Percurso Patrimonial das Cimalhinhas

CÂMARA MUNICIPAL DE

2004 1

Percurso Patrimonial das Cimalhinhas Monumentos visitáveis

Necrópole Medieval Necrópole Medieval Sepultura 1 do Passal do Passal do Passal

Sepulturas Geminadas 1 Sepulturas Geminadas 2 Sepultura 2 do Passal do Passal do Passal

Campa da Moira Lapa da Moira Palheiras das Cimalhinhas

Palheiras e Eiras Património Natural Alminhas da Laje Grande do Deldoreto das Cimalhinhas

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PERCURSOS DA NOSSA HISTÓRIA…

São inúmeros os percursos da nossa história…Mas são algo exíguos aqueles que testemunham, arqueologicamente, o passado de uma forma tão significativa num mesmo concelho. Carregal do Sal é, efectivamente, testemunho de um passado que teimamos em recordar, em preservar, em manter na memória dos nossos Munícipes e de todos aqueles que, orgulhosamente, recebemos de mãos e braços abertos neste torrão da ! Eis, por isso, mais um percurso patrimonial que nos transporta a tempos idos e nos faz, imaginariamente, rever pedaços da nossa história, fragmentos da época romana e medieval do nosso Concelho, do nosso País e do mundo de outrora! O Percurso Patrimonial das Cimalhinhas é, por isso, um convite à descoberta dos vestígios arqueológicos do nosso passado, na localidade de Cabanas de Viriato

O Presidente da Câmara

Atílio dos Santos Nunes

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Planta do Percurso Patrimonial das Cimalhinhas

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O PERCURSO PATRIMONIAL DAS CIMALHINHAS

O Percurso Patrimonial das Cimalhinhas é, pela sua singularidade, o resultado de um projecto de salvaguarda, conservação e valorização patrimonial, que teve o incondicional empenho e financiamento da Câmara Municipal de Carregal do Sal e Acesso do Percurso à Lapa da Moira o apoio da Junta de de Cabanas de Viriato. Constituindo mais uma das iniciativas que têm vindo a ser implementadas ao nível de intervenções de conservação e valorização do nosso património arqueológico, bem como de abertura à fruição pública de novos testemunhos do passado, o Percurso Patrimonial das Acesso ao Património Natural do Deldoreto Cimalhinhas visou, entre outros, seis sítios arqueológicos inventariados, os quais tinham já sido objecto de vários estudos aprofundados e alicerçados em bases científicas. Tendo em conta que esta adopção de gestão patrimonial, mormente a criação de novos circuitos de âmbito arqueológico, tem vindo a afirmar-se como o modelo mais adequado para se abranger e valorizar o maior número possível de sítios ou monumentos do concelho, a execução deste novo percurso passará a representar, indiscutivelmente, mais um passo em frente na consolidação de uma política que visa a recuperação e preservação continuada das nossas memórias do passado. Nesse sentido, não pode pois, deixar de se sublinhar, que a total disponibilidade e sensibilidade da autarquia tem contribuído decisivamente para a prossecução desta cultura de protecção, conservação, valorização e divulgação, a qual não deixará de ter reflexos Eixo Principal do Percurso futuros e amplamente positivos, quer em termos de desenvolvimento do turismo cultural do concelho, quer ao nível do incremento de

5 uma educação patrimonial e preservação por tudo aquilo que consideramos valores de memória ou herança cultural. Este percurso arqueológico é, na realidade, pelas suas características, um espaço de ar livre de dimensão cultural, pedagógico e didáctico, Alminhas das Cimalhinhas proporcionando aos visitantes, individualmente ou em grupo, particularmente às camadas jovens em idade escolar, estabelecer o reencontro com as nossas raízes civilizacionais, permitindo o contacto com diversificados testemunhos do passado, nomeadamente da Época Romana, Idade Média e Pós-Medieval, usufruindo-se simultaneamente de um indissociável binómio Património e Natureza. Com os trabalhos de limpeza, desmatação e valorização a que foram submetidos os monumentos, bem como o arranjo dos acessos, a implantação da sinalética e colocação de painéis explicativos, foi possível congregar e conjugar neste Percurso Patrimonial, onze sepulturas escavadas na rocha do lugar do Passal, cinco das quais Património Natural do Deldoreto inéditas e que fariam parte integrante daquela necrópole medieval, nomeadamente o núcleo de sepulturas geminadas 1 que lhe fica relativamente próximo. De sublinhar também a integração da Lapa da Moira ou inscrição rupestre de Cabanas de Viriato, cujo abrigo natural, em forma de pala, alberga a referida epígrafe do período romano (Alto Império), havendo ainda a assinalar a inserção da Campa da Moira recentemente reconhecida pelas covinhas escavadas na rocha (fossetts), bem como o núcleo de palheiras e eiras da Laje Grande e das Cimalhinhas, já de uma cronologia mais recente. A juntar a este património arqueológico sobressai o riquíssimo património natural do Deldoreto, em cujo local ainda predominam os característicos carvalhos ibéricos (quercus) e outras espécies de vegetação autóctone que merecem ser Palheira das Cimalhinhas visitados.

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De entre o diversificado património que foi possível integrar neste percurso, descrevem-se por ordem cronológica e, de forma acessível aos vários públicos, os monumentos que presentemente passaram a ser musealizados e visitáveis. Campa da Moira (antes dos trabalhos de limpeza) A Campa da Moira, assim denominada pela tradição popular, é um pequeno afloramento granítico localizado a cerca de 150 metros para ocidente da Lapa da Moira, o qual se destaca por dois fenómenos naturais e originais de erosão, sendo um deles assemelhado a um túmulo Campa da Moira rupestre, do lado Sul. Porém, o (depois dos trabalhos de limpeza) seu real significado e valor patrimonial deve antes ser atribuído às pequenas covinhas escavadas na sua superfície (fossetts) que, segundo alguns investigadores, podem ser atribuíveis a um período indefinido da Idade do Bronze, II milénio antes de Cristo (± 1800/700). No concelho de Campa da Moira Carregal do Sal existem (depois dos trabalhos de valorização) inúmeros vestígios semelhantes, destacando-se particularmente o Penedo do Vale da Carrada, nos Fiais da Telha. Este tipo de arte rupestre representativa e simbólica, poderá estar associada a determinados rituais ou manifestações de culto, cujo local poderá ter correspondido a um espaço sacralizado. A Lapa da Moira ou inscrição rupestre de Cabanas de Viriato é um dos vestígios epigráficos do período romano mais importantes deste Percurso. Trata-se de um penedo ancestral destacado na paisagem, o qual ostenta, na sua face Norte e sobre a sua concavidade em forma de pala, a seguinte inscrição: VIIGIITO TVSGI (filio)/ CALVMIIDI [...]

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A leitura, efectuada por (Vaz e Fernandes, 2001), documenta um indivíduo identificado à maneira indígena, usando o antropónimo de Vegetus em dativo, como nome único, seguido do patronímico Tusgus, em genitivo. Lapa da Moira Vegetus foi um cognomen (antes dos trabalhos de limpeza e desmatação) amplamente conhecido, de origem latina, sendo frequentemente documentado na Lusitânia, sobretudo em meios indígenas. Tusgus é uma variante de Tuscus e é um cognomen itálico bem representado no mundo romano, tendo tido muita aceitação em ambiente indígena, principalmente no território Lapa da Moira olisiponense. (depois da limpeza e desmatação) A identificação desta estrutura onomástica de tipo peregrino e a frequente ocorrência de Vegetus e Tuscus/Tusgus em meios indígenas levaram aqueles autores a admitir que Vegetus e o seu pai Tusgus sejam oriundos do estrato indígena. Por outro Acesso à Lapa da Moira lado, existe a possibilidade de (antes das limpezas) esta inscrição poder documentar uma dedicatória funerária a Vegetus, dado existirem algumas situações paralelas em território nacional que se identificam como tendo uma função de cariz funerário. Porém, o estado de conservação das últimas letras do Acesso à Lapa da Moira campo epigráfico e o (depois do arranjo do acesso e valorização desaparecimento provável de do monumento) outras, motivado pelos agentes erosivos, não permitiram àqueles autores definir, com algum grau de certeza, se é ou não uma dedicatória funerária a Vegetus. Com efeito, sublinhe-se que para Nordeste e a pouca distância da Lapa da Moira existe o sítio arqueológico de Chãs (vidé Pinto, 2000, 247-

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259) que tudo indica corresponder a uma villa romana e na qual foi descoberta, na década de setenta, uma exuberante lápide funerária em mármore, datável de finais do Século I/inícios do Século II que, apesar de incompleta, documenta uma indígena de nome Albura, Lapa da Moira, vista do quadrante Oeste «que mandou fazer a placa para o mausoléu destinado ao seu maritus Optimus, Aurelius [...] paniamus, e a si mesma». Este testemunho epigráfico se, por um lado, documenta que ali viveu e faleceu um casal de proprietários, cujo padrão de riqueza se pode deduzir pela exuberante decoração escultórica daquela lápide, por outro, traduz também a aculturação das populações autóctones que paulatinamente iam adoptando hábitos da civilização romana. Deste modo, não é de excluir que Vegetus, documentalmente epigrafado na Lapa da Moira, tivesse tido uma eventual ligação laboral com os senhores daquela villa romana e que para perpetuar a sua memória tenham ali sido gravadas letras, numa altura em que no interior da Lusitânia as populações vão assimilando, de livre vontade e à sua maneira, os costumes ou hábitos romanos. A Lapa da Moira, mais do que um penedo ancestral, é um documento histórico-epigráfico que continuará a ter a função de recordar ou perpetuar, através dos tempos, a memória viva de um nosso antepassado que, independentemente da sua condição social e da sua breve passagem pelo mundo, teve a feliz sorte de não ter sido esquecido ou permanecido para sempre no total anonimato. No concelho de Carregal do Sal existem numerosos vestígios arqueológicos da época romana que, por enquanto, se limitam na maior parte dos casos, a simples fragmentos de cerâmicas de construção (tegulae e imbrices), mós, colunas e marcos miliários que indiciam as antigas vias romanas, bem como outros testemunhos arqueológicos dispersos à superfície dos terrenos, como é o caso do sítio arqueológico de Chãs, constatando-se ainda a permanência de antigos muros pertencentes também a antigas quintas que poderiam ser de origem romana. Como todos sabemos, a ocupação romana na Península Ibérica foi-se iniciando progressivamente em finais do Século III antes de Cristo, vindo a perdurar até ao Século V, altura em que se inicia a Idade Média e em que toda a Europa Ocidental era invadida por povos denominados de bárbaros. A civilização romana deixou-nos marcas notáveis e profundas quer ao nível das primeiras reorganizações administrativas e cidades verdadeiramente planeadas, quer em termos do desenvolvimento de vias de comunicação, com estradas lajeadas e pontes que ainda hoje são usadas, sem

9 esquecer a nossa língua mãe, o latim, a numeração, o direito romano, o sistema monetário e a substituição do colmo pela telha e o chão de terra batida pelo ladrilho, de entre outras manifestações. No que concerne às Sepulturas Escavadas na Rocha que agora é possível visitar, configuram, à semelhança das que proliferam por todo o concelho e pelo Norte peninsular, um modelo próprio de tumulação medieval, cuja inserção e limites cronológicos Sepultura 1 do Passal se poderão enquadrar ou balizar, (antes dos trabalhos de limpeza) por relativo consenso de inúmeros investigadores, entre os Séculos VII-IX para o grupo das sepulturas não antropomórficas que são as formas mais primitivas (oval e trapezoidal), e os Séculos IX-XII/XIII, para o grupo das antropomórficas, esclarecendo-se que estas últimas Sepultura 1 do Passal (depois dos trabalhos de valorização) são as que correspondem à morfologia ou planta adoptada nas sepulturas visitáveis deste Percurso. Apesar das inúmeras dúvidas que ainda subsistem relativamente à sua atribuição cronológica, motivadas pela ausência de contextos estratigráficos preservados, entre outros, não deixam, contudo, de Acesso à Sepultura 1 do Passal constituir um dos mais (antes dos trabalhos de limpeza) significativos testemunhos materiais de práticas funerárias ou rituais de inumação ao longo dos séculos e um dos vestígios mais marcantes da mentalidade ou horizontes existenciais do homem face à morte, na Alta Idade Média. No entanto, trata-se de Acesso à Sepultura 1 do Passal (depois do arranjo do acesso e um tema em aberto, que valorização do monumento) continuará a ser motivo de

10 discussão entre os diversos investigadores, nomeadamente ao nível do esclarecimento e evolução no espaço e no tempo, da diversidade dos modelos existentes, quer locais ou regionais, sua associação e evolução cronológica, bem como o relacionamento com o estatuto social e económico da pessoa ou grupos que foram inumados ao longo daquele período. De qualquer modo, admite-se que as sepulturas escavadas na rocha não tenham constituído um modelo exclusivo de inumação, pois terão também coexistido outras Acesso à Sepultura 2 modalidades de enterramentos, mormente do Passal feitos directamente na terra ou dentro de um “caixão” estruturado com pedras ou telhas, como seria da tradição tumular anterior. Daí que para alguns autores prevaleça a hipótese de que os túmulos rupestres não poderão, por si só, constituir um indicador ou reflexo da população existente na época, podendo os mesmos ter sido destinados apenas a grupos sociais com maior poder económico e/ou a comunidades eremitas a partir do Século XII, que poderiam ter sido também responsáveis por grande parte da construção de sepulturas isoladas, nas quais se faziam sepultar. Já muitos de nós terão observado que os túmulos rupestres se localizam muitas das vezes em lugares destacados na paisagem, Sepultura 2 do Passal quase na sua maioria escavados nas lajes (antes dos trabalhos de graníticas de pequena elevação e, não raras limpeza) vezes, próximos de caminhos muito antigos que poderiam ser da época romana ou medieval, os quais faziam ligação entre aldeias ou a casais rurais de origem romana. Muitos autores consideram que, após a morte, o corpo era lavado antes de ser sepultado, numa espécie de banho ritual dentro de casa ou de forma simbólica nos pequenos pios que por vezes aparecem escavados próximo dos túmulos, como seria o caso do pio do sítio arqueológico de Chãs e que poderia significar o Sepultura 2 do Passal recipiente de água benta. (depois dos trabalhos de limpeza e valorização) O corpo seria então

11 depositado nestas campas, envolvido em pano de mortalha e depois tapado com uma ou mais lajes de cobertura. Por outro lado, a grande maioria dos investigadores admite que a construção destas sepulturas tenha sido obra de operários Sepulturas Geminadas 2 do Passal profissionais, ou seja, pedreiros (antes da intervenção de limpeza) especializados, que circulariam de região para região e que as executariam num espaço equivalente ao período do velório do defunto. Relativamente à sua orientação e apesar de não ter sido regra exclusiva, talvez por motivos de um melhor Sepulturas Geminadas 2 do Passal aproveitamento do espaço (depois dos trabalhos de limpeza e valorização) rochoso, muitas destas sepulturas aparecem viradas para Oriente (Jerusalém), devido à crença cristã de que Deus apareceria a Oriente no Dia do “Julgamento Final”, Sepulturas Geminadas 2 do Passal sublinhando-se também que a e área envolvente sua proximidade com caminhos muito antigos tivesse o intuito de perpetuar a memória do defunto. O concelho de Carregal do Sal regista, actualmente, com a descoberta de mais sete túmulos rupestres (inéditos), na freguesia de Cabanas de Viriato, mais de três dezenas de exemplares, ficando assim inventariadas cerca de uma dezena de sepulturas isoladas, bem como a existência de oito núcleos de duas sepulturas que poderão certamente ter representado pequenos agregados familiares eventualmente ligados a pequenos casais agrícolas e, por último, a necrópole medieval do Passal, que forma um grupo de cinco túmulos, naturalmente associados a uma comunidade ou organização familiar mais alargada. Em jeito de síntese, todas estas sepulturas reflectem uma grande dispersão de povoamento, denunciando-se um grande isolamento entre populações, admitindo-se que muitos destes lugares onde eventualmente habitariam pequenas unidades de povoamento familiar tivessem estado na origem da formação de pequenas aldeias. Assim se explica que antes da organização das paróquias e na ausência de cemitérios, aquelas optassem

12 por enterrar os seus membros nas imediações do seu espaço vivencial envolvente e em locais facilmente detectáveis, permitindo, quiçá, que a memória dos seus entes queridos, fosse mais facilmente lembrada. Para concluir, hoje e em todas as épocas, desde que o homem passou a utilizar a escrita, era comum, especialmente entre famílias de maiores posses, mandar fazer uma pequena lápide para a identificação do defunto. Neste contexto, não será descabido Necrópole do Passal, sepultura isolada (antes da intervenção de limpeza) perguntar: Quem seriam estas pessoas sepultadas nestes túmulos rupestres? Ninguém, em definitivo, o saberá, em virtude do seu anonimato total. Porventura não seriam ricos mas teriam o suficiente para mandar escavar um túmulo, ou então, como nas comunidades de eremitas em que Necrópole do Passal, sepultura isolada (depois dos trabalhos de valorização) seriam provavelmente eles próprios a escavar a sua derradeira morada. Ao encerrar-se esta temática, não podem deixar de ser destacados os trabalhos de levantamento das primeiras sepulturas escavadas na rocha pelo Dr. Jorge Marques e, posteriormente, feito o seu estudo comparativo com as do Necrópole do Passal, conjunto de 4 sepulturas (antes dos trabalhos de limpeza) concelho de Gouveia pelas Doutoras Catarina Tente e Sandra Lourenço, cujos resultados foram extremamente positivos, não só em termos científicos como também pelo contributo que deram para um melhor conhecimento do património histórico arqueológico deste concelho.

Necrópole Medieval do Passal Constituída por um agrupamento ou conjunto de cinco sepulturas rupestres, de planta antropomórfica, orientadas sensivelmente a Sul, cuja implantação se distribui por dois afloramentos graníticos, ficando a isolada, com 182 cm de comprimento, no quadrante Oeste e as restantes quatro num outro afloramento que dista cerca de 5 metros para Este. O túmulo de

13 maiores dimensões tem 220 cm de comprimento e os restantes cerca de 190 cm, depreendendo- se, à partida, que todos seriam destinados a adultos. Entretanto, a descoberta de duas novas sepulturas a cerca de 50 metros para Sul, faz supor que esta Necrópole teria sido de maiores Necrópole do Passal, conjunto de 4 sepulturas (depois dos trabalhos de valorização) dimensões.

Sepulturas geminadas 1 do Passal Núcleo de duas sepulturas rupestres, inéditas, de configuração antropomórfica, orientadas a Este, as quais possuem um separador central com cerca de 100 cm, podendo Sepulturas Geminadas 1 do Passal ter correspondido à inumação de (antes dos trabalhos de limpeza) um casal de adultos. A sepultura de maior dimensão tem 188 cm de comprimento e terá correspondido à tumulação de um indivíduo do sexo masculino e a de menor dimensão, com 184 cm de comprimento, poderia eventualmente corresponder a um corpo do sexo feminino. A sua proximidade com a Sepulturas Geminadas 1 do Passal Necrópole Medieval do Passal, (depois dos trabalhos de limpeza) leva a pensar que terá havido alguma ligação com aquele núcleo familiar.

Sepultura 1 do Passal Sepultura rupestre, de morfologia antropomórfica, localizada no lugar do Passal, num pequeno afloramento granítico a cerca de 100 metros para Oeste da Igreja Matriz. Está Sepulturas 1 do Passal orientada a Norte e tem de comprimento 180 cm, podendo depreender-se que seria destinada a um corpo de um indivíduo adulto.

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Sepultura 2 do Passal Sepultura antropomórfica, inédita, implantada num pequeno afloramento granítico, no lugar do Passal, a cerca de 60 metros para Sul da sepultura anterior, orientada a Sueste. Mede 166 cm de comprimento e terá sido destinada à inumação de um indivíduo jovem ou de mulher.

Sepulturas geminadas 2 do Passal Núcleo de duas sepulturas rupestres, inéditas, de planta antropomórfica, implantadas num pequeno afloramento granítico, no lugar do Passal, com orientação a Norte. A sepultura de maiores dimensões mede 182 cm de comprimento e a de menores Sepulturas 2 do Passal dimensões tem 177 cm, possuindo ainda um separador central em forma de meia cana, que eventualmente serviria para evitar a entrada de águas pluviais para o interior dos túmulos, depreendendo-se que ambas seriam de um casal de adultos.

Provável esteio da Orca do Santo localizado a cerca de 30 m para sul

Sepulturas Geminadas 2 do Passal

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Palheiras e Eiras da Laje Grande

Constituem um aglomerado ou agrupamento de construções toscas e utilitárias, de cariz ou estrutura social comunitária, que constituem memórias e traços de um passado recente (pós- medieval), ligado a um sistema de vida marcadamente rural. A sua conservação e fisionomia etnográfica reconstituem momentos imaginéticos de fainas ou lides que nos remetem para episódios como os de malhar o milho, trigo e centeio e, rituais da vida do campo, cujas raízes e vicissitudes históricas são, nos dias de hoje, ainda lembradas. Encerrada a descrição destes vestígios patrimoniais, deve salientar-se que a descoberta das novas sepulturas do lugar do Passal surge por consequência de várias e insistentes prospecções arqueológicas efectuadas a toda a área envolvente da necrópole. Nesse sentido, estes testemunhos de um passado recente, encontravam-se, na sua maioria, cobertos com silvas e vegetação cerrada, razão pela qual estiveram ocultos ao longo dos tempos. No desenrolar dos trabalhos de desmatação por corte era patente o seu total esvaziamento e destituição de qualquer contexto arqueológico, sendo verificado, para além do grau de destruição de algumas, a existência de vários lixos contemporâneos nos afloramentos graníticos onde estavam implantados. A sua limpeza e valorização fazia plenamente sentido, uma vez que ocorriam, simultaneamente, na necrópole medieval do Passal, ali próxima, vários trabalhos de desmatação e limpeza das várias sepulturas existentes. Mais recentemente, nas lavras efectuadas a toda a área envolvente, às novas sepulturas, foi possível identificar e recolher, ao nível da superfície lavrada, várias cerâmicas fragmentadas, de construção (tegulae) e de uso comum (domésticas), não sendo de excluir a possibilidade, neste local ou área próxima, de ter existido um povoamento inicial, de origem romana ou medieval. Com efeito, esperamos que lhe tenha agradado mais este curto Percurso da nossa história e este com a natureza local, deixando aqui um apelo para que todos ajudem a preservar este valioso património monumental e histórico-cultural. Preservar este legado constitui um gesto de carinho e respeito pela nossa identidade. É ter presente a memória do que fomos e a constatação da forma como fomos evoluindo ao longo dos séculos, nas formas de ser, de sentir e de estarmos na vida.

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Em síntese, este Percurso Arqueológico é, pela sua singularidade e envolvência, um convite ao conhecimento de um passado recente. É uma visita aos horizontes e vivências medievais e romanas, em comunhão com a natureza que ainda se conserva na zona do Deldoreto. Nestes termos, não será demais salientar que o contacto com estes testemunhos e vestígios do passado só foi possível com a adopção de uma política de valorização cultural e divulgação turística que esta autarquia adoptou para com a sua herança histórico-patrimonial. De facto, o incremento destas medidas, para além de constituir um factor decisivo de ligação à comunidade local, aos vários públicos e, particularmente ao escolar, permitirão que os seus recursos sejam uma mais valia para o desenvolvimento cultural e social das populações e do concelho em geral.

NÚCLEO DE SEPULTURAS DA QUINTA DA SERNADA

As sepulturas da Quinta da Sernada, embora se localizem fora do espaço deste Percurso, constituem o mais recente achado arqueológico na freguesia de Cabanas de Viriato, passando agora a contar com mais este testemunho do seu passado histórico que, com as restantes perfazem um total de treze sepulturas.

Sepulturas da Quinta da Sernada (antes dos trabalhos de limpeza).

Trata-se, portanto, de mais um núcleo de sepulturas rupestres escavadas na rocha, de tipologia antropomórfica, implantadas num pequeno afloramento granítico, localizado numa encosta suave, no interior daquela quinta.

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Estão orientadas a Sueste e a sepultura de maiores dimensões mede 195 cm de comprimento e a de menores dimensões tem 186 cm de comprimento, depreendendo-se que teriam sido destinadas a um casal, eventualmente ligado a um pequeno casal agrícola, na Época Medieval.

Sepulturas da Quinta da Sernada (depois dos trabalhos de valorização).

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AGRADECIMENTOS

Finalmente, ao encerrarmos esta visita ao Percurso Patrimonial das Cimalhinhas, não podia deixar de aqui manifestar o meu mais encarecido agradecimento a todos quantos contribuíram para a valorização deste inquestionável património cultural e para a criação deste novo Percurso Arqueológico, particularmente à Câmara Municipal de Carregal do Sal, à Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato, ao Sr. Júlio Mendes, pelos seus esclarecimentos vários e notável empenhamento, aos Senhores Vereadores que directa ou indirectamente estiveram envolvidos no projecto, a todos os funcionários que deram o seu melhor contributo na execução dos trabalhos. Para terminar gostaria também de expressar, em nome da Câmara Municipal e Junta de Freguesia de Cabanas de Viriato, os nossos agradecimentos ao IPA – Instituto Português de Arqueologia, não só pela pronta e rápida aprovação do projecto de valorização, como também pela colaboração e esclarecimentos prestados ao longo de todo o processo.

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CIMALHINHAS... UM OUTRO PERCURSO

Estamos no coração da freguesia de Cabanas de Viriato a contemplar um conjunto Patrimonial de inegável valor e beleza. Com trabalho e persistência o Dr. Evaristo identificou-o com o topónimo de Cimalhinhas. Parece-nos bem, mas o essencial é aquilo que se pode usufruir: pedaços de história arrancados ao esquecimento que passam, quase por magia, a dar um outro colorido e sentido ao espaço de onde emergem. Morte, vida, natureza revelam algo de primordial e absolutamente único distante dos olhos vulgares, dos que encontram no imediato e utilitário razões “mais altas”. No entanto, a altura e a profundidade não é para qualquer olhar. Há um ver por dentro que marca a diferença e a consciência do que somos. É este ver, sôfrego e sequioso de infinito, perscrutador e labiríntico, que nos encanta, que nos transforma e nos torna historicamente mais evoluídos. Deixemos que estes sítios nos toquem de perto. Se o saber e imaginação tiverem asas façamos uma viagem ao passado e tentemos perceber quem fomos nesses recuados tempos. Essa percepção dar- nos-à uma outra razão para melhor enquadrar e perceber o presente. O homem labiríntico e opaco de hoje tem que retornar às profundezas da sua ancestralidade para se reencontrar e marcar os novos tempos com a humanidade das suas belas aquisições. Esse reencontro será pluridimensional, autenticamente libertador porque só é livre quem sabe donde vem, quem é e para onde vai. Nestes encontrados e desencontrados vestígios estamos todos nós, gerações e gerações que nos precederam e nos moldaram no barro animado das nossas cogitações e pesadelos. Respeitá-los, tentar interpretá-los, mostrá-los nos seus fragmentos, é respeitarmo-nos e ... crescermos!

Os Vereadores,

Vasco Jorge Óscar Paiva

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PEQUENO GLOSSÁRIO

ANTA OU DÓLMEN– Túmulo megalítico (ou monumento funerário) destinado a enterramentos colectivos. São constituídos por uma câmara e corredor, podendo existir Antas sem corredor, como são o exemplo da Orca 1 e 2 do Ameal. As grandes pedras colocadas na vertical denominam-se de esteios e a tampa ou laje de cobertura é chamada de cúpula ou chapéu.

CALCOLÍTICO (OU IDADE DO COBRE) – Período cronológico-cultural que ocupa a segunda metade do III e inícios do II milénios a.C. (entre cerca de 2700/2500 a 1800/1700 anos antes de Cristo), correspondendo à primeira Idade dos Metais. Neste período assiste-se ao surgimento da metalurgia do cobre e a uma nova evolução tecnológica e sócio-económica das comunidades. Os estudos arqueológicos comprovam a existência de uma agricultura mais intensiva e mais rentável, provavelmente já com a utilização do arado, procurando-se novos locais de habitat e terras com melhores capacidades agrícolas, ao mesmo tempo que se aperfeiçoam as práticas já conhecidas de fabrico de olaria e tecelagem entre outras. A continuação da domesticação de animais é outra evidência deste período, dos quais se poderia obter a lã, o leite ou a carne.

EPIGRAFIA – Ciência que estuda as inscrições em materiais duros (pedra, metal, cerâmica), tendo como objectivo a reconstituição do passado do Homem.

IDADE DO BRONZE – Período cronológico-cultural que ocupa grande parte do II e inícios do I milénio a.C. (entre cerce de 1800/1700 até cerca de 700 anos antes de Cristo). Caracteriza-se pelo desenvolvimento da metalurgia do bronze e pelo desenvolvimento de comunidades agro-pastoris e mercantis. O fabrico de inúmeros objectos em metal (espadas foices machados etc.), permitiram de igual modo o desenvolvimento das actividades económicas, intensificando-se a exploração e controlo de áreas ricas em recursos mineiros, como o ouro, a prata, cobre e estanho, permitindo as trocas e desenvolvimento do comércio, beneficiando assim, o crescimento e desenvolvimento daquelas comunidades.

INSCRIÇÕES ROMANAS – Podem ser de carácter funerário, votivo ou honorífico, conforme se trate de inscrições destinadas a recordar os mortos, para adoração dos deuses ou para homenagear alguém.

MEGALITISMO – (Do grego mega=grande e lithos=pedra). Designação atribuída a um conjunto de manifestações humanas que emergem dentro do Período Neolítico e que se caracterizam pela construção de recintos sagrados e monumentos funerários como as Antas ou Dólmenes, que eram construídos por grandes pedras para enterramentos colectivos ou cultos primitivos.

NEOLÍTICO – Período cronológico-cultural, que se inicia por volta de 6.000 a.C. e que vai grosso modo até 3.000 anos antes de Cristo. Caracteriza-se pelo aparecimento da agricultura e pela domesticação de animais. O homem começa a abandonar o nomadismo e vai passando gradualmente à sedentarização. É uma fase de desenvolvimento técnico das sociedades humanas e que corresponde ao desenvolvimento de uma economia de produção. Até então as comunidades humanas estavam dependentes dos acasos da caça, da pesca e do que a natureza então oferecia, deslocando-se para vastos territórios para suprirem as suas necessidades alimentares. A descoberta dos meios para controlar e desenvolver as fontes naturais de alimentação, vieram modificar profundamente o seu devir, permitindo a sua sedentarização e a garantia dos meios de sobrevivência. Contudo, o processo de neolitização não surgiu de forma simultânea em todo o espaço humanizado. Sabemos hoje que houve vários focos de neolitização bem distantes entre si. Trata-se de um processo de evolução lenta, gradual e por etapas e em ritmos diferentes consoante as regiões onde germinou, acontecendo o mesmo com os outros períodos cronológico-culturais.

PRÉ-HISTÓRICO – Referência a um dado período da história com alguns milhares de anos e que no caso concreto se poderá tratar de um cronologia que pode variar entre 5.000 a 6.000 anos.

RUPESTRE, ARTE – Arte Pré-histórica que utiliza as técnicas da pintura e da gravura sobre pedra.

VILLA – Casa de campo de um grande senhor, constituída por duas partes, uma destinada ao senhor e outra à exploração agrícola.

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SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS

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Doutoramento em Pré-História e Arqueologia, Faculdade de Letras de Lisboa, 3 vols., (policopiado). SENNA-MARTINEZ, J. C. (1995/1996): «O Habitat do Bronze Final do Outeiro dos Castelos de Beijós (Carregal do Sal): a Campanha 2 (994)», in Trabalhos de Arqueologia da EAM, 2. Colibri, Lisboa, pp. 285-292. SENNA-MARTINEZ, J. C. (1996): «O primeiro Povoamento Pré-Histórico da Plataforma do Mondego: percursos na Sala Museu de Arqueologia de Canas de Senhorim», in Canas de Senhorim- História e Património. Ed. Junta de Freguesia de Canas de Senhorim, Viseu, pp 51-72. SENNA-MARTINEZ, J. C. (1996): «Pastores, Recolectores e Construtores de Megálitos na Plataforma do Mondego no IV e III milénios a.C. (1) O Sítio de Habitat do Ameal – VI», in Trabalhos de Arqueologia da EAM, 3/4. Colibri, Lisboa, pp. 83-122. SENNA-MARTINEZ, J. C. e PEDRO, I., eds. (2000): Por Terras de Viriato – Arqueologia da Região de Viseu. Ed. Governo Civil do Distrito de Viseu e Museu Nacional de Arqueologia, Viseu. SILVA, C. T. (1978): «Gravuras Rupestres Inéditas da Beira Alta», in Actas das III Jornadas Arqueológicas, pp. 167-184. SILVESTRE, O . (1976): «Uma Lápide Funerária encontrada em Beijós (Carregal do Sal)», in Conimbriga, XV. , pp. 133-134. TENTE, C. e LOURENÇO, S. (1998): «Sepulturas Medievais Escavadas na rocha dos Concelhos de Carregal do Sal e Gouveia: estudo comparativo», in Revista Portuguesa de Arqueologia, vol. I, nº 2, 1998, pp. 191-218. VALERA, A . C. (1995/1996): «A Génese da Idade do Bronze no Mondego Interior: análise de alguns aspectos das suas construções arqueológicas e historiográficas», in Trabalhos de Arqueologia da EAM, 3/4. Colibri, Lisboa, pp. 83-122. VASCONCELOS, J. L. (1917): «Coisas Velhas», in O Archeólogo Português, 1ª série, XXII (1-12), Lisboa, pp. 107-168. VAZ, J. L. I. (1993): A Civitas de Viseu – Espaço e Sociedade, Tese de Doutoramento em Pré-História e Arqueologia, Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Viseu, (policopiado). VAZ, J. L. I. e FERNANDES, L. S. (2001): Inscrição Rupestre de Cabanas de Viriato, Saxa Scripta. III Simpósio Ibérico-Itálico de Epigrafia Rupestre. Viseu , pp. 181-187. VENTURA, J. M. Q. (1994): «A Orca 1 do Ameal, Carregal do Sal, Viseu», in Actas do Seminário “O Megalitismo no Centro de Portugal”, Estudos Pré- Históricos, 2, Viseu, pp. 31-42. VENTURA, J. M. Q. (1994): «A Orca 2 do Ameal (Carregal do Sal)», in Trabalhos de Arqueologia da EAM, 2. Colibri, Lisboa, pp. 241-243. VENTURA, J. M. Q. (1994): «O Núcleo Megalítico de Fiais/Ameal: problemas e Perspectivas», in Trabalhos de Arqueologia da EAM, 2. Colibri, Lisboa, pp. 1-8. VENTURA, J. M. Q. (1995): «A Orca 2 do Ameal, Carregal do Sal, Viseu: resultados Preliminares», in Trabalhos de Antropologia e Etnologia, XXXV (1), pp. 47-62. VENTURA, J. M. Q. (1995/1996): «A Orca 2 do Ameal (Oliveira do Conde, Carregal do Sal): a Campanha 3 (994)», in Trabalhos de Arqueologia da EAM, 3/4. Colibri, Lisboa, pp. 271-276. VENTURA, J. M. Q. (1995/1996): «A Orca 2 de Oliveira do Conde (Carregal do Sal): a Campanha 1 (994)», in Trabalhos de Arqueologia da EAM, 3/4. Colibri, Lisboa, pp. 277-280.

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O CONCELHO DE CARREGAL DO SAL

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ÍNDICE

PERCURSOS DA NOSSA HISTÓRIA...... 3

PLANTA DO PERCURSO ...... 4

PERCURSO PATRIMONIAL DAS CIMALHINHAS .....5

A CAMPA DA MOIRA ...... 7

A LAPA DA MOIRA ...... 7

SEPULTURAS ESCAVADAS NA ROCHA ...... 8

NECRÓPOLE MEDIEVAL DO PASSAL ...... 11

SEPULTURAS GEMINADAS 1 DO PASSAL ...... 12

SEPULTURA 1 DO PASSAL ...... 12

SEPULTURA 2 DO PASSAL ...... 13

SEPULTURAS GEMINADAS 2 DO PASSAL ...... 13

PALHEIRAS E EIRAS DA LAJE GRANDE …………….14

NÚCLEO DE SEPULTURAS DA QUINTA DA SERNADA

AGRADECIMENTOS…………………………………………

CIMALHINHAS… UM OUTRO PERCURSO …………….

PEQUENO GLOSSÁRIO ......

SUGESTÕES BIBLIOGRÁFICAS ......

EXTRACTO DO MAPA DE PORTUGAL ......

MAPA DO CONCELHO DE CARREGAL DO SAL ......

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Ficha Técnica:

Título: Percurso Patrimonial das Cimalhinhas Edição: Câmara Municipal de Carregal do Sal Autor: Evaristo João de Jesus Pinto Capa: Inscrição Rupestre de Cabanas de Viriato (Lapa da Moira) Fotografia: Evaristo João de Jesus Pinto Execução gráfica: Tipografia Tondelgráfica Tiragem: 3000 exemplares Depósito legal: 214150/04

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