As Memórias De Militares Ingleses Na Guerra Peninsular, Como Fontes Da História De Portugal Coetânea - Orientação Bibliográfica
As Memórias de Militares Ingleses na Guerra Peninsular, como Fontes da História de Portugal Coetânea - Orientação Bibliográfica Mestre António Pedro da Costa Mesquita Brito Pareceu-nos que os abundantes relatos pessoais de militares ingleses ou ao serviço da Inglaterra, que serviram durante a Guerra Peninsular, são interessantes fontes para a História de Portugal, nessa época. Enquanto os historiadores ingleses, sobretudo os que se dedicam à história militar, os utilizaram e continuam a utilizar, além de contribuirem para a publicação de muitos que permaneciam inéditos, os historiadores portugueses pouco ou nada se lhes referem. Já Teixeira Botelho se apercebeu disso em 1916 (300), e não parece que a situação se tenha alterado até hoje. O objectivo deste trabalho é, assim, dar a conhecer aos estudiosos das Invasões Francesas esses relatos; elaborou-se uma lista de 310 obras, das quais 276 são memórias, correspondência, diários ou panfletos, publicadas pelos próprios, ou por terceiros, mas sempre com o cunho de realidade de quem viveu directamente os acontecimentos. Dela, não constam abundantes manuscritos ainda inéditos: a sua listagem seria também de grande utilidade, mas implicaria um trabalho paciente em bibliotecas e arquivos ingleses, que não é, de momento, possível. Por outro lado continua grande actividade de publicação por historiadores ingleses desses manuscritos, o que pode tornar supérfluo dentro em pouco esse tipo de trabalho. Estas memórias têm sido até aqui sobretudo utilizados como fontes de história das operações militares: esclarecer o recontro X, um ponto ou outro da batalha Y, a campanha Z. Aos investigadores portugueses interessará também a observação, o relato ocasional, sobre as condições de vida, a situação económica do país durante este período conturbado.
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