Universidade Federal De São Carlos Centro De Educação E Ciências Humanas Programa De Pós-Graduação Em Sociologia
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA CARMEN MIRANDA ENTRE OS DESEJOS DE DUAS NAÇÕES: CULTURA DE MASSAS, PERFORMATIVIDADE E CUMPLICIDADE SUBVERSIVA EM SUA TRAJETÓRIA Fernando de Figueiredo Balieiro SÃO CARLOS Março de 2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS CENTRO DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SOCIOLOGIA CARMEN MIRANDA ENTRE OS DESEJOS DE DUAS NAÇÕES: CULTURA DE MASSAS, PERFORMATIVIDADE E CUMPLICIDADE SUBVERSIVA EM SUA TRAJETÓRIA Fernando de Figueiredo Balieiro Tese apresentada para obtenção do título de doutor em Sociologia ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia do Centro de Educação e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Carlos Orientador: Prof. Dr. Richard Miskolci. SÃO CARLOS Março de 2014 Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária/UFSCar Balieiro, Fernando de Figueiredo. B186cm Carmen Miranda entre os desejos de duas nações : cultura de massas, performatividade e cumplicidade subversiva em sua trajetória / Fernando de Figueiredo Balieiro. -- São Carlos : UFSCar, 2014. 325 f. Tese (Doutorado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2014. 1. Sociologia. 2. Miranda, Carmen, 1909-1955. 3. Identidades. 4. Cultura de massa. 5. Performatividade. 6. Cumplicidade subversiva. I. Título. CDD: 301 (20a) AGRADECIMENTOS A elaboração desta tese, resultado de quatro anos de pesquisa, foi viabilizada por uma série de condições institucionais e pessoais favoráveis sem as quais ela não seria possível. Em primeiro lugar, agradeço ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia, aos meus professores que contribuíram para minha formação e aos funcionários que me apoiaram nas questões burocráticas que estiveram presentes em todo o período de doutorado. Ao CNPq, pelo financiamento que me permitiu desenvolver pesquisa como atividade prioritária e me possibilitou visitar arquivos no Brasil e apresentar trabalhos em congressos nacionais e internacionais. À University of California de Santa Cruz, e especificamente, ao Programa de mestrado Social Doccumentation, em relação aos quais me mantive ligado durante o período de doutorado sanduíche, em um vínculo institucional que me garantiu condições para avançar na pesquisa. À CAPES que, por meio do programa PDSE, financiou minha viagem e estadia na Califórnia no período relativo ao estágio de doutorado sanduíche. Ao professor Richard Miskolci, que, além de ter sido um profissional de importância ímpar na minha formação enquanto sociólogo desde a graduação, foi um orientador sempre presente de modo crítico e incentivador. Para além de seu papel profissional, foi uma pessoa fundamental na minha adaptação e desempenho durante o doutorado sanduíche, tendo me ajudado nos primeiros contatos em Santa Cruz e me dado dicas valiosas a respeito de como lidar com os problemas inevitáveis a serem enfrentados em uma realidade cultural e institucional distinta. À professora Karla Bessa, membro da banca de qualificação, que me ofereceu críticas e sugestões fundamentais para o desenvolvimento da pesquisa em momento anterior a minha viagem aos Estados Unidos. Aos professores Valter Silvério e Jorge Leite Jr., os quais estiveram presentes nas bancas de qualificação e de defesa, oferecendo-me comentários valiosos que guiaram minha pesquisa. Às professoras Miriam Adelman e Iara Beleli, membros da banca de defesa e professoras presentes em outros momentos do desenvolvimento da pesquisa, sempre oferecendo sugestões, reflexões e questionamentos que foram essenciais ao desenvolvimento da mesma. À minha coorientadora durante meu estágio de doutorado sanduíche na UCSC, professora B. Ruby Rich, pelas reuniões riquíssimas, pela recomendação de obras centrais na temática especializada da área de cinema e pela sugestão de arquivos a serem visitados e intermediação de contatos com arquivistas. Para além das reuniões, agradeço também pela ajuda na minha adaptação institucional, minha inclusão no programa Social Docummentation e pelo grande incentivo que me ofereceu durante minha estadia na Califórnia. A todos os funcionários, arquivistas e bibliotecários que me receberam e proporcionaram as condições para minha pesquisa documental. Em São Paulo, aos funcionários da Cinemateca Brasileira e da Biblioteca Jenny Klabin Segall. No Rio de Janeiro, aos funcionários da Biblioteca Nacional e do Museu Carmen Miranda, em especial a Cesar Balbi, por me fazer refletir sobre aspectos importantes da vida de Carmen Miranda, mostrando-me parte do acervo não disponível ao público e me auxiliando com os documentos disponíveis nas pastas do museu. Em San Francisco, aos funcionários da San Francisco Public Library, especialmente à Karen Sundheim, pela disposição em me guiar no arquivo do Hormel Center no interior da biblioteca, e aos funcionários do GLTB Historical Society. Em Berkeley, aos funcionários do Pacific Film Archive, em especial a Nancy Goldman. Em Los Angeles, aos funcionários dos arquivos ONE, Film & Television Archive e da Academy of Motion Pictures Arts and Sciences. Em Nova Iorque, aos funcionários do Shubert Archive, em especial a Mark Swartz, por sua disposição em me oferecer a documentação particular do arquivo. Às professoras Marcia Ochoa e Felicity Amaya Schaeffer por toda ajuda que me deram no processo de adaptação em Santa Cruz. À Marcia, pelas sugestões de leitura e convite para apresentar minha pesquisa para seus alunos do curso de graduação em Feminist Studies. À Felicity pela companhia diária, pelas dicas sobre a cidade e apoio nos momentos de maiores dificuldades. A Diego e Amaya pela companhia e pelos momentos de diversão. Aos meus amigos de Santa Cruz. À Melinda, Mia e Matt, pela companhia e acolhimento nos primeiros momentos de adaptação na cidade, pela disposição em me mostrar a cidade e me levar aos lugares mais interessantes, pelos jantares providos de ótimas comidas e discussões. Aos amigos Steve, Pablo, Catalina, Juan, Marcela e Ricardo pelos momentos de descontração e trocas de experiências que se revelaram fundamentais para o meu bem-estar em Santa Cruz. Aos meus amigos e colegas de pós-graduação, em especial à Natália, Thais, Giordano, Jacqueline, Augusto, Samuel, Karina, Paulo, Érica e muitos outros companheiros que me estimularam no decorrer de minha formação acadêmica. A Francisco, Cida, Cristina e Juliana, meus companheiros de viagem entre São Carlos e Ribeirão Preto, que me proporcionaram ótimos momentos e boas conversas. Aos meus amigos e colegas do grupo Corpo, Identidades e Subjetivações, em especial à Professora Larissa Pelúcio, Tiago, Guilherme, Marco, Lara e Juliana. Ao Alexandre, pela leitura atenciosa do texto final da tese. Aos meus amigos com quem aprendo muito sobre a vida e as ciências sociais, em especial Eduardo, Eliane e Raquel, com quem mantenho um diálogo frequente e enriquecedor. Aos meus amigos de longa data Guilherme, Marco e Melina e aos meus companheiros musicais João Pedro e Rafhael, responsáveis por manterem vivo em mim outros interesses e por me oferecerem muitos momentos de alegria. Ao Felipe, pela amizade e presença nos encontros musicais e também pela revisão atenciosa do texto antes de sua entrega. Aos antigos amigos de república, em especial a Elber e Ricardo. À minha família, pelo incansável estímulo e apoio. Em especial aos meus pais, Candido e Camo, pessoas que me instigaram ao interesse pelos temas sociais e me mostraram a importância de se posicionar politicamente na vida. Agradeço por todo o apoio e incentivo durante o período de doutorado e, especialmente, durante os momentos mais difíceis da minha estadia nos Estados Unidos. Sem seu apoio, as dificuldades seriam muito maiores. Estendo meus agradecimentos às minhas irmãs Mariana e Carolina e aos meus sobrinhos Anna Luiza, Caetano, Cássio e Henrique, por toda amizade, apoio e pelos tantos momentos de alegria e diversão. À Semíramis, minha companheira afetiva e intelectual, com quem aprendo a ver o mundo com outros olhos, com sua sensibilidade, perspicácia e humor. Agradeço por todo seu incentivo, pelo apoio nas fases difíceis e pelos momentos em que pudemos esquecer um pouco as obrigações acadêmicas juntos e viver outras coisas. RESUMO Em 1939, Carmen Miranda já estava consagrada profissionalmente no Brasil, embarcando para os Estados Unidos com um contrato para uma revista na Broadway, tomando sua viagem, aos olhos do público brasileiro, contornos de uma missão diplomática: representar o país no exterior e difundir o samba. A artista brasileira levava ao novo contexto, uma nova forma de representar o país que se redimensionava pela cultura de massas. Por esse meio, as expressões culturais populares e afro-brasileiras passavam a fazer parte da construção simbólica da nação, muito embora a partir de um filtro moral e racial que incorporava tais elementos caracterizando-os a partir da branquitude. Deste modo, Carmen Miranda interpretou com sua pele clara, olhos verdes chamativos e adequação à moda cosmopolita, a personagem negra da baiana que passava a ser ícone nacional. Ao migrar aos Estados Unidos, em pouco tempo chegou a ser a artista mais bem paga do cinema norte-americano, transformando-se em uma encarnação de uma nova imagem da América Latina, produzida em meio à Política de Boa Vizinhança. Levando consigo suas “baianas”, constituiu um espetáculo em cores, propiciado pelo cinema Technicolor, em uma representação una e fantasística de alegria e tropicalidade feminina da América Latina, dentro de um clima de amizade pan- americana no sombrio período da Segunda Guerra Mundial. No novo