UNIVERSIDADE NOVE JULHO - UNINOVE PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE - GeAS

PAULINA APARECIDA ARCE

BORBOLETAS COMO INDICADORES BIOLÓGICOS DE QUALIDADE DO AR: UM ESTUDO NOS PARQUES URBANOS DA CIDADE DE OSASCO - SP

São Paulo 2015

PAULINA APARECIDA ARCE

BORBOLETAS COMO INDICADORES BIOLÓGICOS DE QUALIDADE DO AR: UM ESTUDO NOS PARQUES URBANOS DA CIDADE DE OSASCO - SP

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Gestão Ambiental e Sustentabilidade.

Orientador: Prof. Dr. Gustavo Silveira Graudenz Co-Orientadora: Dra. Eliane Tigre Guimarães Sant’Anna

SÃO PAULO 2015

Arce, Paulina Aparecida.

Borboletas como indicadores biológicos de qualidade do ar: um estudo nos parques urbanos da cidade de Osasco – SP./ Paulina Aparecida Arce. 2015. 122 f. Dissertação (mestrado) – Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, 2015. Orientador (a): Prof. Dr. Gustavo Silveira Graudenz.

1. Gestão ambiental. 2. Indicadores biológicos. I. Graudenz, Gustavo Silveira. II. Titulo

CDU 658:504.06

PAULINA APARECIDA ARCE

BORBOLETAS COMO INDICADORES BIOLÓGICOS DE QUALIDADE DO AR: UM ESTUDO NOS PARQUES URBANOS DA CIDADE DE OSASCO - SP

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Administração da Universidade Nove de Julho – UNINOVE, como requisito para a obtenção do grau de Mestre em Gestão Ambiental e Sustentabilidade, pela Banca Examinadora, formada por:

São Paulo, 17 de dezembro de 2014

______Presidente: Prof. Gustavo Silveira Graudenz, Dr. – Orientador, UNINOVE

______Membro : Profa. Eliane Tigre Guimarães Sant’Anna, Dra., USP

______Membro : Prof. Marcelo Luiz Dias da Silva Gabriel, Dr. – UNINOVE

Ás borboletas, que com sua beleza e simplicidade me fizeram entender a poderosa relação entre os seres vivos deste planeta e a importância de defender a natureza. DEDICO.

AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Gustavo Graudenz, pelo desafio de me orientar, pela paciência e por me guiar nesta caminhada. À Dra. Eliane Tigre, pelo companheirismo, cumplicidade, pela paciência, pela generosidade e pelos ensinamentos científicos, meu eterno obrigada. Ao Prof. Dr. Marcelo Duarte, pelo apoio neste trabalho, pela generosidade de sempre, que foi fundamental para a iniciativa deste trabalho. Ao Prof. Dr. André Freitas, pela generosidade, pelas contribuições a respeito das borboletas. Suas orientações enriquecem muito este estudo e meu trabalho. À Dra. Marisa Domingos, pela generosa contribuição no entendimento dos dados, meu eterno obrigado. Ao Dr. Lucas Kaminski, pela ajuda na identificação de algumas espécies. Ao Prof. Dr. Marcelo Gabriel, por me ensinar estatística de uma maneira tão divertida. Sem sua ajuda, com certeza eu só enxergaria números e nada mais. Ao Professor Mauro Ruiz, pela sincera amizade e pelo apoio. Suas contribuições são preciosas para mim. Ao Dr. Paulo Afonso, da FMUSP, que gentilmente contribuiu para o meu estudo cedendo o aparelho eletrônico e me dando orientações para melhorar a metodologia. Ao Prof. Dr. Gustavo Accácio, que generosamente me ajudou a identificar as espécies coletadas e dividiu seu conhecimento comigo. Obrigadão! Ao Prof. Dr. Alexandre Ruszczyk, pela generosidade, por não medir esforços para me ajudar mesmo estando tão distante. À equipe do Borboletário de Osasco, pela ajuda imensa e valiosa. Sem o apoio das meninas, com certeza nada disso seria possível. Meu eterno obrigado. Ao Renato de Oliveira e Silva, do MZ-USP, pelo apoio prático e pelas dicas. Ao Fabiano Albertoni, do MZ-USP, pela contribuição tão inesperada, é nesses momentos que precebemos que o universo conspira ao nosso favor. Ao Ivaldo Olímpio da Silva, pelo apoio no entendimento do SPSS. À minha família, por tudo. À UNINOVE e ao Programa de Mestrado em Gestão Ambiental, por oferecer essa oportunidade de aprimoramento profissional e acadêmico.

“Natura máxime miranda in minimus” É nas menores coisas que a natureza é mais admirável (Johan Christian Fabricius – Entomólogo, 1745 – 1808)

Resumo

A poluição atmosférica em centros urbanos ameaça a saúde e a qualidade de vida dos seres humanos. O município de Osasco faz parte da Região Metropolitana de São Paulo e conta com acesso às principais rodovias do estado, o que resulta em tráfego intenso de veículos em suas vias, aumentando o índice de poluição e a cidade conta com uma estação de monitoramento de poluentes da CETESB. O uso da planta Tradescantia pallida vem se intensificando com a proposta de monitoramento ambiental da qualidade do ar, devido à sua sensibilidade, reprodutibilidade de resultados e baixo custo. Por outro lado, borboletas também são consideradas indicadores biológicos de alterações ambientais por serem sensíveis e facilmente amostradas e identificadas. Os parques urbanos podem ser utilizados para estudos de biomonitoramento por oferecer segurança aos materiais empregados e, no caso de Osasco, tornam-se adequados ao estudo por estarem localizados próximos às principais vias da cidade. Assim, para a execução deste trabalho foram eleitos quatro parques da cidade, levando-se em conta as características urbanas dos mesmos. Com essas características elaborou-se uma classificação de gradiente de urbanização. Neste estudo foi empregado o teste de quantificação de micronúcleos na planta T. pallida (Trad-MCN). Esse teste consiste na coleta das inflorescências da planta, que foram devidamente cultivadas em vasos e dispostos em cada parque; e posterior análise em microscópio. Simultaneamente às coletas das plantas, foram realizadas medidas de concentração de material particulado com 2,5µg de diâmetro (PM2,5) com o uso de aparelho eletrônico. A captura das borboletas foi realizada com o uso de armadilhas Van Someren-Rydon e rede entomológica. Para a identificação dos insetos foi feito uma consulta a literatura específica e sites especializados. Esse trabalho teve como objetivo investigar o potencial das borboletas como indicadores biológicos de poluição do ar nos parques de Osasco, comparando-o com os resultados obtidos da quantificação de micronúcleos na T. pallida. Em todos os parques foram observados aumento na frequência de micronúcleos durante os meses de inverno, que coincidiu com o aumento da concentração de PM2,5. O inventário de borboletas apontou que nos parques 1, 3 e 4 a família mais representativa foi a e no parque 2, a família . Os parques 1 e 2 apresentaram níveis mais elevados de poluição e a diversidade de borboletas não são tão ricas e abundantes como a diversidade encontrada nos parques 3 e 4, que apresentaram valores compatíveis com ambientes menos poluídos. Os resultados mostraram que as borboletas podem ser consideradas indicadores biológicos de qualidade do ar em parques urbanos e verificou-se também um grupo de borboletas que podem ser consideradas indicadoras específicas de qualidade do ar. Esse estudo pode fornecer conhecimento para políticas públicas bem como fomentar a participação da população na gestão ambiental das cidades através do biomonitoramento in situ simples feito com borboletas.

Palavras-chave: borboletas, qualidade ambiental, indicadores biologicos, Tradescantia pallida, material particulado.

Abstract

Air pollution in huge urban centers is a big problem today posing threats to people´s health and quality of life. This is the case of Osasco city in the Metropolitan Region of São Paulo where the present study was carried out. Presently heavy traffic in the major highways located in surroundings of this city is one of the major factors for its high index of air pollution. The quality of the air in the area is daily monitored by one of the nearby pollutants monitoring station of Cetesb, the São Paulo environmental agency. Studies on air pollution have been using Tradescantia pallida as a biological indicator for monitoring air quality due to its sensitivity, reproducibility of results and low cost. One premise of this study is that can also be used as biological indicators since they are sensitive to environmental changes and also both easily identified and sampled. This study also assumes that urban parks can be used for biomonitoring studies because the security for the traps and other materials used is more guaranteed than in other parks. It also assumes that urban parks located in Osasco are appropriate for carrying out this study due to its placement nearby the main roads of the city and highways. In this regard, four parks of the city were chosen and for each of them a gradient of urbanization was calculated taking into account their urban characteristics. The micronucleus test in quantifying T. pallida (Trad-MCN) was used in this study. This test consists of collecting flowers of the plant which were grown in pots and placed in each park for subsequent analysis under a microscope. Simultaneously to the collections of flowers, measurements of the concentration of the particulate material with 2,5µg diameter (PM2,5) were carried out using electronic appliance. Butterflies were captured using both traps Van Someren-Rydon and net. A search in a specific literature and also in specialized sites was necessary for the identification of . This study aimed to investigate the potential of butterflies as biological indicators of air pollution in the parks of Osasco comparing them with the results of quantification of micronuclei in T. pallida. In all the studied parks it was observed an increase in the frequency of micronuclei during the winter months, which coincided with the increased concentration of PM2.5. The inventory of butterflies pointed out that the most representative family was Nymphalidae in parks 1, 3 and 4 and the Pieridae family in park 2. Parks 1 and 2 had higher levels of pollution than 3 and 4. The diversity of butterflies in parks 1 and 2 are not as rich and abundant as in parks 3 and 4. In this last two parks, the levels of pollution and diversity of butterflies were compatible with the least polluted environments. The results showed that butterflies can be considered biological indicators of air quality in urban parks. They also showed that there is a group of butterflies that can be considered specific indicators of air quality. This study may provide knowledge to support public policy and also to encourage public participation in the environmental management of cities via simple in situ biomonitoring with butterflies.

Key words: butterflies, environmental quality, biological indicators, Tradescantia pallida, particulate matter.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01. Planta Tradescantia pallida ...... 26

Figura 02. Representação esquemática da derivação e morfologia geral de cada estágio da meiose das céulas-mãe do grão de pólen de Tradescantia pallida ...... 27

Figura 03. Esquema ilustrativo da técnica de preparo da lâmina com células na fase de tétrades ...... 28

Figura 04. Células jovens com tétrades em aumento de 400x no microscópio e micronúcleo indicado por flecha ...... 28

Figura 05. À esquerda, imagem da borboleta Mclungia cymo salonina (asas transparentes) e à direita, imagem da borboleta themisto (asas amarelas) ..... 32

Figura 06. Vista aérea do município de Osasco. Os pontos amarelos representam os parques e o ponto vermelho representa a estação de monitoramento da CETESB ...... 36

Figura 07. Vista aérea do parque 1 ...... 40

Figura 08. Vista aérea do parque 2 ...... 41

Figura 09. Vista aérea do parque 3 ...... 42

Figura 10. Vista aérea do parque 4 ...... 43

Figura 11. Plantas Tradescantia pallida expostas no parque 2 ...... 44

Figura 12. Aparelho Dust Track modelo 8520 utilizado no estudo ...... 45

Figura 13. Medição da concentração de material particulado (PM2,5) nos parques 2 e 3 ...... 46

Figura 14. Armadilha Van Someren-Rydon nos parques 1 e 4 ...... 47

Figura 15. Puçá (rede entomológica) no parque 1 ...... 47

Figura 16. Gráfico da Frequência de Micronúcleos (%) quantificados em cada parque ...... 51

Figura 17. Gráfico da evolução mensal da média da frequência de micronúcleos(%) obtida das inflorescências de plantas T. pallida no parque 1...... 52

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Figura 18. Gráfico da evolução mensal da média da frequência de micronúcleos (%) obtidos das inflorescências da planta T. pallida no parque 2 ...... 52

Figura 19. Gráfico da evolução mensal da média da frequência de micronúcleos (%) obtidos das inflorescências da planta T. pallida no parque 3 ...... 52

Figura 20. Gráfico da evolução mensal da média da frequência de micronúcleos (%) obtidos das inflorescências da planta T. pallida no parque 4 ...... 53

Figura 21. Gráfico comparativo da média de valores de PM2,5 (µg/m³) nos parques do município de Osasco ...... 54

Figura 22. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) medidas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 1 ...... 55

Figura 23. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) medidas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 2 ...... 55

Figura 24. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) medidas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 3 ...... 55

Figura 25. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) medidas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 4 ...... 56

Figura 26. Diagramas de dispersão: correlação positiva moderada (r=0,464 p>0,01) entre frequência de micronúcleos (%) e o material particulado 2,5 (µg/m³) da manhã. 60

Figura 27. Diagramas de dispersão: correlação positiva moderada (r=0,55 p<0,01) entre frequência de micronúcleos (%) e o material particulado 2,5 (µg/m³) da tarde ...... 60

Figura 28. Diagramas de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,53 p<0,01) entre material particulado 2,5 (µg/m³) da manhã e temperatura (ºC) ...... 60

Figura 29. Diagramas de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,0,63 p<0,01) entre material particulado 2,5 (µg/m³) da manhã e umidade relativa do ar (%) ...... 60 . Figura 30. Diagramas de dispersão: correlação negativa moderada entre material particulado 2,5 (µg/m³) da tarde e a temperatura (ºC) ...... 61

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Figura 31. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte entre o material particulado 2,5 (µg/m³) da manhã e a temperatura (ºC) ...... 61

Figura 32. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,73 p>0,02) entre a frequência de micronúcleos (%) e dióxido de enxofre ...... 62

Figura 33. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada entre frequência de micronúcleos (%) e temperatura (ºC) ...... 62

Figura 34. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,67 p>0,04) entre frequência de micronúcleos (%) e umidade relativa do ar (%) ...... 62

Figura 35. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,88 p<0,01) entre material particulado 2,5 (µg/m³) da manhã e temperatura (ºC) ...... 63

Figura 36. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,95 p<0,01) entre material particulado 2,5 (µg/m³) da manhã e umidade relativa do ar (%) ...... 63

Figura 37. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte entre frequência de micronúcleos (%) e temperatura (ºC) ...... 64

Figura 38. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,73 p>0,02) entre frequência de micronúcleos (%) e umidade relativa do ar (%) ...... 64

Figura 39. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,68 p>0,02) entre material particulado 2,5 (µg/m³) da tarde e temperatura (ºC) ...... 64

Figura 40. Famílias de borboletas coletadas nos quatro parques urbanos do município de Osasco ...... 67

Figura 41. Curva de rarefação produzida a partir do inventário de borboletas feito no parque 1, com 48 espécies e 352 indivíduos ...... 68

Figura 42. Curva de rarefação produzida a partir do inventário de borboletas feito no parque 2, com 35 espécies e 256 indivíduos ...... 68

Figura 43. Curva de rarefação produzida a partir do inventário de borboletas feito no parque 3, com 44 espécies e 335 indivíduos ...... 69

Figura 44. Curva de rarefação produzida a partir do inventário de borboletas feito no parque 4, com 65 espécies e 349 indivíduos ...... 69

Figura 45. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,611 p<0,01) entre o total de borboletas e o PM2,5 (µg/m³) da manhã ...... 70

Figura 46. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,619 p<0,01) entre o total de borboletas e o PM2,5 (µg/m³) da tarde ...... 70

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Figura 47. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,84 p<0,01) entre o total de borboletas e a temperatura (ºC) ...... 71

Figura 48. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,88 p<0,01) entre o total de borboletas e a umidade relativa do ar (%) ...... 71

Figura 49. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,98 p<0,01) entre o total de borboletas e a família de ninfalídeos ...... 71

Figura 50. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (0,84 p<0,01) entre o total de borboletas e a família de hesperídeos ...... 71

Figura 51. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte entre o total de borboletas e a família de pierídeos ...... 72

Figura 52. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,851 p<0,01) entre o total de borboletas e a família de papilionídeos ...... 72

Figura 53. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,73 p>0,02) entre o total de borboletas e o dióxido de enxofre ...... 72

Figura 54. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,912 p<0,01) entre o total de borboletas e a temperatura (ºC) ...... 72

Figura 55. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte entre o total de borboletas e a umidade relativa do ar (%) ...... 73

Figura 56. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,73 p>0,02) entre família de ninfalídeos e dióxido de enxofre ...... 73

Figura 57. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,9 p<0,01) entre a família de ninfalídeos e temperatura (ºC) ...... 73

Figura 58. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte entre a família de ninfalídeos e umidade relativa do ar (%) ...... 74

Figura 59. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte entre o total de borboletas e a família pierídeos ...... 75

Figura 60. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,796 p=0,01) entre os hesperídeos e o dióxido de enxofre ...... 75

Figura 61. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,84 p<0,01) entre os hesperídeos e a temperatura (ºC) ...... 75

Figura 62. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte entre os hesperídeos e a umidade relativa do ar (%) ...... 76

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Figura 63. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,99 p<0,01) entre o total de borboletas e a família ninfalídeos ...... 77

Figura 64. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,704 p>0,03) entre o total de borboletas e a família hesperídeos ...... 77

Figura 65. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,83 p<0,01) entre o total de borboletas e a família pierídeos ...... 77

Figura 66. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,88 p<0,01) entre o total de borboletas e a família papilionídeos ...... 77

Figura 67. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,894 p<0,01) entre o total de borboletas e a família licenídeos ...... 77

Figura 68. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,89 p<0,01) entre o total de borboletas e a família riodiníneos ...... 77

Figura 69. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,852 p<0,01) entre o total de borboletas e dióxido de enxofre ...... 78

Figura 70. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,883 p<0,01) entre o total de borboletas e o PM2,5 (µg/m³) da manhã ...... 78

Figura 71. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,924 p<0,01) entre o total de borboletas e temperatura (ºC) ...... 78

Figura 72. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (0,94 p<0,01) entre o total de borboletas e a umidade relativa do ar (%) ...... 78

Figura 73. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,99 p<0,01) entre o total de borboletas e a família ninfalídeo ...... 79

Figura 74. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,89 p<0,01) entre o total de borboletas e a família pierídeos ...... 79

Figura 75. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,74 p>0,02) entre o total de borboletas e a família papilionídeos ...... 80

Figura 76. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,853 p<0,01) entre o total de borboletas e umidade relativa do ar ...... 80

Figura 77. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,87 p>0,01) entre o total de borboletas e o PM2,5 (µg/m³) da manhã ...... 80

Figura 78. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,90 p<0,01) entre o total de borboletas e o PM2,5 (µg/m³) da tarde ...... 81

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Figura 79. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,936 p<0,01) entre o total de borboletas e a temperatura (ºC) ...... 81

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01. Grupo de poluentes utilizados como indicadores da qualidade do ar e suas características, fontes de emissão e consequências ...... 22

Tabela 02. Classificação do material particulado ...... 23

Tabela 03. Padrões Estaduais de qualidade do ar determinado pelo Decreto Estadual 59.113/201...... 24

Tabela 04. Classificação das borboletas baseada nas características das 6 famílias ..... 30

Tabela 05. Gradiente de urbanização estabelecido para os parques de Osasco ...... 38

Tabela 06. Classificação do gradiente de urbanização para os parques urbanos ...... 39

Tabela 07. Classificação do gradiente de urbanização para os parques de Osasco ...... 39

Tabela 08. Estatística descritiva da frequência de micronúcleos (%) obtidos na planta T. pallida (Trad-MCN) nos quatro parques de Osasco durante o período de 20 de dezembro de 2012 à 28 de agosto de 2013 ...... 50

Tabela 09. Média dos calores de PM2,5 e o desvio padrão dos quatro parques ...... 53

Tabela 10. Estatística descritiva do PM 2,5 dos dois períodos (manhã e tarde) coletados nos quatro parques urbanos de Osasco ...... 54

Tabela 11. Dados referentes a medição dos poluentes feito pela estação de monitoramento da qualidade do ar da CETESB no Município de Osasco...... 56

Tabela 12. Estatística descritiva dos poluentes medidos pela CETESB ...... 57

Tabela 13. Dados relativos à temperatura e umidade relativa do ar medidos nos parques de Osasco...... 57

Tabela 14. Estatística descritiva da temperatura e umidade relativa do ar medido nos parques ...... 58

Tabela 15. Resultado final da Análise de regressão multilinear da frequência de micronúcleos ...... 59

Tabela 16. Lista de espécies de borboletas encontradas nos parques de Osasco ...... 65

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Tabela 17. Relação de riqueza de espécies e abundância de indivíduos e espécies exclusivas registrados de espécies nos quatro parques de Osasco ...... 68

Tabela 18. Dados relacionados ao índice de Shannon-Wiener para os parques ...... 79

Tabela 19. Resultado final da análise de regressão multilinear para borboletas ...... 82

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CETESB – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente DEMUTRAN – Departamento Municipal de Transito de Osasco MI – Metas Intermediárias M. polymnia – Mechanitis polymnia PF – Padrão Final PM - Particulate Matter RMSP - Região Metropolitana de São Paulo UGRHIs - Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos T. - Tradescantia T. pallida – Tradescantia pallida WHO – World Health Organization Y. celmi – Yphthimoides celmi

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...... 21 1.1 POLUIÇÃO ...... 21 1.2 BIOINDICADORES: Tradescantia pallida ...... 25 1.3 BORBOLETAS ...... 29

2. OBJETIVOS ...... 34 2.1 Objetivo Geral ...... 34 2.2 Objetivos Específicos ...... 34

3. METODOLOGIA ...... 35 3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ...... 35 3.2 GRADIENTE DE URBANIZAÇÃO ...... 36 3.3 PARQUES ...... 40 3.3.1 Parque Ecológico Ana Luiza Moura Freitas (Parque 1)...... 40 3.3.2 Parque Dionisio Alvarez Matero (Parque 2) ...... 41 3.3.3 Parque Chico Mendes (Parque 3) ...... 42 3.3.4 Parque Antonio Calderón (Parque 4) ...... 43 3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ...... 44 3.4.1 Bioensaio em Tradescantia pallida (Trad-MCN)...... 44

3.4.2 Medição da concentração de material particulado (PM 2,5)...... 45 3.4.3 Métodos de captura de borboletas...... 46 3.4.4. Análises de dados ...... 48

4. RESULTADOS ...... 50 4.1 QUANTIFICAÇÃO DE MICRONÚCLEOS EM TRADESCANTIA PALLIDA (TRAD-MCN)...... 50

4.2. MEDIÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE PM2,5 ...... 53 4.3 ANÁLISE DE DADOS ...... 58

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4.3.1 Análise de regressão multilinear para teste Trad-MCN ...... 58 4.3.2 Correlação de Dados ...... 59 4.3.3 Parque 1 ...... 61 4.3.4 Parque 2 ...... 61 4.3.5 Parque 3 ...... 62 4.3.6 Parque 4 ...... 63 4.4 LEVANTAMENTO DE BORBOLETAS ...... 65 4.4.1 Curva de rarefação ...... 68 4.4.2 Correlação de dados ...... 70 4.4.3 Parque 1 ...... 71 4.4.4 Parque 2 ...... 74 4.4.5 Parque 3 ...... 76 4.4.6 Parque 4 ...... 79 4.4.7 Análise de regressão multilinear para borboletas ...... 82

5. DISCUSSÃO ...... 83

6. CONCLUSÃO ...... 90

7. IMPLICAÇÕES PRÁTICAS ...... 91

REFERÊNCIAS ...... 92 APÊNDICE A – Tabela de dados do Parque 1 ...... 112 APÊNDICE B – Tabela de dados do Parque 2 ...... 113 APÊNDICE C – Tabela de dados do Parque 3 ...... 114 APÊNDICE D – Tabela de dados do Parque 4 ...... 115

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1. INTRODUÇÃO

O processo de desenvolvimento industrial e urbano tem resultado em significante aumento na emissão de poluentes na atmosfera, ocasionando impactos negativos sobre a saúde humana (BRAGA et al., 2001; CANÇADO et al., 2006), danificando flora e fauna e destruindo monumentos históricos e construções modernas (KLUMP et al., 2001). A má qualidade do ar ameaça a saúde e o bem-estar das pessoas que vivem em centros urbanos (ELSOM, 2013).

1.1 POLUIÇÃO

A poluição está definida como degradação de qualidade ambiental, decorrente de atividades humanas ou naturais, e que prejudica a saúde, a segurança e o bem-estar da população (BRASIL, 1981). A qualidade do ar é medida pela quantidade dos poluentes presentes na atmosfera. De acordo com a Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de n.º 003 (BRASIL, 1990), considera-se poluente atmosférico qualquer forma de matéria ou energia que esteja em desacordo com os níveis de qualidade do ar estabelecidos e que possam tornar o ar impróprio para a saúde e danoso aos materiais, à fauna e à flora. Os poluentes resultam de processos naturais ou antropogênicos (ALMEIDA, 1999) e são emitidos tanto por fontes fixas ou estacionárias, como por fontes móveis ou difusas (NEFUSSI & GUIMARÃES, 1976). São categorizados como primários e secundários, sendo que os primários são aqueles emitidos diretamente pela fonte para o ar e os secundários resultam das reações químicas entre os poluentes primários sob a ação da radiação solar (PEDROSO, 2007). De acordo com o site da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), os poluentes que servem como indicadores de qualidade do ar foram adotados de acordo com a frequência de sua ocorrência e de seus efeitos adversos. Os principais estão dispostos na tabela 1.

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Tabela 1. Poluentes utilizados como indicadores da qualidade do ar, suas características, fontes de emissão e efeitos.

Poluentes Características Fontes de emissão Efeitos

Material Conjunto de poluentes Veículos automotores, O tamanho das partículas e particulado constituídos por poeira, processos industriais, seu efeito sobre a saúde (PM) fumaça e material sólido e queima de biomassa e estão relacionados com o líquido. Também pode se ressuspensão de poeira seu tamanho, ou seja, formar na atmosfera a partir do solo, entre outros. quanto menor a partícula, de outros gases como o maiores os efeitos danosos. Dióxido de Enxofre (SO2); Óxidos de Nitrogênio (NOx); e Compostos Orgânicos Voláteis (COVs).

Dióxido de Gás que pode reagir com Queima de combustíveis É o principal responsável Enxofre (SO2) outras substâncias da que contém enxofre, pela formação de chuvas atmosfera. como o óleo diesel. ácidas e serve de matéria para o PM.

Monóxido de Gás incolor, inodoro e Resulta da queima De acordo com a CETESB carbono (CO) tóxico. incompleta de (2014), o gás é combustíveis fósseis. reconhecido pela sua capacidade de aprisionar calor na atmosfera, contribuindo para as alterações climáticas no planeta.

Dióxido de Gás tóxico que sob a ação da São formados durante o É prejudicial à saúde Nitrogênio radiação solar sofre processo de combustão. humana. (NO2) alteração, levando a formação de oxidantes fotoquímicos como o ozônio.

Ozônio (O3) Gás tóxico, é considerado É resultado de reações Na estratosfera tem a indicador da presença de entre óxidos de função de filtrar os raios óxidos fotoquímicos na nitrogênio e compostos ultravioletas, porém, na atmosfera. orgânicos voláteis na troposfera é considerado presença de luz solar. tóxico para os seres vivos. Fonte: Elaborada pela autora com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, 2013.

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O material particulado pode ser classificado de acordo com o diâmetro aerodinâmico:

Tabela 2. Classificação do Material Particulado

Material Particulado Diâmetro Aerodinâmico Partículas Totais Suspensas (PTS) Menor que 50µ

Partículas Inaláveis (MP10) Menor que 10µ

Partículas Inaláveis Finas (MP2,5) Menor que 2,5µ Fonte: Elaborada pela autora com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, 2013.

As condições meteorológicas influenciam as concentrações dos poluentes atmosféricos. Fatores como velocidade do vento, umidade relativa do ar e precipitações podem contribuir para uma variação dos elementos químicos presentes no ar (QUINTANILHA, 2009). De acordo com a CETESB (2014), o período de maio a setembro é considerado um período crítico, pois, as condições meteorológicas não são favoráveis para a dispersão dos poluentes atmosféricos. Com relação à legislação no Estado de São Paulo que trata a questão da qualidade do ar, a primeira lei que abordou esse tema foi a Lei Estadual n.º 997/76, que instituiu a rede de estações de monitoramento da qualidade do ar (CETESB, 2013). A rede de monitoramento da qualidade do ar adotou como modelo as Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI’s, que consiste no conceito de bacias hidrográficas, onde os recursos hídricos de um determinado local convergem para um corpo d’água principal. O Estado de São Paulo está dividido em 22 UGRHI’s e os municípios da Região Metropolitana de São Paulo - RMSP, que pertencem a UGRHI 6, contam com 26 estações de monitoramento. Uma dessas estações está situada na cidade de Osasco (CETESB, 2014). Ainda no ano de 1976, foram estabelecidos os padrões da qualidade do ar pelo Decreto Estadual n.º 8.468/76. Os padrões atuais foram revisados pelo Decreto Estadual n.º 59113/2013, baseado nas diretrizes preconizadas pela Organização Mundial da Saúde e que contou com a participação de representantes de diversos setores da sociedade. Neste decreto, os índices da qualidade do ar foram designados através de um conjunto de metas gradativas e progressivas, determinadas como Metas Intermediárias

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(MI), que contribuirão para o estabelecimento de um padrão de poluição atmosférica que não seja prejudicial à saúde da população, designado como Padrão Final (PF). (CETESB, 2013). Os atuais índices de qualidade do ar obtidos das estações de monitoramento estão apresentados na tabela 3.

Tabela 3 – Padrões Estaduais de Qualidade do Ar determinado pelo Decreto Estadual 59113/2013

Poluente Tempo de MI1 MI2 MI3 PF Amostragem (µg/m³) (µg/m³) (µg/m³) (µg/m³)

Partículas inaláveis 24 horas 120 100 75 50 1 (MP10) MAA 40 35 30 20 Partículas inaláveis 24 horas 60 50 37 25 1 finas (MP2,5) MAA 20 17 15 10 Dióxido de enxofre 24 horas 60 40 30 20 1 (SO2) MAA 40 30 20 - Dióxido de 1 hora 260 240 220 200 1 nitrogênio (NO 2) MAA 60 50 45 40

Ozônio (O 3) 8 horas 140 130 120 100 Monóxido de carbono 8 horas - - - 9 ppm (CO) Fumaça* (FMC) 24 horas 120 100 75 50 MAA1 40 35 30 20 Partículas totais 24 horas - - - 240 em suspensão* (PTS) MGA2 - - - 80 Chumbo** (Pb) MAA1 - - - 0,5 Fonte: Elaborada pela autora com dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, 2013. 1 - Média aritmética anual. 2 - Média geométrica anual. * Fumaça e Partículas Totais em Suspensão - parâmetros auxiliares a serem utilizados apenas em situações específicas, a critério da CETESB. ** Chumbo – Será monitorado apenas em áreas específicas pela CETESB.

As MI terão os prazos definidos através de estudos técnicos apresentados pelo órgão ambiental estadual e convalidados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (CONSEMA). Os valores em vermelho, na tabela acima, são referentes aos padrões vigentes (CETESB, 2013). A determinação sistemática da qualidade do ar faz parte da rede de monitoramento ambiental, que está inserido em programas de políticas públicas

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formuladas com o intuito de promover melhorias na condição de vida dos habitantes das grandes cidades (SÃO PAULO, 1976). Monitoramento ambiental consiste no conhecimento e acompanhamento sistemático da situação dos recursos ambientais dos meios físico e biótico, visando a recuperação, melhoria ou continuação da qualidade ambiental. A qualidade ambiental está relacionada ao controle de variáveis ambientais que podem sofrer alterações através de ações antropogênicas ou transformações naturais (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2009). Várias metodologias foram desenvolvidas para a realização do monitoramento ambiental com equipamentos, com método de amostragem ativa e/ou passiva, sensores remotos e também com indicadores biológicos (LISBOA & KAWANO, 2007). O monitoramento ambiental da qualidade do ar utilizando indicadores biológicos tem se revelado uma alternativa, bastante eficiente, sendo adequado para as regiões desprovidas de rede de monitoramento ou com monitoramento insuficiente (SANT’ANNA, 2003). Essa abordagem metodológica é denominada como monitoramento biológico ou biomonitoramento e sua finalidade é a avaliação qualitativa da contaminação ambiental (SAVÓIA, 2007).

1.2 BIOINDICADORES: Tradescantia pallida.

Indicadores biológicos ou bioindicadores são organismos vivos que demonstram algum aspecto ou qualidade de um ambiente através de sua presença, abundância, composição biológica ou química. São utilizados em ecotoxicologia, estudos ambientais, controle de poluição, silvicultura e manejo de fauna silvestre. A seleção de um indicador ou táxon adequado para um determinado estudo depende da questão da pesquisa a ser explorada, dos recursos disponíveis e da localização geográfica do estudo (FREEDMAN, 2010). De acordo com Savóia (2007), diversos tipos de organismos podem ser utilizados para indicar uma situação de vulnerabilidade ambiental. Para Klump (2001) o uso de espécies vegetais como indicadores biológicos implica padronização de técnicas que possam sistematizar desde o cultivo até a verificação dos efeitos estudados e a avaliação dos resultados.

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Algumas plantas são consideradas bioindicadores sensíveis ao potencial genotóxico, revelando resultados positivos mesmo com níveis baixos de contaminação. Plantas do gênero Tradescantia, especialmente o clone 4430 (híbrido entre T. Hirsutiflora e T. subacaulis) vêm sendo utilizadas com o método de quantificação de micronúcleos em células-mãe de grão de pólen para este fim, ou seja, estudo de genotoxicidade (MA, 1978; MA, 1983). No Brasil, em 1999, com estudo inicial de Batalha e colaboradores, avaliando material particulado (BATALHA et al., 1999), inaugurou-se o uso da planta Tradescantia pallida como bioindicadora de poluentes ambientais. A partir daí surgiram outros estudos fazendo uso da mesma metodologia e espécie vegetal (GUIMARÃES et al., 2000; SAVOIA et al., 2007; CARVALHO- OLIVEIRA et al., 2005; RAUDA et al., 2009). A planta T. pallida pertence à família das Commelinaceae, uma família botânica cosmopolita que abrange cerca de 42 gêneros e 650 espécies. Esse vegetal caracteriza-se por sua adaptabilidade ao clima tropical (CHIMPAN & SIPOS, 2009). É uma planta nativa da América do Norte e Central e trata-se de uma herbácea de pouca altura, aproximadamente 30 cm, com folhas lanceoladas e suculentas (LORENZI & SOUZA, 2001). A planta pode ser observada na figura 1.

Figura 1. Planta Tradescantia pallida.

Fonte: SANT’ANNA, 2003.

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O teste de micronúcleo aplicado à T. pallida (Trad-MCN), baseia-se na quantificação de micronúcleos, que são fragmentos derivados de quebras cromossômicas, causadas por erros na replicação do DNA no momento de sua duplicação na prófase I da meiose, quando na presença de um agente mutagênico. Os micronúcleos são visualizados nas tétrades primordiais dos grãos de pólen, na fase final da meiose (MA,1981; RODRIGUES,1997), como mostra a figura 2.

Figura 2. Representação esquemática da duração e morfologia geral de cada estágio da meiose das células-mãe do grão de pólen de Tradescantia.

Fonte: (MA, 1983).

Botões jovens dessa planta são coletados e acondicionados em potes com líquido conservador, para em seguida serem dissecados e esmagados em lâmina de vidro. Após esse procedimento, adiciona-se uma gota do corante aceto-carmim, retira-se os fragmentos que não são importantes para o teste e coloca-se uma lamínula sobre a lâmina para aquece-la, afim de fixar o corante. A quantificação dos micronúcleos nas tétrades é feita através da leitura de material preparado em lâmina de vidro em microscópio óptico em aumento de 400X. A técnica está esquematizada na figura 3.

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Figura 3. Esquema ilustrativo da técnica de preparo da lâmina com células na fase de tétrades

. Fonte: Ma (1981).

A figura 4 apresenta as células na fase de tétrades jovens, visualizado no microscópio, e evidencia o micronúcleo indicando-o através de uma seta. Os resultados são expressos em porcentagem (frequência de micronúcleos).

Figura 4. Células na fase de tétrades jovens em aumento de 400x em microscópio, e micronúcleo indicado por seta.

Fonte: SANT’ANNA, 2003.

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Essa cultivar possui algumas vantagens que a tornam bem adequada ao uso como bioindicador para monitoramento. Trata-se do fato de florescer o ano inteiro, permitir uma técnica de baixo custo e que é também de fácil execução. A T. pallida já foi utilizada para monitoramento na cidade de São Paulo (GUIMARÃES, 2000). Alguns estudos são realizados fazendo-se uma complementação ao uso dos bioindicadores com medição da concentração dos poluentes, por exemplo, o material particulado, que pode ser medido utilizando-se aparelhos eletrônicos. A finalidade é dar mais consistência aos dados obtidos dos bioindicadores, considerando-se que a variação nos resultados de frequência de micronúcleo é dependente da variação dos níveis de poluentes (MAZIVIERO et al., 2011).

1.3 BORBOLETAS

Borboletas também são consideradas indicadores biológicos de alterações ambientais, por serem sensíveis e facilmente amostradas e identificadas (FREITAS et al., 2003) e podem se tornar uma opção em monitoramento biológico da qualidade do ar. Esses insetos são sensíveis às mudanças ambientais que advêm da urbanização (BERGEROT et al., 2010), possuem ampla distribuição geográfica e, mesmo inseridas em um habitat urbano, apresentam relativa diversidade e abundância (BLAIR & LAUNER, 1997). Borboletas fazem parte da ordem , que pertence à classe Insecta e que, por sua vez, faz parte do reino . De acordo com Duarte (2010), é a segunda maior ordem de insetos compreendendo cerca de 175 mil espécies conhecidas e está dividida em duas subordens: heterocera, constituída por mariposas e que são insetos geralmente noturnos; e rhopalocera, constituídas por borboletas, insetos normalmente diurnos. O grupo Rhopalocera é representado por duas superfamílias: a Hesperioidea e a Papilionoidea. A primeira superfamília apresenta uma única família, a Hesperiidae; e a segunda está dividida em cinco famílias: Papilionidae; Pieridae; Lycaenidae; Riodinidae e Nymphalidae (LAMAS, 2004).

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Para facilitar a leitura deste estudo por pessoas que não trabalham com lepidópteros, optou-se por substituir os nomes em latim das famílias de borboletas por nomes em português. O nome Nymphalidae é substituído por ninfalídeos; Pieridae por pierídeos; Hesperiidae por hesperídeos; Papilionidae por papilionídeos; Lycaenidae por licenídeos e Riodinidae por riodiníneos. As características das famílias de lepidópteros estão organizadas na tabela 4, segundo Brown Jr. (1992) e Uehara-Prado & Ribeiro (2012).

Tabela 4. Classificação das borboletas baseada nas características das seis famílias.

Superfamílias Famílias Características

Conhecidas como skippers, possuem corpo robusto e Hesperioidea Hesperídeos antenas geralmente reflexas, parecidas com tacos de golfe ou chifres. Caracterizam-se por cores discretas e formam um grupo homogêneo em morfologia e hábitos.

Caracterizam-se por possuir o primeiro par de patas Ninfalídeos reduzido, é a família mais diversificada tanto com relação ao tamanho e cores como em hábitos alimentares e habitats.

Geralmente possuem a coloração branca ou amarela, Pierídeos com exceção para borboletas miméticas (que imitam padrões de cores de borboletas não palatáveis para os predadores). São nectívoras e, em alguns casos, migratórias.

São grandes e coloridas e com voos ágeis. Muitas Papilionídeos possuem um prolongamento na asa posterior, chamada de “rabo de andorinha”.

Borboletas pequenas e que geralmente apresentam Papilionoidea coloração verde ou azul iridescentes. Há muitas espécies desta família que apresentam manchas que Licenídeos simulam uma “falsa cabeça” nas asas posteriores, com a intenção de confundir seus predadores.

São pequenas e muito coloridas com linhas ou manchas metálicas. Geralmente pousam no lado Riodiníneos inferior das folhas e voam durante um curto período do dia. Algumas espécies apresentam associação com formigas. Fonte: Elaborada pela autora de acordo com modelo de Uehara-Prado & Ribeiro (2012).

A tabela segue um modelo proposto por Uehara-Prado & Ribeiro (2012) e serve para ilustrar as principais características de cada família de borboletas. 30

Lepidópteros são insetos holometábolos que apresentam ciclo de vida completo com as fases de ovo, larva (lagarta), pupa ou crisálida e adulto (borboleta ou mariposa). Cada estágio de vida envolve uma série de adaptações como camuflagem e toxicidade; e pode variar de acordo com a fisiologia e hábito de cada espécie (DUARTE, 2010). Os estágios de vida do inseto são relativamente curtos e se desenvolvem em poucas semanas (FREITAS et al., 2003). Durante a fase larval, muitas lagartas se alimentam de folhas, mas algumas buscam raízes, sementes e flores para consumir. Algumas espécies podem ser generalistas (consumindo vários tipos de vegetais) ou especialistas (nutrição restrita a um tipo de planta). A alimentação do inseto muda na fase adulta, ou seja, nesse estágio, quando são borboletas, o inseto pode consumir néctar de flores, sendo chamadas de nectívoras, ou retirar seus recursos nutricionais de frutas em decomposição, denominadas de frugívoras (MILLER & HAMMOND, 2003). Elas também podem sugar seiva fermentada e sais minerais de poças de água, fezes, urina e ainda de carcaças de animais em decomposição (FRANCINI, 2010). A amostragem de borboletas pode ser feita através de várias técnicas, que variam de acordo com o objetivo do estudo, do tempo de amostragem e logística disponível (UEHARA-PRADO & RIBEIRO, 2012). Considerando a alimentação, as borboletas se dividem em duas guildas: nectívoras e frugívoras (DEVRIES, 1988). As frugívoras podem ser amostradas com armadilhas e iscas de frutas fermentadas, o que permite que várias áreas possam ser amostradas simultaneamente com o mesmo esforço amostral, obedecendo a um padrão técnico replicável para outros estudos (RIBEIRO, 2006), enquanto que as nectívoras, por se alimentarem com o néctar das flores, são capturadas com uma rede entomológica, conhecida como puçá, nas mesmas áreas em que são colocadas as armadilhas para as frugívoras. Lepidópteros são fáceis de monitorar e de manusear em campo (DEVRIES et al., 1997) e podem ser considerados indicadores de qualidade ambiental, tanto pela presença quanto pela ausência das espécies nos locais estudados. As adaptações desses insetos aos diversos ecossistemas do planeta foram bem sucedidas devido à sua diversidade biológica (BROWN JR., 1991). Um exemplo da adaptação desses insetos reside no fato de encontrarmos borboletas nectívoras nas cidades, beneficiadas por 31

ambientes ensolarados, com abundante oferta de recursos alimentares (RUSZCZYK, 1986b), como ocorre nos parques urbanos. Para entender como as borboletas funcionam como bioindicadores, podemos tomar como exemplo as espécies que compõem a tribo da subfamília da família Nymphalidae. De modo geral, as borboletas ithomiini têm como planta hospedeira, vegetais da família botânica solanácea. As borboletas da espécie Mcclungia cymo salonina (Hewitson, 1855), pertencentes à essa tribo, são sensíveis à umidade e radiação solar no interior do bosque, por isso são consideradas indicadoras de ambientes com pouca intervenção antrópica (RAIMUNDO et al., 2003). Por outro lado, as borboletas Methona themisto (Hübner, 1818), também ithomiini, toleram ambientes urbanos, que são abertos e secos, sendo constantemente avistadas em parques e praças situados em grandes centros urbanos (RUSZCZYK & NASCIMENTO, 1999). Apesar das duas espécies pertencerem à mesma tribo, elas indicam diferentes habitats. A figura 5 mostra imagens das borboletas Mcclungia cymo salonina e Methona themisto.

Figura 5. À esquerda, imagem da borboleta Mcclungia cymo salonina (asas transparentes) e à direita, imagem da borboleta Methona themisto (asas amarelas).

Fonte: Almir Candido de Almeida.

A degradação do habitat natural associado ao desenvolvimento urbano altera a diversidade das borboletas (CLARK et al., 2007). Efeitos da urbanização como a poluição do ar podem causar alterações no ambiente, de tal forma que a conservação das espécies fica comprometida (MORECRAFT et al. 2005). Barbour (1986) sugere que a queda no número de borboletas nas cidades se deve à poluição por dióxido de enxofre, o mesmo motivo que ocasionou a diminuição de liquens. Estudo de Morecraft et al. 32

(2005), evidenciou a relação entre a poluição do ar e o declínio da população de borboletas na Europa, porém, não se pode afirmar qual poluente e nível de poluição afeta esses insetos. Para estudos de biomonitoramento in situ na avaliação de contaminação atmosférica em cidades, os parques urbanos se mostram ideais por oferecer segurança aos materiais empregados e, no caso de Osasco, tornam-se adequados ao estudo por estarem localizados próximos às principais vias da cidade. Parques urbanos são caracterizados como áreas verdes de domínio público que contribuem de maneira significativa para a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades (BRASIL, 2006). Para Oliveira & Bitar (2009), esses espaços públicos se tornaram uma das principais características de uma boa gestão ambiental em municípios. Nas cidades, a diversidade biológica se concentra geralmente nos parques, que se tornaram um local seguro para sua preservação e perpetuação. Tal diversidade é fundamental para manter a sustentabilidade da vida no planeta, sendo importante para atender necessidades básicas da população humana como a saúde, por exemplo (LEWINSOHN & PRADO, 2002). Considerando-se que o município de Osasco conta com apenas uma estação de monitoramento de poluentes atmosféricos e possui 10 parques, os quais são considerados bem adequados para experimentos de biomonitoramento; e que plantas vêm sendo testadas e aprovadas como indicadores biológicos de qualidade do ar; a proposta do presente estudo é testar outro indicador biológico cuja aplicação em biomonitoramento in situ possa ser de fácil identificação e manuseio por profissionais que tratam das questões ambientais nas cidades, nesse caso o indicador testado foi borboletas. Pretende-se que os conhecimentos adquiridos neste estudo possam contribuir para a formulação de programas de educação ambiental, podendo fomentar a participação popular na gestão ambiental da cidade de Osasco.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este trabalho teve por objetivo investigar o potencial das borboletas como indicadores biológicos de poluição do ar nos parques de Osasco, comparando-os aos resultados obtidos da quantificação de micronúcleos na T. pallida.

2.2 Objetivos Específicos

 Correlacionar material particulado com frequência de micronúcleos;  Correlacionar material particulado com diversidade de borboletas;  Correlacionar borboletas com gradientes de urbanização; e  Contribuir com a gestão ambiental, fornecendo um novo indicador biológico.

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3. METODOLOGIA

A obtenção dos dados para presente estudo compreendeu o período de dezembro de 2012 a agosto de 2013. As coletas das borboletas e das plantas, assim como a medição do material particulado foram realizadas na última semana de cada mês. Após a obtenção das amostras e da medição do PM2,5, havia uma etapa de análise dos dados coletados em laboratório.

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO

O município de Osasco ocupa uma área total de 64.935.374m² e abriga aproximadamente 665 mil habitantes (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2014). O processo de expansão da cidade ocorreu de modo independente dos limites e potencialidades do ecossistema original e por conta desse modelo de urbanização, hoje, o município preserva apenas 1% da vegetação original do Bioma Mata Atlântica de acordo com os dados da Fundação SOS Mata Atlântica (2012). A cobertura vegetal caracteriza-se como vegetação secundária da Floresta Ombrófila Densa Montana (KRONKA et al., 2005). O município é atendido pela rede de monitoramento da qualidade do ar da CETESB, abrigando uma estação. De acordo com o Relatório da Qualidade do Ar do Estado de São Paulo de 2013, Osasco ultrapassou os índices de qualidade do ar para

Partículas Inaláveis (PM10) e Partículas Totais Suspensas (PTS) duas vezes no referido ano, contudo, a média anual foi boa (CETESB, 2013). A cidade conta com 10 parques, dentre os quais foram eleitos quatro para serem usados no presente estudo: O Parque Ecológico Ana Luiza Moura Freitas foi designado como Parque 1; o Parque Ecológico Dionizio Alvarez Mateos, como Parque 2; o Parque Chico Mendes, como Parque 3; e o Parque Ecológico Antonio Calderón, como Parque 4. A escolha se baseou no fato dos parques estarem categorizados como parques urbanos (BRASIL, 2006); estarem localizados em regiões de fácil acesso; e por facilitar a logística do trabalho. A figura 6 apresenta os parques eleitos e suas localizações com relação ao centro do município, além da estação de monitoramento da CETESB.

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Figura 6. Vista aérea do Município de Osasco com as localizações dos parques (marcadores amarelos) e também da Estação de Monitoramento da CETESB (marcador vermelho).

Fonte: Google Earth, 2014.

Para a eleição, também foram levadas em consideração as características urbanas, denominadas como gradientes de urbanização.

3.2 GRADIENTES DE URBANIZAÇÃO

As cidades contam com diferentes níveis de intervenção humana que variam de acordo com o grau de desenvolvimento, ou seja, as áreas mais centrais e mais desenvolvidas apresentam maior índice de movimentação de veículos automotores; maior concentração de prédios; e diminuição da cobertura vegetal, que significa um alto grau de urbanização, enquanto que as áreas periféricas apresentam estas alterações em menor nível. Assim, essa diferenciação espacial urbana constitui o gradiente de urbanização (SANTOS, 2005; MENEGHINI et al., 2012). Há diferentes metodologias que podem ser utilizadas para determinar o gradiente de urbanização que melhor represente o ambiente urbano e sua relação com as espécies estudadas. Um método bastante comum para estudar e monitorar populações de borboletas denomina-se método de transectos, no qual se quantifica as espécies 36

coletadas ou observadas ao longo de trilhas previamente determinadas, denominadas transectos, durante um dado intervalo de tempo (UEHARA-PRADO & RIBEIRO, 2012). Em áreas urbanas, as informações do entorno do transceto são importantes para o estabelecimento do gradiente de urbanização. Medley et al. (1995) utilizaram como fatores de urbanização a densidade populacional, a heterogeneidade das áreas construídas, conectividade das vias, o trânsito de veículos e a distância entre a área central e a periferia, enquanto que Ruszczyk (1986a,b) determinou um parâmetro de acordo com o tipo de construção existente na área central e periférica, além da distância entre as duas áreas. Shapiro & Shapiro (1973) se basearam na porcentagem de construções, pavimentação e cobertura vegetal como gradiente, ao passo que Blair e Launer (1997) utilizaram o número de habitantes e o tipo de construção. Alberti et al. (2001) e Pauchard et al. (2006) consideraram como parâmetro urbano a densidade populacional, a área urbanizada e a cobertura vegetal. Na tentativa de estabelecer um padrão urbano para estudos ambientais nos parques de Osasco, algumas características de todos os modelos propostos foram selecionadas, pois, segundo Alberti et al. (2001) os parâmetros comumente adotados não levam em consideração os padrões alternativos de urbanização. Para a elaboração da tabela 5, que apresenta o gradiente de urbanização elaborado para os parques urbanos de Osasco, os dados foram observados através de uma consulta feita ao Geoportal da Prefeitura de Osasco (PREFEITURA DE OSASCO, 2014). Vale ressaltar que essas informações só podem ser obtidas pelos profissionais da própria prefeitura.

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Tabela 5. Gradiente de urbanização estabelecido para os parques de Osasco

Gradientes urbanos Parque 1 Parque 2 Parque 3 Parque 4

Área total do parque 10.758m² 55.578m² 115.350m² 76.029m²

Área construída no 3.026m² = 15.229m² = 17.302m² = 2.625m² = parque 28,13% 27% 15% 3,45%

Área vegetal do parque 7.732m² 40.349m² 98.048m² 73.404m²

Área vegetal do entorno 902.000m² 465.614m² 2.365.151m² 4.088.790m² (num raio de 2.000m)*

Distância parque – 4.600m 3.000m 5.200m 6.500m centro da cidade

Média diária de veículos 19.944 18.185 13.668 7.837

Distância da entrada do 306,1m 74,20m 840,0m 396,71m parque à via principal

Densidade Populacional 57.385 37.216 33.168 38.134 dos bairros ao redor do habitantes habitantes habitantes habitantes parque Fonte: Elaborado pela autora. * Distancia das bordas do parque.

A área vegetal do entorno dos parques teve como base de cálculo uma faixa de 2.000m de largura, a partir das bordas dos parques. A determinação da largura desta faixa baseou-se na observação aérea, que permitiu visualizar em todos os parques a mesma situação: o entorno com áreas desprovidas de vegetação e, a aproximadamente 2.000m, alguns fragmentos arborizados. Para essa pesquisa foi determinada uma classificação para os parques de acordo com o gradiente de urbanização, a fim de propor um padrão que sirva de referência para futuros estudos. Para a categorização, foram levadas em consideração a porcentagem da área construída no parque; a área vegetal de seu entorno; e a média diária de veículos que circulam nas principais vias próximas ao parque. A tabela 6 apresenta a classificação para os parques urbanos.

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Tabela 6. Classificação do gradiente de urbanização para parques urbanos.

Características urbanas Nível I Nível II Nível III Porcentagem da área Menor que 15% 16 – 25% Acima de 26% construída do parque

Área vegetal do entorno num Acima de 2.000.001 1.000.001 – Menor que 1.000.000m² raio de 2.000m* m² 2.000.000m²

Média diária de veículos Menor que 13.000 13.001 – 18.000 Acima de 18.001

Distância parque-centro da Acima de 5.001 m 3.001 – 5.000m Menor que 3.000m cidade Fonte: Elaborada pela autora * Distancia da borda do parque

De acordo com a tabela acima, os parques que se encontram no nível I são parques menos urbanizados, os que se encontram no nível II são parques medianamente urbanizados e aqueles que se enquadram no nível III são considerados mais urbanizados. Com o estabelecimento de uma classificação para o gradiente de urbanização, os parques de Osasco ficaram classificados de acordo com a tabela abaixo:

Tabela 7. Classificação do gradiente de urbanização para os parques de Osasco.

Parques Classificação Parque 1 Nível III Parque 2 Nível III Parque 3 Nível I Parque 4 Nível I Fonte: Elaborada pela autora Os parques 1 e 2, que estão localizados próximos ao centro da cidade são considerados mais urbanizados e aqueles que se encontram na periferia, parques 3 e 4, são classificados como menos urbanizados.

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3.3 PARQUES

3.3.1 Parque Ecológico Ana Luiza Moura Freitas (Parque 1)

A vista aérea do parque 1 está apresentada na figura 7. Esse parque é considerado o menor da cidade e abriga o Borboletário de Osasco. A altura média das árvores está entre 10 e 20 metros e, antes de ser um parque, o local servia como viveiro de mudas. Ao lado desse espaço público há o Córrego Rico, bastante poluído, e os bairros vizinhos que são quase desprovidos de vegetação. O parque não possui conectividade com grandes áreas verdes em seu entorno, caracterizando-se como uma ilha verde em meio ao ambiente urbano. Está localizado na Rua David Silva, que é paralela à Avenida Getúlio Vargas, uma das principais vias da Zona Norte de Osasco. Essa avenida serve de acesso ao centro da cidade e às rodovias Castelo Branco, Rodoanel Mário Covas, Marginais Pinheiros e Tietê. Tal situação promove um intenso tráfego na região, o qual é ainda mais acentuado nos horários de pico.

Figura 7. Vista aérea do parque 1.

Fonte: Google Earth (2014).

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3.3.2 Parque Dionísio Alvarez Mateo (Parque 2)

Com árvores e arbustos exóticos e nativos, com altura variando entre 5 e 20 metros, o local possui uma área gramada. Sua vista aérea está apresentada na figura 8. Por estar localizado entre bairros populosos, o parque torna-se uma mancha verde dentro da malha urbana, por isso é muito visitado, o que representa grande perturbação à biodiversidade local. É o parque mais próximo ao centro da cidade e a avenida que dá acesso à entrada principal é uma das mais movimentadas do município, uma vez que também dá acesso ao centro da cidade e às rodovias locais.

Figura 8. Vista aérea do parque 2.

Fonte: Google Earth (2014).

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3.3.3 Parque Chico Mendes (Parque 3)

Localizado no Jardim Bussocaba, esse parque (Figura 9) abriga a nascente do córrego Bussocaba e apresenta um denso número de árvores, o que o coloca como um dos mais arborizados da cidade. O maciço florestal apresenta espécies silvestres e exóticas e o tamanho das árvores varia ao longo do parque, sendo que a maioria atinge a altura de 20 metros e outras passam disso, podendo atingir 30 metros. Originalmente o parque era uma fazenda e teve sua vegetação original suprimida para a instalação da sede e demais construções. Há uma parte do parque onde não é permitida a entrada do público e a vegetação se encontra em estágio secundário avançado de regeneração sucessional (BRASIL, 1993). O parque está localizado entre bairros populosos, porém, há praças com grande extensão vegetal como a Gerta de Dannemberg e a Adib Tomas Razuk, há também uma grande área verde próxima à Rodovia Raposo Tavares, formando pequenos retalhos de manchas verdes na região.

Figura 9. Vista aérea do parque 3.

Fonte: Google Earth (2014).

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3.3.4 Parque Ecológico Antonio Calderón (Parque 4)

O parque 4 (figura 10) está localizado no bairro Portal d’Oeste e possui um maciço florestal bastante significativo, tanto com espécies nativas quanto exóticas. As plantas encontram-se no estágio secundário da sucessão vegetal, com cobertura arbórea variando entre aberta e fechada, e com espécies vegetais arbóreas e arbustivas predominando sobre plantas herbáceas (BRASIL,1993). O parque localiza-se próximo a fragmentos de Mata Atlântica que estão em uma fazenda particular; e também é vizinho ao Parque Estadual do Jaraguá. Abriga uma nascente pouco poluída que serpenteia uma trilha que adentra o terreno. Essa área conta com a conectividade entre fragmentos de Mata Atlântica e a vegetação do parque estadual, que funciona como um corredor biológico para a biodiversidade da região. O parque conta com poucos aparelhos públicos, por isso é pouco visitado, o que significa menos perturbação à biodiversidade local.

Figura 10. Vista aérea do parque 4.

Fonte: Google Earth (2014).

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3.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.4.1 Bioensaio em Tradescantia pallida (TRAD-MCN)

Foram montados 16 vasos (recipientes plásticos), cujo solo era composto por uma mistura de substrato de terra e vermiculita, suplementada com fertilizante organo- mineral. Cada vaso recebeu 4 mudas da planta (figura 12). Foram distribuídos 4 vasos em cada parque eleito para o estudo. As plantas foram regadas três vezes por semana e os vasos inspecionados semanalmente a fim de mantê-los livres de pragas. Nenhum pesticida foi aplicado próximo aos vegetais durante o período experimental. No mês de abril foi realizada renovação de solo dos vasos, com adição de fertilizantes. Savoia (2007) recomenda que seja feita renovação de solo nos vasos, a fim de evitar exaustão de nutrientes; e que a rega seja feita de forma sistemática para que a planta não seja afetada por estresse hídrico. Esses cuidados podem evitar fatores de estresse que influenciam na elevação da frequência de micronúcleos na planta e foram aplicados neste estudo.

Figura 11: Plantas Tradescantia pallida expostas no parque 2.

Fonte: Elaborada pela autora.

Após verificar que as mudas se desenvolveram de forma satisfatória a ponto de produzirem várias inflorescências de cada planta (aproximadamente após 3 meses), a coleta foi feita e as inflorescências foram colocadas em pequenos potes, fixadas em solução de ácido acético e álcool (1:3) e devidamente identificadas. Em seguida, esses potes foram levados ao laboratório, onde lâminas foram preparadas a fim de se realizar a quantificação de micronúcleos em microscópio óptico (400x).

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3.4.2 Medição da concentração de Material Particulado (PM2,5)

Partículas finas são definidas como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 2,5µm, e seu efeito tóxico sobre a saúde humana está associado a seu pequeno tamanho (CETESB, 2013). A exposição ao material particulado (PM2,5) induz alterações funcionais, histológicas e pulmonares, sendo capaz de desencadear processo inflamatório e dano oxidativo (PARK et al., 2006; RIVA, 2009). O aparelho utilizado para a obtenção das medidas de material particulado nesta pesquisa foi o Dust Track Aerosol Monitor – TSI, que mede a concentração em massa de aerodispersóides finos e grossos, com tamanho entre 0,1 e 10 µm. Esse equipamento utiliza o método de amostragem por nefelometria ou espalhamento de luz, ou seja, ele mede a concentração de massa do material particulado, por amostra do ar e pela análise do feixe de luz, espalhado em função do número e tamanho das partículas do volume de ar medido (µm/m³). A conversão dos valores se realiza pela comparação da refletância de luz de uma amostra de ar não carregada com aerodispersóides e de uma amostra carregada. O resultado obtido é calculado em massa por volume de ar medido, ou seja, microgramas por metro cúbico - µg/m³ (MORAES, 2006). A figura 12 apresenta o aparelho Dust Track – TSI.

Figura 12. Aparelho eletrônico Dust Track modelo 8520 utilizado no estudo.

Fonte: www.tsi.com

Ao final de cada mês, em um dia escolhido na última semana, cada parque foi visitado e as medidas de PM2,5 foram obtidas da seguinte maneira: utilizando o aparelho Dust Track, duas medidas foram tomadas, sendo uma pela manhã, quando não há

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grande movimentação de veículos automotores; e a segunda medição foi feita ao final da tarde, com o trânsito de veículos mais intenso devido ao horário de pico (das 17h00 às 20h00). Para realizar as medidas, o aparelho ficava ligado durante um período entre duas horas e trinta minutos e três horas, fornecendo ao final um valor mínimo, um valor máximo e um valor médio. A figura 13 apresenta o aparelho Dust Track durante uma medição nos parques 2 e 3.

Figura 13: Medição da concentração de material particulado (PM2,5) nos parques 2 e 3.

Fonte: Elaborada pela autora

As amostragens do PM2,5 foram realizadas em locais próximos aos portões de entrada dos parques, onde se localizam as sedes administrativas, a escolha do local deu- se por serem espaços mais seguros e com uma infra-estrutura que permitia coletar as amostras.

3.4.3 Métodos de captura de borboletas

Há estudos em que apenas a observação das borboletas é suficiente, contudo, para o presente trabalho, a captura é necessária por tratar-se de um estudo específico e sistematizado desses insetos. Assim, técnicas de coleta, como armadilhas e coletas ativas com rede entomológica foram empregadas. Entende-se por armadilha os processos mecânicos, físicos ou químicos de captura de animais (NAKANO & LEITE, 2000). De acordo com DEVRIES (1988), em virtude dos hábitos alimentares, as borboletas frugívoras podem ser seletivamente

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amostradas com armadilhas. Para esse trabalho foram utilizadas armadilhas de captura do tipo Van Someren-Rydon. Essa armadilha é constituída de um tubo reto de voil com cerca de 100cm de comprimento, com a parte superior fechada e com a base aberta ligada por quatro fios de barbante de aproximadamente 10cm de comprimento ao prato alimentar de 30cm de diâmetro, onde é depositada a isca, constituída de banana com caldo de cana (garapa) fermentada por 48 horas (ALMEIDA et. al, 1998), conforme apresentado na figura 14.

Figura 14. Armadilhas Van Someren-Rydon nos parques 1 e 4.

Fonte: Elaborada pela autora

A fim de obter maior eficiência na amostragem, também foi aplicada a coleta ativa com um puçá (rede entomológica). A figura 15 apresenta a rede entomológica, que consiste num cabo de alumínio de cerca de 150 cm e um aro na extremidade com uma rede cônica feita de tecido tipo voil, de aproximadamente 50cm de diâmetro (NAKANO & LEITE, 2000).

Figura 15. Puçá (rede entomológica) no parque 1.

Fonte: Elaborada pela autora

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Foram deixadas duas armadilhas com iscas em cada parque. As armadilhas permaneceram nos locais durante dois dias da última semana de cada mês, por questões logísticas. A coleta ativa também ocorreu durante o mesmo período de amostragem das armadilhas. A eutanásia dos animais coletados foi feita por compressão toráxica. Em seguida, os insetos mortos foram acondicionados em envelopes entomológicos e levados ao laboratório para sua montagem e posterior identificação. A identificação ocorreu por meio de bibliografia técnica e sites especializados. As amostras permanecerão depositadas como testemunho no Borboletário Municipal de Osasco.

3.4.4 ANÁLISE DE DADOS

Com o intuito de complementar a análise, foram observados os dados de monitoramento da qualidade de ar da CETESB, e durante as coletas efetuadas nos parques, foram medidas a temperatura e a umidade relativa do ar. Para o estudo das variáveis foi feito, primeiramente, uma estatística descritiva e, em seguida, para verificar as possíveis correlações entre micronúcleo, borboletas e poluição, foi usada a correlação de Pearson sendo considerado significativo um p<0,05, uma vez que os dados apresentaram uma distribuição normal de acordo com o Teste de Kolmogorov-Smirnov. Esses dados foram analisados pelo programa SPSS Foi feita uma Análise de Regressão Multilinear com os dados da Frequência de Micronúcleos no Programa SigmaPlot 13. Com relação ao inventário de borboletas, foi realizado um estudo da riqueza dos insetos, utilizando-se o programa EstimateS 9.1.0 (COLWELL, 2013), um software disponível na internet, por meio do qual foram obtidos também índices de diversidade. A riqueza das espécies depende da natureza da comunidade pesquisada e do esforço amostral despendido no estudo. As curvas de rarefação permitem avaliar se o estudo se aproxima do número total de espécies de determinado habitat. No gráfico, quando a curva estabiliza, significa que foi atingido um ponto em que o esforço amostral é suficiente, ou seja, teoricamente, a riqueza da área foi amostrada (GOTELLI & COLWELL, 2001).

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A estimativa de riqueza foi calculada para cada parque e para o cálculo foi utilizado o estimador não-paramétrico Chao I, que trabalha com a riqueza observada somada ao quadrado do número de espécies representadas de um indivíduo nas amostras (singletons), dividido pelo dobro do número de espécies com dois indivíduos (doubletons) em todas as amostras (ALTEFF, 2009). As análises de rarefação são feitas com base no número de indivíduos (individual-based rarefaction) coletados em cada parque, feitas com 100 randomizações e sem reposição dos indivíduos sorteados (GOTELLI & COLWELL, 2001). Foi calculado, também, o índice de Shannon-Wiener, cujo valor costuma ser mais utilizado na literatura, é considerado sensível às espécies raras e sensível às variações nas abundâncias (MARTINI & PRADO, 2010). Esse índice mede a diversidade em dados categóricos. Trata-se de informação aleatória de distribuição, em que as espécies são analisadas como símbolos e o tamanho da respectiva população como uma probabilidade (SANTOS, 2012). De acordo com Martini & Prado (2010), o índice de Shannon-Wiener é calculado pela fórmula: s H’ = - ∑ pi. ln pi i=1

Onde: H’ - índice de Shannon-Wiener pi - abundância relativa (proporção da espécie i na amostra) pi = ni/N ni – número de indivíduos da espécie i N – número de indivíduos no total da amostra. S = número total de espécies amostradas ln = logaritmo de base neperiana.

O valor do índice de diversidade de Shannon-Wiener varia entre 1,5 e 3,5, raramente ultrapassando 4,5 (MAGURRAN, 1989).

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4. RESULTADOS

4.1 QUANTIFICAÇÃO DE MICRONÚCLEOS EM Tradescantia pallida (TRAD- MCN) NOS PARQUES DE OSASCO

Em cada parque foram coletadas uma média de 157 inflorescências ao longo de todo o período. Com relação à quantificação de micronúcleos encontrados em T. pallida pelo teste Trad-MCN, foi observado que em todos os parques houve aumento na frequência de micronúcleos durante os meses de inverno, que coincidiu com o aumento das concentração de PM2,5. A tabela 8 apresenta a estatística descritiva dos dados obtidos com o teste de micronúcleos.

Tabela 8. Estatística descritiva do Teste Trad-MCN nos quatro parques de Osasco, durante o período de exposição de dezembro de 2012 a agosto de 2013.

TESTE TRAD-MCN N. Valido Desvio Padrão Média Valor Mínino Valor Máximo Parque 1 80 1,499 4,54 1,33 8,33 Parque 2 88 2,29 6,624 1,66 12,0 Parque 3 73 0,702 1,77 0,66 3,66 Parque 4 79 1,135 3,16 0,60 5,66 Fonte: Elaborada pela autora com informações do programa SPSS.

O parque 2 apresentou a frequência média de micronúcleos elevada, em comparação com os demais parques; e no parque 3 foram observadas frequências de micronúcleos mais baixas, sendo que este último pode ser considerado como área de referência para o estudo, como mostra o gráfico1.

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Figura 16. Gráfico da Frequência de Micronúcleos (%) quantificados em cada parque.

Fonte: Elaborado pela autora com dados do Programa SPSS

Neste gráfico observa-se que, estatisticamente, todos os parques são diferentes e que o parque 2 apresentou maior frequência de micronúcleos, seguido pelo parque 1. Os parques com menor frequência de micronúcleos são os parques 3 e 4. O valor mais baixo de MCN (%) foi registrado no parque 3 - 1,09%, no mês de abril e o valor mais alto – 9,89%, foi encontrado no parque 2. O parque 2 está localizado mais próximo ao centro da cidade enquanto que o parque 3 encontra-se em um bairro periférico de Osasco. As figuras a seguir mostram a evolução da média de frequência de micronúcleos dos quatro parques durante o período de coleta, todas elaboradas com dados coletados pela autora.

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Figura 17. Gráfico da evolução mensal da média da frequência de micronúcleos(%) obtida das inflorescências de plantas T. pallida no parque 1.

7 6 5 4 3 MCN (%) 2 1 0 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13

Figura 18. Gráfico da evolução mensal da média da Frequência de micronúcleos obtida das inflorescências da planta T. pallida no parque 2.

12 10 8 6

MCN(%) 4 2 0 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13

Figura 19. Gráfico da evolução mensal da média da Frequência de micronúcleos obtida das inflorescências da plantas T. pallida no Parque 3.

3 2,5 2 1,5

1 MCN(%) 0,5 0 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13

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Figura 20. Gráfico da evolução mensal da média da Frequência de micronúcleos obtida em inflorescências de plantas de T. pallida no Parque 4.

5 4 3 2

MCN(%) 1 0 dez/12 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13

Fonte: Elaborados pela autora.

O índice maior de mutagenicidade encontrada na T. pallida, refletida no aumento da frequência de micronúcleos, é resultado de uma provável elevação da concentração de poluentes atmosféricos no ambiente, pois, segundo Guimarães et al. (2000), poluentes atmosféricos podem aumentar a frequência de micronúcleos.

4.2 MEDIÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE PM2,5

A medição da concentração de PM2,5 ocorreu durante os meses de fevereiro a agosto de 2013, pois nos meses de dezembro de 2012 e janeiro de 2013 o aparelho eletrônico Dust Track – TSI não estava disponível.

Com relação às medidas de PM2,5, as médias das concentrações observadas no período da manhã (M) e da tarde (T) permitiram a elaboração da tabela 09.

Tabela 09. Média dos valores das medições de PM2,5 (µg/m³) e seus respectivos desvios padrão dos quatro parques.

Períodos Parque 1 Parque 2 Parque 3 Parque 4 M 41 + 7,2 43 + 13,9 30 + 7,3 39 + 7,6

T 95 + 47,5 109 + 38,5 44 + 24,9 63 + 23,1 Fonte: Elaborada pela autora.

Considerando os valores observados na tabela, foi elaborado um gráfico na figura 21, que permite um melhor entendimento dos valores obtidos durante o tempo amostral.

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Figura 21. Gráfico comparativo da média de valores de PM2,5 (µg/m³) obtidos mensalmente nos parques de Osasco durante o período de fevereiro a agosto de 2013.

120 100 80

60 Manhã

µg/m³ (Média) 40 Tarde 2,5 2,5

PM 20 0 Parque 1 Parque 2 Pq. Chico Mendes Parque dos Portais

Fonte: Elaborado pela autora

Na figura 21, observa-se que, de modo geral, todos os parques de Osasco apresentaram valores alterados durante a medição feita na parte da tarde. No entanto, os parques cujo padrão de amostragem apontou para um elevado nível de poluição, parques 1 e 2 encontram-se mais próximos do centro da cidade, enquanto que os mais periféricos, parques 3 e 4, apresentaram valores compatíveis com ambientes menos poluído. Com esses dados foi possível elaborar a tabela 11 com a estatística descritiva dos parques de Osasco.

Tabela 10. Estatística descritiva das concentrações de PM2,5 dos dois períodos (manhã e tarde) coletados nos quatro parques urbanos de Osasco.

Parque Períodos N válido Mínimo Máximo Média Desvio Padrão Parque 1 PM2,5 Manhã 7 13 57 41,43 14,15 PM2,5 Tarde 7 47 194 91,43 47,567 Parque 2 PM2,5 Manhã 7 32 70 46,14 13,945 PM2,5 Tarde 7 77 188 109,29 38,543 Parque 3 PM2,5 Manhã 7 24 45 30,86 7,335 PM2,5 Tarde 7 32 102 49 24,9 Parque 4 PM2,5 Manhã 7 30 51 39,14 7,6 PM2,5 Tarde 7 43 106 63,14 23,13 Fonte: Elaborado pela autora com os dados do Programa SPSS.

As figuras a seguir mostram a evolução das concentrações mensais de PM2,5 nos parques entre os meses de fevereiro a agosto de 2013.

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Figura 22. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) medidas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 1.

250

200

150

(µg/m³) 100 2,5 2,5

PM 50

0 Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Manhã Tarde

Figura 23. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) medidas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 2.

200

150

100

(µg/m³) 2,5 2,5

PM 50

0 Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Manhã Tarde

Figura 24. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) coletadas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 3.

120 100 80 60 40

PM 2,5 PM2,5 (µg/m³) 20 0 Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Manhã Tarde

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Figura 25. Gráfico da evolução das concentrações mensais de PM2,5 (µg/m³) dos dois períodos (manhã e tarde) coletadas entre os meses de fevereiro a agosto de 2013 no parque 4.

120 100 80 60 40

PM 2,5 PM2,5 (µg/m³) 20 0 Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Manhã Tarde Fonte: Elaborados pela autora.

O Município de Osasco conta com uma estação de monitoramento da CETESB. Nessa estação, o padrão diário de qualidade do ar para Partículas Totais em Suspensão - PTS, (que é 240µg/m³), foi ultrapassado apenas duas vezes no ano de 2013 (CETESB, 2014). A tabela 11 mostra que a qualidade do ar no município foi considerada boa durante o período amostral.

Tabela 11. Dados referentes a medição dos poluentes feito pela estação de monitoramento da qualidade do ar da CETESB no Município de Osasco.

Meses Dióxido de Monóxido de Material Dióxido de Indice de Enxofre Carbono Particulado Nitrogênio Qualidade

(SO2) (CO) 10 (PM10) (NO2) (CETESB) Dezembro/2012 2 18 36 25 N1 BOA Janeiro/2013 1 12 37 13 N1 BOA Fevereiro/2013 8 7 33 8 N1 BOA Março/2013 3 2 43 42 N1 BOA Abril/2013 5 2 68 69 N1 BOA Maio/2013 8 7 33 8 N1 BOA Junho/2013 10 9 25 6 N1 BOA Julho/2013 11 9 36 8 N1 BOA Agosto/2013 8 4 23 7 N1 BOA Fonte: Elaborado pela autora com dados da CETESB (2013).

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A estatística descritiva dos poluentes medidos pela CETESB (2013) está organizada na tabela 12.

Tabela 12. Estatística descritiva dos poluentes medidos pela CETESB.

Poluentes N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

SO2 9 1 11 6,22 3,6 CO 9 2 18 7,78 5,1

NO2 9 6 69 20,7 21,6

PM10 9 23 68 37,11 13,1 Fonte: Elaborado pela autora com os dados da CETESB (2013).

Com relação à umidade relativa do ar, a tabela 13 aponta que durante os meses de dezembro de 2012 a junho de 2013, a umidade relativa do ar se manteve de acordo com o padrão adequado estabelecido pela OMS (2005), porém, durante os meses de julho e agosto foi observado que houve uma queda nos índices de umidade. De acordo com a CETESB (2014), a baixa umidade do ar, ventos calmos e inversão térmica, condições típicas do inverno paulista, dificultam a dispersão de poluentes no ar.

Tabela 13. Dados relativos a temperatura T (°C) e umidade relativa do ar U (%) medidos nos parques.

Parque 1 Parque 2 Parque 3 Parque 4 Meses T (°C) U (%) T (°C) U (%) T (°C) U (%) T (°C) U (%) Dez/2012 29,6 75 30,1 75 29,5 81 29,4 83 Jan/2013 25,7 81 25,8 81 26 84 26,14 84 Fev/2013 29,7 84 30,1 83 29,6 85 29,5 84 Mar/2013 25,8 87 25,8 87 25,5 88 25,6 88 Abr/2013 25,3 77 25,4 77 25,5 77 25,5 78 Maio/2013 21,5 70 21,3 70 21,5 72 21,6 71 Jun/2013 18,6 63 18,5 62 18,4 68 18,4 61 Jul/2013 19,5 55 20,1 55 19,4 68 19,3 58 Ago/2013 16,6 49 15,9 48 15,8 50 15,8 51 Fonte: Elaborada pela autora.

Os dados descritivos da temperatura e da umidade relativa do ar medidas nos parques nos dias da coleta estão organizados na tabela 14.

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Tabela 14. Estatística descritiva da temperatura e umidade relativa do ar medido nos parques.

Parques N Mínimo Máximo Média Desvio Padrão T(ºC) U(%) T(ºC) U(%) T(ºC) U(%) T(ºC) U(%) Parque 1 9 16,6 49 29,7 87 23,5 71,22 4,75 13,141 Parque 2 9 15,9 48 30,1 87 23,6 70,89 5 13,318 Parque 3 9 15,8 50 29,6 88 23,46 74,78 4,91 11,84 Parque 4 9 15,8 51 29,5 88 23,46 73,11 4,905 13,45 Fonte: Elaborada pela autora com dados do Programa SPSS.

As informações adicionais serão usadas na correlação das variáveis feitas pelo programa SPSS.

4.3 ANÁLISE DE DADOS

4.3.1 ANÁLISE DE REGRESSÃO MULTILINEAR PARA TESTE TRAD-MCN

A análise de regressão multilinear (stepwise-backward) foi realizada objetivando verificar se as variações mensais observadas na Frequência de Micronúcleos (%) nas inflorescências da T. pallida poderiam sofrer influências de variáveis independentes – poluentes e clima. Nesta análise, a frequência de micronúcleos (%) é transformada em log10 e como variável dependente, se altera de acordo com a variação dos poluentes e das condições climáticas. Para a análise dos resultados foi utilizado o coeficiente de Pearson. O procedimento de ajuste de regressão para cada parque iniciou com um modelo saturado, com todas as variáveis presentes, porém, conforme o ajuste foi feito, aquelas de menor participação foram removidas. Essa análise aponta simplesmente que a variável dependente é explicada significativamente pela combinação linear de determinadas variáveis independentes, eliminando aquelas que não se associam significativamente com a dependente. Ela não informa se uma determinada variável independente é mais importante do que as outras para explicar a variável dependente (DOMINGOS, 20141).

1 DOMINGOS, M. Análise de regressão multilinear [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por em 11 nov 2014. 58

Neste estudo, a variação da frequência de micronúcleos (62% de explicabilidade) foi explicada positivamente pela combinação linear das seguintes variáveis independentes: concentrações dos poluentes SO2, PM2,5 da tarde e temperatura (T). O modelo linear em seguida demonstra o resultado:

Log10 (%MCN) = -0,906 + (0,0471*SO2) + (0,0053*PM2,5 tarde) + (0,0325*T) R2 = 0,617, p<0,001

A tabela 15 apresenta os dados finais do stepwise:

Tabela 15. Resultado final da Análise de Regressão Multilinear.

Group Coef. Std. Coeff. Std. Error F-to- P Remove Constant -0,906 0,424 SO2 0,0471 0,559 0,0173 7,378 0,012 PM2,5 tarde 0,0053 0,867 0,000918 33,285 <0,001 Temperatura 0,0325 0,592 0,0126 6,634 0,017 Fonte: Elaborada pela autora com os dados do Programa SigmaPlot.

4.3.2 CORRELAÇÃO DE DADOS

Para analisar a força da correlação neste estudo, optou-se pela classificação de Dansey e Reidy (2005), onde os valores entre r=0,10 a r=0,30 são considerados coeficientes de correlação fraco; os escores entre 0,40 à 0,60 são considerados como moderado e os valores de 0,70 à 1 são interpretados como forte. De modo geral, a frequência de MCN (%) apresenta uma correlação positiva fraca com o SO2 (r=0,364 p>0,02) e umidade (r=0,36 p>0,02). Com relação ao PM2,5 foi observada correlação positiva moderada para o material medido na parte da manhã e na parte da tarde, como mostram os gráficos abaixo:

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Figura 26. Diagramas de dispersão: correlação Figura 27. Diagramas de dispersão: correlação positiva moderada (r=0,464 p>0,01) entre positiva moderada (r=0,55 p<0,01) entre frequência de micronúcleos (%) e o PM2,5 frequência de micronúcleos (%) e o PM2,5 (µg/m³) da manhã. (µg/m³) da tarde.

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

Nas figuras 26 e 27 se observa que o aumento do PM2,5 (µg/m³) influencia o aumento da frequência de MCN (%) nos parques estudados.

O PM2,5 coletado no período da manhã apresenta correlação negativa moderada com a temperatura e umidade, como mostram os gráficos abaixo:

Figura 28. Diagramas de dispersão: correlação Figura 29. Diagramas de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,53 p<0,01) entre o negativa moderada (r=0,63 p<0,01) entre o PM2,5 (µg/m³) da manhã com a temperatura PM2,5 (µg/m³) da manhã e umidade relativa do (ºC). ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do SPSS.

Os gráficos apresentam a linha inversamente proporcional entre as variáveis. O mesmo tipo de gráfico se repete com o PM2,5 (µg/m³) medido no período da tarde e a temperatura, como mostra a figura 30.

60

Figura 30. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada entre o PM2,5 (µg/m³) da tarde e a temperatura (°C).

Fonte: Elaborado pela autora com dados do Programa SPSS.

4.3.3 PARQUE 1

No parque 1 houve apenas uma correlação negativa forte entre PM2,5 da manhã com a temperatura, que pode ser observado na figura 31.

Figura 31. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte entre o material particulado 2,5 (µg/m³) da manhã e a temperatura (ºC) no parque 1.

Fonte: Elaborado pela autora com dados do Programa SPSS.

4.3.4 PARQUE 2

O parque 2, com maior frequência média de micronúcleos, apresentou correlação positiva com SO2 e negativas com temperatura e umidade do ar. Os gráficos podem ser observados nas figuras a seguir:

61

Figura 32. Diagrama de dispersão: correlação Figura 33. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,73 p>0,02) entre a frequência negativa moderada (r=-0,703 p>0,03) entre de micronúcleos (%) e SO2. frequência de micronúcleos (%) e temperatura (ºC).

Figura 34. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,67 p>0,04) entre frequência de micronúcleos e umidade relativa do ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do SPSS.

4.3.5 PARQUE 3

Neste parque, que é considerado aquele com ambiente menos poluído de acordo com esse estudo, foram observadas somente correlações fortes tanto positivas quanto negativas.

62

Figura 35. Diagrama de dispersão: correlação Figura 36. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,88 p <0,01) entre PM2,5 positiva forte (r=-0,96 p<0,01) entre PM2,5 (µg/m³) da manhã e temperatura (ºC). (µg/m³) da tarde e umidade relativa do ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

Nas figuras 35 e 36, verifica-se que há correlação linear inversamente proporcional entre as variáveis PM2,5 da manhã e a temperatura e umidade relativa do ar, ou seja, quando há um aumento da temperatura e umidade relativa do ar, ocorre o efeito inverso com o PM2,5 (µg/m³) da manhã.

4.3.6 PARQUE 4

Neste parque, foi verificado correlações fortes e moderadas tanto negativas como positivas, como mostram os gráficos abaixo:

63

Figura 37. Diagrama de dispersão: correlação Figura 38. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,73 p>0,02) entre a negativa moderada (r=-0,66 p=0,05) entre a frequência de micronúcleos(%) e a temperatura frequência de micronúcleos(%) e a umidade (ºC). relativa do ar (%).

Figura 39. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,82 p>0,02) entre PM2,5 (µg/m³) da tarde e temperatura (ºC).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

64

4.4 LEVANTAMENTO DE BORBOLETAS

Os dados obtidos das coletas de borboletas foram dispostos na tabela 16 para facilitar a interpretação:

Tabela 16. Lista de espécies de borboletas encontradas nos parques de Osasco.

Parques Família Subfamília Tribo Gênero e espécie 1 2 3 4 Opsiphanes cassiae X Brassolini (C. Felder; R. Felder, 1860) Brassolis ssp. X X Yphthimoides celmis (Godart, 1824) X X X X Hermeuptychia atalantes (Butler, 1867) X Pareuptychia ocirrhoe (Fabricius, 1776) X Satyrini Carminda paeon (Godart, 1824) X Paryphthmoides sp. X X X Taygetis laches marginata (Staudinger, 1887) X Haeterini nereis (Drury, 1782) X Morphini Morpho ssp. X Junoniini Junonia sp. X X X

Anartia jatrophae (Linnaeus, 1763) X X

Victorinini Anartia Amathea roeselia (Eschscholtz, 1821) X Nymphalidae lansdorfi (Godart, 1819) X X X X Melitaeini Tegosa claudina (Eschscholtz, 1821) X X X Chlosyne lacinia saundersi (Doubleday, 1847) X Colobura dirce (Linnaeus,1758) X X X X Nymphalini Hipanartia bela (Fabricius, 1793) X X Hipanartia lethe (Fabricius, 1793) X Vanessa braziliensis (Moore, 1883) X X X Coeini Historis Odius (Fabricius, 1775) X Dione juno (Cramer, 1779) X X Agraulis vanillae maculosa (Stichel, 1907) X X X Eueides aliphera (Godart, 1819) X Heliconiini Eueides isabella (Stoll, 1781) X X Heliconiinae philys (Fabricius, 1775) X X X Heliconius ethila narcaea (Godart, 1819) X X Dryas iulia (Fabricius, 1775) X Acraeini Actinote ssp X X Argynnini Euptoieta hegesia meridiania (Stichel, 1938) X Placidina euryanassa (C.Felder; R.Felder, X 1860) Methona themisto (Hübner, 1818) X X X Mechanitis lysimnia lysimnia (Fabricius, X X X 1793) Mechanitis polymnia casabranca (Haensch, X X X X 1905) Ithomiini Hypothyris ninonia daeta (Boisduval,1836) X X X Dircena dero dero (Hübner, 1823) X Epityches eupompe (Geyer, 1832) X Danainae Pseudoscada acilla (Hewitson, 1867) X Thyridia sp. X X Ithomia drymo (Hübner, 1816) X X

65

Mcclungia cymo salonina (Hewitson, 1855) X Aeria olena (Weymer,1875) X Oleria aquata (Weymer, 1875) X Danaini Danaus ssp. X X Lycorea halia (Hübner, 1816) X Cyrestinae Cyrestini Marpesia petreus (Cramer, 1776) X X Apaturinae Ageroniini Hamadryas ssp X X X X candrena candrena (Godart, 1824) X X Bibliadiane Callicorini Diaethria clymena meridionalis (Bates, 1864) X Catonephelini Myscelia sp. X Biblidini Biblis hyperia (Cramer, 1779) X Anaeini Zaretis isidora (Cramer, 1779) X Charaxinae Memphis appias (Hübner, 1825) X Preponini Prepona sp. X Limenitidinae Limenitidini Adelpha lycorias (Godart, 1824) X

Polites vibex catilina (Plotz, 1886) X X Hesperiinae Hylephila phyleus (Drury, 1773) X Pompeius pompeius (Latreille, 1824) X Arotis derasa (Herrich-Schäfer, 1870) X Achloydes busirus rioja (Evans, 1953) X X Achlyodini Quadrus u-lucida mimus (Mabille; X Boullet,1917) Xenophanes tryxus (Stoll, 1780) X Pyrginae Pyrgus orcus (Stoll, 1780) X X X Hesperiidae Carrhenes canescens pallida (Rober, 1925) X Celaenorrhini Celaenorrhinus eligius punctiger (Burmeister, X ni 1878) Urbanus ssp. X X X X Eudaminae Astraptes sp. X Autochton sp. X Polythrix sp. X Não X X identificadas

Phoebis neocypris (Hübner, 1823) X X X X philea (Linnaeus, 1763) X X X X Phoebis sennae (Linnaeus, 1758) X X X X Phoebis argante argante (Fabricius, 1775) X X menippe (Hübner, 1818) X X Anteos clorinde (Godart, 1824) X Eurema elathea (Cramer, 1777) X X X Eurema agave (Cramer, 1775) Eurema albula (Cramer, 1775) X X X Eurema deva (E. Doubleday, 1847) X X Pieridae Pyrisitia nice (Cramer, 1775)

Rhabdodryas trite banksi (Breyer, 1939) X Aprissa statira (Cramer, 1777) X Leucidia ssp X Pierinae Ascia monuste (Linnaeus, 1764) X X X Pierini Leptophobia aripa balidia (Boidusval, 1836) X

Troidini Battus polydama (Linnaeus, 1758) X X X X Papilionidae Heraclides anchisiades (Esper, 1788) X X X 66

Papilioninae Papilionini Heraclides thoas brasiliensis (Rothschild; X X X X Jordan, 1906) Pterourus scamander (Boisduval, 1836) X X

Chalybs ssp X (Cramer, 1779) Thereus ssp X Eumaeini Panthiades hebraeus (Hewitson, 1867) X X Lycaenidae Theclinae Strymon astiocha (Prittwitz, 1865) X Theritas hemon (Cramer, 1775) Polyommatinae Hemiargus ssp X Leptotes ssp X X X X Não identificada X

Riodinini Riodina lycisca (Hewitson, 1853) X X X Euribyni Eurybia ssp X Riodinidae Riodininae Lemonias zygia (Hübner, 1807) X X Nymphidiini Nymphidium lisimon (Stoll, 1790) X X Synargis sp. X Euselasiinae Euselasia hygenius oculta (Stichel, 1919) X Fonte: Elaborado pela autora

Com 1.152 horas de amostragem, foram registrados 1.292 indivíduos distribuídos entre 104 espécies. Dentre as espécies observadas e coletadas, 13 são comuns em todos os parques. Entre as borboletas mais abundantes na amostra total estão: Urbanus ssp.; com 82 indivíduos; Yphthimoides celmis (Godart, 1824) com 53; Phoebis philea (Linnaeus, 1763) com 53; Ascia monuste (Linnaeus, 1764) com 50; e Phoebis sennae (Linnaeus, 1758) com 44. Essas cinco espécies somam mais de 22% do total de indivíduos registrados. Os resultados da captura de borboletas foram organizados na figura 40 que retrata a distribuição das famílias nos parques.

Figura 40. Famílias de borboletas coletadas nos quatro parques urbanos do Município de Osasco.

Fonte: Elaborado pela autora com dados do SPSS.

67

Na figura pode-se observar que nos parques 1, 3 e 4 a predominância é da família de ninfalídeos, e no parque 2 a família de pierídeos é a predominante. Algumas espécies importantes foram encontradas em Osasco, como a Celaenorrhinus eligius (Burmeister, 1878) no parque 4, considerada indicadora de florestas úmidas (BROWN JR, 1992). A tabela 17 foi feita com dados de riqueza de espécies, abundância encontrada nos parques e espécies exclusivas.

Tabela 17. Relação de riqueza de espécies, de abundância de indivíduos e de espécies exclusivas registrados nos quatro parques.

Parque 1 Parque 2 Parque 3 Parque 4 N.º Espécies registradas 48 35 44 65 N.º Indivíduos amostrados 352 256 335 349 N.º Espécies exclusivas 10 5 3 24 Fonte: Elaborado pela autora

Ao observar a tabela acima, percebe-se que o parque 4, com nível I de urbanização (conforme a tabela 6), com menor concentração de poluentes, apresenta o maior número de espécies registradas e exclusivas daquele hábitat.

4.4.1 Curva de Rarefação

Os dados obtidos dos cálculos do EstimateS para os parques de Osasco estão nos gráficos abaixo:

Figura 41. Curva de rarefação produzida a partir Figura 42. Curva de rarefação produzida a do inventário de borboletas feito no Parque 1, com partir do inventário de borboletas feito no 48 espécies e 352 indivíduos Parque 2, com 35 espécies e 256 indivíduos.

50 40 35 40 30 30 25 20 20 15 10 10 5

0 0

Númeroespéciesde

1

1

Númeroespéciesde

29 57 85

21 41 61 81

309 113 141 169 197 225 253 281 337

101 121 141 161 181 201 221 241 Número de exemplares Número de exemplares

68

Figura 43. Curva de rarefação produzida a partir Figura 44. Curva de rarefação produzida a do inventário de borboletas feito no Parque 3, com partir do inventário de borboletas feito no 44 espécies e 335 indivíduos. Parque 4, com 65 espécies e 369 indivíduos.

60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10

0 0

Númeroespéciesde

Númeroespéciesde

1

1

31 61 91

28 55 82

121 151 181 211 241 271 301 331 361

109 136 163 190 217 244 271 298 325 Número de exemplares Número de exemplares Fonte: Elaborados pela autora

Nestes gráficos, as linhas pontilhadas acima e abaixo da linha sólida representam os desvios com 95% de confiança (GOTELLI & COLWELL, 2001). As curvas de rarefação dos quatro parques não atingiram a assíntota, mas com o número de exemplares coletados a tendência de estabilização foi nítida. Assim, mesmo que as curvas não tenham alcançada a assíntota, o número de exemplares coletados demonstra que o esforço realizado resultou em significativa representatividade da riqueza de borboletas das áreas estudadas. Com os cálculos feitos pelo programa estimateS 9.1.0, foi elaborada a tabela 18 com os índices de Shannon-Wienner para cada parque.

Tabela 18. Dados relacionados ao índice de Shannon-Wienner para os parques de Osasco

Parque 1 Parque 2 Parque 3 Parque 4 Índice Shannon-Wiener 3,65 3,3 3,61 3,77 Fonte: Elaborada pela autora com dados do Programa EstimateS.

De acordo com a tabela acima, o parque 4 teve o valor mais elevado, seguido pelo parque 1, parque 3 e, por último o parque 2. Os parques 1 e 2 estão localizados mais próximos ao centro e apresentam um ambiente mais poluído com diversidade mais alterada de borboletas, enquanto que os parques 3 e 4 são parques mais periféricos, apresentam ambientes menos poluído, possuem uma melhor riqueza de diversidade e têm conectividade com grandes fragmentos de área verde.

69

4.4.2 Correlação de Dados

Os dados coletados foram analisados pelo programa SPSS para averiguar a correlação entre borboletas, poluentes, micronúcleos em Tradescantia e as condições climáticas dos parques. O número total da assembleia de borboletas tem correlação positiva forte com as famílias de ninfalídeos (r=0,873 p<0,01) e com os hesperídeos (r=0,727 p<0,01). Há uma correlação positiva moderada com os papilionídeos (r=0,593 p<0,01), licenídeos (r=0,649 p<0,01) e riodiníneos (r=0,589 p<0,01). As borboletas totais não apresentaram correlação com a família de pierídeos. Em todas as amostras, o numero total de borboletas apresentou correlação com poluentes do ar dióxido de enxofre (r=-0,75 p<0,01), o PM2,5, ver figuras 45 e 46, e com o Monóxido de Carbono (r=0,36 p>0,03). As borboletas também apresentaram correlação com a temperatura e umidade. Nas figuras a seguir, estão organizadas as correlações entre o número total de borboletas com a frequência de micronúcleos, o

PM2,5 da manhã e da tarde, a temperatura e a umidade relativa do ar.

Figura 45. Diagrama de dispersão: correlação Figura 46. Diagrama de dispersão: correlação negativa moderada (r=-0,611 p<0,01) entre total negativa moderada (r=-0,619 p<0,01) entre total de borboletas e PM2,5 (µg/m³) da manhã. de borboletas e PM2,5 (µg/m³) da tarde.

70

Figura 47. Diagrama de dispersão: correlação Figura 48. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,84 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,88 p<0,01) entre o total de borboletas e a temperatura (ºc). borboletas e a umidade relativa do ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com os dados do Programa SPSS.

4.4.3 Parque 1

Neste parque, o número total de borboletas apresentou correlação com as famílias de ninfalídeos, hesperídeos, pierídeos e papilionídeos, que podem ser visualizadas nas figuras a seguir.

Figura 49. Diagrama de dispersão: correlação Figura 50. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,98 p<0,01) entre o número positiva forte (r=0,84 p<0,01) entre o total de total de borboletas e a família de ninfalídeos. borboletas e a família de hesperídeos.

71

Figura 51. Diagrama de dispersão: correlação Figura 52. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,746 p>0,02) entre o número positiva forte (r=0,851 p<0,01) entre o número total de borboletas e a família de pierídeos. total de borboletas e a família de papilionídeos.

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

Nas figuras acima, foi observado que as correlações entre as borboletas e as famílias foram positivas fortes, destacando-se o primeiro gráfico em que a correlação positiva entre o total de borboletas e a família ninfalídeo foi a mais forte e quase perfeita. Uma correlação é considerada perfeita quando r=1 (LEVIN, 1987, DANSEY & REIDY, 2005). As assembleias de borboletas do parque 1 apresentaram correlações com o poluente SO2, com a temperatura e umidade relativa do ar. Esses resultados podem ser observados nas figuras a seguir.

Figura 53. Diagrama de dispersão: correlação Figura 54. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,73 p>0,02) entre o total de positiva forte (r=0,912 p<0,01) entre o total de borboletas e o dióxido de enxofre. borboletas e a temperatura (ºC).

72

Figura 55. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,97 p<0,01) entre o total de borboletas e a umidade relativa do ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

Correlacionando famílias de borboletas com as demais variáveis, houve destaque para a correlação entre ninfalídeos e SO2, temperatura e umidade relativa do ar, conforme apresentados nas figuras a seguir.

Figura 56. Diagrama de dispersão: correlação Figura 57. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,73 p>0,02) entre os positiva forte (r=0,9 p<0,01) entre os ninfalídeos ninfalídeos e o dióxido de enxofre. e temperatura (ºC).

73

Figura 58. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,98 p<0,01) entre os ninfalídeos e umidade relativa do ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do SPSS.

As outras famílias de borboletas também apresentaram correlação com as variáveis (poluição, temperatura, umidade e micronúcleos): os hesperídeos apresentaram correlação negativa forte com o PM2,5 da manhã (r=-0,797 p>0,03); correlação positiva forte com a temperatura (r=0,95 p<0,01) e com a umidade relativa do ar (r=0,781 p<0,01). Os pierídeos apresentaram correlação negativa forte com a frequência de micronúcleos (r=-075 p=0,02). Os papilionídeos tiveram correlação positiva moderada com a temperatura (r=0,692 p>0,03) e correlação positiva forte com a umidade relativa do ar (r=0,807 p<0,01). Os riodiníneos tiveram uma correlação positiva forte com CO (r=0,744 p>0,02).

4.4.4 Parque 2

Para o parque 2, considerando as correlações entre o total de borboletas e as famílias, houve destaque para a correlação com os pierídeos, ver figura 59, e referente às outras famílias, os resultados apontaram que o total de borboletas apresentou correlação positiva forte com os ninfalídeos (r=0,974 p<0,01) e com os hesperídeos (r=0,84 p<0,01).

74

Figura 59. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,97 p<0,01) entre o total de borboletas e os pierídeos.

Fonte: Elaborado pela autora com dados do SPSS.

Ao avaliar as correlações entre o total de borboletas e as variáveis de poluição do ar e condições climáticas, encontrou-se correlação com SO2, temperatura e umidade relativa do ar, e estes dados estão apresentados nas figuras a seguir.

Figura 60. Diagrama de dispersão: correlação Figura 61. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,845 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,825 p<0,01) entre o total de borboletas e o dióxido de enxofre. borboletas e a temperatura.

75

Figura 62. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,86 p<0,01) entre o total de borboletas e a umidade relativa do ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do SPSS.

Em uma análise de correlações entre as famílias de borboletas com os dados de poluição e condições climáticas, observou-se que alguns grupos repetiram o mesmo padrão apresentado pelo total de borboletas. Os hesperídeos apresentaram correlação negativa forte com SO2 (r=-0,796 p=0,01) e correlação positiva forte com a temperatura (r=0,84 p<0,01) e com a umidade relativa do ar (r=0,86 p<0,01). Os ninfalídeos tiveram correlação negativa forte com SO2 (r=-0,78 p>0,01); correlação positiva forte com a temperatura (r=0,72 p>0,02) e umidade relativa do ar (r=0,791 p>0,01). Os pierídeos tiveram correlação negativa forte com o poluente SO2 (r=-0,79 p>0,01); e correlação positiva forte com a temperatura (r=0,722 p>0,02) e umidade relativa do ar (r=0,73 p>0,02). E os papilionídeos apresentaram apenas correlação positiva moderada com a temperatura (r=0,67 p>0,04).

4.4.5 Parque 3

Nesse parque, em todas as amostras o total de borboletas apresentou correlação positiva forte com todas as famílias de borboletas. Esses dados podem ser observados nas figuras a seguir.

76

Figura 63. Diagrama de dispersão: correlação Figura 64. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,99 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,704 p>0,03) entre o total de borboletas e os Ninfalídeos. borboletas e os hesperídeos.

Figura 65. Diagrama de dispersão: correlação Figura 66. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,83 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,88 p<0,01) entre o total de borboletas e os pierídeos. borboletas e os papilionídeos.

Figura 67. Diagrama de dispersão: correlação Figura 68. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,894 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,89 p<0,01) entre o total de borboletas e os licenídeos. borboletas e os riodiníneos.

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

77

O total de borboletas apresentou correlações com outras variáveis que podem ser observadas nos gráficos a seguir:

Figura 69. Diagrama de dispersão: correlação Figura 70. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,852 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,883 p<0,01) entre o total de borboletas e dióxido de enxofre. borboletas e o PM2,5 da manhã.

Figura 71. Diagrama de dispersão: correlação Figura 72. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,924 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,94 p<0,01) entre o total de borboletas e temperatura (ºC). borboletas e umidade relativa do ar (%).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

Em análise de correlações entre as famílias de borboletas e as demais variáveis, foram observados que os ninfalídeos apresentaram correlação negativa forte com o SO2

(r=-0,895 p<0,01); com o PM 2,5 da manhã (r=-0,83 p>0,02) e também correlação positiva forte com a temperatura (r=0,903 p<0,01) e umidade relativa do ar (r=0,904 p<0,01); os hesperídeos mantiveram correlação negativa forte com o PM2,5 da manhã

(r=-0,861 p>0,01) e PM2,5 da tarde (r=-0,792 p>0,03); e apresentaram uma correlação positiva forte com temperatura (r=0,801 p=0,01) e umidade relativa do ar (r=0,764 e 78

p>0,01); os pierídeos tiveram uma correlação negativa forte com PM2,5 da manhã (r=- 0,8 p>0,03) e correlação positiva forte com temperatura (r=0,7 p>0,03) e umidade relativa do ar (r=0,88 p<0,01); enquanto que os papilionídeos apresentaram correlação negativa moderada com SO2 (r=-0,69 p>0,03), os licenídeos tiveram correlação negativa forte com SO2 (r=-0,82 p<0,01) e PM2,5 da manhã (r=-0,783 p>0,03); e apresentaram correlação positiva forte com a temperatura (r=0,9 p<0,01) e umidade relativa do ar

(r=0,776 p>0,01); e os riodiníneos apresentaram correlação negativa forte com o SO2

(r=-0,82 p<0,01) e PM2,5 da manhã (r=-0,78 p>0,03); e tiveram correlação positiva forte com temperatura (r=0,9 p<0,01) e umidade relativa do ar (r=0,78 p>0,01).

4.4.6 Parque 4

O número total de borboletas deste parque apresentou correlação com algumas famílias, como mostram as figuras a seguir.

Figura 73. Diagrama de dispersão: correlação Figura 74. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,99 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,89 p<0,01) entre o total de borboletas e os ninfalídeos. borboletas e os pierídeos.

79

Figura 75. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,74 p>0,02) entre o total de borboletas e os papilioníedos.

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

As assembleias de borboletas apresentaram correlação com alguns poluentes do ar e com as condições climáticas, que podem ser verificadas nos gráficos abaixo:

Figura 76. Diagrama de dispersão: correlação Figura 77. Diagrama de dispersão: correlação positiva forte (r=0,951 p<0,01) entre o total de negativa forte (r=-0,87 p>0,01) entre o total de borboletas e umidade relativa do ar (%). borboletas e PM2,5 da manhã.

80

Figura 78. Diagrama de dispersão: correlação Figura 79. Diagrama de dispersão: correlação negativa forte (r=-0,90 p<0,01) entre o total de positiva forte (r=0,936 p<0,01) entre o total de borboletas e PM2,5 da tarde. borboletas e temperatura (ºC).

Fonte: Elaborados pela autora com dados do Programa SPSS.

As famílias das borboletas apresentaram correlações com as demais variáveis: os ninfalídeos tiveram correlação negativa forte com SO2 (r=-0,833 p<0,01); Frequência de

Micronúcleos (r=-0,69 p>0,04); PM2,5 da manhã (r=-0,865 p>0,01); PM2,5 da tarde (r=- 0,872 p>0,01); e apresentaram correlação positiva forte com temperatura (r=0,941 p<0,01) e umidade relativa do ar (r=0,933 p<0,01). Os hesperídeos apresentaram somente uma correlação negativa forte PM2,5 da manhã (r=-0,78 p>0,03). Os pierídeos tiveram correlação negativa forte com SO2 (r=-0,802 p<0,01), PM2,5 da manhã (r=-0,85 p>0,01) e PM2,5 da tarde (r=-0,96 p<0,01); e correlação positiva forte com temperatura (r=0,78 p>0,01) e umidade (r=0,917 p<0,01). Os papilionídeos apresentaram correlação negativa forte com SO2 (r=-0,71 p>0,03) e frequência de micronúcleos (r=-0,756 p>0,01); e correlação positiva forte com PM10 (r=0,704 p>0,03), NO2 (r=0,721 p>0,02), temperatura (r=0,81 p<0,01) e umidade relativa do ar (r=0,762 p>0,01). Os riodiníneos apresentaram somente correlação positiva forte com CO (r=0,694 p>0,03). Foi verificado que algumas espécies de borboletas foram encontradas nos quatro parques e durante todo o período amostral, por isso, foram feitas correlações com esse grupo de borboletas. As espécies utilizadas para mais esse teste foram a Mechanitis polymnia; Yphthimoides celmis; Urbanus ssp.; e Phoebis ssp. Os resultados mostraram que a borboleta M. polymnia apresentou correlação negativa fraca com dióxido de enxofre (r=-0,343 p=0,04). A espécie Y. celmis apresentou correlação negativa moderada com o dióxido de enxofre (r=-0,515 p=0,01), correlação positiva moderada com monóxido de carbono (r=0,404 p>0,01), correlação negativa moderada com PM2,5 81

da tarde (r=-0,409 p>0,03), correlação negativa moderada com PM2,5 da tarde (r=-0,605 p=0,01), correlação positiva moderada com temperatura (r=0,610 p<0,01) e umidade relativa do ar (r=0,582 p<0,01). A borboleta Urbanus ssp. Apresentou correlação negativa moderada com dióxido de enxofre (r=-0,406 p >0,01), correlação negativa fraca com PM2,5 da manhã (r=-0,376 p>0,04), correlação positiva moderada com com temperatura (r=0,520 p<0,01) e umidade relativa do ar (r=0,510 p<0,01). O grupo de Phoebis não se correlacionou com nenhuma variável.

4.4.7 Análise de Regressão Multilinear para Borboletas

O objetivo desta análise foi verificar quais variáveis independentes estão relacionadas com o número total de borboletas (variável dependente). O resultado apontou que as assembléias de borboletas são influenciadas pela alteração da frequência de micronúcleos (%) (correlação negativa), por alguns poluentes (correlação negativa) e pelas condições climáticas (correlação positiva). O modelo linear demonstra o resultado:

Log 10 (Total de Borboletas) = -0,714 + (-0,965*CO) + (-0,388*PM10) + (-0,112*PM2,5 tarde) + (2,825*Temperatura) R2 = 0,853, p<0,001

O modelo mostra que o aumento do número total de borboletas pode ser explicado pela redução da concentração de CO, PM10, PM2,5 tarde e pela alteração na frequência de micronúcleos (%). O contrário ocorre com o aumento da temperatura.

A tabela 19 apresenta os dados finais do stepwise: Tabela 19. Resultado final da Análise de Regressão Multilinear para borboletas.

Group Coef. Std. Coeff. Std. Error F-to- P Remove Constant -0,714 7,733 CO -0,965 -0,316 0,335 8,289 0,008 PM10 -0,388 -0,416 0,12 10,543 0,004 PM2,5 tarde -0,112 -0,345 0,0305 13,49 0,001 Temperatura 2,285 0,968 0,344 67,265 <0,001 Fonte: Elaborado pela autora com os dados do Programa Sigma Plot.

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5. DISCUSSÃO

O presente estudo demonstrou que borboletas podem ser consideradas indicadores biológicos de qualidade do ar. O número total de indivíduos coletados nos quatro parques apresentou uma correlação inversamente proporcional ao nível de material particulado medido ao longo do período do estudo. A frequência de micronúcleos obtida da planta T. pallida, que permaneceu nos parques durante o período amostral, apresentou resultados que corroboram os dados das borboletas em uma correlação inversamente proporcional, ou seja, quanto maior a frequência de micronúcleos menor a diversidade de borboletas. Tanto a análise de correlações quanto a análise multilinear apontaram que à medida que aumentava a concentração de material particulado, observou-se uma alteração na diversidade das borboletas. Na tentativa de distinguir se algum grupo ou algumas espécies de borboletas poderiam ser apontadas, mais especificamente, como indicadores, foi observado o grupo de insetos que são comuns a todos os parques. Dentre esse grupo, foram eleitas aquelas espécies que tiveram presença constante em todo o período amostral, para verificar mais detalhadamente as possíveis correlações. A espécie Yphthimoides celmis apresentou um maior número de correlações com as outras variáveis, seguida pelo gênero Urbanus ssp.. As espécies Phoebis ssp., que pertencem à família de pierídeos, não apresentaram nenhuma correlação porém, foram quantificadas durante todo o período amostral e em número superior ao das outras espécies, com exceção do parque 3, onde se observou mais borboletas ithomiínae - da família dos ninfalídeos, nos meses de junho, julho e agosto. O tempo de amostragem foi um dos fatores limitantes da pesquisa, que poderia ter sido de um ano, compreendendo todas as estações climáticas. Outro ponto limitante foi a ausência da mensuração de outros poluentes. Com relação ao uso de outro bioindicador neste estudo foi verificado que, de modo geral, a frequência de micronúcleos obtida das inflorescências de T. pallida apresentou uma correlação com a concentração de material particulado (PM2,5) nos parques. O aumento da frequência de micronúcleos obtida na planta coincide com o aumento da concentração de PM2,5 nos meses de inverno. Guimarães et al. (2000), em seus estudos experimentais observou que o aumento da frequência de micronúcleos 83

obtidos das inflorescências da T. pallida em locais poluídos pode estar relacionado com a elevada contaminação atmosférica. No entanto, não é possível relacionar os experimentos com algum poluente específico. Para Savóia (2007), os poluentes atmosféricos podem causar efeito clastogênico nas plantas, isso significa que o aumento da concentração desses poluentes influencia na elevação da frequência de micronúcleos. Tal alteração sofre a ação dos fatores climáticos umidade do ar e temperatura. Em concordância, em nosso estudo foi observado que a frequência de micronúcleos variou de acordo com as condições climáticas, ou seja, houve um aumento na quantificação de micronúcleos nos meses de inverno, quando a umidade relativa do ar é mais baixa e há pouca ocorrência de precipitação, coincidindo com a variação da concentração do PM2,5 medido nos parques. Em estudos realizados por Isidori et al. (2003) com a planta T. Pallida durante as duas estações do ano, verão e inverno, foi comprovado uma variação na quantificação de micronúcleos durante a estação fria. A CETESB (2014) considera esses meses como críticos para a saúde pública por apresentarem condições que não propiciam a dispersão dos poluentes atmosféricos. Maziviero et al. (2011) constataram relação inversamente proporcional entre a umidade relativa do ar e a concentração do material particulado em suspensão atmosférica nessa mesma estação climática. Para Savóia (2007), as condições de inverno tornam a T. pallida como marcadora de variação sazonal da contaminação ambiental por poluentes atmosféricos. Os parques com nível I de urbanização, parques 3 e 4, apresentaram menores índices de alterações no teste Trad-MCN que os parques com nível III, parques 1 e 2, sendo que este último foi o que apresentou um maior aumento na frequência de micronúcleos. A medição de PM2,5 apresentou resultados semelhantes, coerentes com a frequência de micronúcleos, que apontou o parque 2 como aquele que apresenta o ambiente mais poluído, seguido pelo parque 1, parque 4 e parque 3. Monarca et al. (1999) observaram o aumento da frequência de micronúcleos em clones de Tradescantia expostas ao ar em vias com intenso tráfego de veículos. Guimarães et al. (2000), observaram alterações semelhantes quando realizaram um estudo em regiões com intensidades diferentes de poluição.

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Com relação ao inventário de borboletas, foi verificado que a família de ninfalídeos predomina sobre as demais nos parques 1, 3 e 4; seguida pelos pierídeos, hesperídeos, papilionídeos, licenídeos e riodiníneos. No parque 2, a família de borboletas mais frequente foi pierídeos. Esta família manteve constante sua presença nos parques mesmo quando os níveis de poluição estavam mais elevados. Talvez seja pelas características deste parque. Pois, o parque 2 é mais aberto, ou seja, as árvores estão mais espaçadas umas das outras. De acordo com Uehara-Prado & Ribeiro (2012), os pierídeos são comuns em ambientes abertos, como os parques urbanos. A dominância dos ninfalídeos nos demais parques pode ser atribuída à diversidade de seus hábitos alimentares (DEVRIES, 1988). Bonfanti et al. (2011), em seus estudos nos parques de Curitiba, também observaram a dominância dos ninfalídeos. A família de riodiníneos foi pouco amostrada nos levantamentos, esse fato pode estar relacionado à suscetibilidade dessa família ao ambiente urbano, às associações mutualísticas específicas com formigas (mirmecofilia), à sua exigência quanto aos recursos alimentares e por serem de difícil visualização em campo (SOARES et al, 2012). Talvez com os licenídeos ocorra o mesmo, uma vez que essa família também apresenta associações mutualísticas com formigas (KAMINSKI et al., 2009). Ainda com relação à diversidade dos lepidópteros dos parques de Osasco, o índice de Shannon-Wiener, que mede a diversidade das espécies, indicaram que o parque 2 apresentou um valor que se enquadra na faixa de ocorrência, que é de 1,5 a 3,5 e os parques 1, 3 e 4 apresentaram índices um pouco acima desta faixa. Apesar dos parques apresentarem índices muito próximos, observa-se diferenças entre a fauna de borboletas de cada ponto amostrado, evidenciando diversidades de lepidópteros característicos para cada parque. No parque 1 está localizado um borboletário, esse fato pode ter contribuído para que os valores referentes às borboletas estivessem mais próximos ao parque 4, menos poluído, do que ao parque 2, que apresenta características urbanas mais semelhantes. Para evitar uma análise equivocada, o parque 1 será desconsiderado para análises comparativas entre diferentes níveis de urbanização e seus impactos sobre os indicadores pesquisados neste estudo. De acordo com Kocher & Willians (2000), paisagens perturbadas também podem fornecer ambiente propício para a maior abundância de espécies. Para Brown Jr. & Hutchings (1997), a diversidade das borboletas não parece diminuir em áreas 85

menores de fragmentos, para elas o mundo é um mosaico de luz, calor, compostos químicos e alimentos e sua presença depende da combinação destes e outros fatores. A diversidade dos insetos está determinada, principalmente, pela variedade de microhabitats e de recursos como plantas hospedeiras para as lagartas e néctar e frutos para os adultos. Segundo Blair (2001), os parques que estão situados em áreas suburbanas tendem a apresentar maior riqueza de espécies de borboletas do que aqueles localizados em áreas próximas ao centro. Esse cenário pode influenciar a composição da assembleia dos lepidópteros, uma vez que a distância do centro da cidade é uma variável que interfere na abundancia e diversidade das espécies, ou seja, quanto mais próximo dos centros urbanos, menos variedade de espécies de borboletas será encontrada (RUSZCZYK, 1986a). Segundo Brown Jr. & Freitas (2002), as características urbanas são fatores importantes para a diversidade dos insetos. A vegetação, os impactos antropogênicos e a conectividade entre fragmentos são primordiais para a sobrevivência da lepidopterofauna. A proposta de se elaborar uma classificação de urbanização para os parques de Osasco teve como objetivo verificar qual o impacto das alterações antropogênicas sobre a qualidade do ar da cidade e na diversidade das borboletas. Foi observado que o gradiente de urbanização parece influenciar nas variáveis testadas neste estudo, pois, os parques que foram classificados como nível I, menos urbanizados, apresentaram menores índices de PM2,5 , a frequência de micronúcleos foi menor e a diversidade das borboletas estavam menos alteradas. O contrário ocorreu com o parque de nível I, considerado mais urbanizado. De modo geral, a correlação de dados apontou que o número total de borboletas tem correlação positiva com quase todas as famílias de borboletas, com exceção dos pierídeos. As borboletas apresentaram correlação negativa com os poluentes dióxido de enxofre e PM2,5, do período da manhã e da tarde; ou seja, quando essas variáveis aumentam, a população de borboletas tende a decair e o número de micronúcleos na T. pallida tende a aumentar. Um fato curioso é a correlação positiva fraca entre borboletas e monóxido de carbono, que parece indicar que os insetos são resistentes a esse poluente.

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Para Bambaradeniya (2006), em estudos feitos em Sri Lanka, o declínio de borboletas, observado desde o ano de 1950 até 2006, se deveu à destruição dos habitats e à poluição do ar, entre outros fatores. Estudos de Mülder et al. (2005) apontaram que a poluição atmosférica provocou a diminuição da abundância de borboletas, de forma constante ao longo do período da pesquisa, indicando tendência negativa com relação à diversidade dos insetos, enquanto que o número de lagartas (fase imatura dos lepidópteros) manteve-se relativamente constante. A poluição pode afetar a disponibilidade de recursos alimentares para esses insetos, uma vez que os poluentes também se depositam no solo, alterando o funcionamento fisiológico das plantas. Neste estudo, foi observado que os licenídeos mostraram significante correlação negativa com os poluentes NH4, NO3 e SO4, por isso esses autores afirmaram que algumas espécies de borboletas podem responder a toxicidade direta da poluição do ar. Segundo Corke (1999), a poluição atmosférica pode ter provocado a perda considerável de espécies de borboletas na área de conservação Epping Forest, Londres, Inglaterra. Em seus estudos, ele verificou que durante o período de 1805 a 1995, a diversidade e riqueza desses insetos apresentaram uma correlação inversamente proporcional ao material particulado proveniente da poluição. Para o autor, os lepidópteros que se alimentam de seiva de árvores são mais sensíveis ao material particulado do que aqueles que se alimentam de néctar. Além disso, Corke sugere que lepidópteros que não se alimentam na fase adulta possam ser resistentes à poluição. Para Singh (2014), os poluentes presentes no ar reduzem o número total de borboletas. Em estudos detalhados sobre o efeito corrosivo da poluição sobre o corpo dos lepidópteros, ele verificou que os poluentes como óxidos de enxofre, óxidos de carbono e de nitrogênio, reagem na atmosfera entre eles e em contato com o oxigênio, formando ácido sulfuroso, ácido sulfúrico e ácido carbônico, entre outros. Estes ácidos, na atmosfera, aderem ao corpo das borboletas e promovem corrosão no corpo dos insetos. Nesta pesquisa, embora não houvesse a medição de dióxido de enxofre para cada um dos parques, foram utilizadas as medidas fornecidas pela CETESB, pois, levando-se em conta as dimensões da cidade e a distância de cada parque ao centro (que é onde se localiza a estação de monitoramento) considerou-se razoável realizar um cruzamento de 87

dados do total de borboletas com os dados de SO2 e dessa análise obtivemos uma correlação negativa. Diante do exposto, foi possível observar que as concentrações dos poluentes atmosféricos PM2,5 e SO2 talvez possam propiciar um ambiente desfavorável para a sobrevivência, a diversidade e a riqueza das assembleias de borboletas nos parques urbanos de Osasco. Na tentativa de estabelecer alguns gêneros ou espécies de borboletas como possíveis indicadores biológicos de poluição do ar, foram feitos outros testes de correlação. Os resultados indicaram que há um grupo de borboletas das famílias ninfalídeos, hesperídeos e pierídeos que apresentaram frequência durante todo o tempo amostral, inclusive nos meses de inverno. Os lepidópteros do gênero Urbanus ssp., hesperídeos da subfamília Eudaminae, foram os mais amostrados e apresentaram correlação negativa moderada com SO2, correlações negativas fracas com PM2,5 da manhã e da tarde e correlações positivas moderadas com temperatura e umidade. Porém, de acordo com Accácio (20142), algumas espécies de Urbanus não poderiam ser consideradas indicadores de poluição do ar porque não conseguiriam transitar de um parque ao outro por conta da matriz urbana de Osasco (não permeável e com insolação), esse fato dificultaria considerar esse gênero como indicador de poluição atmosférica. As borboletas Yphthimoides celmi, ninfalídeos da tribo Satyrini, apresentaram correlações negativas moderadas com PM2,5 da manhã e da tarde, SO2 e CO; e correlações positivas moderadas com temperatura e umidade. A espécie Mechanitis polymnia, ninfalídeo da tribo Ithomiinae, apresentou correlação negativa fraca com SO2 e correlação positiva fraca com temperatura. São borboletas fáceis de identificar devido ao seu padrão colorido de asas, seu vôo é tranquilo e geralmente a altura dos olhos e são encontradas em todo o Brasil. Brown Jr & Freitas (2002) verificaram que os ithomiinae são ótimos sobreviventes em ambientes urbanos, uma vez que a sobrevivência dessas borboletas depende de formação de nichos de umidade em parques arborizados e com boa fonte de água. Restrepero et al. (2007), em seus estudos em Santiago de Cali, Colômbia, observaram que esses lepidópteros sobrevivem bem em parques urbanos, desde que haja uma fonte úmida próxima. As borboletas Phoebis neocypris, P. sennae e P. philae, pierídeos da subfamília Coliadinae, foram bem amostradas e apesar de não terem

2 ACCACIO, G. Identificação de borboletas e migração. [mensagem pessoal]. 24 out 2014. 88

apresentado nenhuma correlação com os poluentes e com a temperatura e umidade, elas foram avistadas durante todo o período amostral, inclusive nos meses de inverno. São borboletas grandes, de coloração amarela, comuns em parques urbanos e fáceis de serem identificadas. Pierídeos são conhecidos como borboletas migratórias. Há relatos de migração em massa de pierídeos após chuvas de monção no nordeste de Sri Lanka (Bambaradeniya, 2006). Considerando-se as informações expostas, embora haja correlações das várias espécies com os poluentes SO2 e PM2,5, estas são fracas a moderadas. Para a determinação de um grupo de borboletas específico como bioindicadores, é necessário mais pesquisas, pois, neste estudo não foi possível estabelecer tal grupo. Por outro lado, as melhores correlações foram obtidas entre o total de borboletas e os poluentes. A pesquisa realizada no município de Osasco foi pioneira com relação à análise da qualidade do ar e ao inventário de lepidopterofauna na região. A bacia hidrográfica 6, onde se encontra a cidade é, empiricamente, conhecida pelo tráfego intenso de veículos e pela possível contaminação do ar. Esse estudo serviu para se fazer um diagnóstico ambiental dos parques da cidade, tendo como premissa que qualidade ambiental está relacionada com a qualidade do ar, e também serviu para inventariar as borboletas. O material produzido poderá ser utilizado para fomentar a elaboração de políticas públicas de qualidade ambiental e fornecer insumos para programas de educação ambiental.

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6. CONCLUSÃO

A análise das variáveis utilizadas nesta pesquisa permite dizer que as borboletas se mostraram como indicador biológico da qualidade do ar nos parques urbanos de Osasco. Além disso, o total de borboletas se correlacionou negativamente com os micronúcleos, ou seja, quando aumenta a porcentagem de micronúcleos, diminui o número de borboletas, reforçando a hipótese de que as borboletas podem ser consideradas como bioindicadoras de poluição do ar na região de Osasco. A diversidade de borboletas sofre alterações de acordo com o grau de urbanização proposto neste estudo, sendo que os parques menos urbanizados apresentaram assembleias de borboletas mais ricas e abundantes do que aquelas presentes nos parques mais urbanizados. Esses resultados foram corroborados com as análises do teste Trad-MCN e a medição de material particulado. De modo geral, os parques de nível I apresentaram valores compatíveis com ambientes menos urbanizados e com assembleias de borboletas mais ricas e abundantes e os parques de nível III apresentaram padrão de amostragem de ambientes mais urbanos, com assembleias de borboletas alteradas.

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7. IMPLICAÇÕES PRÁTICAS

O uso de borboletas como indicadores biológicos de qualidade do ar pode agregar um valor científico considerável para as práticas de educação ambiental. Por outro lado, o uso desse inseto em biomonitoramento in situ poderia contribuir para a gestão ambiental municipal pois poderia envolver a participação popular. Para a conservação dos recursos naturais e seu uso sustentável, é necessário que o indivíduo tenha consciência da importância do seu papel na sociedade como tomador de decisões junto ao poder público, portanto, fomentar uma gestão participativa nas questões ambientais é um dos objetivos da educação ambiental.

Borboletas são animais fascinantes, que conseguem capturar a atenção das pessoas somente com o seu vôo. Também é considerada espécie guarda-chuva, ou seja, para que ela se mantenha é necessária uma diversidade vegetal, condições climáticas ideais e uma boa qualidade do ar, o que implica em conservar habitats também para outras espécies de animais, o que pode contribuir significativamente para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

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111

APENDICE A - TABELA DE DADOS DO PARQUE 1

N.º Inflorescências: 157

Data coleta N.º Média dos lâminas Micronúcleos (%) 20/12/2012 03 3,66 26/01/2013 07 2,18 26/02/2013 10 4,69 28/03/2013 10 3,76 27/04/2013 10 4 28/05/2013 10 4,72 25/06/2013 10 4,86 29/07/2013 10 5,7 28/08/2013 10 6,06

PERÍODO: Manhã 26/02/2013 13 28/03/2013 45 27/04/2013 40 28/05/2013 40 2,5 25/06/2013 53 29/07/2013 42 28/08/2013 57

PERÍODO: Tarde 26/02/2013 64 28/03/2013 84 27/04/2013 86 28/05/2013 47 2,5 25/06/2013 76 29/07/2013 89 28/08/2013 194

Data Temperatura Umidade (°C) Relativa do Ar (%) 20/12/2012 29,6 75 26/01/2013 25,7 81 26/02/2013 29,7 84 28/03/2013 25,8 87 27/04/2013 25,3 77 28/05/2013 21,5 70 25/06/2013 18,6 63 29/07/2013 19,5 55 28/08/2013 16,6 49

112

APENDICE B - TABELA DE DADOS DO PARQUE 2

N.º Inflorescências: 160

Data coleta N.º Média dos lâminas Micronúcleos (%) 20/12/2012 08 4,28 26/01/2013 10 3,79 26/02/2013 10 7,82 28/03/2013 10 5,69 27/04/2013 10 6,10 28/05/2013 10 6,33 25/06/2013 10 7,52 29/07/2013 10 7,70 28/08/2013 10 9,90

PERÍODO: Manhã 26/02/2013 56 28/03/2013 36 27/04/2013 35 28/05/2013 32 2,5 25/06/2013 41 29/07/2013 53 28/08/2013 70

PERÍODO: Tarde 26/02/2013 88 28/03/2013 117 27/04/2013 79 28/05/2013 77 2,5 25/06/2013 97 29/07/2013 119 28/08/2013 188

Data Temperatura Umidade (°C) Relativa do Ar (%) 20/12/2012 30,1 75 26/01/2013 25,8 81 26/02/2013 30,1 83 28/03/2013 25,8 87 27/04/2013 25,4 77 28/05/2013 21,3 70 25/06/2013 18,5 62 29/07/2013 20,1 55 28/08/2013 15,9 48

113

APENDICE C - TABELA DE DADOS DO PARQUE 3

N.º Inflorescências: 152

Data coleta N.º Média dos lâminas Micronúcleos (%) 20/12/2012 02 1,45 26/01/2013 01 2,3 26/02/2013 10 1,43 28/03/2013 10 1,5 27/04/2013 10 2,4 28/05/2013 10 1,96 25/06/2013 10 2,07 29/07/2013 10 1,90 28/08/2013 10 2,50

PERÍODO: Manhã 26/02/2013 24 28/03/2013 25 27/04/2013 27 28/05/2013 28 2,5 25/06/2013 32 29/07/2013 35 28/08/2013 45

PERÍODO: Tarde 26/02/2013 32 28/03/2013 36 27/04/2013 43 28/05/2013 32 2,5 25/06/2013 41 29/07/2013 57 28/08/2013 102

Data Temperatura Umidade (°C) Relativa do Ar (%) 20/12/2012 29,5 81 26/01/2013 26 84 26/02/2013 29,6 85 28/03/2013 25,5 88 27/04/2013 25,5 77 28/05/2013 21,5 72 25/06/2013 18,4 68 29/07/2013 19,4 68 28/08/2013 15,8 50

114

APENDICE D - TABELA DE DADOS DO PARQUE 4

N.º Inflorescências: 158

Data coleta N.º Média dos lâminas Micronúcleos (%) 20/12/2012 02 1,10 26/01/2013 07 1,84 26/02/2013 10 2,96 28/03/2013 10 2,43 27/04/2013 10 2,96 28/05/2013 10 2,95 25/06/2013 10 3,63 29/07/2013 10 4,20 28/08/2013 10 4,29

PERÍODO: Manhã 26/02/2013 30 28/03/2013 33 27/04/2013 44 28/05/2013 35 2,5 25/06/2013 36 29/07/2013 45 28/08/2013 51

PERÍODO: Tarde 26/02/2013 48 28/03/2013 43 27/04/2013 52 28/05/2013 45 2,5 25/06/2013 69 29/07/2013 79 28/08/2013 106

Data Temperatura Umidade (°C) Relativa do Ar (%) 20/12/2012 29,4 83 26/01/2013 26,1 84 26/02/2013 29,5 84 28/03/2013 25,6 88 27/04/2013 25,5 78 28/05/2013 21,6 71 25/06/2013 18,4 61 29/07/2013 19,3 58 28/08/2013 15,8 51

115