Uma narrativa sobre a RTP COI téc Anarrative on portuguese television RTP intI ain Maria Érica de Oliveira Lima SOl Doutora em Comunicação Social, Universidade Metodista de São Paulo. Membro do Núcleo "Mídia ent Regional ao Global'; sob a coordenação da profa. Anamaria Fadul, Umesp. RT E-mail.·[email protected] pOl cor Resumo tele Relato que apresenta a RTp, grupo estatal português. numa narrativa conceituai construída a exc partir da "demissão em bloco da Directoria de Informação", novembro de 2004. Técnicas: Histórico• da descritiva e bibliográfica. Ogrupo RTP e sua relação com o poder, à imagem enquanto pauta na aC

90 Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. Comunicação eInformação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. conteúdo visa além do caráter técnico, também econômico. A introdução da televisão em Portugal ainda iria caminhar a passos lentos. Somente no final de 1955 surge, então, a escritura dos estatutos da RTP - uma entidade que iria assumir, por decisão governamental, a concessão do serviço público de televisão. O grande detalhe: em T\l exclusividade. Mas toda a estrutura da televisão pública seria acompanhada pelo poder Executivo, com regras muito bem definidas. O pesquisador Francisco Rui Cádima, da Universidade Nova de Lisboa, nos aponta que Marcello Caetano, na época, Ministro da Presidência, foi o responsável a Londres. vencer as resistências de Salazar à Contudo, somente em 1957, as introdução da televisão em Portugal, emissões passam a ser regulares, mas pois ficou com a tarefa de conceber precisamente, em 7 de março. o edificio que deveria ocupar a RTP Enquanto isso, segundo Coelho: e a constituição da Sociedade, de Salazar, o presidente do capitais mistos, que iria compor toda Conselho, pennanece divorciado a estrutura da emissora (CÁDIMA, do novo meio, Marcello Caetano, 1996, pp.27-26). o ministro da Presidência e Ainda a passos lentos, o projeto grande impulsionador da efetivo de uma televisão começou televisão, aproxima-se cada vez tomar forma em 1956. Em 1957 o mais, aproveitando todas as governo autorizou a compra dos virtualidades da televisão para primeiros equipamentos e dos estabelecer com a Nação uma terrenos para a instalação da RTP. 'intimidade' cada vez mais forte Segundo, Pedro Manuel Coelho, as (2003, p. 46). primeiras emissões experimentais da RTP foram de 1956, na Feira Como aponta o pesquisador Rui Popular, Lisboa. A primeira ocorreu Cádima, Marcello Caetano, "grande a 4 de setembro. Até final deste adepto da personalização do poder", mesmo mês, a data em que cessa o compreendeu, desde logo, a força do primeiro bloco de emissões meio e da forma como essa força experimentais a partir da Feira poderia ser utilizada, inclusive, por Popular, foram produzidas 24 interesses contrários ao que o Estado transmissões, em cerca de 50 horas pregava. O ministro da Presidência (2003, p. 46). Essa fase experimental achava a televisão "fortemente foi retomada em 1956, 3 de corruptível e presa fácil de dezembro, jáem estúdios, no Lumiar. aventureiros e charlatões" Mas, como bem lembram os (COELHO, 2003, p. 47)-confissão pesquisadores portugueses em que revela em 1977, três anos depois Comunicação, a televisão em da queda da ditadura e 20 anos sobre Portugal se dá 30 anos após o início o início das emissões regulares. das emissões regulares da BBC de Segundo Coelho, citando o

Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. 91 Comunicação e Informação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. pesquisador Rui Cádima, o então objetivo era fazer uso de todo o seu ministro na época, Marcello Caetano "saber comunicacional". afirmou que: Estabeleceu com o telespectador uma aliança, "pacto coloquial" Fui o primeiro membro do apontando, a seguinte colocação na governo a utilizar a TV para primeira transmissão: expor o país, em Junho de 1957, problemas de interesse geral. Pareceu-me conveniente que, Não oculto que segui os sobretudo no período que primeiros passos da estamos a viver, houvesse Radiotelevisão Portuguesa com possibilidade de contactos profundo interesse e entusiasmo freqüentes entre os que têm a até. Não imaginava que, anos responsabilidade do poder e o depois, como chefe do governo, comum dos portugueses. (...) Os ela me seria de tanta utilidade actuais meios de comunicação para o estabelecimento de uma permitem conversar directamente corrente de comunicação entre com as pessoas, sem formalismos, mim e o povo português. Mas sem solenidades, sempre que seja sabia, desde o início, que era um julgado oportuno ou necessário. instrumento ideal para o É essa conversa em família que governo se tornar popular ... se vou tentar estabelecer de vez em o merecesse (CÁDIMA, 1996, quando através da rádio e da p.35). televisão (CÁDIMA, 1996. 213). A história em Portugal revela muito bem o conhecimento do então Foi esse o panorama de ministro Marcello Caetano com nascimento e desenvolvimento da relação a TV. Em 7 de setembro de RTP. O grupo carrega esta marca 1968, após a "'queda' de Salazar histórica que vai contribuir para da 'cadeira', na residência de Verão sua condição ao longo dos anos. do Presidente do Conselho, no Estoril" (COELHO, 2003, p. 47), Para entender a RTP o então ministro o sucede, Raio X do grupo estatal português nüturalmente, ao poder. E ao contrário do que pensava o Criação da holding Rádio e antecessor - pois se dizia que não Televisão de Portugal SGPS. era bom orador, portanto, difícil Para além das funções de holding manter uma comunicação com o (controlo e serviços de suporte), país através da televisão - o comuns a todo o grupo, a Rádio Presidente Marcello Caetano não e Televisão de Portugal SGPS só utilizava a televisão para seus gere 4 áreas operacionais: pronunciamentos, "diálogo cara a Rádio e Televisão de Portugal cara", como também colocou a (RTP) - RTP 1, a dois, RTP­ televisão ao serviço do governo. Açores, RTP-Madeira, RTP A televisão em Portugal, sob o Internacional, RTP-África, domínio do governo Marcello RTPN, RTP Memória. Caetano, vai tomando forma. O Radiodifusão Portuguesa pesquisador Rui Cádima aponta (RDP): , , que em 1969 é o ano "em que a , RDP Internacional, informação televisiva se centrará RDP África, RDP Açores, RDP na figura televisiva de Marcello Madeira. Caetano". Começou o programa RTP - Meios de Produção; "Conversas em Família", cujo MediaParque.

92 Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. Comunicação e Informação, V 9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. Cenas do próximo capítulo BARROSO, 2004, p. 53). A colocação do correspondente Desde o dia 15 de novembro de estrangeiro fez parte de um concurso 2004 até O1 de dezembro de 2005 realizado pela RTP para atribuição foram dias tumultuados para o grupo de lugares em algumas delegações, de mídia RTP. A Direcção de tais como: Madrid, Guiné-Bissau e Informação anunciou no dia 15/11 Moçambique. Na época, o júri do um comunicado oficializando a concurso foi presidido por Rodrigues demissão em bloco. A partir da dos Santos, que teve sua decisão divulgação, a notícia começou a alterada pelo CA da empresa pública. circular e no dia seguinte tomou-se De acordo com os trâmites principal manchete nos jornais de internos da própria RTP, após uma Portugal. demissão o nome de substituição Em princípio da noite do próprio depende de um parecer da Alta dia 15/11 foi confirmada pelo grupo Autoridade para a Comunicação de mídia RTP a demissão da Social (AACS), neste exemplo, Direcção, nas quais não foram dadas exigiu tempo oportuno para a as justificativas para o sucedido. Administração. °comunicado foi subscrito por Devemos citar que anterior a este José Rodrigues dos Santos, Judite de acontecimento, o deputado socialista, Sousa, Miguel Barroso, Manuel da Arons de Carvalho - ex-secretário de Costa e Maria José Nunes, toda a Estado para a Comunicação Social equipe de Direcção de Informação, - requereu no Parlamento sobre a que na época, afirmou que: "a notícia do semanário Expresso que decisão foi tomada na sequência de dava conta de uma eventual demissão duas reuniões, mantidas...com o de José Rodrigues dos Santos. Conselho de Administração da ° "eventual" comentário no empresa pública (GASPAR; semanário Expresso provocou uma BARROSO, 2004, p. 53). Também audiência na AACS, quando na da equipe demissionária fazia parte época, Rodrigues dos Santos, foi o jornalista Carlos Daniel, que por ouvido acerca do requerimento do exercer funções na redação da deputado socialista. Segundo o JN, empresa, na cidade do Porto, não o diretor comentou aos jornalistas, à assinou o documento. Porém, em saída da reunião, que sua "realização pronunciamento ao Jornal de profissional não dependia do Notícias (lN), disse que também exercício do cargo. Admitiu, porém, tinha intenção de deixar a direção, que gostaria de permanecer no posto" por "solidariedade para com (GASPAR; BARROSO, 2004, p. Rodrigues dos Santos" (GASPAR; 53). BARROSO, 2004, p. 53). Esse acontecimento envolvendo Ao que apurou, na época, o JN, uma suposta saída de Rodrigues dos a demissão se deu pelo desagrado do Santos provocou uma grande ex-diretor em relação ao processo de preocupação no âmbito político no colocação de correspondentes no parlamento português. Durante toda estrangeiro. Num comunicado lido no à tarde, após a divulgação da notícia "Telejornal" da própria RTP, o no Expresso, os parlamentares de Conselho de Administração (CA) oposição, dos partidos PS (Partido mostrou-se "surpreendido com a Socialista), PCP (Partido Comunista demissão a surgir devido à simples Português) e BE (Bloco de Esquerda) discordância na colocação de um solicitaram esclarecimentos, pois correspondente" (GASPAR; segundo fonte governamental, o

Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. 93 Comunicação e Informação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. semanano "explicava que a de prováveis membros dos novos José continuidade do director Rodrigues cargos da equipe diretiva. A José dos Santos no cargo seria algo a ser administração deAlrnerindo Marques luga avaliado". e de Luís Marques, que mantinha boas para Em resposta deste episódio, o relações com Luís Marinho, era, COD partido PSD (Partido Social segundo o JN, "critério prioritário na aRl Democrático) anunciou, na época, a escolha a boa aceitação que os novos sem viabilização a audição do CAda RTP membros possam ter na Redacção" tran: na "Assembleia da República", mas (MARGATO, 2004, p. 61). Luís dos recusou a ida de qualquer membro Marinho foi diretor-adjunto no início aeq do Governo para prestar da TVI em Portugal, e também imp esclarecimentos sobre o caso. assumiu outros cargos na SIC. hav Paralelamente ao fato da demissão Segundo o lN, na época, as pud oficial da Direcção da RTP, foi motivações que originaram a dep anunciado o adiamento de uma demissão de José Rodrigues dos Mal "Grande Entrevista" que estava Santos, iriam ser apuradas pela RD: agendada para o dia 16/11/2004 do AACS, na qual ouviria o ex-diretor fren então Primeiro-Ministro, na época, e também a administração da RTP. Santana Lopes, que seria convidado da A AACS, ainda em novembro de imp jornalista Judite de Sousa (uma das 2004, iria esclarecer que tipo de espl demissionárias). Porém, segundo concurso interno foi estabelecido forr publicou o JN, o adiamento se deu para merecimento das vagas, a que porque o Primeiro-Ministro estava a alegação da interferência da traz se preparar para a discussão em administração na escolha de Rosa da~ plenário do Orçamento de Estado, urna Veloso, para correspondente em afu vez que o Ministro das Finanças ainda Madrid, uma vez que a jornalista mal se encontrava em convalescença tinha ficado na quarta posição na lista traI (GASPAR; BARROSO, 2004, p. 53). apresentada por Rodrigues dos edil No dia 17/11/2004 ainda Santos. A gravidade da eventual aSSl ocupando os principais diários de intromissão da administração da RTP Ojl Portugal, a RTP ainda era notícia já em contrária a decisão do director aec que a mesma anunciava o empenho Rodrigues dos Santos foi durante, Me da Administração em resolver com muito tempo, manchete principal nos CO( maior brevidade a substituição do diários de Portugal. Portanto, era Director de Informação, José importante investigar o caráter do COl in~ Rodrigues dos Santos. concurso. Miguel Barroso, um dos Começou o clima de especulação! demissionários da direção, em eSI Segundo informação do JN, a procura referência no lN, citou que: o nOI de uma solução consensual e interna, "concurso era oficial e cumpria todos Di] em que fontes mais próximas do os trâmites previstos". Paralelo a Po: processo apontavam o nome do atual questão de comunicação social e do diretor da Informação da RDP, Luís administrativa da RTP, a questão igl Marinho. "Ele é o nome mais política também agitava o cenário. adi apontado para assumir o cargo, lugar ° PSD entrou com uma requisição a ] que terá sido ponderado para outros no Parlamento para uma audiência an candidatos da casa, como Nuno da administração da RTP e também me Santos ou José Alberto de Carvalho, com o ex-director, José Rodrigues fi; e ainda, Eduarda Maio" noticiou o JN dos Santos. su (MARGATO, 2004, p. 61). Porém, as No dia 18111/2004 a O especulações continuavam. Os dois M administração da RTP nomeou Luís p( últimos nomes citados pelo JN eram Marinho, antigo RDP, para substituir

94 Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. Comunicação e Informação, V 9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. José Rodrigues dos Santos. Também também tiveram comunicado que só José Alberto de Carvalho para os voltariam aos cargos de chefia se o lugares de diretor e diretor-adjunto concurso que provocou a demissão para Informação da estação pública. de José Rodrigues dos Santos e, "por Com essas modificações, na época, arrasto, as suas, fosse impugnado, o a RTP tinha para preencher os cargos que a administração não estava semelhantes na RDP, jáque houve a disposta a fazer", segundo referência transferência do diretor e os nomes no JN (MARGATO, 2004, p. 57). dos restantes para formação de toda Para a direção da RDP, através a equipe. Foi cogitado também pela do site do Clube dos Jornalistas, imprensa de Portugal, que poderia acrescentou que a indicação de João haver uma única Direcção que Barreiros ao lugar de Eduarda Maia, pudesse unir RTP com a RDP. Mas, era um dos nomes já referidos depois da confirmação de Luís internamente. Luís Marinho e José Marinho para a RTP, deixando a Alberto de Carvalho já trabalharam RDP, essa hipótese não foi para juntos na SIC, durante o período da frente. direção geral de Emídio Rangel. Com alguns nomes definidos, a Contudo, Luiz Andrade, diretor imprensa de Portugal começava a de Programas, reagiu à hipótese da especular outras indicações para sua substituição. Ele afirmou ao JN formação da equipe. ° JN apurou que tudo não passava de boatos. Só que José Alberto Carvalho queria abandonaria o cargo em 2007, com trazer para sua equipe um jornalista o fim do mandato. Ironicamente, o da SIC, que na emissora privada tinha diretor de Programa afirma ao JN: a função de coordenador da edição "parece que tem muita gente matinal da SIC Notícias, e com quem interessada em meu cargo" trabalhou durante vários anos na (MARGATO, 2004, p. 57). edição no Jornal da Noite, onde Porém, a Alta Autoridade para a assumiu funções do mesmo género. Comunicação Social (AACS) °jornalista interessado para formar continuava avançando na a equipe de José Alberto era Miguel investigação sobre o concurso e Monteiro - que teria a tarefa de estava em busca de ouvir ajornalista coordenar o Telejornal. Rosa Veloso, a propósito do lugar que A imprensa portuguesa lhe foi atribuído, além da continuava na sua busca de administração e de Rodrigues dos informação, notícias precipitadas e Santos. Também coube a AACS especulações quando se tratava dos emitir um parecer vinculativo sobre nomes para formar a "equipa de as nomeações dos novos diretores, na Direcção de Informação" da RTP. época, para a RTP. Por isso, comentava-se que a escolha No dia 22/11/2004 os do restante dos nomes seria responsáveis pelas televisões igualmente sensível para a nacionais voltaram a fazer parte da administração da RTP. °fato era que agenda política do Parlamento em a proposta de uma ruptura com a Lisboa. José Rodrigues dos Santos anterior equipe invializou, pelo foi ouvido pela manhã desse mesmo menos à partida, as hipóteses de dia na Alta Autoridade para a manutenção de Carlos Daniel, Comunicação Social (AACS), para subdiretor de Informação para o logo mais à tarde ter seguido a Centro de Produção do Porto e de Assembleia da República, onde Miguel Barroso, ex-diretor-adjunto. prestou esclarecimentos sobre a Por outro lado, estes jornalistas mesma matéria: "as motivações que

Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. 95 Comunicação e Informação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. originaram o seu pedido de demissão pública. "Não houve, nem haverá adian do cargo de director da área nunca, ingerência do poder político que 11 informativa da estação pública" nestas questões de empresa" seme] (MARGATO, 2004b, 48). (MARGATO, 2004b, p. 48) ~ Almerindo Marques, presidente Palavras do Presidente da RTP, do conselho de administração da Almerindo Marques. RTP, também deu a sua versão aos Porém, as especulações e deputados logo depois do encontro investigações continuavam. Afinal, o com José Rodrigues dos Santos. E ponto de partida desta crise se deu, posteriormente, teve um encontro devido, a desautorização de José marcado com a entidade que zela pela Rodrigues dos Santos, com relação regulação do audiovisual nacional, a a escolha do correspondente de AACS. Madrid. N a versão de Almerindo A decisão da escolha dos Marques, a atribuição do lugar de correspondentes internacionais foi D correspondente da RTP em Madrid divulgada na RTP via intranet e AAC a uma jornalista que não se afixada sem que tivesse sido toda encontrava entre as primeiras três comunicado previamente, ao diretor Infon nomeações propostas pelo júri, que José Rodrigues dos Santos. Por outro sedei na época, foi presidido por Rodrigues lado, ojúri, presidido por Rodrigues N dos Santos, não pressuponha dos Santos, tinha classificado a capítl qualquer tipo de ilegitimidade. Em jornalista Rosa Veloso na quarta Direc explicação no JN, "cabe à posição. As explicações sobre o impn administração uma palavra final episódio ainda não tinha sido abordas o ex, nestas nomeações" (MARGATO, pelo ex-responsável pela Infonnação "inge ~ 2004b, p. 48). da estação pública, porque este Na edição do dia 22111/2004 o preferiu, na época ficar em silêncio. Cons' JNpublica as seguintes palavras do Porém, segundo fontes próximas e estaçi Presidente da Administração da RTP: publicadas noJN, "a imposição fmal explil da administração e a falta de aviso que" Tivemos boas razões em termos prévio foram vistas como uma forma nos e de gestão de recursos humanos de desautorização do então director" empr para optarmos pela (MARGATO, 2004b, p. 48). quadJ correspondente em causa em Contudo, existem duas versões funç detrimento dos seus colegas (...) sobre o conhecimento oficial da BAB O primeiro da lista, pediu ele colocação da correspondente expli próprio para ser correspondente internacional. Colegas da jornalista depu em África, em Moçambique; os dizem que esta já sabia da ida para levaI segundos classificados por nom€ razões de gestão interna de Madrid antes de se tomar pública, a 11 de Novembro de 2004. de II recursos humanos não com, apresentavam as melhores Contactada pelo JN, Rosa Veloso Santc condições e, por isso, negou a antecipação. ( entendemos que deveria ser o Porém o Conselho de Redacção quarto a ocupar o lugar. veio dizer que não existia efetivamente um regulamento interno No entanto, a suspeita de algum para este tipo de concurso, abrindo, tipo de irregularidade nesta escolha, um flanco para a variedade de traduzida no que vulgarmente se leituras e especulações por parte da chama de "cunha" em Portugal, imprensa portuguesa. segundo citação no JN, foi totalmente Mas, para a AltaAutoridade para descartada pelo presidente da estação a Comunicação Social (AACS)

96 Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. Comunicação e Informação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. verá adiantou, na época, ao JN, em nota, vistos, condicionante" ítico que neste episódio teria contornos (MARGATO; BARROSO, sa" semelhantes ao "caso Marcelo" I: 2004, p. 53).

Aparentemente, segundo oque foi Mas, quem acabou por se referido sobre a matéria, parece demitir, das funções de Director de ter havido uma interferência de Informação, foi o próprio José administração numa decisão Rodrigues dos Santos que, interna da Direcção de entretanto, ficou como sendo o "pivô Informação. Mas só depois de da história" retratado pelo Telejornal ouvidas as partes éque poderemos fazer uma avaliação rigorosa" ­ da RTPl. Palavras daAACS (MARGATO, Na época, o diretor 2004b, p. 48). demissionário foi falar também ao dos Parlamento e explicou a sua decisão, foi Dando continuidade ao fato, a colocando a questão na "balança da et e AACS também acabou por ouvir moral e da credibilidade": 1 A6 de Outubro de 2004, Marcelo ·.SidO toda a equipe da Direcção da Rebelo de Sousa anunciou que iria etor Informação, que por"solidariedade", ° Conselho de Administração cessar a sua colaboração com a ~utro se demitiu embloco. nomeou um correspondente em lVl, no qual exercia a função de Madrid contra as indicações Jgues No dia 23/11/2004, mais um comentador desde Maio de 2000. dadas pelo colectivo editorial da o a capítulo da demissão em bloco da "Esta decisão surgiu após uma Direcção de Informação e eu não intervenção do ministro Rui Gomes Direcção de Informação da RTP e a .arta posso pactuar com esse facto, sob da Silva, que manifestou o seu ~re o imprensa portuguesa destacava que pena de me tornar um boneco desagrado pela forma como o prdas o ex-diretor fazia acusações de (MARGATO; BARROSO, Governo era criticado por Marcelo /ação "ingerência editorial". 2004, p. 53). Rebelo de Sousa sem que houvesse leste Mas, para o presidente do lugar ao direito de resposta; aesta Conselho de Administração (CA) da Para Rodrigues dos Santos o intervenção seguir-se-ia uma pcio. conversa com Miguel Paes do cargo de Director de Informação ~as e estação pública,Almerindo Marques, Amaral, presidente da Media Capital, ffmal explicou em Comissão Parlamentar, acarreta ''umconjunto de poderes que na qual este teria pedido aMarcelo ~viso que "aceitar a classificação ordinal são inalienáveis", já que, "é o que moderasse as suas críticas. A pnna nos concursos internos iria dividir a responsável pelos conteúdos situação foi tanto mais polémica ~tor" empresa, levando à demissão de um informativos. Escolhem-se alguém quanto às intervenções do 'professor Marcelo' eram ouvidas quadro superior da RTP a exercer contra a minha indicação, eu não regularmente por uma vasta bões funções algures" (MARGATO; posso responsabilizar-me pelo audiência televisiva". ~l da BARROSO, 2004, 53). Assim trabalho dessa pessoa", conclui o ex­ Apesar de a direcção do grupo lente explicou Almerindo Marques aos diretor ao JN. Media Capitalter na altura declarado ~lista deputados algumas das razões.que Contudo, a imprensa portuguesa que a decisão do ex-presidente do PSD foi da sua exclusiva ~para levaram o CA a não aceitar as fez a pergunta: exitiram pressões que responsabilidade, abriu-se a fca,a nomeações propostas pela Direcção o tivessem levado a esta decisão? polémica sobre eventuais restrições 004. de Informação (DI), na época, Rodrigues dos Santos esclareceu na à liberdade de imprensa. Hoso comandada por José Rodrigues dos época: "Não fui pressionado, se A Alta Autoridade para a Santos. considerarmos pressão como uma Comunicação Social resolveu intervir Ou seja, apontou o JN: ameaça, directa ou indirecta" e investigar. Foram realizadas :cção audiências com vários dirigentes de istia (MARGATO; BARROSO, 2004, p. se a lista proposta pela DI fosse orgãos de comunicação social. A ~rno 53). AACS acabou por concluir que levada em conta por ordem de Indo, Uma retrospectiva merece "houve pressões do Governo e classificação, demitir-se-ia de promiscuidade entre opoder político e de imediato alguém que o CA destaque neste episódio. Quando José Rodrigues dos Santos chegou a e económico, tanto no caso do te da considera importante para a "Professor Marcelo" na TVI, como Director de Informação, foi ele estação pública. Ficaram por no caso da direccção do Diário de para apurar contornos mais precisos mesmo o responsável, com Notícias, que entretanto mudou de ~CS) desta frase enigmática e, pelos autorização do CA para a mãos num processo acidentado".

Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. 97 Comunicação e Informação. V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. pois ojl implantação de concursos internos susceptibilidade desses jornalistas" ao qua4 para atribuição de cargos de chefias (MARGATO; BARROSO, 20Mb, Porto, j ou de correspondentes. "Antes, as p. 61). Ainda completou: "é dever da da nomeações eram feitas por escolha administração salvaguardar os seus TVI. ainda c directa e notavam-se muitas quadros, protegê-los" e ressaltou entende influências e arbitrariedades", ainda que: "as revelações de decisã explica Rodrigues dos Santos ao JN Almerindo Marques poderiam criar aprese (MARGATO; BARROSO, 2004, p. situações constrangedoras" (MARGATO; BARROSO, 2004b, "proble 53). Ac Desde Setembro de 2002 foram p. 61). Essa foi à opinião de Luís Pedro feitos 14 concursos internos na RTP. Marques em relação ao depoimento WashiJ Justamente no 15°. que houve um do presidente da RTP em Comissão negam grande problema entre a DI e o CA. Parlamentar. manif Almerindo Marques, explicou aos Para o JN, o braço direito do peranl deputados que nunca foi levado em presidente da RTP desvalorizou o a Marql conta a ordem de classificação da afirmação de Almerindo Marques­ 2004b lista de jornalistas entregue pelo DI, "um quadro superior a exercer Pc como aponta o JN. .. mas apenas o funções ter-se-ia demitido, se de no' critério de apto ou inapto. tivéssemos assumido a classificação Chegl Apesar deste episódio, o ordinal". E admite que possa, sim ter doepl presidente adiantou que a jornalista havido um problema de ojom escolhida, que ficou em quarto lugar interpretação: "numdebate de quatro exerc na lista da DI, tem mais qualificações horas há situações de grande tensão impre do que o segundo da lista: que podem gerar alguns momentos Duar1 "ressalvados os critérios de equívocos na interpretação" na lü jornalísticos, a colocação de um (MARGATO; BARROSO, 20Mb, conb correspondente é um acto de gestão, p.61). posie o concurso não foi homologado pois A declaração do presidente Madi a DI considerou apenas a escolha por Almerindo Marques a Comissão vária critérios editoriais", explicou o Parlamentar trouxe várias dúvidas da F presidente (MARGATO; porque foi citado o nome de Pedro Aute BARROSO, 2004, p. 53). Além de Bicudo, correspondente em Soci tudo, "é que a RTP também quer os Washington, e o quinto classificado cone seus funcionários em serviços de do concurso. De acordo com o JN, fato! representação da empresa, assim seria ele o tal "quadro superior" que, ] como a fazer a gestão da delegação supostamente, teria ameaçado regl onde são colocados" finaliza o demitir-se se o lugar fosse preenchido pare presidente. por Duarte Valente, o segundo da A polêmica da demissão em COrl lista. Esta versão tornou-se "popular resp bloco da Direcção de Informação da nos corredores da Assembleia, mas, Infe RTP continuava a estampar os poroutro lado, foi consideradapouco com principaisjornais de Portugal. No dia legítima para fontes mais próximas falt: 24/1112004 a administração da RTP, do processo" (MARGATO; res] através do "braço direito" do BARROSO, 2004, p. 53). De acordo adll presidente da estação pública, Luís com outras afirmações, esse Inf, Marques, explicou que as comentário não passa de informação coI declarações tidas como "polémicas para confundir os partidos de Ma do presidente, apenas quiseram dizer oposição. dOI que o acrescento de mais detalhes Ao que o JN apurou, na época, Sar sobre os candidatos ao lugar em Pedro Bicudo não tinha razão para Madrid poderia vir a ferir a evocar o segundo lugar no concurso,

Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. 98 Comunicação e Informação, V9, nO 1: pág 90- 102 - ían/jun. 2006. pois o jornalista há 7 anos pertencia a escolha concreta para o cargo ao quadro de redação da RTP, no de correspondente da RTP no Porto, já passou antes pela redação estrangeiro é uma função que cabe à direcção de Informação, da TVI. As mesmas fontes disseram a qual a deve exercer por inteiro, ainda que teriam dificuldades de sem condicionalismos nem entender como é que essa tal outra entraves (MARGATO, 2004b, decisão, baseada na ordem p.61). apresentada, poderia provocar "problemas internos". Essa decisão da AACS foi à A eventual ligação do jornalista mesma posição defendida pelo ex­ Pedro Bicudo, correspondente em director da Informação, José Washington, ao caso foi totalmente Rodrigues dos Santos. Por isso, a negada. "Não houve sequer nenhuma AltaAutoridade recomendou que "no manifestação sua de desagrado futuro, estas decisões estejam sujeitas perante o concurso", afirma Luís à livre indicação do director de Marques (MARGATO; BARROSO, Informação, ressalvando que seria de 2004b, p. 61). toda a utilidade que existissem regras Porém, a investigação e citação de concurso aprovadas pela direcção de novos nomes não pararam por aí. e administração da empresa" Chegaram a comentar que o enigma (MARGATO, 2004b, p. 61). do episódio seria Carlos Fino. Mas, Também, coube a AACS a o jornalista encontrava-se no Brasil aprovação dos novos Directores de exercendo funções de assessor de Informação. Os dois indigitados imprensa na embaixada de Portugal. cumpriram os requisitos legais para Duarte Valente, o segundo colocado assumirem os quadros e respectivas na lista, disse que continuava sem funções: Luís Marinho e José Alberto conhecer oficialmente o seu de Carvalho, para diretor e adjunto, posicionamento na nomeação para Direcção de Informação. Madrid, apesar de ter solicitado, Em 10/12/2004 o episódio da várias vezes aos Recursos Humanos demissão em bloco da equipe de da RTP. Enquanto isso, a Alta Direcção de Informação (DI) da RTP, Autoridade para a' Comunicação finalmente, foi resolvida com a Social (AACS) estava preste a aquisição de José Manuel Portugal, concluir a minuciosa apuração dos que ficou responsável pela delegação fatos. de Coimbra, onde, aliás, a RTP e No dia 01/12/2004 o órgão RDP funcionam em mesmo local. regulador, a AACS, concluiu o José Manuel foi o terceiro da parecer de que a escolha de subdirecção, que ainda foi composta correspondentes caberia aos por: Carlos Daniel e Miguel Barroso, responsáveis pelo departamento de estes últimosjá com experiência nas Informação da RTP. A entidade funções, uma vez que foram considerouque houve ''uma criticável reconduzidos dos cargos. falta de clareza na separação de Na área da produção, a recente responsabilidades entre dupla directiva Luís Marinho e José administração e direcção de Alberto Carvalho (adjunto) optaram Informação", no episódio da por manter também os anteriores colocação de um jornalista em responsáveis: Maria José Nunes e Madrid, que deu origem a demissão Manuel da Costa. As indicações do então diretor José Rodrigues dos oficiais foram encaminhadas para a Santos (MARGATO, 2004b, p. 61). Alta Autoridade - órgão regulador AAACS ainda acrescentou que: em que cabe ter a última palavra

Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre o RTP. 99 Comunicação e Informação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. sobre as nomeações, embora, a história, identidade televisiva que se Informaç apreciação não tenha caráter confunde com a identidade do povo Geral. C vinculativo. português, certamente, por conta de Veloso n José Manuel Portugal ficou décadas de hegemonia. Contudo, com Madrid j responsável pela área da informação abertura do capital midiático no país, recomenc não diária e regional, função que e a entrada de novos grupos, como a e indic~ acumulava com o cargo que exerceu SIC e a TVI, essa identidade nacional diretam em Coimbra. Carlos Daniel ficou entre o português e a RTP vem Informal exercendo semelhante papel a partir ganhando, ao longo dos anos, uma regras di do Centro de Produção do Porto. nova relação: criticidade porparte do Direcçã As condições dos responsáveis receptor, investimento por parte do empresa. reconduzidos foram o maior motivo emissor, atenção por parte de todos, aprovaç~ desta demora na indicação do restante principalmente, do cidadão e da Informa~ da equipe. Afinal, os membros mídia privada. Afinal, em Portugal, Por provenientes da anterior gestão se o cidadão paga um pequeno tributo envolve demitiram em solidariedade com José embutido na taxa de eletricidade para rádio e Rodrigues dos Santos e que a a holding Rádio e Televisão estatal. direção polêmica colocação da jornalista O caso da demissão embloco da páginas Rosa Veloso como correspondente Direcção de Informação da RTP apuraçã em Madrid se manteve inalterada. demonstrou a relação de poder na regulad< Almerindo Marques, o presidente do estação, que não foi favorável ao para a ' Conselho de Administração, já o cumprimento das normas, conhec garantiu. valorização da ética e populaç Os jornalistas reconduzidos na responsabilidade administrativa, de o panor Direcção de Informação exigiram a maneira a contribuir também nas favorece criação, num curto espaço de tempo, produções e nojornalismo. Contudo, midiátic de um regulamento para os concursos a partir desse exemplo da demissão internos. A nova equipe - Luís e não cumprimento das regras de um Abstract Marinho, José Alberto Carvalho, concurso interno, desvendaram mais lhe auth Miguel Barroso, José Manuel um acontecimento envolvendo a RTP, communic Portugal e Carlos Daniel - tiveram e devido as publicações das notícias, point viev um ponto comum na carreira, todos ao longo das semanas, possibilitram made b~ passaram pela SIC a convite de maior percepção por parte da Communic Emídio Rangel. Miguel Barroso foi população, porparte do contribuinte. portugu~ o que permaneceu menos tempo em Esse ponto é muito positivo. O caso Keyword: Carnaxide. da demissão na RTP rendeu muitos investigat comentários e discussões no Considerações finais cotidiano dos portugueses. Referên Outro ponto relevante de nosso O olhar do estrangeiro sob a RTP registro foi a entrada e participação BALSEMi é um olhar por demais rico, na das investigações por parte da Alta POLíTICO perspectiva de curiosidade, análise e Autoridade para a Comunicação 2004a. p comparação. Verificar esses Social (AACS) - órgão regulador em BARROS< mais no acontecimentos envolvendo a RTP foi que cabe ter a última palavra sobre Porto,2( pordemais interessante, no qual nos as nomeações - no qual teve CÁDIMA. apontou para um inedismo, sob o importante papel no esclarecimento televisão ponto de vista de análise acadêmica dos fatos e na conclusão dos 1996. e também pessoal, assim como para acontecimentos. De acordo com a CAMPQt reflexão sobre quais caminhos foram AACS o parecer de escolha de proximil percorridos por parte do grupo correspondentes caberia aos imprensé estatal. Falar da RTP é falar de uma responsáveis do departamento de 289.

100 Maria Érica de Oliveira Uma. Uma narrativa sobre o RTP. Comunicação e Informação, V 9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006. Informação e não a Administração COELHO, Pedro Manuel Rouxinol Samina. A1V Geral. Contudo, a jornalista Rosa de proximidade e os novos desafios do espaço público: um estudo sobre a situação Veloso manteve sua colocação em portuguesa. (Dissertação - Mestrado). Madrid inalterada. Mas, a AACS Faculdade de Ciências Sociais e Humanas. recomendou que nas futuras decisões Universidade Nova de Lisboa, 2003. p. 219. e indicações sejam vinculadas "ECRÃ CASEIRO CONTINUA ASER UMA ESPÉCIE diretamente ao Director de DE ANESTÉSICO". Jornal de Notícias, Porto, Informação, além de clareza nas 21/11/2004b. p. 65 regras dos concursos por parte da ESTEVES, João Pissarra. Os media eaquestão Direcção e Administração da da identidade: sobre as leituras pós-modernas empresa. Também coube a AACS a do fim do sujeito. ln: MIRANDA, José A. Bragança aprovação dos novos Directores de de; SILVEIRA, Joel Frederico da. (Orgs). As Informação. ciências da comunicação na viragem do século Por fim, esse acontecimento XX. Actas do I Congresso da Associação envolvendo a estação pública de Portuguesa de Ciências da Comunicação. rádio e televisão, conflito entre Lisboa: Veja, 2002. pp. FAUSTINO, Paulo. A imprensa em Portugal: direção e admistração, relatos nas transformações e tendências. Lisboa: Media páginas de jornais, nos telejornais, XXI, 2004. p. 260 apuração por parte de um órgão FIGUEIREDO, Alexandra; CÁDIMA, Francisco Rui; regulador como a Alta Autoridade MARTINS, Zélia. Os media regionais em para a Comunicação Social e o Portugal. ln: PINHO, José Benedito. Anuário conhecimento por parte da Internacional de Comunicação lusófona. população, demonstraram o quanto LUSOCOM - Federação Lusófona de Ciências o panorama instituicional e social da Comunicação / INTERCOM - Sociedade favorecem a democracia e o espaço Brasileira de Estudos Interdisciplinares da midiático. Comunicação. Ano 1, n° 1. Lisboa/São Paulo, abril de 2003. pp. Abstract GASPAR, Ana. Recuperação de espólio da RTP concluída em 2007. Jornal de Notídas, Porto, The author analyses the contribution to 23/10/2004a. p. 61. communication democrattic processes from de GASPAR, Ana. Instalações ampliadas para point viewof the results of the investigation receber arquivos da RTP. Jornal de Notícias, made by the High Authority on Social Porto, 23/12/2004b. p. 53. Communication on the information board of GASPAR, Ana. "Não vamos ter o canal de que todos gostam". Jornal de Notídas, Porto, 26/ portuguese television RTP. Keyword: portuguese television, democracy, 12/2004c. p. 61. GASPAR, Ana. RTP compra nova versão de "A investigation. escrava Isaura". Jornal de Notídas, Porto, 24/ Referências 12/2004d. P53. GASPAR, Ana; BARROSO, Ricardo Paz. Direcção BALSEMÃO CRITICA USO DOS MEDIA POR de informação demite-se em bloco. Jornal de POLÍTICOS. Jornal de Notícias, Porto, 17/10/ Notícias, Porto, 16/11/2004. p. 53. GUTIÉRREZ OLÓRTEGUI, Mario. Imagens e 2004a.p.65 BARROSO, Ricardo Paz. RTP investe cada vez imaginários de la televisión global. Dia Logos mais no documentário. Jornal de Notícias, de la comunicación. Lima. N 9° 45. junio de Porto, 20/11/2004. p. 57 1996, pp. 30-38. CÁDIMA, Franciso Rui. Salazar, Caetano e a JANEIRO, Diogo. Avaliação negativa do televisão portuguesa. Lisboa: Ed. Presença, jornalismo português. Jornal de Notícias, Porto, 18/11/2004. p. 57 1996. CAMPONEZ, Carlos. Jornalismo de. LOPES, Felisbela. Estratégias e rumos no proximidade: rituais de comunicação na panorama audiovisual português. ln: PINTO, imprensa regional. Coimbra: Minerva, 2002. p. Manuel. (Org.). Acomunicação e os media em Portugal (1995~ 1999): cronologia e leituras 289.

Maria Érica de Oliveira Uma. Uma narrativa sobre o RTP. 101 Comunicação e Informação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun.2oo6. de tendências. Departamento de Ciências da www.bocc.ubi.pt/pag/li ma-eri ca-rtp-Iocal-' Sob Comunicação, Instituto de Ciências Sociais da global.pdf 2005. info Universidade do Minho, Braga: 2000. pp. PCP RECLAMA RETIRADA DA RTPi DA REDE CABO MACIÁ MERCDÉ, Juan. "La fuerza dei periodismo SUIÇA. Jornal de Notícias, Porto, 14/12/2oo4c. Lo~ local en la era de la globalizacón electrónica". p.56. ln: RAMOS FERNÁNDEZ, Fernando. Estúdios de ROCHA, João Manuel. Um suspiro de alívio na soei periodística V. Número Especial dedicado ai RTP. Público. Lisboa, 27/09/2004. p. 45. Periodismo Local. Facultad de Ciencias Sociales, RTP DEVE RECEBER 150 MILHÕES DE EUROS fria Universidade de Vigo, Pontevedra, 1997. pp. EM 2005. Jornal de Notícias, Porto, 17/101 Mes 45-67. 2004d. p. 65 Unil MARGATO, Dina. Últimas notícias da RTPN na RTP AÇORES QUER REFORÇAR A PRODUÇÃO Ape; RTP Internacional. Jornal de Notícias, Porto, PRÓPRIA. Jornal de Notícias, Porto, 30/101 Com 17/10/2004a. p. 65 2004e. p. 57. f-m ___o Luís Marinho é o mais provável RTP OFICIALIZA COOPERAÇÃO COM TV sucessor. Jornal de Notícias, Porto, 17/11/ MOÇAMBICANA. Jornal de Notícias, Porto, 301 lIan. 2004b. p. 61. 10/2004f. p. 57. Gra, ___o José Alberto de Carvalho à frente da SANTOS, Agostinho. RTP encerra serviço de Informação. Jornal de Notícias, Porto, 18/11/ chat do Teletexto. Jornal de Notícias, Porto, Gra 2004c. p. 57. 19/11/2004a. p. 61. f-n

___o Vitória da RTP quebra jejum de uma SANTOS, Agostinho. "Fazer ficção histórica é década. Jornal de Noticias, Porto, 22/02/2005. fazer TV com dignidade". Jornal de Notíáas, Re MARGATO, Dina; BARROSO, Rícardo Paz. Porto, 02/01/2005. p. 57. Tn Director faz acusações de ingerência editorial. SIMÃO, Helena. Canal Óbidos será lançado em dis Jornal de Notícias, Porto, 23/112004a. p. 53. janeiro. Jornal de Notícias, Porto, 14/11/2004. iss MARGATO, Dina; BARROSO, Ricardo Paz. p.61. ae Administração explica episódio bicude que SOUSA, Helena; SANTOS, Luís Antonio. "RTP e en criou. Jornal de Noticias, Porto, 24/11 /2004b. serviço público: um percurso de pe p.61. inultrapassagem, dependência econtradição". es] MARQUES, Alexandre. Guterres acusa Governo ln: PINTO, Manuel (Org.). tTelevisão e pa de tentar controlar os media. Jornal de cidadania. Departamento de Ciências da de Notícias, Porto, 12/11/2004. p. 18. Comunicação, Instítuto de Ciências Sociais da aI OLIVEIRA LIMA, Maria Érica de. RTP: local ao Universidade do Minho, Braga: 2003. pp. 55­ cc global. Bocc online. Disponível em: http:// 75. PI l \1". TV ..,I'.r;-...... J -.,'

Data do recebimento: 20/02/2006 Data do aceite: 17/04/2006

102 Maria Érica de Oliveira Lima. Uma narrativa sobre oRTP. Comunicação eInformação, V9, nO 1: pág 90-102 - jan/jun. 2006.