UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FFCLRP - DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA

Análise filogenética de Kohl, 1884 (: Pompilidae)

Eduardo Fernando dos Santos

Orientador: Prof. Dr. Fernando Barbosa Noll

Tese apresentada à Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da USP, como parte das exigências para a obtenção do título de Doutor em Ciências, Área: ENTOMOLOGIA (Versão revisada)

RIBEIRÃO PRETO – SP

2013 RESUMO

Epipompilus Kohl compreende 49 especies de vespas parasitoides de aranhas, das quais dezesseis ocorrem na Região Neotropical e no sul da Neártica e 33 na Região Australiana. A classificação do gênero tem sido considerado um enigma, uma vez que tem sido posicionado em três subfamílias diferentes. Considerando alguns aspectos taxonomicos e a distribuição incomum do gênero, o presente estudo objetivou testar sua monofilia e seu posicionamento dentro de

Pompilidae. Uma análise cladística foi executada com base em 131 caracteres codificados a partir da morfologia de 31 espécies de Pompilidae (grupo interno) e outras 30 espécies de Pompilidae e não Pompilidae (grupos externos). Dos 131 caracteres, 40 deles foram construídos a partir de propoções morfométricas de estruturas corporais funcionalmente relacionadas. Tais caracteres foram tratados como contínuos, enquanto os outros 91 caracteres foram propostos a partir de estados discretos. A análise cladistica confirmou a monofilia do gênero, apresentando dois principais clados: um composto por espécies do Novo Mundo e o outro por espécies da Região

Australiana. A monofilia de Epipompilus e dos dois clados, Neotropical e Australiano, foram fortemente suportadas. Além disso, tal análise sugere que Epipompilus não deveria ser classificado nem em Pompilinae e nem em Ctenocerinae, como tem sido feito, mas posicionado juntamente com

Minagenia Banks em uma subfamília diferente, Epipompilinae. A relação entre Minagenia e

Epipompilus apresentou suporte relativamente alto, sendo estabelecida por duas sinapomorfias inequívocas. Entretanto a delimitação de Epipompilinae e sua posicição dentro de Pompilidae se mantêm incertas e novas análises são necessárias para elucidar tais questões.

Palavras-chave: Parasitoides, Região Neotropical, Região Australiana, Epipompilinae,

Epipompiloides, Cladística.

viii ABSTRACT

Epipompilus Kohl comprises 49 species of spider parasitoid wasp, sixteen of which are from the Neotropical and southern Neartica Regions and 33 are from the Australian Region. The classification of the genus has been considered an enigma, since it has been positioned in three different subfamilies. Regarding some taxonomic features and the unusual distribution of the genus, the present study aimed at testing its monophyly, and its placement in the Pompilidae. A cladistic analysis was performed based on 131 characters codified from the morphology of 31 species of

Epipompilus (ingroup) and other 30 species of Pompilidae and non-Pompilidae (outgroups).

Fourteen characters were coded from morphometric proportions of body structures functionally related. Such characteres were treated as continuous, while the rest 91 characters were proposed from discrete states. The cladistic analysis confirmed the monophyly of Epipompilus, showing two main clades: one composed by species from the Neotropical Region and the other by species from the Australian Region. The monophyly of Epipompilus and both Neotropical and Australian clades were strongly supported. In addition, such analysis suggests that Epipompilus should not be classified neither in the Pompilinae nor in the Ctenocerinae, as usually done, but it must be positioned together with Minagenia Banks in a different subfamily, Epipompilinae. The relationships between Minagenia and Epipompilus showed support relatively strong, being established by two unequivocal synapomorphy. However, the Epipompilinae delimitation and its position within Pompilidae keep uncertain, and new analyses are necessary to elucidate such questions.

Keywords: Australian Region, Cladistics, Epipompilinae, Neotropical Region, Parasitoids,

Neotropical Region.

ix SUMÁRIO

INTRODUÇÃO …...... 1

MATERIAL E MÉTODOS …...... 8 Obtenção de Material …...... 8 Caracteres …...... 9 Táxons …...... 10 Análises filogenéticas …...... 14

RESULTADOS …...... 16 Caracteres …...... 16 Hipóteses filogenéticas …...... 46

DISCUSSÃO …...... 49 A monofilia de Epipompilus ...... 49 O posicionamento de Epipompilus …...... 54 Distribuição geográfica de Epipompilus ...... 55

CONCLUSÃO …...... 60

REFERÊNCIAS …...... 61

APÊNDICE A …...... 69

APÊNDICE B …...... 92

x INTRODUÇÃO

Com aproximadamente 150.000 espécies descritas, Hymenoptera reúne os insetos popularmente conhecidos como abelhas, formigas, sínfitos e vespas, sendo considerada uma das quatro ordens megadiversas de insetos (Huber, 2009). Tradicionalmente, ela é dividida em duas subordens: Symphyta e Apocrita. Com 93% das espécies conhecidas, os Apocrita apresentam constrição entre o primeiro e o segundo segmento abdominal, formando uma cintura articulada entre o meso e o metasoma (Gauld & Bolton, 1988; Goulet & Huber, 1993).

A diversidade dos Apocrita não é caracterizada somente pelas derivações morfológicas, mas também pelos hábitos de vida. Essa subordem inclui espécies parasitóides indobiontes e cenobiontes, hiperparasitóides, cleptoparasitóides, predadores, polenófagas, micófagas, entre outras

(Grimaldi & Engel, 2005; Huber, 2009). A grande maioria das espécies é solitária, embora hajaum número representativo de espécies com diferentes níveis de socialidade, incluindo o mais alto deles, a eusocialidade (Grimaldi & Engel, 2005; Speight et al., 2008; Huber, 2009).

As relações de parentesco das famílias de Hymenoptera têm sido intensamente investigadas, mas ainda não estão completamente resolvidas. Sharkey (2007) sintetiza e discute o conhecimento existente a respeito das relações filogenéticas dos grandes grupos de Hymenoptera até o referido ano de sua publicação, sugerindo que Apocrita seja monofilética e grupo irmão de Orussidae. Essa hipótese é corroborada pelos resultados obtidos por Sharkey et al. (2011) e Vilhelmsen (2011) e contestada por Heraty et al. (2011) que sugerem Apocrita como grupo parafilético em relação a

Orussidae.

Dentre os Apocrita, destacam-se os Aculeata por serem os himenópteros mais comumente conhecidos e por apresentarem enorme diversidade morfológica e biológica. As fêmeas de Aculeata possuem o ovipositor modificado numa estrutura comumente chamada de ferrão, que serve para inocular veneno em hospedeiros ou presas, paralisando-os (Goulet & Huber, 1993; Grimaldi &

Engel, 2005), sendo que em alguns ele é utilizado para defesa. Aculeata inclui formigas, abelhas e vespas aculeadas e é tradicionalmente dividida em três superfamílias: Apoidea, Chrysidoidea e

1 Vespoidea (Gauld & Bolton, 1988; Goulet & Huber, 1993). Entretanto, estudos recentes envolvendo dados moleculares têm contestado a monofilia de Vespoidea (Pilgrim et al., 2008; Vilhelmsen et al.,

2010; Heraty et al., 2011; Debevec et al., 2012). Tradicionalmente, essa subfamília inclui

Pompilidae e mais outras nove famílias: Bradynobaenidae, Formicidae, Mutillidae,

Rhopalosomatidae, Sapygidae, Sierolomorphidae, Scoliidae, Tiphiidae e Vespidae (Brothers, 1975;

Gauld & Bolton, 1988; Brothers & Carpenter, 1993; Goulet & Huber, 1993; Brothers, 1999).

Sistemática de Pompilidae e a classificação de Epipompilus Kohl

Pompilidae consiste de aproximadamente 5.000 espécies conhecidas para o mundo todo

(Shimizu, 1994; Pitts et al., 2006), sendo que a grande parte dessa riqueza está presente nas regiões tropicais do planeta (Wasbauer, 1995). Estudos cladísticos para a família são extremamente escassos e a classificação de Pompilidae tem sido tradicionalmente proposta com base na taxonomia do grupo. Shimizu (1994) propôs a primeira hipótese filogenética para Pompilidae, sugerindo 6 subfamílias (Figura 1). Posteriormente, Pitts et al. (2006) estendem as análises de Shimizu (1994), incluindo novos caracteres, e sugerem apenas quatro subfamílias (Figura 2). Tanto as análises de

Shimizu (1994) como as de Pitts et al. (2006) apresentam diversos problemas metodológicos e, devido a isso, tais propostas não têm sido adotadas pela maioria dos especialistas.Atualmente, são adotadas cinco subfamílias: Ceropalinae, Ctenocerinae, Notocyphinae, e Pompilinae.

Entretanto, muitos gêneros, como é o caso de Epipompilus Kohl, apresentam características diagnósticas de mais de uma subfamília.

Epipompilus foi proposto por Kohl (1884) com base em duas espécies, E. maximiliani e E. insularis. A primeira delas ocorre na Região Neotropical, mais especificamente entre o México e o

Panamá, enquanto que a segunda espécie é endêmica da Nova Zelândia. A classificação taxonômica de Epipompilus Kohl é historicamente controversa, já que tem sido posicionada em três subfamílias diferentes. Kohl (1884), com base na morfologia das asas, associa Epipomilus a “Pompilus-

Gruppen”, que equivale atualmente a Pompilinae. Bradley (1944), Banks (1947), Evans (1961,

2 1962, 1966, 1967, 1968, 1976) e Harris (1987), considerando o pronoto mais longo que o escutelo e caracteres da genitália masculina também o classificam em Pompilinae, mas em tribos diferentes.

Bradley (1944) e Harris (1987) posicionam o gênero numa tribo exclusiva Epipompili, enquanto

Evans (1961, 1962, 1966, 1967, 1968, 1976) classifica-o em Aporini, juntamente com outros cinco gêneros: Allaporus Banks, Aporus Spinola, Chelaporus Bradley, Euplaniceps Haupt, Notoplaniceps

Bradley e Psotharpsis Banks. Banks (1947) não utiliza tribo para posicionar Epipompilus dentro de

Pompilinae.

Figura 1: Hipótese filogenética por proposta por Shimizu (1994) para Pompilidae.

Shimizu (1994), com base em estudos filogenéticos, classifica-o numa subfamília particular que ele chamou de Epipompilinae, argumentando que o gênero possui caracteres diagnósticos de diferentes subfamílias de Pompilidae e por isso não se enquadraria em nenhuma das até então utilizadas. Entretanto, Pitts et al. (2006) sugerem que Epipompilus deve ser classificado em

Ctenocerinae (Figura 2), juntamente com os gêneros considerados por Arnold (1932) e Haupt

(1929, 1930, 1962) em Claveliinae. Entretanto, os próprios autores fazem ressalvas quanto à classificação de Epipompilus em Ctenocerinae.

3 Figura 2: Hipótese filogenética proposta por Pitts et al. (2006) para Pompilidae.

Biologia de Epipompilus

Todos os Pompilidae são exclusivamente ectoparasitoides (põem seus ovos externamente sobre seus hospedeiros) de aranhas (Wasbauer, 1995). Muitos autores tratam erroneamente

Pompilidae como predadores, uma vez que todas as espécies utilizam apenas uma aranha para o desenvolvimento do estágio larval. Askew (1971) define que vespas com hábitos predadores aprovisionam uma única larva com vários indivíduos, no caso presas, que servem de alimento para a ela. Em contra partida, espécies parasitoides utilizam apenas um indivíduo, no caso um hospedeiro, para alimentar uma única ou várias larvas (Askew, 1971). Além disso, as espécies de

Pompilidae podem, ainda, ser classificadas como ectoparasitóides idobiontes ou cenobiontes ou, então, como cleptoparasitoides (Askew & Shaw 1986, Godfray 1994, Jervis et al 2008).

Parasitóides idobiontes aprovisionam suas larvas em ninhos, que no caso podem ser do próprio hospedeiro ou construídos pelo parasitoide (Askew & Shaw 1986, Godfray 1994, Jervis et al 2008). Já, parasitoides cenobiontes paralisam temporariamente seus hospedeiros, que após

4 receberem o(s) ovo(s) do parasitóide retomam suas funções vitais e voltam a viver normalmente até que a larva consuma grande parte de seu corpo e a mate (Askew & Shaw 1986, Godfray 1994,

Jervis et al 2008). De uma forma geral, parasitóides cenobiontes possuem ovos menores, tempo de fecundidade mais longo, fase adulta mais curta e índices de ovigenia mais altos que de parasitóides idobiontes (Jervis et al 2008, Mayhew & Blackburn 1999). Os cleptoparasitóides, como as espécies de Ceropales Latreille e Evagetes Lepeletier, roubam os hospedeiros de outros Pompilidae (veja

Evans, 1953; Wcislo et al., 1988; O'Neill, 2001)

O conhecimento da biologia de Epipompilus é bastante incipiente e é baseado, principalmente, no estudo feito por Pollard (1982) sobre E. insularis Kohl, o qual foi posteriormente complementado pelo estudo de Harris (1987). Além disso, Evans (1972) apresenta alguns registros de hospedeiros de E. turneri Evans. De acordo com os estudos de Pollard (1982) e de Harris (1987), E. insularis age como ectoparasitóide cenobionte de aranhas cursoriais, sem paralisá-las ou paralisando-as por tempo bastante curto. Os indivíduos das espécies forrageiam em cavidades pré-existentes, como buracos em troncos, galerias de besouros, folhas enroladas, entre outros lugares onde seus hospedeiros possam nidificar (Pollard, 1982; Harris, 1987). A biologia das espécies neotropicais de Epipompilus é totalmente desconhecida.

Taxonomia e distribuição de Epipompilus

De acordo com Evans (1961, 1962, 1966, 1968, 1972), o gênero Epipompilus é caracterizado pelo espaço malar bem desenvolvido, labro fortemente exposto, mandíbula com dente distinto e bastante distante do ápice mandibular, asa anterior com estigma relativamente grande e com veias e células terminando próximas à margem da asa, asa posterior com a veia cubito-anal retilínea e formando forte ângulo com a veia anal, sendo que a cubito-anal encontra a veia Média+Cubito-Anal antes da confluência da Média com a Média+Cubito-Anal. Além disso, as fêmeas apresentam o fêmur das pernas anteriores dilatadas. Kohl (1884) ao descrever o gênero não denomina a espécie tipo, o que é feito por Ashmead (1900) que designa Epipompilus maximilliani como espécie tipo do

5 gênero.

Atualmente, Epipompilus compreende 50 espécies descritas, sendo que 16 delas ocorrem na

Região Neotropical e sul da Neártica e 34 na Região Australiana (Figura 3). A distribuição de táxons comuns à América do Sul e à Austrália tem sido explicadas por inúmeras hipóteses biogeográficas (Sanmartín & Ronquist, 2004; McCarthy et al., 2007; Amorim et al., 2009). A explicação mais coerente para a distribuição de tais táxons é dada com base na conexão que existiu entre o sul da Plataforma Sulamericana e a Platafoma Australiana via Antártica (Amorim et al.,

2009). Consequentemente, táxons comuns a esses dois continentes apresentam registros de ocorrência no sul da América do Sul (Região Andina sensu Morrone [2006]), o que não acontece com Epipompilus (Figura 3).

Figura 3: Mapa apresentando a distribuição de Epipompilus Kohl (Projeção Mercartor).

Evans (1961) observa que diversas características morfológicas adotadas para diagnosticar o gênero, tal como o formato do palpômero labial e o grau de exposição do labro, não são compartilhadas por E. insularis e as espécies neotropicais. Por esse motivo, Evans (1961) propõe o

6 gênero Epipompiloides para a espécie da Nova Zelândia. Entretanto, Evans (1962) considera o nome Epipompiloides como subgênero de Epipompilus ao descrever novas espécies da Região

Australiana. Além disso, Evans (1962) posiciona as espécies australianas em dois outros subgêneros

Epipompilus e Epipilpomus. Contudo, ao descrever novas espécies australianas e rever as previamente conhecidas, Evans (1972) destaca a dificuldade em associar machos e fêmeas e a incosistência dos subgêneros propostos anteriormente, embora continue adotando tais níveis e nomes para classificar as espécies de Epipompilus.

As diferenças taxonômicas existentes entre as espécies neotropicais e australianas e a distribuição um tanto incomum de Epipompilus levam a questionar sua monofilia. Além disso, as controvérsias sobre a classificação do gênero mostram a necessidade de novos estudos filogenéticos que permitam esclarecer seu posicionamento dentro de Pompilidae. Um estudo com essa abordagem elucidaria uma das questões mais enigmáticas de Pompilidae. Dessa maneira, propõe-se um estudo cladístico com o objetivo de testar a monofilia de Epipompilus e o seu posicionamento nas diferentes subfamílias de Pompilidae.

7 MATERIAL E MÉTODOS

Obtenção de material

Os espécimes utilizados no presente estudo foram obtidos por empréstimo junto a instituições depositárias brasileiras e estrangeiras, ou então foram estudados em tais instituições. O presente estudo utilizou tanto espécimes-tipo quanto espécimes ordinários corretamente identificados. Algumas instituições foram visitadas com o intuito de obter material não identificado, uma vez que a família conta com poucos especialistas, não possui chaves de identificação que permitam identificar o gênero corretamente e apresenta taxonomia bastante complicada. As instituições depositárias visitadas ou que emprestaram são listadas a seguir, incluindo o nome do curador ou do assistente de curadoria.

ANIC – Australian Nacional Collection, Camberra, Australia - Nicole Fisher;

AMNH – American Museum of Natural History, Nova York, NY, EUA - Dr. James M. Carpenter;

BMNH – The Natural History Museum, Londres, GB - Dr. Gavin Broad;

BPBM – Bishop Museum, Honolulu, HI, EUA – Stepherd Myers;

CAS – California Academy of Science, São Francisco, CA, EUA – Norm Penny;

FML – Fundación Miguel Lillo, San Miguel de Tucumán, Argertina - Dra. Maria Virginia Colomo

de Correa;

INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Manaus, AM, Brasil – Dr. Márcio Oliveira;

QM – Queensland Museum, Brisbane, Austrália – Dr. Chris Burwell;

MCZ – Museum of Comparative Zoology, Cambridge, MA, EUA – Dr. Stefan Cover;

MLP – Museo La Plata, La Plata, BA, Argentina – Dr. Alberto H. Abrahamovich;

MPEG – Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, PA, Brasil - Dr. Orlando Silveira;

MZUSP – Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo; Dr. Carlos Roberto F. Brandão

NMNH – National Museum of Natural History, Washington, D.C., EUA – Brian Harris.

TM – Transvaal Museum, Pretoria, África do Sul – Robin Lyle

8 MZUEFS – Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana,

BA, Brasil - Dr. Sérgio Ricardo Andena

UFGD – Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, MS, Brasil - Dr. Rogério Silvestre

USU – Utah State University, Logan, UT, EUA - Dr. James P. Pitts

NHMW – Naturhistorisches Museum, Viena, Austria - Dra. Dominique Zimmermann.

Caracteres

Os caracteres utilizados nas análises cladísticas foram codificados a partir do estudo morfológico comparativo de machos e fêmeas das espécies de Epipompilus e de outros grupos de

Pompilidae e de Vespoidea. Parte dos caracteres foi proposta com base em relações morfométricas de estruturas da cabeça (Figura 4), das asas e pernas de machos e fêmeas, e foram tratados como contínuos. Caracteres contínuos podem fornecer maior resolução ao estudo das relações filogenéticas (Rae, 1998; Gilbert & Rossie, 2007).

Diversos estudos têm registrado que o tamanho do corpo de vespas parasitoides, como

Pompilidae, é fortemente correlacionado com o tamanho do hospedeiro (Harvey, 2005). Nesses casos caracteres métricos podem ser pouco informativos e relações morfométricas podem prover resultados mais robustos. Tais relações são amplamente utilizadas em descrições taxonômicas e chaves de identificação. Nesses casos, essas medidas são adotadas meramente para distinguir espécies e podem não refletir homologia dos estados considerados na construção de um determinado caráter. Por esse motivo, as relações morfométricas propostas envolveram apenas uma

única estrutura ou, então, estruturas funcionalmente relacionadas, como as apresentadas na figura 4.

Além dos caracteres contínuos, foram utilizados caracteres discretos codificados a partir da morfologia externa dos três tagmas corporais de machos e fêmeas. Parte desses caracteres foram utilizados por Shimizu (1994) e/ou por Pitts et al. (2006). No entanto, a maioria dos caracteres utilizados pelo presente estudos não foi empregada em análises filogenéticas anteriores, sendo que muitos deles são novos até mesmo nos estudos taxonômicos de Pompilidae. Alguns estados de parte

9 dos caracteres discretos foram ilustrados para facilitar a descrição dos mesmos e a compreensão das séries transformacionais, no caso dos caracteres multi-estados. Nos casos em que não foi possível codificar os estados dos caracteres utilizados, foi empregado o sinal de interrogação (?), enquanto que os estados não aplicáveis foram representados por hífen (-).

Figura 4: Medidas e relações morfométricas utilizadas como caracteres contínuos da cabeça de fêmeas e machos (DIS = distância interocular superior; DOP = distância ocelar posterior; DOO = distância ocelo-ocular; DII = distância interocular inferior).

Táxons

A escolha dos terminais se deu com base nas análises filogenéticas pré-existentes para

Pompilidae e na classificação taxonômica clássica de Epipompilus dentro da família. A maioria das espécies de Epipompilus, principalmente as da Região Australiana, é conhecida somente a partir do tipo ou com base em alguns pouquíssimos espécimes. Parte desse material não foi localizada devido a certa incongruência da literatura a respeito da instituição depositária de tais espécimes.

Outra questão que foi considerada na escolha dos terminais foi quanto a quantidade de dados faltantes. Dependendo da quantidade de dados faltantes (representados na matriz por“?”), os resultados podem levar a conclusões errôneas (Wiens, 2003; Prevosti & Chemisquy, 2010; Wiens &

10 Morrill, 2011). Por esse motivo, Wiens (2006) sugere que terminais com grande número de dados faltantes devam ser excluídos das análises. Boa parte das espécies do gênero é conhecida somente a partir de um dos sexos, sendo que a grande maioria dessas foi descrita com base em fêmeas.

Consequentemente, a grande maioria dos caracteres foi codificada a partir da morfologia externa feminina e as espécies conhecidas somente a partir de machos tiveram mais que 60% dos caracteres codificados como dados faltantes e não foram incluídas no grupo interno.

Dessa maneira, o grupo interno incluiu o maior número de espécies do gênero que é conhecida a partir de fêmeas ou de ambos os sexos (Tabela 1). Como grupos externos, foram utilizadas espécies de quatro das tradicionais cinco subfamílias de Pompilidae, incluindo as três nas quais o gênero tem sido classificado, além de três espécies de outras duas famílias de Vespoidea, uma de Scoliidae e duas de Rhopalosomatidae (Tabela 2). Considerando que um dos objetivos do presente estudo é testar a monofilia de Epipompilus, alguns grupos externos foram escolhidos por compartilharem caracteres que delimitam taxonomicamente o gênero. Também foi incluído um gênero novo da Região Australiana que compartilha diversas características com Epipompilus. Esse gênero será descrito em breve.

Tabela 1: Espécies de Epipompilus Kohl utilizadas nas análises filogenéticas propostas para o presente estudo. F = fêmea; M = macho.

Espécies Sexos codificados Região de ocorrência

Epipompilus albofasciatus Evans F Australiana

Epipompilus aztecus (Cresson) F/M Neotropical

Epipoomilus caeruleus Evans F Australiana

Epipompilus cardaleae Evans F Australiana

Epipompilus compactus Evans F Australiana

Epipompilus delicatus (Turner) F/M Neotropical

Epipompilus depressus Evans F Australiana

Epipompilus excelsus (Bradley) F/M Neotropical

11 Tabela 1 (Continuação): Espécies de Epipompilus Kohl utilizadas nas análises filogenéticas propostas para o presente estudo. F = fêmea; M = macho.

Espécies Sexos codificados Região de ocorrência

Epipompilus exleyae Evans F Australiana

Epipompilus formosus Evans F Australiana

Epipompilus gilesi Evans F Australiana

Epipompilus hackeri Evans F Australiana

Epipompilus haupti Evans F Neotropical

Epipompilus incompletus Evans F Australiana

Epipompilus insolitus Evans F Neotropical

Epipompilus insularis Kohl F/M Australiana

Epipompilus jocosus Evans F/M Neotropical

Epipompilus matthewsi Evans F Australiana

Epipompilus montivagus Evans F Australiana

Epipompilus multifasciatus Evans F Australiana

Epipompilus nigribasis (Banks) F/M Neotropical

Epipompilus pallidus Evans F/M Australiana

Epipompilus papuensis Evans F Australiana

Epipompilus pauper Evnas F Australiana

Epipompilus pictipennis Evans F/M Australiana

Epipompilus pulcherrimus (Evans) F/M Neártica/Neotropical

Epipompilus quinquenotatus Evans F/M Neotropical

Epipompilus reiki Evans F/M Australiana

Epipomilus semitinctus Evans F/M Australiana

Epipompilus tasmanicus Evans F Australiana

Epipompilus turneri Evans F/M Australiana

Epipompilus incompletus Evans F Australiana

Epipompilus insolitus Evans F Neotropical

12 Tabela 2: Espécies de Pompilidae e de outras famílias Vespoidea utilizadas como grupos externos nas análises filogenéticas propostas para o presente estudo. F = fêmea; M = macho.

Espécies Subfamília / Tribo Sexo Região de ocorrência

Campsomeris sp Scoliidae F/M Neotropical

Liosphex tupi Lohrmann Rhopalosomatidae F/M Neotropical

Rhopalosoma sp Rhopalosomatidae F/M Neotropical

Apinaspis myrmecoides (Bingham) Ctenocerinae F/M Oriental

Apoclavelia aganipeae Evans Ctenocerinae F Australiana

Austroclavelia venator Evans Ctenocerinae F Australiana

Irenangelus ichneumonoideus Ducke Ceropalinae F/M Neotropical

Ceropales fraterna Smith Ceropalinae F/M Neártica

Gênero novo ? F Australiana

Euclavelia longicollis Arnold Ctenocerinae F Afrotropical

Lepidocnemis antiquus Haupt Ctenocerinae F Neotropical

Paraclavelia caffer Arnold Ctenocerinae F/M Afrotropical

Chelaporus anomalus (Banks) Pompilinae / Aporini F/M Neártica / Neotropical

Euplaniceps sp Pompilinae / Aporini F/M Neotropical

Psorthaspis legata (Cresson) Pompilinae / Aporini F/M Neártica

Psorthaspis portiae (Rohwer) Pompilinae /Aporini F/M Neártica

Notoplaniceps sp Pompilinae /Aporini F/M Neotropical

Arachnospila titicacaensis (Strand) Pompilinae / Pompilini F/M Neotropical

Aridestus bergi Banks Pompilinae / Pompilini F/M Neotropical

Ctenostegus spectabillis Evans Pompilinae / Pompilini F Australiana

Epysiron posterus (Fox) Pompilinae / Pompilini F/M Neotropical

Paracyphononyx sp Pompilinae / Pompilini F/M Neotropical

Tastiotenia festiva Evans Pompilinae / Pompilini F/M Neártica

Auplopus sp Pepsinae /Ageniellini F/M Neotropical

Priocnemella sp Pepsinae /Ageniellini F/M Neotropical

Pepsis sp Pepsinae / Pepsini F/M Neotropical

13 Tabela 2 (Continuação): Espécies de Pompilidae e de outras famílias Vespoidea utilizadas como grupos externos nas análises filogenéticas propostas para o presente estudo. F = fêmea; M = macho.

Espécies Subfamília / Tribo Sexo Região de ocorrência

Priocnemis minorata Banks Pepsinae/ Pepsini F/M Neártica

Pompilocalus hirsutus Roig-Alsina Pepsinae / Pepsini F/M Neotropical

Minagenia julia (Brimley) Pepsinae / Pepsini F/M Neártica

Chryptoslaius ravus Bingham Pepsinae / Pepsini F/M Oriental

Análises Filogenéticas

As análises cladísticas foram executadas com base no critério da parcimônia e adotando dois métodos de otimização: (1) otimização de Fitch (1971), na qual os caracteres multi-estados são tratados como não-ordenados (ou não-aditivos), e (2) de Farris (Farris et al., 1970), que trata tais caracteres como ordenados (ou aditivos). A otimização de Fitch foi empregada aos caracteres discretos, enquanto que a otimização de Farris foi empregada aos caracteres morfométricos. Para tanto, foram utilizados os algoritmos implementados na busca tradicional (Tradicional Search) do programa computacional TNT (Goloboff et al., 2008b) e com base no critério da parcimônia. O programa TNT inclui, ainda, algoritmos estatísticos que permitem a discriminação dos estados que compõem os caracteres contínuos. Tal discriminação é feita com base na variação encontrada dentro do universo amostrado para cada caráter (Goloboff et al., 2006).

A busca tradicional inclui o método de Wagner (Farris, 1970) e dois algoritmos de permuta de ramos: (1) Supressão-reinserção de subárvores (Subtree Pruning-Regrafting [SPR]) e (2)

Bisseção-reconexão de árvores (Tree Bisection-Reconnection [TBR]) (Goloboff et al., 2008b; Schuh

& Brower, 2009). O método de Wagner adiciona sequencialmente táxons à(s) árvore(s) que está(ão) sendo composta(s) dado o conjunto de caracteres utilizados, o que pode ser feito de forma ordenada ou randômica (Schuh & Brower, 2009). As presentes análises foram executadas com a adição aleatória dos terminais, considerando o tempo (horário) como referência de inicialização randômica

14 (random seed = 0). Além disso, foram empregadas 10.000 replicações, salvando 3.000 árvores a cada réplica, e pesagem implícita.

A pesagem implícita dá pesos menores aos caracteres homoplásticos, os quais são atribuídos de acordo com os valores da constante da concavidade (k) e o número de passos extras nas árvores encontradas (Goloboff, 1993). Por questões filosóficas e metodológicas, a pesagem de caracteres tem sido um tanto controversa (veja Goloboff, 1995; Turner & Zandee, 1995; Kluge, 1998).

Entretanto, Goloboff et al. (2008a) demonstraram que a pesagem implícita pode fornecer resultados mais robustos quando dados morfológicos compõem a matriz de análise. Para escolher o melhor valor de K foi utilizado o script escrito po Salvador Arias e nomeado setk. Esse script estima o melhor valor da constate K com base no menor e no maior número de passos obtidos a partir de um conjunto de caracteres.

Para estimar o suporte dos ramos das árvores obtidas, foi utilizado o método de reamostragem simétrica, proposta por Goloboff et al. (2003) e implementado no programa TNT.

Esse método baseia-se nas diferenças de frequências entre um determinado clado e o grupo contraditório (GC – Group presente/Contradicted ) mais frequente, considerando o erro padrão das estimativas (Goloboff et al., 2003). Para tanto, utilizou-se diferentes valores de probabilidade de mudança do ramo (change probability). Além disso, os valores de suporte foram calculados com base nas diferenças de frequências entre um determinado clado e o GC, aplicando 3.000 replicações.

15 RESULTADOS

Caracteres

No total, foram codificados 131 caracteres morfológicos de 61 espécies, sendo que 102 caracteres foram codificados a partir de fêmeas e 29 a partir de machos. Dos 131 caracteres utilizados, 40 deles (23 de fêmeas e 17 de machos) foram propostos a partir de relações morfométricas. Tais medidas foram obtidas a partir de 302 exemplares, 208 fêmeas e 94 machos, das 61 espécies envolvidas. Os caracteres que foram tratados como contínuos compõem o primeiro bloco da matriz (ver Apêndice A) e, por isso, são apresentados anteriormente aos caracteres qualitativos. Dessa maneira, os valores das relações morfométricas utilizadas como caracteres podem ser acessados a partir da matriz (Apêndice A) em associação às descrições de tais caracteres, apresentadas a seguir.

Caracteres morfométricos de fêmeas:

0- Comprimento do palpômero maxilar IV / comprimento do palpômero maxilar III:

Passos = 9,15; IC = 0,193; IR = 0,346.

1- Comprimento do palpômero maxilar V / comprimento do palpômero maxilar IV:

Passos = 5,071; IC = 0,208; IR = 0,272.

2- Largura / altura central do clípeo:

Passos = 16,149; IC = 0,20; IR = 0,331.

3- Comprimento do espaço malar / largura da base mandibular:

Passos = 3,966; IC = 0,252; IR = 0,774.

16 4- Largura / altura do clípeo:

Passos = 8,738; IC = 0,477; IR = 0.346.

5- DOS / DOI:

Passos = 1,721; IC = 0,208; IR = 0,536.

6- DPO / DOS:

Passos = 13,239; IC = 0,275; IR = 0,598.

7- DPO / DOO:

Passos = 16,331; IC = 0,158; IR = 0,391.

8- Comprimento / largura do escapo antenal:

Passos = 25,880; IC = 0,219; IR = 0,384.

9- Comprimento do escapo / comprimento da radícula:

Passos = 4,274; IC = 0,19; IR = 0,557.

10- Comprimento / largura do flagelômero antenal I:

Passos = 28,669; IC = 0,175; IR = 0,376.

11- Comprimento / largura do flagelômero III:

Passos = 33,250; IC = 0,304; IR = 0,382.

12- Comprimento das asas anteriores / comprimento do mesossoma:

Passos = 28,154; IC = 0,361; IR = 0,246.

17 13- Comprimento do estigma / distância entre o limite anterior do estigma e o término

da Rs:

Passos = 8,532; IC = 0,158; IR = 0,374.

14- Comprimento / largura da célula discoidal:

Passos = 2,122; IC = 0,158; IR = 0,368.

15- Largura da segunda célula submarginal / largura da terceira célula submarginal:

Passos = 16,536; IC = 0,256; IR = 0,689.

16- Comprimento dos lóbulos jugais / comprimento das asas posteriores:

Passos = 17,738; IC = 0,596; IR = 0,594.

17- Comprimento / largura dos fêmures anteriores:

Passos = 1,363; IC = 0,187; IR = 0,312.

18- Comprimento do basitarso / comprimento do tarsômero II das pernas anteriores:

Passos = 19,252; IC = 0,186; IR = 0,535.

19- Comprimento do basitarso / comprimento da tíbia das pernas posteriores:

Passos = 11,779; IC = 0,220; IR = 0,452

20- Comprimento do tarsômero V / comprimento do tarsômero IV das pernas

posteriores:

Passos = 2,181; IC = 0,170; IR = 0,357.

18 21- Comprimento do esporão tibial interno / comprimento do basitarso das pernas

posteriores:

Passos = 6,775; IC = 0,202; IR = 0,346.

22- Comprimento do esporão tibial externo / comprimento do esporão tibial interno:

Passos = 2,911; IC = 0,206; IR = 0,418.

Carateres morfométricos de machos:

23- Comprimento do palpômero maxilar IV / comprimento do palpômero maxilar III:

Passos = 3,458; IC = 0,332; IR = 0,150.

24- Comprimento do palpômero maxilar V / comprimento do palpômero maxilar VI:

Passos = 2,609; IC = 0,321; IR = 0,488.

25- Comprimento / largura do escapo antenal:

Passos = 4,644; IC = 0,297; IR = 0,562.

26- Comprimento / largura do flagelômero antenal I:

Passos = 11,004; IC = 0,361; IR = 0,460.

27- Comprimento do flagelômero antenal I / comprimento do flagelômero antenal II:

Passos = 1,749; IC = 0,30; IR = 0,101.

28- Comprimento do flagelômero XI / comprimento do flagelômero X:

Passos = 2,390; IC = 0,295; IR = 0,228.

19 29- Largura / altura do clípeo:

Passos = 8,151; IC = 0,251; IR = 0,165.

30- Distância interocular Superior (DIS) / distância interocular inferior (DII):

Passos = 8,809; IC = 0,729; IR = 0,339.

31- Distância interocelar posterior (DOP) / distância interocular superior (DIS):

Passos = 1,238; IC = 0,404; IR = 0,598.

32- Distância interocelar posterior (DOP) / distância ocelo-ocular (DOO):

Passos = 7,402; IC = 0,356; IR = 0,606.

33- Comprimento do basitarso / comprimento da tíbia das pernas posteriores:

Passos = 0,867; IC = 0,299; IR = 0,463.

34- Comprimento do esporão tibial interno / comprimento do basitarso das pernas

posteriores:

Passos = 2,286; IC = 0,293; IR = 0,590.

35– Comprimento do esporão tibial externo / comprimento do esporão tibial interno:

Passos = 1,169; IC = 0,299; IR = 0,518.

36- Comprimento do tarsômero II / comprimento do basitarso das pernas posteriores:

Passos = 0,880; IC = 0,310; IR = 0,129.

37- Comprimento do tarsômero V / comprimento do tarsômero IV das pernas

20 posteriores:

Paasos = 8,219; IC = 0,304; IR = 0,417.

38- Comprimento / largura dos fêmures anteriores:

Passos = 11,679; IC = 0,288; IR = 0,552.

39- Comprimento / largura da célula discoidal:

Passos = 8,948; IC = 0,344; IR = 0,70.

Caracteres discretos de fêmeas

40- premento:

(1) com cerdas inconspícuas ou ausentes;

(2) com cerdas conspícuas .

Passos = 3; IC = 0,333; IR = 0,50.

41- Cerdas do premento:

(0) finas, curtas e eretas;

(1) espessas, longas e curvadas.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

42- Formato do palpômero labial III:

(1) achatado dorso-ventralmente;

(2) cilíndrico;

(3) achatado lateralmente, sendo mais amplo distal que proximalmente.

Passos = 3; IC = 0,667; IR = 0,90.

21 43- Comprimento do palpômero mandibular III em relação ao comprimento da estipe:

(0) subigual;

(1) aproximadamente metade;

(2) muito mais curto (menos que 1/5 da estirpe);

(3) muito mais longo;

Passos = 7; IC = 0,428; IR = 0,826.

44- Cardo:

(1) inconspícuo (nesse caso a maxila apresenta-se no mesmo plano do lábio

[inferior]);

(2) reduzido e vertical;

(3) fortemente exposto e vertical (nesse caso a base da maxila é fortemente

projetada para baixo; Fig. 5).

O cardo é o componente basal da maxila e articula-se com a estipe (Snodgrass, 1993). A exposição do cardo está relacionado com o seu tamanho e com a capacidade de articulação da estipe.

Passos = 12; IC = 0,167; IR = 0,655.

45- Número de dentes mandibulares:

(1) dois;

(2) zero;

(3) um.

Passos = 2; IC = 1,0; IR = 1,0.

46- Dente interno da mandíbula:

(0) paralelo à margem interna da mandíbula (o dente interno apresenta-se como

22 uma leve protuberância, sendo que a margem livre do dente corresponde à

margem interna da mandíbula);

(1) dente interno curvado (Fig. 6).

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

47- Posição do dente interno na mandíbula:

(0) na metade distal;

(1) aproximadamente na metade da extensão mandibular (Fig. 6).

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

48- Exposição do labro:

(0) completamente exposto (o labro é ligado ao ápice do clípeo e contínuo a ele);

(1) parcialmente exposto ou oculto sob o clípeo (o labro é preso à base

membranosa do clípeo. Shimizu [1994] e Pitts et al. [2006] consideraram esse

estado como plesiomófico. No entanto, as espécies utilizadas no presente

estudo como referência para a polarização dos caracteres apresentam o labro

completamente exposto. Por esse motivo a exposição parcial do labro, devido

à ancoragem na base do clípeo, foi considerada o estado apomórfico);

Passos = 8; IC = 0,25; IR = 0,786.

49- Margem apical do labro:

(0) convexa;

(1) truncada;

(2) emarginada;

Passos = 19; IC = 0,105; IR = 0,346.

23 50- Margem apical do clípeo:

(0) côncava;

(1) emarginada (Fig. 7);

(2) truncada (Fig. 8);

(3) convexa;

Passos = 14; IC = 0,214; IR = 0,56.

51- Superfície do clípeo:

(0) distintamente convexa;

(1) fracamente convexa (Shimizu [1994] e Pitts et al. [2006] consideram que o

clípeo de Epipompilus é achatado, entretanto, em visão lateral nota-se que tal

estrutura apresenta uma leve convexidade. Fig. 6);

(2) plano (Fig. 7).

Passos = 6; IC = 0,333; IR = 0,826.

52- Clípeo:

(0) não soerguido (o clípeo apresenta-se no mesmo plano que a área infrantenal);

(1) soerguido sem junção com o lobo intrantenal (o clípeo é fortemente convexo

no terço proximal de modo que a margem livre do clípeo fica acima da da

margem que faz contato com a área infrantenal);

(2) soerguido com junção com o lobo intrantenal (a junção entre o clípeo e a

região intrantenal é decorrente do soerguimento do clípeo).

Passos = 5; IC = 0,40; IR = 0,25.

53 - Área infrantenal:

(0) conspícua (a distância das margens inferior do alvéolo antenal e proximal do

24 clípeo aproximadamente igual ou maior que a metade do raio do alvéolo

antenal; Fig. 8.);

(1) inconspícua (a margem inferior do alvéolo antenal quase toca ou toca a

margem proximal do clípeo e muitas vezes a área infrantenal está restrita ao

triângulo infrantenal; os casos em que o clípeo está conectado ao lóbulo

infrantenal também foram consideradas com o presente estado; Fig. 7.);

Passos = 7; IC = 0,143; IR = 0,571.

54- Área suprantenal:

(0) contínua à região intrantenal (a região suprantenal pode ser contínua tanto

quando o lobo intrantenal está presente como ausente. Nos caso em que o

lobo está presente a região suprantenal é levemente dilatada e sobressae aos

olhos.);

(1) deprimida logo acima da região intrantenal (a depressão da região

suprantenal evidencia o lobo antenal dorsalmente quando esse está presente.).

Passos = 4; IC = 0,25; IR = 0,25.

55- Lóbo intrantenal:

(0) ausente;

(1) presente.

Passos = 4; IC = 0,25; IR = 0,50.

56- Margem interna dos olhos:

(0) fortemente emarginada (Fig. 8);

(1) levemente emarginada;

(2) côncava (Fig. 6);

25 (3) retilínea;

Passos = 6; IC = 0,333; IR = 0,429.

57- Margem externa dos olhos:

(0) convexa;

(1) retilínea ou muito levemente côncava;

(2) distintamente côncava.

Passos = 9; IC = 0,222; IR = 0,588.

58- Cerdas nos olhos:

(0) inconspícuas ou ausentes (Fig. 7);

(1) conspicuamente presentes (Fig. 6).

Passos = 10; IC = 0,10; IR = 0,182.

59- comprimento das cerdas dos olhos:

(0) relativamente curtas (o comprimento das cerdas é menor que o diâmetro do

omatídeo);

(1) relativamente longas (o comprimento das cerdas é maior que o diâmetro do

omatídeo).

Passos = 5; IC = 0,20; IR = 0,826.

60- Linha de cerdas finas e relativamente longas ao longo da margem interna dos

olhos:

(0) ausentes;

(1) presentes.

Tais cerdas são um tanto eretas e distintas das demais cerdas da região suprantenal e

26 acompanha pelo menos parte da margem interna dos olhos.

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,875.

61- Cerdas da região suprantenal relativamente curtas e voltadas para trás:

(0) ausentes (Fig. 7);

(1) presentes (Fig. 6).

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,964.

62- Gena:

(0) mais ampla superior que inferiormente;

(1) mais ampla centralmente (Fig. 5 e 9);

(2) mais ampla inferiormente.

Passos = 9; IC = 0,222; IR = 0,611.

62- Gena:

(0) mais ampla superior que inferiormente;

(1) mais ampla centralmente (Fig. 5 e 9);

(2) mais ampla inferiormente.

Passos = 9; IC = 0,222; IR = 0,611.

63- Vértex:

(0) projetado além dos olhos (Fig. 9);

(1) não projetado além dos olhos.

Passos = 13; IC = 0,077; IR = 0,428.

64- Extremidade do vértex:

27 (0) arredondado;

(1) levemente angulado (Fig. 9).

Passos = 5; IC = 0,20; IR = 0,50.

65- Face posterior do vértex:

(0) côncava (Fig. 9);

(1) retilínea ou levemente convexa.

Passos = 6; IC = 0,167; IR = 0,50.

66- Carena occiptal:

(0) presente;

(1) ausente;

Passos = 6; IC = 0,167; IR = 0,762.

67- Superfície inferior do escapo antenal:

(0) côncava;

(1) metade proximal levemente côncava ou achatada e metade distal convexa;

(2) homogeneamente convexa.

Passos = 6; IC = 0,333; IR = 0,733.

Mesossoma:

68- Pubescência:

(0) sem reflexos metálicos;

(1) com reflexos metálicos.

Passos = 8; IC = 0,125; IR = 0,30.

28 69- Colar pronotal:

(0) distinto, com estreptaulus completo (a distinção do colar é resultado de uma

forte depressão na região anterior do pronto, a qual é acentua com a presença

de um sulco tranversal (estreptaulus) que divide a região deprimida numa

parte inclinada, muitas vezes verticalizada, e num horizontal anterior);

(1) pouco distinto, com estreptaulus incompleto (o pronoto é deprimido mas não

apresenta o sulco tranversal na região deprimida. Em alguns casos esse sulco

pode estar muito fracamente presente apenas na região central da região

deprimida);

(2) indistinto (o pronoto não é deprimido anteriormente ou, então, apresenta uma

depressão muitíssimo fraca. Além disso, o sulco transversal está

completamente ausente).

Passos = 6; IC = 0,333; IR = 0,852.

70- Face horizontal do pronoto:

(0) ausente ou extremamente curta (o pronoto é bastante curto e está restrito a uma

face anterior um tanto verticalizada);

(1) presente (o pronoto se apresenta, pelo menos em parte, no mesmo plano que o

mesoscuteo).

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,50.

71- Face anterior do pronoto:

(0) inclinada;

(1) fortemente verticalizada (Fig. 9).

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,667.

29 72- Comprimento do pronoto em relação ao comprimento do mesoscuteo:

(0) mais curto;

(1) subigual;

(2) mais longo (Fig. 10).

Passos = 16; IC = 0,125; IR = 0,60.

73- Metaposnoto:

(0) bandado (Fig. 10 e 11);

(1) constricto centralmente (nesses casos o metaposnoto é distintamente mais

amplo lateralmente do que centralmente devido à projeção do anterior do

propodeo que pode ou não encontra a margem posterior do metanoto.).

Passos =2; IC = 0,50; IR = 0.

74- Comprimento do disco do metaposnoto:

(0) inconspícuo;

(1) menos que a metade do comprimento do metanoto;

(2) aproximadamente metade do comprimento do metanoto;

(3) com aproximadamente o mesmo comprimento do metanoto.

Passos = 19; IC = 0,158; IR = 0,50.

75- Margem anterior do propódeo:

(0) truncada;

(1) côncava (Fig. 11);

(2) convexa;

(3) fortemente convexa.

Passos = 16; IC = 0,187; IR = 0,381.

30 76- Propódeo:

(0) finamente pontuado;

(1) grosseiramente pontuado.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

77- Estrias no propódeo:

(0) ausentes;

(1) presentes.

Passos = 12; IC = 0,083; IR = 0,50.

78- Sutura mesopleural*:

(0) ausente;

(1) presente.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

79- Parte superior do episterno*:

(0) não entumescida posteriormente;

(1) entumescida posteriormente.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

80- Margem mesosternal posterior:

(0) com projeção;

(1) sem projeção (Fig. 12).

Passos = 7; IC = 0,143; IR = 0,454.

81- Tipo de projeção mesosternal:

31 (0) lobada (Fig. 12);

(1) carenada (a projeção não é tão proeminente como no estado pelsiomórfico e

praticamente acompanha, de maneira uniforme, grande parte da largura do

mesosterno e apresenta a margem livre truncada).

Passos = 3; IC = 0,333; IR = 0,714.

82- Base das asa anteriore:

(0) não enfuscada (a bas da asa é hialina);

(1) infuscada (a base da asa apresenta um escurecimento dado pela alta

concentração de cerdas negras).

Passos = 13; IC = 0,077; IR = 0,50.

83- Região entre as veias M e 3r-m das asas anteriores:

(0) não infuscada (Fig. 13 e 14);

(1) infuscada (Fig. 15 e 16).

Passos = 10; IC = 0,10; IR = 0,50.

84- Infuscamento entre as veias M e 3r-m das asas anteriores:

(0) contínuo (em alguns casos representa uma banda infuscada; Fig. 15);

(1) descontínuo (em alguns casos representa duas bandas infuscadas; Fig. 16).

Passos = 7; IC = 0,143; IR = 0,571.

85- Setor da Rs que delimita a primeira e a segunda célula submarginal:

(0) presente (Fig. 13, 14 e 16);

(1) ausente (Fig. 15).

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

32 86- 2rm da asa anterior:

(0) ausente (asas sem a 2rm apresentam apenas duas células submarginais, sendo

que a segunda recebe as veias 1mcu e a 2mcu);

(1) presente (quando a 2rm está presente a asa apresenta três células

submarginais, sendo que a segunda recebe a 1mcu e a terceira recebe a 2mcu).

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,50.

87- Posição de confluência da 2m-cu na CuA1:

(0) muito mais da metade da CuA1;

(1) aproximadamente metade da CuA1;

(2) muito menos da metade da CuA1;

Passos = 12; IC = 0,167; IR = 0,583.

88- Extensão da veia M:

(0) estendida – a veia quase alcança ou alcança a margem das asas anteriores;

(1) não estendida – a veia termina muito antes da margem das asas anteriores.

Passos = 9; IC = 0,111; 0,579.

89- Posição de confluência das veias 2m-cu e M em relação à distância das veias 2rm e

3rm:

(0) distintamente antes da metade;

(1) aproximadamente na metade;

(2) distintamente após a metade.

Passos = 19; IC = 0,105; IR = 0,261.

90- Veia cu-a das asas posteriores*:

33 (0) retilínea (Fig. 13, 15 e 16);

(1) levemente arquerada junto a junção M+Cu;

(2) distintamente arqueada (Fig. 14).

Passos = 8; IC = 0,250; IR = 0,714.

91- Posição de confluência entre a cu-a e a M+Cu das asas posteriores, em relação à

veia M*:

(0) proximal a M (Fig. 13-15);

(1) intersticial;

(2) distal a M.

Passos = 7; IC= 0,286; IR= 0,444.

92- Ângulo formado na confluência da A com a cu-a:

(0) entre 90° e 110° (Fig. 13, 15 e 16);

(1) entre 125° e 155°;

(2) entre 165° e 180° (nesses casos as veias A e cu-a são aparentemente contínuas,

Fig. 14).

Passos = 9; IC = 0,222; IR = 0,696.

93- Número de hâmulos que compõem o conjunto distal:

(0) > 10 hâmulos;

(1) < e = 10 hâmulos.

As asas posteriores de espécies de Pompilidae apresentam dois conjuntos de hâmulos, um menor próximo à base das asas, próximo à divergência das veias C e Sc+R+Rs, e outro mais longo e distal posicionado próximo ou bem após à divergência da margem anterior com a veia R.

34 Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,885.

94- Margem distal dos fêmures anteriores:

(0) lisa ou com cerdas espiniformes inconspícuas ;

(1) com cerdas espiniformes conspícuas.

Passos = 11; IC = 0,091; IR = 0,60.

95- Pente tarsal das pernas anteriores:

(0) ausente;

(1) presente.

O pente tarsal é composto por cerdas espiniformes longas (maiores que a largura do tarsômero) e dispostas em linhas ao longo da face posterior dos tarsômeros.

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,80.

96- Sulco basal ao redor dos fêmures das pernas medianas e posteriores:

(0) presente;

(1) ausente.

Passos = 6; IC = 0,167; IR = 0,706.

97- Margem distal das tíbias posteriores:

(0) com cerdas conspícuas ao longo da margem;

(1) margem completamente lisa ou com cerdas espiniformes somente junto à

inserção do esporão tibial externo.

Passos = 14; IC = 0,071; IR = 0,552.

98- Cerdas espiniformes na margem distal das tíbias posteriores;

35 (0) cerdas similares no tamanho e regularmente distribuídas;

(1) cerdas de diferentes tamanhos e irregularmente distribuídas.

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,90.

99- Cerdas espiniformes levemente curvadas e dispostas em linha na superfície dorsal

dos fêmures posteriores:

(0) ausente;

(1) presente.

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,50.

100- Cerdas espiniformes diminutas e irregularmente dispostas na superfície dorsal

dos fêmures posteriores:

(0) ausente;

(1) presente.

Passos = 6; IC = 0,167; IR = 0,167.

101- Feltro de cerdas na face interna das tíbias posteriores:

(0) relativamente largo, ocupando de 1/5 a 1/3 da face interna das tíbias;

(1) reduzido à uma ou duas fileiras de cerdas (nesses casos o feltro ocupa em

torno de 1/10 da face interna da tíbia posterior).

Tais cerdas compõe uma região diferenciada do resto da face interna da tíbia. A função desse feltro ainda é desconhecida.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

102- Sulco longitudinal nas tíbias posteriores, acompanhando o feltro cerdas na face

interna:

36 (0) ausente;

(1) presente.

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,90.

103- Face latero-posterior das tíbias posteriores:

(0) com cerdas espiniformes;

(1) cerdas espiniformes completamente ausentes.

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,667.

104- Cerdas espiniformes na face latero-posterior das tíbias posteriores:

(0) cerdas relativamente pequenas (um tanto inconspícuas );

(1) cerdas relativamente longas;

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,727.

105- Similaridade no tamanho das cerdas espiniformes presentes na face posterior das

tíbias posteriores:

(0) similares no tamanho (Fig. 18C);

(1) com diferentes comprimentos (Fig. 18B).

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,571.

106- Projeções tegumentares na superfície posterior das tíbias das pernas posteriores:

(0) ausentes (nesses casos as tíbias podem apresentam apenas cerdas

espiniformes, Fig. 18B);

(1) presentes (o tegumento projeta-se no formato de línguetas, Fig. 18C).

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0.

37 107- Mácula branca no terço proximal da face posterior da tíbia das pernas

posteriores:

(0) ausente;

(1) presente.

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,857.

108- Coloração do esporão tibial das pernas posteriores:

(0) igual à coloração da tíbia;

(1) diferente da coloração da tíbia (esbranquiçados ou completamente brancos).

Passos = 8; IC = 0,125; IR = 0,222.

109- Cerdas epiniformes na superfície ventral do último tarsômero das pernas

posteriores:

(0) ausentes;

(1) presentes.

Passos = 5; IC = 0,20; IR = 0,60.

110- Cerdas apicoventrais do tarsômero IV:

(0) simétricas (as cerdas das duas extremidades laterais do tarsômero IV

apresentam o mesmo comprimento);

(1) assimétricas (a cerda na extremidade interna do tarsômero IV são mais curtas

que a cerda da extremidade externa do mesmo tarsômero).

Passos = 6; IC = 0,167; IR = 0,167.

111- Comprimento da cerda espiniforme apicoventral interna do tarsômero IV em

relação ao comprimento do tarsômero V:

38 (0) inconspicuas, com menos de 1/5 do comprimento do tarsômero V;

(1) menos que a metade do comprimento do tarsômero V;

(2) mais que a metade do comprimento do tarsômero V.

Passos = 17; IC = 0,118; IR = 0,375.

112- Cerdas apicoventrais do tarsômero V das pernas posteriores:

(0) setiformes;

(1) laminadas.

Passos = 3; IC = 0,333; IR = 0,750.

113- Unhas tarsais das pernas posteriores:

(0) simples (19C);

(1) denteadas (a unha apresenta um pequeno dente pontiagudo distante da

extremidade da unha 0,20 ou mais o comprimento da unha; Fig. 19A);

(2) subdenteadas (a unha apresenta um pequeno dente pontiagudo distante da

extremidade menos que 0,20 o comprimento da unha);

(3) bífidas (Fig. B).

Passos = 18; IC = 0,167; IR = 0,210.

Metasoma:

114- Sutura lateral do tergo I:

(0) presente;

(1) ausente.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

115- Tergo I:

39 (0) lateralmente divergente;

(1) lateralmente côncavo e não alongado (o pecíolo apresenta cintura mais distinta

que nos casos em que o primeiro tergito metassomal lateralmente divergente);

(2) lateralmente côncavo e alongado (nesses casos, além da cintura ser mais

distinta o metassoma é aparentemente peciolado. Diz-se que o metassoma é

aparentemente peciolado porque o alongamento do primeiro tergo metassomal

não é acentuado).

Passos = 6; IC = 0,333; IR = 0,667.

116- Máculas brancas no tergo II:

(0) ausentes;

(1) presentes (o tergo dois apresenta máculas brancas circulares dorso-laterais

que, em alguns casos, podem se conectar no dorso do tergo).

Passos = 4; IC = 0,250; IR = 0,50.

117- Sulco transversal no esterno II:

(0) ausente ou região levemente deprimida;

(1) presente.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

118- Extremidade do metassoma:

(0) lateralmente comprimido;

(1) não comprimido lateralmente.

Passos = 9; IC = 0,111; IR = 0,111.

40 5 6 7

Cardo + Estipe

Palpômero labial III 8

9 10 11 13

12 14

Figuras 5-14: 5- Vista ventral do lábio de sp. (Fonte: Shimizu, 1994); 6- Vista do lábio de Minagenia julia (Brimley) (Fonte: Shimizu, 1994); 7- Cabeça em vista lateral de Irenangelus ichneumonoides Ducke, destacando o cardo em posição fortemente vertical (modificado a partir de Kimsey & Wasbauer, 2004); 8- Vista frontal da cabeça de Epipompilus semitinctus Evans; 9- Vista frontal da cabeça de Austroclavelia venator Evans. 10- Vista frontal de Rhopalosoma sp.; 11- Hábito lateral de A. venator; 12- Hábito dorsal de Apinaspis myrmecoides (Bingham); 13- Parte do mesossoma de A. myrmecoides, apresentando o metaposnosto, metanoto e parte do escutelo e do propódeo. 14- Mesosterno de I. Ichneumonoides.

41 13 14

15 16

17

19

18

Figuras 13-19: 13- Exemplos da face ventral de escapos antenais (Fonte: Shimizu, 1994); 14- Asas anterior e posterior de E. insularis Kohl (Fonte: Harris, 1987); 15- Asas anterior e posterior de Apoclavelia aganippeae Evans (Fonte: Evans, 1972b); 16- Asas anterior e posterior de E. multifasciatus Evans (Fonte: Evans, 1972a); 17- Asas anterior e posterior de E. formosus Evans (Fonte: Evans, 1972a); 18- Exemplos de tíbias posteriores de espécies de Pompilidae. 19- Exemplos de unhas tarsais de espécies de Pompilidae 42 Figura 22: Cladograma apresentando o mapa das sinapomorfias (retângulos brancos representa sinapomorfias homoplásticas, retângulos negros, sinapomorfias inequívocas) que sustentam as relações filogenéticas das espécies de Epipompilus Kohl envolvidas no presente estudo. A transformação dos estados das sinapomorfias apresentadas na presente figura pode ser evidenciada no Apêndice B.

52 que ele também deveria incluir E. insularis (espécie tipo do subgênero), E. tasmanicus e E. variegatus Evans (espécie não uncluída no presente estudo). De acordo com a hipótese filogenética proposta pelo presente estudo, E. insularis e E. tasmanicus são mais proximamente relacionadas ao subgênero Epipilpomus que às espécies que comporiam Epipompiloides de acordo com Evans

(1972a).

O fato das relações filogenéticas do clado Australiano apresentarem suporte mais fraco que as relações evidenciadas para o clado Neotropical (Figura 23) pode ser decorrente da quantidade de dados faltantes que as espécies da região Australiana apresentam em relação às espécies

Neotropicais (ver Apêndice A). Wiens (2003) demonstrou que o suporte de nós é influenciado pela quantidade de dados faltantes na matriz utilizada, sendo mais fraco quando a falta de dados é proporcionalmente alta. Muitas espécies da Região Australiana são conhecidas somente a partir de fêmeas e como se pode observar os caracteres codificados a partir da morfologia dos machos foi fundamental no estabelecimento das relações envolvendo as espécies Neotropicais. Evans (1972a), ao rever as espécies descritas até então e descrever as demais destaca a dificuldade em associar machos e fêmeas da região Australiana devido ao dimorfismo sexual existente. Evans (1962, 1972a) sinaliza essa dificuldade nos rótulos de identificação dos espécimes empregando um ponto de interrogação quando a associação era duvidosa. Um exemplo bastante claro do problema é a descrição de E. tasmanicus Evans (1962), a qual foi descrita a partir dos dois sexos e posteriormente

Evans (1972a) reposiciona o macho (alótipo e parátipo) em E. pictipennis Evans (1962). A fauna

Australiana é muito pontualmente amostrada e muitas espécies apresentam registros de ocorrência simpátrica. Possivelmente, o problema de associação sexual só será resolvido com uma amostragem faunística mais abrangente, sendo que alguns casos tais associações só serão seguramente feitas utilizando técnicas moleculares.

51 sendo que a distribuição de E. aztecus se extende ao Sul da América Central, enquanto que E. pulcherrimus alcança as ilhas do Caribe.

As fêmeas de E. aztecus e de E. quinquenotatus Evans apresentam padrão idêntico de coloração e são facilmente confundidas, entretanto os machos dessas duas espécies apresentam morfologias bastante distintas e, devido a isso, E. aztecus é mais proximamente relacionada à E. pulcherrimus que à E. quinquenotatus. Outra espécie em que a fêmea apresenta padrão de coloração bastante similar a essas duas espécies é E. tucumanus Evans. No entanto, de acordo com a descrição dessa última espécie (Evans, 1967), os machos apresentam morfologia similar ao macho de E. quinquenotatus e por esse motivo essas duas espécies são proximamente relacionadas.

Dentro do clado Australiano, apenas dois clados menores foram confirmados pela reamostragem simétrica. O clado formado por E. pauper + (E. cardaleae + (E. depressus + (E. montivagus + E. pallidus))), corresponde, quase que integralmente, ao subgênero Epipilpomus proposto por Evans (1962, 1972a). Evans (1962) caracteriza os subgêneros com base na morfologia das fêmeas, indicando que as espécies de Epipilpomus apresentam palpos maxilares alongados

(último palpômero muito mais longo que a altura mediana do clípeo), olhos cerdosos, vértex acuminado, escutelo relativamente amplo e achatado, unhas bífidas, asas anteriores hialinas não bandadas e com a veia cubital quase alcançando a margem, pernas anteriores com fêmur fortemente dilatado e tíbia sem cerdas espiniformes apicais. No entanto, apenas duas dessas características, o vértex acuminado (equivalente ao caráter 64) e as asas anteriores não bandadas (equivalente ao caráter 83) se apresentaram como sinapomorfias. De acordo com Evans (1972a), E. neboissi Evans

(espécie não incluída nas análises) também pertence a esse subgênero, enquanto E. pauper deveria ser classificado no subgênero Epipompilus. Na verdade, Evans (1972a) questiona a validade desse subgênero considerando as características compartilhadas por ele e por E. pauper.

Evans (1962, 1972a) sugere um terceiro subgênero, Epipompiloides, para classificar as espécies da

Região Australiana. Esse subgênero corresponderia quase que integralmente ao clado ((E. matthewsi + E. gilesi) + (E. caeruleus + (E. papuensis + (E. formosus + E. incompletus)))), uma vez

50 DISCUSSÃO

A monofilia de Epipompilus

Os resultados obtidos a partir das análises executadas pelo presente estudo indicam que a monofilia de Epipompilus é sustentada por sinapomorfias homoplásticas (Figura 22). A caracterização do gênero com base nesse tipo de sinapomorfia é reflexo da escolha dos terminais, uma vez que parte dos grupos externos foi escolhida principalmente devido às características taxonômicas que delimitam Epipompilus e são compartilhadas com outros gêneros. Apesar da monofilia de Epipompilus não ter sido delimitada por uma única sinapomorfia inequívoca sequer, o clado é fortemente suportado (Figura 23). Além da monofilia do gênero, as análises indicam que as espécies da Região Neotropical compõem um clado distinto das espécies da Região Australiana

(Figuras 22 e 23). Tanto o clado Neotropical quanto o Australiano são fortemente suportados por inúmeras sinapomorfias, sendo algumas delas exclusivas de cada um dos clados. Os dois clados distinguem-se devido a uma redução do feltro de cerdas ao longo da face interna da tíbia posterior das espécies Neotropicais (caráter 101), ao entumescimento posterior da parte superior do episterno

(caráter 79) das espécies Australianas e à margem distal das tíbias posteriores dos machos desprovida de cerdas espeniformes, exceto àquelas observadas junto à inserção do esporão tibial externo (caráter 126; Figura 18A), também no caso das espécies Australianas.

Quanto às relações internas desses dois clados principais do gênero, o clado Neotropical apresentou as relações mais fortemente suportadas (Figura 23), apesar de ser relativamente menos representado que o clado Australiano. Embora o clado Neotropical não inclua quase metade das espécies descritas, é possível que a composição de alguns clados internos não mude com a inclusão das espécies faltantes, como é o caso do clado composto pelas espécies E. nigribasis (Banks), E. insolitus Evans e E. delicatus (Turner) e do clado composto por E. aztecus (Cresson) e E. pulcherrimus (Evans). As espécies que compõem o primeiro desses dois clados são simpátricas e ocorrem no Norte da América do Sul e no Centro-Sul da América Central. Já as espécies do segundo clado são simpátricas no extremo Norte da Região Neotropical - Sul da Região Neártica,

49 Figura 21: Suporte resultante da reamostragem simétrica para os clados evidenciados com a análise cladística executada com pesagem implícita (k= 12,871) e com base em 131 caracteres morfológicos.

48 Figura 20: Cladograma obtido a partir da análise cladística executada com pesagem implícita (k= 12,871) e com base em 131 caracteres morfológicos (937,283 passos; IC = 0,247; IR = 0,585).

47 Hipóteses Filogenéticas

A análise cladística resultou em uma única árvore filogenética com 937,283 passos e que confirma a monofilia de Epipompilus (Figura 20). Essa hipótese filogenética apresentou índice de consistência (IC) igual a 0,247 e índice de retenção (IR) igual a 0,585. A composição e as relações dos clados formados não variaram com o enraizamento feito em relação às três espécies não

Pompilidae utilizadas como grupos externos. A reamostragem simétrica empregada ao conjunto de dados confirmou a monofilia de Epipompilus e de algumas subfamílias e tribos de Pompilidae, mas não corrobora os posicionamentos evidenciados pela análise cladística para esses grupos mais altos dentro da classificação hierárquica da família (Figura 21).

46 128- Unhas posteriores:

(0) bífidas (Fig. 19A);

(1) denteadas (Fig. 18B);

(2) sub-denteadas (a principal diferença entre desse estado para a condição

denteada é quanto a distância do dente interno em relação à extremidade da

unha. Nas unhas denteadas, a distância entre o dente interno e a extremidade

da unha é maior que 0,20 o comprimento da unha, enquanto nas unhas

subdenteadas essa distância é igual ou menor que 0,20 o comprimento da

unha);

(3) simples (Fig. 18C).

Passos = 13; IC = 0,231; IR = 0,444.

129- curvatura das unhas posteriores:

(0) leve (Figs. 18A e 18B);

(1) forte, formando angulo de 90° (Fig. 19C).

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,50.

130- 2rm:

(0) ausente (quando ausente as asas anterniores apresentam apenas duas células

submarginais, sendo que a segunda recebe tanto a 1m-cu e 2 m-cu);

(1) presente (resultando em três células submarginais, Figs. 14-16).

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,750.

45 Passos = 7; IC = 0,286; IR = 0,286.

123- Estrias verticais no metapostono:

(0) ausentes;

(1) presentes.

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0.

124- Unhas anteriores:

(0) monomórficas;

(1) dimórficas.

Passos = 5; IC = 0,20; IR = 0,692.

125- Superfície dorsal dos fêmures posteriores:

(0) sem cerdas espiniformes;

(1) com cerdas espiniformes.

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,875.

126- Margem distal das tíbias posteriores:

(0) com cerdas conspícuas ao longo da margem (Figs. 18B e 18C);

(1) lisa ou com cerdas espiniformes somente junto à inserção do esporão tibial

externo (Fig. 18A).

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

127- Cerdas espiniformes na margem distal das tíbias posteriores;

(0) cerdas similares no tamanho e regularmente distribuídas;

(1) cerdas de diferentes tamanhos e irregularmente distribuídas.

Passos = 1; IC = 1,0; IR = 1,0.

44 Caracteres discretos de machos:

Cabeça:

119- Margem distal do clípeo:

(0) côncava;

(1) emarginada;

(2) truncada;

(3) convexa.

Passos = 9; IC = 0,333; IR = 0,647.

Mesossoma:

120- Coloração do pronoto:

(0) da mesma cor da cabeça;

(1) de cor diferente da coloração da cabeça.

Passos = 1; IC = 1,0, IR = 1,0.

121- Metaposnoto:

(0) bandado (o disco do metaposnoto é tão amplo quanto as laterais);

(1) centralmente constricto (o disco é mais curto que as laterais devido a uma

projeção do margem anterior do propódeo, que pode ou não encontrar a

margem posterior do metanoto).

Passos = 2; IC = 0,50; IR = 0,50.

122- Comprimento do disco do metaposnoto:

(0) inconspícuo;

(1) aproximadamente metade do comprimento do metanoto;

(2) comprimento subigual ao do metanoto.

43 Figura 23: Suporte resultante da reamostragem simétrica para os clados de Epipompilus Kohl evidenciados com a análise cladística executada com pesagem implícita (k= 12,871) e com base em 131 caracteres morfológicos.

53 O posicionamento de Epipompilus dentro de Pompilidae

Os resultados obtidos sugerem que, dentre os táxons envolvidos no presente estudo,

Epipompilus é mais proximamente relacionado à Minagenia Banks (Figura 25) e ao gênero novo incluído nas análises. Entretanto, a reamostragem simétrica sustentou apenas a relação entre

Epipompilus e Minagenia (Figura 26). Esse último tem sido tradicionalmente classificado em

Pepsinae (Banks, 1946; Krombein et al., 1979; Shimizu, 1994; Fernández, 2000), embora Townes

(1957) classifique-o em Ceropalinae. De acordo com a classificação tradicional, os Pepsinae apresentam sulco transversal no segundo esternito metassomal e margem distal das tíbias posteriores com cerdas espiniformes similares no comprimento e regularmente distribuídas, como principais caracteres diagnósticos (Townes, 1957; Brothers & Finnamore, 1993). Entretanto, o sulco transveral no segundo esternito metasomal (caráter 117) se apresentou como uma sinapomorfia exclusiva de Pepsinae+Ctenoceriane. Já, a presença de cerdas espiniformes na margem distal da tíbia posterior (caráter 97) se apresentou altamente homoplástica (14 passos; IC = 0,07; IR = 0,55), enquanto que a similaridade no comprimento de tais cerdas (caráter 98) é uma condição plesiomórfica, sendo que a condição apomórfica (cerdas com tamanhos variados) foi muito menos homoplástica, com apenas 2 passos, IC = 0,50 e IR = 0,50. A relação de Epipompilus e Minagenia é dada principalmente pelo tipo de dente mandibular (caráter 46; Figura 8) que se apresentou como sinapomorfia exclusiva dessa relação.

A posição de Epipompilus em relação às demais espécies sugere que o gênero não deve ser classificado nem em Ctenoceriane e nem em Pompilinae, mas sim numa família independente como sugere Shimizu (1994). Shimizu (1994) posiciona Epipompilus em Epipompilinae, caracterizando a subfamília como sendo monogenérica. No entanto, Priesner (1966) propõe Epipompilinae para classificar Microphadnus Cameron e Baguenaia Giner Marí, sem mencionar o posicionamento de

Epipompilus dentro dessa subfamília. De acordo com Evans (1981), Microphadnus deve ser posicionado em Pompilini (Pompilinae). Com registros para Austrália, África do Sul, Israel e para a região Paleártica (Zonstein, 2007), esse gênero parece ser mais um típico exemplo de grupos de

54 Pompilidae com distribuição incomum e, portanto, pode não representar um grupo monofilético.

A delimitação de Epipompilinae ainda segue indefinida, uma vez que o presente estudo incluiu apenas um número muito pequeno de gêneros conhecidos. De qualquer forma,

Epipompilinae deveria incluir Minagenia e Epipompilus. A hipótese filogenética obtida a partir do presente estudo sugere que Epipompilinae, no caso, seria grupo irmão de Pompilinae (Figura 25), embora tal relação e a monofilia de Pompilinae não tenham sido suportadas pela reamostragem simétrica (Figura 26).

Distribuição geográfica de Epipompilus

Apesar do presente estudo não ter envolvido todas as espécies descritas para Epipompilus e a distribuição de algumas delas ser restrita à localidade tipo, é possível discutir algumas questões relacionadas à distribuição das espécies, com base nos posicionamentos filogenéticos sugeridos pelas análises cladísticas. O posicionamento de algumas espécies, como de E. excelsus (Bradley), e a composição de alguns clados, como aqueles confirmados pela reamostragem simétrica não devem mudar com a inclusão dos táxons faltantes.

As relações de proximidade filogenética entre a biota sulamericana e a australiana acontecem principalmente pelo sul da América do Sul (região temperada), o sudeste australiano e/ou a Nova Zelândia (Willink, 1988; Crisci et al., 1991; Juñent, 1994; Yokoyama et al., 2000;

Morrone, 2006; Morrone & Posadas, 2005; McCarthy et al., 2007; Amorim et al., 2009). Baseado na entomofauna do Novo Mundo, Morrone (2006) define o sul da América do Sul como Região

Andina e a divide em três subregiões e dez províncias biogeográficas (Figura 27). A Região Andina, proposta por Morrone (2006), corresponde à Região Antártica e ao Domínio Andino-Patagônico da

Região Neotropical, propostos por Willink (1988), que se baseou, principalmente, na fauna de

Hymenoptera Aculeata.

Como já foi introduzido, não há ocorrência de espécies de Epipompilus na Região Andina e as duas espécies mais antigas (E. excelsus e E. quinquenotatus Evans), de acordo com a presente

55 hipótese filogenética, estão restritas à Subregião Parana de Morrone (2006) (= província Paranense de Willink [1988]). Diversos estudos, no entanto, têm sugerido que essa subregião apresenta relações históricas com a Região Andina (Vanin, 1976; Roig-Alsina, 1989; Morrone & Lopreto,

1994; Maury et al., 1996), o que corrobora a proximidade das espécies australianas e neotropicais de Epipompilus. Villagrán e Hinojosa (2005) apresentam a distribuição de seis gêneros de plantas lenhosas que ocorrem tanto na Região Australiana como na América dos Sul. Desses seis gêneros três deles ocorrem na Subregião Parana e no sudeste da Austrália e/ou na Nova Zelândia. Entretanto todos eles também ocorrem na Região Andina.

O gênero Minagenia que se apresentou como irmão de Epipompilus, de acordo com Townes

(1957), ocorre nas Américas e na Região Afrotoropical (=Etíope [Wallace, 1892]). Dessa maneira, é provável que Epipompilus tenha surgido no Cretáceo (135 – 65 Ma), após a separação dos continentes Africanos e Sulamericanos. Quanto à distinção dos dois principais clados do Gênero

(Neotropical e Australiano) pode ter ocorrido tanto após a separação das placas continentais sulamericanas e australianas quanto antes desse evento. A massa continental composta pela atual

América do Sul, Antártida e Austrália sofreu intrusões marítimas entre aproximadamente 85 e 63

Milhões de anos atrás que pode ter separado as biotas das Regiões Neotropical e Andina (senso

Morrone, 2006) e consequentemente da Região Australiana (Pascual & Ortiz-Jaureguizar, 2007; veja Figura 28)

56 Figura 25: Cladograma apresentando o mapa de sinapomorfias (retângulos brancos representa sinapomorfias homoplásticas, retângulos negros, sinapomorfias inequívocas) que sustentam os clados mais inclusivos da classificação de Pompilidae envolvidos no presente estudo.

57 Figura 26: Suporte resultante da reamostragem simétrica para as tribos e subfamílias de Pompilidae envolvidas na análise cladística executada com pesagem implícita (k= 12,871) e com base em 131 caracteres morfológicos.

58 Figura 27: Regiões biogeográficas e zonas de transição da América Latina e Caribe propostas por Morrone (2006). 1- Região Neártica; 2- Zona de Transição Mexicana; 3- Região Neotropical; 4- Zona de Transição da América do Sul; 5- Região Andina (Modificado de Morrone, 2006)

Figura 28: Mapa mostrando a conexão entre a América do Sul, Antártida e Austrália e as intrusões marítimas que ocorreram aproximadamente entre 85 e 63 Ma (Fonte: Pascual & Ortiz-Jaureguizar, 2007).

59 CONCLUSÃO

O presente estudo permitiu concluir que Epipompilus compõe de fato um grupo monofilético e que é representado por dois clados distintos, um Neotropical e outro Australiano. O surgimento do gênero ocorreu após a separação das massas continentais Africanas e daquela composta pela

América do Sul+Antártida+Austrália.

Quanto ao posicionamento do grupo dentro da família, pôde-se concluir que Epipompilus é proximamente relacionado ao gênero Minagenia e que juntos deveriam compor uma subfamília distinta daquela que ambos vêm sendo classificados. Portanto, Epipompilus não deve ser classificado nem em Ctenocerinae e nem Pompilinae, mas sim em Epipompilinae, como propõe

Shimizu (1994). Entretanto, a delimitação dessa subfamília ainda é incerta e novos estudos envolvendo gêneros de outras regiões biogeográficas devem ser desenvolvidos para que se chegue a uma conclusão efetiva de tal delimitação. Além disso, pode-se concluir que as características envolvidas na delimitação das demais subfamílias de Pompilidae necessitam de revisão e que a família carece de estudos filogenéticos que confirmem ou não a monofilia dos grupos mais abrangentes.

60 REFERÊNCIAS

Amorim, D.S., Santos, C.M.D. & Oliveira, S.S. (2009) Allochronic taxa as an alternative model

to explain circumantarctic disjunctions. Systematic Entomology, 34: 2-9.

Arnold, G (1932) The Psammocharidae of the Ethiopian Region. Part II: Subfamily Claveliinae.

Annals of the Transvaal Museum, 15: 41-122.

Ashmead, W. (1900) Classification of the fossorial, predaceous and parasitic wasps, or the

superfamily Vespoidea. The Canadian Entomologist, 32:145-155,185-188, 295-296.

Askew R.R. (1971) Parasitic . Elsevier, New York.

Askew R.R. & Shaw M.R. (1986) Parasitoid communities: their size, structure and development.

Insect Parasitoids (ed. by J. Waage & D. Greathead), pp. 225-264. London, Academic Press,

London.

Banks, N. (1946) Studies of South American Psammocharidae. Part 1. Bulletin of the Museum of

Comparative Zoology, 96: 311-525.

Banks, N. (1947) Studies of South American Psammocharidae, Part II. Bulletin of the Museum of

Comparative Zoology, 99: 371-486.

Bradley, J.C. (1944) A Preliminary Revision of the Pompilinae of the Americas: Exclusive of the

Tribe Pompilini (Hymenoptera: Pompilidae). Transactions of the American Entomological

Society, 70: 23-157.

Brothers, D.J. (1975) Phylogeny and classification of the aculeate Hymenoptera, with special

reference to Mutillidae. University of Kansas Science Bulletim, 50: 483-648.

Brothers, D.J. (1999) Phylogeny and evolution of wasps, ants and bees (Hymenoptera,

Chrysidoidea, Vespoidea and Apoidea). Zoologica Scripta, 28: 233 – 250.

Brothers, D.J. & Carpenter, J.M. (1993) Phylogeny of Aculeata: Chrysidoidea and Vespoidea

(Hymenoptera). Journal of Hymenoptera Research, 2: 227-304.

Brothers, D.J. & Finnamore, A.T. (1993) Superfamily Vespoidea. Hymenoptera of the world: an

61 identification guide to families (ed. by Goulet, H. & Huber, J.T.), pp.161-277. Canada

Communication Group, Ottawa.

Debevec, A.H., Cardinal, S. & Danforth, B.N. (2012) Identifying the sister group to the bees: a

molecular phylogeny of Aculeata with an emphasis on the superfamily Apoidea. Zoologica

Scripta, 41: 527-535.

Evans, H.E. (1953) Comparative ethology and systematics of spider wasps. Systematic Zoology,

2: 155-172.

Evans, H.E. (1961) A reconsideration of the genus Epipompilus (Hymenoptera: Pompilidae).

Psyche, 68: 25-37.

Evans, H.E. (1962) The Genus Epipompilus in Australia (Hymenoptera: Pompilidae). Pacific

Insects, 4: 773-782.

Evans, H.E. (1966) A revision of the Mexican and Central American Spider Wasps of the

Subfamily Pompilinae (Hymenoptera: Pompilidae). Memoirs of the American Entomological

Society, 20: 1-442 + 11 pranchas.

Evans, H.E. (1967) Studies on Neotropical Pompilidae (Hymenoptera). III. Additional notes on

Epipompilus Kohl. Breviora, 273: 1-15.

Evans, H.E. (1968) A reconsideration of the Genus Epipompilus (Hymenoptera: Pompilidae).

Psyche, 68: 25-37.

Evans, H.E. (1972a) Revision of the Australia an New Guinaean Species of Epipompilus

(Hymenoptera: Pompilidae). Pacific Insects, 14: 101-131.

Evans, H. E. (1972b) The Tribe Ctenoceratini in Australia (Hymenoptera: Pompilidae).

Australian Journal of Entomology, 11: 244-252.

Evans, H.E. (1976) Studies on Neotropical Pompilidae (Hymenoptera). X. Supplementary notes.

Psyche, 83: 263-270.

Evans, H.E. (1981) The Genus Microphadnus Cameron in Australia (Hymenoptera: Pompilidae).

Entomological News, 92: 81-83.

62 Farris, J.S. (1970) Methods for computing Wagner trees. Systematics Zoology, 19: 83-92.

Farris, J.S., Kluge, A.G. & Eckardt, M.J. (1970) A Numerical Approach to Phylogenetic

Systematic. Systematic Zoology, 19: 172-189.

Fernández, F.C. (2000) Avispas Cazadoras de Arañas (Hymenoptera: Pompilidae) de la Región

Neotropical. Biota Colombiana, 1: 3-24.

Fitch, W. (1971) Toward defining the course of evolution: minimum change for specific tree

topology. Systematic Zoology, 20: 406-416.

Gauld, I & Bolton, B. (1988) The Hymenoptera. Oxford University Press, Oxford.

Gilbert, C. C. & Rossie, J. B. 2007. Congruence of molecules ad morphology using a narrow

allometric approach. PNAS, 104: 11910-11914.

Godfray H.C.J. (1994) Parasitoids: Behavior and Evolutionary Ecology. Princenton, Princeton

University Press.

Goloboff, P.A. (1993) Estimating Characther Weights During Tree Search. Cladistics, 9: 83-91.

Goloboff, P.A. (1995) Parsimony and Weighting: A Reply to Turner and Zandee. Cladistics, 11:

91-104.

Goloboff, P.A., Mattoni, C.I. & Quinteros, A.S. (2006) Continuous characters analyszed as such.

Cladistics, 22: 589-601.

Goloboff, P.A., Carpenter, J.M., Arias, J.S. & Esquivel, D.R.M. (2008a) Weighting against

homoplasy improves phylogenetic analysis of morphological data sets. Cladistics, 24: 758-

773.

Goloboff, P.A., Farris, J.S., Källersjö, M.; Oxelmann, B.; Ramírez, M. & Szumik, C. (2003)

Improvements to resampling measure of group support. Cladistics, 19: 324-332.

Goloboff, P.A., Farris, J.S. & Nixon, K.C. (2008b) TNT, a free program for Phylogenetic

analysis. Cladistics, 24: 774-786.

Goulet, H. & Huber, J.T. (1993) Hymenoptera of the World: an identification guide to families.

Canada Communication Group, Ottawa.

63 Grimaldi, D. & Engel, M.S. (2005) Evolution of the Insects. Cambridge University Press,

Cambridge.

Harris, A.C. (1987) Pompilidae (Insecta: Hymenoptera). Fauna of New Zealand, 12: 1-154.

Harvey, J.A. (2005) Factors affecting the evolution of development strategies in parasitoid

wasps: the importance of functional constraints and incorporating complexity. Entomologia

experimentalis et applicata, 117: 1-13.

Haupt, H. (1929) Weiterer Ausbau meines Systems de Psammocharidae. Mit Beschreibung neuer

Gattungen und Arten, 57: 108-197.

Haupt, H. (1930) Die Einordung der mir bekannten Psammocharidae mit 2 Cubitalzellen in mein

System. Mitteilungen aus dem Zoologischen Museum in Berlim, 16: 673-792.

Haupt, H. (1962) The Pompilidae of Israel. Bulletin of the Research Council of Israel, 11B: 1-70.

Heraty, J., Ronquist, F., Carpenter, J.M., Hawks, D., Schulmeister, S., Dowling, A.P., Murray, D.,

Munro, J., Wheeler, W.C., Schiff, N. & Sharkey, M. (2011) Evolution of the hymenopteran

megaradiation. Molecular Phylogenetics and Evolution, 60: 73-88.

Huber, J.T. (2009) Biodiversity of Hymenoptera. Insect Biodiversity: Science and Society (ed. by

R.G. Foottit & P.H. Adler), pp. 303-323. Blackwell Publishing Ltd, Oxford.

Jervis M.A., Ellers J. & Harvey J.A. (2008) Resource acquisition, allocation, and

utilization in parasitoid reproductive strategies. Annual Review of Entomology, 53:

361-385.

Juñent, S.R. (1994) História biogegráfica de América del Sur Austral. Multequina, 3: 167-203.

Kluge, A.G. (1998) Sophisticated falsification and research cycles: Consequences for differential

character weighting in phylogenetic systematics. Zoologica Scripta, 26: 349-360.

Kohl, F. (1884) Die gattungen du Pompiliden. Verhandlungen zoologisch-botanischen

Gesellschaft in Wien, 34: 33-59.

Krombein, K.V., Hurd, P.D., Smith, D.R. & Burks, B.D. (1979) Catalog of Hymenoptera in

America North of Mexico. Volume 2: Apocrita (Aculeata). Smithsonian Intitution Press,

64 Washington, D. C.

Maury, E.A., Pinto-da-Rocha, R. & Morrone, J.J. (1996) Distribution of Acropsopilio chilensis

Silvestri, 1904 in Southern South America (Opiliones, Palpatores, Caddidae).

Biogeographica, 72: 127-132.

Mayhew P.J. & Blackburn T.M. (1999) Does development mode organize life-history traits in the

parasitoid Hymenoptera? Journal of Ecology, 68: 906-916.

McCarthy, D., Ebach, M.C., Morrone, J.J. & Parenti, L.R. (2007) An alternative Gondwana:

biota links South America, New Zealand and Australia. Biogeografia, 2: 2-12.

Morrone, J.J. (2006) Biogeographic Areas and Transition Zones of Latin America and the

Caribbean Islands Based on Panbiogoegraphic and Cladistic Analysis of the Entomofauna.

Annual Review of Entomology, 51: 467-494.

Morrone, J.J. & Lopretto, E.C. (1994) Distributional patterns of freshwater Decapoda

(Crustacea: Malacostraca) in Southern South America: A Panbiogeographica Approach.

Journal of Biogeography, 21: 97-109.

Morrone, J.J. & Posadas, P. (2005) Falklands: facts and fiction. Journal of Biogeography, 32:

2183-2187.

O'Neil, K.M. (2001) Solitary Wasps: behavior and natural history. Cornell University Press,

London.

Pascual, R. & Ortiz-Jaureguizar, E. (2007) The Gondwana and South American Episodes: Two

Major and Unrelated Moments in the History of the South American Mammls. Journal of

Mammalian Evolution, 14: 75-137.

Pilgrim, E.M., Dohlen, C.D. & Pitts, J.P. (2008) Molecular phylogenetics of Vespoidea indicate

paraphyly of the superfamily and novel relationships of its component families and

subfamilies. Zoologica Scripta, 37: 539-560.

Pitts, J.P., Wasbauer, M.S. & Dohlen, C.D. (2006) Preliminary morphological analysis of

relationships between the subfamilies (Hymenoptera: Pompilidae): revisiting an

65 old problem. Zoologica Scripta, 35: 63-84.

Pollard, S.D. (1982) Epipompilus insularis (Hymenoptera: Pompilidae), a parasitoid of hunting

spiders. New Zealand Journal of Zoology, 9: 37-39.

Prevosti, F.J. & Chemisquy, M.A. (2010) The Impact of missing on real morephological

phylogenies: influence of the number and distribution of missing entries. Cladistics, 26: 326-

339.

Priesner, H. (1966) Studies zur Taxonomic un Faunistik der Pompiliden Österreichs. Teil I.

Naturkundliches Jahrbuch der Stadt Linz, 1966: 187-208.

Rae, T.C. (1998) The Logical basis for the use of continuous characters in phylogenetic

systematics. Cladistics, 14: 221-228.

Roig-Alsina, A. (1989 [1988]) La Posicion Sistematica de los Grupos Hasta Ahora Incluidos en

Chirodamus Haliday sensu lato y Revision de Pompilocalus Gen. Nov. (Hymenoptera,

Pompilidae). Revista de la Sociedad Entomológica Argentina, 47: 3-73.

Sanmartín, I. & Ronquist, F. 2004. Southern Hemisphere Biogeography Inferred by Event-Based

Models: Plant versus Animal Patterns. Systematics Biology, 53: 216-243.

Schuh, R.T. & Brower, A.V.Z. (2009) Biologicl Systematics: Principles and Applications. 2ª Ed.

Cornell University Press, Ithaca.

Sharkey, M.J. (2007) Phylogeny and Classification of Hymenoptera. Zootaxa, 1668: 521-548.

Sharkey, M.J., Carpenter, J.M., Vilhelmsen, L., Heraty, J., Liljeblad, J., Dowling, A.P.G.,

Schulmeister, S., Murray, D., Deans, A.R., Ronquist, F., Krogmann, L. & Wheeler, W.C.

(2011) Phylogenetic relationships among superfamilies of Hymenoptera. Cladistics, 27: 1-33.

Shimizu, A. (1994) Phylogeny and classification of the family Pompilidae. Tokyo Metropolitan

University, Bulletin of Natural History, 2: 1-142.

Speight, M.R., Hunter, M.D. & Watt, A.D. (2008) Ecology of Insects: Concepts and

Applications. 2ª Ed. Blackwell Publishing Ltd, Oxford.

Townes, H. (1957) Neartic Wasps of the Subfamilies Pepsinae and Ceropalinae. United States

66 National Museum Bulletin, 209: 1-286.

Turner, H. & Zandee, R. (1955) The Behaviour of Goloboff's Tree Fitness Measure F. Cladistics,

11: 57-72.

Vanin, A.S. (1976) Taxonomic Revision of the South American Belidae (Coleoptera). Arquivos

de Zoologia, 28: 1-75.

Vilhelmsen, L; Miko, I & Krogmann, L. (2010) Beyond the wasp-waist: Structural diversity and

phylogenetic significance of the mesosoma in apocritan wasps (Insecta: Hymenoptera).

Zoological Journal of the Linnean Society, 159: 22-194.

Vilhelmsen, L. (2011) Head capsule characters in the Hymenoptera and their phylogenetic

implications. Zookeys, 130: 343-361.

Villagrán, C. & Hinojosa, L.F. (2005) Esquema Biogegráfico de Chile. Regionalización

biogeográfica en Iberoamérica y tópicos afines (ed. by J. Llorente Bousquets & J.J.

Morrone). Las Prensas de Ciencias, Mexico DF.

Wallace, A.R. (1892) Island Life or the Phenomena and causes of Insular Faunas and Floras. 2ª

Ed. London: MacMillan and Co. 563p.

Wasbauer, M. (1995) Pompilidae. Hymenoptera of Costa Rica (ed. by P.E. Hanson & I.D. Gauld,

I.D.), pp. 522-539. Oxford University Press, Oxford.

Wcislo, W.T.; West-Eberhard, M.J. & Eberhard, W.G. (1988) Natural history and behavior of a

primitively social wasp, Auplopus semialatus, and its parasite, Irenangelus eberhardi

(Hymenoptera: Pompilidae). Journal of Insect Behavior, 1: 247-260.

Wiens, J.J. (2003) Missing Data, Incomplete Taxa, and Phylogenetic Accuracy. Systematic

Biology, 52: 528-538.

Wiens, J.J. (2006) Missing Data and the Design of Phylogenetic Analyses. Journal of

Biomedical Informatics, 39: 34-42.

Wiens, J.J. & Morrill, M.C. (2011) Missing Data in Phylogenetic Analysis: Reconciling Results

from Simulations and Empirical Data. Systematic Biology, 60: 1-13.

67 Willink, A. (1988) Distribution patterns of Neotropical insects with special reference to the

Aculeate Hymenoptera of Southern South America. Proceedings of a Workshop on

Neotropical Distribution Patterns (ed. by P.E. Vazolini & W.R. Heyer), p. 205-221. Academia

Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro.

Yokoyama, J., Suzuki, M., Iwatsuki, K., Hasebe, M. (2000) Molecular Phylogeny of Coriari,

with Special Emphasis on Disjunct Distribution. Molecular Phylogenetics and Evolution, 14:

11-19.

Zonstein, I. (2007) A review of the species of Microphadnus Cameron in Israel with a

description of a new species (Hymenoptera: Pompilidae). Israel Journal of Entomology, 37:

245-259.

68