FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO Fronteiras Entre a Realidade E a Ficção: Amor E Cotidiano No Cinema B

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FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO Fronteiras Entre a Realidade E a Ficção: Amor E Cotidiano No Cinema B FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO Fronteiras entre a realidade e a ficção: amor e cotidiano no cinema brasileiro contemporâneo. Camilla Vidal Shinoda Brasília, 2017 FACULDADE DE COMUNICAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO Fronteiras entre a realidade e a ficção: amor e cotidiano no cinema brasileiro contemporâneo. Camilla Vidal Shinoda Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Comunicação Social, na linha de pesquisa Imagem, Som e Escrita. Orientador: Profª. Drª. Susana Dobal Brasília, 2017 Camilla Vidal Shinoda Fronteiras entre a realidade e a ficção: amor e cotidiano no cinema brasileiro contemporâneo. Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília e defendido sob a avaliação da Banca Examinadora constituída por: __________________________________________________ Profª. Drª. Susana Madeira Dobal Jordan – UnB Orientadora __________________________________________________ Prof. Dr. Michael Peixoto – IESB Avaliador __________________________________________________ Profª. Drª Tânia Montoro – UnB Avaliadora __________________________________________________ Profª. Drª. Dacia Ibiapina da Silva Suplente Ao homem comum, que, corajosamente, descobre (e nos revela) o mundo com as atividades banais e extraordinárias do cotidiano. Agradecimentos Aos cineastas que com seus filmes inspiraram os meus pensamentos e a minha vontade de experimentar a linguagem cinematográfica. A João Campos, Alan Schvarsberg, Camila Machado e Elias Guerra pelas intensas conversas, pelas criativas soluções e pela coragem de participar do projeto Não é pressa, é saudade. À equipe de Não é pressa, é saudade, que me ajudou a caminhar pelas fronteiras do documentário e da ficção. À Marcela Felipe, pela entrega tão plena ao projeto. À Luísa Caetano e a equipe de Crônicas de uma Cidade Inventada, pelas primeiras experimentações pela linguagem híbrida. À professora Susana Dobal, pela orientação. À família de sangue, pela confiança e amor, mesmo sem ter ideia do que é isso que tanto tomou o meu tempo. À família de sintonia, companheiros da Casa da Esquina e outros tantos amigos, que de alguma maneira participaram desse trajeto me ajudando a pensar mais sobre cinema ou, sobretudo, me ajudando a não pensar só em cinema. Um agradecimento especial a Silvia Borges, pela leitura atenta de alguns textos e pelas dicas preciosas. Aos meus companheiros de oficinas de audiovisual para escolas públicas, Pedro Beiler e (novamente) Elias Guerra, que me ajudaram a sistematizar o conhecimento sobre cinema, para então repassá-lo. Ao pesquisador João Cintra, da Universidade Federal de Pernambuco, que me cedeu importantes entrevistas com os cineastas Karim Anoïuz e Marcelo Gomes. Aos professores Tânia Montoro, Marcos Mendes, Pedro Russi, Luís de Gusmão, Cezar Migliorin, Gustavo de Castro e Elen Geraldes pelas valiosas impressões, dicas de leitura e expansão do pensamento. Aos funcionários da FAC, pela presteza no atendimento. Ao CNPq, pelo financiamento parcial dessa pesquisa. “Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores. Por isso gosto tanto de me contar. Por isso me dispo, Por isso me grito, Por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias: Preciso de todos. Sim, meu coração é muito pequeno. Só agora vejo que nele não cabem os homens. Os homens estão cá fora, estão na rua. A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava. Mas também a rua não cabe todos os homens. A rua é menor que o mundo. O mundo é grande. Tu sabes como é grande o mundo. Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão. Viste as diferentes cores dos homens, As diferentes dores dos homens, Sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso Num só peito de homem… sem que ele estale.” Mundo Grande (trecho), de Carlos Drummond de Andrade Resumo Referência: SHINODA, Camilla. Fronteiras entre a realidade e a ficção: amor e cotidiano no cinema brasileiro contemporâneo. 164 páginas. Dissertação de Mestrado em Comunicação Social. UnB: Brasília, 2017. Esta pesquisa investigou a linguagem cinematográfica denominada híbrida, que mistura de maneira consciente elementos do documentário e da ficção no contexto da produção nacional e contemporânea. Considerou-se também um foco temático em obras que retratam o relacionamento amoroso. O principal objetivo do estudo foi identificar quais dispositivos fílmicos e estratégias os diretores utilizaram para criar a tensão entre os elementos do documentário e da ficção em cada uma das quatro obras selecionadas para o corpus desse trabalho: o curta Pouco mais de um mês (2013), de André Novais; e os longas Ela volta na quinta (2014), também de André Novais; Amor? (2010), de João Jardim; e Viajo porque preciso volto porque te amo (2009), de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes. A pesquisa também buscou perceber como essa fatia da produção representou os relacionamentos amorosos dos dias de hoje. Para cumprir esses objetivos, o estudo combinou o uso da análise de conteúdo com a análise fílmica. Assim, foi possível perceber as diferentes formas de construção cinematográfica a partir da linguagem híbrida, percebendo as inovações que cada diretor trouxe para acessar o real. A pesquisa também identificou representações das relações amorosas mais calcadas no cotidiano do que na idealização do sentimento amoroso. Palavras-chave: ficção, documentário, análise fílmica, amor. Abstract This research investigates the cinematographic language that consciously mixes elements of documentary and fiction in Brazilian contemporary productions. In addition, a thematic focus was given to films that address love relationship. By means of film analysis of four works – the feature films Ela volta na quinta (2014), by André Novais; Amor? (2010), by João Jardim; and Viajo porque preciso volto porque te amo (2009), by Karim Aïnouz and Marcelo Gomes; and the short film Pouco mais de um mês (2013), also by André Novais – the study identifies which filmic devices and strategies directors have used to take advantage of this hybrid language. The analysis also investigates how these film productions portray contemporary love relationships. At the end, this research could perceive the different forms of cinematographic construction that uses hybrid language, realizing the innovations that each director brought to access reality. The research also identified representations of love relationships more based in a daily life than in the idealization of the loving feeling. Keywords: fiction, documentary, film analysis, love. Sumário 1. INTRODUÇÃO ..............................................................................................................................................10 1.1. FICÇÃO E DOCUMENTÁRIO – OS DOIS GRANDES GÊNEROS ........................................................................................ 10 1.2. CINEMA DE POSSIBILIDADES – AS FRONTEIRAS ENTRE O DOCUMENTÁRIO E A FICÇÃO ..................................................... 11 1.3. O QUE VAMOS ASSISTIR - CONHECENDO O OBJETO ................................................................................................. 13 1.4. OBJETIVOS ..................................................................................................................................................... 16 1.5. EM PRIMEIRA PESSOA ...................................................................................................................................... 17 1.6. UM ROTEIRO DE INTENÇÕES – METODOLOGIA ....................................................................................................... 20 1.7. O CAMINHO A PERCORRER – A ESTRUTURA DA PESQUISA ......................................................................................... 22 2. PARA ALÉM DO QUE SE VÊ: LIMITES ENTRE O DOCUMENTÁRIO E A FICÇÃO ................................................24 2.1. MAIS ESTRANHO QUE A FICÇÃO - AS NOÇÕES DO SENSO COMUM .............................................................................. 24 2.2. DEFININDO LIMITES ENTRE OS GÊNEROS ............................................................................................................... 27 2.3. ONDE ESTÁ A INTERSECÇÃO? ............................................................................................................................. 31 2.4. VIAGEM NO TEMPO – PANORAMA HISTÓRICO ....................................................................................................... 33 2.5. VOLTANDO PARA CASA – PERCURSO DO DOCUMENTÁRIO BRASILEIRO ......................................................................... 39 2.6. COMO É POSSÍVEL REPRESENTAR A REALIDADE? ..................................................................................................... 42 2.7. A REFLEXIVIDADE NO CINEMA ............................................................................................................................ 46 3. O COTIDIANO NO CINEMA: A VIDA DO HOMEM COMUM ...........................................................................54 3.1. TODO DIA ELE FAZ TUDO SEMPRE IGUAL ............................................................................................................... 54 3.2. OLHANDO PARA O BANAL – A IMPORTÂNCIA DA CURIOSIDADE .................................................................................. 58 3.3. TODO MUNDO TEM HISTÓRIA PARA CONTAR – UMA QUESTÃO DE REPRESENTATIVIDADE
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