Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

A Delicadeza na Fruição Estética do Álbum Pitanga de Mallu Magalhães1

Laís Barros Falcão de ALMEIDA2 Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE

Resumo

Neste artigo se propõem pensar e sentir as materialidades e os afetos do álbum Pitanga, de Mallu Magalhães a partir da noção de delicadeza nos estudos de Estética da Comunicação. E tem como objetivo investigar como os elementos visuais e as músicas do álbum Pitanga conduzem a fruição estética da delicadeza na audição do disco, possibilitam ama experiência de pertencimento na contemporaneidade e nos ajuda a repensar aspectos culturais como a desqualificação da música pop e romântica no Brasil. Para tanto, são identificadas noções como sinceridade, sensibilidade, fragilidade na trajetória da cantora, as sugestões na produção e divulgação do álbum, são analisados as músicas e questionadas as críticas musicais, especificamente gostos e valores hegemônicos baseados em aspectos intelectuais da música e na concepção moderna da arte que busca constantemente inovação e ruptura.

Palavras-chave: delicadeza; estética; música pop; música romântica; Mallu Magalhães.

A Delicadeza Como Opção Ética e Política na Contemporaneidade

Pensando nas minhas experiências ligadas ao sensível desencadeadas quando escuto músicas de artistas contemporâneos, que costumam ser classificados pela crítica musical brasileira como nova MPB3, confesso que sempre fui seduzida pela delicadeza presente nas músicas de Mallu Magalhães, e sua capacidade de me afetar quando consigo imergir em seu ritmo vagaroso e suas questões intimistas, e a partir da escuta, desenvolver o sentimento de sensibilidade e criar uma atmosfera serena que me desloca das atividades cotidianas mais turbulentas como enfrentar o trânsito das cidades de Maceió e Recife, por onde transito de ônibus e de carro sempre ouvindo música. É esse aspecto que me interessa conhecer mais: a fruição estética da delicadeza em produtos midiáticos, especificamente como a delicadeza

1 Trabalho apresentado no GP Comunicação, Música e Entretenimento do XVI Encontro dos Grupos de Pesquisa em Comunicação, evento componente do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação.

2 Doutoranda em Estética e Culturas da Imagem e Som no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UF PE), bolsista da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe) e integrante do grupo de pesquisa Laboratório de Análise de Música e Audiovisual. E-mail: [email protected].

3 Nos anos 2000 jornalistas passaram a se referir a um grupo de artistas brasileiros como nova MPB em matérias como: “Chega de Saudade” de Flávio Júnior e Marcio Orsolini, na extinta revista Bravo!, em 2008; “Ninguém é de Ninguém: a Nova Realidade” de Ronaldo Bressane, na Trip, em 2009; e “Artistas Fazem Nova MPB Mesmo Sem Apoio das Grandes Gravadoras” de Marcus Preto, na Serafina, em 2012.

1 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

atua como fio condutor, isto é, princípio orientador dos ouvintes que se materializa de diferentes formas e garante consistência e potência a Pitanga, terceiro disco solo da cantora e compositora paulista Mallu Magalhães, que foi lançado em 24 de outubro de 2011 no Brasil e em Portugal anos depois, pelo selo Agência de Música em parceria com a gravadora . A compreensão estética da delicadeza que tomo como ponto de partida neste trabalho vem dos estudos de Estética da Comunicação que se propõem a pensar e sentir as materialidades e os afetos dos objetos comunicacionais, dos sujeitos e da fruição estética entre eles, e pensa a delicadeza como uma busca de pertencimento na contemporaneidade: “não é portanto, só um tema, uma forma, mas uma opção ética e política, traduzida em recolhimento e desejo de descrição em meio à saturação de informações” (LOPES, 2006, p. 2006), que acontece como fruição estética a partir de percepções particulares do cotidiano e da intimidade, de sentimentos como sensibilidade e amor e valores como sinceridade e autenticidade, e como possibilidade de experiências estéticas em nossos mundos cotidianos (GRUMBRECHT, 2006). A partir dessa visão sobre a delicadeza lanço a questão: como os elementos visuais e as músicas do álbum Pitanga conduzem a fruição estética da delicadeza na audição do disco, possibilitam a experiência estética de pertencimento na contemporaneidade e nos ajuda a repensar aspectos culturais como a desqualificação da música pop e romântica no Brasil? Para desenvolver essa questão, o objetivo do trabalho é analisar o álbum através de duas direções de investigações das experiências mediadas: com a fabricação do real através de relatos e com a descrição da própria experiência dos ouvintes (GUIMARÂES; LEAL, 2008), incluindo a experiência da pesquisadora, questionando os julgamentos de valor e gosto de músicos, produtores, jornalistas. Durante a análise serão consultados a biografia da cantora, a capa, o encarte, a contracapa, o release, os comentários sobre a produção e escuta do disco, assim como reportagens, entrevistas e críticas musicais disponíveis na internet. E com relação às músicas, serão levadas em consideração as letras, a melodia, o ritmo e a harmonia, identificando temáticas, instrumentos musicais, vozes, arranjos e efeitos sonoros, considerando “a música não só como produto cultural e/ou processo comunicacional, mas como uma experiência” (LOPES, 2003, p.87).

A Trajetória de Mallu Magalhães Como Estrela Pop Brasileira

2 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

Mallu Magalhães é uma jovem cantora paulista que ganhou um violão quando tinha nove anos e começou a compor músicas em inglês aos doze anos. Aos 15 anos de idade, cantava suas músicas para os amigos. Em 2007, Mallu registrou suas composições na Biblioteca Nacional, gravou quatro músicas no estúdio Lúcia no Céu, com o dinheiro que ganhou como presente de debutante de seu pai, e depois disponibilizou todas no perfil que havia criado no MySpace. Dentre elas, “Tchubaruba” e “J1”, com letras curtas em inglês, acordes e batidas simples no violão, tornaram-se um sucesso na internet, criando uma comunidade de fãs que interagiam entre si, replicavam e indicavam as músicas e os vídeos de Mallu para outras pessoas4. Antes mesmo de lançar seu primeiro disco e sem ajuda de gravadora, a cantora já possuía 1,9 milhão de acessos no MySpace, fã-clubes, participação no Programa do Jô, Altas Horas e Caldeirão do Hulk na Globo, show no Circo Voador, parceria cantando a música “Janta” com () no show do primeiro álbum solo de Camelo, chamado “Sou”, e indicação paras as categorias artista do ano, melhor show e artista revelação para a premiação do Vídeo Music Brasil (VMB) de 2008, organizado pela MTV Brasil. Esse sucesso repentino da cantora foi recebido pela imprensa como acontecimento particular e pouco frequente de criação e prospecção de um artista brasileiro a partir da internet na época, mas também como possibilidade para o futuro da indústria da música no país, por isso sua trajetória foi caracterizada por jornalistas como fenômeno pop e “tão espantosa quanto incerta” (ANTENORE, 2008). Contrariando previsões de que seria um artista-relâmpago, que aparece com uma ou duas músicas que faz sucesso e depois desaparece, Mallu prosseguiu com sua carreira na música lançando Mallu Magalhães (Agência de Música, 2008), DVD Mallu Magalhaes (Agência de Música 2008), Mallu Magalhães (Agência de Música/Sony Music, 2009), Pitanga (Agência de Música/Sony Music, 2011), flertando com o mundo da moda (CIOFFI, 2011; PACCE, 2012) e trabalhando ilustrações (OLIVEIRA, 2014). Mas o que nos interessa na trajetória de Mallu é como ela sempre esteve envolvida “na mística do vocalista enquanto star e no uso da voz como forma de articulação das experiências dos ouvintes, marcando seus cotidianos e suas memórias” (LOPES, 2007, p.166). A mística que envolve Mallu diz respeito ao seu talento precoce, ou como a Revista Rolling Stones anuncia a “Garota Prodígio” (CRUZ, 2008), “Estrela Teen” na revista

4 Biografias de Mallu Magalhães podem ser acessadas no site oficial da cantora (www.mallumusic.com.br) e no site criado pelo selo Agência de Música para divulgar os dois primeiros discos de Mallu (www.agenciademusica.com.br/mallumagalhaes/site/index.php). Acesso em 28 de junho de 2016.

3 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

Capricho (JÚNIOR, 2009), “Garota da Rede” na revista Quem Acontece (FERLA, 2008), e quanto a sua música “A Adolescente Folk” no jornal O Globo de 2008, “Garota Bossa Nova” na revista Isto É (RANGEL, 2009), “Prodígio da MPB” no Jornal da Tarde em 2009, e representante de uma nova MPB na revista Serafina da Folha de São Paulo (PRETO, 2012). Também está relacionada à exposição de sua vida privada pela imprensa brasileira, principalmente sobre seus relacionamentos amorosos: o rápido namoro com Hélio Flanders, vocalista de Vanguart de quem era fã (GIACOMO, 2008), logo seguido pela polêmica gerada quando ela e Marcelo Camelo, integrante dos Los Hermanos, de quem também era fã, anunciaram que estavam namorando (MARTINEZ, 2008), por ele ser muito mais velho do que ela. Mallu tinha dezesseis anos e Camelo trinta na época. O fato de Mallu permanecer namorando outro artista e trabalhar com ele também faz parte da mística que envolve a cantora (PRETO, 2011). Na trajetória de Mallu Magalhães também aparece a noção de sinceridade na forma como fala sobre seus sentimentos em entrevistas, de amor e positividade que quer passá-los com suas músicas (FERLA, 2008), além de contar que não sabe dividir o que sente do seu trabalho e defini-lo com “íntimo, sincero e natural” (LORENTZ, 2011), dificilmente falando sobre aspectos financeiros ligados ao seu trabalho, envolvendo-se nos “jogos entre sinceridade (desvelamento) e autenticidade (posicionamento)” (JANOTTI;SOARES, 2014) através de um pensamento romântico sobre a arte. Outro aspecto que atravessa a trajetória da cantora é a sensibilidade, por se descrever como alguém com uma personalidade sensível, como na entrevista que falou do desgaste físico e emocional de ter que ficar longe da sua família para trabalhar, de sua busca por suporte psicológico (FUSCALDO, 2009; PAULINO, 2009), e de como conta ter sofrido por ter sido obrigada a ficar na escola, onde ela achava que não tinha espaço para suas emoções, e com as reações de ódio das pessoas quando assumiu o namoro com Camelo (PRETO, 2010). E também a fragilidade como relata em entrevista sobre como sua saúde ficou fraca após deixar de comer, perder muitos quilos e ficar doente com frequência porque assim se sentia mais bonita (PRETO, 2010). Entende-se aqui sinceridade, sensibilidade e fragilidade como valores do sujeito e de sua forma de agir no mundo, que articula Mallu e seus fãs/ouvintes, isto é, faz parte da partilha sensível (RANCIÉRE, 2009) entre sujeitos e acabam por influenciar de uma forma ou de outra quem se propõe a ouvir suas músicas.

4 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

Sugestões na Produção e Divulgação de Pitanga

Mallu Magalhães escolheu doze entre as muitas composições que tinha em inglês e português, e seguindo o conselho de Marcelo Camelo, os dois criaram e gravaram os arranjos para as criações da compositora juntos, tocando, cantando e experimentando o que melhor ficaria em cada música, com quase todos os instrumentos do disco sendo tocados por eles, incluindo instrumentos que a cantora ainda não havia tocado em seus discos anteriores como bateria, piano e guitarra (MIYAZAWA, 2011). Além de Marcelo e Mallu tocando dezenas de instrumentos, Alexandre Kassin5 participou tocando lap steel (guitarra havaiana) e guitarras com pedal de volume, Maurício Takara6 tocou congas e bateria, André Lima teclados e piano, Josué flauta, François trombone, Victor Rice baixo, bateria, panderola, violoncelo e guitarra, e Daniel D‟Alcantara fugel horn (instrumento de sopro). Dessa maneira, as canções foram gravadas por Fernando Sanchez e Victor Rice, mixadas também por Rice, no Estúdio El Rocha em São Paulo (SP), entre maio e julho de 2011 e

masterizadas por Felipe Tichauer no estúdio Redtraxx Music em Miami (Flórida, EUA).

Capa e contracapa do álbum “Pitanga”, de Mallu Magalhães. Fonte: http://www.premiodamusica.com.br/audicao/audicao-2012-768/. Acesso em junho de 2016.

O título do disco escolhido por Mallu Magalhães, Pitanga, surgiu da sua paixão pela fruta, que durante as gravações fez um viveiro com mudas de pitangueira em sua varanda com as sementes das frutas da pitangueira do estúdio El Rocha. Segundo Mallu em entrevista a revista Rolling Stones, o nome veio do acaso para ela e era tudo que ela

5 Alexandre Kassin produziu discos dos Los Hermanos, Caetano Veloso, João Mautner, Vanessa da Mata e o segundo disco de Mallu, o Mallu Magalhães (Agência de Música/Sony Musica, 2009). 6 Maurício Takara é conhecido por ser baterista nas bandas Hurtmold e São Paulo Underground.

5 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

precisava: uma palavra forte, que ninguém tinha usado e que combinava com seu estilo de vida, de aproveitar o que aparecer, agarrar e levantar (MIYAZAWA, 2011). E também foi Mallu quem costurou as lantejoulas que estão na capa do disco, fotografou uma pitangueira, e desenhou as aquarelas do encarte e da contracapa onde aparecem imagens suas e elementos da natureza (fruta, folha e pássaro), predominantemente nos tons suaves de laranja e marrom. Assim como ela fez em seus álbuns anteriores, do leãozinho desenhado com pedaços de lã em Mallu Magalhães (Agência de Música, 2008), das dobraduras em papel em Mallu Magalhães (Agência de Música/Sony Music, 2009), são seus trabalhos manuais, fotografias e ilustrações que marcam o visual dos álbuns, remetendo à simplicidade do trabalho artesanal, sem efeitos digitais, feito à mão com cuidado, as fotografias trazem uma intimidade com a possibilidade de ver através dos olhos de Mallu, e as aquarelas traduzem, aos olhos de quem folheia o encarte, leveza, espontaneidade e uma ligação com a natureza em seu trabalho. Mas também é certo que o design gráfico de Renan Costa escolhendo o fundo branco e as letras das músicas em preto com fontes sem serifas também apelam para um efeito limpo e simples do disco7.

Fotografia na bandeja de CD e Ilustrações no Encarte do álbum “Pitanga”, de Mallu Magalhães. Fonte: http://www.premiodamusica.com.br/audicao/audicao-2012-768/. Acesso em junho de 2016.

Essas percepções são intensificadas ao ler o texto que Mallu escreveu no encarte, no qual expressa gratidão e amor ao seu namorado e também produtor do disco Marcelo

7 O encarte completo encontra-se disponível no site do Premio da Música Brasileira, apresentado e patrocinado pelo Banco do Brasil: www.premiodamusica.com.br/audicao/audicao-2012-768/. Acesso em 28 de junho de 2016.

6 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

Camelo, dedica à sua mãe, à seu pai e à sua irmã, e agradece a sua professora de canto Eliete, aos amigos do estúdio El Rocha, aos seus fãs e ao coprodutor Vistor Rice pela dedicação e amizade. Mallu ainda descreve o mundo de detalhes de Pitanga que vai desde as pessoas nas ruas e os gritos da feira, ao seu universo privado com gatos, plantinhas, lantejoulas, visitas, chás, pinturas e amigos, conta como trabalhar no novo álbum fez-lhe descobrir mais sobre si mesma, sobre seus sonhos e medos, e como resultado declara ter encontrado na sua intimidade e sinceridade a sua arte:

Minha intimidade virou (orgulhosamente) de vez minha arte (nada mais sincero). Foi no meio da confusão e da poeira de pinheiros onde em cada um que passa, cada desconhecido, encontro neste, minha paz diante do ser humano, desfruto da minha existência e coração atento. Por este coração intenso, não sei a quem agradecer. Talvez ao infinito, seja para o qual eu deva dizer obrigada. (MAGALHÃES, 2011).

É importante reconhecer novamente o apelo à sinceridade como valor para tornar seu trabalho “autêntico”, inclusive nas palavras de Mallu ao contar em entrevista que sua proposta com Marcelo Camelo para o disco era ser a cantora o máximo possível (MIYAZAWA, 2011) e que o som do disco é sincero (LORENTZ, 2011). Mas também é importante reconhecer uma poética da intimidade e do cotidiano que para ela, e para quem escuta e se identifica com seu trabalho, funciona como um posicionamento partilhado de fuga da confusão das ruas através do encontro de sossego e paz com outrem e consigo mesmo, retomando a perspectiva da delicadeza como opção ética e política diante do mundo contemporâneo. E esse posicionamento vai ser justamente um dos pontos a serem explorados comercialmente na divulgação do álbum, especificamente no release do disco anunciando Pitanga como maior do que um projeto musical, mas “uma filosofia, um universo, um portal e um gosto” que parte da exposição do íntimo de Mallu em músicas, escolhas estéticas e conduta de vida. Outro ponto a ser explorado na divulgação foi o próprio título do álbum, associando o nome da fruta e suas qualidades “azedinha, doce, bonita e única” ao disco, como também o fato de ser nativa da Mata Atlântica brasileira e de ser encontrada em abundância no bairro de Pinheiros em São Paulo - onde morava Mallu e onde gravou Pitanga - como se isso indicasse uma guinada de Mallu na música brasileira, com um álbum cantando mais em português que seus trabalhos anteriores. Esses comentários sobre o álbum ainda propõem uma forma de escuta íntima e carinhosa como se Pitanga fosse um presente feito à mão por Mallu e entregue aos ouvintes, que ao se identificarem com a opção de Mallu pela

7 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

delicadeza, podem partilhar um universo sensível acionado pela intimidade de Mallu, sua própria intimidade e suas experiências cotidianas nas cidades brasileiras. A sensação de intimidade advém também nas formas de divulgação de Pitanga, quando Mallu passa a escrever um Blog hospedado em seu site oficial (www.mallumusic.com.br) quase diariamente sobre sua vida e a gravação do disco, como também passou a postar fotos tiradas durante a gravação e editadas digitalmente por ela em seu tablete no Flickr, uma rede social de imagens8. E também no vídeo divulgação curto de Pitanga, liberado antes mesmo do álbum ser lançado em seu formato digital e físico, onde Marcelo Camelo filma em plano fechado o rosto de Mallu na praia, ao som da música “Sambinha Bom”, a segunda música do disco, seguindo sua proposta de confundir o disco e suas músicas com a própria Mallu9.

Sentimentalismo e Suavidade nas Músicas

Na primeira música “Velha e Louca”, Mallu canta a despreocupação quanto aos julgamentos dos outros, anuncia automonia com “Agora eu sigo o meu nariz”, lança a alegria com o verso “Em cada canto um lado bom” e com uma sonoridade reverberante que remete ao surf music, principalmente por causa das guitarras, evocando sensações joviais e agradáveis bem ao rock dos anos 1960, cantada de forma espontânea e suave por Mallu. Um pequeno intervalo e estamos na segunda música, intitulada “cena”, um pedido de desculpa pelo capricho de fazer drama no romance para depois fazer as pazes, o que remete a proposta de dosagem do drama da bossa nova e seu cuidado para evitar excessos sentimentais (NAVES, 2015). Já conhecida das apresentações da cantora, a canção ganha nova sonoridade no disco acrescentando além do violão que dar um ar acústico, os teclados, e o Glockenspiel (instrumento percussivo do tipo metalofone), que soa como sinos em perfeita sintonia com a doçura da voz da cantora. Essa balada romântica lança o sentimentalismo e a poética da intimidade que percorre todo o disco na temática da iconstância dos relacionamentos amorosos, convidando o ouvinte a se sensibilizar com a situação e os sentimentos íntimos do eu lírico, que se define como temperalmente sensível e facilmente magoado: E eu, que fico à flor da pele / Sem querer / Eu tenho um coração vulcânico / E sempre acabo errada. Ao tocar

8 As fotografias publicadas por Mallu Magalhães durante a gravação de Pitanga estão disponíveis em: https://www.flickr.com/photos/mallumusic. Acesso em 5 de julho de 2016. 9 O vídeo de divulgação de Pitanga está disponível no canal oficial da cantora no You Tube: https://www.youtube.com/watch?v=21_6ZQgN_FY. Acesso em 5 de julho de 2016.

8 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

“Sambinha Bom”, a terceira faixa do disco, a intimidade ganha contornos sensuais nos versos Quero virar sua pele / Quero fazer uma capa / Quero tirar sua roupa e o som lembra músicas da bossa nova, com a voz, violão, piano e metais também, só que nessa música com a percussão feita por congas, metalofone e chocalhinhos. Aparece também o valorização da simplicidade em: Sambinha bom / É esse que tem pouca nota, e o diminutivo nas palavras, mas nada comparado a quantidade de “inhos” na quarta canção, “Olha só, Moreno”, muito mais melosa, graciosa e com um caráter confessional ainda maior, trazendo justamente uma valorização do afeto, da escolha pelo amar devagar e do permanecer junto diante das dificuldades da vida:

Olha só, Moreno do cabelo enroladinho, Vê se olha com carinho pro nosso amor. Eu sei que é complicado amar tão devagarinho E eu também tenho tanto medo. Eu sei que o tempo anda difícil e a vida tropeçando, Mas se a gente vai juntinho, vai bem. Eu não sei se você sabe, mas eu ando aqui tentando E a gente tem o eterno amor de além. (MAGALHÃES, 2011).

Ao ouvir o começo em inglês da quinta faixa do disco, “Youhuhu”, relembramos a Mallu adolescente que cantava “Tchubaruba”, inventando palavras que fossem mais musicais, mas agora cantando “you-hu-hu” “yeah-yeah” na parte da música com mais movimento com as guitarras, contando que ganhou sua guitarra da avó e como tudo leva a pensar no seu amado. E quando a música imerge em uma velocidade mais lenta assovia e suspira apaixonada cantando em português “Ai, ai, ai, moreno / Desse jeito você me ganha / Esse teu chamego / O meu dengo e a tua manha” ao som do teclado, trombone, chocalhos e panderola. A tristeza passa pela sexta música de Pitanga em “Por que você faz assim comigo?”, mas de forma branda, uma melancolia acionada pelo lap steell e guitarras com pedal de volume de Kassin, e pela letra novamente sobre a inconstância dos relacionamentos amorosos, ”Até agora estava tudo bem / Todos os sonhos cultivados”, mas agora também sobre fragilidade em: “Talvez eu seja pequena / Lhe cause tanto problema / Que já não lhe cabe me cuidar”. Em “Baby, I‟m sure”, sétima faixa do repertório, Mallu novamente traz pessoas próximas à ela e fala sobre a relação com sua família (pai, mãe e irmã) na letra toda em inglês, confessando que quer viver sem brigas e em uma casa pequena, com feixes de luzes brilhando e que possa ser seu esconderijo junto com seu gato vira-lata e seu namorado. Dá

9 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

para ouvir a segunda voz de Marcelo Camelo cantando “Baby” no refrão, Mallu assoviando e batendo palmas, as guitarras, o piano, e novamente o metalofone. Mas uma vez a delicadeza aparece na busca de pertencimento em uma reclusão sossegada, sem os atritos das relações sociais. Em “In the morning” o destaque maior está no piano, na guitarra com pedal de volume de Kassin, na voz de Mallu, e dá pra ouvir o barulhinho que faz ao girar a manivela da câmera Bolex, glockenspiel e metalofone, criando a impressão do som ser gravado em suporte analógico e não no digital, como de fato é. Ouvir a viola caipira tocada por Mallu e sobreposições de vozes suas em “Lonely” remetendo de longe o Folk que tanto esteve presente em discos anteriores da cantora, mas também ao álbum de Marcelo Camelo, Toque Dela (Universal Music, 2011), onde ele fala da tristeza de se viver em solidão nas músicas “A noite” e “Tudo que você quiser”, com Mallu respondendo em inglês “Solitário, não, você não vai ser solitário novamente / Porque você me tem agora”10, em meio a sinos, pratos, ukelele, escaleta, baixo, piano, entre outros. Porém, é na letra metade português e metade em inglês de “Highly Sensitive” que encontra sintetizada, como o próprio título indica, a questão da sensibilidade: “Você não pode ver que sou altamente sensível?” e da fragilidade: “Eu não quero brigar / Porque eu não sou tão forte”11, com quase todos os músicos envolvidos no disco fazendo coro na canção, que junto com as guitarras, baixo, bateria e palmas acabou deixando a música animada. Dessa forma, cria uma impressão de que ser muito sensível necessariamente não implica em tristeza. A penúltima faixa, “Oh, Ana”, Mallu conta com intimidade na letra em português sua relação e seus sentimentos pela sua irmã Ana, também com uma sonoridade que se aproxima da bossa nova, mas com violão, guitarras, baixo e bateria. E para fechar Pitanga, sinos, efeito com arco e piano em “Cais”, com Mallu sussurrando acompanhando a música e depois cantando “De onde eu vim / Não tem mar / Onde eu vim parar? / Atraquei / Nesse cais / Por amor demais”. Talvez em resposta as metáforas com elementos relacionados ao mar que Marcelo Camelo sempre usa em suas composições. O álbum acaba e ainda estamos com as letras e refrãos simples passando pelos pensamentos na a voz pequena, aguda, doce e arrastada de Mallu e os sons do piano, metalofone, sinos e chocalhinhos.

O Sabor Agridoce de Pitanga nas Críticas

10 A letra da música em inglês: Lonely, no you'll never be lonely again / Cause you have me now. 11 Os versos em inglês :Can't you see I'm highly sensitive? (...) I don't want to argue / Cause I'm not that strong.

10 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

Os críticos musicais, que experimentaram Pitanga como uma fruta doce, avaliaram o álbum de maneira geral como positivo, bom, agradável, como indicação de aprimoramento da cantora, e como prelúdio de que discos grandiosos de Mallu estão por vir (AZEVEDO, 2011; COSTA, 2011; MORAES, 2001; XI, 2011). Qualificaram o disco como prazeroso, com vida própria, equilibrado, complexo, artesanal, doce, belo, amoroso, jovial, delicado, intimista, sincero, sutil, suave e singelo. Em outras palavras, partilham o prazer e o afeto desencadeados na fruição estética da delicadeza em Pitanga. O jornalista Leonardo Lichote em O Globo, por exemplo, indica que o potencial de Mallu que fica evidente em Pitanga é sua capacidade de se posicionar na contemporaneidade por meio de uma erudição pop, de sua sensibilidade à flor da pele, por cantar tanto em inglês como em português, e na exibição de sua intimidade. Ainda seguindo as avaliações positivas, mas não excelentes, Pitanga garantiu o terceiro lugar na lista de melhores discos de 2012 da revista Rolling Stones por ter “um gostinho nativo do Brasil, sem mais ter aquela tão característica influência da música norte- americana (...) e uma brasilidade de bossas e sambinhas”, perdendo para o disco Doozicabraba e a Revolução Silenciosa (Independente, 2011) de Emicida em segundo lugar, e para Nó na Orelha (Oloko Records, 2011) de Criolo em primeiro lugar, ambos rappers paulistas. Para os críticos que sentiram um gosto amargo ao ouvir Pitanga, o que experimentaram foi incômodo com “o excesso de instrumentos – comum nos discos solo de Camelo. Num determinado momento, chega a atrapalhar, como se fosse um barulho externo do disco” (AZANHA, 2011), uma sensação de cansaço “passar por “Ô Ana” e o haikai “Cais” – as duas últimas faixas do álbum – é tarefa bastante árdua” (COSTA, 2011), de letargia causada pelas “bobagens cotidianas (...) empilhadas e combinadas à voz mole e arrastada da cantora” (FAGUNDES, 2012), e “a impressão (...) de que tudo vai bem (...) tudo não passa de uma questão de mais amor, por favor” (OLIVEIRA, 2015). Isto é, não desejam e não partilha fruição estética com Pitanga. Retirando apenas as duas primeiras críticas do incômodo e cansaço, as demais julgam as músicas de Mallu Magalhães como ruim e irrelevante. As questões que surgem então são: por que pitanga não é considerado um álbum grandioso e por que é julgado como ruim e irrelevante para alguns? Essas perguntas colocam em discussão valores e gostos hegemônicos de vertentes musicais ligadas à arte moderna como a MPB (profundidade poética) e o Rock (densidade musical) e a ambos o

11 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

virtuosismo musical, isto é, aos aspectos intelectuais e cerebrais da música que desvalorizam a afetividade, a simplicidade e o envolvimento romântico assumido pela música pop (LOPES, 2003). Da mesma forma, tenciona funções sociais, políticas e artísticas atribuídas às músicas de MPB e Rock na América Latina como perturbadoras da ordem vigente por meio da abordagem de conteúdos críticos, da visão do cotidiano como violento e banal, e da busca constante por inovação e ruptura como única forma de arte possível. Portanto, se as músicas tem como tema o amor com a intensão de fruir prazer, desencadear afetos e provocar sensações, sem inovar ou romper com as características de estilos e gêneros musicais, elas são desqualificadas como irrelevantes, vazias de conteúdo social e político, quando na verdade são encontros e identificações entre artistas e ouvintes, partilhas de prazer e afeto entre sujeitos por meio da simplicidade e do sentimentalismo, da arte também como forma de conhecimento e de estar no mundo, e da visão da beleza no cotidiano (LOPES, 2003).

A Fruição da Delicadeza em Pitanga na Contemporaneidade

A trajetória de Mallu Magalhães enquanto fenômeno e estrela pop brasileira envolta em noções como sinceridade, autenticidade, sensibilidade e fragilidade influenciam a fruição estética de seus álbuns indicando os valores e a concepção de arte que são partilhados pela cantora e por seus fãs. Enquanto o álbum traz no título percepções do cotidiano como belo e natural no nome da fruta Pitanga encontrada nas ruas, sítios, casas, condomínios e apartamentos por todo o Brasil; fotografia como poética da intimidade com a possibilidade de ver através dos olhos de Mallu; trabalho artesanal com as lantejoulas e as ilustrações com elementos da natureza (fruta, folha, passarinho) indicam simplicidade e zelo, as cores das as aquarelas traduzem leveza e espontaneidade; e design gráfico provocam um efeito limpo e simples no disco. Essas percepções particulares do cotidiano e da intimidade são intensificadas pelo vídeo de divulgação, pelo texto que Mallu Magalhães escreve no encarte, pelo release, pelos textos publicados blog do site oficial pela cantora e pelas fotografias publicadas no Flickr. Ouvir Pitanga, a voz feminina, pequena, aguda, usada de forma arrastada pela cantora, com suspiros e sussurros, como também o piano, teclados, metalofone e sinos transbordam doçura, como as letras convidam a se sensibilizar com eu lírico altamente

12 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

sensível e como Pitanga soa harmonioso com timbres e texturas de diferentes instrumentos e efeitos sonoros se alternando e se sobrepondo suavemente despertam brandura e tranquilidade. E ao ler as críticas do disco somos lançados em discussões sobre valores e gostos a que são submetidas à música pop e romântica no Brasil, no tencionar das funções que atribuímos à arte e a música na contemporaneidade. Todos esses elementos exercem papeis importante na fruição estética da delicadeza, até mesmo o conhecimento de que ela não é desejada e partilhada por todos. Assim, é importante acrescentar que esse caminho que trilhei, junto à Estética da Comunicação, também não deixa de ser uma partilha, uma proposição de pensamento e sensibilidade sobre as materialidades e os afetos de Pitanga, sobre sujeitos e a fruição estética da delicadeza entre eles. Não se pretendeu aqui definir a fruição estética da delicadeza como única possibilidade de pensar e sentir esse objeto comunicacional, mas partindo de experiências do mundo cotidiano da pesquisadora, lançá-lo nas discussões do mundo acadêmico.

REFERÊNCIAS

ANTENORE, Armando. Mallu Magalhães: Revolucionária aos 16 Anos. Revista Bravo!, 2008. Disponível em:. Acesso em 25 de julho de 2016. AUMONT, Jacques. La Estética Hoy. Madrid: Ediciones Cátedra, 2001. AZANA, Thiago. Crítica: Pitanga (Mallu Magalhães). Blog Olhares do Radar: 2011. Disponível em < http://olharesdoradar.blogspot.com.br/2011/10/critica-pitanga-mallu- magalhaes.html>. Acesso em 5 de julho de 2016. AZEVEDO, Kamila. “Pitanga”: Mallu Magalhães. Blog Cinéfila por Natureza, 2011. Disponível em: . Acesso em 5 de julho de 2016. BRESSANE, Ronaldo. Ninguém é de Ninguém: a Nova Realidade. São Paulo: Trip, nº 178, jun. 2009. Disponível em: . Acesso 5 de julho de 2016. CIOFFI, Beatriz. Formada em corte e costura, Mallu Magalhães diz: “Tenho vontade de trabalhar com moda”. R7 Entretenimento, 2011. Disponível em: http://entretenimento.r7.com/moda-e-beleza/noticias/spfw-formada-em-corte-e-costura- mallu-magalhaes-diz-tenho-vontade-de-trabalhar-com-moda-20110617.html. Acesso em 25 de junho de 2016. COSTA, Marcelo. “Pitanga”, Mallu Magalhães (Sony Music). Scream & Yell, 2011. Disponível em: < http://screamyell.com.br/site/2011/11/02/mallu-magalhaes-fala-sobre- pitanga/>. Acesso 28 de junho de 2016. CRUZ, Márcio. Garota Prodígio. Rolling Stone, 2008. Disponível em: < http://rollingstone.uol.com.br/edicao/18/garota-prodigio#imagem0>. Acesso em 25 de junho de 2016.

13 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

FAGUNDES, Diego. Mallu Magalhães: Pitanga. Blog Fita Bruta, 2012. Disponível em: . Acesso em 5 de julho de 2016. FERLA, Marcelo. A Garota Rede. São Paulo: Quem Acontece, 2008. Disponível em: < http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI15293-8224,00- A+GAROTA+DA+REDE.html>. Acesso em 25 de junho de 2016. FLÁVIO JR., José; ORSOLINI, Márcio. Chega de saudade. São Paulo: Bravo!, 2008. Disponível em: . Acesso 25 de junho de 2016. FUSCALDO, Chris. „Quando Se Cresce, Muda Tudo‟, Diz Mallu Magalhães, Madura Em Seu Segundo Disco. Blog Chris Fuscaldo, 2009. Disponível em: < http://chrisfuscaldo.com.br/2009/12/17/quando-se-cresce-muda-tudo-diz-mallu-magalhaes- que-chega-ao-segundo-disco-transbordando-maturidade>. Acesso em 20 de junho de 2016. GIACOMO, Fred. 5 coisas que só quem foi à festa pós-VMB viu. Editora Abril, 2008. Disponível em: . Acesso em 25 de junho de 2016. GUIMARÃES, César; LEAL, Bruno. Experiência estética e experiência mediada. InTexto, v. 2, p. 1-12, 2008. GUMBRECHT, Hans Ulrich. Pequenas Crises: Experiências Estéticas nos Mundos Cotidianos. In: GUIMARÃES, C.; LEAL, B.; MENDONÇA, C. Comunicação e Experiência Estética. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. JANOTTI, Jeder. Aumenta que Isso aí é Rock and Roll: Mídia, Gênero Musical e Identidade. : E-papers, 2003a. ______. Entretenimento, Produtos Midiáticos e Fruição Estética. In: BORELLI, Silvia Helena; FREITAS, Ricardo (Orgs). Comunicação, Narrativas e Culturas Urbanas. São Paulo/Rio de Janeiro: Educ/UERJ, 2009. JANOTTI, Jeder; SOARES, Thiago. Mentiras Sinceras Me Interessam. Belém: Compós UFPA, 2014. JUNIOR, Flávio; Orsolini, Marcelo. Chega de Saudade: Você acha que desde os anos 60 e 70 não se faz mais MPB de qualidade? Conheça os talentos da nova geração de cantores e compositores. Revista Bravo!, 2008. LICHOTE, Leonardo. Mallu Magalhães está „velha‟ e „louca‟ no álbum „Pitanga‟. O Globo, 2012. Disponível em: . Acesso em 5 de julho de 2016. LOPES, Denilson. Da Música Pop à Música como Paisagem. Eco-Pós (UFRJ), Rio de Janeiro, v. 6, n.2, p. 86-94, 2003. ______. Da Estética da Comunicação a uma Poética do Cotidiano. In: GUIMARÃES, C.; LEAL, B.; MENDONÇA, C. Comunicação e Experiência Estética. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2006. ______. A Delicadeza: Estética, Experiência e Paisagem. Brasília: UNB, 2007. LORENTZ, Braulio. Mallu Magalhães diz que novo CD é 'íntimo, sincero e natural'. G1, 2011. Disponível em: < http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2011/10/mallu- magalhaes-diz-que-novo-cd-e-intimo-sincero-e-natural.html>. Acesso em 5 de julho de 2016. MAGALHÃES, Mallu. Mallu Magalhães. Agência de Música, 2008. ______. Mallu Magalhães. Agência de Música/Sony Music, 2019. ______. Pitanga. Agência de Música/Sony Music, 2011. MARTINEZ, Léo. Mallu Magalhães e Marcelo Camelo Assumem Romance. Rio de Janeiro: Ego, 2008. Disponível em< http://ego.globo.com/Gente/Noticias/0,,MUL872380-

14 Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – São Paulo - SP – 05 a 09/09/2016

9798,00ALLU+MAGALHAES+E+MARCELO+CAMELO+ASSUMEM+ROMANCE.ht ml>. Acesso em 25 de junho de 2016. MIYAZAWA, Pablo. O Disco Artesanal de Mallu Magalhães. Rolling Stone, 2011. Disponível em: http://rollingstone.uol.com.br/edicao/60/o-disco-artesanal-de-mallu- magalhaes#imagem0. Acesso em 20 de junho de 2016. MORAES, Lidiana. Crítica: Mallu Magalhães – Pitanga. Revista O Grito!, 2011. Disponível em: < http://oglobo.globo.com/cultura/mallu-magalhaes-esta-velha-louca-no- album-pitanga-5181039#ixzz4EJlkoH9B>. Acesso em 5 de julho de 2016. NAVES, Santuza. A Canção Brasileira: Leituras do Brasil Através da Música. Rio de Janeiro: Zahar, 2015. OLIVEIRA, Acauam. O Fofo Naufrágio Humano Da MPB Neo-Indie. Chic Pop, 2015. Disponível em: . Acesso em 5 de julho de 2016. OLIVEIRA, Rebeca. Mallu Magalhães, Tulipa Ruiz e Karina Buhr se destacam com ilustrações. Portal Uai +E, 2014. Disponível em: < http://www.uai.com.br/app/noticia/e- mais/2014/12/16/noticia-e-mais,162598/mallu-magalhaes-tulipa-ruiz-e-karina-buhr-se- destacam-com-ilustracoes.shtml>. Acesso em 5 de julho de 2016. PACCE, Lilian. Mallu Magalhães Além da Música. Blog Lilian Pacce, 2012. Disponível em: < http://www.lilianpacce.com.br/portfolio/mallu-magalhaes-alem-da-musica/>. Acesso em 25 de junho de 2016. PAULINO, Marcos. Mallu Magalhães fala sobre “Pitanga”. Scream & Yell, 2011. Disponível em: . Acesso 28 de junho de 2016. PRETO, MARCUS. A Hora de Mallu. São Paulo: Tpm, 2010. Disponível em: < http://revistatrip.uol.com.br/tpm/a-hora-de-mallu>. Acesso em: 5 de junho de 2016. ______. Artistas Fazem Nova MPB Mesmo Sem Apoio das Grandes Gravadoras. São Paulo: Serafina, abril 2012. Disponível em: . Acesso em: 5 de junho de 2016. RANCIÈRE, Jacques. A Partilha do Sensível: Estética e Política. Rio de Janeiro: Editora 34, 2009. ULHÔA, Martha. Pertinência e Música Popular: em busca de categorias para análise da música brasileira popular. Bogotá: III Congreso de la Rama Latinoamericano, IASPM, 2000. ______. Categorias de Avaliação Estética da MPB: lidando com a recepção da música brasileira popular‟. Cidade do México: IV Congreso de la Rama Latinoamericano, IASPM, 2002. XI, Marcos. O Que Une Mallu Magalhães e Courtney Love. Rock in Press, 2011. Disponível em: . Acesso em 5 de julho de 2016.

15