(Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) Da Costa Rica E Do Equador
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Volume 49(10):109‑113, 2009 www.mz.usp.br/publicacoes www.revistasusp.sibi.usp.br www.scielo.br/paz Novas espécies de Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) da Costa Rica e do Equador Ubirajara R. Martins1,3 Maria Helena M. Galileo2,3 ABSTracT New species of Desmiphorini (Coleoptera, Cerambycidae, Lamiinae) from Costa Rica and Ecuador. New species are described: Eupogonius lateralis sp. nov., Estola nigrodorsalis sp. nov. and Pseudestoloides rubiginosa sp. nov. from Heredia (Costa Rica); Pseudestoloides affinis sp. nov. from Guanacaste and Puntarenas (Costa Rica); Mimopogonius hovorei sp. nov. from Azuay (Ecuador). Keywords: Eupogonius; Estola; Pseudestoloides; Mimopogonius; Neotropical. INTRODUÇÃO Heredia, Costa Rica e MZSP, Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. Os gêneros Estola Fairmaire & Germain, 1859 e Eupogonius LeConte, 1852, reúnem muitas espé- cies 91 e 43 respectivamente (Monné, 2005). Mar- RESULTADOS tins & Galileo (2007) adicionaram mais uma espécie ao gênero Estola. Com base no material procedente Eupogonius lateralis sp. nov. da Costa Rica, acrescentam-se mais uma espécie em (Fig. 1) cada um desses gêneros. O gênero Pseudoestoloides foi proposto por Breuning & Heyrovsky (1961) para Etimologia: Latim, lateralis = lateral; alusivo a faixa la- P. costaricensis da Costa Rica e Breuning (1974) acres- teral castanho-escura dos élitros. centou. P hiekei do México. Propomos mais duas es- pécies para o gênero com base no material coligido Macho: Tegumento castanho-avermelhado exceto as na Costa Rica. Em Mimopogonius Breuning, 1974, pernas mais avermelhadas. Fronte com pubescência gênero monotípico, com distribuição “Brasil meri- amarelada e rala; pontuação profunda e densa. Lobos dional”, descreve-se uma segunda espécie procedente oculares superiores tão distantes entre si quanto o do- do Equador. bro da largura de um lobo. Vértice densamente pontu- O material estudado pertence ao INBIO, Ins- ado, com pubescência amarelo-dourada. Antenas cas- tituto Nacional de Biodiversidad, Santo Domingo, tanho-escuras. Antenômero III tão longo quanto o IV. 1. Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, Caixa Postal 42.494, 04218-970, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2. Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Caixa Postal 1.188, 90001-970, Porto Alegre, RS, Brasil. E-mail: [email protected] 3. Pesquisador do CNPq. 110 Martins, U.R. & Galileo, M.H.M.: Desmiphorini da Costa Rica e do Equador Protórax com tegumento castanho-avermelha- Élitros com tegumento avermelhado menos do e espinho diminuto aos lados. Partes laterais do numa faixa larga de tegumento preto, dorsal, que protórax densamente pontuadas e com pubescên- envolve a sutura da base até o meio e não atinge os cia praticamente ausente. Pronoto com pubescência úmeros. Superfície elitral, menos a faixa preta, cober- amarelada, menos em faixa centro-longitudinal; den- ta por pubescência amarelada entremeada por pêlos samente pontuado. Lados do metasterno grosseira e castanhos e longos. Pontuação no dorso da metade densamente pontuados. anterior dos élitros densa e profunda. Extremidades Élitros com tegumento castanho-escuro; região elitrais arredondadas. sutural largamente coberta por pubescência amarelo- Pernas com tegumento avermelhado e pubes- dourada; regiões laterais do úmero até quase o ápice cência amarelada. com faixa castanho-escura. Pontuação no dorso da me- tade basal dos élitros com pontos grandes e próximos. Dimensões em mm, holótipo macho/ parátipo macho: Profêmures fusiformes e meso- e metafêmures Comprimento total, 4,7/4,6; comprimento do protó- pedunculados e clavados. Mesotíbias sem sulco. Uros- rax, 1,0/1,0; maior largura do protórax, 1,1/1,2; com- ternitos I-IV com franja de pêlos amarelo-dourados primento do élitro, 3,4/3,3; largura umeral, 1,6/1,6. na borda apical. Material-tipo: Holótipo macho, Costa Rica, Here- Dimensões em mm, holótipo macho: Comprimento to- dia: Estación Biológica La Selva (10°26’N, 84°01’W, tal, 3,9; comprimento do protórax, 0,8; maior largura 50-150 m), 5.I.2000, INBio-OET, Eugenia sp., do protórax, 0,9; comprimento do élitro, 2,7; largura FOT/46/26, INBio CRI 002 726025 (INBIO). Pará- umeral, 1,1. tipo macho, mesmos dados do holótipo, FOT/46/20, INBio CRI 002 726004 (retido para o MZSP). Material-tipo: Holótipo macho, Costa Rica, Here- dia: Estación Biológica La Selva (10°26’N, 84°01’W, Discussão: Estola nigrodorsalis sp. nov. assemelha-se a 50-150 m), 11.V.2000, INBio-OET, Goethalsia meian- Estola vittulata Bates, 1874 da qual difere pelos an- tha, FOT/49/32, INBio CR 1002 731628 (INBIO). tenômeros III-V unicolores; pelo pronoto com co- lorido amarelado uniforme e pelos élitros com uma Discussão: Eupogonius lateralis sp. nov. caracteriza-se faixa larga de tegumento preto, dorsal, que envolve pelo padrão de colorido dos élitros e pelo pronoto com a sutura, da base até o meio e não atinge os úmeros. lados cobertos por pubescência amarelo-dourada. Em E. vittulata os antenômeros III-V têm a base ane- lada de claro; o pronoto apresenta faixas longitudinais amareladas e pretas e cada élitro têm pelo menos três Estola nigrodorsalis sp. nov. faixas escuras que vão da base ao sexto apical. (Fig. 2) Etimologia: Latim, niger = preto brilhante; dorsalis = Mimopogonius hovorei sp. nov. dorsal; alusivo à faixa junto a sutura dos élitros. (Fig. 3) Cabeça com tegumento avermelhado coberta Etimologia: Homenagem póstuma a Frank T. Hovore, por pubescência amarelada mais adensada numa faixa coletor do holótipo. longitudinal situada pouco atrás dos lobos oculares superiores. Fronte densamente pontuada. Lobos ocu- Cabeça com tegumento preto na fronte e aver- lares inferiores (0,5 mm) mais longos que o compri- melhado nos lados, revestida por pilosidade esbran- mento das genas (0,2 mm). Antenas avermelhadas; quiçada, entremeada por longas cerdas pretas. Fronte base dos antenômeros VI, VII e IX com anel amarela- convexa, mais larga que longa. Tubérculos anteníferos do; VIII amarelado exceto na extremidade; X amarela- muito afastados entre si, não projetados; região entre do na metade basal e XI inteiramente amarelado. os tubérculos subplana. Olhos grosseiramente faceta- Protórax com curto espinho lateral. Pronoto re- dos. Lobos oculares inferiores tão longos quanto as vestido por pubescência amarelada, mais esparsa em genas. Antenas com tegumento avermelhado, com 11 alguns lugares; pontuação profunda e densa. Partes artículos; atingem a extremidade dos élitros na extre- laterais do protórax com pubescência e pontuação se- midade do antenômero VIII. Escapo cilíndrico, sem melhantes àquelas do pronoto. Metepisternos e lados cicatriz apical, ultrapassa ligeiramente o meio do pro- do metasterno pontuados. noto. Antenômero III subigual ao comprimento do Papéis Avulsos de Zoologia, 49(10), 2009 111 FiguraS 1‑5: 1, Eupogonius lateralis sp. nov., holótipo macho, comprimento 3,9 mm; 2, Estola nigrodorsalis sp. nov., holótipo macho, comprimento 4,7 mm; 3, Mimopogonius hovorei sp. nov. holótipo macho, comprimento 6,2 mm; 4, Pseudestoloides affinis sp. nov., holótipo macho, comprimento 19,2 mm; 5, Pseudestoloides rubiginosa sp. nov., holótipo macho, comprimento 17,7 mm. 112 Martins, U.R. & Galileo, M.H.M.: Desmiphorini da Costa Rica e do Equador escapo e mais curto que o IV. Flagelômeros com pêlos Tegumento castanho-avermelhado. Fronte longos esparsos no lado interno. transversal, coberta por pubescência amarelada e com Protórax com tubérculo desenvolvido a cada pontos finos e moderadamente densos no meio. Lo- lado; tegumento avermelhado gradualmente ene- bos oculares inferiores (0,8 mm) mais longos que as grecido para o centro do pronoto e coberto por pu- genas (0,5 mm). Lobos oculares superiores tão distan- bescência branco-amarelada. Pronoto convexo com tes entre si quanto o dobro da largura de um lobo; área transversal deprimida anterior e posteriormente; região entre os lobos com pontos esparsos. Lados da centro do disco convexo, sem gibosidades. Esternos cabeça atrás dos olhos com pubescência amarelada, torácicos com pubescência esbranquiçada exceto no densa. Antenas atingem os ápices dos élitros no meio meio do metasterno, glabro. Processo prosternal regu- do antenômero VII. Escapo com projeção notável larmente convexo. Processo mesosternal truncado an- no lado interno do ápice. Antenômeros III e IV com teriormente. Cavidade coxal intermediária fechada. comprimentos subiguais. Élitros com longos pêlos eretos; lados levemente Protórax com grande espinho no meio a cada convergentes para trás, extremidades cortadas em cur- lado. Pronoto coberto por pubescência amarelada va com espinho externo; pubescência esbranquiçada subuniforme. Tubérculos pronotais bem aparentes, com áreas cobertas por pubescência mais amarelada pouco elevados. Processo mesosternal com pequeno sobre o fundo preto; uma faixa no terço apical, oblí- tubérculo longitudinal. qua da margem para a sutura; uma mancha anteapi- Élitros com pontos pretos e brilhantes irregular- cal, externa. Espinho apical preto. mente distribuídos, por vezes fundidos; revestidos por Fêmures robustos, clavados, acastanhados com pubescência amarelada. Extremidades elitrais trunca- pedúnculo avermelhado. Mesotíbias com sulco pouco das com espinho externo. manifesto, depois do meio. Face ventral revestida por pubescência amarelo- Urosternitos cobertos por pubescência esbranquiça- dourada. Fêmures longamente fusiformes. Mesotíbias da menos em raras manchas circulares de pubescência acas- com sulco no terço apical. tanhada. Urosternito