ANNE MICHELINE SOUZA GAMA – DISSERTAÇÃO (PPGH) 2015.Pdf
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE HUMANIDADES – CH PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA ANNE MICHELINE SOUZA GAMA CAPITÃES DE SALVADOR: AS REPRESENTAÇÕES DO URBANO E DAS RELAÇÕES SOCIAIS NA OBRA CAPITÃES DA AREIA DE JORGE AMADO CAMPINA GRANDE – PB ABRIL/2015 UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA ANNE MICHELINE SOUZA GAMA CAPITÃES DE SALVADOR: AS REPRESENTAÇÕES DO URBANO E DAS RELAÇÕES SOCIAIS NA OBRA CAPITÃES DA AREIA DE JORGE AMADO Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História do Centro de Humanidades da Universidade Federal de Campina Grande – PB como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em História, na Linha de Pesquisa Cultura e Cidades da Área de Concentração em História, Cultura e Sociedade. Orientador: Prof. Dr. Antonio Clarindo Barbosa de Souza CAMPINA GRANDE – PB ABRIL/2015 Dedicado aos amadores, não digo os que amam de forma “amadora”, mas os que amam até as dores. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente por estar viva. Superar as dificuldades cotidianas, sacudir “a poeira e dar a volta por cima”. Agradeço a Deus por todos os momentos felizes. E também aos tristes, pois eles podem nos trazer grande aprendizado, nos fazer mais fortes e saber valorizarmos as vitórias alcançadas. Vivencio um momento de enorme alegria e de grande conquista. Agradeço aos meus familiares que sempre me acompanharam e incentivaram. Muito obrigada à minha “mainha” Artemia; ao meu filho Thiago, aos meus quatro avôs Manoel, Paula, Maria Luísa e Odon; aos meus primos Michel, Paola, Ares, Eros, Odara; às minhas tias Márcia, Artenize, Marcela e Luciene. Grata pelo amor! Aos amigos do Pré Vestibular UFCG, em especial os queridos Paulinho e Fábio, as flores Eulina Souto e Débora Sousa, e a grande companheira Harriet Galdino. Agradeço às amigas do Capsi que sempre me incentivaram: Graça Maciel, Sileide, Sônia, Erika, Andrezza, Socorro Borges, Socorro Alves, Lourdinha e Talitha. Agradeço aos colegas do mestrado pelo companheirismo nessa jornada, e com carinho às “lindas e cultas” Alana Calvacanti, Alanny Paulo, Gilmara Tavares, Karilene, Francisca, Izabelle Ramos, Zulene Rocha e Tatiane Vieira. Grata pela amizade! Aos professores do PPGH-UFCG pelos conhecimentos adquiridos e convívio de respeitabilidade mútua, em especial prof. Keila Queiroz, prof. Iranilson Buriti de Oliveira, prof. Alarcon Agra do Ó, prof. Gervácio Batista Aranha. Agradeço de mesma forma ao financiamento da pesquisa pela CAPES. Grata pelos incentivos! Agradeço com tamanho apreço aos membros da banca examinadora que me acompanham desde a qualificação. À professora Telma Dias Fernandes pela atenção, leitura dedicada e sugestões valiosas. Ao professor José Benjamim Montenegro pelos saberes compartilhados e contribuições constantes ao trabalho, bem como a confiança de colaboração em bancas de monografias. Grata pelos conhecimentos! Agradeço incomensuravelmente ao meu orientador professor Antonio Clarindo Barbosa de Souza, mais que um professor é um amigo querido, mostra grande empenho no que faz e de uma capacidade intelectual ímpar, um verdadeiro tutor acadêmico. Grata pela dedicação! Agradeço ao Amado, por ser uma inspiração. Companhia de muitas noites e madrugadas. Ao seu lado aprendi a amar e a sentir-me amada,aprendi a respeitar e ser respeitada e principalmente aprendi que não podemos ter medo de lutar para ser feliz, devemos vencer nossos obstáculos. Salve Jorge! Estou feliz por fechar mais um ciclo em minha vida, apesar do pesares, vivenciando dias de angústia e solidão. O presente trabalho ao seu modo encheu meu coração de energia, me fazendo aceitar e amar até mesmo meus dias mais tristes, sempre me fazendo companhia e tendo por fonte a literatura me fez viajar no tempo e nos espaços. Mais um degrau concretizado no caminho dos meus sonhos como pessoa e como profissional. Findo meus agradecimentos com as palavras de Marcel Proust: “Sejamos gratos às pessoas que nos fazem felizes. Eles são os jardineiros encantadores que fazem nossas almas florescerem.” Sejamos gratos! Sejamos amados! As pulgas sonham com comprar um cão, e os ninguéns com deixar a pobreza, que em algum dia mágico a sorte chova de repente, que chova a boa sorte a cântaros; mas a boa sorte não chove ontem, nem hoje, nem amanhã, nem nunca, nem uma chuvinha cai do céu da boa sorte, por mais que os ninguéns a chamem e mesmo que a mão esquerda coce, ou se levantem com o pé direito, ou comecem o ano mudando de vassoura. Os ninguéns: os filhos de ninguém, os donos de nada. Os ninguéns: os nenhuns, correndo soltos, morrendo a vida, fodidos e mal pagos: Que não são, embora sejam. Que não falam idiomas, falam dialetos. Que não praticam religiões, praticam superstições. Que não fazem arte, fazem artesanato. Que não são seres humanos, são recursos humanos. Que não tem cultura, têm folclore. Que não têm cara, têm braços. Que não têm nome, têm número. Que não aparecem na história universal, aparecem nas páginas policiais da imprensa local. Os ninguéns, que custam menos do que a bala que os mata. (Os ninguéns. In: O livro dos Abraços - Eduardo Galeano) RESUMO A narrativa literária pode nos servir como uma “fonte privilegiada” que nos possibilita o contato com tempos e espaços que desconhecemos. O presente trabalho, norteado pelas relações entre História e Literatura, objetiva apresentar as possíveis representações da cidade de Salvador e de suas das relações sociais através da obra de Jorge Amado (1912-2001). Escolhemos como fonte o romance Capitães da Areia (1937) o qual relata experiência de vida de um grupo de menores abandonados, homônimos da obra, mostrando a luta dos indivíduos na nítida dicotomia Cidade alta x Cidade Baixa. Para o desenvolvimento da nossa análise partimos de revisão bibliográfica acerca do tema e biográfica do escritor. Utilizamos como aporte teórico a História Cultural, a saber, os conceitos de Roger Chartier (representações) e de Michel De Certeau (práticas culturais, táticas), entre outros, bem como o debate a respeito dos usos da literatura como fonte historiográfica. Nossas considerações são de que a narrativa literária pode se apresentar enquanto representação da realidade. Desenvolvemos o que Sandra Pesavento denominou por “História Cultural do urbano” que seria a proposta de estudar a cidade através de suas representações. Esperamos ser o presente trabalho mais uma contribuição aos estudos do urbano e de suas sociabilidades, mostrando que estas, em grande parte, se dão de forma desarmônica. Palavras-chaves: Literatura. Jorge Amado. Salvador. Menores abandonados. ABSTRACT The literary narrative can serve us as a "prime source" that enables us up with times and places unknown to us. This work was guided by the relationship between history and literature, aims at presenting the possible representations of the city of Salvador and their social relations through the work of Jorge Amado (1912-2001). We chose as a source novel Captains of the Sands (1937) which relates life experience of a group of abandoned children, the work homonyms, showing the struggle of individuals in sharp dichotomy City High vs. Low City. For the development of our analysis we start with a literature review on the subject and biographical writer. The theoretical contribution to cultural history, namely the concepts of Roger Chartier (representations) and Michel de Certeau (cultural practices, tactics), among others, and the debate about the uses literature as a historiographical source. Our considerations are that the literary narrative can present as a representation of reality. Developed what Sandra Pesavento called for "Cultural History of urban" that would be the proposal to study the city through its representations. We expect this work to be another contribution to the urban studies and their sociability, showing that these, largely occur in a disharmonious way Keywords: Literature. Jorge Amado. Salvador. abandoned children. SUMÁRIO INTRODUÇÃO: “Se for de paz, pode entrar.”______________________ p.11 CAPÍTULO I – “... Mas feliz mesmo era o Jorge, que era Amado” ____ p. 25 1.1 Jorge Amado: a escritura da vida ____________________________ p. 28 1.2 As fac(s)es de Jorge Amado e sua obra na década de 1930 _______ p. 33 1.3 Os Capitães entre a Baixa e a Alta cidade _____________________ p. 44 CAPÍTULO II – Transformando pedra em texto: as representações literárias de salvador em capitães da areia_______________________ p. 55 2.1 Cidade de Salvador: da tipografia para topografia ________________ p. 57 2.2 Entre altos e baixos: espaços de dicotomia em Capitães da Areia____ p. 68 2.3 A cidade e as doenças: o “alastrim” em Salvador e as atribuições de Omolu ___________________________________________________________ p. 79 CAPÍTULO III – De todas as cores: Os personagens de Capitães da Areia e a tipologia social ____________________________________________ p. 87 3.1 Como nasce um personagem? _______________________________ p. 88 3.2 A criação das personagens amadianas ________________________ p. 92 3.3 Os personagens e a tipologia social em Capitães da Areia_________ p.100 CONSIDERAÇÕES FINAIS ___________________________________ p.120 ANEXOS __________________________________________________ p. 123 FONTES___________________________________________________ p.127 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _____________________________ p.128 REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS________________________________ p.135 INTRODUÇÃO – “SE FOR DE PAZ, PODE ENTRAR.” “Somos o resultado dos livros que lemos,