Praia, Fevereiro De 2003 PLANO ESTRATÉGICO PARA a EDUCAÇÃO

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Praia, Fevereiro De 2003 PLANO ESTRATÉGICO PARA a EDUCAÇÃO Praia, Fevereiro de 2003 PLANO ESTRATÉGICO PARA A EDUCAÇÃO ÍNDICE 1. METODOLOGIA .............................................................................................3 2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA EDUCATIVO VIGENTE ................6 3. QUESTÕES E PROBLEMAS DO SISTEMA EDUCATIVO ......................................8 4. ORIENTAÇÕES PARA DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA EDUCATIVA ..........10 5. PEQUENA INFÂNCIA ....................................................................................15 5.1 APRECIAÇÃO DA SITUAÇÃO NACIONAL ....................................15 5.2 AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO DA PEQUENA INFÂNCIA .......................17 5.3 CARACTERIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR.........................21 5.3.1 Acesso à Educação Pré-Escolar e progressão no sistema...22 5.4 CONSTRANGIMENTOS EXISTENTES AO NÍVEL DA PEQUENA INFÂNCIA .23 5.5 ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A PEQUENA INFÂNCIA .............30 5.5.1 PRINCÍPIOS ORIENTADORES................................................31 5.5.2 OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS ...............................................33 5.6 MEDIDAS DE POLÍTICA......................................................35 5.7 PLANO DE ACÇÃO NO ÂMBITO DA PEQUENA INFÂNCIA E EDUCAÇÃO PRÉ-ESCOLAR ................................................36 6. ENSINO BÁSICO ..........................................................................................39 6.1 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO NO ENSINO BÁSICO ...................39 6.2 PERCEPÇÃO DOS DIFERENTES ACTORES SOBRE A SITUAÇÃO ACTUAL DO ENSINO BÁSICO................................................44 6.3 VISÃO PROSPECTIVA SOBRE O ENSINO BÁSICO..........................46 6.3.1 Cenários possíveis para desenvolvimento do EBI .............46 6.3.2 Visão dos diferentes actores sobre o futuro do EBI...........48 6.4 ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENSINO BÁSICO .................50 6.4.1 Princípios Orientadores ................................................51 6.4.2 Objectivos Estratégicos................................................52 6.4.3 Medidas de Política......................................................52 6.4.4 Plano de Acção para o Ensino Básico..............................54 7. ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE ADULTOS ..............................................61 7.1 CARACTERIZAÇÃO DA ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE ADULTOS .....62 7.2 PERCEPÇÃO DOS DIFERENTES ACTORES SOBRE A SITUAÇÃO ACTUAL DA ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE ADULTOS ..........................64 7.3 VISÃO PROSPECTIVA SOBRE A EDUCAÇÃO DE ADULTOS.................65 7.4 ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA A EDUCAÇÃO DE ADULTOS........68 7.5 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA EDUCAÇÃO DE ADULTOS...............70 7.6 OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS ...............................................71 7.7 MEDIDAS DE POLÍTICA ......................................................72 7.8 PLANO DE ACÇÃO NO ÂMBITO DA ALFABETIZAÇÃO E EDUCAÇÃO DE ADULTOS..................................................73 Página 1 de 131 PLANO ESTRATÉGICO PARA A EDUCAÇÃO 8. ENSINO SECUNDÁRIO..................................................................................78 8.1 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO NO ENSINO SECUNDÁRIO .............78 8.2 AMBIENTE PEDAGÓGICO NO ES............................................80 8.3 QUALIFICAÇÃO DO CORPO DOCENTE ......................................82 8.4 PERCEPÇÃO DOS DIFERENTES ACTORES SOBRE A SITUAÇÃO ACTUAL DO ENSINO SECUNDÁRIO...................................................83 8.5 VISÃO PROSPECTIVA SOBRE O ENSINO SECUNDÁRIO....................88 8.5.1 Cenários possíveis para desenvolvimento do ES ..............88 8.5.2 Visão dos diferentes actores sobre o futuro ES ................90 8.6 ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENSINO SECUNDÁRIO...........92 8.6.1 Princípios Orientadores ................................................93 8.6.2 Objectivos Estratégicos................................................98 8.6.3 Medidas de Política......................................................99 8.6.4 Plano de Acção no âmbito do Ensino Secundário............ 101 9. ENSINO SUPERIOR E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA.......................................105 9.1 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR .............. 105 9.2 CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO ........ 108 9.3 MEDIDAS ADOPTADAS PARA EXPANSÃO DO ENSINO SUPERIOR E DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA ........................................... 109 9.4 OPINIÃO DOS DIFERENTES ACTORES SOBRE A CRIAÇÃO DE UM MODELO INSTITUCIONAL PARA O ENSINO SUPERIOR .......... 110 9.5 VISÃO PROSPECTIVA SOBRE O ENSINO SUPERIOR ..................... 113 9.6 ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS PARA O ENSINO SUPERIOR E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA............................................... 117 9.6.1 Proposta de Modelo Organizacional para a UCV ............. 119 9.6.2 Estratégia Possível para Implementação do Modelo de Ensino Superior ..................................... 120 9.6.3 Estratégia Possível para Implementação da UCV............ 122 9.7 OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS ............................................. 123 9.8 MEDIDAS DE POLÍTICA A NÍVEL GOVERNAMENTAL ..................... 123 9.8.1 Medidas de Política a nível dos Estabelecimentos de Ensino................................................................. 124 9.9 PLANO DE ACÇÃO NO ÂMBITO DO ENSINO SUPERIOR E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA............................................. 125 10. MODALIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO ESTRATÉGICO..........130 Página 2 de 131 PLANO ESTRATÉGICO PARA A EDUCAÇÃO 1. METODOLOGIA O nosso conhecimento sobre o provir é ainda muito limitado. No mundo da ignorância, o futuro acontece simplesmente. Nas actividades científicas e de investigação, o futuro é uma exaltante construção que mobiliza vontades, energias e recursos. Qualquer expectativa ou visão sobre o futuro só é possível delinear no presente. Nele se geram e esmorecem iniciativas e acções que poderão vir a influenciar as condições de existência no futuro. O presente é, pois, o cadinho das transformações que se pretendem desenvolver no futuro. Na actividade de planeamento as análises prospectivas são a forma mais adequada para se analisar o tempo presente e perspectivar o futuro tendo em atenção os constrangimentos e as potencialidades existentes. Este método pretende detectar as tendências pesadas da evolução recente, observando os comportamentos institucionais e as suas interacções, as regras e sistemas que se tornam obsoletos e as perspectivas que se apresentam. A prospectiva, baseando-se no estudo da evolução recente das instituições e das organizações, assimila os quadros de referência existentes, para neles se poderem provocar alterações significativas que permitam a mudança dessas instituições e organizações. Esta análise não é, pois, uma atitude neutra face à realidade existente. Ela exige uma tomada de posição consciente e activa dos cidadãos no traçar do seu futuro a médio e longo prazo. A elaboração de cenários múltiplos e de futuros possíveis corresponde à assunção de comportamentos proactivos, antecipativos face ao futuro que urge assimilar nos processos de formação e elaboração das políticas públicas. As grandes mutações económicas e tecnológicas da última metade do século XX, as lutas de libertação e a independência das colónias, provocaram um recrudescimento do interesse pelas análises acerca do futuro. Apesar destas análises terem sido bastante condicionadas pelas tradições culturais e pelas conjunturas nacionais, a interrogação sobre o futuro passou a preocupar o sentido da identidade de cada povo. Hoje não se concebe a identidade nacional sem a existência de projectos que aglutinem as esperanças e os anseios de toda a população. Nas sociedades contemporâneas as análises prospectivas podem ser encaradas para cumprir duas grandes funções: Página 3 de 131 PLANO ESTRATÉGICO PARA A EDUCAÇÃO - contribuir para o processo de tomada de decisões; - mobilizar os recursos para se poderem atingir os objectivos desejados. Pela complexidade das relações sociais, a prática prospectiva tem-se tornado numa actividade de carácter interdisciplinar e transdisciplinar, sendo hoje um método essencial para qualquer reflexão sobre a sociedade contemporânea e o seu futuro. As grandes transformações operadas nos últimos 30 anos, relacionam-se com: - a globalização da economia; - a criação de riqueza associada à criação de novos serviços; - o desenvolvimento de processos intensivos em formação e conhecimento; - a relevância dos mecanismos de difusão e circulação dos conhecimentos; - a importância do espaço territorial em termos estratégicos, económicos e culturais. Estas grandes transformações, tem produzido incertezas, conflitos, e desequilíbrios, concluindo-se que estamos hoje rodeados de problemas, de desafios, de ameaças e de oportunidades que será necessário resolver, debelar e explorar. São numerosos os desafios de natureza económica, organizacional e cultural, aumentam as ameaças de crescente exclusão social – incluindo o aumento da pobreza e da iliteracia – regista-se uma constante degradação do meio ambiente e aprofundam-se as desigualdades no acesso à educação. Trata-se do desenvolvimento ou do atraso da humanidade que qualquer estudo sobre o sector da educação não poderá deixar de equacionar. Para se estruturar uma visão para o futuro da educação, a prospectiva tem necessidade de instrumentos de representação que possam influenciar e orientar os membros da comunidade. O método da elaboração de cenários revela-se, neste contexto, um excelente instrumento de comunicação com esses membros, pois permite uma visualização
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