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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS, CONTÁBEIS, ECONÔMICAS E DA COMUNICAÇÃO CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

JOSIANE JARLISE TRÄSEL

ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO DE EMPRESAS DO VAREJO LISTADAS NA : , E VIA VAREJO.

IJUÍ (RS) 2018

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JOSIANE JARLISE TRÄSEL

ANÁLISE DO DESEMPENHO ECONÔMICO E FINANCEIRO DE EMPRESAS DO VAREJO LISTADAS NA B3: MAGAZINE LUIZA, LOJAS AMERICANAS E VIA VAREJO.

Trabalho de conclusão do curso apresentado ao DACEC – Curso de Ciências Contábeis da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Prof ª Orientadora: Ms Stela Maris Enderli

Ijuí (RS), Novembro, 2018.

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AGRADECIMENTO

Primeiramente agradeço a Deus pelo dom da vida, por estar sempre comigo ao longo de todo percurso, por toda saúde e força que me destes para que fosse possível a realização deste sonho. Aos meus pais, Ivo e Ilse, que nunca deixaram de acreditar em mim e sempre estão ao meu lado me incentivando, me dando força e me apoiando em todos os momentos. Obrigada por tudo que vocês já fizeram e ainda fazem por mim, obrigada por todos os esforços que tiveram durante estes anos para que fosse possível a minha formação, obrigada pela educação, amor, cuidado e carinho de sempre. Faltam palavras para agradecê-los, obrigada por tudo. Ao meu irmão Luciano pela compreensão nos momentos de estudo. Aos professores do curso por todos os ensinamentos compartilhados, em especial para a minha professora orientadora Stela Maris Enderli por ter acreditado e apostado em mim. Sou imensamente grata por todos os conhecimentos divididos, pelas dúvidas sanadas e por toda a paciência e dedicação que tivestes. E por fim, a todas as pessoas que não foram aqui nomeadas, mas que estiveram ao meu lado durante esta jornada, sempre me ajudando, me dando apoio, carinho e compreensão, muito obrigada!

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RESUMO

O presente estudo consiste em evidenciar por meio dos indicadores de análise das demonstrações contábeis a performance econômica e financeira comparada de três empresas pertencentes ao setor do varejo e listadas pela B3. Esse tema desenvolvido visa mostrar a importância de conhecer o cenário em que a empresa se encontra, bem como da correta análise e interpretação das informações constantes nas demonstrações contábeis para auxiliar no gerenciamento organizacional e garantir que sejam tomadas decisões assertivas. Esta pesquisa caracterizou-se como pesquisa aplicada, qualitativa, descritiva, bibliográfica, documental e multicaso. O estudo foi desenvolvido com base em indicadores calculados e analisados a partir do Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa, disponíveis no site da B3, que tiveram seus valores atualizados para o último ano da série em estudo. Os resultados apresentados revelam que o Magazine Luiza apresenta os melhores indicadores de giro e de dispêndios de capital. As Lojas Americanas apresentam a melhor liquidez e rentabilidade, enquanto a Via Varejo apresenta os melhores indicadores de garantia de dívida, de imobilização do patrimônio líquido, de lucratividade, de qualidade do resultado e de retorno do fluxo de caixa.

Palavras-chave: Análise das Demonstrações Contábeis; Indicadores econômicos e financeiros; Análise de performance.

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LISTA DE QUADROS

Quadro nº 1: Estrutura do Balanço Patrimonial ...... 18 Quadro nº 2: Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício ...... 19 Quadro nº 3: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Indireto ...... 21 Quadro nº 4: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Direto ...... 22 Quadro nº 5: Cálculo do fator de atualização pelos índices do IGPM ...... 48 Quadro nº 6: Indicadores de Liquidez...... 49 Quadro nº 7: Indicadores da Garantia de Dívidas...... 53 Quadro nº 8: Indicador do Grau de Imobilizado...... 56 Quadro nº 9: Indicadores de Lucratividade...... 57 Quadro nº 10: Indicadores de Rentabilidade...... 60 Quadro nº 11: Indicadores de Giro...... 63 Quadro nº 12: Indicador de Qualidade do Resultado...... 66 Quadro nº 13: Indicadores de Dispêndios de Capital...... 67 Quadro nº 14: Indicadores dos retornos do Fluxo de Caixa...... 69

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AC Ativo Circulante AO Ativo Operacional AP Ativo Permanente ARLP Ativo Realizável a Longo Prazo AT Ativo Total B3 Brasil, Bolsa, Balcão CCL Capital Circulante Líquido CDC Coeficiente de Dívidas Circulante CDLP Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo CDT Coeficiente de Dívidas Totais CPCT Coeficiente de Participação do Capital de Terceiros CPDCP Coeficiente de Participação de Dívidas de Curto Prazo CS Capital Social CSM Coeficiente de Segurança Máxima DFC Demonstração do Fluxo de Caixa ERE Exame de Rotação dos Estoques FCO Fluxo de Caixa Operacional GIPL Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido LC Liquidez Circulante LG Liquidez Geral LI Liquidez Imediata LLE Lucro Líquido do Exercício LOB Lucro Operacional Bruto LOL Lucro Operacional Líquido LS Liquidez Seca NBC TG Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral PC Passivo Circulante PELP Passivo Exigível a Longo Prazo PL Patrimônio Líquido PMCD Prazo Médio de Cobrança de Duplicatas PMPD Prazo Médio de Pagamento de Duplicatas PNC Passivo Não Circulante

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PT Passivo Total ROL Receita Operacional Líquida TCC Trabalho de Conclusão de Curso TMLB Taxa de Margem de Lucro Bruto TMLLE Taxa de Margem de Lucro Líquido do Exercício TMLOL Taxa de Margem de Lucro Operacional Líquido TRAT Taxa de Remuneração do Ativo Total TRCS Taxa de Rentabilidade do Capital Social TRI Taxa de Retorno do Investimento Operacional TRPL Taxa de Remuneração do Patrimônio Líquido

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...... 10

1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO ...... 11

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA ...... 11 1.3 OBJETIVOS ...... 13 1.3.1 Objetivo geral ...... 13 1.3.2 Objetivos específicos ...... 13

1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ...... 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO ...... 15 2.1 CONTABILIDADE ...... 15

2.2 DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...... 16 2.2.1 Balanço Patrimonial ...... 17 2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício ...... 18 2.2.3 Demonstração do Fluxo de Caixa ...... 20

2.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ...... 23

2.4 INDICADORES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA ...... 24 2.4.1 Análise de liquidez ...... 24 2.4.2 Análise de garantia da dívida ...... 28 2.4.3 Grau de Imobilizado ...... 31

2.5 INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICA ...... 32 2.5.1 Indicador de lucratividade ...... 32 2.5.2 Estudo da rentabilidade ...... 34

2.6 INDICADORES DA SITUAÇÃO OPERACIONAL ...... 37 2.6.1 Indicadores de giro ...... 37

2.7 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA ...... 38 2.7.1 Quocientes de qualidade do resultado ...... 39 2.7.2 Quocientes de dispêndios de capital ...... 39 2.7.3 Retornos do Fluxo de Caixa ...... 40 3 METODOLOGIA DO ESTUDO ...... 41

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...... 41 3.1.1 Pesquisa quanto à natureza ...... 41 3.1.2 Pesquisa quanto à abordagem ...... 42 3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos ...... 42

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3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos ...... 43

3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA (UNIVERSO E AMOSTRA) ...... 44

3.3 COLETA DE DADOS ...... 45

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...... 46 4 ANÁLISE DOS DADOS ...... 48

4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES FINANCEIROS ...... 48 4.1.1 Análise dos indicadores de liquidez ...... 48 4.1.2 Análise dos indicadores da garantia de dívida ...... 52 4.1.3 Análise do grau de imobilização do patrimônio líquido ...... 55

4.2 ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS ...... 56 4.2.1 Análise dos indicadores de lucratividade ...... 57 4.2.2 Análise dos indicadores de rentabilidade ...... 59

4.3 ANÁLISE DOS INDICADORES DA SITUAÇÃO OPERACIONAL ...... 62 4.3.1 Análise dos indicadores de giro ...... 62

4.4 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA ...... 65 4.4.1 Análise dos indicadores de qualidade do resultado ...... 65 4.4.2 Análise dos indicadores de dispêndios de capital ...... 67 4.4.3 Análise dos retornos do fluxo de caixa...... 68

4.5 CONCLUSÕES DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS ...... 70 CONCLUSÃO ...... 73 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... 74 ANEXOS ...... 77

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1 INTRODUÇÃO

As empresas cada vez mais operam em ambientes extremamente competitivos, sendo de fundamental importância o planejamento e o gerenciamento das informações contábeis de ordem patrimonial, econômica e financeira para que elas alcancem seus objetivos organizacionais e se mantenham no mercado. Neste contexto, a contabilidade é uma ciência que estuda as variações que ocorrem no patrimônio das entidades, mediante o registro, classificação, análise e interpretação desses fatos, disponibilizando por meio das demonstrações contábeis, todas as informações necessárias à tomada de decisões e condução da empresa. (FRANCO, 1996). O presente trabalho tem por base a análise das demonstrações contábeis de três empresas do setor do varejo listadas pela B3 a fim de evidenciar por meio de indicadores o desempenho econômico e financeiro comparado. A análise das demonstrações contábeis, portanto, consiste na extração de informações geradas pelos demonstrativos contábeis para auxiliar os usuários internos e externos na compreensão da situação patrimonial, econômica e financeira. (BASSO; FILIPIN; ENDERLI, 2015). O primeiro capítulo apresenta a introdução, a definição do tema do estudo, o problema do estudo, os objetivos gerais e específicos, bem como as justificativas para o estudo realizado. No segundo capítulo é abordado o referencial teórico com intuito de apresentar conceitos a respeito do tema em questão, contemplando a contabilidade, demonstrações contábeis, análise das demonstrações contábeis, análise financeira, análise econômica, análise operacional e análise de indicadores a partir das demonstrações do fluxo de caixa. No terceiro capítulo apresenta-se a metodologia do estudo utilizada, classificando a pesquisa quanto a natureza, quanto a forma de abordagem, quanto aos objetivos, quanto aos procedimentos técnicos, bem como, explica-se a forma como os dados foram coletados, analisados e interpretados. Na sequência apresenta-se o fluxograma das diversas etapas da análise. No quarto capítulo apresenta-se a análise dos dados visando responder a questão investigada e na sequencia encontra-se a conclusão deste estudo e as referências bibliográficas consultadas.

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1.1 DEFINIÇÃO DO TEMA EM ESTUDO

A gestão organizacional é decorrência de uma adequada percepção de cenário e um profundo conhecimento das potencialidades e processos internos da organização de modo a permitir um processo decisório exitoso. Assim, pode-se dizer que a qualidade e disponibilidade de informações é determinante ao sucesso organizacional. É neste sentido que a contabilidade é percebida como um instrumento de registro, controle e interpretação das variações que ocorrem no patrimônio de uma determinada entidade, sendo de fundamental importância para a tomada de decisão e condução da empresa. Conforme Basso, Brizolla e Filipin (2017), a contabilidade tem como finalidade gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio, emitindo relatórios qualitativos e quantitativos, permitindo ao usuário da informação contábil projetar o futuro e reprogramar metas, projetos e resultados. Sendo assim, a contabilidade para mensurar as informações e se tornar útil aos seus usuários utiliza-se de quatro grandes técnicas contábeis que são a escrituração, os demonstrativos contábeis, a auditoria e a análise de balanços. Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015), a análise de balanço ou análise financeira consiste na extração de indicadores, dados e informações constantes nas demonstrações contábeis para o estudo, avaliação e análise da realidade patrimonial, financeira e econômica da entidade. Este tipo de análise é importante para os gestores da entidade, mas também para diversos stakeholders externos que tenham algum interesse na entidade. De acordo com Padoveze e Benedicto (2014, p. 3) “[...] a análise financeira consiste em um processo meditativo sobre os números de uma entidade, para avaliação de sua situação econômica, financeira, operacional e de rentabilidade”. Desta forma, o tema abordado neste estudo envolve a análise das Demonstrações Contábeis de empresas de varejo, listadas pela B3.

1.2 PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA

Como já mencionado, a análise das demonstrações contábeis é importante tanto para os usuários internos como para os usuários externos das organizações, uma vez que permite identificar eventuais problemas de gestão e obter informações pertinentes a respeito da real situação patrimonial, financeira e econômica da entidade.

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Assim, para que a empresa alcance o sucesso almejado e apresente vantagens em relação a seus concorrentes é necessário que o gestor possua um profundo conhecimento do que está ocorrendo com a sua empresa e, para tanto, faça uso das mais diversas fontes de informação. A fim de acessar e gerar informações úteis e confiáveis, capazes de satisfazer as necessidades informacionais específicas de cada usuário. Para tanto, o gestor financeiro utiliza-se de fontes internas obtidas por meio das demonstrações contábeis, e as do ambiente externo, que abrangem dados sobre tendência de mercado, concorrência, decisões de política econômica e situação do mercado internacional. (LEMES JUNIOR, RIGO E CHEROBIM, 2005). De acordo com Moraes (2016) analisar o cenário em que a empresa se encontra é de fundamental importância, pois ajuda no direcionamento do planejamento estratégico, ajudando a identificar fatores que podem impulsionar o negócio, minimizar riscos e maximizar oportunidades, bem como, prever e prevenir possíveis fatores negativos que possam vir a influenciar o andamento dos negócios. Segundo Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2005), a atuação das empresas no ambiente econômico, suas estratégias e seu sucesso, dependem também da forma em que elas estão inseridas no ambiente econômico. Neste contexto, conhecer os concorrentes e comparar o desempenho de empresas do mesmo segmento torna-se imprescindível para avaliar de modo relativo a performance da organização. A utilização de métricas setoriais e globais é de fundamental importância para avaliar se o desempenho obtido pela empresa em análise está compatível com o que o mercado esta auferindo e também de modo a identificar possíveis fatores causais de eventuais diferenças de performance. Neste sentido, um dos primeiros pontos de referência para qualquer análise econômica e financeira envolve o conhecimento das demonstrações contábeis obrigatórias, elaboradas de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade - NBC TG. Formalmente, a legislação brasileira exige os seguintes demonstrativos como obrigatórios: Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício, Demonstração do Fluxo de Caixa, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, Demonstração de Valor Adicionado e Notas Explicativas. Estas são fontes primárias que auxiliam o gestor a obter dados referentes ao grau de liquidez, endividamento, lucratividade, margem de contribuição entre outros indicadores, que auxiliam na tomada de decisões. Diante das exposições acima, o estudo está organizado a partir da seguinte questão de estudo: considerando três organizações de varejo, qual a performance econômica e financeira comparada, identificada a partir dos indicadores de análise das demonstrações contábeis?

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1.3 OBJETIVOS

Os objetivos dividem-se em objetivo geral e objetivos específicos e buscam definir o resultado que se pretende alcançar com a realização deste estudo.

1.3.1 Objetivo geral

Analisar de modo comparado, o desempenho econômico e financeiro de três empresas

listadas pela B3 por meio de indicadores, e identificar a influência destes no gerenciamento organizacional.

1.3.2 Objetivos específicos

 Fundamentar teoricamente os conceitos vinculados a elaboração e apresentação de demonstrações contábeis, análise de demonstrações contábeis e análise de cenário;  Analisar os indicadores de desempenho do período de 2013 a 2017 de três empresas do setor do varejo listadas na B3;  Sistematizar de modo comparado o desempenho das empresas analisadas.

1.4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O estudo sobre análise do desempenho econômico e financeiro é essencial em função da necessidade de informações cada vez mais rápidas, precisas e confiáveis que se obtém através da correta interpretação dos relatórios contábeis, influenciando na tomada de decisão. Na condição de aluna e futura contadora este estudo é de suma importância, pois ampliará os conhecimentos da autora sobre a importância de analisar o desempenho econômico e financeiro das empresas, por meio de informações que contribuem no gerenciamento e na tomada de decisão. Para a instituição de ensino e demais alunos do curso de Ciências Contábeis, este estudo ficará disponível para quem tiver interesse nesta área especificamente na disponibilização de parâmetros de comparação de empresas do setor de varejo, que podem, inclusive, ser utilizados para avaliar a performance de empresas locais que atuam neste segmento.

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O presente estudo mostra-se viável, pois as informações necessárias para a consecução deste estudo encontram-se no site da B3 sendo de fácil acesso, bem como, existe tempo suficiente para a sua conclusão. Outro fator, de destaque seria o baixo custo de realização, uma vez que não foi necessário deslocar-se até as empresas para obter as informações necessárias.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo desenvolve-se a fundamentação teórica sobre a contabilidade, suas demonstrações contábeis, balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e demonstração do fluxo de caixa, análise dos indicadores econômicos, financeiros e operacionais. O objetivo desta revisão bibliográfica é ampliar os conhecimentos sobre o tema proposto utilizando-se de artigos, livros e internet.

2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade é uma ciência que tem por objetivo o estudo das variações que ocorrem no patrimônio de uma determinada entidade. Por meio dela é fornecido o máximo de informações úteis que auxiliam na tomada de decisão e na condução da empresa. No entendimento de Franco (1996, p.21) contabilidade,

É a ciência que estuda os fenômenos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a classificação, a demonstração expositiva, a análise e a interpretação desses fatos, com o fim de oferecer informações e orientação– necessárias à tomada de decisões–sobre a composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente da gestão da riqueza patrimonial.

De acordo com Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 27) “O objeto da Contabilidade é o Patrimônio, geralmente constituído por um conjunto de bens, direitos e obrigações pertencentes a uma determinada entidade”. A contabilidade tem como finalidade gerar informações de ordem física, econômica e financeira sobre o patrimônio da entidade, emitindo relatório qualitativo e quantitativo para o controle e planejamento das organizações, auxiliando na tomada de decisões. Os principais usuários das informações contábeis são: os administradores, diretores e executivos para que as decisões possam ser tomadas de forma assertiva; sócios e acionistas para o conhecimento da real situação patrimonial do empreendimento; os bancos, financiadores e investidores visando avaliar as reais garantias oferecidas; os fornecedores para averiguar a capacidade de liquidar obrigações e os governos federais, estaduais e municipais para planejamento e controle das receitas tributárias (BASSO, BRIZOLLA E FILIPIN, 2017). Assim, para evidenciar aos diferentes usuários das informações contábeis a situação operacional, econômica e financeira da entidade, torna-se necessário a elaboração das demonstrações contábeis.

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2.2 DEMOSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Segundo Basso, Filipin e Enderli, (2015, p. 26) “[...] as demonstrações contábeis são relatórios que reúnem dados e informações de ordem econômica e financeira sobre determinado patrimônio, situado numa entidade especifica, no momento de sua elaboração”. As demonstrações contábeis apresentam informações sobre a posição patrimonial e financeira das entidades sendo preparadas e apresentadas pelo menos anualmente e visam atender as necessidades de um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas de decisões (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011).

As demonstrações contábeis preparadas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: (a) decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações; (b) avaliar a Administração quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida, qualidade de seu desempenho e prestação de contas; (c) avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados e proporcionar- lhes outros benefícios; (d) avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; (e) determinar política tributárias; (f) determinar a distribuição de lucros e dividendos; (g) preparar e usar estatísticas da renda nacional; ou (h) regulamentar as atividades das entidades (NBC TG, ESTRUTURA CONCEITUAL, 2011, p. 8).

De acordo com Basso, Brizolla e Filipin (2017) para evidenciar as informações econômicas e financeiras do patrimônio das entidades, se estabelece como obrigatoriedade mínima, a elaboração de cinco demonstrativos, sendo dois deles considerados básicos, das quais derivam as informações para as demais demonstrações: o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício, que são complementados pela Demonstração dos Fluxos de Caixa, pela Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados ou Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido e, a Demonstração do Valor Adicionado. Para melhor compreensão das informações constantes nas demonstrações contábeis, e para esclarecimentos dos métodos e critérios utilizados, acompanham tais demonstrativos um conjunto de informações adicionais denominadas Notas Explicativas, divididas em obrigatórias quando previstas em lei, normativas ou contrato social e, as livres, que são inseridas livremente pela direção da entidade. (BASSO, FILIPIN E ENDERLI, 2015).

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Sendo assim, as demonstrações contábeis mais importantes são o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício (DRE), visto que as demais demonstrações necessitam das informações contidas nesses demonstrativos para serem elaboradas.

2.2.1 Balanço Patrimonial

O balanço patrimonial é uma das demonstrações contábeis mais importantes, pois demonstra a posição patrimonial e financeira de uma empresa em um dado momento. Conforme Matarazzo (2003, p. 41) “É a demonstração que apresenta todos os bens e direitos da empresa – Ativo-, assim como as obrigações – Passivo Exigível- em determinada data. A diferença entre Ativo e Passivo é chamada Patrimônio Líquido e representa o capital investido pelos proprietários da empresa [...]”. Assaf Neto (2002) afirma que o ativo compreende as aplicações de recursos efetuadas pela empresa, ou seja, os bens e direitos da entidade, que podem estar distribuídos em ativos circulantes, que apresentam alta rotação; em ativos realizáveis a longo prazo, e em ativos classificados como permanentes que irão servir à vários ciclos operacionais. O passivo representa as dívidas e obrigações da empresa e podem ser classificadas em passivo circulante e passivo não circulante. O patrimônio líquido é representado pela diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo, compreendendo os recursos próprios da empresa, sendo, capital social, reservas de capital e lucros ou prejuízos acumulados. Basso, Brizolla e Filipin (2017) destacam que as contas do ativo e passivo devem ser classificadas de forma ordenada e uniforme, a fim de permitir a correta análise e interpretação da situação financeira da entidade. Para tanto, a disposição das contas do ativo e do passivo devem levar em conta o grau de liquidez e as exigibilidades, respectivamente. O quadro nº 1 apresenta um modelo da estrutura básica do Balanço Patrimonial.

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Quadro nº 1: Estrutura do Balanço Patrimonial BALANÇO PATRIMONIAL 1 – ATIVO 2 – PASSIVO 1.1 – CIRCULANTE 2.1 – CIRCULANTE 1.2 – NÃO CIRCULANTE 2.2 – NÃO CIRCULANTE 1.2.1 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 2.2.1 – EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 1.2.2 – INVESTIMENTOS 1.2.3 – IMOBILIZADO 3 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.2.4 – INTANGÍVEL 3.1– CAPITAL SOCIAL 3.2– RESERVAS DE CAPITAL 3.3– RESERVAS DE LUCROS 3.4–AJUSTES DE AVALIAÇÕES PATRIMONIAIS 3.5– (-) AÇÕES EM TESOURARIA 3.6– (-) PREJUÍZOS ACUMULADOS Fonte: Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 308).

Portanto, as contas que compõem o Ativo, assim como o Passivo, são agrupadas em circulante e não circulante. Conforme Padoveze e Benedicto (2014) no ativo circulante encontram-se bens e direito de liquidez imediata, que se convertem em dinheiro dentro do prazo de um ano, já no ativo não circulante encontra-se o realizável a longo prazo (cujos bens e direitos a receber ou realizar possuem prazo maior do que doze meses), os investimentos, o imobilizado e o intangível (que são os bens e direitos utilizados para o desenvolvimento das atividades operacionais ou para renda, os quais a empresa não tem intenção de vender). Já no passivo circulante estão todas as obrigações vencíveis a curto prazo, ou seja, que deverão ser pagas dentro do prazo de um ano e no passivo não circulante estão os exigíveis a longo prazo que são todas as obrigações da empresa com vencimento superior a um ano (ASSAF NETO, 2002).

2.2.2 Demonstração do Resultado do Exercício

Segundo Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 316) “A Demonstração do Resultado do Exercício é o relatório contábil que sintetiza as operações que deram origem ao resultado de um determinado período ou exercício social.”.

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Assaf Neto (2002) complementa afirmando que esta demonstração evidencia os resultados (lucro ou prejuízo) alcançados pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para contas do patrimônio líquido. O autor complementa que o resultado encontrado é resultante das receitas, custos e despesas da entidade ocorridas no período, sendo apropriado de acordo com o regime de competência. Conforme Basso, Brizolla e Filipin (2017, p. 316),

Concebida para demonstrar a formação do resultado final do exercício, ou seja, o lucro ou o prejuízo, a DRE está estruturada de forma a evidenciar as diversas fases do resultado, iniciando com o valor da receita operacional bruta apurada nas operações de vendas e de prestação de serviços da entidade, passando pela dedução dos encargos tributários, devoluções e abatimentos a ela relativos, bem como dos seus respectivos custos, apurando-se o lucro operacional bruto.

O quadro nº 2 apresenta um modelo da Demonstração do Resultado do Exercício.

Quadro nº 2: Modelo da Demonstração do Resultado do Exercício DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 1. 1.RECEITA OPERACIONAL BRUTA X1 X2 2. Vendas de... 2.(-) DEDUÇÕES DA RECEITA OPERACIONAL BRUTA Tributos faturados, abatimentos e devoluções de vendas 3. 3.(=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA (1-2) 4. 4.(-) CUSTO DAS MERCADORIAS/PRODUTOS VENDIDOS 5.(=) RESULTADO OPERACIONAL BRUTO (3-4) 5. 6.(-) DESPESAS OPERACIONAIS NÃO FINANCEIRAS De vendas Despesas administrativas Outras receitas operacionais Outras despesas operacionais 6. 7.(=) RESULTADO OPERACIONAL PRÓPRIO (5-6) 7. 8.(=) RESULTADO FINANCEIRO

Receitas financeiras (-) Despesas financeiras

8. 9.(=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO (7+-8)

9. 10.(+-) RESULTADO NÃO OPERACIONAL

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Receitas não operacionais (-) Despesas não operacionais 11.(=) RESULTADO ANTES DOS TRIBUTOS SOBRE A RENDA (9+-10) 10. 12.(-) PROVISÃO PARA OS TRIBUTOS SOBRE A RENDA Provisão para o impostode renda pessoa jurídica Provisão para a contribuição social sobre o lucro líquido 11. 13.(=) RESULTADO DEPOIS DOS TRIBUTOS SOBRE A RENDA (11-12)

12. 14.(-) PARTICIPAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS Participações estatutárias Participações sociais Outras participações

13. 15.(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO (13-14) 14. 16.(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO POR AÇÃO/COTA Fonte: Basso, Filipin e Enderli (2015, p.37).

A demonstração do resultado do exercício retrata apenas o fluxo econômico, ou seja, independente do recebimento ou pagamento de uma receita ou despesa, os eventos devem ser registrados na data em que ocorrem (MATARAZZO, 2003).

2.2.3 Demonstração do Fluxo de Caixa

A demonstração dos fluxos de caixa nas palavras de Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 34) “Demonstra, de forma resumida, as principais origens e aplicações dos recursos que transitaram pelo Caixa e equivalentes de Caixa da entidade no período a que se referem às correspondentes demonstrações contábeis básicas [...]”. Este demonstrativo evidencia as movimentações das disponibilidades da entidade em um determinado período, por meio de fluxos de recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais, das atividades de financiamento e das atividades de investimentos, sendo obrigatória sua elaboração e publicação para as companhias abertas e as de grande porte. Esta demonstração pode ser elaborada por dois métodos: o método direto (a partir da movimentação do caixa e equivalentes de caixa) e pelo método indireto (por meio do lucro/prejuízo do exercício) (MARION, 2010). De acordo com Padoveze e Benedicto (2014), nos dois métodos, o relatório de fluxo de caixa deve ser estruturado em torno de três atividades:

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 Atividades operacionais: que compreende a transformação do lucro, pelo regime de competência, em caixa;  Atividades de investimento: representa os gastos efetuados nos ativos imobilizados, intangíveis e investimentos de caráter de permanência, com vistas a obter benefícios futuros. Contempla também os desinvestimentos;  Atividades de financiamento: são aquelas em que a empresa obtém novos financiamentos e de novos aumentos de capital social, bem como as amortizações dos empréstimos existentes, pagamento de lucros aos sócios ou acionistas e reduções de capital social. O quadro nº 3 demonstra um modelo da Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método indireto.

Quadro nº 3: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Indireto Fluxo de caixa do período – Método Indireto I – DAS ATIVIDADES OPERACIONAIS $ Lucro Líquido do Exercício (+/-) Receitas e Despesas Não Efetivadas Financeiramente Depreciações Equivalência Patrimonial Baixa de Bens do Permanente Variação de Ajuste a Valor Presente = Lucro Gerado pelas Operações (+/-) Ajustes por Mudança no Capital de Giro (-) Aumento de Duplicatas a Receber (+) Diminuição dos Estoques (+) Aumento de Fornecedores (+) Aumento de Salários e Encargos a Pagar (-) Redução de Contas a Pagar (+) Aumento de Impostos a Recolher TOTAL

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II – DAS ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO Aumento dos Financiamento de Longo Prazo (-) Redução dos Empréstimos de Curto Prazo Aumento de Capital em Dinheiro Distribuição de Dividendos TOTAL III – DAS ATIVIDADES DE INVESTIMENTO Aquisição de Imobilizados Aumento do Realizável a Longo Prazo Aumento de Investimentos e Diferido TOTAL AUMENTO DE CAIXA DO PERÍDO (I+II+III) Saldo Inicial de Caixa/ Bancos/ Aplicações Financeiras Saldo Final de Caixa/Bancos/ Aplicações Financeiras Fonte: Padoveze e Benedicto (2014, p. 63).

O quadro nº 4 evidencia a Demonstração do Fluxo de Caixa pelo método direto.

Quadro nº 4: Modelo de Demonstração Fluxo de Caixa - Método Direto Fluxo de caixa do período – Método Direto I – OPERACIONAL RECEBIMENTOS Clientes (-) Pagamentos (-) Fornecedores (-) Salários e Encargos Sociais Despesas Gerais Impostos sobre Mercadorias Impostos sobre o Lucro TOTAL

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II – FINANCIAMENTOS Novos Empréstimos e Financiamentos Amortizações de Empréstimos e Financiamentos Aumento de Capital em Dinheiro Distribuição de Dividendos TOTAL III – INVESTIMENTOS Aquisição de Imobilizados Aumento de Realizável a Longo Prazo Aumento de Investimentos e Diferido TOTAL AUMENTO DE CAIXA DO PERÍODO (I+II+III) (+) Receitas Financeiras Saldo Inicial de Caixa/Bancos/Aplicações Financeiras Saldo Final de Caixa/ Bancos/ Aplicações Financeiras Fonte: Padoveze e Benedicto (2014, p.64).

Assim, a principal diferença entre os dois métodos está evidenciada no fluxo de caixa das atividades operacionais, em que pelo método indireto parte do lucro, com ajuste de receitas e despesas não efetivadas financeiramente, apresentadas no grupo ajustes por mudança no capital de giro. Já pelo método direto parte da movimentação das contas do grupo disponível, coletando as informações específicas de entradas e saídas de numerário. As demais atividades, de investimentos e financiamentos, são similares nos dois métodos. (PADOVEZE E BENEDICTO, 2014).

2.3 ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Para Padoveze e Benedicto (2014) a análise das demonstrações contábeis consiste na extração de dados e informações das demonstrações contábeis, preferencialmente de dois ou mais períodos regulares, a fim de auxiliar gestores, acionistas, investidores, fornecedores, clientes e demais pessoas interessadas em avaliar a situação patrimonial, econômica e financeira da empresa, bem como, auxiliar no processo de tomada de decisão. A análise comparativa de balanços é aquela em que são analisados balanços de anos sucessivos da mesma empresa. De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015, p.56) “A

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análise comparativa realizada por meio das demonstrações contábeis busca gerar informações em torno do andamento do negócio de modo a verificar o passado, o presente e prever o futuro por meio das informações geradas por esses demonstrativos.”. Segundo Assaf Neto (2002, p. 48) “A análise de balanços visa relatar, com base nas informações contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que determinaram a evolução apresentada e as tendências futuras.”. Os relatórios de análise, portanto, devem ser elaborados em uma linguagem simples e de fácil compreensão, uma vez que, são de fundamental importância para todos os interessados na empresa, já que, contém informações de ordem patrimonial, econômica e financeira. Conforme Matarazzo (2003, p. 28) “A Análise de Balanços permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada; permite estimar o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades.”.

2.4 INDICADORES DA SITUAÇÃO FINANCEIRA

As demonstrações contábeis fornecem dados a respeito da real situação econômica- financeira da empresa, e por meio da análise estes dados são transformados em informações úteis para a tomada de decisão. Segundo Padoveze e Benedicto (2014, p. 91) “A análise financeira permite uma visão da estratégia e dos planos da empresa analisada, estimar seu futuro, suas limitações e suas potencialidades.”. Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) é no balanço patrimonial que encontra-se um resumo da posição financeira de uma empresa, pois de uma lado demonstra os recursos aplicados após determinado período de tempo, enquanto do outro lado, encontra-se a origem destes recursos que são provenientes de capital de terceiros e de capital próprio. Neste contexto, a seguir abordam-se os principais indicadores utilizados para diagnosticar a situação financeira de uma empresa e avaliar seu desempenho atual e futuro.

2.4.1 Análise de liquidez

Segundo Padoveze e Benedicto (2014) os indicadores de liquidez têm por finalidade evidenciar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, avaliar se os bens e direitos da empresa são suficientes para saldar as dívidas. Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 115) definem que “Por meio da liquidez busca-se saber das condições que uma entidade qualquer tem de liquidar seus compromissos no

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vencimento com suas disponibilidades, seus devedores e seus estoques, isto é, sem se desfazer do seu ativo permanente.”. Desta forma, pelo fato de seus dados serem extraídos apenas do balanço patrimonial são considerados como indicadores estáticos, uma vez que, podem ser alterados por algo que modifique os dados patrimoniais utilizados para medir a liquidez, não devendo, portanto, ser considerado como indicadores definitivos (PADOVEZE E BENEDICTO, 2014). Conforme Marion (2010) para identificar a capacidade de pagamento da empresa, são utilizados índices de liquidez, que permitem avaliar a capacidade de liquidar compromissos considerando o curto prazo, longo prazo ou prazo imediato, sendo que os principais indicadores utilizados são o índice de liquidez corrente, índice de liquidez seca, índice de liquidez geral e índice de liquidez imediata.

2.4.1.1 Índice de Liquidez Corrente

O índice de liquidez corrente tem como finalidade mostrar a capacidade de pagamento no curto prazo. De acordo com Padoveze e Benedicto (2014) este é o principal indicador para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, pois relaciona os bens e direitos realizáveis no curto prazo com as obrigações de curto prazo da empresa, sendo apurado pela seguinte fórmula:

LC: AC/PC

Onde: LC: Liquidez Circulante; AC: Ativo Circulante; PC: Passivo Circulante

De acordo com Assaf Neto (2002) quanto maior for o índice de liquidez corrente melhor será a capacidade da empresa para uma possível liquidação das obrigações. Ou seja, índices acima de 2,00 são considerados bons.

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2.4.1.2 Índice de Liquidez Seca

Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 120) o índice de liquidez seca busca “[...] saber a capacidade que a entidade tem de liquidar suas obrigações de curto prazo, mesmo que venha, por qualquer motivo, a paralisar suas vendas”. Esse índice é encontrado pela aplicação da fórmula:

LS: (AC – Estoques)/ PC

Onde: LS: Liquidez Seca; AC: Ativo Circulante; PC: Passivo Circulante.

Desta forma, segundo Assaf Neto (2002) este indicador demonstra a capacidade de serem liquidadas as dívidas de curto prazo mediante a utilização das contas do disponível e valores a receber. Assim, quando o coeficiente de liquidez seca for superior a 1,00 demonstra que a empresa possui uma situação financeira satisfatória.

2.4.1.3 Índice de Liquidez Geral

Conforme Marion (2010, p. 79) o índice de liquidez geral “Mostra a capacidade de pagamento da empresa a Longo Prazo, considerando tudo o que ela converterá em dinheiro ( a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo o que já assumiu como dívida (a Curto e Longo Prazo).” É apurado pela seguinte fórmula:

LG: (AC+ ARLP)/ (PC+PELP)

Onde: LG: Liquidez Geral; AC: Ativo Circulante; ARLP: Ativo Realizável a Longo Prazo; PC: Passivo Circulante; PELP: Passivo Exigível a Longo Prazo.

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Conforme Marion (2010) pelo fato de este indicador considerar períodos longos torna- se mais difícil analisá-lo, pois o recebimento do ativo pode ser diferente do pagamento do passivo. No entanto, Basso, Filipin e Enderli (2015) complementam que para maior tranquilidade financeira, o indicador de liquidez geral não deve ser inferior a 1,5.

2.4.1.4 Liquidez Imediata

O índice de liquidez imediata tem por objetivo demonstrar a capacidade de pagamento das obrigações de curto prazo de forma imediata. Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 123) o coeficiente de liquidez imediata “[...] compara os valores das disponibilidades com os valores das obrigações de curto prazo da entidade.”. Sendo expresso pela fórmula:

LI: Disponibilidades/ PC

Onde: LI: Liquidez Imediata; Disponibilidades: Caixa e Equivalentes de Caixa; PC: Passivo Circulante.

Segundo Padoveze e Benedicto (2014) o índice de liquidez imediata trabalha com os recursos do ativo circulante, que são agrupados sob o nome disponibilidades, e compreendem os valores em caixa, banco e aplicações financeiras e que podem ser disponibilizados imediatamente para o pagamento de contas de curto prazo. Assaf Neto (2002, p. 172) ressalta que “Este quociente é normalmente baixo pelo pouco interesse das empresas em manter recursos monetários em caixa, ativo operacionalmente de reduzida rentabilidade.”.

2.4.1.5 Capital Circulante Líquido

Na concepção de Basso, Filipin e Enderli (2015), o capital circulante líquido representa o valor dos recursos disponíveis no ativo circulante para a liquidação das dívidas de curto prazo, ou seja, demonstra o que sobra ou o que falta no ativo circulante da empresa, caso a mesma viesse a liquidar todo o seu passivo circulante. Desta forma, quanto mais sobrar

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do ativo circulante após a liquidação do passivo circulante, melhor será a situação financeira da empresa. O capital circulante líquido é encontrado pela fórmula:

CCL: AC(-) PC

Onde: CCL: Capital Circulante Líquido; AC: Ativo Circulante; PC: Passivo Circulante.

2.4.2 Análise de garantia da dívida

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 126) “[...] os credores da empresa e seus financiadores em potencial necessitam saber qual é a garantia que ela oferece para a cobertura dos compromissos assumidos.”. Assim, o estudo do endividamento, torna-se de fundamental importância para avaliar se os recursos utilizados pela empresa são de origem de capital próprio ou de capital de terceiros. De acordo com Marion (2010, p. 94) “A análise da composição do endividamento também é bastante significativa: endividamento a Curto Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Circulante; endividamento a Longo Prazo, normalmente utilizado para financiar o Ativo Permanente.”. Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p.126) “Quanto maior for à proporção dos recursos próprios sobre os recursos de terceiros melhor será a margem de garantia de dívidas que a entidade oferece a seus credores.”. Em outras palavras, quanto menos capital de terceiros for usado para financiar os ativos melhor será o posição financeira da empresa. Contudo, conforme Assaf Neto (2002) muitas vezes as empresas não possuem condições financeiras próprias suficientes para atender a demanda de recursos necessários para o andamento de seus negócios, precisando recorrer ao capital de terceiros, assim como, é mais vantajoso trabalhar com capital de terceiros quando a rentabilidade de suas aplicações se apresentar maior que o custo do capital emprestado. Portanto, de acordo com Padoveze e Benedicto (2014, p. 156) “A participação de capitais de terceiros será benéfica para a empresa, desde que não determine uma situação de liquidez insustentável durante determinado período.”.

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De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) para o estudo da garantia de dívidas de uma empresa utiliza-se o coeficiente de dívidas circulantes, coeficiente de dívidas totais, coeficiente de dívidas de longo prazo, coeficiente de segurança máxima e coeficiente de dívidas complementares.

2.4.2.1 Coeficiente de dívidas circulantes

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) busca a relação das dívidas de curto prazo em relação ao patrimônio líquido, sendo que, quanto menor a unidade melhor é a garantia de que as dívidas serão um dia pagas. A fórmula é a seguinte:

CDC: PC/PL

Onde: CDC: Coeficiente de Dívidas Circulantes; PC: Passivo Circulante; PL: Patrimônio Líquido.

2.4.2.2 Coeficiente de dívidas totais

O coeficiente de dívidas totais procura saber a garantia que a empresa possui para suas dívidas totais, isto é, as de curto e longo prazo. Segundo Assaf Neto (2002, p. 146) “Mostra quanto a empresa tomou de empréstimo para cada $ 1 de capital próprio aplicado.”. Assim:

CDT: PT/PL

Onde: CDT: Coeficiente de Dívidas Totais; PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante; PL: Patrimônio Líquido.

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2.4.2.3 Coeficiente de dívidas de longo prazo

Busca a relação das dívidas de longo prazo com o capital circulante líquido. Logo, o coeficiente de dívidas de longo prazo não poderá ultrapassar à unidade 1,00 para haja garantia suficiente de que as dívidas de longo prazo um dia serão pagas pela empresa (BASSO, FILIPIN E ENDERLI, 2015). A fórmula é a seguinte:

CDLP: PNC/CCL

Onde: CDLP: Coeficiente de Dívidas de Longo Prazo; PNC: Passivo Não Circulante; CCL: Capital Circulante Líquido.

2.4.2.4 Coeficiente de segurança máxima

Este coeficiente tem por objetivo garantir aos credores segurança máxima, no caso da entidade paralisar suas atividades e precisar liquidar todo o seu ativo para pagar todo o seu passivo. No entanto, devido as dificuldades que são encontradas para vender o ativo pelo valor contábil, este indicador não deve ultrapassar a 0,50, isto é, as dívidas totais devem representar no máximo 50% do valor contábil dos ativos da entidade (BASSO, FILIPIN E ENDERLI, 2015). O coeficiente de segurança máxima é encontrado pela aplicação da seguinte fórmula:

CSM: PT/AT

Onde: CSM: Coeficiente de Segurança Máxima; PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante; AT: Ativo Total.

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2.4.2.5 Coeficiente de dívidas complementares

De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) utiliza-se ainda, alguns indicadores complementares, a fim de melhor demonstrar a situação financeira da entidade, sendo eles:  Coeficiente de participação de capitais de terceiros: as dívidas não podem ultrapassar 50% do valor do passivo mais patrimônio líquido, sendo calculado pelo uso da seguinte fórmula:

CPCT: PT/ (PT+PL)

Onde: CPCT: Coeficiente de Participação do Capital de Terceiros; PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante; PL: Patrimônio Líquido.

 Coeficiente de participação das dívidas de curto prazo sobre as dívidas totais: mostra o quanto de dívidas a curto prazo a empresa possui em relação ao total de dívidas, sendo que, o indicador também não deve ser superior a 50%.

CPDCP: PC/PT

Onde: CPDCP: Coeficiente de Participação de Dívidas de Curto Prazo; PC: Passivo Circulante; PT: Passivo Circulante + Passivo Não Circulante.

2.4.3 Grau de Imobilizado

O grau de imobilização do patrimônio líquido, segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 151),

Procura verificar o quanto do Capital Próprio está comprometido com o Ativo Permanente da entidade. Via de regra, quanto maior o percentual, pior é a situação financeira, pois deixa cada vez menos recursos próprios livres para aplicação em

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ativos rentáveis, isto é, nos ativos destinados aos negócios da entidade, geralmente constituídos pelo Ativo Circulante e o Ativo Realizável a Longo Prazo.

Por meio deste indicador é possível compreender o quanto de recursos próprios foi usado para financiar o ativo permanente (investimentos, imobilizados e intangíveis), sendo que, quanto mais recursos próprios forem investidos no ativo permanente, menos recursos estarão disponíveis para investir no ativo circulante, e haverá maior dependência de capitais de terceiros (PADOVEZE E BENEDICTO, 2014). O grau de imobilização do patrimônio líquido é apresentado pela fórmula:

GIPL: (AP/PL) x 100

Onde: GIPL: Grau de Imobilização do Patrimônio Líquido; AP: Ativo Permanente; PL: Patrimônio Líquido.

2.5 INDICADORES DA SITUAÇÃO ECONÔMICA

Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015 p. 136), “Os indicadores econômicos buscam evidenciar a situação do desempenho dos negócios praticados pela empresa, sintetizado nos resultados obtidos, lucros ou prejuízos [...]”. Conforme os autores a vitalidade de uma empresa esta na sua capacidade de gerar resultados positivos e caixa, que ocorre através do aumento dos valores dos itens de receita e/ou redução dos valores de itens de custos e despesas, que estão representados na demonstração do resultado do exercício. Desta forma, a análise econômica consiste em uma avalição da lucratividade e da rentabilidade do desempenho de uma empresa em determinado período, os quais são abordados de forma mais detalhada a seguir.

2.5.1 Indicador de lucratividade

Este indicador tem por finalidade demonstrar o valor que sobra para a empresa após realizar suas vendas e descontar os custos e despesas obtidos na mesma ocasião. Segundo Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 136) “O objetivo maior e final das entidades de fins lucrativos é, sem dúvida, o lucro. É com o lucro que o empresário remunera os fatores de

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produção (capital, trabalho e tecnologia) e é ainda por meio do lucro que o empreendimento poderá ser ampliado.”. “A Lucratividade é um indicador de eficiência operacional obtido sob a forma de valor percentual e que indica qual é o ganho que a empresa consegue gerar sobre o trabalho que desenvolve” (SEBRAE, 2018).

2.5.1.1 Margem de lucro operacional bruto

Segundo Müller e Antonik (2008) este indicador mensura a porcentagem das vendas após o pagamento dos produtos. Quanto maior e mais estável for a taxa, melhor é o desempenho da empresa. A fórmula para encontrar a taxa de lucro operacional bruto é a seguinte:

TMLB: (LOB x 100) / ROL

Onde: TMLB: Taxa de Margem de Lucro Bruto; LOB: Lucro Operacional Bruto; ROL: Receita Operacional Líquida.

2.5.1.2 Margem de lucro operacional líquido

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 139) “Este indicador evidencia a margem de lucro com que a entidade opera após absorver os custos (Margem de Lucro Operacional Bruto) e as despesas operacionais (líquidas), evidenciando, sobretudo, sua eficiência operacional”. Este índice é encontrado pela aplicação da seguinte fórmula:

TMLOL: (LOL x 100) / ROL

Onde: TMLOL: Taxa de Margem de Lucro Operacional Líquido; LOL: Lucro Operacional Líquido; ROL: Receita Operacional Líquido.

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2.5.1.3 Margem de lucro líquido do exercício

Nas palavras de Gitman (2001, p. 143) “A margem líquida mensura a percentagem de cada dólar, proveniente das vendas, que resta após todos os custos e despesas, incluindo juros e impostos de renda, terem sido deduzidos”. Sendo calculado pela aplicação da seguinte fórmula:

TMLLE: (LLE x 100) / ROL

Onde: TMLLE: Taxa de Margem de Lucro Líquido do Exercício; LLE: Lucro Líquido do Exercício; ROL: Receita Operacional Líquida.

De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) a análise deste indicador é importante para a empresa, pois é através do lucro que o capital investido pelos proprietários é remunerado, bem como, por meio dele é possível verificar se os negócios da empresa estão trazendo bons resultados.

2.5.2 Estudo da rentabilidade

O Estudo da rentabilidade tem como finalidade evidenciar a remuneração dos capitais investidos, sendo que para isso, a empresa tem que ter apresentado lucro ao final dos seus períodos contábeis. Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015, p. 143) “Quanto maiores forem os indicadores e de preferência crescentes do primeiro para os demais anos da série em estudo, melhor é o indicador de rentabilidade.”. De acordo com Marion (2010, p. 131),

A rentabilidade é medida em função dos investimentos. As fontes de financiamento do Ativo são Capital Próprio e Capital de Terceiros. A administração adequada do Ativo proporciona maior retorno para a empresa. Por outro lado, os donos da empresa querem saber quanto esse retorno (LL) representa em relação ao capital que eles (donos) investiram.

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Segundo Padoveze e Benedicto (2014) a rentabilidade está diretamente ligada ao lucro que a empresa apresenta por meio do investimento feito ou existente, tendo por finalidade saber se o retorno obtido está remunerando de acordo com o planejado o capital investido.

2.5.2.1 Rentabilidade do capital social

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) este indicador busca identificar em quanto o capital investido pelos sócios está sendo remunerado pela empresa, sendo encontrado por meio da aplicação da seguinte fórmula:

TRCS: (LLE x 100) / CS

Sendo: TRCS: Taxa de Rentabilidade do Capital Social; LLE: Lucro Líquido do Exercício; CS: Capital Social.

2.5.2.2 Rentabilidade do patrimônio líquido

O indicador de rentabilidade do patrimônio líquido evidencia o ganho percentual recebido pelos proprietários em decorrência das margens de lucro, da eficiência operacional e do planejamento eficiente de seus negócios (ASSAF NETO, 2002). Este indicador é encontrado pela aplicação da fórmula:

TRPL: (LLE x 100) / PL

Onde: TRPL: Taxa de Remuneração do Patrimônio Líquido; LLE: Lucro Líquido do Exercício; PL: Patrimônio Líquido.

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2.5.2.3 Remuneração do ativo total

Na concepção de Marion (2010, p. 129) “A combinação de itens do Ativo é que gera Receita para a empresa. Na verdade, o Ativo significa investimentos realizados pela empresa a fim de obter Receita e, por conseguinte, Lucro.”. Portanto, por meio da seguinte fórmula é possível constatar quanto a empresa ganhou por real investido.

TRAT: (LLE x 100) / AT

Sendo: TRAT: Taxa de Remuneração do Ativo Total; LLE: Lucro Líquido do Exercício; AT: Ativo Total.

2.5.2.4 Taxa de retorno do investimento operacional

De acordo com Basso, Filipin e Enderli (2015) utiliza-se a taxa de retorno do investimento operacional para evidenciar o tempo médio que o lucro operacional líquido levaria para que todos os investimentos operacionais fossem remunerados 100%, cuja fórmula é a seguinte:

TRIO: (LOL/AO) x 100

Onde: TRIO: Taxa de Retorno do Investimento Operacional; LOL: Lucro Operacional Líquido; AO: Ativo Operacional (Ativo Total menos Investimentos Permanentes).

Assim, dividindo-se o indicador 100 pela taxa de retorno do investimento operacional se obtém o tempo médio que a empresa levará para obter de volta seu investimento.

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2.6 INDICADORES DA SITUAÇÃO OPERACIONAL

As consecuções das atividades operacionais de uma empresa não ocorrem obrigatoriamente em prazos iguais, por isso, para auxiliar o gestor a tomar a melhor decisão na gestão das atividades operacionais é imprescindível conhecer o prazo médio de compra, vendas, pagamento e recebimento e consequentemente os ciclos operacionais e de caixa. O ciclo operacional inclui todas as operações da empresa, que vão desde a aquisição de materiais para a produção até o recebimento das vendas realizadas. É por meio da produção, vendas e recebimentos que a empresa busca atingir seus objetivos e obter determinado volume de lucros, a fim de satisfazer suas expectativas e remunerar adequadamente suas fontes de financiamento (ASSAF NETO, 2002). Segundo Padoveze e Benedicto (2014) a gestão operacional pode ser compreendida como a gestão do capital de giro em conjunto com a dos recursos imobilizados, ou seja, é a gestão de todas as fases operacionais da empresa, que se inicia com a aquisição de matérias primas para a produção até o recebimento pela venda do produto final. Dessa maneira, quanto menos tempo precisar para a execução das atividades, menor a necessidade de recursos econômicos e consequentemente, menor a necessidade de capital e dos custos financeiros.

2.6.1 Indicadores de giro

Nas palavras de Assaf Neto (2002, p. 180) “Os indicadores da atividade operacional são mais dinâmicos e permitem que seja analisado o desempenho operacional da empresa e suas necessidades de investimento em giro.”. Padoveze e Benedicto (2014) complementam que esses indicadores possibilitam a análise operacional da empresa em seus principais aspectos, refletidos no balanço patrimonial e na demonstração do resultado do exercício.

2.6.1.1 Exame de rotação dos estoques

Conforme Basso, Filipin e Enderli (2015) os bens de venda da empresa encontram-se no estoque e é por meio da venda destes que se obtém o lucro, assim, é importante verificar quantas vezes o estoque gira e qual o tempo médio de sua permanência na empresa, sendo que quanto menos dias levar para girar, melhor a qualidade do estoque. Desta forma, a fórmula para evidenciar o número de vezes que o estoque girou na empresa é:

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ERE: Vendas/Estoque médio

No entanto, para evidenciar a quantidade de dias que ele levou para girar aplica-se a fórmula:

Dias em estoque: (Estoque médio x 365) / Vendas

2.6.1.2 Exame do prazo médio de cobrança de duplicatas

Segundo Assaf Neto (2002) através deste indicador calcula-se o tempo médio que a empresa leva para receber dos clientes as vendas realizadas. Sendo apurado pela aplicação da fórmula:

PMCD: (Valor duplicatas a receber x 365) / Valor vendas a prazo

2.6.1.3 Exame do prazo médio de pagamento de duplicatas

De acordo com Padoveze e Benedicto (2014) este indicador evidencia o prazo médio que a empresa leva para efetuar o pagamento de seus fornecedores, sendo encontrado por meio da aplicação da seguinte fórmula:

PMPD: (Valor duplicatas a pagar x 365) / Valor compras a prazo

2.7 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

De acordo com Matarazzo (2003, p.365) por meio da demonstração do fluxo de caixa “[...] pode-se saber se a empresa foi auto-suficiente no financiamento de seu giro e qual a sua capacidade de expansão com recursos próprios gerados pelas operações, ou seja, a independência financeira da empresa é posta em cheque.”. Conforme Marion (2010) é importante a comparação dos fluxos econômicos com os financeiros, pois ajudam na interpretação dos resultados dos negócios da empresa, sendo que por meio da análise de alguns indicadores é possível visualizar a situação financeira da empresa, garantindo uma melhor gestão de seus recursos.

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Na concepção de Braga e Marques (2001) a demonstração do fluxo de caixa procura avaliar a capacidade e garantia de pagamento das dívidas nos dias de vencimento. Assim, por meio da DFC calculam-se os indicadores financeiros de qualidade do resultado, aquisições de capital, investimento/financiamento, fluxo de caixa sobre as ações, retorno sobre o passivo e patrimônio líquido e retorno sobre o patrimônio líquido.

2.7.1 Quocientes de qualidade do resultado

Segundo Braga e Marques (2001), o indicador de qualidade do resultado procura evidenciar a proporção das receitas de vendas transformadas em dinheiro por meio do recebimento e cobrança dos clientes, que pode ser encontrado por meio da fórmula:

Qualidade do resultado: FCO / Resultado Operacional

Em que: FCO: Fluxo de Caixa Operacional.

2.7.2 Quocientes de dispêndios de capital

Conforme Braga e Marques (2001) compreendem os gastos de capital, registrados como itens do ativo permanente que contribuirão na formação de resultado futuro. Assim, por meio do quociente de aquisições de capital mostra-se a habilidade da empresa em atender suas necessidades por dispêndios líquidos de capital (aquisições menos alienações), sendo calculado por meio da seguinte fórmula:

Aquisições de capital: (FCO- dividendo total) / Caixa pago por investimentos de capital

Ainda conforme Braga e Marques(2001) por meio da relação investimento e financiamento se confronta os fluxos de líquidos indispensáveis para as finalidades de investimentos com aqueles gerados por financiamento, utilizando para tanto, a seguinte fórmula:

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Investimento/financiamento: fluxo de caixa líq. para investimentos / fluxo de caixa liq. de financiamentos.

2.7.3 Retornos do Fluxo de Caixa

Assim como os demais indicadores o retorno do fluxo de caixa é de fundamental importância para a tomada de decisão. Segundo Braga e Marques (2001) o retorno de caixa sobre o passivo e patrimônio líquido, é calculado por meio do investimento permanente realizado por credores e acionistas, demonstra o potencial de recuperação de caixa do negócio para esses investidores, sendo calculado por meio da fórmula:

Retorno sobre passivo e patrimônio líquido: FCO / (Patrimônio líquido + exigível a longo prazo)

Ainda conforme os autores Braga e Marques (2001) o indicador de retorno sobre o patrimônio líquido evidencia a taxa de recuperação de caixa dos investimentos realizados pelos acionistas, sendo utilizado para isso a fórmula:

Retorno sobre o patrimônio líquido: FCO / patrimônio líquido

Portanto, por meio destes indicadores é possível acompanhar a situação financeira da empresa e auxiliar os mais diversos usuários da informação contábil na avaliação do desempenho dos fluxos de caixa e na previsão de fluxos futuros.

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3 METODOLOGIA DO ESTUDO

De acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 65) “[...] método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permitem alcançar o objetivo.”. Já Zamberlan et al. (2014) definem método como um conjunto de regras e procedimentos, que possibilitam a análise e obtenção de respostas para o problema proposto na pesquisa e, se possível, levar a novas descobertas. Neste sentido, o presente capítulo apresenta um conjunto de critérios pelos quais a pesquisa pode ser classificada e que, por sua vez, também determinarão o escopo dos resultados do estudo. Na sequencia é apresentado à forma e as técnicas de coleta dos dados e também, o modo como estes dados foram analisados.

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A pesquisa deste estudo se classifica pela sua natureza, abordagem do problema, objetivos e procedimentos técnicos adotados. Nesse sentido apresenta-se a classificação da pesquisa, conforme o tema proposto.

3.1.1 Pesquisa quanto à natureza

A pesquisa deste estudo se classifica como aplicada que, segundo Santos e Parra Filho (2011, p.87) “[...] em função de seu objetivo ser mais imediatista, pois o investidor tem pressa no retorno do recurso aplicado.”. Para Vergara (2009) a pesquisa aplicada se diferencia das demais por ter finalidade prática e buscar resolver problemas reais. Já para Gil (2010, p.27) pesquisas aplicadas estão “[...] voltadas à aquisição de conhecimentos com vistas à aplicação numa situação específica.”. O caráter aplicado da presente pesquisa se dá em função de que, com base em um conjunto de conhecimentos e técnicas de análise econômica e financeira já consolidada na academia, aplicou-se estas técnicas nos demonstrativos contábeis das três empresas analisadas e, a partir desta análise e do contexto em que elas atuam, elaborou-se uma análise de seu desempenho nos últimos cinco anos.

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3.1.2 Pesquisa quanto à abordagem

Quanto à abordagem do problema a pesquisa pode ser classificada em quantitativa e qualitativa. De acordo com Oliveira (1999) a abordagem quantitativa utiliza-se de recursos e técnicas estatísticas, a fim de quantificar dados, opiniões e informações. Para o autor este método é comumente utilizado em pesquisas descritivas, na qual se procura investigar a relação entre variáveis, assim como a relação de causalidade entre os fenômenos. Segundo Vianna (2001) na pesquisa qualitativa múltiplos aspectos são considerados imprescindíveis para a compreensão da realidade estudada, onde cada situação é analisada a partir de procedimentos descritivos. Para Oliveira (1999, p. 116) “[...] o método qualitativo não tem a pretensão de numerar ou medir unidades ou categorias homogêneas.”. Desta forma, o presente estudo tem abordagem qualitativa, pois os dados foram coletados nas Demonstrações Contábeis das empresas objeto do estudo, elaborando os indicadores e analisando os relatórios, não sendo utilizados métodos estatísticos.

3.1.3 Pesquisa quanto aos objetivos

Com base nos seus objetivos, a pesquisa pode ser classificada em: exploratória, descritiva e explicativa. Segundo Zamberlan et al. (2014), a pesquisa exploratória busca maiores informações e conhecimento sobre determinado assunto, a fim de gerar maior compreensão sobre ele. Dessa maneira, contribui para o aprimoramento de ideias e o entendimento necessário para que o pesquisador prossiga com o projeto de investigação. Para Gil (2010, p. 28),

As pesquisas explicativas têm como propósito identificar fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência de fenômenos. Estas pesquisas são as que mais aprofundam o conhecimento da realidade, pois têm como finalidade explicar a razão, o porquê das coisas. Por isso mesmo, constitui o tipo mais complexo e delicado de pesquisa, já que o risco de cometer erros eleva-se consideravelmente.

Quanto aos seus objetivos esta pesquisa é classificada como descritiva, que segundo Zamberlan et al. (2014, p. 96) “ [...] visa a identificar, expor e descrever os fatos ou fenômenos de determinada realidade em estudo, características de um grupo, comunidade, população ou contexto social”.

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Já para Gil (2002, p.42) “[...] as pesquisas descritivas tem como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis.”. Assim sendo, está pesquisa analisou os indicadores de desempenho econômico e financeiro de três empresas listadas pela B3 para apresentar e descrever a performance comparada das três empresas com base nos indicadores apostos na revisão bibliográfica.

3.1.4 Pesquisa quanto aos procedimentos técnicos

Para esta pesquisa, quanto aos procedimentos técnicos utilizou-se a pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa multicaso. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em fontes secundárias, utilizando-se das contribuições de diversos autores sobre determinado assunto, sendo constituído por material impresso, principalmente livros e artigos científicos. A principal vantagem está no amplo acesso a informações requeridas, que muitas vezes seria impossível obter sem contar com os dados bibliográficos disponíveis (GIL, 2002). A pesquisa documental consiste na coleta de dados com base em fontes primárias, podendo ser documentos escritos ou não (OLIVEIRA et al., 2003). Para Martins e Theóphilo (2009 p. 55) “a Estratégia de Pesquisa Documental é característica dos estudos que utilizam documentos como fonte de dados, informações e evidências.”. De modo geral, percebe-se que a pesquisa documental assemelha-se muito a pesquisa bibliográfica, sendo a principal diferença entre ambas a natureza das fontes. Segundo Yin (2015) a pesquisa de casos múltiplos é considerada mais vigorosa e bem sucedida, pois no mesmo estudo contém mais do que um único caso, sendo despendido mais tempo e a utilização de mais recursos a fim de realizar estudos comparativos de dois ou mais casos selecionados. Assim, o presente estudo, foi realizado com base em uma pesquisa bibliográfica em livros e artigos já publicados sobre o tema, como pesquisa documental, pois utilizou-se os demonstrativos contábeis dos últimos cinco exercícios, complementados por informações levantadas no site da B3. A pesquisa também é multicaso, pois trata-se de um estudo com base nas Demonstrações Contábeis de três empresas listadas na B3: Magazine Luiza, Via Varejo e Lojas Americanas.

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3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA (UNIVERSO E AMOSTRA)

Segundo Martins e Theóphilo (2009) as pesquisas têm como objetivo o estudo das informações extraídas da população que se pretende estudar. Ainda conforme os autores, população é o conjunto de indivíduos ou elementos que apresentam determinadas características em comum selecionadas para a pesquisa. Desta forma, a população alvo do presente estudo foi o Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo, todas pertencentes ao segmento do varejo e listadas na B3. A empresa Magazine Luiza foi fundada em 16 de novembro de 1957, em Franca, no estado de São Paulo e é considerada uma das maiores redes de varejo do País. As vendas ocorrem por meio de lojas físicas, virtuais, televendas, e-commerce e redes sociais, sendo que os principais produtos comercializados estão nos setores de móveis, eletrodomésticos, presentes, brinquedos, hobby e lazer, informática e telefonia. A Loja Americanas foi inaugurada em Niterói, no estado do Rio de Janeiro no ano de 1929, sendo uma das maiores e mais tradicionais redes de varejo do país. Atualmente oferece mais de 500 mil itens distribuídos em 32 categorias como informática, eletrodomésticos, eletrônicos, celulares, móveis, utilidades domésticas, livros, entre outros. Além da rede de lojas físicas a companhia também opera via internet, TV, televendas, catálogos e quiosques. Já a Via Varejo teve a razão social adotada em fevereiro de 2012, em substituição à Globex Utilidades S/A e possui sede administrativa em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo (SP). A empresa é considerada uma das maiores varejistas de eletroeletrônicos do mundo e é responsável pela administração de duas importantes varejistas brasileiras: (1957) e Pontofrio (1946). As vendas ocorrem através das lojas físicas e também por meio da internet, sendo que são comercializados eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis e utilidades domésticas. Nas palavras de Zamberlan et al. (2014, p 138) “A execução do processo de amostragem exige uma especificação detalhada de como as decisões sobre o planejamento da amostragem com respeito à população, ao arcabouço amostral, à unidade amostral, à técnica de amostragem e ao tamanho amostral vão ser postas em prática.”. As técnicas de amostragem podem ser probabilística ou não probabilísticas. As probabilísticas, segundo Zamberlan et al. (2014) são unidades amostrais selecionadas por acaso em que cada elemento da população tem uma chance de ser incluído na amostra. Já as técnicas não probabilísticas de acordo com Martins e Theóphilo (2009) são aquelas que não

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garantem a representatividade da população e há uma escolha determinada dos elementos da amostra. Desta forma, o presente estudo utilizou métodos de amostragem não probabilísticos ou intencional, escolhendo intencionalmente um grupo de elementos que fizeram parte da amostra, a fim de obter as informações necessárias para o andamento da pesquisa.

3.3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados é uma etapa de extrema importância na pesquisa de campo uma vez que são definidos os procedimentos para a obtenção dos dados necessários para responder ao problema em estudo. Conforme Oliveira (1999, p. 182) a coleta dos dados “Inicia-se com a aplicação dos instrumentos elaborados e das técnicas selecionadas, a fim de efetuar a coleta dos dados previstos, e sua execução obedece a várias características.”. Ainda de acordo com o autor a coleta de dados deve ser previamente planejada, a fim de evitar erros e defeitos que possam prejudicar o desenvolvimento da pesquisa. De acordo com Zamberlan et al. (2014, p. 117) “A definição da técnica de coleta de dados primários a ser adotada depende em muito dos objetivos que se pretende com a pesquisa e do universo a ser investigado.”. Assim, podem ser utilizadas técnicas como: entrevistas, questionário, survey, observação, coleta documental, bibliográfica entre outras. Segundo Martins e Theóphilo (2009) a pesquisa bibliográfica busca conhecer e explicar contribuições em relação ao tema de estudo por meio de referências publicadas em livros, periódicos, revistas, sites etc. Na definição de pesquisa documental Vianna (2001) afirma que consiste na análise de diversas fontes de documentos selecionados com o propósito de alcançar os objetivos do estudo. Martins e Theóphilo (2009) complementam que os documentos podem ser escritos ou não, tais como: arquivos públicos e privados, fotografias, gravações, filmes, entre outros. De acordo com Zamberlan et al. (2014 p. 119) “[...] a observação envolve o registro sistemático de padrões de comportamento das pessoas, objetos e eventos, a fim de obter informações sobre o fenômeno de interesse.”. Ainda conforme o autor, nesta pratica não se interroga ou se comunica com as pessoas que estão sendo observadas, as informações são registradas conforme ocorrem, podendo ser tanto em ambiente natural ou planejado, bem como, pode ser uma observação estruturada onde se especifica o que deve ser observado e

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como devem ser registradas, ou não estruturadas quando o observador monitora todos os aspectos registrando apenas o que se mostra importantes para o problema. Segundo Zamberlan et al. (2014, p. 123) “[...] o estudo de caso permite uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas da vida real”. Desta forma, por meio de documentos, observações, entrevistas, o pesquisador busca aprofundar, compreender, descrever e analisar os dados coletados. Desta forma, para a coleta de dados do presente trabalho, utilizou-se a pesquisa bibliográfica em livros e artigos que tratam dos indicadores de desempenho. Para a coleta de dados documental forma utilizados os documentos disponíveis no site da B3 das empresas Magazine Luiza, lojas Americanas e Via Varejo no período de 2013 a 2017, ou seja, os demonstrativos contábeis, que são o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e a demonstração do fluxo do caixa. E ainda, por meio da observação a partir dos dados coletados e dos indicadores calculados e um estudo multicaso por envolver dados contábeis de três empresas.

3.4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise e interpretação dos dados é a etapa posterior a sua coleta e de acordo com Zamberlan et al. (2014, p. 125) “[...] consiste em examinar, categorizar, classificar em tabelas ou recombinar evidências tendo em vista os objetivos iniciais do estudo.”. Nas pesquisas qualitativas a análise de dados é feita concomitantemente com a coleta de dados, que para tanto precisam estar organizados para que o pesquisador possa analisar e interpretar os dados obtidos, buscando verificar a relevância e significado desses dados em relação ao objetivo da pesquisa (ZAMBERLAN et al., 2014). Conforme Zamberlan et al. (2014, p. 152) “As técnicas de análise de dados permitem ao pesquisador executar a apresentação e análise dos dados levantados e coletados de maneira clara, objetiva e estruturada, oferecendo ao leitor sua cientificidade e comprovação.”. Desta forma, a partir dos demonstrativos contábeis do período de 2013 a 2017, coletados do site da B3 das três empresas em estudo, foi feita a análise de conteúdo e documental, pois coletou-se as demonstrações contábeis das empresas e por meio de planilhas no Microsoft Excel atualizou-se os demonstrativos contábeis, bem como a elaborou-se os indicadores econômicos, financeiros e operacionais, visando obter a performance econômica e financeira comparada, bem como informações que auxiliem no gerenciamento organizacional. A seguir, o fluxograma das diversas etapas da análise:

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PROBLEMA: considerando três organizações de varejo, qual a

performance econômica e financeira comparada, identificada a partir dos

indicadores de análise das demonstrações contábeis?

OBJETIVO GERAL: Analisar de modo comparado, o desempenho econômico e financeiro de três empresas listadas pela B3 por meio de indicadores, e identificar a influencia destes no gerenciamento organizacional.

Revisão Coleta de dados Análise dos dados

Bibliográfica Obtenção dos demonstrativos O contábeis das empresas. Análise da evolução dos Conceitos indicadores vinculados a financeiros e elaboração e Sistematização do cenário econômico e setorial no econômicos. apresentação das Demonstrações período em análise Contábeis. Análise dos Transcrição em planilha indicadores da excel de modo padronizado, DFC uma pasta por empresa. Técnicas de análise das Atualização das Demonstrações demonstrações contábeis. Sistematização Contábeis do desempenho das três Cálculo dos indicadores de empresas. liquidez

Análise de

Cálculo dos indicadores de Análise cenários endividamento comparada do desempenho das três Cálculo dos indicadores de empresas. imobilização.

Cálculo dos indicadores de retorno e lucratividade.

Cálculo evolução de indicadores da DFC

Conclusões

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4 ANÁLISE DOS DADOS

Neste capítulo realizou-se a coleta dos dados por meio dos demonstrativos contábeis balanço patrimonial, demonstração do resultado do exercício e demonstração do fluxo de caixa do período de 2013 a 2017 das três empresas objeto do estudo, pertencentes ao setor de varejo e listadas pela B3. Na sequencia, os dados foram organizados e com o intuito de elaborar os indicadores econômicos, financeiros e operacionais os valores declarados pelas empresas foram atualizados para o poder aquisitivo da moeda nacional de 2017, de acordo com o índice geral de preços do mercado, disponibilizado pela FGV – Fundação Getúlio Vargas.

Quadro nº 5: Cálculo do fator de atualização pelos índices do IGPM Ano Valores do IGPM Fator de atualização 2013 1583,2308/1295,6759 1,22193 2014 1583,2308/1343,2905 1,17862 2015 1583,2308/1484,9309 1,06620 2016 1583,2308/1591,7080 0,99467 2017 1583,2308 1,00000 Fonte: http://www.portalbrasil.net/igpm.htm.

Após, analisou-se a evolução dos indicadores de desempenho das empresas selecionadas, bem como foi feita uma análise comparada da performance econômica e financeira das três empresas.

4.1 ANÁLISE DOS INDICADORES FINANCEIROS

A análise dos indicadores financeiros das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo tiveram como base as informações extraídas do Balanço Patrimonial dos últimos cinco exercícios, sendo analisados os indicadores de liquidez, garantia de dívida e grau de imobilizado.

4.1.1 Análise dos indicadores de liquidez

Nesse item foi analisado a capacidade das empresas de cumprirem com suas obrigações junto a terceiros, considerando o curto prazo, longo prazo ou prazo imediato, bem como o que sobra ou falta para as empresas caso liquidassem todo o passivo circulante com os

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valores disponíveis no ativo circulante, sendo utilizado para tanto os indicadores de liquidez corrente, liquidez seca, liquidez geral, liquidez imediata e capital circulante líquido.

O quadro nº 6 apresenta os indicadores de liquidez das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo do período de 2013 a 2017.

Quadro nº 6: Indicadores de Liquidez. COEFICIENTES DE LIQUIDEZ MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 CORRENTE = AC/PC = 1,16 1,20 1,17 1,07 1,27 SECA = (AC-ESTOQUES)/PC = 0,66 0,68 0,70 0,63 0,80 GERAL = (AC+ARLP)/(PC+PELP) = 0,86 0,85 0,84 0,86 1,12 IMEDIATA = DISPONIBILIDADES/PC = 0,11 0,15 0,21 0,16 0,10 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = AC-PC = 481.930 665.301 517.888 246.099 1.121.581 LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 CORRENTE = AC/PC = 1,64 1,54 1,61 1,56 1,82 SECA = (AC-ESTOQUES)/PC = 1,19 1,10 1,16 1,07 1,45 GERAL = (AC+ARLP)/(PC+PELP) = 0,80 0,85 0,82 0,81 0,96 IMEDIATA = DISPONIBILIDADES/PC = 0,08 0,15 0,17 0,07 0,37 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = AC-PC = 4.290.524 4.178.867 4.942.607 4.185.494 7.949.661 VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 CORRENTE = AC/PC = 1,15 1,10 1,13 0,89 0,87 SECA = (AC-ESTOQUES)/PC = 0,85 0,80 0,85 0,63 0,56 GERAL = (AC+ARLP)/(PC+PELP) = 1,14 1,15 1,14 1,00 1,01 IMEDIATA = DISPONIBILIDADES/PC = 0,45 0,46 0,59 0,33 0,25 CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO = AC-PC = 1.436.995 1.176.264 1.282.637 -1.341.815 -1.835.000 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Observa-se que o Magazine Luiza não apresenta liquidez corrente suficiente nos cinco períodos em análise, apresentando índices abaixo do mínimo de 2,0, sendo de 1,64 no ano de 2013, 1,54 no ano de 2014, 1,61 no ano de 2015, 1,56 no ano de 2016 e de 1,82 no ano de 2017, quando apresentou o seu melhor índice. Em todos os anos da série em estudo, o Magazine Luiza apresentou índice de liquidez seca menor que o esperado, evidenciando não ter condições de liquidar suas obrigações de curto prazo sem contar com os valores dos seus estoques. No ano de 2013 apresentou 0,66 aumentando para 0,68 em 2014, em 2015 passou para 0,70 baixando para 0,63 no ano de 2016 e aumentando para 0,80 no ano de 2017, sendo este o seu melhor momento. Em relação ao indicador de liquidez geral nos cinco anos em análise apresentou índices menores que 1,5, tendo o seu melhor momento, mas mesmo assim insatisfatório, no ano de 2017 quando atingiu 1,12 e o pior momento no ano de 2015 com 0,84, evidenciando que seus ativos circulantes e realizáveis a longo prazo não cobrem as

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dívidas totais da empresa. O melhor indicador de liquidez imediata do Magazine Luiza foi no ano de 2015, quando apresenta 0,21 de disponibilidades para cada 1,00 de dívidas de curto prazo, seguindo-se o ano de 2016 com 0,16, o ano de 2014 com 0,15, o ano de 2013 com 0,11 e por último o ano de 2017 com 0,10. Este indicador normalmente é baixo pelo fato das empresas não manterem muitos recursos monetários em caixa. Ao analisar o capital circulante líquido do Magazine Luiza, constatou-se que houve um considerável aumento do primeiro para o último ano da série em estudo, passando de R$ 481.930 para R$ 1.121.581. Nos demais anos após a liquidação do passivo circulante sobrou a entidade R$ 665.301 de ativo circulante no ano de 2014, R$ 517.888 no ano de 2015 e R$ 246.099 no ano de 2016, o que é muito bom para a empresa, pois após liquidar suas dívidas obteve saldos a seu favor. De um modo geral pode-se afirmar que o Magazine Luiza apresentou os melhores índices de liquidez no ano de 2017, a exceção do índice de liquidez imediata que apresentou o seu melhor momento no ano de 2015, o que pode ser explicado pelo fato da empresa ter aplicado no ano de 2017 suas disponibilidades imediatas em ativos de maior remuneração. As Lojas Americanas não alcançou o índice mínimo de liquidez corrente de 2,00 em nenhum dos cinco anos em análise, apresentando o índice de 1,64 no ano de 2013, 1,54 no ano de 2014, 1,61 no ano de 2015, 1,56 em 2016 e de 1,82 no ano de 2017, quando chegou mais próximo do índice esperado. Em relação ao indicador de liquidez seca, constatou-se que no período em estudo a empresa tem condições de quitar os compromissos de curto prazo sem necessidade de liquidar os estoques, tendo apresentado o seu melhor momento no ano de 2017 com 1,45 e o seu pior momento no ano de 2016 com 1,07. A liquidez geral foi inferior a 1,5 nos cinco analisados, embora tenha se mostrado crescente em relação ao primeiro ano da série em estudo. Já o indicador de liquidez imediata foi de 0,08 em 2013, 0,15 em 2014, 0,17 em 2015, 0,07 em 2016 e de 0,37 no ano de 2017 estando de acordo com os padrões estabelecidos pelos financistas da atualidade. Quanto ao capital circulante líquido constatou-se que de 2013 para 2016 houve pouca variação nos valores de ativo circulante que sobram a entidade após a liquidação do passivo circulante, sendo de R$ 4.290.524 em 2013, R$ 4.178.867 em 2014, R$ 4.942.607 em 2015 e de R$ 4.185.494 em 2016. No ano de 2017 houve um considerável aumento sobrando para a entidade R$ 7.949.661 de ativo circulante. De um modo geral, constata-se que o melhor momento das Lojas Americanas, considerando o período de 2013 a 2017, deu-se no ano de 2017, embora em muitos dos indicadores de liquidez a empresa não tenha atingido os patamares ideais. Analisando os indicadores de liquidez corrente obtidos da Via Varejo no período de 2013 a 2017, verificou-se que a empresa apresentou indicadores abaixo do mínimo de 2,0 e

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ainda decrescentes nos cinco anos analisados, sendo de 1,15 em 2013, baixando para 1,10 em 2014, tendo uma pequena elevação para 1,13 em 2015, diminuindo para 0,89 em 2016 e baixando para 0,87 no ano de 2017. O indicador de liquidez seca demonstra que nestes cinco anos a empresa não consegue liquidar suas dívidas de curto prazo sem vender seus estoques, apresentando indicadores mais próximos do esperado nos anos de 2013 e de 2015 quando atingiu o índice de 0,85 e tendo o seu pior desempenho no ano de 2017 quando apresentou o indicador de 0,56 para cada 1,00 de dívidas de curto prazo. Durante o período em análise o indicador de liquidez geral apresentou-se abaixo de 1,5 que é o padrão estabelecido pelos financistas, sendo de 1,14 em 2013, 1,15 no ano de 2014, 1,14 no ano de 2015, 1,00 em 2016 e de 1,01 no ano de 2017. O indicador de liquidez imediata se apresentou adequado nos cinco anos analisados, uma vez que, índices superiores a 0,05 já são suficientes. Em relação ao capital circulante líquido, após a liquidação do passivo circulante sobram a Via Varejo R$ 1.436.995, R$ 1.176.264 e R$ 1.282.637 de ativo circulante respectivamente nos anos de 2013, 2014 e 2015. Já no ano de 2016 e 2017, seu capital circulante líquido fica negativo nos valores de R$ 1.341.815 e R$ 1.835.000 não existindo no ativo circulante recursos suficientes para liquidar o passivo circulante. Assim, a Via Varejo apresentou os melhores indicadores de liquidez no ano de 2013, com exceção do indicador de liquidez geral que teve seu melhor momento no ano de 2014 e o de liquidez imediata que foi no ano de 2015. Ao analisar os indicadores de liquidez corrente encontrados nos cálculos, verificou-se que as três empresas nos cinco anos em análise não satisfizeram sob o ponto de vista financeiro, pois apresentaram coeficientes inferiores ao mínimo de 2,0, uma vez que se necessita de uma dupla garantia para as dívidas de curto prazo, ou seja, o ativo circulante deverá ser no mínimo duas vezes maior que o passivo circulante. O indicador de liquidez seca evidenciou que as empresas Magazine Luiza e Via Varejo não terão condições de liquidar suas dívidas sem vender seus estoques, o que demonstra que essas empresas devem ficar atentas a possíveis retrações no mercado e baixas das vendas. Já as Lojas Americanas nos cinco anos em análise apresentou coeficientes de liquidez seca satisfatórios, ou seja, superiores a 1,0, evidenciando que a empresa possui capacidade de liquidar suas obrigações de curto prazo, sem necessidade de vender seus estoques. O coeficiente de liquidez geral das três empresas em análise apresentou uma situação desfavorável, pois em todos os anos os valores são inferiores a 1,5, o que evidencia que os valores em disponibilidades, estoques e valores a receber de curto prazo e longo prazo não são suficientes para cobrir as dívidas totais.

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O Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo apresentaram coeficientes de liquidez imediata dentro dos padrões considerados aceitos pelos financistas, considerando que este quociente é normalmente baixo pelo fato de as empresas não manterem muitos recursos monetários em caixa, sendo que um coeficiente de liquidez imediata de 0,05 já é considerado suficiente. Quanto ao capital circulante líquido, pode-se concluir que o saldo apresentado nos cinco anos em análise do Magazine Luiza e das Lojas Americanas é satisfatório, pois após a liquidação do passivo circulante sobram para as empresas recursos do ativo circulante que podem ser utilizados no crescimento das mesmas. A Via Varejo, no entanto, apresentou um capital circulante líquido positivo nos três primeiros anos em análise, mas nos anos de 2016 e 2017 a empresa apresentou uma situação negativa, pois o ativo circulante não foi suficiente para liquidar o passivo circulante.

4.1.2 Análise dos indicadores da garantia de dívida

Nesse item foi analisada as garantias que as empresas oferecem para os seus credores para a liquidação das obrigações assumidas, avaliando se as empresas utilizam mais recursos próprios ou de terceiros para o financiamento de suas atividades. Para o estudo da garantia de dívidas do Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo do período de 2013 a 2017, utilizou-se o coeficiente de dívidas circulantes, coeficiente de dívidas totais, coeficientes de dívidas de longo prazo, coeficiente de segurança máxima e coeficiente de dívidas complementares que contempla o coeficiente de participação de capitais de terceiros e o coeficiente de participação das dívidas de curto prazo sobre as dívidas totais, os quais são apresentados no quadro nº 7.

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Quadro nº 7: Indicadores da Garantia de Dívidas. COEFICIENTES DE GARANTIA DE DÍVIDA MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 DÍVIDAS CIRCULANTES = PC/PL = 3,64 4,24 4,99 5,91 1,99 DÍVIDAS TOTAIS = PT/PL = 5,79 6,86 8,56 8,81 2,58 DÍVIDAS DE LONGO PRAZO = PNC/CCL = 3,78 3,10 4,22 7,30 1,08 SEGURANÇA MÁXIMA = PT/AT = 0,85 0,87 0,90 0,90 0,72 PART. CAPITAIS DE TERCEIROS = PT/ (PT+PL) = 0,85 0,87 0,90 0,90 0,72 PART. DAS DÍVIDAS DE CP SOBRE DÍVIDAS TOTAIS = PC/PT = 0,63 0,62 0,58 0,67 0,77 LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 DÍVIDAS CIRCULANTES = PC/PL = 3,68 2,15 2,59 2,37 1,58 DÍVIDAS TOTAIS = PT/PL = 8,50 4,53 5,96 5,58 3,51 DÍVIDAS DE LONGO PRAZO = PNC/CCL = 2,04 2,05 2,14 2,41 1,48 SEGURANÇA MÁXIMA = PT/AT = 0,89 0,82 0,86 0,85 0,78 PART. CAPITAIS DE TERCEIROS = PT/ (PT+PL) = 0,89 0,82 0,86 0,85 0,78 PART. DAS DÍVIDAS DE CP SOBRE DÍVIDAS TOTAIS = PC/PT = 0,43 0,47 0,43 0,42 0,45 VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 DÍVIDAS CIRCULANTES = PC/PL = 1,98 2,26 2,23 4,29 4,83 DÍVIDAS TOTAIS = PT/PL = 2,41 2,63 2,84 5,24 5,74 DÍVIDAS DE LONGO PRAZO = PNC/CCL = 1,44 1,57 2,14 - - SEGURANÇA MÁXIMA = PT/AT = 0,71 0,72 0,74 0,84 0,85 PART. CAPITAIS DE TERCEIROS = PT/ (PT+PL) = 0,71 0,72 0,74 0,84 0,85 PART. DAS DÍVIDAS DE CP SOBRE DÍVIDAS TOTAIS = PC/PT = 0,82 0,86 0,79 0,82 0,84 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O Magazine Luiza em todos os anos estudados apresentou índices de dívidas circulantes fora do padrão desejável, ou seja, maior que 1,00. Em 2013 apresentou 3,64 de dívidas de curto prazo para cada 1,00 de patrimônio líquido, em 2014 aumentou para 4,24, subindo para 4,99 em 2015 e para 5,91 em 2016, diminuindo para 1,99 no ano de 2017, quando apresentou um indicador mais próximo do esperado. Em relação ao índice de dívidas totais a empresa apresentou nos cinco anos analisados indicadores superiores a 1,00, sendo de 5,79 no ano de 2013 aumentando consecutivamente ano a ano até atingir o índice de 8,81 no ano de 2016. Em 2017 houve uma redução deste indicador passando a ser de 2,58, que embora esteja fora do padrão aceitável, encontra-se mais próximo da unidade 1,00. O índice de dívidas de longo prazo também foi superior a 1,00 nos cinco anos em análise, apresentando o seu melhor momento no ano de 2017 quando ficou próximo do índice padrão com 1,08. O Magazine Luiza não oferece nenhuma garantia a seus credores, uma vez que os indicadores de segurança máxima ultrapassaram o limite estabelecido de no máximo 0,50, apresentando ainda indicadores crescentes do ano de 2013 para 2016, com uma pequena melhora no ano de 2017 quando atingiu o menor índice da série em estudo. Em relação ao coeficiente de participação de capitais de terceiros verifica-se que os capitais de terceiros estão em maior proporção que os capitais próprios, pois as dívidas ultrapassam o índice de 0,50 do valor das

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fontes totais, atingindo o índice de 0,90 no ano de 2015 e 2016 e apresentando o seu menor índice no ano de 2017 com 0,72. O indicador de participação das dívidas de curto prazo sobre as dívidas totais também foi superior a 0,50 nos cinco anos estudados apresentando o índice mais próximo no ano de 2015 com 0,58 e o pior índice no ano de 2017 com 0,77. As Lojas Americanas apresentou índices de dívidas circulantes superiores ao padrão estabelecido de 1,00, no entanto, percebe-se que esse percentual diminuiu do ano de 2013 quando apresentou o índice de 3,68 para o ano de 2017 quando atingiu 1,58 ficando mais próximo do desejável. Em relação aos índices de dívidas totais e de dívidas de longo prazo, constata-se que os índices obtidos foram superiores a 1,00 nos cinco anos, evidenciando não haver garantias suficientes para a cobertura das dívidas de curto e longo prazo. O coeficiente de segurança máxima apresentou índices superiores ao índice padrão de 0,50, sendo de 0,89 em 2013 (pior índice), diminuindo para 0,82 em 2014, passando para 0,86 em 2015, diminuindo para 0,85 em 2016 e apresentado o seu melhor índice no ano de 2017 quando atingiu 0,78. O indicador de participação de capitais de terceiros ultrapassou o índice de 0,50 nos cinco anos em análise, tendo pouca variação de um ano para o outro, sendo o maior índice o de 0,89 em 2013 e o de menor de 0,78 no ano de 2017. Já em relação ao coeficiente de participação das dívidas de curto prazo sobre as dívidas totais as Lojas Americanas apresentaram índices ideais, ou seja, abaixo do índice 0,50, sendo de 0,43 em 2013, 0,47 em 2014, 0,43 em 2015, 0,42 em 2016 e de 0,45 em 2017. A Via Varejo apresentou índices de dívidas circulantes superiores ao limite aceitável de 1,00, sendo de 1,98 no ano de 2013, aumentando para 2,26 no ano de 2014, passando para 2,23 em 2015, subindo para 4,29 no ano de 2016 e passando para 4,83 no ano de 2017. Em relação ao índice de dívidas totais, a empresa apresentou índices superiores a unidade 1,00 e ainda crescentes, sendo de 2,41 no ano de 2013, aumentando para 2,63 em 2014, passando para 2,84 em 2015, aumentando para 5,24 em 2016 e para 5,74 no ano de 2017, quando atingiu o seu pior indicador. O coeficiente de dívidas de longo prazo também apresentou valores acima do limite máximo aceitável nos três primeiros anos da série em estudo, evidenciando uma situação debilitada. Em 2016 e 2017, pelo fato da empresa ter apresentado capital circulante líquido negativo, a empresa não ofereceu garantia de dívidas de longo prazo. O indicador de segurança máxima é insatisfatório nos cinco anos em análise, ultrapassando o limite de 0,50, tendo apresentado o seu melhor indicador no ano de 2013 com 0,71 e o seu pior indicador no ano de 2017 com 0,85. Em relação aos indicadores de participação de capitais de terceiros e de participação das dívidas de curto prazo sobre as dívidas totais a Via Varejo ultrapassou o limite de 0,50 em todos os anos analisados, o que significa dizer a maior

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parte dos recursos investidos na empresa pertence a terceiros e ainda que a maior parte das dívidas da empresa são de curto prazo. Por meio da análise dos coeficientes de dívidas circulantes do Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo pode-se verificar que nos cinco exercícios analisados os indicadores expostos ultrapassaram a unidade 1,00 que é o limite aceitável de endividamento. Portanto, suas dívidas de curto prazo atingiram o valor do seu patrimônio líquido, não encontrando assim, garantias suficientes de que as dívidas serão um dia pagas. As três empresas, nos anos analisados apresentam coeficientes de dívidas totais e coeficientes de dívidas de longo prazo superiores à unidade 1,00, demonstrando não haver garantia suficiente de que as dívidas totais e de longo prazo um dia serão pagas pelas entidades. Ainda, destaca-se que a Via Varejo no ano de 2016 e de 2017 não apresenta coeficientes de dívidas de longo prazo, pois seu capital circulante líquido é negativo, indicando não ser possível nem sequer cumprir com as obrigações de curto prazo. Ao analisar os coeficientes de segurança máxima constatou-se que as três empresas objeto de estudo, nos cinco anos em análise não oferecem garantias plenas para os seus credores, pois todos os indicadores ficaram acima do limite máximo de 0,50, evidenciando uma situação debilitada, dado o crescimento das dívidas. O coeficiente de participação de capitais de terceiros demonstra que o Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo apresentam indicadores que ultrapassam 0,50 nos cinco anos em análise, indicando que a maior parte do capital investido nessas empresas é oriunda de terceiros. Já o coeficiente de participação das dívidas de curto prazo sobre as dívidas totais das empresas Magazine Luiza e Via Varejo ultrapassam a 0,50, ocasionando maiores dificuldades do cumprimento dos prazos de pagamento e comprometendo financeiramente o fluxo de caixa dessas entidades. Em se tratando das Lojas Americanas, pode-se verificar que os indicadores encontrados nos cinco anos em análise não foram superiores a 0,50 demonstrando certo equilíbrio entre as dívidas de curto prazo e as de longo prazo.

4.1.3 Análise do grau de imobilização do patrimônio líquido

Nesse item foi analisado o quanto de capital próprio as empresas possuem investido no seu ativo permanente.

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Quadro nº 8: Indicador do Grau de Imobilizado. GRAU DE IMOBILIZADO MAGAZINE LUIZA FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 (AP/PL) x 100 = 183,35% 199,95% 240,21% 219,91% 68,12% LOJAS AMERICANAS FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 (AP/PL) x 100 = 266,76% 166,46% 208,44% 206,74% 115,17% VIA VAREJO FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 (AP/PL) x 100 = 66,73% 59,93% 61,45% 101,10% 92,77% Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Observa-se que a empresa Magazine Luiza nos anos de 2013, 2014, 2015 e 2016 comprometeu mais do que 100% do seu capital próprio com o ativo permanente não sobrando nada para o giro de negócios de curto e longo prazo; no ano de 2017, esta relação baixou para 68,12% de comprometimento sobrando 31,88 para o giro de seus negócios. As Lojas Americanas evidenciaram um comprometimento superior a 100% em todos os anos em análise não tendo recursos próprios livres para a aplicação em ativos rentáveis. No caso da Via Varejo, o capital próprio comprometido com o ativo permanente era de 66,73% no ano de 2013, 59,93% no ano de 2014, 61,45 no ano de 2015, 101,10% no ano de 2016 e de 92,775 no ano de 2017, demonstrando que apenas no ano de 2016 não havia capital próprio disponível para o giro dos negócios. Ao analisar o indicador do grau de imobilização do patrimônio líquido do Magazine Luiza e Lojas Americanas constatou-se que do período de 2013 a 2017 todo o patrimônio líquido das empresas estava comprometido com o ativo permanente não sobrando recursos próprios para o giro dos negócios, com exceção do Magazine Luiza no ano de 2017, que havia disponível para aplicar em ativos rentáveis 31,88%. Já a Via Varejo, ao contrário das demais, apenas no ano de 2016 não teve recursos próprios livres para aplicação em ativos destinados aos negócios da empresa. Esse é um indicador que demonstra o quanto de capital próprio é aplicado no giro dos negócios e, considerando que as três empresas pertencem ao varejo, é preocupante esses resultados.

4.2 ANÁLISE DOS INDICADORES ECONÔMICOS

A análise dos indicadores econômicos das três empresas objeto do estudo tiveram como base as informações extraídas do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do

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Exercício dos anos de 2013 a 2017, sendo analisados os indicadores de lucratividade e rentabilidade.

4.2.1 Análise dos indicadores de lucratividade

Neste item foram analisados os resultados obtidos pelas empresas em relação ao volume monetário das vendas, evidenciando a situação do desempenho dos negócios praticados pelas mesmas. No quadro nº 9 apresenta-se os indicadores de margem de lucro operacional bruto, margem de lucro operacional líquido e margem de lucro líquido do exercício das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo no período de 2013 a 2017.

Quadro nº 9: Indicadores de Lucratividade. INDICADOR DE LUCRATIVIDADE MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Margem de Lucro Operacional Bruto = (LOB x100)/ ROL = 27,98% 27,53% 28,72% 30,74% 30,09% Margem de Lucro Operacional Líquido = (LOL x100) / ROL = 1,62% 1,33% -1,64% 0,81% 3,98% Margem de Lucro Líquido do Exercício = (LLE x 100)/ ROL = 1,41% 1,31% -0,73% 0,91% 3,25% LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Margem de Lucro Operacional Bruto = (LOB x100)/ ROL = 30,41% 29,96% 28,60% 29,83% 31,92% Margem de Lucro Operacional Líquido = (LOL x100) / ROL = 4,25% 2,68% 1,53% -0,64% 0,21% Margem de Lucro Líquido do Exercício = (LLE x 100)/ ROL = 3,00% 2,20% 0,36% 0,15% 0,48% VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Margem de Lucro Operacional Bruto = (LOB x100)/ ROL = 30,80% 32,44% 32,04% 33,84% 31,84% Margem de Lucro Operacional Líquido = (LOL x100) / ROL = 7,75% 5,93% 0,42% -0,32% 1,08% Margem de Lucro Líquido do Exercício = (LLE x 100)/ ROL = 5,26% 3,84% 0,07% -0,48% 0,76% Fonte: Dados da pesquisa (2018).

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A melhor margem de lucro operacional bruto do Magazine Luiza ocorreu no ano de 2016 quando para cada R$ 100,00 de receita operacional líquida sobrou a empresa R$ 30,74 de lucro operacional bruto, seguindo o ano de 2017 com 30,09%, o ano de 2015 com 28,72%, o ano de 2013 com 27,98% e posteriormente o ano de 2014 com 27,53%. A margem de lucro operacional líquido foi de 1,62% no ano de 2013, baixando para 1,33% no ano de 2014, tornando-se negativa no ano de 2015 com -1,64%, elevando-se para 0,81% em 2016 e aumentando para 3,98% no ano de 2017. Por fim, a margem de lucro líquido do exercício foi considerada baixa em todos os anos analisados, pois além de ter apresentado uma taxa negativa de -0,73% no ano de 2015, sua taxa mais alta foi de apenas 3,25 no ano de 2017, sendo que de acordo com o mercado de capitais o ideal seria índices acima de 10%. Ao analisar a margem de lucro operacional bruto das Lojas Americanas percebe-se que a taxa manteve-se estável durante os cinco anos em análise, apresentando a menor taxa no ano de 2015 com 28,60% e a maior no ano de 2017 com 31,92%. A margem de lucro operacional líquido diminuiu significativamente de 4,25% no ano de 2013 para -0,64% no ano de 2016, apresentando uma pequena elevação no ano de 2017, quando passou a ser de 0,21%, no entanto, precisando melhorar ainda seus percentuais para não ter sua eficiência operacional prejudicada. Em relação a margem do lucro líquido do exercício verifica-se que em nenhum momento a empresa atinge a taxa de 10% considerada mínima para a remuneração dos investimentos, sendo a taxa de 3,00% no ano de 2013, baixando para 2,20% em 2014, diminuindo para 0,36 no ano de 2015, caindo para 0,15 no ano de 2016 e apresentando uma pequena elevação para 0,48 no ano de 2017. A Via Varejo apresentou sua melhor margem de lucro operacional bruto no ano de 2016 quando para cada R$ 100,00 de receita operacional líquida sobrou a empresa R$ 33,84 de lucro operacional bruto, seguindo o ano de 2014 com 32,44%, o ano de 2015 com 32,04%, o ano de 2017 com 31,84% e por ultimo o ano de 2013 com 30,80%. A margem de lucro operacional líquido apresentou-se decrescente do primeiro para o ultimo ano da série em análise, sendo de 7,75% em 2013, 5,93% em 2014, 0,42% em 2015, -0,32% no ano de 2016 e de 1,08% no ano de 2017. Já a margem de lucro líquido do exercício foi considerada baixa em todos os anos analisados, pois além de ter apresentado uma taxa negativa de -0,48% no ano de 2016, sua taxa mais alta foi de apenas 5,26 no ano de 2013, sendo que de acordo com o mercado de capitais o ideal seria índices acima de 10%. Ao analisar a margem de lucro operacional bruto do Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo, pode-se constatar que as três empresas durante os cinco anos em análise apresentaram pouca variação na taxa de margem de lucro bruto. Sendo que para o

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Magazine Luiza e Via Varejo as melhores margens de lucro operacional bruto ocorreram no ano de 2016, quando para cada R$ 100,00 de vendas líquidas sobraram para as empresas R$ 30,74 e R$ 33,84 respectivamente, enquanto que nas Lojas Americanas seu melhor desempenho foi no ano de 2017 que para cada R$ 100,00 de receita operacional líquida sobrou R$ 31,92 de lucro bruto. Em relação a margem de lucro operacional líquido observa-se que as três empresas objeto do estudo apresentam margem inferior a 10% durante o período analisado, evidenciando que as margens de lucros com que as empresas operam após absorver os custos e as despesas operacionais são extremamente baixas e ainda, apresentam margens negativas, como é o caso do Magazine Luiza de -1,64% no ano de 2015 e das Lojas Americanas e Via Varejo com -0,64% e -0,32% no ano de 2016, simultaneamente. Nos cinco exercícios analisados as taxas de margem de lucro líquido do exercício são consideradas ruins para as três empresas, pois apresentaram taxas decrescentes de um ano para o outro e ainda taxas negativas, como é o caso do Magazine Luiza no ano de 2015 e das Lojas Americanas e Via Varejo no ano de 2016.

4.2.2 Análise dos indicadores de rentabilidade

Nesse item analisou-se a capacidade econômica das empresas, isto é, o quanto as empresas estão sendo lucrativas por meio dos capitais investidos.

O quadro nº 10 demonstra a rentabilidade das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo do período de 2013 a 2017 por meio dos seguintes indicadores: taxa de rentabilidade do capital social, taxa de remuneração do patrimônio líquido, taxa de remuneração do ativo total e taxa de retorno do investimento operacional.

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Quadro nº 10: Indicadores de Rentabilidade. INDICADOR DA RENTABILIDADE MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Rentabilidade do Capital Social = (LLE x 100)/CS = 18,76% 21,20% - 14,27% 22,62% Rentabilidade do Patrimonio Líquido = (LLE x 100)/PL = 16,38% 19,25% - 13,93% 18,76% Remuneração do Ativo Total = (LLE x 100)/AT = 2,41% 2,45% - 1,42% 5,24% Taxa de Retorno do Investimento = (LOL/AO)x100 = 2,94% 2,62% - 1,33% 6,71% LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Rentabilidade do Capital Social = (LLE x 100)/CS = 73,36% 40,88% 7,17% 1,93% 2,07% Rentabilidade do Patrimonio Líquido = (LLE x 100)/PL = 27,05% 11,65% 2,19% 0,88% 1,33% Remuneração do Ativo Total = (LLE x 100)/AT = 2,85% 2,11% 0,31% 0,13% 0,30% Taxa de Retorno do Investimento = (LOL/AO)x100 = 4,03% 2,56% 1,34% - 0,13% VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Rentabilidade do Capital Social = (LLE x 100)/CS = 39,55% 30,09% 0,48% - 6,73% Rentabilidade do Patrimonio Líquido = (LLE x 100)/PL = 28,99% 20,29% 0,33% - 6,59% Remuneração do Ativo Total = (LLE x 100)/AT = 8,51% 5,59% 0,09% - 0,98% Taxa de Retorno do Investimento = (LOL/AO)x100 = 13,19% 8,75% 0,49% - 1,40% Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Ao analisar de um modo geral todos os indicadores de rentabilidade do Magazine Luiza observa-se que no ano de 2015 o estudo da rentabilidade ficou prejudicado, uma vez que a empresa apresentou prejuízo ao final deste exercício, não havendo, portanto remuneração dos capitais investidos. Por conseguinte, verificou-se que a melhor remuneração do capital social do Magazine Luiza deu-se no ano de 2017 com 22,62% enquanto que o patrimônio líquido apresentou sua melhor remuneração no ano de 2014 com 19,25%. Já o ativo total e a taxa de retorno do investimento tiveram a sua melhor remuneração no ano de 2017 com 5,24% e 6,71% respectivamente. As Lojas Americanas tendo por base os cinco anos em análise apresentou as melhores remunerações no ano de 2013, quando obteve o maior lucro ao final dos seus períodos contábeis, sendo assim, o capital social investido pelos seus sócios foi remunerado em

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73,36% neste ano, o patrimônio líquido em 27,05%, o ativo total em 2,85% e taxa de retorno do investimento operacional em 4,03%. Como fator negativo apresenta-se a queda dos percentuais de rentabilidade dos últimos três anos em relação aos dois primeiros anos da série, em decorrência da diminuição do lucro líquido do período. Já a Via Varejo durante o ano de 2016 teve o estudo da rentabilidade prejudicado em decorrência do prejuízo consolidado no período, não havendo remuneração, pelo contrário, havendo perdas nos capitais investidos no empreendimento. Assim, analisando os indicadores de rentabilidade encontrados no ano de 2013, 2014, 2015 e 2017, verifica-se que a melhor remuneração dos capitais investidos ocorreu no ano de 2013, quando o capital social foi remunerado em 39,55%, o patrimônio líquido em 28,99%, o ativo total em 8,51% e a taxa de retorno do investimento operacional em 13,19%. Apresenta-se como fator negativo a queda dos percentuais dos anos seguintes em relação ao primeiro ano da série em estudo. Ao analisar a rentabilidade do capital social percebe-se que a melhor remuneração das Lojas Americanas e da Via Varejo ocorreu no ano de 2013 sendo de 73,36% e de 39,55% respectivamente. Nos demais anos da série em análise observa-se que houve uma queda nos índices de rentabilidade. O Magazine Luiza apresentou indicadores com pouca variação de um ano para o outro - com exceção do ano de 2015 em que teve o cálculo dos indicadores prejudicado – com a sua melhor remuneração no ano de 2017, quando apresentou o índice de 22,62%. Considerando os cinco anos em análise verifica-se que o patrimônio líquido das Lojas Americanas e da Via Varejo, teve a sua melhor remuneração no ano de 2013, com 27,05% e com 28,99% respectivamente, no entanto, como fator negativo destaca-se a queda das taxas de remuneração ao longo do período em análise. Para o Magazine Luiza, a melhor remuneração foi no ano de 2014, quando atingiu o índice de 19,25% e o pior momento no ano de 2015 quando não apresentou remuneração, devido ao prejuízo consolidado no período. Em relação a remuneração do ativo total e da taxa de retorno do investimento constata- se que as Lojas Americanas e a Via Varejo apresentaram redução das taxas de remuneração do primeiro para os demais períodos em análise, enquanto que o Magazine Luiza apesar de ter apresentado taxas decrescentes de remuneração do ano de 2013 para 2016, teve uma melhora em seus índices no ano de 2017 quando apresentou a melhor remuneração do ativo total e do ativo operacional considerando a série em estudo.

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4.3 ANÁLISE DOS INDICADORES DA SITUAÇÃO OPERACIONAL

Para analisar a situação operacional das três empresas pertencentes ao setor do varejo, listadas pela B3 e selecionadas para o presente estudo, utilizou-se as informações extraídas do Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício do período de 2013 a 2017, e realizou-se a análise dos indicadores de giro.

4.3.1 Análise dos indicadores de giro

Nesse item analisou-se a gestão de todas as fases operacionais da empresa por meio do exame de rotação dos estoques, prazo médio de cobrança de duplicatas e prazo médio de pagamento das duplicatas.

O quadro nº 11 apresenta os indicadores de giro das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo do período de 2013 a 2017.

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Quadro nº 11: Indicadores de Giro. INDICADORES DE GIRO MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Vendas / Estoque ROTAÇÃO DOS ESTOQUES = médio = 7,61 7,06 6,02 6,24 6,74 (Valor duplicatas a receber x 365) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA Valor vendas a DE DUPLICATAS = prazo = 24 23 18 22 38 (Valor duplicatas a pagar x 365) PRAZO MÉDIO DE Valor compras a PAGAMENTO DE DUPLICATAS = prazo = 111 90 113 128 122 LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Vendas / Estoque ROTAÇÃO DOS ESTOQUES = médio = 6,68 5,91 5,39 4,91 4,68 (Valor duplicatas a receber x 365) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA Valor vendas a DE DUPLICATAS = prazo = 48 45 44 43 42 (Valor duplicatas a pagar x 365) PRAZO MÉDIO DE Valor compras a PAGAMENTO DE DUPLICATAS = prazo = 141 145 149 131 141 VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA ANO 2013 ANO 2014 ANO 2015 ANO 2016 ANO 2017 Vendas / Estoque ROTAÇÃO DOS ESTOQUES = médio = 9,58 8,39 6,56 6,81 6,93 (Valor duplicatas a receber x 365) PRAZO MÉDIO DE COBRANÇA Valor vendas a DE DUPLICATAS = prazo = 38 38 36 51 57 (Valor duplicatas a pagar x 365) PRAZO MÉDIO DE Valor compras a PAGAMENTO DE DUPLICATAS = prazo = 76 95 112 153 150 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Em relação ao índice de rotação dos estoques o Magazine Luiza apresentou ótimos indicadores, sendo o seu melhor momento no ano de 2013 quando o estoque girou 7,61 vezes, seguido pelo ano de 2014, quando girou 7,06 vezes, após pelo ano de 2017, quando girou 6,74 vezes, pelo ano de 2016 em que estoque girou 6,24 vezes e por último pelo ano de 2015 em que girou 6,02 vezes. Em relação ao prazo médio de recebimento de duplicatas ele aumentou no ano de 2017, se comparado com os demais anos da série em estudo, entretanto, como o prazo médio de pagamento de duplicatas é maior, ainda existe certa folga entre receber os créditos dos clientes e efetuar o pagamento aos fornecedores. O índice de rotação dos estoques das Lojas Americanas passou de 6,68 vezes no ano de 2013 para 4,68 vezes no ano de 2017, o que não é bom para a situação financeira da empresa, uma vez que, quanto mais vezes ele girar, melhor é a qualidade dos estoques. O

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prazo médio de cobrança de duplicatas apresentou pouca variação no período analisado, sendo de 48 dias no ano de 2013, 45 dias no ano de 2014, 44 dias no ano de 2015, 43 dias no ano de 2016 e de 42 dias no ano de 2017. Já o prazo médio de pagamento de duplicatas apresentou o seu melhor momento no ano de 2015 quando recebeu 149 dias para efetuar o pagamento aos seus fornecedores e o pior momento no ano de 2016 quando conseguiu 131 dias de prazo médio para pagar seus fornecedores. A Via Varejo teve o seu melhor índice de rotação dos estoques no ano de 2013 quando o estoque girou 9,58 vezes e o seu pior momento no ano de 2015 quando girou 6,56 vezes. Contudo, se pegar os 365 dias do ano e dividir pelo número de vezes que o estoque girou no período, verifica-se que mesmo no seu pior momento o estoque levou em torno de 56 dias para girar, o que demonstra estoques de qualidade, pois quanto menos tempo o estoque permanecer na empresa melhor. Percebe-se que o prazo médio de cobrança de duplicatas no ano de 2013 e de 2014 foi de 38 dias, diminuindo para 36 dias em 2015, em 2016 esse índice aumentou para 51 dias, atingindo o seu pior momento no ano de 2017, quando levou em torno de 57 dias para obter o seu recebimento. O prazo médio de pagamento de duplicatas teve o tempo aumentado em praticamente o dobro do ano de 2013 para o ano de 2017, passando de 76 dias para 150 dias de prazo para efetuar o pagamento aos fornecedores, o que evidencia uma situação financeira favorável à empresa, considerando que quanto maior o prazo de pagamento em relação aos de recebimento, melhor é a situação das duplicatas a pagar. Analisando o indicador de rotação dos estoques verificou-se que as três empresas mantiveram a média de tempo de armazenagem praticamente inalterado durante os cinco anos em análise, sendo que o melhor momento do estoque ocorreu no ano de 2013, o estoque do Magazine Luiza girou 7,61 vezes, o das Lojas Americanas 6,68 vezes e o da Via Varejo 9,58 vezes. Assim, 365 dias do ano dividido pelo número de vezes que o estoque girou nas empresas neste período, encontrou-se a média de dias que os produtos ficaram armazenados nos estoques, sendo de aproximadamente 48 dias no Magazine Luiza, 55 dias nas Lojas Americanas e 38 dias na Via Varejo. De um modo geral, a qualidade dos estoques das três empresas é considerado bom, pois os produtos permanecem nas empresas por menos de dois meses. O prazo médio de cobrança das duplicatas a receber das empresas Magazine Luiza e Via Varejo tiveram um aumento no último ano da série em análise em relação aos períodos anteriores, o que não é favorável para a situação financeira das empresas. Já as Lojas Americanas do período de 2013 para 2017 teve uma redução no tempo que levou para receber

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seus créditos cedidos aos clientes, o que é sinal de melhora, pois quanto menor for o tempo de recebimento de suas vendas melhor. Ao analisar o prazo médio de pagamento de duplicatas do período de 2013 a 2017 das três empresas, constatou-se que o melhor momento para as empresas Magazine Luiza e Via Varejo foi no ano de 2016 quanto obtiveram 128 dias e 153 dias respectivamente para o pagamento de fornecedores, enquanto que para as Lojas Americanas o melhor momento se deu no ano de 2015 quando obteve 149 dias de prazo médio para pagar seus fornecedores. Por conseguinte, durante o período em análise das três empresas o tempo médio de recebimento foi sempre inferior ao tempo médio de pagamento, o que indica que após receber dos clientes as empresas possuem uma folga para quitar as suas dívidas.

4.4 ANÁLISE DO FLUXO DE CAIXA

As análises das demonstrações dos fluxos de caixa visam garantir uma melhor gestão dos recursos financeiros das entidades, assim tendo por base os dados obtidos do Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício e Demonstração do Fluxo de Caixa do período de 2013 a 2017 das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo realizou-se a análise dos indicadores financeiros de qualidade do resultado, de dispêndios de capital e de retornos do fluxo de caixa.

4.4.1 Análise dos indicadores de qualidade do resultado

Nesse item foi analisado o quanto do caixa é proveniente do resultado operacional.

O quadro nº 12 apresenta este indicador das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo do período de 2013 a 2017.

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Quadro nº 12: Indicador de Qualidade do Resultado. QUOCIENTES DE QUALIDADE DO RESULTADO MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 FCO/ Resultado Qualidade do resultado = Operacional = -0,36 0,27 1,37 0,46 0,02 LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 FCO/ Resultado Qualidade do resultado = Operacional = 0,97 0,45 0,37 -0,59 0,23 VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 FCO/ Resultado Operacional Qualidade do resultado = = 1,00 1,11 3,66 -0,38 0,07 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Por meio da análise do indicador da qualidade do resultado constatou-se que o Magazine Luiza apresentou o seu melhor índice no ano de 2015, pois para cada R$ 1,00 de lucro operacional líquido o empreendimento gerou R$ 1,37 em caixa operacional. Nos demais anos analisados o empreendimento gerou menos de R$1,00 de caixa operacional, com exceção do ano de 2013 que pelo fato de ter apresentado caixa líquido das atividades operacionais negativo não gerou caixa. As Lojas Americanas no ano de 2016 não gerou caixa operacional líquido positivo tendo o cálculo do indicador de qualidade prejudicado. Nos demais períodos analisados o índice se manteve abaixo de R$ 1,00. Já a Via Varejo foi a que apresentou melhores indicadores da qualidade do resultado dentre as empresas analisadas, pois para cada R$ 1,00 de lucro operacional líquido gerou em R$ 1,00 em caixa operacional no ano de 2013, R$ 1,11 no ano de 2014 e R$ 3,66 no ano de 2015. Em 2017 o empreendimento gerou menos de R$ 1,00 de caixa operacional e no ano de 2016 apresentou caixa líquido das atividades operacionais negativo prejudicando o cálculo deste indicador. Ao analisar o índice de qualidade das três empresas do período de 2013 a 2017, verifica-se que a Via Varejo foi a que apresentou os melhores indicadores, com índices iguais e superiores a 1,00 no ano de 2013, 2014 e 2015, enquanto que o Magazine Luiza atingiu o índice superior a 1,00 apenas no ano de 2015 e as Lojas Americanas em nenhum dos anos analisados atingiu o patamar desejado, chegando mais próximo do esperado apenas no ano de 2013, quando apresentou o índice de 0,97.

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4.4.2 Análise dos indicadores de dispêndios de capital

Neste item analisou-se o índice de aquisições de capital e o índice investimento / financiamento das três empresas objeto de estudo do período de 2013 a 2017.

Quadro nº 13: Indicadores de Dispêndios de Capital. QUOCIENTES DE DISPENDIOS DE CAPITAL MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 (FCO - Dividendo total) / Caixa pago Aquisições de capital = por investimentos de capital = -2,56 -0,65 7,06 -1,98 0,08 Investimento e Fluxo de caixa liq. para investimentos Financiamento / fluxo de caixa liq. de financiamentos -0,96 -1,00 -0,19 0,90 4,53 LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 (FCO - Dividendo total) / Caixa pago Aquisições de capital = por investimentos de capital = -0,52 -0,14 -0,30 3,90 -0,03

Investimento e Fluxo de caixa liq. para investimentos Financiamento / fluxo de caixa liq. de financiamentos -2,29 -1,18 -1,17 -0,47 -0,61 VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 (FCO - Dividendo total) / Caixa pago Aquisições de capital = por investimentos de capital = -3,19 -3,65 -6,95 1,94 -0,12

Investimento e Fluxo de caixa liq. para investimentos Financiamento / fluxo de caixa liq. de financiamentos 0,79 0,88 0,31 0,12 1,60 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

O Magazine Luiza apresentou seu melhor indicador de aquisições de capital no ano de 2015, quando apresentou o índice de 7,06, seguido do ano de 2017 quando apresentou o índice de 0,08. Nos demais anos da série em análise os índices foram negativos. Já o indicador de investimento e financiamento demonstra que os fluxos de financiamento foram insuficientes para atender as necessidades de investimentos nos anos de 2013, 2014 e 2015, tendo uma melhora deste índice no ano de 2016 para 0,90 e aumentando para 4,53 no ano de 2017, quando atingiu o seu melhor momento. As Lojas Americanas apresentou o seu melhor momento no ano de 2016, quando apresentou o índice de 3,90, nos demais anos da série em análise apresentou indicadores negativos, o que não é nada bom para a empresa, uma vez que, demonstra a necessidade de

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captação de recursos de terceiros. Já os indicadores de investimento e financiamento em todos os anos da série em estudo apresentaram-se negativos. O melhor índice de aquisições de capital da Via Varejo foi de 1,94 no ano de 2016, nos demais anos da série em análise este indicador apresentou-se negativo. O indicador de investimento e financiamento foi de 0,79 em 2013, 0,88 em 2014, 031 em 2015, 0,12 em 2016 e de 1,60 em 2017, tendo como destaque positivo a melhora deste índice no último ano da série em análise comparado com os anos anteriores. Analisando o indicador de aquisição de capital do período de 2013 a 2017 do Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo verificou-se que nos dois primeiros anos da série em análise todas as empresas apresentaram um indicador negativo, demonstrando que os fluxos de financiamento foram insuficientes para atender as necessidades de investimento. Por conseguinte, no ano de 2015 a única empresa que apresentou um índice positivo foi o Magazine Luiza com R$ 7,06. Em 2016 destaca-se o indicador das Lojas Americanas com R$ 3,90, seguido pelo indicador da Via Varejo com R$ 1,94. Já no ano de 2017 a empresa que apresentou o seu melhor índice foi a Magazine Luiza com R$ 0,08, enquanto as outras duas empresas obtiveram indicadores negativos. Em relação ao índice de investimento/financiamento o Magazine Luiza apresentou índices negativos nos três primeiros anos em análise e em 2016 apresentou o indicador de R$ 0,90 que aumentou para R$ 4,53 no ano de 2017. As Lojas Americanas apresentaram indicadores negativos nos cinco exercícios em análise, pois existiram saídas das atividades de investimento ao invés de entradas. Já a Via Varejo do ano de 2013 para 2014 teve um aumento de seus indicadores passando de R$ 0,79 para R$ 0,88, baixando para R$ 0,31 no ano de 2015 e para R$ 0,12 no ano de 2016. No ano de 2017 a empresa atingiu o seu melhor indicador de investimento/financiamento, sendo que para cada R$ 1,60 investidos R$ 1,00 foi relativo a financiamento.

4.4.3 Análise dos retornos do fluxo de caixa

Nesse item analisou-se o potencial de recuperação de caixa para os investidores e acionistas.

O quadro nº 14 apresenta os indicadores de retorno do fluxo de caixa das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo do período de 2013 a 2017.

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Quadro nº 14: Indicadores dos retornos do Fluxo de Caixa. RETORNO DO FLUXO DE CAIXA MAGAZINE LUIZA INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 Retorno sobre Passivo e PL = FCO /(PL + Exigivel a LP) = -0,06 0,05 0,18 0,11 0,01 Retorno sobre o PL = FCO /PL = -0,20 0,20 0,80 0,43 0,01 LOJAS AMERICANAS INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 Retorno sobre Passivo e PL = FCO /(PL + Exigivel a LP) = 0,16 0,07 0,06 -0,09 0,02 Retorno sobre o PL = FCO /PL = 0,95 0,25 0,24 -0,38 0,07 VIA VAREJO INDICADORES FÓRMULA 2013 2014 2015 2016 2017 Retorno sobre Passivo e PL = FCO /(PL + Exigivel a LP) = 0,40 0,38 0,38 -0,05 0,01 Retorno sobre o PL = FCO /PL = 0,57 0,53 0,61 -0,10 0,02 Fonte: Dados da pesquisa (2018).

Considerando o indicador de retorno sobre o passivo e patrimônio líquido verifica-se que o Magazine Luiza apresentou um índice negativo de -0,06 no ano de 2013, aumentando para 0,05 no ano de 2014, elevando-se para 0,18 no ano de 2015, baixando para 0,11 no ano de 2016 e caindo para 0,01 em 2017, que embora positivo é insuficiente para oferecer retorno para o investidor. Já o indicador de retorno sobre o patrimônio líquido teve o seu melhor momento no ano de 2015 quando apresentou o índice de 0,80 e o seu pior momento no ano de 2013 quando apresentou um índice negativo de -0,20, ocasionado pelo fluxo das atividades operacionais negativo do período. As Lojas Americanas apresentam como fator negativo a queda dos índices de retorno sobre o passivo e patrimônio líquido do ano de 2013 para 2017, além do índice negativo no ano de 2016. O índice de retorno sobre o patrimônio líquido também se apresentou decrescente do primeiro para o último ano da série em análise e influenciado pelo fluxo de caixa operacional negativo, no ano de 2016 apresentou um indicador negativo. Tendo por base a análise do indicador de retorno sobre o passivo e patrimônio líquido, verifica-se que a Via Varejo no ano de 2013 teve um retorno de R$ 0,40 para cada R$ 1,00 investido, no ano de 2014 e 2015 o índice manteve-se o mesmo, sendo de 0,38. Já no ano de 2016 apresentou um indicador negativo de -0,05, aumentando levemente para 0,01 no ano de

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2017. O índice de retorno sobre o patrimônio líquido teve o seu melhor momento no ano de 2015 com 0,61, seguido do ano de 2013 com 0,57, do ano de 2014 com 0,53, do ano de 2017 com 0,02 e pelo ano de 2016 quando apresentou um resultado negativo de -0,10. Com base na análise do indicador de retorno sobre passivo e patrimônio líquido observou-se que as três empresas durante os cinco anos em análise apresentaram índices de recuperação de caixa para os investidores próximos a zero. Ainda, destaca-se que a Magazine Luiza no ano de 2013 apresentou um índice negativo de -0,06 influenciado pelo caixa negativo das atividades operacionais, assim como, as Lojas Americanas e a Via Varejo também apresentaram indicadores negativos de -0,09 e -0,05 no ano de 2016 não auxiliando na recuperação do caixa para seus investidores nesse período. Em relação ao indicador de retorno sobre o patrimônio líquido verifica-se que o Magazine Luiza apresentou o seu melhor índice no ano de 2015 com 0,80 e o seu pior resultado no ano de 2013 quando apresentou um índice negativo de - 0,20 devido ao caixa líquido negativo das atividades operacionais deste período. Nos demais anos da série em análise apresentou indicadores positivos embora abaixo do índice 1. As Lojas Americanas apresentou o seu melhor resultado no ano de 2013 com 0,95 e o seu pior indicador no ano de 2016 com -0,38. A Via Varejo apresentou o seu melhor índice no ano de 2015, quando para cada R$ 1,00 investido o retorno foi de R$ 0,61. Em contrapartida, influenciado pelo caixa das atividades operacionais negativo, teve o seu pior índice no ano de 2016 quando apresentou um indicador negativo de -0,10 não recuperando o caixa dos investimentos realizados pelos acionistas neste período. Nos demais anos em análise apresentou indicadores positivos embora abaixo do indicador 1.

4.5 CONCLUSÕES DO DESEMPENHO DAS EMPRESAS

A partir das análises dos indicadores das três empresas pertencentes ao segmento de varejo, do período de 2013 a 2017, apresenta-se a seguir, de forma resumida as conclusões do desempenho. Verificou-se que o Magazine Luiza nos cinco anos estudados, apresenta indicadores de liquidez corrente, seca e geral abaixo do índice-padrão estabelecido pelos pesquisadores da área financeira, mas, apresenta bons indicadores de liquidez imediata e especialmente de capital circulante líquido que apresentou excelente crescimento no último ano da série em análise. Quanto à garantia de dívida, os indicadores evidenciam uma situação debilitada e que requer atenção, pois os índices ultrapassam os limites aceitáveis de endividamento, sendo que

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a maior parte do capital investido na empresa é oriunda de terceiros. Em relação ao grau de imobilização do patrimônio líquido a situação financeira da empresa é considerada ruim, uma vez que, apenas no ano de 2017 houve recursos próprios disponíveis para o giro dos negócios da empresa. A empresa apresenta ainda baixos níveis de lucratividade e rentabilidade, necessitando adotar políticas de aumento de vendas e redução de custos e despesas, considerando que, no ano de 2015 a empresa apresentou prejuízo ao final do exercício e teve o cálculo de alguns indicadores prejudicados. Já os indicadores de giro são considerados satisfatórios, pois os estoques levaram menos de dois meses para girarem, bem como o prazo relativo entre receber e pagar duplicatas é excelente, pois após receber dos clientes a empresa ainda possui um bom prazo para quitar suas obrigações. Em relação ao fluxo de caixa a empresa apresentou índices baixos e ainda negativos em alguns anos, como ocorreu no ano de 2013 quando teve caixa liquido das atividades operacionais negativo e nos anos de 2014 e 2015 quando existiram saídas das atividades de investimento e financiamento ao invés de entradas. Nos cinco anos em análise das Lojas Americanas, os índices de liquidez corrente e geral tiveram baixos desempenhos. Já como fator positivo a empresa apresentou bons indicadores de liquidez seca, imediata e especialmente de capital circulante líquido, que apresentou excelente crescimento no ano de 2017. Em relação aos indicadores de garantia de dívida, a empresa encontra-se em uma situação desfavorável, com índices acima do limite máximo aceitável, evidenciando que os capitais de terceiros estão em maior proporção que os capitais próprios. No entanto, o indicador de participação das dívidas de curto prazo sobre dívidas totais está dentro do patamar aceito demonstrando equilíbrio entre as dívidas de curto e longo prazo. Quanto ao grau de imobilização do patrimônio líquido a empresa nos cinco anos em estudo, apresenta uma situação financeira insatisfatória não possuindo recursos próprios livres para a aplicação em ativos rentáveis. A empresa apresenta ainda, margens de lucratividade e rentabilidade baixas, necessitando diminuir os custos e despesas e ampliar suas vendas, uma vez que, teve seu melhor momento no primeiro ano da série em estudo com quedas consideráveis ao longo dos períodos subsequentes. Em relação aos indicadores de giro, a empresa apresenta uma alta rotação dos estoques e ótimos prazos de recebimentos e pagamentos de duplicatas, com uma considerável folga entre receber e pagar. Quanto ao fluxo de caixa a empresa apresentou indicadores considerados baixos e muitos deles negativos, devido ao fato de ter apresentado caixa das atividades operacionais negativo no ano de 2016 e caixa das atividades de investimentos também negativo em todos os anos da série em estudo.

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A Via Varejo nos cinco anos analisados apresenta péssimos indicadores de liquidez, com retrocesso do seu capital circulante líquido que se apresenta positivo, porém decrescente nos três primeiros anos da série em estudo e torna-se negativo nos anos seguintes. O índice de liquidez imediata é o único que está de acordo com os padrões considerados aceitos pelos financistas. Quanto à garantia de dívida, os indicadores são insatisfatórios, pois não estão dentro dos patamares aceitáveis do ponto de vista financeiro, sendo que a maior parte do capital investido na empresa é proveniente de recursos de terceiros e a mesma não oferece garantias suficientes para os seus credores. Em relação ao grau de imobilização do patrimônio líquido a situação financeira da empresa é favorável, com exceção do ano de 2016 em que não havia capital próprio disponível para o giro dos negócios. A empresa apresenta ainda baixos níveis de lucratividade e rentabilidade, necessitando adotar políticas de aumento de vendas e redução de custos e despesas, uma vez que, no ano de 2016 apresentou prejuízo ao final do exercício existindo perda do capital investido no empreendimento. Os indicadores de giro são considerados satisfatórios, pois os estoques levaram menos de dois meses para girarem, bem como o prazo médio de recebimento é inferior ao prazo médio de pagamento. Em relação ao fluxo de caixa a empresa apresentou índices baixos e ainda negativos em alguns anos, como ocorreu no ano de 2016 quando obteve caixa liquido da atividade operacional negativo.

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CONCLUSÃO

As empresas encontram-se cada vez mais em ambientes competitivos e dentro de uma economia instável, necessitando de informações úteis e de qualidade para a correta gestão dos recursos, para a criação de diferenciais competitivos e para garantir a sua sobrevivência. Assim, por meio da análise das demonstrações contábeis são extraídos indicadores, dados e informações, que evidenciam o desempenho organizacional e a situação econômica e financeira das empresas, permitindo avaliar os pontos fracos e fortes e consequentemente, servindo de base para a tomada de decisão assertiva, garantindo que a empresa continue com suas atividades no futuro e destaque-se das demais. Neste contexto, é de fundamental importância aliar a análise dos indicadores econômicos e financeiros com os indicadores de fluxo de caixa, a fim de identificar o quanto de caixa a empresa vem gerando além do resultado, bem como corrigir eventuais problemas de liquidez e endividamento, resultantes da falta da administração do fluxo de caixa adequado. Nesta perspectiva, o presente estudo objetivou analisar de modo comparado o desempenho econômico e financeiro das empresas Magazine Luiza, Lojas Americanas e Via Varejo, pertencentes ao segmento de varejo e listadas pela B3, por meio de indicadores, a fim de identificar a influencia destes no gerenciamento organizacional. Para a realização deste estudo, buscou-se o embasamento teórico em livros e artigos que tratam dos indicadores de desempenho e utilizou-se o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e a demonstração do fluxo de caixa das três empresas do período de 2013 a 2017, disponíveis no site da B3 para efetuar o cálculo dos indicadores. Os resultados apresentados revelam, com base na análise dos indicadores, que o Magazine Luiza apresenta os melhores indicadores de giro e de dispêndios de capital. As Lojas Americanas apresenta a melhor liquidez e rentabilidade, enquanto a Via Varejo apresenta os melhores indicadores de garantia de dívida, de imobilização do patrimônio líquido, de lucratividade, de qualidade do resultado e de retorno do fluxo de caixa. No entanto, ressalta-se que pelo fato de muitos dos indicadores analisados, apresentarem índices fora dos padrões considerados aceitos pelos financistas, que as empresas busquem medidas corretivas a fim de assegurar a continuidade de seus negócios. Como concluinte do curso de ciências contábeis este estudo foi de suma importância, pois possibilitou aplicar os conhecimentos teóricos construídos durante a realização do curso na parte prática, contribuindo para o meu aperfeiçoamento profissional.

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ZAMBERLAN, Luciano et al. Pesquisa em ciências sociais aplicadas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2014.

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ANEXOS ANEXO A – Balanço Patrimonial – Magazine Luiza Balanço Patrimonial - Magazine Luiza Valor Valor Valor Valor Valor Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Descrição 2013 2014 2015 2016 2017 Ativo Total 5.760.081 6.188.939 5.866.203 6.068.115 7.419.513 Ativo Circulante 3.570.480 4.002.506 3.582.975 3.898.966 5.257.617 Caixa e Equivalentes de Caixa 342.516 485.792 658.340 595.950 412.707 Aplicações Financeiras 600.322 531.533 530.565 814.622 1.259.553 Contas a Receber 648.383 728.713 464.036 577.907 1.241.290 Estoques 1.529.082 1.735.800 1.442.664 1.588.239 1.969.333 Tributos a Recuperar 267.059 348.395 356.477 211.021 200.678 Outros Ativos Circulantes 183.119 172.272 130.893 111.227 174.056 Outros 183.119 172.272 130.893 111.227 174.056 Partes Relacionadas 133.063 109.871 91.855 63.680 96.766 Outros Ativos 50.057 62.401 39.038 47.547 77.290 Ativo Não Circulante 2.189.601 2.186.433 2.283.227 2.169.149 2.161.896 Ativo Realizável a Longo Prazo 633.393 612.370 808.931 809.483 749.162 Aplicações Financeiras Avaliadas a Valor Justo 0 49.821 170 0 Contas a Receber 5.722 5.917 2.767 3.551 4.741 Tributos Diferidos 170.371 172.606 244.529 240.721 223.100 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 170.371 172.606 244.529 240.721 223.100 Outros Ativos Não Circulantes 457.300 433.848 511.814 565.041 521.321 Tributos a recuperar 193.996 125.496 189.032 222.413 166.033 Outros ativos 55.478 61.256 57.885 51.995 44.387 Depósitos judiciais 207.827 247.096 264.897 290.633 310.901 Investimentos 307.618 330.681 317.161 292.265 311.347 Participações Societárias 307.618 330.681 317.161 292.265 311.347 Imobilizado 660.387 667.327 616.871 557.084 569.027 Intangível 588.203 576.055 540.264 510.317 532.360

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Passivo Total 5.760.081 6.188.939 5.866.203 6.068.115 7.419.513 Passivo Circulante 3.088.550 3.337.205 3.065.088 3.652.867 4.136.036 Obrigações Sociais e Trabalhistas 203.556 197.328 164.091 187.387 236.584 Fornecedores 2.018.077 2.109.612 2.019.547 2.352.364 2.919.541 Obrigações Fiscais 50.911 52.561 32.631 39.918 84.451 Empréstimos e Financiamentos 519.599 697.087 605.974 833.553 434.294 Outras Obrigações 296.407 280.617 242.845 239.646 461.166 Passivos com Partes Relacionadas 89.958 94.649 72.932 72.566 89.521 Dividendos e JCP a Pagar 19.819 21.591 0 12.269 64.273 Receitas a Apropriar 44.887 44.474 44.140 40.103 41.566 Outras Contas a Pagar 131.619 112.237 125.773 114.707 265.806 Passivo Não Circulante 1.822.762 2.064.520 2.187.352 1.796.972 1.209.500 Empréstimos e Financiamentos 1.093.696 1.320.273 1.338.036 1.005.377 437.204 Outras Obrigações 1.885 58.812 2.411 2.539 1.925 Outras Contas a Pagar 1.885 58.812 2.411 2.539 1.925 Provisões 300.452 313.149 259.525 282.613 301.534 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 300.452 313.149 259.525 282.613 301.534 Lucros e Receitas a Apropriar 426.729 372.286 587.379 506.443 468.837 Receitas a Apropriar 426.729 372.286 587.379 506.443 468.837 Patrimônio Líquido Consolidado 848.769 787.214 613.763 618.276 2.073.977 Capital Social Realizado 741.109 714.840 646.655 603.275 1.719.886 Reservas de Capital -17.624 -11.895 5.324 -9.647 23.139 Ações em Tesouraria -24.516 -23.802 -10.208 -28.576 -13.955 Reserva de Capital 6.892 11.908 15.531 18.929 37.094 Reservas de Lucros 127.293 85.756 17.212 23.452 328.293 Reserva Legal 11.871 19.026 17.212 20.362 39.922 Reserva de Retenção de Lucros 115.421 66.730 0 3.090 288.371 Lucros/Prejuízos Acumulados 0 -53.691 Outros Resultados Abrangentes -2.009 -1.487 -1.736 1.196 2.659

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ANEXO B – Demonstração do Resultado do Exercício – Magazine Luiza Demonstração do Resultado do Exercício - Magazine Luiza Valor Valor Valor Valor Valor atualizado Atualizado atualizado Atualizado Atualizado DESCRIÇÃO 2013 2014 2015 2016 2017 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 9.883.541 11.526.191 9.572.604 9.458.103 11.984.250 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -7.118.310 -8.352.782 -6.823.275 -6.551.053 -8.378.239 Resultado Bruto 2.765.231 3.173.410 2.749.330 2.907.050 3.606.011 Despesas/Receitas Operacionais -2.307.047 -2.594.791 -2.387.968 -2.329.199 -2.718.317 Despesas com Vendas -1.849.726 -2.058.177 -1.834.713 -1.766.798 -2.119.953 Despesas Gerais e Administrativas -617.908 -656.353 -622.958 -612.267 -679.085 Gerais e Administrativas -493.322 -521.599 -488.830 -479.366 -536.026 Depreciação -124.586 -134.754 -134.129 -132.900 -143.059 Perdas pela Não Recuperabilidade de Ativos -25.920 -26.574 -32.479 -25.935 -41.921 Outras Receitas Operacionais 119.955 28.899 21.572 13.433 36.486 Resultado de Equivalência Patrimonial 66.551 117.414 80.610 62.368 86.156 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 458.184 578.618 361.362 577.851 887.694 Resultado Financeiro -298.106 -425.178 -518.231 -501.166 -410.821 Receitas Financeiras 84.800 113.700 138.922 116.034 110.107 Despesas Financeiras -382.905 -538.879 -657.153 -617.199 -520.928 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 160.078 153.440 -156.869 76.685 476.873 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -21.015 -1.921 86.921 9.419 -87.851 Resultado Líquido das Operações Continuadas 139.063 151.519 -69.948 86.104 389.022 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 139.063 151.519 -69.948 86.104 389.022

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ANEXO C – Demonstração do Fluxo de Caixa – Magazine Luiza

Demonstração do Fluxo de Caixa - Magazine Luiza Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado 01/01/2013 a 01/01/2014 a 01/01/2015 a 01/01/2016 a 01/01/2017 a Descrição 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015 31/12/2016 31/12/2017 Caixa Líquido Atividades Operacionais -166.473 154.914 493.426 266.325 19.477 Caixa Gerado nas Operações 321.297 452.020 231.542 483.932 755.051 Lucro liquido (prejuízo) do exercicio 139.063 151.519 -69.948 86.104 389.022 Imposto de renda e contribuição social reconhecida no resultado 21.015 1.921 -86.921 -9.419 87.851 Depreciação e amortização 124.586 134.754 134.129 132.900 143.059 Juros sobre empréstimos e financiamentos provisionados 145.026 196.293 269.703 253.158 180.759 Equivalência patrimonial -66.551 -117.414 -80.610 -62.368 -86.156 Movimentação da provisão para perdas em ativos 93.033 94.545 146.146 98.681 88.582 Provisão para riscos tributários, cíveis e trabalhistas 73.146 61.921 -7.378 58.796 45.279 Perda (ganho) na alienação, líquido de baixa do ativo imobilizado -153.260 1.449 757 473 -2.875 Apropriação da receita diferida -39.486 -41.674 -50.910 -40.430 -42.820 Rendimento de titulos e valores mobiliários -31.103 -36.555 -30.238 -38.404 -53.244 Despesa com plano de opções de ações 3.446 5.260 4.760 4.439 5.594 Outros 12.381 0 2.052 0 0 Variações nos Ativos e Passivos -484.998 -344.432 189.018 -285.406 -762.702 Contas a receber -117.853 -175.897 120.705 -189.026 -713.915 Títulos e valores mobiliários -414.784 84.064 67.161 -348.424 -399.682 Estoques -251.562 -283.277 58.469 -297.978 -408.717 Partes relacionadas -27.845 4.859 7.451 5.380 -25.707 Tributos a recuperar -21.720 -27.343 -116.820 75.699 73.175 Outros ativos -59.921 -64.996 -25.631 -50.205 -39.084 Fornecedores 394.250 163.068 111.161 468.295 554.581 Salários, férias e encargos sociais 34.175 988 -14.415 34.303 48.174 Tributos a recolher -30.179 -4.401 -22.645 8.796 7.171 Partes relacionadas 27.283 7.880 -12.689 4.527 16.566 Tributos parcelados -3.208 -2.100 0 0 0 Outras contas a pagar -13.633 -47.277 16.271 3.228 124.736 Outros -2.771 47.326 72.866 67.799 27.128 Imposto de renda e contribuição social pagos -16.706 -4.176 -2.725 -2.715 -31.799 Recebimento de dividendos de controladas 13.935 51.502 75.591 70.514 58.927 Caixa Líquido Atividades de Investimento 64.957 -180.247 64.877 -134.808 -168.658 Aquisição de imobilizado -136.302 -125.629 -104.991 -76.890 -101.995 Aquisição de ativo intangível -42.259 -53.126 -63.049 -46.795 -68.819 Venda de contrato de exclusividade e direito de exploração 7.332 3.536 307.065 0 0 Pagamento de renegociação de contrato de exclusividade 0 0 0 -11.122 0 Recebimento de venda de imobilizado 251.060 0 0 0 3.152 Investimento em controlada -14.873 -5.027 -10.177 0 -996 Aumento de capital em controlada e controlada em conjunto 0 0 -63.972 0 0 Caixa Líquido Atividades de Financiamento -67.811 180.750 -339.418 -149.743 -37.253 Captação de empréstimos e financiamentos 502.930 756.350 736.539 575.459 502.617 Pagamento de empréstimos e financiamentos -423.320 -305.659 -787.277 -474.783 -1.434.097 Pagamento de juros sobre empréstimos e financiamentos -122.906 -185.734 -236.366 -215.016 -214.029 Pagamento de dividendos 0 -37.110 -35.701 0 -32.369 Ações em tesouraria, adquiridas -24.516 -47.097 -16.615 -35.403 27.244 Recursos provenientes da emissão de ações 0 0 0 0 1.144.000 Pagamento de gastos com emissão de ações, líquido de tributos 0 0 0 0 -30.619 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes -169.327 155.418 218.885 -18.226 -186.434 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes 511.843 330.375 439.455 614.176 599.141 Saldo Final de Caixa e Equivalentes 342.516 485.792 658.340 595.950 412.707

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ANEXO D – Balanço Patrimonial – Lojas Americanas Balanço Patrimonial - Lojas Americanas Valor Valor Valor Valor Valor Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Descrição 2013 2014 2015 2016 2017 Ativo Total 17.276.138 19.869.234 21.851.155 20.665.341 27.536.385 Ativo Circulante 10.987.108 11.895.858 13.058.096 11.618.506 17.604.748 Caixa e Equivalentes de Caixa 518.125 1.121.834 1.413.936 520.648 3.567.545 Aplicações Financeiras 4.477.678 4.264.727 4.825.850 3.818.501 6.517.532 Contas a Receber 2.169.717 2.333.113 2.281.472 2.124.568 1.977.862 Estoques 3.022.169 3.414.547 3.673.698 3.668.415 3.608.451 Tributos a Recuperar 441.045 316.291 329.912 782.816 811.098 Despesas Antecipadas 43.112 47.167 70.538 75.974 59.802 Outros Ativos Circulantes 315.263 398.178 462.691 627.584 1.062.458 Outros 315.263 398.178 462.691 627.584 1.062.458 Demais Contas a Receber 315.263 398.178 462.691 627.584 1.062.458 Ativo Não Circulante 6.289.031 7.973.377 8.793.059 9.046.835 9.931.637 Ativo Realizável a Longo Prazo 1.437.091 1.992.839 2.251.289 2.558.590 2.899.246 Tributos Diferidos 432.871 606.924 510.670 765.338 1.012.025 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 432.871 606.924 510.670 765.338 1.012.025 Créditos com Partes Relacionadas 67.352 59.573 55.068 49.559 47.722 Créditos com Outras Partes Relacionadas 67.352 59.573 55.068 49.559 47.722 Outros Ativos Não Circulantes 936.868 1.326.341 1.685.552 1.743.694 1.839.499 Depósitos Judiciais 277.422 320.468 300.536 312.789 335.159 Impostos a Recuperar 659.446 1.005.873 1.304.094 1.357.677 1.430.815 Outros 0 0 80.922 73.228 73.525 Imobilizado 2.181.577 2.731.653 2.896.604 2.872.958 3.283.046 Intangível 2.670.363 3.248.885 3.645.166 3.615.286 3.749.345

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Passivo Total 17.276.138 19.869.234 21.851.155 20.665.341 27.536.385 Passivo Circulante 6.696.584 7.716.991 8.115.489 7.433.012 9.655.087 Obrigações Sociais e Trabalhistas 121.504 146.385 147.194 112.757 133.211 Fornecedores 4.830.566 5.455.417 5.668.478 4.522.268 4.466.623 Obrigações Fiscais 287.029 279.228 286.735 305.224 299.189 Obrigações Fiscais Federais 179.100 160.169 142.114 146.595 171.653 Imposto de Renda e Contribuição Social a Pagar 114.130 131.567 98.704 121.557 131.275 Cofins 27.678 6.708 11.864 7.371 4.885 Pis 6.042 1.505 2.575 1.589 1.060 Débitos tributários parcelados 12.408 0 0 0 0 Outros 18.842 20.389 28.971 16.078 34.433 Obrigações Fiscais Estaduais 102.787 114.444 139.767 156.111 121.800 Obrigações Fiscais Municipais 5.142 4.615 4.854 2.518 5.736 Empréstimos e Financiamentos 913.579 1.138.964 1.297.667 1.750.414 4.145.389 Empréstimos e Financiamentos 644.766 975.842 912.780 1.091.266 3.096.484 Debêntures 268.813 163.122 384.887 659.148 1.048.905 Outras Obrigações 164.223 266.639 149.656 150.431 120.906 Outros 164.223 266.639 149.656 150.431 120.906 Dividendos e JCP a Pagar 164.223 149.697 101.687 114.394 101.733 Contas a pagar - combinação de negócios 0 116.943 47.969 36.036 19.173 Provisões 379.682 430.357 565.759 591.919 489.769 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 15.027 5.491 9.341 18.333 26.702 Outras Provisões 364.655 424.866 556.418 573.586 463.067 Passivo Não Circulante 8.760.725 8.559.476 10.597.200 10.094.001 11.775.037 Empréstimos e Financiamentos 8.487.174 8.308.133 10.144.048 9.796.279 11.479.370 Empréstimos e Financiamentos 5.272.297 4.453.971 6.866.741 7.117.210 8.124.317 Debêntures 3.214.877 3.854.162 3.277.307 2.679.069 3.355.053 Outras Obrigações 13.488 24.664 68.852 27.499 9.407 Outros 13.488 24.664 68.852 27.499 9.407 Impostos, Taxas e Contribuições 13.488 317 268 250 251 Contas a pagar - combinação de negócios 0 24.347 68.584 27.249 9.156 Tributos Diferidos 36.686 40.982 58.117 0 0 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 36.686 40.982 58.117 0 0 Provisões 223.377 185.697 326.182 270.223 286.260 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e Cíveis 124.566 114.599 282.664 252.836 269.636 Outras Provisões 98.810 71.098 43.518 17.387 16.624 Demais Contas a Pagar 98.810 71.098 43.518 17.387 16.624 Patrimônio Líquido Consolidado 1.818.830 3.592.768 3.138.467 3.138.328 6.106.261 Capital Social Realizado 670.656 1.024.189 958.144 1.433.995 3.926.518 Reservas de Capital -381.159 -212.116 -198.243 45.896 71.587 Ações em Tesouraria -415.535 -259.075 -267.461 -44.308 -44.545 Reserva de Capital 34.375 46.959 69.219 90.204 116.132 Reservas de Lucros 1.144.462 1.165.002 1.081.485 479.646 597.146 Reserva Legal 117.176 25.213 36.148 22.972 34.977 Dividendo Adicional Proposto 3.351 7.172 22.923 0 0 Reserva para Novos Empreendimentos 1.272.053 1.136.239 1.036.126 461.980 570.200 Ágio em Transações do Capital -248.117 -3.622 -13.712 -5.307 -8.031 Ajustes de Avaliação Patrimonial 1.944 1.721 16.297 20.318 26.433 Participação dos Acionistas Não Controladores 382.926 1.613.972 1.280.782 1.158.473 1.484.577

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ANEXO E – Demonstração do Resultado do Exercício – Lojas Americanas Demonstração do Resultado do Exercício - Lojas Americanas Valor Valor Valor Valor Valor Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado DESCRIÇÃO 2013 2014 2015 2016 2017 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 16.375.351 19.029.629 19.112.836 18.007.095 17.044.716 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -11.396.276 -13.328.798 -13.646.986 -12.636.283 -11.603.751 Resultado Bruto 4.979.075 5.700.831 5.465.850 5.370.813 5.440.965 Despesas/Receitas Operacionais -3.206.153 -3.719.354 -3.403.031 -3.343.450 -3.528.360 Despesas com Vendas -2.527.058 -2.918.984 -2.560.610 -2.408.284 -2.426.098 Despesas Gerais e Administrativas -530.436 -665.824 -800.979 -793.834 -964.311 Outras Receitas Operacionais 0 0 0 0 0 Outras Despesas Operacionais -148.659 -134.546 -41.442 -141.332 -137.951 Resultado de Equivalência Patrimonial 0 0 0 0 0 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 1.772.923 1.981.477 2.062.819 2.027.363 1.912.605 Resultado Financeiro -1.076.723 -1.472.017 -1.769.888 -2.142.220 -1.876.522 Receitas Financeiras 464.749 682.609 828.874 887.973 982.682 Despesas Financeiras -1.541.473 -2.154.626 -2.598.762 -3.030.193 -2.859.204 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 696.200 509.460 292.931 -114.857 36.083 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -206.520 -90.802 -224.188 142.537 45.151 Resultado Líquido das Operações Continuadas 489.679 418.658 68.742 27.680 81.234 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas 2.292 0 0 0 0 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 491.972 418.658 68.742 27.680 81.234

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ANEXO F – Demonstração do Fluxo de Caixa – Lojas Americanas

Demonstração do Fluxo de Caixa - Lojas Americanas Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado 01/01/2013 a 01/01/2014 a 01/01/2015 a 01/01/2016 a 01/01/2017 a Descrição 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015 31/12/2016 31/12/2017 Caixa Líquido Atividades Operacionais 1.723.348 887.122 757.030 -1.192.578 437.047 Caixa Gerado nas Operações 1.060.693 1.147.153 2.095.703 2.232.062 2.522.273 Lucro Líquido do Exercício 565.622 504.252 68.742 27.680 81.234 Depreciação e Amortização 354.260 457.727 577.394 633.400 769.616 Valor Residual do Ativo Imobilizado e Intangível Baixado 11.905 15.420 34.347 19.993 40.765 IR e CSLL Correntes 0 0 223.860 201.855 197.438 IR e CSLL Diferidos -77.209 -140.764 31.885 -344.392 -242.589 Juros sobre demais Créditos e Débitos -22.181 -29.820 -39.212 -33.265 9.782 Juros e Variações sobre Financiamentos 199.400 300.487 1.081.629 1.648.928 1.569.442 Constituição de Provisão para Contingências 71.717 55.738 54.131 66.219 74.764 Reversão de Provisão para Contingências 0 0 -22.865 -68.658 -24.161 Pagamento Baseado em Ações 10.836 13.802 26.770 25.629 45.696 Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa - Cartões de Crédito -17.211 -18.051 2.200 -4.934 -6.783 Provisão para Perdas nos Estoques 0 0 7.716 45.245 18.310 Participação de Empregados e Diretores -73.651 -85.594 15.993 12.732 0 Outros 37.204 73.956 33.113 1.630 -11.241 Variações nos Ativos e Passivos 662.655 -260.031 -1.338.674 -3.424.639 -2.085.226 Contas a Receber de Clientes 181.169 -224.160 -174.298 17.053 174.542 Estoques -750.166 -510.868 -620.724 -308.267 105.669 Impostos a Recuperar -202.082 -212.435 -440.847 -616.101 -89.960 Despesas Antecipadas -27.574 -4.627 -60.653 -9.569 59.874 Depósitos Judiciais -33.249 -21.834 17.218 -6.679 -14.215 Demais Contas a Receber -2.088 -90.264 -174.697 -193.666 -431.419 Fornecedores 1.307.862 805.761 729.641 -756.039 -132.387 Salários e Encargos Trabalhistas 27.913 20.200 14.772 -24.562 19.850 Impostos, Taxas e Contribuições -45.538 -24.476 -37.607 -45.672 -68.645 IR e CS Correntes 0 -176.062 -137.554 -188.371 Pagamentos de Contingências -75.908 -97.628 -37.786 -15.741 -44.932 Liquidação de Juros sobre Empréstimos e Debêntures 0 0 -521.388 -1.318.110 -1.333.845 Demais Contas a Pagar 282.317 100.298 143.757 -9.730 -141.387 Caixa Líquido Atividades de Investimento -2.534.650 -1.759.583 -2.497.663 -355.097 -3.998.372 Títulos e Valores Mobiliários -903.757 54.234 -961.529 683.615 -2.678.585 Imobilizado -758.789 -860.712 -752.610 -490.981 -827.868 Intangível -872.103 -887.725 -881.746 -547.730 -491.919 Alienação de controladas indiretas 0 0 296.813 0 0 Aquisição de controladas indiretas 0 -65.380 -198.591 0 0 Caixa Líquido Atividades de Financiamento 1.105.185 1.494.535 2.139.742 749.238 6.605.434 Captação de Empréstimos 1.817.520 1.849.304 3.759.365 1.416.127 3.549.226 Pagamento de Principal -629.611 -2.378.784 -1.349.800 -798.607 -827.804 Captação de Debêntures -365.267 0 0 298.402 1.500.000 Pagamento de Principal 393.218 635.892 -16.382 -193.653 -311.621 Contas a Receber Plano de Ações 6.606 11.463 3.579 9.345 3.952 Ágio em Transações de Ações de Controlada -8.622 -36.042 -10.436 7.486 -2.696 Aumento de Capital 27.291 31.053 31.648 34.788 2.335.437 Aumento de Capital Controlada - Partic. Minoritários 16.885 1.601.956 18.832 148.384 473.947 Dividendos e Participações Pagos -146.350 -161.634 -141.906 -116.251 -115.007 Recompra de Ações de Própria Emissão -6.485 -58.673 -155.160 -56.783 0 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes 293.883 622.075 399.108 -798.436 3.044.109 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes 224.242 499.759 1.014.828 1.319.084 523.436 Saldo Final de Caixa e Equivalentes 518.125 1.121.834 1.413.936 520.648 3.567.545

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ANEXO G – Balanço Patrimonial – Via Varejo Balanço Patrimonial - Via Varejo Valor Valor Valor Valor Valor Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Descrição 2013 2014 2015 2016 2017 Ativo Total 16.444.792 18.365.277 17.366.238 17.433.654 19931000 Ativo Circulante 10.980.301 12.631.285 11.377.402 10.650.971 12443000 Caixa e Equivalentes de Caixa 4.288.989 5.242.508 5.949.387 4.008.537 3559000 Contas a Receber 2.738.355 2.755.617 2.041.770 2.767.183 3988000 Estoques 2.854.438 3.517.006 2.748.659 3.037.735 4379000 Tributos a Recuperar 707.500 572.810 315.595 577.906 219000 Despesas Antecipadas 57.431 44.788 35.185 0 0 Outros Ativos Circulantes 304.262 498.557 286.807 259.610 298000 Ativo Não Circulante 5.464.490 5.733.993 5.988.836 6.782.683 7488000 Ativo Realizável a Longo Prazo 2.243.471 2.701.400 3.207.124 3.958.803 4743000 Contas a Receber 166.183 123.755 104.487 181.031 201000 Tributos Diferidos 427.677 320.585 304.933 293.429 439000 Créditos com Partes Relacionadas 373.912 460.841 435.009 546.076 415000 Outros Ativos Não Circulantes 1.275.699 1.796.219 2.362.695 2.938.267 3688000 Tributos a Recuperar 327.478 370.087 441.406 2.304.660 2725000 Depósitos Judiciais 0 20.037 21.324 611.725 941000 Outros Ativos 948.221 1.406.095 1.899.965 21.883 22000 Investimentos 817.474 238.082 130.076 143.233 89000 Imobilizado 1.404.002 1.547.530 1.500.141 1.430.341 1423000 Intangível 999.542 1.246.981 1.151.494 1.250.305 1233000

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Passivo Total 16.444.792 18.365.277 17.366.238 17.433.654 19931000 Passivo Circulante 9.543.307 11.455.020 10.094.765 11.992.786 14278000 Obrigações Sociais e Trabalhistas 384.909 465.555 495.782 474.460 552000 Fornecedores 3.849.093 4.870.063 4.033.428 5.588.079 7726000 Obrigações Fiscais 645.181 592.847 521.371 596.804 265000 Empréstimos e Financiamentos 3.734.231 4.017.920 2.856.345 3.513.189 3802000 Outras Obrigações 929.892 1.508.635 2.187.839 1.820.254 1933000 Passivos com Partes Relacionadas 65.984 82.503 101.289 186.999 139000 Outros 863.908 1.426.132 2.086.550 1.633.255 1794000 Dividendos e JCP a Pagar 0 0 0 0 15000 Receitas Diferidas 95.311 190.937 282.543 334.211 368000 Outros Passivos 768.597 972.363 679.168 432.683 528000 Dividendos a Pagar 0 262.833 0 0 0 Fornecedores Convênio 0 0 1.124.839 486.396 437000 Repasse de Terceiros 0 0 0 379.966 446000 Passivo Não Circulante 2.074.844 1.850.435 2.744.394 2.647.823 2694000 Empréstimos e Financiamentos 1.108.294 350.051 618.395 404.832 397000 Outras Obrigações 507.103 826.214 1.266.644 1.327.890 1053000 Passivos com Partes Relacionadas 0 0 0 995 0 Outros 507.103 826.214 1.266.644 1.326.895 1053000 Receitas Diferidas 458.225 826.214 1.266.644 1.318.938 1006000 Impostos parcelados 48.877 0 0 0 0 Obrigações Fiscais 0 0 0 7.957 43000 Outros Passivos 0 0 0 0 4000 Tributos Diferidos 3.666 3.536 28.787 13.925 5000 Provisões 455.781 670.636 830.568 901.175 1239000 Provisões Fiscais Previdenciárias Trabalhistas e455.781 Cíveis 670.636 590.674 901.175 1239000 Outras Provisões 0 0 239.895 0 0 Provisão para Perda de Investimento 0 0 239.895 0 0 Patrimônio Líquido Consolidado 4.826.640 5.059.821 4.527.078 2.793.045 2959000 Capital Social Realizado 3.537.500 3.412.109 3.086.644 2.879.582 2896000 Reservas de Capital 331.144 586.953 540.563 -881.281 -881000 Reservas de Lucros 18.329 1.056.045 953.181 794.745 944000 Ajustes Acumulados de Conversão 0 4.714 -53.310

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ANEXO H – Demonstração do Resultado do Exercício – Via Varejo Demonstração do Resultado do Exercício - Via Varejo Valor Valor Valor Valor Valor Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado Atualizado DESCRIÇÃO 2013 2014 2015 2016 2017 Receita de Venda de Bens e/ou Serviços 26.584.402 26.724.059 20.543.509 19.713.447 25690000 Custo dos Bens e/ou Serviços Vendidos -18.397.443 -18.055.300 -13.961.867 -13.043.162 -17510000 Resultado Bruto 8.186.960 8.668.760 6.581.642 6.670.285 8180000 Despesas/Receitas Operacionais -5.452.271 -6.283.230 -5.827.840 -5.961.082 -7138000 Despesas com Vendas -5.399.728 -5.370.977 -4.733.920 -4.788.361 -5848000 Despesas Gerais e Administrativas -656.179 -625.848 -535.232 -626.645 -855000 Outras Receitas Operacionais 1.044.754 0 0 0 0 Outras Despesas Operacionais -459.447 -210.973 -361.441 -360.072 -461000 Depreciações e Amortizações -158.851 -163.828 -184.452 -176.057 -243000 Provisão p/ Crédito de Liquidação Duvidosa -300.596 0 0 0 0 Outras Receitas (Despesas) Operacionais 0 -47.145 -176.989 -184.015 -218000 Resultado de Equivalência Patrimonial 18.329 -75.432 -197.247 -186.004 26000 Resultado Antes do Resultado Financeiro e dos Tributos 2.734.689 2.385.530 753.802 709.203 1042000 Resultado Financeiro -673.286 -800.284 -668.506 -771.867 -765000 Receitas Financeiras 322.591 0 0 0 0 Despesas Financeiras -995.876 0 0 0 0 Resultado Antes dos Tributos sobre o Lucro 2.061.403 1.585.246 85.296 -62.664 277000 Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro -625.630 -558.666 -70.369 -31.830 -82000 Resultado Líquido das Operações Continuadas 1.435.773 1.026.579 14.927 -94.494 195000 Resultado Líquido de Operações Descontinuadas -36.658 0 0 0 0 Lucro/Prejuízo Consolidado do Período 1.399.115 1.026.579 14.927 -94.494 195000

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ANEXO I – Demonstração do Fluxo de Caixa- Via Varejo

Demonstração do Fluxo de Caixa - Via varejo Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado Valor Atualizado 01/01/2013 a 01/01/2014 a 01/01/2015 a 01/01/2016 a 01/01/2017 a Descrição 31/12/2013 31/12/2014 31/12/2015 31/12/2016 31/12/2017 Caixa Líquido Atividades Operacionais 2.734.689 2.657.791 2.756.123 -267.567 70.000 Caixa Gerado nas Operações 2.140.829 2.661.327 1.531.061 1.752.616 1.788.000 Lucro (Prejuízo) Líquido do Período 1.435.773 1.026.579 14.927 -94.494 195.000 Prejuízo Líquido do Período de Operações Descontinuadas -36.658 0 0 0 0 Depreciações e Amortizações 202.841 210.973 246.292 221.812 319.000 Equivalência Patrimonial -18.329 75.432 197.247 186.004 -26.000 Imposto de Renda e Contribuição Social Diferidos 395.907 220.402 -12.794 -22.878 -243.000 Juros e Variações Monetárias 414.236 491.485 350.779 452.577 362.000 Provisão para Demandas Judiciais Líquidas 87.979 76.610 152.466 508.278 642.000 Remuneração Baseada em Ações 1.222 1.179 9.596 8.952 11.000 Perda Estimada com Créditos de Liquidação Duvidosa 571.865 549.238 588.541 569.948 717.000 Perda (Ganho) com Alienação de Imobilizado e Intangível 25.661 -5.893 19.192 24.867 1.000 Perda Estimada do Valor Recuperável Líquido dos Estoques -9.775 80.146 66.104 101.457 86.000 Ganho (Perda) com Subsidiárias -86.757 -23.572 0 0 0 Ganho (Perda) Avaliação a VAlor Justo de Investimento -856.576 0 0 0 0 Receita Diferida Reconhecida no Resultado 0 -53.038 -105.554 -209.876 -271.000 Outros 13.441 11.786 4.265 5.968 -5.000 Variações nos Ativos e Passivos 593.860 -3.536 1.225.062 -2.020.183 -1.718.000 Contas a Receber -669.620 -774.354 -123.679 -1.318.938 -1.937.000 Estoques -139.301 -843.893 366.772 33.819 -1.411.000 Tributos a Recuperar -175.959 -404.267 -206.842 -462.523 -462.000 Partes Relacionadas 268.826 54.217 160.996 -267.567 115.000 Despesas Antecipadas -25.661 0 0 0 0 Depósitos Judiciais -97.755 -43.609 -81.031 -191.972 -288.000 Títulos e Valores Mobiliários 0 28.287 0 0 0 Dividendos Recebidos de Subsidiárias 1.222 8.250 38.383 7.957 89.000 Outros Ativos 45.212 48.323 -10.662 44.760 -37.000 Fornecedores 1.261.036 1.157.406 752.736 103.446 2.056.000 Obrigações Fiscais, Socias e Trabalhistas 376.356 353.586 140.738 99.467 436.000 Imposto de Renda e Contribuição Social Pagos -195.509 -271.083 -81.031 0 -1.000 Demandas Judiciais -42.768 -90.754 -258.020 -311.333 -414.000 Receita Diferida 0 536.273 734.611 357.088 -25.000 Outros Passivos 17.107 238.082 -207.909 -114.388 161.000 Caixa Líquido Atividades de Investimento -706.278 -727.209 -362.507 -139.254 -333.000 Aquisição de Bens do Ativo Imobilizado e Intangível -459.447 -678.886 -375.302 -150.196 -356.000 Alienação de Bens do Ativo Imobilizado e Intangível 67.206 42.430 12.794 14.920 23.000 Caixa Líquido na Reorganização Societária 0 0 0 42.771 0 Caixa líquido de Perda de Controle -54.987 22.394 0 0 0 Pagamento Relativo à Reorganização Societária 0 0 0 -46.750 0 Caixa Líquido Atividades de Financiamento -894.456 -823.856 -1.186.679 -1.134.923 -208.000 Captações 6.484.805 5.921.393 4.922.638 4.341.753 5.433.000 Pagamentos de Principal -6.373.609 -6.300.909 -5.435.479 -4.560.581 -5.171.000 Pagamentos de Juros -381.243 -444.340 -436.075 -374.992 -440.000 Pagamento de dividendos e JCP -482.664 0 -237.762 -2.984 -31.000 Pagamento de Arrendamento Mercantil -34.214 0 0 0 0 Caixa de subsidiária incorporada -259.050 -113.148 0 0 0 Custo com emissões de ações -107.530 0 0 0 0 Aumento de Capital 0 0 0 0 1.000 Pagamento da Divida Cnova N.V. 0 0 0 -538.119 0 Aumento (Redução) de Caixa e Equivalentes 1.133.955 1.106.725 1.206.936 -1.541.745 -471.000 Saldo Inicial de Caixa e Equivalentes 3.153.812 4.135.782 4.742.450 5.550.282 4.030.000 Saldo Final de Caixa e Equivalentes 4.287.767 5.242.508 5.949.387 4.008.537 3.559.000