O REI NA ESCRITA AS MÚLTIPLAS FACES DE AFONSO VI (Séculos XI

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O REI NA ESCRITA AS MÚLTIPLAS FACES DE AFONSO VI (Séculos XI Maria Joana Matos Gomes O REI NA ESCRITA AS MÚLTIPLAS FACES DE AFONSO VI (Séculos XI e XII) Tese de Doutoramento em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos - especialidade em Literatura e Cultura Porto 2016 Faculdade de Letras da Universidade do Porto ÍNDICE Agradecimentos (p. II) Introdução (p. IV) Parte I: o rei na Escrita: Afonso VI nos textos do século XI-XII (p. 1) Capítulo I: Afonso VI na documentação coeva (p. 2) 1 O documento como discurso: problemas e limites (p. 2) 2 O corpus diplomático de Afonso VI (p. 4) Capítulo II: Afonso VI nas crónicas particulares (p. 7) 1 Primeira Crónica Anónima de Sahagún (p. 8) 2 Historia Compostellana (p. 16) 3 Chronica Adefonsi Imperatoris (p. 28) 4 Chronicon Lusitanum (p. 32) Capítulo III: Afonso VI nas crónicas dinásticas (p. 38) 1. Chronicon Compostellanum (p. 38) 2 Historia Legionensis (chamada Silensis) (p. 43) 3 Chronica Pelagiana (p. 52) 4 Chronica Naierensis (p. 60) Parte II: Narrativas em confronto Introdução: As múltiplas faces do rei e o espaço da memória (p. 73) Capítulo I: Afonso VI por ele mesmo (p. 77) 1 As condicionantes da representação diplomática da figura régia (p. 77) 1.1 Tipologia documental (p. 77) 1.2 Usus scribendi e formação dos redatores (p. 78) 1.3 Local de produção (p. 78) 1.4 Condicionantes materiais (p. 79) 1.5 Conservação de documentos (p. 80) 2.Modalidades da expressão da vox regis (p. 81) 2.1 Expressões formulares nominais: a intitulatio (p. 82) a) Titulação e espaço (p. 82) b) Filiação (p. 88) 2.2 Fórmulas de carácter proto-narrativo: o regnante (p. 92) 2.3 As narrationes dos documentos afonsinos (p. 96) a) O rei restaurador (p. 98) b) O rei conquistador (p. 100) c) O rei pacificador (p. 102) 2.4 Conclusão (p. 104) Capítulo II - Afonso VI e a memória clerical (p. 105) 1 O mosteiro: Sahagún (p. 108) 1.1 A estória de um conflito (p. 108) 1.2 A memória régia e a Anónima de Sahagún: A função protetora dos reis asturo leoneses e de Afonso VI (p. 110) 1.3 A construção da ordem régia (p. 114) a) Intextextualidades: do documento à crónica (p. 114) b) Da actio à narratio: os documentos de Ramiro II e de Afonso VI (p. 116) c) A evocação do rei e a função idealizante da ordem régia (p. 122) 1.4 Da ordem régia à ordem eclesiástica: duplas legitimações (p. 127) a) O rei e o abade (p. 127) b) O rei e os mártires (p. 129) 1.5 Tumulatus est in safagunt: a legitimação escatológica (p. 131) 1.6 Conclusão (p. 145) 2 A catedral: Compostela (p. 146) 2.1 O locus sanctus (p. 146) 2.2 Sua quoque gesta suorum predecessorum gestis in hoc registro subnotari curauit: a ordo régia e os bispos compostelanos (p. 150) 2.2.1 Os reis e a dádiva (p. 151) 2.2.2 Deposição e prisão (p. 157) a) A intervenção régia como benigna: do ataque à aristocracia à regulamentação de comportamentos (p. 159) b) A intervenção régia como maligna: Afonso VI e a deposição de Diego Peláez (p. 164) 2.2.3 Conclusão (p. 167) 2.3 A construção da ordo régia e a dimensão jurídica da Historia Compostellana (p.169) 2.3.1 Uma referência meta-jurídica como legitimação: Afonso II e a trasladação da sede de Iria (p. 172) 2.3.2 Afonso VI e a linguagem jurídica (p. 175) a) Convergências: cum uir illustrissimus socer eius rex Adefonsus (p. 175) b) A construção narrativa como contra-poder (p. 178) 1) O episódio da cunhagem da moeda (p. 178) 2) A força da palavra dita (p. 184) 2.3.3 Conclusão (p. 189) 2.4 A evocação do rei e a permanência idealizada da ordem régia (p. 190) a) Da lex à fides (p. 190) b) Auctoritas, potestas e a perceção do espaço do reino (p. 194) 2.5 Post mortem regis: o corpo político de Afonso VI: da boa governação à transmissão de poder (p. 199) 2.6 Conclusão (p. 203) Capítulo III: Afonso VI e a memória familiar (p. 203) 1. O ramo leonês: a Chronica Adefonsi Imperatoris (p. 205) 1.1 Os três Afonsos: o conde, o rei e o imperador (p. 205) 1.2 Afonso Henriques e Afonso Jordão: o comportamento dos consanguini regis (p. 206) 1.3 Afonso VI , utopia e providencialismo (p. 212) 1.4 A restauração como legitimação (p. 218) a) A recuperação da terra (p. 218) b) A lei e o imperador (p. 220) 1.5 Auctoritas régia e aristocracia (p. 224) 1.6 Conclusão (p. 229) 2 O ramo português: O Chronicon Lusitanum (p. 229) 2.1 Da imitação à superação (p. 230) 2.2 O valor paradoxal das relações genealógicas: Adefonsi imperatoris nepos/regina tarasia filius e o direito a reinar (p. 237) 2.3 A rutura como legitimação (p. 241) a) Os condes borguinhões (p. 241) b) O antigoticismo (p. 245) 2.4 Conclusão (p. 250) Capítulo IV: A memória dinástica (p. 251) Introdução (p. 251) 1. A Historia Legionensis (p. 254) 1.1 Os excursos narrativos e Afonso VI (p. 254) 1.2 Genealogiae (p. 256) 1.2.1 Da legitimação colectiva à legitimação individual (p. 256) 1.2.2 Conclusão (p. 262) 1.2.3 Preferência como argumento legitimador (p. 264) a) A preferência materna (p. 264) b) A preferência paterna (p. 266) c) A preferência fraternal (p. 268) 1.2.4 Conclusão (p. 271) 1.3 Dificultates (p. 272) 1.3.1 Um manifesto contra a divisão territorial? (p. 272) 1.3.2 Entre a unidade e a fragmentação (p. 275) 1.3.3 A explicação como sintoma de ansiedade e o problema sucessório no centro da Historia Legionensis (p. 278) 1.3.4 Um sistema sucessório em questão? (p. 281) 1.4 Conclusão (p. 289) 2. A Chronica Pelagiana (p. 290) 2.1 Fronteiras políticas e fronteiras diocesanas (p. 290) a) A divisão dos reinos e a definição do espaço (p. 290) b) De Plantata a Golpeliera (p. 297) 2.2 A batalha como duelo judicial? (p. 299) 2.3 A ausência das irmãs do rei (p. 303) 2.4 O retrato de Afonso VI (p. 305) a) O defensor omnium ecclesiarum (p. 305) b) O rex catholicus (p. 309) 2.5 O final do reinado de Afonso VI: processos e representações (p. 311) a) Pranto, profecia política e sucessão régia (p. 311) b) O catálogo das mulheres de Afonso VI e a legitimação genealógica (p. 314) c) A profecia como enunciado político (p. 316) d) O protagonismo dos bispos (p. 319). 2.6 Conclusão (p. 320) 3. O Chronicon Compostellanum (p. 321) 3.1 Uma estória política (p. 321) 3.2 O Chronicon Compostellanum e a terminologia jurídica (p. 323) a) A divisão dos reinos por Fernando I: sucessão régia e transmissão de património (p. 324) b) Cui totum suum regnum iureiurando pollicitus fuerat: Raimundo da Borgonha e o reino da Hispania (p. 330) 3.3 As mulheres e a auctoritas (p. 334) a) Sancha de Leão: Ad quam regnum pertinebant (p. 334) b) Urraca e o cerco de Zamora: uma revolta nobiliárquica? (p. 335) 3.4 Afonso VI e Urraca: dois modelos de governação (p. 338) 3.5 Conclusão (p. 340) 4. A Chronica Naierensis (p. 340) 4.1 O final do reinado de Afonso VI: marcas de um distanciamento temporal? (p. 343) 4.2 Reescritas e amplificações (p. 347) 4.2.1 A duplicação do episódio da divisão dos reinos (p. 348) 4.2.2 O comportamento contrastante de Sancho II e Afonso VI: uma nova ética régia? (p. 350) 4.3.3 O poder no feminino e Afonso VI: o cerco de Zamora (p. 355) a) Uma irmã para dois irmãos (p. 355) b) Do Infantado a Zamora e de Zamora ao Infantado (p. 356) 4.3.4 Afonso VI e Cluny (p. 361) 4.3 Conclusão: De Afonso VI a Afonso VIII (p. 363) Conclusões Finais (p. 365) Bibliografia (p. 375) Anexo (p. 404) “Was bleibet aber, stiften die Dichter”. Friedrich Hölderling, Andenken. “A story is not like a road to follow... it's more like a house. You go inside and stay there for a while, wandering back and forth and settling where you like and discovering how the room and corridors relate to each other, how the world outside is altered by being viewed from these windows. And you, the visitor, the reader, are altered as well by being in this enclosed space, whether it is ample and easy or full of crooked turns, or sparsely or opulently furnished. You can go back again and again, and the house, the story, always contains more than you saw the last time. It also has a sturdy sense of itself of being built out of its own necessity, not just to shelter or beguile you.” Alice Munro, Selected Stories, pp. XVI-XVII I Agradecimentos Os meus primeiros e mais profundos agradecimentos vão naturalmente para os aqueles que mais de perto acompanharam a realização desta tese: o Professor José Carlos Miranda e a Professora Maria do Rosário Ferreira. Sem a sua amizade, sem o encorajamento, a sua generosidade, o seu empenho e os seu comentários e correções esta tese nunca teria sido escrita. A eles é inteiramente merecida o nome dado na Alemanha ao orientador de tese de doutoramento: Doktorvater e Doktormutter. À Professora Ana Sofia Laranjinha agradeço a leitura interessada e crítica de todo o meu trabalho, sobretudo das notas. Ao Professor Manuel Ramos, a ajuda na decifração de passagens mais obscuras dos textos.
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