equipa de Execução

Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo

Centro Paroquial de Assistência e Formação D. Manuel Trindade Salgueiro

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Centro Social e Paroquial da Gafanha da Encarnação

Centro Social e Paroquial N.ª Sr.ª da Nazaré

Conferência de S. Vicente Paulo de Ílhavo

Clube Stella Maris

FORMAR de Ílhavo

Grupos Cáritas Paroquial da Costa Nova, Gafanha da Encarnação, Gafanha da Nazaré, Gafanha do Carmo, Praia da Barra e Vale de Ílhavo

IEFP

Juntas de Freguesia da Gafanha da Encarnação, Gafanha da Nazaré, Gafanha do Carmo e S. Salvador

Património dos Pobres da Freguesia de Ílhavo

O Serviço de Atendimento Social Integrado funciona de 2.ª a 6.ª feira das 9h30m às 12h30m e das 14h00 às 16h30m, tratando-se aí de questões diversas, tais como:

Habitação

Desemprego

Pobreza

Alcoolismo

Toxicodependência

Violência doméstica

Apoios em alimentação, vestuário, medicação, água, energia eléctrica, etc.

Rendimento Social de Inserção/Complemento Solidário para Idosos

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DOS ESPAÇOS OCUPACIONAIS

No decorrer da intervenção realizada no âmbito do Atendimento Social Integrado, considerou- se pertinente a planificação/implementação de um espaço que favoreça a criação/manutenção de relação empática, com beneficiários abrangidos por medidas de Acção Social integrantes do Atendimento Social Integrado. A selecção dos participantes, passou pela necessidade de intervenção alternativa para indivíduos com problemáticas relacionadas com o consumo de álcool. Conscientes da existência de indivíduos com consumos crónicos de álcool que, enquanto beneficiários de intervenção individual (tanto ao nível psicológico como social), não alcançam os objectivos desejados, sugere-se uma intervenção grupal que visa a consciencialização da necessidade de auxilio efectivo para que, a (re) organização do plano de vida dos mesmo seja possível.

O formato de intervenção em grupo valoriza o poder transformador do grupo como catalisador da mudança que se mostra facilitada quando se trata de pequeno grupo, de forma a responder mais eficazmente às suas necessidades (Nicholson e tal., 2002).

Esta, como qualquer tipo de intervenção, possui potencialidades e fragilidades. No entanto, considera-se que, arrogando os objectivos inerentes, potencia resultados favoráveis. Apesar de não ser suficiente para todas as problemáticas existentes, sugere ser um recurso na promoção do desenvolvimento e na capacitação. Para além de garantir a partilha de vários discursos com probabilidade de uma maior qualidade de conhecimentos, promove a descentralização de problemáticas, assim como o estímulo de modelagem na aquisição de novas formas de relacionamento e desenvolvimento pessoal.

Os grupos foram, num primeiro momento, constituídos por 10 elementos, e num segundo por 15. Os beneficiários abrangidos são seleccionados sendo o critério o acompanhamento pelas seguintes Instituições/Entidades: Câmara Municipal de Ílhavo, CASCI, CPCJ, Protocolos de RSI da CERCIAV e Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo e Fundação Prior Sardo (instituições parceiras da Equipa de Execução do ASI).

Entidade promotora e organizadora: Equipa de Execução do Atendimento Social Integrado.

População alvo: População multiproblemática, com incidência para utentes com consumos crónicos de álcool e desempregados. Relativamente à composição dos grupos, metade dos elementos deverão apresentar problemática ao nível do consumo alcoólico e a outra metade (preferencialmente), não apresentará esta problemática, pelo menos enquanto consumo

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crónico. Esta decisão fundamenta-se no facto de se considerar que, a existência de indivíduos sem problemática poderá facilitar a consciencialização, por parte do indivíduo alcoólico, da existência de alternativas ao nível do estilo e plano de vida. Por outro lado, a existência de indivíduos sem esta problemática específica poderá funcionar como elemento de equilíbrio do grupo.

Objectivos

- Criação de relação empática com os beneficiários de forma a facilitar intervenção futura que se realizará de forma especifica e tendo em consideração características individuais e sócias especificas.

- Criação de hábitos de rotina, com estabelecimento de horários e o assumir compromissos de forma efectiva e responsável.

- Consciencialização da existência de problemática e procura proactiva de auxilio especializado.

- Criação de redes de apoio através da promoção de relações interpessoais;

- Reestruturação de redes sociais de apoio;

- Promoção de auto-estima através da valorização de auto-imagem;

- Promoção do interesse social através de actividades culturais e de cidadania;

- Promoção de hábitos de vida saudável.

Local: Fundação Prior Sardo – Casa da Remelha

Periodicidade: Uma manhã por semana

Duração: No primeiro momento - 2 meses por cada grupo, sendo que se irão constituir dois grupos (4 meses – Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro), num segundo momento, duração de 5 meses (Fevereiro a Junho de 2009).

Recursos Humanos: Um elemento pivot e presente em todas as sessões (Educadora Social afecta à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens e Educadora Social da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo. De referir que existem dois elementos pivot, sendo que cada um deles estará presente, unicamente, em cada um dos grupos.

Num segundo momento, o elemento pivot presente é uma Educadora Social em regime de voluntariado.

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Existirá ainda, para cada sessão, um elemento convidado pela Equipa de Execução do Atendimento Social Integrado que, dinamizará a sessão recorrendo a temática específica ou a actividades manuais que pretendem motivar e capacitar o participante.

Recursos materiais: Os materiais utilizados serão definidos de acordo com as necessidades de cada sessão.

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A Política Activa: O Rendimento Social de Inserção

Até 1974 não existiam em Portugal mínimos sociais garantidos como direito social. Só posteriormente a 1974 é criada a Pensão Social de base não contributiva. Pois até à data, “a protecção social era assegurada por um sistema de seguro social obrigatório desenvolvido a partir dos anos 60, que garantia apenas uma cobertura limitada a alguns trabalhadores e seus familiares”(Branco, 2001:119). Com o desenvolvimento do processo de institucionalização da rede de protecção social, criou- se em 1980 o Regime não contributivo, em 1985, o Subsídio Social de Desemprego e em 1993, Complemento Social de Reforma. Estes são os mínimos sociais que antecederam a Política do RMG.

Foi em 1994 que se deu o primeiro acto e debate público sobre o RMG em Portugal, fruto de projectos apresentados pelo PCP e pelo PS. Embora os projectos se revelassem semelhantes, apresentavam divergências na definição da Prestação Social e nas condições de acesso, no entanto, os mesmos, foram reprovados com os votos do PSD (partido do Governo) e do CDS- PP, com a fundamentação de já existirem mínimos sociais em Portugal.

De uma forma geral foi em torno destes projectos que se situou o debate do RMG.

Em 1995, a questão do RMG volta a entrar em discussão, com o aproximar das eleições legislativas, onde PS e o PS voltam apresentar os dois Projectos – Lei2. Tanto o PCP como o PC, apresentam como fundamento as questões relacionadas com o aumento dos fenómenos do desemprego e da pobreza em Portugal.

Só em Abril de 1996, o partido que entretanto ganhou o governo – PS, apresenta a proposta de Lei nº.25/VII para a criação do RMG. A 31 de Maio do mesmo ano dá-se a votação da proposta que é aceite e cria o RMG, através da Lei n º. 19-A/96 de 29 de Junho, que “institui uma prestação não contributiva de segurança social e um programa de inserção social, por forma a assegurar aos indivíduos e seus agregados familiares recursos que contribuam para a satisfação das suas necessidades mínimas e para o favorecimento de uma progressiva inserção social e profissional” (Lei n.º 19-A/96, art. 1). Inicialmente a medida, tinha um carácter experimental, sendo apenas aplicada em alguns pontos do país, através da criação de Projectos-Piloto, tendo sido a partir de 1 de Julho de 1997 generalizada.

O RMG, é um programa de combate à pobreza, permitindo reduzir as desigualdades, preservar a dignidade humana, manter a coesão social e garantir que as pessoas mais carenciadas tenham acesso a um limiar mínimo de recursos que lhes permita satisfazer as necessidades mais básicas, ao nível da saúde, educação, habitação, etc. Esta medida, assenta a sua intervenção no princípio de solidariedade social. A implementação desta

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medida traduz a crescente preocupação da sociedade, face ao fenómeno da pobreza e da exclusão.

O RMG “é uma forma inovadora de cobertura não apenas pelo seu carácter universal mas, também porque permite ultrapassar o tradicional tratamento sectorial das populações desfavorecidas (…)” (I Guerra e Hirondina, 1996:8).

No entanto, se por um lado, o RMG trouxe vantagens e aspectos positivos, por outro, é necessário analisar alguns problemas que foram decorrendo na medida. Em Outubro de 1999 foi realizada uma auditoria pelo Tribunal de Contas, a qual põe em causa a forma e a execução da medida. Segundo Francisco Branco, o “documento reacendeu as velhas polémicas e desconfianças sobre a população beneficiária da medida e sobre os efeitos de dependência que a mesma poderia suscitar” (Branco 2001:146).

Com as eleições legislativas em 2002, sobe ao poder o PSD, constatando-se no Parlamento uma maioria da direita. Assim, esta alteração partidária, teve efeitos ao nível do RMG, nomeadamente a sua designação, que passa para Rendimento Social de Inserção (RSI). Segundo o Governo esta alteração deve-se a “razões ideológicas, já que não se pretende uma garantia de um subsídio dependência mas, antes, a de um instrumento de inserção social “(DR n.º20, I série, 15/06/02, p.0776).

É desta forma, que a 21 de Maio de 2003 surge a nova Lei n.º. 13/2003, de 21 de Maio, do RSI que revoga o RMG previsto na Lei n.º. 19-A/96 de 29 de Junho. O RSI “consiste numa prestação incluída no subsistema de solidariedade e num programa de inserção social, por forma a assegurar às pessoas e seus agregados familiares recursos que contribuam para a satisfação das suas necessidades mínimas e para o favorecimento de uma progressiva inserção social, laboral e comunitária” (Lei n.º 45/2005 de 29 de Agosto art. 1º). Segundo Bagão Félix “altera-se a filosofia e as regras para se gastar melhor com quem efectivamente mais carece de apoio. E procura-se melhorar a fiscalização para distribuir com mais qualidade social”.

Em Portugal, esta prestação é alvo de grandes modificações consoante as ideologias políticas vigentes no governo.

A Lei n.º 45/2005 de 29 de Agosto procedeu à alteração da Lei n.º13/2003 de 21 de Maio, que posteriormente veio a ser modificada pelo Decreto – Lei n.º42/2006 de 23 de Fevereiro, a qual vigora actualmente. Baseada na Lei actual (Decreto – Lei n.º42/2006 de 23 de Fevereiro) podem requerer à prestação, os indivíduos e famílias em situação de grave carência económica, legalmente residentes em Portugal, que forneçam os meios de prova necessários à verificação da situação de carência económica.

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São titulares da medida, todos os indivíduos com idade igual ou superior a 18 anos, ou inferior quando possuem a cargo, ou mulheres que estejam grávidas, que sejam casadas ou vivam em união de facto há mais de um ano em situação de autonomia económica (Dec.-Lei n.º 42/2006).

As pessoas com idades compreendida entre os 18 e os 30 anos, com excepção das mulheres grávidas e pessoas que possuem menores a cargo na sua exclusiva dependência económica, devem estar inscritas no Centro de Emprego da área de residência e demonstrar disponibilidade e vontade activa para o emprego, para trabalho socialmente necessário ou para a formação profissional. Sendo dispensadas da inscrição, as que se encontrem a trabalhar e as que comprovem legalmente, não reunir condições para o trabalho: doença crónica e prolongada; apoio indispensável a um membro do agregado familiar, menores a cargo na exclusiva dependência económica e gravidez.

Ficam ainda os requerentes e respectivo agregado familiar obrigados a subscrever e prosseguir um Programa de Inserção (PI), que se traduz, num conjunto de acções estabelecidas entre o técnico (e demais parceiros) e o indivíduo e sus família, de forma a contribuir para a sua futura autonomia económica e social.

O PI, exige um acompanhamento da trajectória, pela troca de informação entre os vários técnicos que subscreveram o acordo, fazendo avaliação do desempenho, desta forma, a contratualização é feita em reunião de Núcleo Local de Inserção (NLI), na comparência de todos os parceiros, designadamente, a Saúde, a Segurança Social. Habitação Social, Educação e Emprego.

A partir deste momento, os beneficiários e os seus agregados familiares, serão acompanhados pela técnica local, no cumprimento do PI. À técnica compete fazer informações/alterações, reavaliações, dar apoio psicossocial e registar no processo familiar as potencialidades e dificuldades de cada membro do agregado familiar.

O RSI, é uma prestação de natureza pecuniária, cujo valor e indexado o montante legalmente fixado para a Pensão Social do Subsistema de Solidariedade, e varia de acordo com a composição do agregado familiar do titular da medida: “por cada indivíduo maior, até ao segundo, 100% do montante da Pensão Social; por cada indivíduo maior, a partir do terceiro, 70% do montante da Pensão Social; por cada indivíduo menor, 50% do montante da Pensão Social; por cada indivíduo menor, 60% do montante da Pensão Social, a partir do terceiro filho”. (Decreto-Lei n.º 42/2006 de 23 de Fevereiro art.8º).

Existem ainda, apoios especiais, quando existam no agregado familiar pessoas com deficiência física ou mental profundas; pessoas portadoras de doença crónica; pessoas idosas em situação de grande dependência, estes apoios podem ser de 50% do valor da pensão

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social. Segundo o Decreto – Lei n.º 42/2006 de 23 de Fevereiro os rendimentos a considerar para o cálculo da prestação devem ser a totalidade dos rendimentos dos membros do agregado familiar, independentemente da sua origem ou natureza, “no mês anterior à data de apresentação do requerimento, ou sempre que os rendimentos sejam variáveis, a média dos rendimentos auferidos nos três meses imediatamente anteriores ao do requerimento. Não são considerados no cálculo da prestação os subsídios de renda de casa, as prestações familiares e as bolsas de estudo”. Sendo que, “são considerados 80% dos rendimentos de trabalho, deduzidos os montantes referentes às contribuições obrigatórias (…)”, e 50% do valor dos rendimentos de trabalho, deduzidos os montantes referentes às contribuições obrigatórias, se o trabalho for iniciado durante a concessão da prestação. A prestação do RSI é conferida pelo período de 12 meses, renovável automaticamente, com possibilidade de alteração ou extinção por modificação das condições que determinam o reconhecimento do direito. O titular, é obrigado a comunicar, no prazo de 10 dias as alterações de circunstâncias susceptíveis de influir na constituição, modificação ou extinção daquele direito.

O RSI cessa, quando se deixem de verificar os requisitos e condições de Atribuição; pela falta de celebração do PI nos 90 dias após a sua atribuição, por razões imputáveis ao interessado, nesta situação o beneficiário ficará impedido durante 12 meses de requerer novamente o RSI; em caso de falsas declarações; pelo privação da liberdade do titular por decisão judicial condenatória e por fim pela morte do titular (Decreto-Lei n.º 42/2006 de 23 de Fevereiro).

111 Maio/2009

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RETRATO DO RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO EM ÍLHAVO

Para se retratar a realidade do Rendimento Social de Inserção no Município de Ílhavo, foram solicitados diversos indicadores ao Centro Distrital de Aveiro do ISS, IP.

Em termos dos requerimentos entrados, analisou-se a evolução desde o mês de Junho de 2008 a Março de 2009, sendo este o último mês do qual dispomos de dados passíveis de apreciação. Da análise ao conteúdo infra, verifica-se um acréscimo daquele número nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2009. Já o mês de Março de 2009, aparece-nos em termos gráficos, com um abaixamento do número de requerimentos entrados, no entanto, tal deveu- se, não a uma diminuição efectiva, mas sim a um lapso administrativo, ocorrido no Serviço Local de Ílhavo, tendo ficado ali retidos um número significativo de requerimentos.

Gráfico n.º 11 – Requerimentos de RSI Entrados

Requerimentos entrados

35

30

25

20

15

10

5

0 Jun-08 Jul-08 Ago-08 Set-08 Out-08 Nov-08 Dez-08 Jan-09 Fev-09 Mar-09

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Se se pretender uma análise aos requerimentos entrados, tendo por base a freguesia de residência, verifica-se, como seria de esperar, que as freguesias mais populosas são aquelas ns quais se registam mais requerimentos.

112 Maio/2009

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Gráfico 12 – Requerimentos Entrados Por Freguesia

Mar-09

Fev-09

Jan-09

Dez-08 Gafanha da Encarnação Nov-08 Gafanha da Nazaré Gafanha do carmo Out-08 Ílhavo (S. Salvador) Set-08

Ago-08

Jul-08

Jun-08

0 5 10 15 20 25 30

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Mais se acresce que dos 203 requerimentos entrados, entre os meses de Junho de 2008 e Março de 2009, foram 116 os deferidos, o que corresponderá a uma percentagem de 57,1% deferimentos.

No que se reporta à realidade concreta do mês de Março de 2009, é-nos possível adiantar a existência de 270 agregados familiares que se encontram a ser alvo de acompanhamento e com o consequente Plano de Inserção devidamente delineado.

113 Maio/2009

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Gráfico n.º 13 – Número de Agregados Familiares Beneficiários da Prestação de RSI

N.º de Agregados Familiares Beneficiários da Prestação de RSI (Março/09)

Ílhavo (S. Salvador)

Gafanha do Carmo

Gafanha da Nazaré

Gafanha da Encarnação

0 20 40 60 80 100 120 140

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Se pretendida uma análise à tipologia de agregados familiares beneficiários predominantes poderemos adiantar tratar-se por ordem decrescente de incidência, a nuclear com filhos, seguida dos isolados e as famílias monoparentais, sendo as restantes categorias mais residuais.

No quadro infra apresentado, e no que se reporta à dimensão dos agregados familiares beneficiários (tendo por base o mês de Março de 2009) verifica-se que os mais numerosos se encontram concentrados na freguesia de S. Salvador, ao passo que o maior número de famílias constituídas por um só indivíduo se encontram repartidas entre as freguesias de S. Salvador e da Gafanha da Nazaré. Na situação particular da Gafanha do Carmo não existem agregados familiares beneficiários constituídos por mais de 3 pessoas.

114 Maio/2009

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Gráfico 14 – Agregados Familiares Por Dimensão do Agregado Por Freguesia de Residência

Agregados Familiares por Dimensão do Agregado por Freguesia de Residência

12 pessoas

9 pessoas

8 pessaos

7 pessoas Ílhavo (S. Salvador) 6 pessoas Gafanha do Carmo

5 pessoas Gafanha da Nazaré Gafanha da Encarnação 4 pessoas

3 pessoas

2 pessoas

1 pessoa

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Dos agregados familiares que no mês em referência se encontraram a beneficiar da medida do RSI, ou seja, dos duzentos e setenta anteriormente citados, 142 destes entraram na medida com algum tipo de rendimento, ao passo que 128 não detinham qualquer tipo de proventos. S. Salvador é a única freguesia do Município em que o número de agregados familiares que entraram na medida sem qualquer tipo de rendimento é maior do que aqueles que entraram na situação inversa.

115 Maio/2009

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Gráfico 15 – Agregados Familiares Com e Sem Rendimentos

Agregados Familiares Com e Sem Rendimentos

Ílhavo (S. Salvador)

Gafanha do Carmo Famílias Com Rendimentos Gafanha da Famílias Sem Rendimentos Nazaré

Gafanha da Encarnação

0 20 40 60 80

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Relativamente ao número de beneficiários da prestação de RSI, sabe-se que o universo do Município de Ílhavo (741 beneficiários) representava 6,2% dos beneficiários do Distrito de Aveiro (11950). Daqueles 741 beneficiários registados iniciaram actividade profissional apenas 12.

A partição por género leva-nos a concluir que 52% são do sexo feminino e 48% são do sexo masculino, confirmando o fenómeno da feminização da pobreza.

116 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Gráfico 16 – Distribuição dos Beneficiários Por Sexo

Distiruição dos Beneficiários Por Sexo

48% Homens Mulheres 52%

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Atendendo à distribuição dos beneficiários por escalão etário, verifica-se que mais de 40% têm idade inferior a 18 anos, seguido pelo escalão etário dos 35 aos 39 anos, com mais de 8%, e o escalão etário dos 20 aos 24 anos, com mais de 7% de beneficiários.

Gráfico 17 – Distribuição dos Beneficiários Por Escalão Etário

Distribuição dos Beneficiários Por Escalão Etário

>=65 anos

55 a 59 anos

45 a 49 anos

35 a 39 anos

25 a 29 anos

19 anos

< 18 anos

0 50 100 150 200 250 300 350

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

117 Maio/2009

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Analisemos, agora, a evolução do número de beneficiários no Município de Ílhavo desde Junho de 2008 até Março de 2009:

Gráfico 18 – Evolução do N.º de Beneficiários por Freguesia de Residência

Evolução do Número de Beneficiários por Freguesia de Residência

450

400

350

300

250 Gafanha da Encarnação Gafanha da Nazaré 200 Gafanha do Carmo S. Salvador 150

100

50

0 Jun-08 Jul-08 Ago-08 Set-08 Out-08 Nov-08 Dez-08 Jan-09 Fev-09 Mar-09

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Veja-se no quadro abaixo a informação relativa ao valor médio da prestação pecuniária de RSI registada por freguesia:

Quadro n.º 52 - Valor Médio da Prestação Pecuniária de RSI por Freguesia

Freguesia Valor Médio da Prestação Pecuniária de RSI

Gafanha da Encarnação 172,25€

Gafanha da Nazaré 249,54€

Gafanha do Carmo 101,91€

S. Salvador 444,98€

FONTE: Sistema Estatístico da Segurança Social, Março/2009

Será de salvaguardar que a diferença registada ao nível médio das prestações pecuniárias dependerá inquestionavelmente da tipologia de agregado familiar, bem como da existência/inexistência prévia de rendimentos. De facto, em S. Salvador existe um maior número de famílias alargadas, provavelmente associadas à etnia cigana no Município.

118 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

OS PROTOCOLOS DE RSI DO MUNICÍPIO DE ÍLHAVO

Constituem objectivo primordial do subsistema de acção social, a prevenção e reparação de situações de carência e desigualdade social, bem como de dependência, disfunção ou exclusão. A inclusão e promoção comunitárias das pessoas e o desenvolvimento das suas potencialidades são outros dos vectores chave da protecção social.

Deste modo, urgia a necessidade de garantir a intervenção junto das famílias, visando a criação de condições para trajectórias de autonomia, através do seu acompanhamento efectivo, tendo em vista:

- A potencialização dos factores de protecção de cada indivíduo/família, enquanto estratégia de prevenção;

- A intervenção precoce enquanto estratégia eficaz para minorar situações de risco/perigo;

- A abordagem local/comunitária, através de iniciativas centradas na comunidade e promotoras de desenvolvimento social.

Reconhece-se, crescentemente, a importância de capacitar as famílias para um melhor desempenho das suas competências no sentido de um pleno exercício de cidadania, participativa e responsável.

Assim, com o intuito de proporcionar ganhos de eficiência, pretendeu-se instituir a possibilidade das instituições particulares de solidariedade social e/ou outras entidades que prossigam os mesmos fins participarem no desenvolvimento de acções intrínsecas à prossecução de politicas de inserção, mediante a celebração de protocolos específicos.

Perante esta politica social activa de inserção, assistiu-se à assumpção de uma maior participação e da responsabilização dos actores sociais locais relevantes e de uma efectiva participação dos beneficiários na planificação e concretização da sua inserção social, profissional e comunitária. O Estado irrompe num novo papel, mobilizador de recursos da comunidade e apostando na eficácia da intervenção local.

Cabe às instituições/organizações que celebraram protocolos desenvolverem acções no âmbito do acompanhamento de famílias vulneráveis, nomeadamente, a elaboração de informações sociais, visitas domiciliárias, diagnósticos sociais, negociação e elaboração de projectos de vida, bem como o adequado acompanhamento pedagógico.

Assim, face ao avultado número de beneficiários acompanhados no Município de Ílhavo, foi desenvolvido pelo Centro Distrital um trabalho no que se refere à implementação da

119 Maio/2009

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celebração de protocolos, conforme estabelece o artigo 37.º da Lei n.º 13/2003, de 21 de Maio, e os artigos 78.º a 80.º do Decreto-Lei n.º 283/2003, de 8 de Novembro.

Num primeiro momento os dois protocolos que surgiram em Ílhavo em 2005 foram celebrados entre o Centro Distrital e as Instituições Particulares de Solidariedade Social – CERCIAV e Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo.

Assim, para um referencial de 39 agregados familiares acompanhados por cada uma das Instituições, o desenvolvimento das acções foi assegurado por uma equipa constituída pelos seguintes elementos:

- assistente social e educador social, a tempo inteiro;

- psicólogo, a meio tempo;

- assistente administrativo, a tempo parcial.

Face à avaliação que foi realizada no decorrer dos primeiros protocolos, decidiu o órgão de tutela operar mudanças significativas. Em Dezembro de 2007 foram assinados novos protocolos cujo referencial de agregados acompanhados passou para 100 e a constituição da equipa passou a ser:

- assistente social a tempo inteiro;

- psicólogo a tempo inteiro;

- 3 auxiliares de acção directa a tempo inteiro.

Os dados que foram anteriormente espelhados para caracterizar a Medida, ou mais especificamente, os beneficiários da mesma, tiveram como fonte a base de dados do Sistema de Estatísticas da Segurança Social (SESS). No entanto, parece-nos pertinente especificar, com base nos dados referentes a Março de 2009, cedidos pelo Núcleo Local de Inserção:

Dos 270 agregados acompanhados, 132 encontravam-se sob a responsabilidade da equipa do protocolo da CERCIAV, correspondendo a 306 beneficiários e 131 agregados pela Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo, correspondendo a 426 beneficiários.

Os restantes agregados são acompanhados pela Câmara Municipal de Ílhavo e pela Instituição Particular de Solidariedade Social – Lar do Divino Salvador.

120 Maio/2009

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Quadro n.º 53 – Famílias em Acompanhamento na Medida de RSI pelas Instituições do Protocolo (CERCIAV e Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo)

CERCIAV SCMI

N.º de Famílias N.º de N.º de Famílias N.º de Acompanhadas Beneficiários Acompanhadas Beneficiários

132 306 131 426

FONTE: NLI de Ílhavo (Março/09)

121 Maio/2009

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INSTITUIÇÕES PARTICULARES DE SOLIDARIEDADE SOCIAL DO CONCELHO DE ÍLHAVO

Seguidamente apresenta-se aquela que é a realidade do Município de Ílhavo, no que se reporta às Instituições, Respostas Sociais prestadas, número efectivo de utilizadores e listas de espera existentes.

Cumpre-nos realizar a ressalva de que os dados recolhidos dizem respeito ao mês de Setembro de 2008, uma vez que, para um vasto número de respostas sociais, o início do ano lectivo se apresentou como o melhor momento para a recolha e cruzamento de dados.

CENTRO DE ACÇÃO SOCIAL DO CONCELHO DE ÍLHAVO

RESPOSTA SOCIAL CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE ESPERA OBS. UTILIZADORES

Creche 49 49 26

Pré-escolar 69 69 10

ATL 120 120 0

Lar Residencial 32 32 19

Lar de Idosos 53 53 41

Centro de Dia 15 12 1

Centro Comunitário

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

Praia da Barra

RESPOSTA CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE OBS. SOCIAL UTILIZADORES ESPERA

Creche 30 30 28

Pré-escolar 66 66 0

ATL 40 40 0

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

122 Maio/2009

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Costa Nova

RESPOSTA SOCIAL CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE OBS. UTILIZADORES ESPERA

Creche 35 35 8

Pré-escolar 70 70 0

ATL 80 80 0

CAO 50 50 13

Formação 45 45 11 Profissional

Emprego Protegido 39 39 10

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL N.ª SR.ª DA NAZARÉ

RESPOSTA SOCIAL CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE ESPERA OBS. UTILIZADORES

Lar de Idosos 67 67 23

Centro de Dia 20 20 0

Serviço de Apoio 35 35 0 Domiciliário

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

CENTRO PAROQUIAL DE ASSISTÊNCIA E FORMAÇÃO D. MANUEL TRINDADE SALGUEIRO

RESPOSTA CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE OBS. SOCIAL UTILIZADORES ESPERA

Creche 42 44 26

Pré-escolar 66 66 5

123 Maio/2009

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CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL DA GAFANHA DA ENCARNAÇÃO

RESPOSTA CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE OBS. SOCIAL UTILIZADORES ESPERA

Creche 40 57 12

Pré-escolar 60 49 0

ATL 30 48 0

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

OBRA DA PROVIDÊNCIA

RESPOSTA SOCIAL CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE OBS. UTILIZADORES ESPERA

Creche 40 42 32

Pré-escolar 44 46 4

Atelier Sénior _ 20 Sem Acordo com o Centro Distrital de Aveiro, do ISS, IP.

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

PATRIMÓNIO DOS POBRES DA FREGUESIA DE ÍLHAVO

RESPOSTA SOCIAL CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE OBS. UTILIZADORES ESPERA

Lar de Menores 30 26 8

Lar de Idosos 54 60 28

Casa Abrigo 40 22 15

Centro de Dia _ 20 0 Sem Acordo com o Centro Distrital de Aveiro, do ISS,

124 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

IP.

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE ÍLHAVO

RESPOSTA SOCIAL CAPACIDADE N.º EFECTIVO DE LISTA DE OBS. UTILIZADORES ESPERA

Creche da Lagoa 30 40 32

Pré-escolar 44 44 3

Espaço Sénior 10 6 Sem Acordo com o Centro Distrital de Aveiro, do ISS, IP.

Creche 42 47 9

Creche Familiar* 92* 72* 7

Pré-escolar 60 63 0

Pré-escolar (Gafanha 44 47 0 Nazaré)

Serviço de Apoio 90 112 12 Domiciliário

Apoio Domiciliário 10 10 0 Integrado

Protocolo de RSI 100 130

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

* A Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo tem Acordo para 23 amas, sendo que, actualmente, dispõe de apenas 18, o que perfaz as 72 crianças. Desta feita, esta resposta social, para o número actual de amas, encontra-se lotada.

125 Maio/2009

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FUNDAÇÃO PRIOR SARDO

RESPOSTA SOCIAL OBS.

Atendimento/Acompanhamento Tratando-se de Acordo Atípico, não há limite quanto ao número de beneficiários a acompanhar

Desenvolvimento de Programa de A Instituição encontra-se a executar dois Projectos na área da Respostas Integradas Prevenção e outro na da Reinserção no âmbito do Programa de Respostas Integradas

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

ASSOCIAÇÃO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL DA GAFANHA DO CARMO

RESPOSTA N.º EFECTIVO DE OBS. SOCIAL UTILIZADORES

ATL 40 (n.º médio) Sem Acordo com o Centro Distrital de Aveiro, do ISS, IP. Proporciona um serviço complementar ao oferecido pela pré-pública, assegurando a recepção das crianças de manhã, a sua ocupação até á chegada dos responsáveis e o almoço

Acção Social Sem Acordo com o Centro Distrital de Aveiro, do ISS, IP. A IPSS tem Técnica de Serviço Social, duas vezes por semana que atende e orienta/encaminha alguns agregados, nomeadamente, os idosos.

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

FUNDAÇÃO CESDA – CENTRO SOCIAL DO DISTRITO DE AVEIRO

RESPOSTA CAPACIDADE/TURNO OBS. SOCIAL

Colónia de 30 Colónias de férias para idosos autónomos e não Férias dependentes

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

126 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

A Colónia de Férias da Barra, acolhe idosos autónomos, não dependentes, residentes em Lares de Idosos, Centros de Dia e, eventualmente, outros idosos da comunidade. O programa é constituído por turnos com duração de 8 dias (7 noites), a funcionar nos meses de Abril a Novembro na Praia da Barra.

CLUBE STELLA MARIS

É um Clube da Obra do Apostolado do Mar, sedeado na Gafanha da Nazaré, criado para congregar e apoiar os “homens do mar” e suas famílias.

Recebe diariamente cerca de 10 a 12 utentes idosos do sexo masculino que, sem qualquer custo, passam parte do seu tempo com jogos de “tabuleiro e cartas”. A IPSS é constituída por um conjunto de espaços amplos, assim como 19 quartos com 2 camas, cinco suites compostas por dois quartos com duas camas/cada e uma no hall e três para receber grupos de 15 pessoas/cada.

A IPSS tem ainda um café aberto à população e proporciona refeições.

CENTRO SOCIAL E DE PROMOÇÃO MARIA MÃE DA IGREJA

Esta IPSS não tem qualquer Acordo com o Centro Distrital de Aveiro do ISS, IP., oferecendo respostas de cariz religioso. No entanto, tem demonstrado vontade de proporcionar à população respostas sociais prementes sentidas pela mesma.

CENTRO SOCIAL PADRE JOSÉ KENTNICH

Trata-se de IPSS sem Acordo com o Centro Distrital de Aveiro do ISS, IP que oferece serviços de cariz religioso e que visa alargar a sua acção na área da infância.

ASSOCIAÇÃO AQUÉM RENASCE

A Associação "Aquém Renasce" iniciou funções em 7 de Outubro de 2004, na Gafanha d' Aquém, no apoio a pessoas com mais de 65 anos de idade e tem como

127 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

âmbito geográfico de acção a freguesia de S. Salvador, Concelho de Ílhavo. As actividades desenvolvidas prendem-se sobretudo com a ocupação de tempos livres com actividades lúdicas, confecção de bordados e outros trabalhos artesanais, bem como passeios e visitas culturais e recreativas.

COOPERATIVA PARA A EDUCAÇÃO E REABILITAÇÃO DOS CIDADÃOS INADAPTADOS DE AVEIRO (CERCIAV)

RESPOSTA SOCIAL CAPACIDADE N.º EFECTIVO LISTA DE DE ESPERA UTILIZADORES

Centro de Actividades Ocupacionais 50 68 6

Centro de Reabilitação Profissional 60 50 0

Serviço Domiciliário de Apoio às 25 40 0 Famílias

Protocolo RSI 100 130

FONTE: Dados cedidos pela Instituição, Setembro/2008

Neste capítulo específico, parece-nos importante a referência a outras entidades que, não obstante não deterem cariz de IPSS’s, dão um contributo imprescindível e complementar no cumprimento de respostas tais como as componentes de refeição e ATL: as Associações de Pais.

No nosso Município podemos elencar as seguintes:

Associação de Pais e Encarregados de Educação do Jardim de Infância e EB1 da Gafanha d’Aquem

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 da Cale da Vila

Associação de Pais e Encarregados de Educação do Jardim de Infância da Cale da Vila

Associação de Pais e Encarregados de Educação da Escola N.º 2 do 1.º Ciclo do Ensino Básico e Jardim de Infância da Cambeia

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 da Gafanha da Nazaré N.º 3 (Marinha Velha)

Associação de Pais da EB1 Farol da Barra

128 Maio/2009

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Associação de Pais do Jardim de Infância da Chave

Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos da Colónia Agrícola

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 da Senhora do Pranto e Jardim de Infância de Ílhavo

Associação de Pais e Encarregados de Educação dos Alunos da EB1 da Coutada

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 da Ermida

Associação de Pais da Escola do 1.º Ciclo de Vale de Ílhavo

Associação de Pais da EB1 de Ílhavo

Associação de Pais da EB1 e Jardim de Infância da Chousa Velha

Associação de Pais da EB1, Jardim de Infância e ATL da Légua

Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1 da Chave

Associação de Pais e Encarregados de Educação do Jardim de Infância da Remelha

129 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

DAS LISTAS DE ESPERA

Neste capítulo, faz-se a mesma ressalva já apresentada anteriormente, no que se reporta ao período temporal de recolha de dados, ou seja, os dados recolhidos reportam-se ao mês de Setembro de 2008, uma vez que, para um vasto número de respostas sociais, o início do ano lectivo se apresentou como o melhor momento para a recolha e cruzamento de dados.

Realizado o cruzamento das listas de espera nominais das diversas respostas sociais existentes no Município, chegou-se ao seguinte levantamento:

Quadro n.º 54 – N.º de Utentes em Lista de Espera nas Diversas Respostas Sociais

RESPOSTA SOCIAL N.º DE UTENTES EM ESPERA

Creche 153

Pré-Escolar 19

ATL 0

Serviço de Apoio Domiciliário 12

Centro de Dia 1

Lar de Idosos 85

Lar Residencial 19

CAO 13

Fonte: Dados cedidos pelas IPSS’s, Setembro/2008

Com este levantamento é-nos possível adiantar, para o presente momento, as respostas sociais com maior carência e, porquanto, mais prioritárias.

Da discussão tida e, além das respostas sociais acima citadas, foram referidos problemas aos seguintes níveis:

- Inexistência de refeitório/cantina social (código 3105) – resposta social, desenvolvida em equipamento, destinada ao fornecimento de refeições, em especial a indivíduos economicamente desfavorecidos, podendo integrar outras actividades, nomeadamente de higiene pessoal e tratamento de roupas.

130 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

- Inexistência de Centro de Acolhimento Temporário (código 3108) – resposta social, desenvolvida em equipamento, que visa o acolhimento, por um período de tempo limitado, de pessoas adultas em situação de carência, tendo em vista o encaminhamento para a resposta social mais adequada.

- Carência de repostas sociais que salvaguardem a permanência das crianças no decurso do mês de Agosto, não obstante a existência de alguns serviços que colmatam algumas das carências sentidas, nomeadamente, as Associações de Pais, o Programa Municipal de Ocupação de Tempos Livres e o Programa Municipal Férias Divertidas.

Com esta elencagem não se defende a construção de novos equipamentos, mas sim a potencialização de algumas infra-estruturas existentes, com potencial e possivelmente subaproveitadas, e que poderão contribuir para a prossecução dos objectivos a que se propõem aquelas respostas.

131 Maio/2009

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DEFICIÊNCIA

A deficiência no Município de Ílhavo, tem como referência duas instituições basilares, o CASCI e a CERCIAV, que desde a sua fundação procuram dar resposta a estes cidadãos, dinamizando um trabalho de intervenção global e contínuo, não apenas centrado no indivíduo e no agora, mas nas potencialidades do sistema onde estão inseridas.

A preocupação com as Pessoas portadoras de deficiência motivou a construção de infra- estruturas de apoio para a integração das mesmas, desde a primeira infância até à idade adulta. O reconhecimento da importância destes serviços e a necessidade sentida pelas famílias de entidades que cobrissem todo o ciclo vital destas Pessoas, tornou-se crucial para o bem-estar e qualidade de vida da comunidade em geral.

Com a introdução dos conceitos de educação, reabilitação, integração, e normalização, houve um conhecimento cada vez maior das reais capacidades e potencialidades dessas Pessoas.

No actual contexto social e económico, a intervenção a nível local é fulcral no complemento dos poderes públicos contra a discriminação dos cidadãos portadores de deficiência, na sua integração familiar, social e profissional.

No Município de Ílhavo, como em muitos dos Municípios do país, esta população não se encontra totalmente identificada, embora, devido à preocupação crescente com a sua qualidade de vida se torna cada vez mais pertinente abordar esta problemática. Constatamos assim que são parcos os estudos sistematizados nesta área, dispondo apenas dos dados do Centro Distrital de Aveiro, relativamente à população adulta maior de 16 anos com deficiência, que indica que existem 841 cidadãos no Município de Ílhavo com estas características.

Direccionada a esta problemática, o Município dispõe de várias respostas sociais, abrangendo todas as faixas etárias, diferentes tipologias da deficiência e dando respostas, não só a nível municipal, mas também aos Municípios contíguos.

Assim, existem no Município as seguintes respostas sociais, as quais permitem efectivar projectos de vida dirigidos a estes cidadãos:

- Centro de Educação Integrada e Ensino Especial, que dá resposta a crianças e jovens dos 6 aos 18 anos no sentido de uma educação inclusiva;

- Formação Profissional, que tem em funcionamento cursos em áreas que se coadunam com o tecido industrial local, dirigidas a jovens com mais de 16 anos;

132 Maio/2009

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- Centro de Emprego Protegido, dirigida a jovens e adultos, sendo reconhecido os direitos, deveres e garantias inerentes aos trabalhadores em regime normal de trabalho.

- Centro de Actividades Ocupacionais, dirigido igualmente à população com mais de 16 anos, com objectivo de desenvolver as competências pessoais, sociais e profissionais, com vista a sua integração e inclusão social;

- Lar Residencial, vocacionado para o acolhimento residencial de jovens e adultos com mais de 16 anos, que regra geral não tem qualquer rede familiar de suporte.

- Apoio à Educação Inclusiva, para além da escolarização dos alunos com necessidades educativas especiais, de carácter permanente, o Centro de Educação Integrada e Ensino Especial promove projectos de parceria com os agrupamentos de escolas locais – Projectos CRIAR – numa perspectiva de sinergia e rentabilização dos recursos, humanos e materiais, da Comunidade Educativa (Portaria n.º 1102/97, art.1º). Estes projectos destinam-se ao apoio dos alunos abrangidos pelo Decreto-Lei n.º 3/2008 (Alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente).

A informação abaixo exposta diz unicamente respeito à realidade do CASCI.

Neste momento, o CASCI tem protocolos com os Agrupamentos de escolas de Ílhavo, Gafanha da Nazaré e Gafanha da Encarnação; e presta serviços a 42 crianças e jovens entre os 6 e os 14 anos, não referenciadas em qualquer outro tipo de apoio, ao nível do Acompanhamento psicológico, Terapia da fala e Avaliação especializada.

133 Maio/2009

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Gráfico 19 – Apoio à Educação Inclusiva Por Agrupamentos

Apoio à Educação Inclusiva por Agrupamentos

11 12 10

10 8 Masculino 8 5 Feminino 6 4

4 2 2

0 23 6 13

Ílhavo Gaf. Nazaré Gaf. Encarnação

FONTE: CASCI

134 Maio/2009

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Caracterização da População Deficiente Integrada no Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo

Através dos diagramas abaixo apresentados, pretendemos descrever a população portadora de deficiência integrada nos diversos recursos existentes que se reporta ao ano corrente e posteriormente caracterizar também a população que se encontra em lista de espera.

O CASCI totaliza actualmente 197 Pessoas portadoras de deficiência.

Gráfico 20 – Distribuição da População Alvo Por Resposta Social

Distribuição da População Alvo por Resposta Social

32 50

29

45 41

Centro de Actividades Ocupacionais Formação Profissional Centro de Emprego Protegido Educação Integrada e Ensino Especial Lar Residencial

FONTE: CASCI

135 Maio/2009

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Gráfico 21 – Distribuição da População Alvo Por Área de Residência

Distribuição da População Alvo por área de Residencia

S.Salvador 87

Gaf. Nazaré 26

21 Gaf. Encarnação

63 Outros

0 20 40 60 80 100

FONTE: CASCI

No campo “outros” incluem-se cidadãos dos concelhos de Vagos e Aveiro.

Gráfico 22 – Distribuição da População Alvo Por Sexo e Idade

Distribuição da população Alvo por Sexo e Idade

25 23

20 18 18 17 17 M asculino 15 13 12 13 12 10 Feminino 9 8 10 7 7 5 4 5 3 1

0 8 11 35 24 22 36 23 17 11 5 a 10 11 a 15 16 a 20 21 a 25 26 a 30 31 a 35 36 a 40 41 a 45 + de 45

FONTE: CASCI

136 Maio/2009

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Gráfico 23 – Distribuição da População Alvo Por Tipo de Deficiência

Distribuição da População Alvo por Tipo de Deficiência

Intelectual 65% Psicológica

Musculo-esqueléctica

Auditiva 17% Visual

12% Funções Gerais 1%1% 4%

FONTE: CASCI

137 Maio/2009

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Listas de Espera nas Respostas Sociais Dirigidas à Deficiência

Em termos de listas espera, as instituições locais apresentam uma situação extremamente alarmante, uma vez que, existe um elevado número de jovens e adultos com deficiências graves e severas. Em geral, trata-se de Pessoas sem suporte familiar adequado, com díades parentais excessivamente envelhecidas e sistemas fraternais pouco motivados, que depois de anos de reabilitação e intervenção diferenciada, continuam a necessitar de estruturas de apoio especializadas, as quais, são manifestamente insuficientes na comunidade local.

Para fundamentar esta realidade social, apresentamos as reais listas de espera, para as diferentes respostas sociais que totalizam 84 cidadãos.

Gráfico 24 – Lista de Espera do CASCI nas Respostas Sociais Dirigidas à Deficiência

Lista de Espera

19 Lar Residencial

Centro de 22 Actividades Ocupacionais*

CEP e Formação 43 Profissional

0 10 20 30 40 50

FONTE: CASCI

* Cinco pessoas resultam da exclusão, por atingir a idade máxima para frequentar o Centro de Educação Integrada e Ensino Especial

Com base no total de Pessoas que são encaminhadas pelos diversos serviços, entidades de referência e outras instituições de Solidariedade Social, para o CASCI e CERCIAV, é possível apresentar os diagramas seguintes, onde se torna evidente a premência destas respostas sociais especializadas.

138 Maio/2009

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Gráfico 25 – Entidades Sinalizadoras das Situações

Proveniência

Tribunais 9 CPCJ 4 Iniciativa Própria 3 IPSS 7 Rendimento Social Inserção 4 Centro Hospitalares 5 Segurança Social 10 Centos de Emprego 10 Estabelecimentos Ensino 51 Familiares 80 93 CASCI

0 20 40 60 80 100

FONTE: CASCI

Gráfico 26 – Motivo de Sinalização

Motivo de Solicitação

11%

32% 15%

21% 21%

Risco Social Ausência de Rede Familiar Manutenção de Competencias

Desemprego Integração em Ensino Especial

FONTE: CASCI

Identificamos assim, esta problemática como uma necessidade de prioridade elevada, pela inexistência de capacidade das respostas locais. Além disso, face às limitações características

139 Maio/2009

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desta população, temos consciência que o regresso destas Pessoas às famílias de origem (quando estas existam), irá claramente provocar desequilíbrios sociais, psicológicos e económicos graves na nossa comunidade. Outro dos constrangimentos evidentes resulta da escassez de apoio na integração no mundo activo e na socialização.

Apenas com o alargamento e ou criação de respostas sociais dirigidas à deficiência, se torna possível a inclusão de todos numa sociedade activa e solidária.

Quadro n.º 55 - População Residente Deficiente, Segundo o Tipo de Deficiência e Sexo

Paralisia Outra Total Auditiva Visual Motora Mental Cerebral Deficiência Zona Geográfica HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM H Ílhavo 1879 1028 205 112 387 199 562 334 273 150 60 37 392 196 Gafanha do Carmo 126 64 13 7 40 16 35 23 21 10 _ _ 17 8 Gafanha da Encarnação 230 132 23 15 49 27 71 38 39 21 11 9 37 22 Gafanha da Nazaré 679 377 86 48 125 64 208 124 106 59 22 14 132 68 S. Salvador 844 455 83 42 173 92 248 149 107 60 27 14 206 98

FONTE: INE, Censos 2001

140 Maio/2009

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Gráfico n.º 27 – População Residente Deficiente, Segundo o Tipo de Deficiência

População Residente Deficiente, Segundo o Tipo de Deficiência

Auditiva 21% 11% Visual 3% 21% Motora 14% 30% Mental Paralisia Cerebral Outra Deficiência

FONTE: INE, Censos 2001

141 Maio/2009

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Quadro n.º 56 - População Residente Deficiente, Segundo o Tipo de Deficiência e Sexo, Por Grau de Incapacidade Atribuído

Paralisia Outra Total Auditiva Visual Motora Mental Cerebral Deficiência Zona Geográfica HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM H Ílhavo 1879 1028 205 112 387 199 562 334 273 150 60 37 392 196 Sem grau atribuído 1070 555 153 80 286 149 265 135 142 73 27 18 197 100 Inferior a 30% 169 105 17 12 23 14 58 41 26 12 2 1 43 25 DE 30 a 59% 144 81 9 5 22 11 50 29 31 19 _ _ 32 17 De 60 a 80% 265 156 13 5 33 16 117 87 31 18 6 5 65 25 Superior a 80% 231 131 13 10 23 9 72 42 43 28 25 13 55 29 Gafanha do Carmo 126 64 13 7 40 16 35 23 21 10 _ _ 17 8 Sem grau atribuído 75 31 9 4 27 9 17 9 13 5 _ _ 9 4 Inferior a 30% 16 10 2 2 6 3 5 4 _ _ _ _ 3 1 DE 30 a 59% 6 2 1 _ 3 1 1 1 1 _ _ _ _ _ De 60 a 80% 15 10 _ _ 4 3 8 6 1 _ _ _ 2 1 Superior a 80% 14 11 1 1 _ _ 4 3 6 5 _ _ 3 2 Gafanha da Encarnação 230 132 23 15 49 27 71 38 39 21 11 9 37 22 Sem grau atribuído 141 79 16 10 38 19 44 22 15 6 6 5 22 17 Inferior a 30% 26 17 4 3 4 3 6 5 7 4 1 1 4 1 DE 30 a 59% 15 11 _ _ 2 2 7 4 4 4 _ _ 2 1 De 60 a 80% 22 12 _ _ 3 1 9 5 7 5 _ _ 3 1 Superior a 80% 26 13 3 2 2 2 5 2 6 2 4 3 6 2 Gafanha da Nazaré 679 377 86 48 125 64 208 124 106 59 22 14 132 68 Sem grau atribuído 357 184 67 38 89 47 85 41 48 22 6 4 62 32 Inferior a 30% 61 34 5 1 7 4 20 12 14 6 _ _ 15 11 De 30 a 59% 65 41 6 5 10 6 25 16 16 11 _ _ 8 3 De 60 a 80% 94 62 3 _ 12 5 43 36 9 6 3 3 24 12 Superior a 80% 102 56 5 4 7 2 35 19 19 14 13 7 23 10 S. Salvador 844 455 83 42 173 92 248 149 107 60 27 14 206 98 Sem grau atribuído 497 261 61 28 132 74 119 63 66 40 15 9 104 47 Inferior a 30% 66 44 6 6 6 4 27 20 5 2 1 _ 21 12 De 30 a 59% 58 27 2 _ 7 2 17 8 10 4 _ _ 22 13 De 60 a 80% 134 72 10 5 14 7 57 40 14 7 3 2 36 11 Superior a 80% 89 51 4 3 14 5 28 18 12 7 8 3 23 15

FONTE: INE, Censos 2001

142 Maio/2009

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NOVAS RESPOSTAS SOCIAIS/ALARGAMENTO DAS JÁ EXISTENTES

No seguimento de uma intervenção forte e permanente, devidamente integrada e articulada, da administração central, do poder local e das IPSS’s, encontramos em Ílhavo importantes investimentos ao nível da implementação/alargamento de novas respostas sociais que irão contribuir, indubitavelmente, para uma melhoria da prestação de cuidados e serviços aos cidadãos.

- Centro Comunitário da Gafanha do Carmo, da Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo. A infra-estrutura com capacidade para 21 utentes em Lar, 21 utentes em Centro de Dia e, ainda, 25 em Serviço de Apoio Domiciliário

- Hospital de Cuidados Continuados, da Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo. O objectivo desta importante obra será a construção de raíz de um edifício constituído por três pisos que contará com 55 camas, gabinetes médicos e de enfermagem, salas de estar e de convívio, cozinha, refeitório, para além de outras estruturas, de uma área considerável para Medicina Física e Reabilitação composta por Gabinete Médico, Gabinete Técnico de Diagnóstico e Terapêutico, Terapia Ocupacional, Terapia da Fala, Psicoterapia, Hidroterapia, Mecanoterapia, Electroterapia e Cinesioterapia.

- Remodelação e ampliação do Lar de S. José, do Património dos Pobres da Freguesia de Ílhavo. O projecto de ampliação é constituído por dois blocos (A e B) com dois pisos. No piso inferior (Bloco A), encontra-se o refeitório e a sala de convívio. O piso superior conta com 8 quartos duplos com casa de banho, sala de apoio e casas-de-banho comuns. O bloco B é constituído por 18 quartos, duplos e individuais, com casa de banho, duas salas de estar e outras casas-de-banho comuns.

- Alargamento da resposta social “Creche” da Obra da Providência. O objectivo da ampliação é o alargamento do número efectivo de utilizadores da resposta social “Creche” de 40 para 66 lugares.

- Gestão de equipamento de “Creche” pela Fundação Prior Sardo. A Fundação Prior Sardo, a partir do próximo mês de Setembro de 2009, irá gerir um equipamento de “creche”, na freguesia da Gafanha da Nazaré, nas instalações do antigo ATL “Sub-12” transformando-o em estabelecimento sem fins lucrativos, com capacidade para 23 utentes.

- Candidatura apresentada pelo CASCI para alargamento da Resposta Social Lar Residencial para pessoas portadoras de deficiência;

143 Maio/2009

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- Candidatura apresentada pelo Centro Social e Paroquial da Gafanha da Nazaré para construção de um novo equipamento social com capacidade de resposta nas áreas de Lar de Idosos (60 camas), Centro de Dia (30 utentes) e Apoio Domiciliário (60 utentes);

- Candidatura da Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo para alargamento da reposta de Lar de Idosos em mais 6 camas.

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Abaixo apresentam-se as Taxas de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais, referentes a Janeiro de 2009, dados estes cedidos pelo Centro Distrital de Aveiro, do ISS, IP.:

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Quadro n.º 57 - Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais (Jan 2009):

INFÂNCIA E JUVENTUDE População por faixa etária 1. Primeira e Segunda Infância 2. Act.T. Livres(ATL) 3. Menores Priv. Meio Familiar

Creche Pop 0-3 Pop 3-6 Pop 6-12 Pop 12-14 POP 0-14 Creche Pré-Escolar Act.T.Livres Taxa de Cobertura

Familiar Cent. Férias Infância e Centro e Jovens Ac.Temp. Centro de Aloj.Temp. Juventude Concelho Lar Crianças Águeda 1487 1448 3146 1708 7789 4,0% 39,9% 97,3% 21,3% 39,8% Albergaria-A-Velha 836 815 1677 834 4162 0,0% 38,3% 86,4% 12,7% 32,3% Anadia 887 883 1806 1023 4599 0,0% 51,3% 85,3% 19,3% 38,1% Arouca 846 838 1724 983 4391 0,0% 6,5% 57,0% 3,7% 14,4% Aveiro 2351 2314 4770 2464 11899 3,2% 40,9% 89,6% 16,2% 36,1% 658 666 1310 700 3334 0,0% 17,8% 86,6% 16,9% 31,0% Espinho 947 961 2120 1106 5134 0,0% 22,7% 91,3% 1,5% 22,2% Estarreja 863 950 1853 1003 4669 0,0% 29,7% 78,6% 10,2% 27,7% Ílhavo 1360 1272 2510 1318 6460 6,8% 22,6% 79,6% 6,0% 25,4% Mealhada 624 585 1294 645 3148 0,0% 35,3% 95,2% 34,0% 45,6% Murtosa 318 331 671 334 1654 0,0% 25,2% 93,7% 3,0% 25,4% Oliveira de Azeméis 2326 2364 4842 2666 12198 0,0% 27,3% 72,1% 9,1% 24,8% Oliveira do Bairro 712 658 1326 656 3352 0,0% 46,8% 89,4% 19,7% 39,1% Ovar 2077 1989 3969 1965 10000 1,7% 25,2% 77,0% 4,9% 23,8% 5037 4940 9891 5160 25028 1,4% 22,9% 77,8% 8,5% 25,3% S. João da Madeira 717 714 1444 781 3656 0,0% 41,1% 115,1% 29,7% 48,6% Sever-do-Vouga 390 385 811 476 2062 0,0% 28,2% 84,4% 21,0% 34,2% Vagos 700 727 1560 865 3852 0,0% 54,0% 79,9% 13,4% 33,3% 691 714 1648 878 3931 0,0% 20,3% 86,6% 2,8% 21,1%

Distrito 23827 23554 48372 25565 121318 1,4% 30,0% 81,9% 11,8% 29,5% Fonte: CdistAveiro/UDS/NRS, 2009

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Quadro n.º 58 - Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais (Jan 2009):

Serviços e Equipamentos para População Adulta com Deficiência > 16 Def. Taxa de Cobertura Motora Apoio em Apoio em Apoio Serviço População Adulta Mental Lar de Lar Regime Regime CAO Ocupac. Apoio com Deficiência Paralisia Apoio Residencial Amb. Domic. Domic. Domiciliário Concelho Águeda 997 7,0% 1,4% 2,0% 10,4% Albergaria-A-Velha 690 2,2% 1,7% 2,2% 6,1% Anadia 880 4,5% 3,6% 2,3% 10,5% Arouca 672 8,9% 2,7% 0,0% 11,6% Aveiro 1566 8,9% 2,4% 1,6% 13,0% Castelo de Paiva 401 3,7% 0,0% 0,0% 3,7% Espinho 704 7,8% 0,0% 0,0% 7,8% Estarreja 720 5,6% 0,0% 0,0% 5,6% Ílhavo 841 5,9% 3,8% 0,0% 9,8% Mealhada 541 5,5% 2,8% 0,0% 8,3% Murtosa 248 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% Oliveira de Azeméis 1437 3,3% 0,0% 0,0% 3,3% Oliveira do Bairro 566 1,8% 0,0% 0,0% 1,8% Ovar 1253 4,8% 0,5% 0,0% 5,3% Santa Maria da Feira 2350 3,8% 0,5% 1,3% 5,6% S. João da Madeira 343 8,7% 2,3% 0,0% 11,1% Sever-do-Vouga 359 8,4% 4,5% 1,9% 14,8% Vagos 636 2,4% 2,2% 0,0% 4,6% Vale de Cambra 614 3,3% 0,0% 0,0% 3,3% Distrito 15818 5,2% 1,4% 0,8% 7,3% Fonte: CdistAveiro/UDS/NRS, Janeiro 2009

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Quadro n.º 59 - Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais (Jan 2009):

POPULAÇÃO IDOSA Taxa de Pop +65 Centro Centro Centro Lar para Residência Serv. Ap. Cobert. de ADI UAI Convívio de Dia Idosos Idosos Domic. Pop. com Concelho Férias +65 Águeda 7579 2,1% 3,6% 3,9% 4,5% 14,1% Albergaria-A-Velha 3728 2,5% 2,7% 2,3% 5,8% 13,3% Anadia 6066 0,0% 5,9% 4,6% 6,1% 16,6% Arouca 3915 0,0% 0,0% 2,3% 1,1% 3,4% Aveiro 10581 0,6% 2,1% 2,2% 3,6% 8,5% Castelo de Paiva 2257 0,7% 1,3% 3,7% 5,7% 11,4% Espinho 4891 0,5% 2,1% 3,2% 2,7% 8,5% Estarreja 4696 0,3% 2,1% 4,1% 2,3% 8,9% Ílhavo 4915 0,0% 0,7% 4,0% 2,5% 7,2% Mealhada 3750 0,7% 6,5% 4,3% 5,3% 16,8% Murtosa 1900 0,0% 1,6% 4,1% 4,5% 10,2% Oliveira de Azeméis 9326 0,0% 3,2% 2,5% 4,1% 9,8% Oliveira do Bairro 3959 0,6% 3,9% 4,1% 3,6% 12,3% Ovar 6836 0,8% 2,4% 3,2% 4,2% 10,6% Santa Maria da Feira 15032 0,2% 4,0% 1,4% 4,6% 10,3% S. João da Madeira 2556 0,6% 1,2% 3,5% 1,4% 6,7% Sever-do-Vouga 2497 0,8% 3,0% 2,0% 3,5% 9,3% Vagos 3480 0,0% 2,5% 4,8% 8,5% 15,8% Vale de Cambra 4039 0,9% 2,2% 3,0% 6,8% 12,9% Distrito 102003 0,6% 2,9% 3,0% 4,3% 10,8% Fonte: CdistAveiro/UDS/NRS, 2009

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Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

A IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE RESPOSTAS INTEGRADAS DO TERRITÓRIO DE ÍLHAVO

À problemática das toxicodependências foi feita referência no capítulo temático dedicado à área da Saúde, não obstante, foi do entendimento geral a importância de escalpelizar, ainda que de forma sucinta, a realidade dos dois projectos – dos Eixos da Prevenção e da Reinserção - que se encontram a ser implementados, fazendo uma abordagem aos objectivos e às acções propostos.

Efectivamente, o diagnóstico territorial do Município de Ílhavo, realizado pelo CRI, permitiu identificar objectivamente todo um conjunto de problemáticas/necessidades, assim como os grupos-alvo e as respostas, que se encontram ao dispor na comunidade. Veio-se a constatar que as entidades implicadas na intervenção respondiam de forma insuficiente, e como tal, não reforçando uma articulação interinstitucional estreita nos variados contextos identificados, como sendo passíveis de intervenção. Neste sentido, e numa tentativa de colmatar essa lacuna evidente, surge o PORI (portaria n.º 131 de 13 de Fevereiro).

O PORI (Plano Operacional de Respostas Integradas), assume uma base transversal e global, com um plano de acção territorial que integra respostas transdisciplinares, que decorre dos resultados do diagnóstico do território. A realidade de Ílhavo foi sinalizada como prioritária.

Dadas as respostas para a toxidodependência (nos eixos da Prevenção e da Reinserção) terem sido consideradas insuficientes, a Fundação Prior Sardo deu seguimento à candidatura ao PRI (Programa de Respostas Integradas) do território de Ílhavo, tendo sido a mesma aprovada pela entidade promotora – IDT (Instituto da Droga e da Toxicodependência). Assim, encontram-se neste momento implementados no território os dois projectos: “previne.tua.vida” e “segue.com.vida”, Prevenção e Reinserção Social, respectivamente.

O projecto delineado para intervenção na área da prevenção visa potenciar factores de protecção, pretendendo reverter ou diminuir os factores de risco associados à toxicodependência. Irá abranger todo o tipo de consumo/abuso de substâncias psicoativas (SPA’s), individualmente ou em grupo, nos diversos contextos identificados e em articulação com os parceiros comunitários.

O projecto da área da Reinserção Social visa melhorar as condições para o bem-estar e a vida activa dos indivíduos sinalizados, capacitá-los para a sua independência social e económica. Intervindo numa abordagem bio-psico-social, pretende reforçar-se as relações familiares e desenvolver competências específicas.

150 Maio/2009

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Para a prossecução dos projectos, a Fundação conta com diversas entidades, sendo que, comuns aos dois projectos podemos adiantar os seguintes parceiros: Centro de Respostas Integradas (CRI), ETR’s (Equipas de Tratamento e Reinserção Social, Grupo Desportivo da Gafanha, Centro de Saúde de Ílhavo, Câmara Municipal de Ílhavo e CPCJ. No que se reporta ao Eixo da Prevenção as entidades parceiras são as Juntas de Freguesia e os Agrupamentos de Escolas.

No eixo da Reinserção Social serão de referenciar a CERCIAV e empresas de pesca.

Parece-nos, agora, importante elencar os objectivos gerais e as acções delineadas em cada um dos dois projectos.

O projecto do Eixo da Prevenção, denominado “previne.tua.vida” tem como objectivos gerais os que seguidamente se apresentam:

1. Reforçar os factores de protecção e diminuir os factores de risco, junto de pelo menos 120 crianças, adolescentes, jovens e respectivas famílias.

2. Reduzir a experimentação e evitar/retardar os consumos junto de pelo menos 80 adolescentes e jovens, que apresentem sinais de uso e abuso de SPA's.

3. Evitar ou atenuar os riscos de consumo de drogas (lícitas e ilícitas), associados aos contextos recreativos nocturnos da Praia da Barra, durante a época balnear, junto de, pelo menos, 750 utilizadores destes espaços.

As acções propostas por este projecto são as imediatamente abaixo elencadas:

1. Atendimento, aconselhamento, acompanhamento e encaminhamento de crianças, adolescentes, jovens e famílias com problemas associados aos consumos.

2. Educação parental através de desenvolvimento de grupos de pais, destinados ao treino de competências parentais e familiares.

3. Treino de competências pessoais e sociais e dinamização de actividades com carácter informativo.

4. Espaço de formação/informação relacionadas com o consumo de SPA's em meio escolar.

5. Acções de sensibilização/informação sobre riscos associados ao consumo – Praia da Barra em época balnear.

151 Maio/2009

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No que se reporta ao projecto esboçado para o Eixo da Reinserção Social, e intitulado “segue.com.vida”, o objectivo geral gizado é:

1.Promover a empregabilidade de toxicodependentes em tratamento e facilitar a integração sócio-familiar.

As acções propostas para o cumprimento daquele objectivo são as seguintes:

1. Espaço de acompanhamento/aconselhamento visando a construção de um projecto de vida/programa de inserção participado, negociado e contratualizado com o indivíduo.

2. Ateliers ocupacionais e de gestão de tempo em diferentes áreas de trabalho (desenvolver qualificações técnico-profissionais, mudança de atitude, hábitos e comportamentos).

3. Criação de bolsa de emprego especificada no sector mais desenvolvido, com formação em contexto real de trabalho/adaptação e posterior integração no mercado laboral.

4. Intervenção sistémica familiar.

152 Maio/2009

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153 Maio/2009

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Sendo o emprego uma área comummente aceite como elemento basilar para a inclusão social dos indivíduos, e o ponto de partida de todas as análises sobre inclusão e exclusão social, e encontrando-se a sociedade a perpassar uma situação de acentuada crise internacional e nacional, entendeu-se tratar-se esta como uma área central em toda esta actualização diagnóstica.

Efectivamente, da integração dos indivíduos no mercado de trabalho depende a integração dos mesmos nas mais diversas esferas societais, pelo que a ausência do emprego poderá representar, no médio/longo prazo, um importante passo para uma situação de exclusão social. Desta feita, a primeira análise que imediatamente importa realizar é a da evolução do desemprego registado no Município de Ílhavo, numa análise diacrónica.

Em Fevereiro de 2009, último mês do qual dispomos de dados estatísticos, o número de desempregados do distrito consubstanciava-se em 32.834, ou seja, 7,24% do Continente (453.582).

Nesse mesmo mês variação mensal foi de 4,72% no Continente e de 5,80% no Distrito.

O número de desempregados registados representa 8,47% da população activa do distrito.

O desemprego homólogo subiu em todos os concelhos do distrito de Aveiro.

Atente-se no quadro abaixo:

Quadro n.º 60 – Desemprego Registado e Variação Homóloga

Fev 2008 Jan 2009 Fev 2009 Variação Variação Homóloga Mensal

Continente 385528 433149 453582 17,65 4,72

Distrito Aveiro 25061 31035 32834 31,02 5,8

Águeda 1339 1809 1874 39,96 3,59

Albergaria-A-Velha 764 1009 1064 39,27 5,45

Anadia 788 959 991 25,76 3,34

Arouca 542 612 666 22,88 8,82

Aveiro 2853 3269 3436 20,43 5,11

Castelo Paiva 1131 1159 1238 9,46 6,82

Espinho 2324 2665 2778 19,54 4,24

Estarreja 922 1166 1214 31,67 4,12

Santa Maria da Feira 5406 6860 7315 35,31 6,63

154 Maio/2009

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Ílhavo 1302 1596 1700 30,57 6,52

Mealhada 611 690 727 18,99 5,36

Murtosa 318 352 372 16,98 5,68

Oliveira Azeméis 1634 2342 2519 54,16 7,56

Oliveira Bairro 567 711 711 25,40 0,00

Ovar 2447 3125 3322 35,76 6,3

S. João Madeira 767 1028 1123 46,41 9,24

Sever do Vouga 334 412 437 30,84 6,07

Vagos 556 646 680 22,30 5,26

Vale Cambra 456 625 667 46,27 6,72

FONTE: IEFP – Desemprego Registado Por Concelho – Estatísticas Mensais

As mulheres continuam a ser as mais afectadas pela problemática do desemprego. Em Fevereiro de 2009, no distrito de Aveiro encontravam-se registadas 19.305, o que corresponderá a 58,80% dos desempregados registados no Distrito.

Os desempregados de longa duração atingem os 11.168 indivíduos, 34% dos desempregados do Distrito.

O desemprego registado dos jovens com idade inferior a 34 anos é de 12.595, ou seja, 38,36% do desemprego registado no Distrito.

O desemprego registado na faixa etária dos 35 aos 54 anos, é de 14.177, ou seja, 43,18% do desemprego registado no Distrito.

Para a análise à problemática do Desemprego no Município de Ílhavo, mais concretamente, estabeleceu-se uma baliza temporal de análise entre os meses de Janeiro de 2007 e o mês de Fevereiro de 2009, por indisponibilidade de dados mais actuais.

Atente-se na informação abaixo apresentada, de forma gráfica e daí poderemos retirar algumas conclusões:

155 Maio/2009

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Gráfico n.º 28 – Evolução do Desemprego no Município de Ílhavo

1800 1600 1400 1200 2007 1000 2008 800 2009 600 400 200 0

Set Jan Fev Mar Abril Mai Jun Julh Ago Out Nov Dez

FONTE: IEFP - Desemprego Registado Por Concelho – Estatísticas Mensais

- A primeira das conclusões que nos é possível retirar da análise ao gráfico supra é de que, no ano de 2008 se assistiu a uma tendência sempre crescente do número de desempregados inscritos;

- A segunda conclusão, relativa aos dois primeiros meses de 2009, os únicos do presente ano civil dos quais dispomos de informação estatística, mostra-nos uma tendência também ela crescente do número de desempregados inscritos.

Se realizarmos uma análise em termos absolutos, poderemos verificar que, por exemplo, o número de desempregados em Janeiro de 2009 se consubstanciou nos 1596 indivíduos, sendo que, em período homólogo de 2008, era de 1308 indivíduos e, em 2007, de 631.

Em Fevereiro de 2009 a cifra de desempregados subiu já para os 1700.

A caracterização genérica desses desempregados é a seguinte:

Quadro n.º 61 - Desemprego Registado no Município de Ílhavo, Segundo o Género, o Tempo de Inscrição e a Situação Face à Procura de Emprego (Fevereiro/2009)

Situação Face à Procura Género Tempo de Inscrição de Emprego 1.º Novo Homens Mulheres < 1 ano > 1 ano emprego emprego Total

156 Maio/2009

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775 925 1231 469 145 1555 1700

FONTE: IEFP - Desemprego Registado Por Concelho – Estatísticas Mensais (Fevereiro/2009)

Da análise do quadro supra é-nos possível corroborar a tendência para a feminização do desemprego:

Gráfico n.º 29 - Desemprego Registado no Município de Ílhavo, Segundo o Género

46% Género Homens

Género Mulheres 54%

FONTE: IEFP - Desemprego Registado Por Concelho – Estatísticas Mensais (Fevereiro/2009)

É-nos, igualmente, possível constatar que 91% dos inscritos se encontram à procura de novo emprego, ou seja, são pessoas que não têm emprego e estão imediatamente disponíveis para trabalhar, sendo que, já desempenharam actividade profissional.

157 Maio/2009

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Gráfico n.º 30 – Distribuição dos Desempregados Relativa à Procura de Emprego

9%

1.º emprego 91% Novo emprego

FONTE: IEFP - Desemprego Registado Por Concelho – Estatísticas Mensais (Fevereiro/2009)

A distribuição etária dos desempregados inscritos mostra-nos uma maior concentração no grupo etário dos 35 aos 54 anos (42%) e dos 25 aos 34 anos (29%).

Gráfico n.º 31 - Desemprego Registado No Município de Ílhavo Segundo o Grupo Etário

14% 15%

Grupo Etário < 25 anos Grupo Etário 25-34 anos Grupo Etário 35-54 anos 29% Grupo Etário 55 anos e +

42%

FONTE: IEFP - Desemprego Registado Por Concelho – Estatísticas Mensais (Fevereiro/2009)

158 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Relativamente à distribuição dos desempregados inscritos segundo os níveis de escolaridade atingidos, verifica-se que 24% detém níveis de escolaridade ao nível do 1.º ciclo, seguindo-se os inscritos com níveis de escolaridade ao nível do 3.º CEB. Com habilitações de nível superior temos uma população de 11%.

Gráfico n.º 32 - Desemprego Registado No Município de Ílhavo Segundo os Níveis de Escolaridade

11% 9% Nível Esc. < 1.º CEB Nível Esc. 1.º CEB 15% 24% Nível Esc. 2.º CEB Nível Esc. 3.º CEB Nível Esc. Secundário 22% 19% Nível Esc. Superior

FONTE: IEFP - Desemprego Registado Por Concelho – Estatísticas Mensais (Fevereiro/2009)

Para fazer face à problemática do desemprego, o Instituto do Emprego e Formação Profissional, encontra-se a desenvolver a “Iniciativa Emprego 2009”, com a implementação e renovação de medidas tais como:

- Apoio à contratação de jovens, de desempregados de longa duração e de públicos específicos;

- Apoio à contratação a termo de trabalhadores mais velhos e de públicos específicos;

- Apoio ao emprego em micro e pequenas empresas;

- Apoio à redução da precariedade no emprego dos jovens;

- Apoio à redução da precariedade no emprego;

- Estágios profissionais;

- Estágios qualificação-emprego;

159 Maio/2009

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- Contrato emprego-inserção;

- Contrato emprego-inserção +;

- Gabinetes de Inserção Profissional – GIP;

- Programa de apoio ao empreendedorismo e à criação do próprio emprego.

Através destas medidas pretende-se criar condições favoráveis às entidades empregadoras e aos beneficiários e, consequentemente, melhorar os níveis de empregabilidade.

Localmente, encontra-se implementado, desde 2003, o SAFE – Serviço de Apoio à Formação e Emprego, a funcionar no Fórum Municipal de Juventude de Ílhavo, cujo objectivo se prende com o apoio à população desempregada, e não só, tendo como principal objectivo apoiar os jovens na procura de emprego ou de formação.

Em termos quantitativos, o SAFE até ao presente momento, já registou o movimento de inscrições que seguidamente se apresenta:

ANO CIVIL N.º de Inscrições

2003-2005 99

2005 101

2006 193

2007 162

2008 210

2009 (até 20 ao dia 20 de Abril de 2009) 158

FONTE: SAFE – Câmara Municipal de Ílhavo

160 Maio/2009

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De acordo com a informação imediatamente abaixo exposta, é-nos possível verificar que o maior número de trabalhadores por conta de outrém se encontra ao serviço no sector secundário, seguindo-se o terciário e, por último o primário.

Gráfico n.º 33 - Trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos no Município de Ílhavo, segundo o sector de actividade e o sexo, 2005

1800

1600

1400

1200

1000 H 800 M

600

400

200

0 Primário Secundário Terciário

162 Maio/2009

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Quadro n.º 62 - Trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos por município, segundo o escalão de pessoal da empresa, 2005

Trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos por município, segundo o escalão de pessoal da empresa, 2005

Escalão de pessoal

Total 1-9 10-19 20-49 50-99 100-249 250-499 500 e +

Portugal 2173144 555191 278 351342 229354 245057 142486 371491

Continente 2081411 534423 265329 335236 217730 235572 137523 355598

Centro 447682 127561 61658 77984 49096 46776 27167 57440

Baixo Vouga 84635 18253 10573 16575 10505 10611 5086 13032

Ílhavo 5915 1369 729 879 721 1104 214 899

No que se reporta ao número de trabalhadores, segundo o escalão de pessoal da empresa, verifica-se que dos 5915 registados por conta de outrém, 1369 desempenha funções em empresas de pequenas dimensões (de 1 a 9 trabalhadores) e 1104 em empresas de 100 a 249 trabalhadores.

164 Maio/2009

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Quadro n.º 63 - Trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos por município, segundo o nível de habilitações, 2005

Trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos por município, segundo o nível de habilitações, 2005

Nível de habilitações

Inferior ao 1.º 1.º ciclo ciclo do do 2.º ciclo 3.º ciclo ensino ensino ensino ensino Ensino Total básico básico básico básico Secundário Bacharelato Licenciatura

Portugal 2173144 33159 507620 463788 461757 433 58195 199255

Continente 2081411 31277 484864 442750 440277 415138 56949 194325

Centro 447682 6595 116754 105995 97478 77411 10829 28839

Baixo Vouga 84635 1175 20594 21978 17551 14015 2716 6392

Ílhavo 5915 94 1537 1501 1339 900 166 372

Da análise do quadro acima é-nos possível aferir que 26% dos trabalhadores possuem habilitações ao nível do 1.º ciclo do ensino básico, 25% ao nível do 2.º ciclo do ensino básico e 22,6% ao nível do 3.º ciclo do ensino básico. Apenas 6,29% detém o grau de licenciatura.

Se pretendida uma análise gráfica atente-se no seguinte:

165 Maio/2009

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Gráfico n.º 34 - Trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos por município, segundo o nível de habilitações, 2005

1600 1537 1501

1400 1339

1200

1000 900

800

600 372 400 166 200 94

0 Inferior ao 1.º 1.º ciclo ensino 2.º ciclo ensino 3.º ciclo ensino Ensino Bacharelato Licenciatura ciclo básico básico básico Secundário

Quadro n.º 65 - Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos segundo o nível de habilitações (2005)

Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos segundo o nível de habilitações

Nível de habilitações

Inferior 1.º ciclo ao 1.º 2.º ciclo 3.º ciclo Total do Ensino ciclo do ensino ensino Bacharelato Licenciatura ensino Secundário ensino básico básico básico básico

Portugal 907,24 578,81 666,28 670,78 795,25 1017,01 1609,37 1963,43

Continente 909,17 574,19 663,11 668,93 795,03 1018,71 1605,88 1966,9

Centro 779,05 559,78 648,33 662,75 735,74 855,64 1316,22 1547,33

Baixo Vouga 836,68 563,84 673,4 677,89 773,78 920,93 1405,68 1704,05

Ílhavo 813,24 551,6 692,95 687,09 744 927,09 1438,79 1585,07

166 Maio/2009

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Gráfico 35 - Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos segundo o nível de habilitações

1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400

Ganho Médio Mensal Ganho 200 0 Inferior ao 1.º ciclo do 2.º ciclo 3.º ciclo Ensino Bacharelato Licenciatura 1.º ciclo do ensino ensino ensino Secundário ensino básico básico básico básico Habilitações

167 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Quadro n.º 66 - Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos, segundo o sector de actividade e o sexo, 2005

Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos, segundo o sector de actividade e o sexo, 2005

Primário Secundário Terciário

Total CAE: A-B CAE: C-F CAE: G-Q

HM H M HM H M HM H M HM H M

Portugal 907,24 1003,01 776,19 629,24 668,55 546,03 826,92 894,57 669,99 966,3 1112,83 820,91

Continente 909,17 1005,13 778,16 631,25 672,93 545,88 925,18 894,06 669,05 971,67 1118,14 825,75

Centro 779,05 865,61 657,35 616,98 668,94 522,96 783,53 848,21 626,68 782,42 900,39 676,32

Baixo Vouga 836,68 939,41 697,13 702,97 790,35 567,32 841,16 930,7 661,4 835,34 960,3 726,67

Ílhavo 813,24 942,68 663,05 885,57 1037,18 686,12 834,29 942,62 660,25 779,29 923,34 662,17

Da análise do quadro supra, verifica-se que Ílhavo segue a tendência generalizada de mais baixas remunerações auferidas pelas mulheres, sendo que, é neste Município, de entre as regiões acima mencionadas, que o GAP salarial é maior, o que torna pertinente a criação de um Plano Municipal para a Igualdade de Género, em que esta e outras questões são diagnosticadas e, a partir daí, delinear estratégias de intervenção.

168 Maio/2009

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Gráfico 36 - Disparidade no Ganho Médio Mensal Por Sexo (2006)

Disparidade no ganho médio mensal por sexo

20,00%

15,00% Disparidade no 10,00% 17,10% ganho médio mensal 12,30% 13,20% 5,00% por sexo 0,00% Nacional Centro Ílhavo

Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Centro, 2006

Em 2005, no Município de Ílhavo, enquanto uma mulher auferia, por conta de outrem, uma média mensal de 663, 05 euros, um homem auferia um vencimento de 942, 68 euros.

Quadro n.º 68 - Representação Feminina por Grupos de Profissões, em Portugal (2006):

Grupo de Profissões Taxa de Feminização

Quadros Superiores 32, 8%

Especialistas de Profissões Intelectuais 57, 2%

Profissionais Intermédios 45, 3%

Pessoal Administrativo 61, 2%

Pessoal de Serviços e Vendedores 68, 3%

Agricultores 49, 2%

Operários 21, 2%

Operadores de Máquina e Montagem 18, 8%

Trabalhadores Não Qualificados 65, 2%

Forças Armadas 8, 7%

Fonte: INE, Anuário Estatístico de Portugal, 2006

Quadro n.º 69 - Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos, segundo o escalão de pessoal da empresa, 2005

170 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Ganho médio mensal dos trabalhadores por conta de outrém nos estabelecimentos, segundo o escalão de pessoal da empresa, 2005

Escalão de pessoal

Total 1-9 10-19 20-49 50-99 100-249 250-499 500 e +

Portugal 907,24 625,26 746,57 838,25 929,38 1047,31 1157,5 1312,09

Continente 909,17 625,15 747,99 839,74 933,16 1052,54 1158,98 1315,42

Centro 779,05 588,86 689,17 760,32 806,23 873,45 943,66 1145,35

Baixo Vouga 836,68 603,1 705,91 786,26 836,4 936,1 969,33 1201,54

Ílhavo 813,24 587,21 707,88 830,09 925,22 939,24 813,87 981,73

171 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

172 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Associações Desportivas

O Município de Ílhavo, constituído por quatro freguesias, tem em todas elas pelo menos uma Associação desta índole. No cômputo geral faz-se referência a um total de 20 distribuídas por aquelas quatro freguesias.

São de referenciar as seguintes Associações:

A.D.C. Senhora dos Campos

Associação Cultural e Desportiva “Os Ílhavo”

Associação de Surf de Aveiro

Associação Náutica da Gafanha da Encarnação

Associação Náutica da Gafanha da Nazaré

Clube de Vela da Costa Nova

CNAI – Clube Natureza e Aventura de Ílhavo

Clube Minigolfe de Ílhavo

Grupo Columbófilo da Gafanha

Grupo Desportivo Beira Ria

Grupo Desportivo da Gafanha d’Aquem

Grupo Desportivo da Gafanha

Ílhavo Andebol Clube

Illiabum Clube

Marina Clube da Gafanha

NEGE – Novo Estrela da Gafanha da Encarnação

Sociedade Columbófila de Ílhavo

Sport Benfica e Gafanha

Sporting Clube da Vista Alegre

Núcleo Sportinguista de Ílhavo

173 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Associações Juvenis

Grupo de Danças “As Pestinhas”

Grupo de Jovens “A Torre”

Grupo de Jovens “A Tulha”

No que diz respeito aos Equipamentos disponíveis enumeram-se os seguintes:

Gafanha do Carmo:

Pavilhão Desportivo

Campos de Grandes Jogos

Polidesportivo

Polidesportivos – Campos de Ténis

S. Salvador:

Pavilhão Municipal Capitão Adriano Nordeste

Pavilhão da Escola EB2,3 de Ílhavo

Pavilhão da Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes

Polidesportivos Vários

Piscina Coberta

Piscina ao Ar Livre

Mini-Golfe

Campos de Ténis (2)

Gafanha da Nazaré:

Pavilhão Desportivo da EB2,3 da Gafanha da Nazaré

Pavilhão Desportivo da Escola Secundária c/3.º ciclo da Gafanha da Nazaré

Salas de Desporto

174 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Campos de Grandes Jogos

Polidesportivos Vários

Polidesportivo – Campos de Ténis

Piscina Coberta

Circuito de Manutenção Teresa Machado

Skate Park

Gafanha da Encarnação:

Pavilhão Desportivo

Polidesportivo

Polidesportivo – Campos de Ténis (4)

Campo de Futebol de Onze

Equipamentos Juvenis:

Fórum Municipal da Juventude – Ílhavo

Fórum Municipal da Juventude – Gafanha da Nazaré

Fórum Municipal da Juventude – Vale de Ílhavo

Fórum Municipal da Juventude – Gafanha do Carmo

Fórum Municipal da Juventude – Gafanha da Encarnação

175 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Associações Culturais:

Associação dos Amigos da Praia da Barra

Associação de Amigos do Museu Marítimo de Ílhavo

Associação Recreativa e Cultural “Chio-Pó-Pó”

Associação Cultural e Recreativa “Os Baldas”

Associação Cultural e Recreativa “Os Palheiros”

Associação de Moradores da Senhora dos Campos

Banda dos Bombeiros Voluntários de Ílhavo – Música Nova

Casa do Pessoal do Porto de Aveiro

CCD - Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores do Município de Ílhavo

Colectividade Popular da Coutada

Confraria Camoniana de Ílhavo

Confraria Gastronómica do Bacalhau

Cooperativa Cultural e Recreativa da Gafanha da Nazaré

Escola de Música Gafanhense

Filarmónica Gafanhense – “Música Velha”

GRAL – Grupo Recreativo Amigos da Légua

Grupo de Danças e Cantares da Gafanha do Carmo

Grupo Folclórico “O Arrais”

Grupo de Teatro Amador “Ribalta”

Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré

Os Amigos da Malha da Carvalheira

Rancho Folclórico “As Ceifeiras” da Gafanha da Encarnação

Rancho Regional da Casa do Povode Ílhavo

176 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Equipamentos Culturais:

Centro Cultural de Ílhavo

Museu Marítimo de Ílhavo

Biblioteca Municipal de Ílhavo

Galeria Municipal de Ílhavo

Teatro da Vista Alegre

Museu da Vista Alegre

Centro Cultural da Gafanha da Nazaré

Navio Museu Santo André

Casa Gafanhoa – Museu Municipal

Salão Cultural da Gafanha do Carmo

Salão Cultural da Gafanha da Encarnação

EMER – Escola Municipal de Educação Rodoviária

Escuteiros

Agrupamento 531 N.ª Sr.ª do Carmo

Agrupamento 588 D. José de Lencastre Gafanha da Nazaré

Agrupamento 1024 Gafanha da Encarnação

Agrupamento Marítimo 878 do Corpo Nacional de Escutas

Agrupamento 189 N.ª Sr.ª do Rosário – Ílhavo

Corpo Nacional de Escutas Agrupamento 1021 Barra

177 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

178 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

CONTACTOS DAS IPSS´S DO MUNICÍPIO

- Associação Aquém Renasce Rua da Mota, n.º 14A Gafanha d’Aquem 3830-143 Ílhavo - Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo Rua Central , n.º 45 Edifício Sócio-Educativo 3830-404 Gafanha do Carmo Telef: 234 391 260

- Centro de Acção Social do Concelho de Ílhavo (CASCI) Rua João de Deus, n.º 44 3830-201 Ílhavo Telef: 234 326015

- Centro Paroquial de Assistência e Formação D. Manuel Trindade Salgueiro Av. Manuel da Maia, n.º 116 3830-050 Ílhavo Telef: 234 181 850

- Centro Social e de Promoção Maria Mãe da Igreja Colónia Agrícola 3830 Gafanha da Nazaré

- Centro Social e Paroquial da Gafanha da Encarnação Rua Padre António Diogo 3830-516 Gafanha da Encarnação Telef: 234 362 161

- Centro Social e Paroquial N.ª Sr.ª da Nazaré Rua Gil Vicente, n.º 101 3830-671 Gafanha da Nazaré Telef: 234 364 707

- Centro Social Padre José Kentnich Colónia Agrícola 3830 Gafanha da Nazaré

179 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

- Clube Stella Maris - Obra do Apostolado do Mar Av. Dos Bacalheiros 3830 Gafanha da Nazaré Telef:

- Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Aveiro (CERCIAV) Colónia Agrícola 3830-025 Gafanha da Nazaré Telef: 234 390 980

- Fundação Prior Sardo Casa de Remelha Rua D. Manuel Trindade Salgueiro 3830 Gafanha da Nazaré Telef: 234 367 066

- Obra da Providência Rua Camilo Castelo Branco 3830 Gafanha da Nazaré Telef: 234 361 153

- Património dos Pobres da Freguesia de Ílhavo Av. Manuel da Maia, n.º 116 3830-050 Ílhavo Telef: 234 181 850

- Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo Rua Domingos Ferreira Pinto Basto, 6/10 3830-177 Ílhavo Telef: 234 329 430

180 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

ASSOCIAÇÕES DE PAIS DAS EB1 DO MUNICÍPIO

- Associação de Pais da EB1 da Cale da Vila Rua Luís de Camões 3830-695 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais Escola Senhora do Pranto Av. N.ª Sr.ª do Pranto 3830-046 Ílhavo

- Associação de Pais da Escola de Ílhavo N.º 1 Travessa Ferreira Gordo 3830-195 Ílhavo

- Associação de Pais da Escola e Jardim de Infância da Chousa Velha Rua Palmiro Peixe 3830-213 Ílhavo

- Associação de Pais da Escola e Jardim de Infância de Vale de Ílhavo Rua da Escola 3830-276 Ílhavo

- Associação de Pais da Escola da Colónia Agrícola Colónia Agrícola – Casal 9 3830-025 Ílhavo

- Associação de Pais da Escola e Jardim de Infância da Coutada Rua da Coutada 3830-134 Ílhavo

- Associação de Pais da Escola da Ermida Rua da Ermida 3830-168 Ílhavo

181 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

- Associação de Pais da Escola e Jardim de Infância da Légua Rua da Capela 3830-248 Ílhavo

- Associação de Pais da Escola e Jardim de Infância da Gafanha d’Aquem Rua Santa Mafalda, 44 3830-607 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais do Jardim de Infância da Cale da Vila Rua Luís de Camões 3830-695 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais da Escola e Jardim de Infância da Cambeia Rua Gil Eanes 3830-670 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais do Jardim de Infância da Chave Travessa da Escola Preparatória 3830-730 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais da EB1 da Chave Rua S. Gabriel – Apartado 62 3830-621 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais do Jardim de Infância da Cale da Vila n.º 2 – Remelha Rua D. Manuel Trindade Salgueiro 3830-655 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais da Escola da Marinha Velha Rua Padre Américo, n.º 41 3830-705 Gafanha da Nazaré

- Associação de Pais da Escola da Barra Rua Vasco da Gama 3830-752 Gafanha da Nazaré

182 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

ÍNDICE

Preâmbulo 1

Lista de Siglas 2

Índice de Figuras 3

Índice de Gráficos 3

Índice de Quadros 4

Quadro de Bordo 8

História de Ílhavo 11

Os Documentos 14

Ermida 16

Vista Alegre 16

Gafanhas e as Praias 17

Península da Gafanha 17

Gafanha da Cale da Vila (Gafanha da Nazaré) 18

Gafanha da Gramata (Gafanha da Encarnação) 19

Gafanha dos Caseiros (Gafanha do Carmo) 19

Costa Nova do Prado 19

Praia da Barra 20

Ílhavo Hoje 21

Demografia 22

Habitação e Infra-Estruturas de Saneamento Básico 35

Educação 53

Do Sistema Educativo Português 55

Da Rede Escolar em Ílhavo 60

A Educação Pré-Escolar em Ílhavo 63

1.º Ciclo do Ensino Básico 65

Os Apoios às Famílias e Complementos Educativos 69

183 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

2.º e 3.º Ciclo do Ensino Básico 73

Ensino Secundário 76

Ensino Profissional 77

Educação Extra-Escolar 78

Grandes Prioridades ao Nível da Educação no Município de 79 Ílhavo

Saúde 80

Introdução 81

Objectivo do Centro de Saúde 82

Projectos de Parceria do Centro de Saúde de Ílhavo 85

Identificação de Problemas de Saúde no Município de Ílhavo 86

Obesidade Infantil 86

População Idosa 87

Cárie Dentária 88

Infecção pelo VIH/SIDA 89

Toxicodependência 89

Contactos 91

Do Diagnóstico Realizado pelo Centro de Respostas 94 Integradas de Aveiro

Programa de Actividade Física Movimento Maior 97

Acção Social 101

Atendimento Social Integrado – Uma Nova Plataforma de 102 Participação e Representação

Dos Espaços Ocupacionais 105

A Política Activa: O Rendimento Social de Inserção 108

Retrato do Rendimento Social de Inserção em Ílhavo 112

Protocolos de RSI do Município de Ílhavo 119

184 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

Instituições Particulares de Solidariedade Social do Município 122 de Ílhavo

CASCI 122

C. S. P. N. Sr.ª da Nazaré 123

Centro Social e Paroquial de Assistência e Formação D. 123 Manuel Trindade Salgueiro

Centro Social e Paroquial da Gafanha da Encarnação 124

Obra da Providência 124

Património dos Pobres da Freguesia de Ílhavo 124

Santa Casa da Misericórdia de Ílhavo 125

Fundação Prior Sardo 126

Associação de Solidariedade Social da Gafanha do Carmo 126

Fundação CESDA – Centro Social do Distrito de Aveiro 126

Clube Stella Maris 127

Centro Social e Paroquial Maria Mãe da Igreja 127

Centro Social Padre José Kentnich 127

Associação Aquém Renasce 127

CERCIAV 128

Das Listas de Espera 130

Deficiência 131

Novas Respostas Sociais/Alargamento das Já Existentes 143

Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais 146 (Janeiro 2009) – Infância e Juventude

Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais 148 (Janeiro 2009) – Serviços e Equipamentos para População Adulta com Deficiência

Taxa de Cobertura dos Equipamentos e Respostas Sociais 149 (Janeiro 2009) – População Idosa

185 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

A Implementação do Programa de Respostas Integradas do 150 Território de Ílhavo

Emprego 153

Associativismo e Equipamentos Desportivos e Recreativos 172

Associações Desportivas 173

Associações Culturais 176

Escuteiros 177

Anexos 178 Contactos das IPSS’s do Município 179 Associações de Pais das EB1 do Município 181

186 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

187 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

188 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

189 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

190 Maio/2009

Rede Social/Ílhavo Diagnóstico Social do Município de Ílhavo

191 Maio/2009