Mulheres No Congo Do Espírito Santo: Práticas De Re-Existência Ecologista Com Os Cotidianos Escolares
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UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA, EXTENSÃO E INOVAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO ANDREIA TEIXEIRA RAMOS MULHERES NO CONGO DO ESPÍRITO SANTO: PRÁTICAS DE RE-EXISTÊNCIA ECOLOGISTA COM OS COTIDIANOS ESCOLARES Sorocaba/SP 2018 ANDREIA TEIXEIRA RAMOS MULHERES NO CONGO DO ESPÍRITO SANTO: PRÁTICAS DE RE-EXISTÊNCIA ECOLOGISTA COM OS COTIDIANOS ESCOLARES Tese apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba, como exigência parcial para obtenção do grau de doutora no curso de Doutorado em Educação na linha de Pesquisa: Cotidiano Escolar. Orientador Dr. Marcos Antônio dos Santos Reigota. Sorocaba/SP 2018 Ficha Catalográfica Ramos, Andreia Teixeira R141m Mulheres no congo do Espírito Santo: práticas de re-existência ecologista com os cotidianos escolares / Andreia Teixeira Ramos. -- 2018. 319 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Marcos Antonio dos Santos Reigota Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de Sorocaba, Sorocaba, SP, 2018. 1. Canções folclóricas – Espírito Santo (Estado) – Aspectos sociais. 2. Mulheres – Condições sociais. 3. Ecologia humana. 4. Folclore – Espírito Santo (Estado). I. Reigota, Marcos, orient. II. Universidade de Sorocaba. III. Título. ANDREIA TEIXEIRA RAMOS MULHERES NO CONGO DO ESPÍRITO SANTO: PRÁTICAS DE RE-EXISTÊNCIA ECOLOGISTA COM OS COTIDIANOS ESCOLARES Tese apresentada à Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Sorocaba, como requisito parcial para obtenção do grau de doutora no curso de Doutorado em Educação. Aprovado em: 13 de novembro de 2018. BANCA EXAMINADORA: Prof. Dr. Marcos Antônio dos Santos Reigota. Universidade de Sorocaba Prof. Dr. Leandro Belinaso Guimarães. Universidade Federal de Santa Catarina Profa. Dra. Alda Regina Tognini Romaguera Universidade de Sorocaba Profa. Dra. Maria Aparecida dos Santos Crisostomo Universidade Paulista Profa. Dra. Eliete Jussara Nogueira Universidade de Sorocaba Prof. Dr. Rodrigo Barchi Universidade de Sorocaba Profa. Dra. Marta Bastos Catunda Universidade de Sorocaba Dedico esse trabalho a minha vovó Dindinha Eulina (in memoriam) e as minhas tias Tania (in memoriam) e Vera (in memoriam), que mesmo impedidas de continuar brilhando como estrelas, não se apagaram e habitam as constelações de nossas saudades. AGRADECIMENTOS Primeiramente, quero agradecer ao meu orientador, professor Marcos Reigota, pela sua generosa atenção, paciência pedagógica e compreensão, pelos tantos deslocamentos provocados a partir do meu ingresso na Uniso, e por suas valiosas orientações durante esses quatro anos. À querida professora Alda Romaguera, pelos afetos compartilhados com alegrias e conversas, e ao querido professor Leandro Belinaso Guimarães, pela amizade nas travessias com as ecologias inventivas. À professora Maria Aparecida dos Santos Crisostomo, pela sensível leitura que fez do trabalho, à professora Eliete Jussara Nogueira, por ter aceitado compor a banca para avaliar o trabalho, ao querido professor Rodrigo Barchi, pelas intensas provocações tecidas durante as travessias da pesquisa, e à querida professora Marta Catunda, pelo aceite na composição da banca com alegrias e inspirações musicais das cantorias dos pássaros. Ao Grupo de Estudos Perspectiva Ecologista de Educação, por compartilhar aprendizagens com encontros, risos, sons, cheiros. Jamais esquecerei vocês. Agradeço a todas as professoras mexicanas que muito contribuíram com a pesquisa, especialmente, a professora Leticia Briseño e sua assistente Sandrita. A todas e todos da Banda de Congo Amores da Lua, especialmente ao Mestre Ricardo Sales, pela generosa acolhida. A todas e todos da Banda de Congo Panela de Barro de Goiabeiras, particularmente ao Mestre Valdimiro, à coordenadora Jamilda Bento e a Dona Ruth pela amorosa atenção. Agradeço todos os estudantes, professoras, professores, coordenadora, pedagogas, e toda comunidade escolar, envolvida nas oficinas de congo nas escolas. Agradeço aos estudantes indígenas Tupinikim e Guarani do curso de licenciatura intercultural indígena (Prolind) da Ufes, onde tive a oportunidade de aprender saberes que estão além da academia. Agradeço também a acolhida de toda equipe do Prolind/Ufes. Agradeço aos estudantes do Centro de Educação da Ufes, quando estive como professora substituta e vivi intensos encontros de saberes com alegrias. Agradeço à Ana Godoy pela preparação do texto e aos anônimos que contribuíram para a realização desta tese: os meninos da copiadora e o pessoal da empresa de manutenção de computadores, pela paciência nos momentos de angústia, e a moça dos Correios, pelas breves conversas em cada postagem de volume. É preciso destacar que essa tese foi realizada com bolsa de estudos (2015-2018) concedida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), via – Prosuc/Capes, sem a qual não teria condições de realizar o doutorado em educação, por isso sou muito grata. Agradeço também a bolsa de estudos que recebi do Programa DIES-Partnerschaften mit Hochschulen aus Entwicklungsländern do Servicio Alemán de Intercambio Académico (DAAD) e que me oportunizou a realização de estágio de pesquisa (2017/2) na Universidad Autónoma Benito Juárez de Oaxaca (UABJO), em Oaxaca de Juárez, México. Simplesmente agradeço Sou muito grata à mamãe e papai, Maria de Lourdes e Ancelmo, às irmãs e irmão – Ramos do mesmo galho, Rosiane, Rogério e Rosilane. Agradeço os afetos das lindezas de sobrinhas-afilhadas, Ana e Alana. Grata à Maria, minha filha e pedaço de mim. Agradeço à querida “Tata” Tamyres Batista Costa e Washington Galvão pelas deliciosas conversas no nosso quilombinho amoroso de resistências. Agradeço ao querido Victor de Jesus pelas provocativas conversas tecidas com carinho. Agradeço a amizade e acolhidas da querida Patrícia Baroni. Agradeço ao meu amor, Sol-Soler, pelo companheirismo nos cotidianos que constituem nossas geografias dos afetos. Amo usted! Agradeço a vida por ter a oportunidade de viver experiências de re- existência ecologista como uma mulher no congo do Espírito Santo. É uma benção! Eu só queria agradecer todas as bênçãos! Gratidão sem medidas! É preciso ter esperança, mas ter esperança do verbo esperançar; porque tem gente que tem esperança do verbo esperar. E esperança do verbo esperar não é esperança, é espera. Esperançar é se levantar, esperançar é ir atrás, esperançar é construir, esperançar é não desistir! Esperançar é levar adiante, esperançar é juntar-se com outros para fazer de outro modo... (Paulo Freire) ...Maria-Nova, talvez, tivesse o banzo no peito. Saudades de um tempo, de um lugar, de uma vida que nunca vivera. Entretanto o que doía mesmo em Maria-Nova era ver que tudo se repetia, um pouco diferente, mas, no fundo, a miséria era a mesma. O seu povo, os oprimidos, os miseráveis; em todas as histórias, quase nunca eram os vencedores, e sim, quase sempre, os vencidos. A ferida dos do lado de cá sempre ardia, doía e sangrava muito... (Conceição Evaristo, Becos da Memória) ...Maria-Nova sentia que era preciso modificar a vida, mas como? Saiu desesperadamente calma a andar pela favela. Conhecia de cor, de olhos fechados muitos becos, porém alguns ainda eram-lhe estranhos. Mãe Joana nunca gostou que seus filhos fossem muito além da área em que moravam. Tinha medo, muito medo que eles se perdessem, quando estivessem distantes de casa. Maria-Nova, entretanto, furava o cerco. Amava a mãe, mas era impossível não ir ao mundo... (Conceição Evaristo, Becos da Memória) RESUMO RAMOS, Andreia. Mulheres no congo do Espírito Santo: práticas de re- existência ecologista com os cotidianos escolares. 2018. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de Sorocaba, Sorocaba, 2018. Este trabalho se debruça sobre as narrativas das mulheres no congo do Espírito Santo buscando desvelar práticas de re-existência ecologista com os cotidianos escolares. A metodologia da pesquisa se aproxima dos estudos com os cotidianos e da perspectiva ecologista de educação. Na produção de dados nos valemos de diário de campo, conversas, cartas, narrativas e narrativas ficcionais. A pesquisa se aproximou dos pensamentos de Paulo Freire contemporanizados a partir dos movimentos de resistência das vozes que soam nas narrativas das mulheres no congo capixaba e das muitas professoras brasileiras e mexicanas que colaboram com a pesquisa. Capturamos narrativas das mulheres no congo e suas práticas de re-existência ecologista que emergem nos diálogos amorosos com esses sujeitos da história, potencializando as dimensões ética, política, libertária e estética, entre processos e negociações, envolvendo as mulheres no congo com os cotidianos escolares. Palavras-chave: Mulheres no congo. Narrativas. Perspectiva Ecologista de Educação. Pesquisa com os cotidianos. Cotidiano escolar. ABSTRACT RAMOS, Andreia. Women in congo of Espírito Santo state: ecological re- existence practices with the school years. 2018. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade de Sorocaba, Sorocaba, 2018. This work focuses on the narratives of women in congo of Espírito Santo seeking to unveil practices of ecological re-existence with school everyday. The methodology of the research approaches the studies of the ecologist perspective of education and the studies with everyday routine. In the production of data we use field diaries, conversations, letters, narratives and fictional narratives. The research approached the thoughts of Paulo Freire that was brought to the present from the resistance movements of the voices that sound in the narratives of the women in the congo