PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais Curso de Administração

Matheus Freitas Amaral

AS MELHORES GESTÕES DOS MAIORES CLUBES BRASILEIROS DE FUTEBOL: Uma pesquisa comparativa sobre as gestões mais marcantes para os torcedores

Belo Horizonte 2021 Matheus Freitas Amaral

AS MELHORES GESTÕES DOS MAIORES CLUBES BRASILEIROS DE FUTEBOL: Uma pesquisa comparativa sobre as gestões mais marcantes para os torcedores

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Administração.

Orientador: Hélvio de Avelar Teixeira

Área: Marketing Esportivo

Belo Horizonte 2021

Dedicatória A todos os apaixonados por futebol, Por manter vivo todo sentimento que o esporte promove

AGRADECIMENTOS

À minha família e minha namorada que sempre estiveram ao meu lado dando todo apoio moral nos bons e maus momentos para que este trabalho fosse concluído. Sem eles, nada disso seria possível. A meus amigos que me ajudaram com a escolha do tema e me ensinaram um pouco sobre a história dos times que eles torcem. À empresa Offerwise que colaborou de forma ímpar com o projeto através do modelo e divulgação do questionário para seus painelistas, consolidando uma grande base de respostas. Ao jornalista Rodrigo Capelo que, ao divulgar o questionário, me ajudou a ter uma base ainda maior de respostas. A meus colegas da faculdade que se mantiveram unidos nas felicidades e adversidades no percurso do curso. A todos que disponibilizaram uma parte do seu tempo para responder o questionário.

RESUMO

O futebol é um esporte que tomou conta do coração de milhões de brasileiros. Os fãs esperavam toda quarta e domingo para poder torcer pelo jogo do seu time do coração sem ter a real dimensão do que acontecia dentro dos clubes. Porém, com o passar dos anos, o acompanhamento dos torcedores transcendeu as quatro linhas do campo e se tornou algo rotineiro, especialmente com o acesso a informações em tempo real pela internet e com o aparecimento das redes sociais, que permitem os clubes transmitirem seu dia a dia para os torcedores e patrocinadores. Consequentemente, a gestão futebolística acabou ganhando cada vez mais atenção e os torcedores passaram a questionar as ações internas dos times mostrando que a forma com que os brasileiros enxergam a rotina administrativa de seus clubes tornou-se mais ampla. A presente pesquisa busca então entender qual foi a melhor gestão de doze grandes clubes brasileiros segundo seus próprios torcedores e concluir, devido o maior policiamento destes na rotina do clube, se priorizou mais a gestão que possui equilíbrio financeiro e valorização da marca do clube ou se permanece a visão de que a melhor gestão foi aquela mais vitoriosa.

Palavras-chaves: Gestão; futebol; torcedores; melhor; pesquisa

ABSTRACT

Soccer is a sport that has captured the hearts of millions of Brazilians. The fans used to wait every Wednesday and Sunday to be able to cheer for their team of the heart without having the real dimension of what happened inside the clubs. However, over the years, the support of fans has transcended the four lines of the field and has become something routine, especially with access to real-time information over the internet and the appearance of social networks, which allow clubs to broadcast their daily routine for fans and sponsors. Consequently, football management ended up gaining more and more attention and fans started to question the teams’ internal actions showing that the wat Brazilians see their clubs’ administrative routine has become broader. The present research then seeks to understand what the best management of twelve major Brazilian clubs was according to their own fans and conclude, due to the greater policing of them in the club’s routine, if they have been prioritizing more the management that has financial balance and increase the appreciation of the club’s brand or if the view remains that the best management was the most successful.

Keywords: Management; soccer; fans; better; research

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Atlético Mineiro ...... 21 Tabela 2 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Botafogo ...... 23 Tabela 3 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Corinthians ...... 25 Tabela 4 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Cruzeiro ...... 27 Tabela 5 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Flamengo ...... 29 Tabela 6 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Fluminense ...... 31 Tabela 7 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Grêmio...... 33 Tabela 8 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Internacional ...... 35 Tabela 9 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Palmeiras ...... 37 Tabela 10 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Santos ...... 39 Tabela 11 - Frequência simples das respostas dos torcedores do São Paulo ...... 41 Tabela 12 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Vasco ...... 43

LISTA DE ABREVIATURAS

C – Clube

CR – Clube de Regatas

EC – Esporte Clube

FBPA – Foot-Ball Porto Alegrense

FC – Futebol Clube ou Football Club

FR – Futebol e Regatas

SC – Sport Club

SE – Sociedade Esportiva

LISTA DE SIGLAS

ESPN – Entertainment and Sports Programming Network (Rede de Programação de Entretenimento e Esportes)

FIFA – Fédération Internationale de Football Association (Federação Internacional de Futebol)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...... 09 1.2 Problemática...... 09 1.3 Justificativa...... 10 1.4 Objetivos...... 11 1.5 Organização do Estudo...... 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO...... 12 2.1 Torcedor como cliente...... 12 2.1.1 A importância do torcedor para a gestão esportiva...... 13 2.2 A importância da boa gestão para o sucesso desportivo...... 14 2.2.1 Gestão Esportiva como método de pesquisa...... 15 2.3 Análise dos dados sobre quais as gestões mais marcantes para os torcedores..... 16 2.3.1 Análise do fortalecimento da ligação entre clube e torcida no mercado futebolístico...... 17

3 METODOLOGIA...... 18

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS...... 20 4.1 Análise de frequência simples...... 20 4.1.1 Atlético Mineiro...... 20 4.1.2 Botafogo...... 22 4.1.3 Corinthians...... 23 4.1.4 Cruzeiro...... 26 4.1.5 Flamengo...... 28 4.1.6 Fluminense...... 30 4.1.7 Grêmio...... 31 4.1.8 Internacional...... 34 4.1.9 Palmeiras...... 35 4.1.10 Santos...... 38 4.1.11 São Paulo...... 40 4.1.12 Vasco...... 42 4.2 Análise comparativa...... 44

5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES...... 46

REFERÊNCIAS...... 48

APÊNDICE...... 52

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1 INTRODUÇÃO

A gestão dentro do futebol se tornou um assunto muito comentado nas redes sociais e nos programas esportivos diários. Com o acesso mais fácil dos torcedores à rotina do clube através da internet, a preocupação sobre como anda as finanças e administração dos clubes brasileiros tomou conta do cenário nacional, principalmente com exemplos de boas gestões levando a estabilidade e má gestões culminando em crises financeiras sem fim e punições na maior entidade futebolística no mundo, a FIFA. Mesmo as gestões vitoriosas, sendo irresponsáveis financeiramente, acabaram por levar um clube para uma situação delicada e problemas administrativos graves, levantando o questionamento se realmente o ideal foi levar o clube a vitórias por meios errôneos se o final é melancólico. Através desta preocupação, este trabalho buscou verificar quais são os fatores principais que os torcedores analisam para definir uma boa gestão dentro do seu clube. Com isso, foi possível definir se a opinião atual dos torcedores é diferente do antigo pensamento que “Gestão boa é aquela que ganha”. Analisou-se que este pensamento não se alterou na maioria dos torcedores da grande parte dos clubes, porém os fãs de parte dos times que atualmente são considerados os de melhor gestão no país tiveram uma opinião contrária a esta maioria. Com isso, este trabalho pode colaborar com a modernização do marketing esportivo no Brasil e idealização do modelo de gestão ideal para os clubes na visão da torcida. A transparência e a regularidade numa gestão colaboram para atrair parceiros e elevar as finanças de um clube para que, passo a passo, chegue ao sucesso esperado. Neste mesmo caminho, considerar o torcedor seu cliente e mostrando como é o funcionamento do clube pode atrair cada vez mais sócios que colaboraram mensalmente para que o clube siga crescendo.

1.2 Problemática

O futebol é uma paixão mundial que, além de mover as pessoas sentimentalmente, move uma economia inteira com valores astronômicos. Portanto, saber lidar e balancear o sentimento do torcedor, o rendimento em campo e a estrutura de um clube é essencial para o sucesso (ou insucesso) de um gestor no futebol. Após o crescimento do uso das redes sociais, as empresas precisaram se reinventar e ingressar neste meio, criando assim uma Brand persona que os mantém próximos de seus 10

usuários. Com o futebol, isto não foi diferente. Os clubes, para manter-se perto de seus torcedores e assim atrair mais sócios, criaram seus perfis oficiais em redes sociais e começaram a mostrar um pouco mais do dia a dia do clube, como contratações, notas oficiais e imagens dos treinos. Antes deste ingresso do futebol nas redes sociais, todas as informações esportivas eram passadas por programas na televisão, rádios ou jornais, sempre em horários específicos. Com as redes sociais, os torcedores podem saber de forma mais ampla e rápida o que acontece em seus clubes. Este avanço na proximidade entre torcedores e times modificou o relacionamento de ambos, passando a ser uma visão diária e se tornando uma preocupação dos torcedores para com os rumos de um clube. Com a proximidade de torcedores junto a seus clubes, a grande maioria das pessoas passaram a se preocupar mais com como é a gestão do seu clube, se este mantém suas obrigações em dia, não só apenas se disputa títulos, especialmente em vista que agora os campeonatos possuem regulamentos mais fixos, impedindo as “viradas de mesa” caso um clube de grande expressão nacional acabasse rebaixado, como ocorria nos anos 80 a 90. Tendo em vista o contexto descrito, foi proposto neste trabalho responder ao seguinte questionamento: A opinião da torcida sobre uma boa gestão, que antes era baseada apenas em ganhar títulos, se alterou? Atualmente, as pessoas valorizam mais o gestor que ganha títulos, o gestor que monta times competitivos, o gestor que se aproxima de seus torcedores ou o gestor que mantém as contas do clube em dia? E como esta opinião se altera entre as diferentes torcidas?

1.3 Justificativa

A justificativa deste trabalho está em compreender melhor a importância da transparência na gestão das empresas, especialmente as do setor de esporte e lazer como os clubes de futebol. Segundo Compastur (2018), “toda relação é baseada em confiança mútua” e “a transparência é a base da confiança”, refletindo-se nas empresas pois, internamente, causa um desconforto e desconfiança entre os funcionários e sócios se um gestor não é aberto sobre suas pretensões e métodos. Quando é adotada uma gestão transparente, toda a equipe sabe os resultados que precisa chegar e o clima se torna mais colaborativo, não importando quem obteve os melhores desempenhos e sim se todos se juntaram para garantir que a meta fosse atingida. No futebol, se os funcionários (seja jogadores, comissão técnica ou outras pessoas essenciais para o funcionamento do clube como um todo) sabem qual a ambição do gestor e

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como ele está trabalhando para chegar no resultado, todos conseguem enxergar o caminho a ser trilhado e isso dá mais confiança para que o trabalho seja bem-feito, com todos sabendo que o administrador está dando o seu melhor assim como eles. Isso se reflete também na torcida, que apoia emocionalmente e financeiramente para que o clube chegue nos resultados previstos pelo gestor. No âmbito do curso de Administração, é importante para se ter esta noção e essa visão do trabalho do gestor esportivo e saber a importância da opinião do torcedor para que se possa entender como a atual proximidade das pessoas no dia a dia do clube e a possibilidade de externar sua opinião com mais facilidade pode influenciar nas visões e ambições de um clube e como a gestão é analisada pelas diferentes torcidas, mostrando que não há um modelo que agradará a todos, portanto é essencial manter sempre o planejamento estratégico para que os resultados possam ser mais garantidos e mantidos a longo prazo.

1.4 Objetivos

O objetivo geral deste trabalho foi verificar quais as gestões mais marcantes para os torcedores dos maiores clubes do país e qual tipo é a favorita e mais relembrada por diferentes torcidas. Os objetivos específicos do trabalho foram:  analisar estilos diferentes de gestões esportivas e seus resultados;  apontar se a visão do torcedor sobre um bom gestor se alterou;  fazer uma checagem com os dados obtidos para concluir como a visão do torcedor influencia no método de gestão dos clubes.

1.5 Organização do estudo

Este trabalho é composto por cinco capítulos. No primeiro capítulo, é apresentada a problemática, a justificativa e os objetivos do trabalho. No segundo capítulo, é apresentado o referencial teórico que comprova a razão do desenvolvimento deste trabalho, através da exposição da importância e influência do torcedor para a gestão esportiva. A metodologia utilizada para realização da pesquisa é demonstrada no terceiro capítulo. No quarto capítulo, encontra-se a apresentação e análise comparativa dos dados coletados. No quinto e último capítulo, é apresentada a conclusão do trabalho e as recomendações para um futuro estudo.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

Este trabalho teve como missão analisar quais gestões são as mais marcantes para as torcidas dos maiores clubes brasileiros. Portanto o referencial teórico foi estruturado em três seções para complementar o trabalho e apontar seus resultados.

2.1 Torcedor como cliente

A primeira seção aponta qual a importância dos torcedores para a gestão esportiva. O objetivo é apontar quais ações devem ser tomadas como modelo para que um clube de futebol tenha capacidade de engajar sua torcida e qual a importância dos clientes-torcedores para uma gestão profissional. O autor Aidar (2000) aponta o torcedor um cliente, o princípio de tudo, pois “foi a partir desse patrimônio que todos os outros clientes (TV, patrocinadores etc.) surgiram”. Ainda segundo Aidar (2000, p. 54), no futebol apresentam-se três tipos de relacionamentos básicos com o cliente no que envolvem ofertas de produtos ligados ao futebol:

“O relacionamento tipo 1 é o principal relacionamento, sem levar em conta a quantidade de recursos diretos obtidos através dele atualmente. O relacionamento tipo 2 representa os vários tipos de relacionamentos comerciais com os consumidores indiretos (Produtores e vendedores de espetáculos esportivos e bens associados; Produtores e vendedores de bens (material esportivo e produtos não esportivos) – interessados no Marketing Esportivo). E o relacionamento tipo 3 representa os vários tipos de relacionamentos (diretos - pay-per-view, por exemplo - ou indiretos) existentes entre os consumidores indiretos e o torcedor. A este tipo de relacionamento está vinculada uma cadeia secundária de produção de serviços e produtos que incluem os campeonatos, clubes e jogadores como recursos, a mídia como instrumento de divulgação, a propaganda como negócio, o comércio de mercadorias esportivas, a construção da logomarca de um produto, tendo como cliente final de toda essa estrutura o torcedor.”

Amorim (2001) apresenta uma crítica a teoria de Aidar (2000) sobre futebol ser um produto de lazer, pois devido a desigualdade na distribuição de rendas, as classes mais baixas (que são grandes consumidoras do esporte) não possuem uma grande parcela de renda para esse consumo. Segundo Amorim (2001, p. 31):

“Os gastos com lazer e cultura (onde está incluso o gasto com futebol) são parte muito pequena dos gastos das famílias, indiferente das receitas, sendo suplantado até pelo gasto com fumo nas classes mais baixas. Entretanto, não se pode negar que conforme vai aumentando a renda da família a porcentagem do gasto com recreação e lazer também cresce.”

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O autor Araújo (2018) ressalta a importância da profissionalização da gestão dos clubes para trazer benefícios socioeconômicos para o país. Segundo ele, os clubes brasileiros possuem uma gestão financeira frágil, “contribuindo também para pequena participação do Brasil na indústria do futebol internacional e a perda do rendimento esportivo dessas instituições se comparado com clubes europeus”.

2.1.1 A importância do torcedor para a gestão esportiva

O sucesso esportivo é um dos elementos mais importantes para a satisfação dos torcedores. Leoncini et al (2004, p. 18) complementam:

“Os fatores associados ao resultado do evento (principalmente as vitórias do time) sempre foram os principais fatores relacionados à satisfação e ao aumento (a longo prazo) dos chamados torcedores fiéis, a transformação ou a transição no perfil dos espectadores esportivos dentro dos estádios tem aumentado a importância dos fatores associados às condições do estádio.”

Leocini et al (2004) também apontam que os clubes precisam administrar o fundamental trade-off do desempenho financeiro em confronto com o desempenho esportivo. O autor Pinto (2008) cita um exemplo em que o CR Flamengo e a empresa Olympikus fecharam um acordo secreto que atiçou a curiosidade e expectativa dos torcedores, “que exemplifica um caso do CR Flamengo com a empresa Olympikus que gerou retorno financeiro para ambos e muito engajamento com a torcida, “gerando uma mobilização enorme na torcida, pois torcedores projetavam novos uniformes, surgiram na internet modelos ditos oficiais”. Isso demonstrou a importância da torcida para a gestão de um clube, apesar do caso citado não ter acabado da forma ideal (devido a fatores externos e terceiros), como Pinto (2008) aponta “como a quebra de contrato foi feita de forma unilateral pelo Flamengo, a Nike entrou na justiça, ganhando a ação e o Clube teve de voltar a usar os seus uniformes, frustrando os torcedores e acabando com a campanha da Olympikus”. Escobar (2010) reforça a ideia deste trabalho relacionar apenas alguns dos maiores clubes do Brasil apresentando que “dez times representam 63% da preferência nacional”. Escobar (2010, p. 8) ainda complementa:

“Nesse contexto, a diferenciação dos produtos é um importante instrumento de concorrência e o marketing esportivo, se for utilizado da maneira correta, estabelece uma aproximação entre o consumidor e a marca, diminuindo os riscos e aumentando o retorno para o investidor. No futebol brasileiro, a maioria da administração dos clubes é feita por dirigentes amadores,

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enquanto o futebol internacional possui uma administração profissional, cuja principal característica é a capacidade de diversificação de receitas.”

Neto (2011) que aponta como a gestão do marketing nos clubes nacionais ainda necessita de melhoras já que não satisfaz completamente o desejo de seus torcedores. Ele ainda argumenta como isso prejudica a gestão financeira do clube, porque “os clubes brasileiros não conseguem utilizar a difusão social e o potencial do mercado consumidor dos torcedores a seu favor”. Neto (2011, não paginado) ainda exemplifica os fatores essenciais à estratégia do marketing esportivo:

“Perfil socioeconômico e hábitos de consumo dos torcedores; necessidades, desejos e expectativas dos torcedores; percepção dos torcedores quanto à imagem e valores dos clubes; e aspectos que influenciam a disposição dos torcedores em contribuir financeiramente com os clubes.”

Ferreira (2016) que destaca o fato da escolha de um clube para torcer geralmente ocorre na infância e a fidelidade do torcedor “faz com que ele cometa certas “loucuras”, carregas de euforia e êxtase”, complementando a forma como os gestores esportivos aproveitam a fidelidade da torcida: “Os clubes identificam essa paixão e se incumbem de transformar tal sentimento em uma maneira de gerar receitas, pela compra de produtos ou serviços, com a finalidade de tangibilizar a paixão do torcedor em consumo cada vez maior”. De forma mais incisiva, os clubes apontam frases de efeito de torcedores garantindo uma paixão efusiva e eterna, com o objetivo de, segundo Ferreira (2016, p. 13):

“Gradativamente, o objetivo é incutir nos entusiastas do time que o verdadeiro torcedor, apaixonado pelo seu time, é fidelizado ao plano de sócio torcedor, paga sua mensalidade regularmente, compra os produtos com a marca do clube, vai aos jogos e consume em todas as partidas da temporada, independente da relevância das disputas e dos resultados do time.”

2.2 A importância da boa gestão para o sucesso desportivo

A segunda seção esteve focada em demonstrar a importância da boa gestão para o sucesso desportivo. O objetivo é discutir os pontos essenciais para a gestão esportiva adequada e qual legado isso pode deixar a um clube. O autor Santos (2011, on-line) determinou o planejamento como fundamental não só para instalações esportivas, mas também um nível de capacitação de dirigentes, argumentando que é necessário planejamento:

“Para que se possa construir de maneira eficaz a organização esportiva com qualidade e proporcionar legados no futuro, pensando em impactos positivos

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não só a nível de instalações esportivas, mas também em nível de capacitação, para que desta forma os nossos dirigentes e representantes esportivos estejam mais aptos e capacitados para uma atuação sólida, eficaz e duradoura, no sentido de transformar o suposto “país do futebol” no verdadeiro país do futebol, capaz de absorver tudo aquilo que produz através desta modalidade esportiva adorada pelo povo brasileiro e por todo o mundo.”

Kfouri (2012) destaca a modernização da gestão esportiva para se entender o importante papel social e econômico desta indústria de lazer. O autor ainda demonstra como a administração dos clubes brasileiros desvaloriza o produto e marca devido a seus demonstrativos financeiros sempre apresentarem-se em baixa apesar do Brasil ser conhecido “o país do futebol”, completamente diferente do que apresenta os europeus por exemplo. Fato este que demonstrar porque nas últimas Copas do Mundo, foi massiva a presença dos europeus nas fases finais e com os troféus. Kfouri (2012, sem paginação) também lembra que a primeira divisão do campeonato brasileiro é muito pouco divulgada internacionalmente, em especial devido ao fato de que os clubes brasileiros não conseguirem negociar em conjunto suas marcas para fora do país. Assis (2017) lamenta a falta da regulação e planejamento no futebol “notadamente em âmbito brasileiro”. Ele destaca que a falta de força fiscal e a falta de punições dificultam a profissionalização do setor da gestão do futebol no Brasil. Assis (2017, p. 146) também defende a adoção da governança corporativa, ainda muito fraca na gestão esportiva brasileira atual, para ajudar no processo de melhoria geral da administração dos clubes de futebol:

“Diante desse cenário, no qual falhar menos e coibir desvios e omissões aumentas suas chances de alcançar o sucesso, as práticas de governança corporativa, em especial aquelas voltadas à abordagem disciplinar se faz mais presente nas entidades, independente dos objetivos pelos quais tais organizações foram constituídas e sejam quais forem os usuários a que se destinam.”

2.2.1 Gestão Esportiva como método de pesquisa

O autor Tenenbaum (2015) sugeriu para gestão do futebol como método de pesquisa a contemplação dos diferentes “estilos de liderança, suas práticas e contribuições na gestão e cultura de um clube; na formulação de estratégias; na estrutura e formação de equipes, de forma a impulsionar seus resultados”. Os autores Freire et al (2017) acreditam a utilização da gestão esportiva como método de pesquisa pode levar a grandes possibilidades e perspectivas de crescimento. Freire et al (2017, p. 196) também imaginam que estes estudos possuem característica mais quantitativa,

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tanto pela dificuldade de se haver uma proximidade com gestores esportivos para realizar uma vertente qualitativa quanto também para evitar intervir de forma direta:

“A distância entre o pesquisador e o ambiente real em que a gestão acontece também pode ser identificada, já que predominam estudos quantitativos, com caráter empírico-analítico. Para que uma aproximação seja possível é fundamental a realização de estudos qualitativos, tanto fundamentados na vertente fenomenológico-hermenêutica, quanto na crítico-dialética. Entretanto, a ausência de estudos que adotam esta segunda vertente, entre os artigos aqui identificados, evidencia que os pesquisadores têm priorizado o conhecimento da realidade, sem a intenção direta de intervir ou contribuir para sua transformação.”

2.3 Análise dos dados sobre quais as gestões mais marcantes para os torcedores

A terceira e última seção apontou os resultados analisados no questionário sobre quais as gestões mais marcantes para os torcedores e permitirá realizar a conclusão sobre como o estilo de liderança favorito da torcida pode alterar a administração de um clube. Na perspectiva do autor Malagrino (2011), uma das melhores gestões do SC Corinthians Paulista aquela que mais focou em seus torcedores. Malagrino (2011, p. 66) conta o exemplo da parceria entre Nike, Ronaldo e Corinthians em 2009:

“Uma chuteira da Nike é apenas um bom produto, que traz a marca Nike como referência, mas uma chuteira Nike, que seja do modelo usado por Ronaldo, que joga no Corinthians, remete ao torcedor valores únicos, não só de qualidade, mas emocionais, que se agregam ao produto. Assim, as três marcas em conjunto (Nike, Ronaldo e Corinthians) conseguem sinergia para aproveitar a lealdade do consumidor ao reconhecimento da marca. Ao mesmo tempo, atendem a todos os aspectos que possam ser analisados pelo consumidor para gerar conforto na questão de qualidade percebida e criar condições para ele, ao calçar a chuteira para o futebol de domingo, sinta-se único como a imagem associada ao produto.”

Malagrino (2011) influenciou o questionário de Smaniotto (2016) sobre o comportamento do torcedor referente ao seu clube, que destacou que o modelo de marketing ao esporte pode ser definido através das necessidades e desejos de consumidores, sendo estas estratégias aplicadas por parte de dirigentes de clubes, as ligas disputadas e as associações esportivas. Assim, Smaniotto (2016) pôde “identificar e analisar o comportamento do consumidor de produtos esportivos, bem qual levantar o seu perfil, o relacionamento com o clube de sua preferência”, entre outros aspectos.

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2.3.1 Análise do fortalecimento da ligação entre clube e torcida no mercado futebolístico

Myskiw (2006) que aponta onde, historicamente, começou a se formar o futebol mais um negócio devido ao potencial comércio com sua torcida na produção do espetáculo esportivo, ao lado das entidades de administração esportivas, veículos de comunicação e investidores. Com isso, para um clube possuir potencial de negociação com estes outros personagens, ele precisa ter uma relação desenvolvida com seus torcedores, sendo demonstrado por números e atitudes dos espectadores. Myskiw (2006, p. 45) aponta que:

“Para ofertar um produto/serviço que atenda a esses anseios dos torcedores, os clubes de futebol profissional desenvolvem esforços na formação de uma equipe vitoriosa em campo, onde a competência dos jogadores e dos membros da comissão técnico, no confronto com as equipes rivais da competição, representa o valor central do produto.”

Os autores Dias et al (2019) concordam com os dizeres de Myskiw (2006) e apontam os torcedores como “atores principais do mercado futebolístico”. Eles também reforçam que há diferentes tipos de torcedores e que os clubes precisam estabelecer relações de reciprocidade com estes clientes, como por exemplo exibir no site oficial fotos de sócios- torcedores e oferecer ingressos gratuitos, para assim garantir um nível mais alto de congruência de valor entre equipe e torcedor.

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3 METODOLOGIA

O tipo de pesquisa definido para a realização do trabalho foi a pesquisa descritiva com abordagem quantitativa, pois buscou-se uma profundidade e familiaridade com o tema da pesquisa e permite a formulação das hipóteses da pesquisa, enquadrando-se com o objetivo, tendo em vista apontar quais as melhores gestões dos principais clubes do Brasil segundo seus torcedores. O método de pesquisa escolhido para tal foi o questionário aplicado de forma eletrônica tendo em vista a busca pela opinião das diferentes torcidas brasileiras, baseando-se na pesquisa de campo e na utilização de dados de objetos reais com o intuito de analisar fenômenos do contexto definido no objetivo da pesquisa, tendo em vista que segundo Nascimento (2012, p. 60):

“A pesquisa de campo consiste no desenvolvimento de uma pesquisa empírica, baseada na experiência, que não possui caráter científico. Tem por propósito interpretar os dados colhidos no campo sobre um determinado assunto, examinando e avaliando hipóteses”.

A coleta de dados/evidências da pesquisa deste trabalho foi feita por questionário quantitativo, com a seleção das opções feita previamente através de uma análise histórica dos melhores clubes de futebol do país. Outros dados secundários, que fazem a triangulação com os resultados do questionário, foram os artigos e websites analisando os resultados obtidos nesta coleta primária, com isso conseguindo uma maior amplitude dos dados investigados, fazendo comparações quantitativas e chegando ao objetivo proposto de forma mais correta e confiável. O questionário quantitativo foi enviado por meio eletrônico para pessoas que se interessam por futebol, visando assim chegar no público correto para que os dados obtidos sejam os mais fiéis a realidade vista pelo torcedor brasileiro. O questionário não apresentou nenhum filtro de idade, gênero, ocupação ou raça limitando-se apenas a busca pela opinião de torcidas específicas, mostrando assim ter sido abrangente e ideal para alcançar um número esperado de respostas. Os clubes definidos foram os cariocas Botafogo FR, CR Flamengo, Fluminense FC e CR Vasco da Gama, os paulistas SC Corinthians, SE Palmeiras, São Paulo FC e Santos FC, os gaúchos Grêmio FBPA e SC Internacional e os mineiros C Atlético Mineiro e Cruzeiro EC. A ideia foi conseguir em média 30 torcedores de cada time para conseguir uma análise aceitável de dados. Com isso foi possível definir o que cada torcedor espera de seu clube no que se diz sobre o modelo de gestão.

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A amostragem que foi utilizada neste trabalho é a não probabilística intencional, que segundo Paula (2019), é uma amostra intencionalmente selecionada pelo pesquisador, tendo em vista que o envio do questionário quantitativo foi realizado por meio eletrônico para interessados em futebol. O tamanho da amostra considerado foi de 385, tendo em vista que o tamanho da população, segundo divulgado por ESPN (2017), é de 17.120.000 pessoas, com um grau de confiança de 95% e uma margem de erro de 5%. O universo da pesquisa foi especificado como pessoas que possuem interesse em futebol e que possuem alguma ligação com o seu time do coração, independente do gênero, idade, classe social e região em que vive. A metodologia de análise utilizada foi a de seleção, codificação e tabulação. No caso da seleção, segundo Santos (2010), foi possível analisar os dados incorretos e não objetivos da pesquisa e, com isso, concluído que não foi necessária uma nova rodagem do questionário. Ainda segundo Santos (2010, p. 1), na fase de codificação:

“São classificados os dados, agrupando-os sob determinadas categorias e atribuindo-se código, número ou letra, de forma que a cada um deles (códigos) seja atribuído um significado. Saliente-se que a codificação possibilita a transformação do que é qualitativo em quantitativo.”

Por fim, na tabulação, Santos (2010) aponta que “os dados coletados são dispostos em tabelas, quadros, gráficos, figuras etc., devidamente organizados, servido para facilitar a compreensão do pesquisador e consequentes análise e interpretação.”. Foi utilizada na tabulação a planilha eletrônica do Excel tendo como base os resultados extraídos dos questionários.

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4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

A coleta de dados foi realizada com um mesmo questionário em duas plataformas: o Google Forms e o Você Opina. O Google Forms é uma plataforma de criação de questionários no qual as pessoas com o link do formulário poderão respondê-lo. O questionário esteve disponível para respostas do dia 24/03 até o dia 28/03. O Você Opina é uma plataforma da Offerwise em que as painelistas criam uma conta e recebem pesquisas regularmente em troca de pontos que podem ser trocados por dinheiro. O questionário esteve no ar na plataforma do dia 19/03 até o dia 24/03. Através da junção, validação e padronização das respostas de ambos os questionários, pode-se realizar a análise de frequência simples de cada clube estudado.

4.1 Análise de frequência simples

4.1.1 Atlético Mineiro

Analisando as respostas da torcida do Atlético Mineiro, pode-se ver uma expressiva menção do nome de Alexandre Kalil com 173 respostas, sendo 114 menções ao conjunto dos dois mandatos (2008-2014), 58 menções ao segundo mandato (2012-2014) e apenas 1 menção a seu primeiro mandato (2008-2011). Isso deve-se ao fato de que no período o clube conseguiu as conquistas de uma da América (2013), uma Recopa Sul- Americana (2014), uma (2014) e três Campeonatos Mineiros (2010, 2012, 2013), podendo ser comprovado pelo fato de 110 respostas mencionarem como motivo da escolha os títulos conquistados no período. Outras respostas também bastante mencionadas são as gestões de Sérgio Sette Câmara (2018-2020) com 35 respostas e Sérgio Coelho (2021-Atual) com 31 respostas. Estas duas gestões apresentam a mesma particularidade: a presença de um colegiado atleticano denominado 4Rs (Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador) que desde 2020 colabora na tomada de decisões administrativas e investe na modernização do clube e na contratação de atletas para o futebol, sendo um grupo definido pelo próprio Menin (2021) como “quatro executivos do mais alto gabarito apaixonados pelo Atlético, que não toma decisões no futebol, apenas administrativas”. Por isso a torcida acredita num equilíbrio financeiro como ponto chave destas gestões, como mencionado em 25 respostas conjuntas.

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Por fim, outras gestões mencionadas foram a de Elias Kalil (1980-1985) com 15 respostas, Daniel Nepomuceno (2015-2017) com 5 respostas, Nelson Campos (1958-1959, 1970-1975) com 5 respostas e Nélio Brant (1999-2001) com 1 resposta.

Tabela 1 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Atlético Mineiro

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1.2 Botafogo

A torcida do Botafogo respondeu em sua maioria que a melhor gestão foi a de de Freitas (2003-2008) com 14 menções, sendo que 2 ainda ressaltam o primeiro mandato (2003-2005) como o melhor e o restante considera ambos os mandatos como os melhores. O principal motivo de sua escolha, segundo 6 respostas, foi o equilíbrio financeiro, apesar de outras 5 respostas também apontarem uma valorização da marca do clube. Botafoguense assumido, o gerente foi responsável por uma profunda reestruturação no clube recém- rebaixado para a Série B e teve como marco importante a luta pela aprovação da Timemania, que é uma loteria organizada pelo Governo Federal, como uma forma de solucionar parte das dívidas do clube e, segundo Lôpo (2018) “vieram a beneficiar todos os demais clubes, que também aderiram a elas”, e realizou o acordo que permitiu o Botafogo ter concessão do Estádio Olímpico João Havelange, popularmente conhecido como Engenhão e atual casa dos jogos do clube. Também segundo Lôpo (2018), esta ação foi importante pois:

“Hoje é um ativo fundamental para o Botafogo. Bebeto, naquele momento, teve a visão da enorme importância de ter um estádio e da oportunidade que surgia. Esta visão faltou aos demais clubes e ainda hoje falta a muita gente dentro do Botafogo.”

Outro nome lembrado pela torcida foi o do presidente Montenegro (1994-1996) com 6 menções e 5 menções apontaram o título conquistado no período, que foi o Campeonato Brasileiro (1995), sendo o motivo da escolha. Outras gestões lembradas pelos torcedores foram as de Althemar Dutra (1985-1990) com 3 menções, Mauro Ney (1992-1993, 2000-2002) com 2 menções (1 para cada mandato), Mauricio Assumpção (2009-2014) com 2 menções e Durcesio Mello (2021-Atual) com 1 menção.

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Tabela 2 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Botafogo

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.3 Corinthians

Apontada como a segunda maior torcida do Brasil, os corintianos responderam em 74 vezes o nome de Andrés Sanchez (2007-2011, 2018-2021) como a melhor gestão. Destes, 13 escolheram todo o período gerido por ele (2007-2011, 2018-2021) como o melhor, 50 escolheram o primeiro mandato (2007-2011) e 11 escolheram o segundo mandato (2018- 2021). Andrés foi o presidente que geriu o Corinthians na volta à primeira divisão nacional após o título da Série B (2008) e esteve à frente do clube na ascensão meteórica do rebaixamento a títulos como um Campeonato Brasileiro (2011), uma Copa do Brasil (2009) e três Campeonatos Paulistas (2009, 2018, 2019). Esta ascensão foi ressaltada por Capelo (2012) ao relembrar que “a gestão do Andrés Sanchez começou no fim de 2007, com o Corinthians na segunda divisão, e menos de cinco anos depois a Libertadores foi conquistada,

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uma antiga obsessão da torcida” e foi comprovado por 33 respostas que definiram os títulos conquistados como motivo para a escolha de Andrés Sanchez como melhor gestor. A segunda gestão mais relembrada com 62 menções foi a de Mário Gobbi (2012- 2015) que foi justamente a gestão que sucedeu o primeiro mandato de Andrés Sanchez. O motivo da escolhe segue o antecessor: os títulos conquistados, com 41 respostas. Neste período o Corinthians conquistou uma Copa Libertadores da América (2012), um Mundial Interclubes da FIFA (2012), uma Recopa Sul-Americana (2013), um Campeonato Brasileiro (2015) e um Campeonato Paulista (2013). Outros gestores lembrados foram Alberto Dualib (1993-2007) com 13 respostas, Vicente Matheus (1972-1981 e 1987-1991) com 8 respostas, Monteiro (2021-Atual) com 4 respostas, Waldemar Pires (1981-1985) com 3 respostas, Roberto de Andrade (2015- 2018) com 3 respostas e Alfredo Ignácio Trindade (1953-1955) com 1 resposta.

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Tabela 3 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Corinthians

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1.4 Cruzeiro

Segundo 47 respostas dos torcedores do Cruzeiro, Zezé Perrella (1995-2002, 2009- 2011) foi o melhor gestor que o clube teve. Destes, 14 respostas apontam os dois mandatos (1995-2002, 2009-2011) como os melhores, 20 apontam para o primeiro mandato (1995- 2002) e 13 apontam para o segundo mandato (2009-2011). A principal razão para a escolha de Zezé, segundo 31 respostas, foram os numerosos títulos conquistados durante o período, que são uma Recopa Sul-Americana (1998), uma Copa Libertadores da América (1997), uma Copa Ouro (1995), uma Copa Master da Supercopa (1995), duas Copas do Brasil (1996, 2000), duas Copas Sul-Minas (2001, 2002), uma Copa Centro-Oeste (1999), uma Copa dos Campeões Mineiros (1999), um Supercampeonato Mineiro (2002) e cinco Campeonatos Mineiros (1996, 1997, 1998, 2009, 2011). O adendo é que o terceiro gestor mais lembrado com 22 respostas foi Alvimar de Oliveira (2003-2008), irmão de Zezé, que presidiu o clube durante o seu hiato. O motivo, segundo 17 respostas, foi o mesmo: os títulos conquistados, que foram um Campeonato Brasileiro (2003), uma Copa do Brasil (2003) e quatro Campeonatos Mineiros (2003, 2004, 2006, 2008). Os torcedores celestes também lembram, com 31 menções, a gestão de Felício Brandi (1961-1981) como a melhor, sendo que 19 destas apontam como motivo para a escolha que, nos 20 anos dele a frente do Cruzeiro, houve uma valorização da marca do clube, tornando-o, com apenas 60 anos, uma das maiores potências nacionais. Brandi idealizou um Cruzeiro gigante, conforme Trindade (2016) aponta, citando também palavras do filho do dirigente:

“[...] Tudo que aquela equipe exibiu em campo foi fruto de um grande trabalho fora dele. O presidente da Raposa na época, Felício Brandi, queria aumentar a estrutura física, a valorização da marca e a qualidade do time para fazer do clube um dos maiores do futebol nacional. “Ele (Felício Brandi) pensava desde a base do time, a concentração, o conforto de treinar e concentrar. Ele foi um cara que idealizou tudo. Tudo que ele sempre fez foi pensando em deixar o Cruzeiro com o reconhecimento de time grande”, declara o filho do ex-presidente celeste Rafael Brandi.”

Outros gestores mencionados foram Gilvan de Pinho (2012-2017) com 19 respostas, César Masci (1991-1994) com 6 respostas, Benito Masci (1984-1990) com 4 respostas, Salvador Masci (1990) com 1 resposta, Carmine Furletti (1982-1984) com 1 resposta, Wagner Pires de Sá (2018-2019) com 1 resposta e Sérgio Santos Rodrigues (2020-Atual) com 1 resposta.

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Tabela 4 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Cruzeiro

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1.5 Flamengo

A torcida do Flamengo, apontada como a maior do Brasil, considera em sua maioria com 227 respostas a gestão do Eduardo Bandeira de Mello (2013-2018) como a melhor, sendo que 196 apontam ambos os mandatos (2013-2018), 23 apontam o primeiro (2013-2015) e 8 apontam o segundo (2016-2018). Apesar da escassez de títulos de maior expressão no período, o equilíbrio financeiro desta gestão, segundo 193 respostas, foi importantíssimo para que o clube possa gozar do prestígio nacional e econômico que atualmente possui. O plano de recuperação econômica do clube que apresentava uma das maiores dívidas do país passou quase que inteiramente na gestão financeira presidida por Eduardo Bandeira. No período de seu mandato, o clube equacionou dívidas, valorizou a sua marca e modernizou sua rotina, tornando-se assim um modelo para todos os times brasileiros. Em complemento, logo em segundo lugar, tem-se a gestão que sucedeu a de Bandeira de Mello e que colhe os seus frutos desportivos. A gestão de Rodolfo Landim (2019-Atual) foi lembrada com 217 respostas, sendo que 110 respostas consideram como motivo principal os títulos conquistados, que são dois Campeonatos Brasileiros (2019, 2020), uma Copa Libertadores da América (2019), dois Campeonatos Cariocas (2019, 2020), duas Supercopas (2020, 2021) e uma Recopa Sul-Americana (2020). Com estes dois dados, pode-se concluir que a torcida entende que a gestão do Bandeira de Mello foi importantíssima para colocar o clube nos trilhos e torná-lo um dos mais ricos do país, sendo muito bem sucedida, ainda segundo as respostas, pela gestão de Rodolfo Landim que soube direcionar os recursos financeiros para o futebol, montando elencos potentes e empilhando títulos sem fugir da responsabilidade financeira implementada pelo antecessor, conforme apontou Capelo et al (2019) ao dizer que apesar de tantas contratações e empréstimos bancários, a diretoria do Flamengo chegou em setembro de 2019 com números positivos devido ao alto faturamento. Outras gestões lembradas foram Márcio Braga (1977-1980, 1987-1988, 1991-1992, 2004-2009) com 12 respostas, José Bastos Padilha (1933-1938) com 5 respostas, Antônio Augusto (1981-1983) com 4 respostas, George Helal (1984-1986) com 4 respostas, Patrícia Amorim (2010-2012) com 2 respostas, Delair Drumbrosck (2009) com 2 respostas, dos Santos (1999-2002) com 2 respostas, Gilberto Cardoso (1989-1990) com 2 respostas, Hélio Paulo Ferraz (2002-2003) com 1 resposta, Kléber Leite (1995-1998) com 1 resposta, Luis Augusto Veloso (1993-1994) com 1 resposta.

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Tabela 5 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Flamengo

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1.6 Fluminense

A gestão mais lembrada pela torcida do Fluminense foi a de Mário Bittencourt (2019- Atual) com 10 respostas. O advogado, que trabalha no clube desde 2009, ficou mais reconhecido entre os torcedores após conseguir evitar o rebaixamento do clube no Supremo Tribunal da Justiça Desportiva em 2013. Porém para atualmente se tornar o melhor gestor relembrado pelos torcedores ele precisou equilibrar o clube financeiramente, como demonstrar 6 respostas. Desde que assumiu a presidência do clube, Mário busca trabalhar com austeridade e, apesar de gastar pouco, conseguiu um bom resultado desportivo em 2020 que classificou o clube para a Copa Libertadores da América de 2021. Bittencourt (2021) exemplificou sua austeridade na maneira como contrata:

“As dificuldades passam primeiro por questões financeiras. A gente tem dificuldade de aquisição de direitos. Não temos dinheiro para comprar os direitos econômicos. A gente consegue fazer uma ou duas situações, mas não podemos comprar todo mundo. A gente busca jogadores no mercado que não estão sendo utilizados em seus clubes ou que estão em contrato encerrando.”

A segunda gestão mais relembrada foi a gestão de Roberto Horcades (2005-2010) com 6 respostas. Neste período o Fluminense obteve reconhecimento internacional após ser vice- campeão da Copa Libertadores da América (2008) e da Copa Sul-Americana (2009), porém o motivo da escolha desta gestão para os torcedores foi, em sua maioria, os títulos conquistados, segundo 4 menções. Com Roberto, o Fluminense foi campeão uma vez do (2005), uma vez da Copa do Brasil (2007) e uma vez do Campeonato Brasileiro (2010). Outras gestões mencionadas foram a de Peter Siemsen (2011-2013) com 4 respostas, Francisco Horta (1975-1977) com 3 respostas, Pedro Abad (2017-2019) com 2 respostas, Manoel Schwartz (1984-1987) com 2 respostas e David Fischel (1999-2004) com 1 resposta.

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Tabela 6 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Fluminense

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.7 Grêmio

Os torcedores do Grêmio elegeram a gestão de Romildo Bolzan (2015-Atual) como a melhor com expressivas 62 menções. Destas, 47 responderam os três mandatos (2015-Atual) foram os melhores, 3 consideraram apenas o primeiro mandato (2015-2016), 8 consideraram apenas o segundo mandato (2017-2019), 2 consideraram apenas o terceiro mandato (2020- Atual) e 2 consideraram melhores os dois primeiros mandatos (2015-2019). Apesar de que, no período, o Grêmio foi reconhecido como um dos times mais fortes no Brasil, obtendo seguidas boas campanhas e títulos, os torcedores mencionaram em 30 respostas que o equilíbrio financeiro foi o motivo de sua escolha. Romildo já era vice-presidente gremista em 2013-2014 e entrou como candidato da situação em 2015 e logo ficou reconhecido como um gestor que sabia equilibrar bem as finanças e montava times competitivos. Em 2016, Romildo

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contratou o técnico Renato Gaúcho que contribuiu positivamente para o lançamento de jovens jogadores que renderam ótimos valores aos cofres do Grêmio. Em 2021 o técnico saiu do clube, porém o bom legado administrativo dentro e fora de campo permaneceu e o Grêmio segue sendo uma potência nacional. Apesar do dinheiro recebido e as boas campanhas nas competições nacionais e internacionais, o clube seguiu à risca o plano de não gastar muito e segue colecionando superávits em suas contas, fato raro no futebol brasileiro. O ex-jogador do Grêmio Tinga (2021) exaltou a gestão de sucesso de Romildo:

“Não é por menos que está à frente do Grêmio desde 2015 e ficará no cargo até o fim de 2022. Neste período, o Tricolor cresceu ainda mais como potência no futebol brasileiro dentro e fora de campo. Além dos títulos recentes da Copa do Brasil e da Libertadores — e sempre na briga para levar as competições —, o clube tem apresentado balancetes no azul.”

O segundo mais votado com apenas 9 menções foi Fábio Koff (1982-1983, 1993- 1996, 2013-2014) que é considerado pelo clube um presidente “Imortal”, apelido também do próprio Grêmio. Destas, 3 consideram o primeiro mandato (1982-1983) a melhor gestão, 2 consideram o segundo mandato (1993-1996), 1 considera o terceiro mandato (2013-2014) e 3 consideram os dois primeiros mandatos (1982-1983, 1993-1996) como os melhores. Fábio era um ótimo dirigente reconhecido nacionalmente. Prova disso foi sua eleição como presidente do , grupo criado para defender os direitos políticos e comerciais dos clubes de maior torcida no Brasil, de 1995 a 2011. O maior motivo pela sua menção, segundo 6 respostas, foram os títulos conquistados. No período que Koff foi presidente, o Grêmio conquistou duas Copas Libertadores da América (1983, 1995), uma Copa Intercontinental (1983), uma Copa do Brasil (1994), uma Copa Sanwa Bank (1995), uma Recopa Sul- Americana (1996), um Campeonato Brasileiro (1996) e três Campeonatos Gaúchos (1993, 1995, 1996). Outros dirigentes mencionados foram Hélio Dourado (1976-1981) com 1 resposta, Cacalo (1997-1998) com 1 resposta, José Alberto Guerreiro (1999-2000) com 1 resposta e Pedro Odone (2005-2008) com 1 resposta.

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Tabela 7 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Grêmio

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1.8 Internacional

A melhor gestão do Internacional segundo seus torcedores foi a gestão vitoriosa de Fernando Carvalho (2002-2006) com 22 menções. Destas, 14 consideram apenas o segundo mandato (2005-2006) como o melhor e 8 consideram os dois mandatos (2002-2006) como o mais positivo. O principal motivo desta escolha com 16 respostas foram os títulos conquistados pelo Internacional no período, que são quatro Campeonatos Gaúchos (2002, 2003, 2004, 2005), uma Copa Libertadores da América (2006) e um Mundial Interclubes da FIFA (2006). O segundo gestor mais relembrado pela torcida do Internacional foi o Marcelo Medeiros (2019-2020) com 6 respostas, sendo todas valorizando seu segundo mandato (2019- 2020). O motivo desta escolha, segundo 3 respostas, foram os bons elencos montados durante este período. Este motivo pode ser exemplificado pela valorização de seus ativos durante as competições provocando sondagens e ofertas, além do desempenho de vice-campeão da Copa do Brasil (2019), do Campeonato Gaúcho (2019 e 2020) e do Campeonato Brasileiro (2020), eliminação nas quartas-de-final da Copa Libertadores da América (2019) e Copa do Brasil (2020), eliminação nas oitavas-de-final da Copa Libertadores da América (2020) e a sétima colocação no Campeonato Brasileiro (2019). Praetzel (2020) ressalta que, mesmo com a falta de títulos, “o time colorado era competitivo em todas as competições que disputava.” Outros gestores relembrados foram Fernando Miranda (2001) com 4 respostas, Jarbas Lima (2000) com 2 respostas, Vitório Piffero (2007-2010, 2015-2016) com 2 respostas, Giovanni Luigi (2011-2012) com 2 respostas, Barcellos (2021-Atual) com 2 respostas, Pedro Paulo Zachia (1994-1997) com 1 resposta e Paulo Rogério (1998-1999) com 1 resposta.

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Tabela 8 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Internacional

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.9 Palmeiras

Um dos clubes mais ricos do Brasil, o Palmeiras teve como melhor gestão segundo os torcedores o período presidido por Paulo Nobre (2013-2016) com 80 respostas. Destas, 63

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respostas consideraram os dois mandatos (2013-2016) como os melhores, 3 consideram o primeiro mandato (2013-2014) e 14 consideram o segundo mandato (2015-2016). O principal motivo para a escolha, segundo 37 respostas, foi o equilíbrio financeiro. Isso deve-se ao fato que foi com Paulo Nobre que o Palmeiras fechou em 2015 um dos maiores patrocínios da América do Sul com a empresa Crefisa. O clube vinha de anos com baixíssimo desempenho esportivo, quase rebaixado pela terceira vez para a Série B em 2014 e com acúmulo gigante de dívidas. Porém em janeiro de 2015, Leila Pereira, presidente de uma empresa de crédito pessoal chamada Crefisa, resolveu patrocinar o clube do coração e, ao lado do gestor Paulo Nobre, equilibrou o Palmeiras financeiramente e montou times fortes que levaram a conquistas nacionais e internacionais nos anos subsequentes. A própria Pereira (2020) revela que a razão do patrocínio foi sentimental, deixando apenas a emoção e o coração decidir, sem estudo algum de marketing. Após o início do patrocínio, o Palmeiras fez boas campanhas e se garantiu como um poderoso clube brasileiro e por isso o segundo gestor mais relembrado pela torcida com 36 menções foi Maurício Galiotte (2017-Atual) que colheu os frutos desportivos plantados pelo seu antecessor. Destas, 6 consideram o primeiro mandato (2017-2018) como o melhor, 11 consideram o segundo mandato (2019-Atual) e 19 consideram os dois mandatos (2017-Atual) como o mais positivo. O motivo da escolha com 18 respostas foi o período vitorioso que o Palmeiras viveu, conquistando um Campeonato Brasileiro (2018), uma Copa Libertadores da América (2020), uma Copa do Brasil (2020) e um Campeonato Paulista (2020). Outros gestores relembrados foram Mustafá Contursi (1993-2001) com 12 respostas, Luiz Belluzzo (2009-2011) com 5 respostas, Arnaldo Tirone (2011-2013) com 3 respostas, Delfino Facchina (1959-1971, 1979-1980) com 1 resposta, Paschoal Giuliano (1953-1955, 1971-1976, 1983-1984) com 1 resposta e Hygino Pellegrini (1942-1945, 1947-1949) com 1 resposta.

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Tabela 9 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Palmeiras

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1.10 Santos

Para os torcedores do Santos, o melhor gestor que o clube teve foi o Luis Álvaro de Oliveira (2010-2013) com 20 respostas. Com 11 respostas, o principal motivo para a escolha foi os títulos conquistados no período, que são uma Copa do Brasil (2010), três Campeonatos Paulistas (2010, 2011, 2012), uma Copa Libertadores da América (2011) e uma Recopa Sul- Americana (2012). Neste período, o Santos teve campanhas de grande expressão no cenário nacional e internacional especialmente pelo fato de que nesta época despontava o jogador Neymar, que é considerado atualmente um dos melhores do mundo. LAOR, como o gestor é popularmente conhecido, foi responsável por apresentar um plano de carreira para o jogador (prática incomum no Brasil) e conseguir segurá-lo no clube apesar da proposta milionária do Chelsea da Inglaterra em 2010. Neymar ficou mais alguns anos no Brasil, indo na contramão de jovens promessas brasileiras que costumam sair do país na primeira proposta, e maturou ainda mais sua carreira em campo, se tornando protagonista nos títulos na gestão de Luis. Carvalho (2010) apontou na época como o plano de carreira apresentado pelo clube ao jogador foi ambicioso:

“Muito além das cifras, o presidente do Santos, Luis Álvaro Ribeiro, conseguiu cativar Neymar por algo bem característico do jogador, a vaidade. Dentre outras coisas, o plano de carreira oferecido pelo clube prevê ações sociais, media training e todo o preparo para que ele possa se firmar como ídolo. Ribeiro quer transformar o craque em um mito, como aconteceu com Pelé.”

Segundo 6 menções dos torcedores, a segunda gestão mais relembrada foi a de Andrés Rueda (2021-Atual). Apesar de 2 respostas darem como principal motivo a evolução nas categorias de base, outras razões também são comentadas, como o equilíbrio financeiro, a valorização da marca do clube e para com a torcida. No novembro de 2020, José Carlos Peres, presidente do Santos na época afastado desde setembro, sofreu impeachment acusado de gestão temerária. José acumulou dívidas, déficits e punições na FIFA que impediram o clube de contratar jogadores. Por isso então, durante as gestões de Orlando Rollo (2020), presidente interino, e Andrés Rueda (2021-Atual), o Santos se viu obrigado a escalar jogadores da base para suprir a falta de contratações até conseguir pagar seus débitos na FIFA com outros clubes. E a base santista se saiu muito bem, levando o clube ao oitavo lugar no Campeonato Brasileiro e à final da Copa Libertadores da América, provando então a evolução na categoria de base.

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Outros gestores relembrados foram Athiê Coury (1945-1971) com 4 respostas, Marcelo Teixeira (2000-2009) com 4 respostas e Vasco José Fae (1971-1974) com 1 resposta.

Tabela 10 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Santos

Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1.11 São Paulo

Um dos clubes mais vitoriosos do Brasil, o São Paulo teve como melhor gestão, com 52 respostas, o presidente Juvenal Juvêncio (1988-1990, 2006-2014). Destas, 2 consideraram melhor o primeiro mandato (1988-1990), 26 consideraram o segundo mandato (2006-2008), 1 considerou melhor o terceiro mandato (2009-2011), 1 considerou melhor o quarto mandato (2012-2014), 6 consideraram o segundo e terceiro mandato (2006-2011), 4 consideraram melhor o segundo, terceiro e quarto mandato (2006-2014), 1 considerou melhor o primeiro e

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segundo mandato (1988-1990, 2006-2008), 1 considerou melhor o primeiro, segundo e terceiro mandato (1988-1990, 2006-2011) e 10 consideraram melhor todos os quatro mandatos (1988-1990, 2006-2014). O principal motivo para a escolha, segundo 40 respostas, foram os títulos conquistados no período, que foram um Campeonato Paulista (1989), três Campeonatos Brasileiros (2006, 2007, 2008) e uma Copa Sul-Americana (2012). O segundo dirigente mais relembrado pelos torcedores segundo 43 respostas foi Marcelo Portugal (2003-2005) e, segundo 31 respostas, o motivo foi o mesmo da escolha do primeiro: os títulos conquistados. Os anos de 2005-2008, presididos por Marcelo Portugal e Juvenal Juvêncio, foram bastante vitoriosos, sendo que com Marcelo à frente do São Paulo o clube conquistou uma Copa Libertadores da América (2005), um Mundial Interclubes da FIFA (2005) e um Campeonato Paulista (2005). Marcelo e Juvenal possivelmente foram tão relembrados porque tiveram uma parceria de sucesso. Segundo Birner (2015), Marcelo Portugal só “conseguiu ser eleito quando era oposição porque Juvenal Juvêncio ficou ao seu lado na articulação da campanha.” Outros gestores relembrados foram José Eduardo Pimenta (1990-1994) com 26 respostas, Fernando José (1994-1998) com 13 respostas, Carlos Augusto (2015-2020) com 5 respostas, Júlio Casares (2021-Atual) com 4 respostas, José Augusto (1998-2000) com 3 respostas, Laudo Natel (1958-1971) com 2 respostas, (2000-2002) com 2 respostas, Carlos Aidar (1984-1988) com 1 resposta e Cícero Pompeu (1949-1958) com 1 resposta.

41

Tabela 11 - Frequência simples das respostas dos torcedores do São Paulo

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.1.12 Vasco

Os torcedores do Vasco escolheram com 63 respostas que o melhor gestor do clube foi Antônio Calçada (1983-2000) e o principal motivo da escolha com 47 menções foram os títulos conquistados no período de sua gestão. Calçada foi gestor do clube durante 18 anos e esteve à frente nas principais conquistas da história do clube, acumulando seis Campeonatos Cariocas (1987, 1988, 1992, 1993, 1994, 1998), três Campeonatos Brasileiros (1989, 1997, 2000), um Torneio João Havelange (1993), uma Copa Libertadores da América (1998), um Torneio Rio-São Paulo (1999) e uma Copa Mercosul (2000). Das 63 respostas, 36 apontaram todos os seis mandatos de Calçada como presidente (1983-2000) como os mais positivos, 1 apontou o segundo mandato (1986-1989), 1 apontou o segundo, terceiro, quarto, quinto e sexto mandato (1986-2000), 3 apontaram o terceiro, quarto, quinto e sexto mandato (1989- 2000), 1 apontou o quarto e quinto mandato (1992-1997), 3 apontaram o quinto mandato (1995-1997), 6 apontaram o quinto e sexto mandato (1995-2000) e 12 apontaram o sexto mandato (1998-2000). O segundo gestor mais relembrado pela torcida do Vasco foi o (2001- 2007, 2014-2017) com 12 respostas. Destas, 1 apontou como melhor o primeiro mandato (2001-2003), 2 apontaram o primeiro e segundo mandato (2001-2007), 1 apontou o terceiro mandato (2014-2017) e 8 apontaram como mais positivo o segundo e terceiro mandato (2004- 2007, 2014-2017). Segundo 7 respostas, Eurico Miranda, que teve longa vida na política do Vasco, foi o melhor gestor devido aos títulos conquistados. Na sua gestão, o Vasco foi campeão três vezes do Campeonato Carioca (2003, 2015, 2016), porém a escolha pode dever- se ao fato de que ele foi bastante ativo na política do Vasco no vitorioso período de Antônio Calçada, sendo seu vice-presidente de 1986 até 2000 e indicado pelo próprio para se tornar presidente em 2001. Conteúdo (2019) detalhou a participação de Eurico Miranda na gestão do Vasco:

“O cartola foi presidente do clube de 2003 a 2008 e de 2015 a 2017, mas sua participação na gestão do time carioca foi muito além deste período, tendo cargos como presidente do Conselho Deliberativo e como vice-presidente de futebol, entre 1986-2000, durante a gestão de Calçada”.

Outros gestores mencionados foram (2008-2013) com 10 respostas, Jorge Salgado (2021-Atual) com 2 respostas, José Augusto Prestes (1924-1925) com 1 resposta e Alexandre Campello (2018-2020) com 1 resposta.

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Tabela 12 - Frequência simples das respostas dos torcedores do Vasco

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4.2 Análise comparativa

Ao analisar as respostas do questionário pode-se concluir que por mais que alguns gestores vitoriosos também tiveram responsabilidade financeira e valorização do clube, o motivo principal para que seja escolhido como o melhor pela torcida segue sendo os títulos conquistados. Esse fato foi demonstrado na grande maioria das respostas somadas em conjunto. Isso pode dever-se ao fato que ainda há no Brasil poucas gestões esportivas com reconhecida qualidade e é um período muito curto para que todos os clubes possam-se organizar administrativamente. Um ponto importante que merece ser analisado é que os torcedores de Flamengo, Fluminense, Grêmio e Palmeiras foram os únicos que, em sua maioria, valorizaram mais a gestão financeira em comparação aos outros fatores e todos estes clubes tiveram, recentemente, títulos ou boas campanhas e em 2021 disputaram pelo menos de forma prévia a Copa Libertadores da América, que é a maior competição entre clubes na América do Sul. Em especial, o Flamengo, o Grêmio e o Palmeiras são considerados desde 2016 como potências nacionais e sempre são favoritos aos títulos disputados, colecionando entre si troféus nos últimos anos. Com isso, pode-se alisar que os clubes que, segundo sua torcida, tiveram bons gestores preocupados com o lado financeiro possuem uma grande chance de manter uma média alta de bom desempenho por mais tempo do que os demais. Os torcedores do Fluminense também valorizaram este ponto porque notaram que uma adequada gestão administrativa com ênfase no financeiro levou o clube novamente a posições de frente no Campeonato Brasileiro. Os torcedores do Flamengo e Palmeiras, clubes que em 2020 ganharam, em conjunto, o Campeonato Brasileiro, a Copa do Brasil, a Supercopa, a Copa Libertadores da América e seus respectivos estaduais, possuíram também uma visão similar: se a melhor gestão é a que teve um equilíbrio financeiro, a segunda melhor gestão é a que sucedeu, trazendo títulos e bom desempenho esportivo sem se descuidar do equilíbrio financeiro. Um fato que sustenta o começo de uma nova visão da torcida são as votações dos torcedores de Atlético Mineiro e Santos. Apesar de majoritariamente votarem nos gestores pelo motivo de terem sido mais vitoriosos. a segunda maior opção de voto foram os atuais gestores que buscam formas de modernizar a administração do clube resultando no pagamento de antigas dívidas, salários em dia e bom desempenho esportivo, tendo em vista que ambos os clubes estão disputando a Copa Libertadores da América.

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Os torcedores de Cruzeiro e Vasco exemplificam o fato de que ainda há poucas gestões esportivas com reconhecida qualidade no Brasil. Muitos votos foram excluídos por terem sido nulos, pois não enxergam uma gestão em seu clube que poderia ser classificada como a melhor, muito em vista que ambos os times atualmente possuem grandes dívidas e baixo desempenho esportivo. Com isso, suas torcidas enxergam que os títulos conquistados no passado sem a devida preocupação financeira acabaram pesando no futuro das instituições.

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5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este trabalho objetivou apontar se a visão do torcedor sobre um bom gestor se alterou, concluindo-se que não, pois o motivo da escolha das gestões foi, em sua maioria, devido aos títulos conquistados. Porém, com o passar dos anos, é possível que esta visão se altere devido a imersão do torcedor dentro das decisões administrativas do clube, demonstrando que o marketing esportivo deve ser em volta deste torcedor como cliente. A formação de novos administradores com ideias modernas também pode ser crucial para uma mudança na forma de como se discute administração no meio do futebol. Com isso, é recomendado para um estudo futuro confirmar se a visão da torcida passou a ser mais direcionada na gestão como um todo, como o sucesso dentro e fora de campo. Na realização de um novo trabalho também deve-se ser considerado a importância da educação do consumidor. Culturalmente, o brasileiro costuma tratar os assuntos de maneira mais sentimental do que logicamente, como aponta o ditado popular “futebol, política e religião não se discutem”, portanto é necessário buscar diminuir a escolha emocional do torcedor e apontar para uma análise mais racional da gestão. Outro objetivo proposto neste trabalho foi analisar estilos diferentes de gestões esportivas e seus resultados, sendo que foi possível observar dentro de cada clube como boa gestão e desempenho em campo caminham lado a lado e como uma boa administração leva a um resultado esportivo mais duradouro enquanto uma administração temerária pode levar a um resultado rápido, porém sem qualquer base futura. Também foi possível analisar gestões de diferentes ângulos, como a valorização da marca do clube além dos títulos conquistados. Como recomendação, é possível discorrer sobre as novas temporadas esportivas baseando-se na forma como o clube se portou em campo e no extracampo, além de apontar as características, estilos de liderança, importância e papel real do gestor principal para ser possível realizar uma análise comparativa com outros times e os anos anteriores. Uma limitação que pode ocorrer num estudo futuro é que os clubes não possuem, na legislação, as mesmas obrigações que uma empresa, portanto não são regidos pelo mercado e pode acabar comprometendo a transparência da gestão de um time. Por fim, o último objetivo proposto para este trabalho foi checar os dados obtidos para concluir como a visão do torcedor influencia no método de gestão dos clubes. Este objetivo, porém, não pôde ser concluído pois a maioria dos clubes ainda é pouco transparente na demonstração da influência da torcida em suas ações do dia a dia. É possível especular como qualquer empresa age preocupando-se com a opinião pública, porém não é possível confirmar

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a real participação do torcedor neste meio e como a sua preocupação com a gestão do clube pode mudar as rédeas do comando de uma equipe. A recomendação direcionada neste aspecto é monitorar se a opinião da torcida numa gestão pode levar a mudanças bruscas de caminho para que se possa manter-se sempre acima da crítica. Este trabalho encontrou algumas limitações que podem ser analisadas num futuro estudo. Como o questionário foi aplicado somente de forma virtual houve uma grande parcela de torcedores que acabou não sendo contemplado neste trabalho e poderiam, com isso, alterar ou intensificar certos padrões de respostas. Outra limitação foi a amostra pequena de algumas torcidas que, caso houvesse mais respostas, poderiam ampliar a discussão e filtrar mais os argumentos para escolha de seus gestores favoritos. Uma sugestão que pode aumentar a amostra de torcedores de diferentes times é enviar o questionário através do e-mail de sócio torcedor do clube, conseguindo assim uma parcela maior e específica de apaixonados pelos times estudados.

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APÊNDICE A – Questionário Aplicado