Os Debates E a Política De Punição Às Revoltas Ocorridas No Brasil (1660-1732)

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Os Debates E a Política De Punição Às Revoltas Ocorridas No Brasil (1660-1732) Programa de Pós-graduação em História – PPGH Tese de Doutorado “Castigar sempre foi razão de Estado”? Os debates e a política de punição às revoltas ocorridas no Brasil (1660-1732) Niterói Abril de 2016 2 “Castigar sempre foi razão de Estado”? Os debates e a política de punição às revoltas ocorridas no Brasil (1660-1732) João Henrique Ferreira de Castro Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em História. Orientador: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo Niterói Abril de 2016 3 “Castigar sempre foi razão de Estado”? Os debates e a política de punição às revoltas ocorridas no Brasil (1660-1732) João Henrique Ferreira de Castro Orientador: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense - UFF, como parte dos requisitos necessários à obtenção do Título de Doutor em História. Aprovado por: _____________________________________________ Prof. Dr. Luciano Raposo de Almeida Figueiredo – Orientador Universidade Federal Fluminense (UFF) _____________________________________________ Prof. Dr. Rodrigo Nunes Bentes Monteiro Universidade Federal Fluminense (UFF) _____________________________________________ Prof. Dr. Carlos Ziller Camenietzki Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) _____________________________________________ Prof. Dr. Francisco Carlos Cardoso Cosentino Universidade Federal de Viçosa (UFV) _____________________________________________ Prof. Dr. João Luís Ribeiro Fragoso Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) _____________________________________________ Prof.a Dr.a Silvia Patuzzi - Suplente Universidade Federal Fluminense (UFF) _____________________________________________ Prof. Dr. Roberto Guedes Ferreira - Suplente Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Niterói Abril de 2016 4 Ficha Catalográfica CASTRO, João Henrique Ferreira de. “Castigar sempre foi razão de Estado”? Os debates e a política de punição às revoltas ocorridas no Brasil (1660-1732)/ João Henrique Ferreira de Castro. Niterói: UFF, PPGH, 2016. xiii, 521f; 31 cm. Orientador: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo Tese (Doutorado) – UFF/Programa de Pós-Graduação em História, 2016. Referências bibliográficas: f. 522-545 1 – Brasil. 2 – Revolta. 3 – Perdão. 4 – Punição. 5 – Antigo Regime. I – FIGUEIREDO, Luciano Raposo de Almeida. II – Universidade Federal Fluminense, Programa de Pós-Graduação em História Social. III - Título. 5 Resumo “Castigar sempre foi razão de Estado”? Os debates e a política de punição às revoltas ocorridas no Brasil (1660-1732) João Henrique Ferreira de Castro Orientador: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo Resumo da Tese de Doutorado submetida ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Fluminense – UFF, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em História. A presente tese objetiva compreender os contextos de negociação nas revoltas ocorridas na América portuguesa entre a Revolta da Cachaça de 1660 e a emissão do derradeiro parecer do conselheiro ultramarino Antônio Rodrigues da Costa, um dos mais influentes debatedores da política da Coroa para a gestão de suas conquistas em 1732. Destaque-se que este contexto foi marcado por constantes reflexões sobre a política da Coroa para conter as revoltas, especialmente após a consolidação do entendimento de que a recorrência de perdões concedidos pelos governadores incentivava os súditos ultramarinos a se rebelarem com inconveniente frequência, e a não temerem castigo por eventuais excessos. Esta mudança, porém, não era apenas uma resposta pragmática ao contexto de revoltas do Estado do Brasil. Antes disso, revelava aspectos importantes da cultura política portuguesa, como o fato de que ao longo do século XVII a tradição escolástica convivia com o avanço de um pensamento mais utilitário e que se difundia em territórios europeus desde a Renascença. Referência inicialmente rejeitada em Portugal, em razão de seus vínculos com a Coroa inimiga da Espanha, o utilitarismo foi aos poucos se imiscuindo no pensamento político português e cunhando a noção de “política cristã”, em que as virtudes morais mais tradicionais, como a benevolência que justificava os perdões, passaram a ser pensadas também segundo sua utilidade e eficiência. Ao longo desse processo, enfraqueceu-se o constrangimento da defesa de castigos quando este parecia ser o mais conveniente, mas surgiram também vozes críticas ao aumento do rigor, situação que demonstrava o caráter dinâmico do debate sobre a melhor forma de conter as revoltas e como isto interagia com os contextos de negociação de cada levantamento, cujas especificidades passavam ainda por variáveis como a personalidade dos agentes históricos envolvidos e a gravidade de cada situação. Palavras-chave: Revoltas, Perdão, Punição, Cultura Política Niterói Abril de 2016 6 Summary "Has punishment always been reason of state"?: The debates and punishment policy to the Rebellions in Brazil (1660-1732) João Henrique Ferreira de Castro Advisor: Luciano Raposo de Almeida Figueiredo Summary of the Doctoral Thesis submitted to the Programa de Pós Graduação em História of the Universidade Federal Fluminense - UFF, as part of the requirements for obtaining the title of Doutor em História This thesis aims to understand the negotiation contexts in the rebellions that took place in the Portuguese America between the Revolta da Cachaça, in 1660, and the issuance of the final opinion of the overseas adviser Antônio Rodrigues da Costa, one of the most influential debaters of the Crown's policy for the management of their achievements, in 1732. It is noteworthy that this context was marked by constant reflections on the policy of the Crown to contain riots, especially after the consolidation of the understanding that the recurring pardons granted by the governors encouraged the overseas subjects to rebel with inconvenient frequency and not to fear punishment for any excesses. This change, however, was not only a pragmatic response to the context of state revolts in Brazil. Before that, it revealed important aspects of the Portuguese political culture, such as the fact that over the seventeenth century the scholastic tradition lived with the advancement of a more utilitarian thinking that had been spreading in European territory since the Renaissance. A reference initially rejected in Portugal, due to its links with the rival Crown of Spain, utilitarianism gradually meddled into the Portuguese political thinking and coining the term "Christian politics" in which the most traditional moral virtues, such as the benevolence that justified the pardons, were then also thought from its usefulness and efficiency. Throughout this process, the embarrassment of advocating for punishment when that seemed to be the most convenient action to take starts to weaken, but voices critical of the rising in severity also arise. This situation shows the dynamic nature of the debate about the best way to restrain the rebellions and how that interacts with the contexts of negotiation of each riot, whose specificities also ran through variables such as the personality of the historical agents involved and the severity of each situation. Keywords: Rebellions, Forgiveness, Punishment, Politics Culture Niterói April 2016 7 Aos meus pais Fátima e João Batista, constantes incentivadores e eternas referências 8 Agradecimentos Os exercícios de leitura e a produção da escrita de uma tese são frequentemente descritos como solitários. No entanto, só são possíveis justamente porque não são feitos por alguém isolado do convívio com tantas pessoas especiais. E pelo suporte de instituições públicas que têm a missão de incentivar esta atividade e difundir a pesquisa científica no Brasil. E a elas, dedico meus agradecimentos. Inicio agradecendo a Deus, Senhor do tempo e da vida, por tantas graças e pela força nos momentos difíceis. Agradeço também aos meus pais, Fátima e João Batista. Fiéis companheiros e suportes, nas mais variadas funções, em toda a caminhada traçada até aqui. E certamente por toda a vida. À minha irmã Isabela, referência constante e a outra metade da união de nossos pais. Complementa não só a nossa casa, como o meu coração. E exemplo de garra, fibra, amor e dedicação. Aos demais familiares, pelo incentivo sempre presente. E por, na heterogeneidade, ensinarem, cada qual a seu modo, lições preciosas de amor, honestidade e humanidade. A Ana Paula, cujo amor é combustível que abastece meu coração de alegria. E por toda dedicação, compreensão, afeto e carinho que me faz, a cada dia, renovar o desejo de que estejamos sempre juntos. Ao professor Luciano Raposo de Almeida Figueiredo, que de referência bibliográfica se tornou orientador e parceiro neste projeto. E que com muito afinco e 9 empenho contribuiu não só para a escrita deste texto, mas para que houvesse tranquilidade nos momentos mais complicados (e pelos cafés da Casa da Táta). Ao CNPq, pelos quatro anos de bolsa, e à Capes, pela possibilidade de realizar um breve estágio de pesquisa em Portugal com o financiamento da bolsa sanduíche. Símbolos do investimento público em pesquisa científica no Brasil, a quem desejo ainda vitalidade e capacidade de promover experiências e trabalhos como este. Aos professores Francisco Cosentino, João Fragoso, Carlos Ziller e Rodrigo Bentes pelo aceite de avaliarem o trabalho, mas também por toda a contribuição no meu processo de formação. E
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