Unidades De Triagem E Compostagem De Resíduos Sólidos Urbanos

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Unidades De Triagem E Compostagem De Resíduos Sólidos Urbanos Unidades de Triagem e Compostagem de Resíduos Sólidos Urbanos Apostila para a gestão municipal de resíduos sólidos urbanos 2 ª Edição CURITIBA Novembro 2013 MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁ Procurador-Geral de Justiça Gilberto Giacoia Coordenador do CAOPMA Procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos REALIZAÇÃO Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente - CAOPMA Equipe Técnica Luciane Maranhão Schlichting de Almeida Ellery Regina Garbelini Paula Broering Gomes Pinheiro Estagiário João Pedro Bazzo Vieira Apresentação Os resíduos sólidos urbanos (RSU), mais conhecidos como lixo doméstico, aumentam juntamente com o aumento populacional das zonas urbanas, sendo que o destino a dar-lhes é um dos maiores desafios sanitários e ambientais que o nosso país enfrenta na atualidade. Sabe-se que a capacidade dos Aterros Sanitários é finita e os custos da sua manutenção, sejam eles econômicos, sociais ou ambientais, são cada vez maiores, por isso uma nova forma de gestão de resíduos sólidos urbanos necessita ser implantada para garantir a sustentabilidade do sistema. Na expectativa de incentivar uma nova proposta de gestão de resíduos sólidos urbanos, o Ministério Público do Estado do Paraná, através das Promotorias de Justiça por Bacias Hidrográficas e do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente - CAOPMA, tem priorizado a resolução de problemas associados aos RSU, incentivando, por exemplo, a implantação e o acompanhamento de Unidades de Triagem e Compostagem - UTC nos municípios do Estado do Paraná. Na seqüência, serão relatados conceitos importantes sobre a gestão de resíduos sólidos, bem como descritas as diretrizes gerais para a implantação de uma Unidade de Triagem e Compostagem – UTC e sua operacionalização. Portanto, este manual pretende auxiliar nos principais métodos e soluções de problemas que possam vir a surgir quando da efetivação dos trabalhos nas UTC’s por parte dos seus operadores e colaboradores. Agradecimentos Este material foi produzido com a contribuição de muitos e em nome do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção ao Meio Ambiente do Ministério Público do Estado do Paraná gostaríamos de agradecer, em primeiro lugar, a Leonardo Quadros Filho, que dedicou seus últimos anos de vida replicando seus conhecimentos e auxiliando as Prefeituras de nosso Estado na busca de soluções adequadas para a gestão de resíduos sólidos urbanos. Nossos sinceros agradecimentos também a Luiz Cesar Batista, pela disponibilização do material utilizado como base para a elaboração dessa cartilha técnica sobre compostagem. Agradecemos ainda às Prefeituras Municipais de Tibagi, Marialva, Brasilândia do Sul e Bituruna e suas equipes, por todo o apoio prestado ao longo dos seminários técnicos, que permitiram a disseminação de suas boas práticas de gestão de resíduos sólidos urbanos. Bons exemplos de gestão pública devem ser divulgados e replicados. Por fim, não poderíamos deixar de citar Leticia Uba da Silveira, por sua dedicação ao trabalho na área de resíduos sólidos durante anos junto a este CAOPMA, e ainda a equipe da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Coordenadoria de Resíduos Sólidos, pela parceria nesse e em outros materiais produzidos na área de resíduos sólidos urbanos. Glossário Aterro controlado – Local onde o lixo é depositado em valas, mas sem qualquer tipo de controle dos subprodutos da decomposição, tais como chorume e gases. Na maioria dos municípios não há planejamento de cobertura das valas, que passam longos períodos sem aterramento. Eventualmente há presença de catadores ou animais domésticos. Aterro sanitário – Técnica de engenharia para o confinamento dos resíduos sólidos municipais. Compreende o derramamento, acomodação e compactação dos resíduos sobre um leito impermeável, sua cobertura com terra ou outro material inerte, periodicamente, para o controle da proliferação de vetores e a gestão adequada de gases e lixiviados, com o fim de evitar a contaminação do ambiente e proteger a saúde da população. O aterro sanitário conta com projeto de Engenharia, possui sistema de pesagem e controle de entrada, de forma a não permitir a existência de catadores no local. Disposição Final – Conjunto de procedimentos que possibilitam a adequada disposição e o confinamento dos resíduos sólidos urbanos e de seus efluentes contaminantes em um ambiente restrito, sob controle técnico e monitoramento permanente. O único tipo de instalação em que ocorre a disposição final propriamente dita dos resíduos sólidos urbanos é o aterro sanitário, tal como definido no presente glossário. Em instalações de características mais precárias como, por exemplo, aquelas genericamente designadas por aterros controlados, mesmo que os resíduos sólidos sejam mantidos fisicamente confinados, através de sua adequada compactação e de recobrimento diário com solo, seus efluentes contaminantes, líquidos ou gasosos, têm a possibilidade de se disseminar pelo solo, subsolo e atmosfera, sem que tenham sido previamente submetidos a tratamentos. Licença de Operação - Documento que autoriza o funcionamento regular de um empreendimento potencialmente poluidor em determinado local e sob determinadas condições, emitido pelo órgão de controle ambiental com jurisdição sobre esse tipo de empreendimento. No caso de aterros sanitários e demais instalações de manejo ou tratamento de resíduos sólidos urbanos, a competência pela emissão da licença de operação geralmente cabe ao órgão estadual de controle ambiental. Líquido lixiviado ou Chorume – Líquido de cor escura, geralmente com elevado potencial poluidor, proveniente da decomposição da parcela orgânica biodegradável existente nos resíduos sólidos e das águas pluviais que perpassam a massa dos mesmos, quando acumulados em depósitos de quaisquer categorias ou dispostos em aterros controlados ou sanitários. Lixão ou Vazadouro a céu aberto – Local para depósito de resíduos sólidos urbanos sem qualquer tipo de controle ambiental ou técnica especial, sendo depositado a céu aberto, em parte das vezes queimado. Neste local é possível encontrar animais domésticos e catadores. São áreas insalubres e sem controle sanitário, com reprodução acentuada de vetores de doença e forte odor de gases. Manejo de resíduos sólidos – Conjunto dos procedimentos inerentes ao manejo de cada tipo de resíduo resultante dos serviços de limpeza urbana, desde os pontos de geração até sua reincorporação ao meio ambiente. Suas etapas consistem no acondicionamento; coleta, transporte, descarga ou transbordo; processamento para reaproveitamento; tratamento de resíduos especiais ou convencionais; destinação final; tratamento e monitoramento de efluentes. Serviço de limpeza pública – Serviços demandados por um núcleo populacional (áreas urbanas, periféricas e rurais de diversos tamanhos e complexidade), relacionados com a limpeza de vias e áreas públicas, coleta, transporte, transferência, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos municipais. Sumário 1. Classificação de Resíduos Sólidos ....................................................................................... 1 2. Resíduos Sólidos Urbanos ................................................................................................... 3 3. Coleta Seletiva ..................................................................................................................... 6 3.1. Diretrizes ................................................................................................................ 6 3.2. Regularidade da coleta domiciliar......................................................................... 9 3.3. Frequência de Coleta .............................................................................................. 9 3.4. Veículos para coleta de resíduos sólidos urbanos ............................................... 10 3.5. Coleta Seletiva Porta a Porta ................................................................................ 12 3.6. Pontos de Entrega Voluntária – PEV .................................................................... 13 3.7. Associações ou Cooperativas de Catadores ......................................................... 13 4. Tratamento da Fração Orgânica ........................................................................................ 15 5. Compostagem .................................................................................................................... 16 5.1. Fatores que afetam o processo de compostagem ................................................ 17 5.2. Microbiologia do Processo ................................................................................... 21 5.3. Processos Operacionais........................................................................................ 22 Preparo da Matéria-Prima e Montagem das Leiras ......................................... 22 Ciclo de Reviramento........................................................................................ 24 Aspectos Operacionais do Processo ................................................................. 24 5.4. Compostagem por Leiras Estáticas Aeradas ........................................................ 25 5.5. Usos e Aplicações do Composto Orgânico ........................................................... 26 Conceitos de Qualidade do Composto .............................................................. 28 Legislação Brasileira para uso de fertilizantes................................................. 28 5.6. Valor Agrícola e Comercial ..................................................................................
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