Ano 3 | Edição 8 | Junho de 2008 | Versão STANDARD Jornal do Curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA | www.metodistadosul.edu.br/universoipa

Asaph Borba  inclusão na prática Biblioteca central do IPA completa segundo ano Feu Antunes Página 10

Jornalismo resistente Material nem Asaph Borba tão desprezível Hoje em dia, o lixo deixou de ser um material desprezível e, aos po cos, vem se transformando em um produto rentável. As novas tecno- logias permitem que ele se trans- forme em compostos orgânicos ou seja reciclado. geral Página 4 Idéias que voam longe Inspirado num grito de revolta punk nos anos 70, o “faça você Nestes últimos 13 anos, a capital dos gaúchos conviveu com cerca de mesmo” cresce como forma de ex- 70 jornais de bairro, mas também viu desaparecer 54 periódicos. Hoje pressão e fuga da mesmice do mer- apresenta apenas 13 jornais neste segmento. Jornalistas cado cultural. São jovens que bus- analisam as dificuldades e explicam como alguns jornais conseguem dri- cam o novo sem esperar que isto blar os problemas e sobreviver. ‘caia do céu’. geral Página 3 economia Página 6

O pecado 30 anos de Stock Car mora ao lado Rodrigo Domingos O centro de Porto Alegre é um local de múltiplos ambientes e muitos contrastes. Uma prova dis- to está na avenida Júlio de Cas- tilhos, onde um cinema pornô es- tá localizado ao lado de uma igre-  mundo: jordânia ja evangélica. comportamento Página 13 A rota dos shows Um potencial internacionais A oferta de shows internacionais turístico a no Rio Grande do Sul tem crescido significativamente nos últimos anos. A Stock Car, principal categoria automobilística do Brasil, completa 30 Isso é atribuído a vários fatores, den- anos de história e está mais forte do que nunca. Com duas modalidades de tre eles o surgimento de novos es- acesso, a Stock Car Light e a Stock Car Júnior, conta com a presença de ser explorado paços, além da maior concorrência pilotos de peso. Entre eles está o maior campeão, o experiente Ingo Hof- Página 16 entre as produtoras gaúchas. mann, com 37 anos dedicados ao automobilismo. variedades Página 15 esportes Contra-capa  junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Opinião

ma forma, quando tráz a esses editorial o sonho de ganhar, apenas rodando um pião, uma casa O patrão voltou!André Koehne/Wikimedia Assim como todas as profissões, o jornalismo tem uma missão e, própria. Ou quem sabe, um portanto, deveres a cumprir. A primeira obrigação do jornalista é com baú de felicidades, tenha o a verdade; a primeira lealdade é com os cidadãos e a sua essência é a que tiver dentro. disciplina da verificação. A partir dessas considerações do jornalista da Silvio ganha vendendo so- Folha de São Paulo, Fernando Rodriguez, os 40 alunos da disciplina de nhos, não engana, é um pro- Projeto Experimental I, do primeiro semestre do curso de Jornalismo, fo- cesso muito claro: compre o ram desafiados a buscar novidades e, através de suas fontes, a imprimir carnê do baú, venha para a nestas páginas do Universo IPA, informações estruturadas sob a forma de televisão e ganhe prêmios. Se reportagem, incluindo, também, ensaios sobre o gênero opinativo. você não for sorteado, troque Aqui está o produto final de um trabalho em equipe. Um proces- por produtos a seu gosto. Se so exaustivo que ocorreu sem a perda do bom humor característico do mesmo assim você não ganhar grupo, e sem ouvirmos um único aluno recusar-se a batalhar por fontes nada, ainda pode ter a chance importantes para a sua produção. Também não percebemos ninguém de concorrer a uma casa, ape- sem a prontidão necessária para certificar dados, revisar declarações nas pagando as prestações do ou reescrever parágrafos. carnê. Ou seja, qual pessoa Como professores, sabemos que é difícil encontrar turmas com as cansada de ser enganada nes- mesmas características e, por isso, esta ficará marcada, desde o primeiro se país, não compraria um so- dia de aula, pelo entusiasmo, além da persistência e disposição para en- nho desses? frentar desafios. E os resultados estão aí. A maioria mostrou, não apenas Por motivos como esses, a nós professores e ao grupo, mas a si próprios, que tem condições de Edimar Blazina carnês para um “Baú da Feli- ções de Silvio Santos, e ele ven- além de muitos outros, que eu superar dificuldades e batalhar pela qualificação do seu trabalho. cidade?”. dendo cada vez mais. Sem fa- admiro o Silvio e o considero Esperamos que cada um dos alunos, ao vivenciar a produção do Uni- Sim. Ele voltou. Na verdade Lembro, quando tinha uns lar na Tele Sena, um título de o rei da televisão. Contrarian- verso IPA, tenha percebido a responsabilidade de ser o porta-voz da socie- ele nunca saiu. Silvio Santos sete ou oito anos, de ver minha capitalização que tem os nú- do todas as expectativas, um dade, bem como a importância de conquistar os leitores sendo ético; fiel reestreou seu programa, que, tia trocar o carnê, quitado, no meros sorteados e divulgados sujeito muito sem graça, com às fontes e imparcial. É nossa expectativa, também, que esta experiência aliás, leva seu nome, neste do- final do ano por mercadorias e pelo SBT. frases repetidas há pelo me- tenha possibilitado a percepção de que o jornal é um produto de uma sala mingo. A fórmula é a mesma, produtos na loja do Baú. “É Que apelo é esse? De on- nos 40 anos da mesma ma- de redação com sensibilidade jornalística e muita responsabilidade. as brincadeiras e atrações são bom porque a gente não perde de vem o sucesso de um ex- neira não cansa. Diferente- Então, depois de folhar estas páginas, que não deixam de compor um muito parecidas com as de al- dinheiro, se tu não fores sorte- camelô que resolveu arriscar mente de seu amigo e colega “caixa de surpresas”, esperamos que todas as matérias possam trazer guns anos, mas mesmo assim, ada, troca tudo por uma bate- ser apresentador de televi- de domingo, que há pouco novidades e despertar uma reflexão, mas, acima de tudo, a compreensão o “patrão” ainda fascina. Que deira”, dizia ela. E, assim como são? Talvez esse seja seu comemorou mil programas. de que se trata do primeiro jornal impresso de um grupo, vitorioso ao encanto tem esse homem que ela, milhares de pessoas, no grande diferencial. Silvio se Este sim já cansou, desde que inserir 100% das matérias propostas. não passa de um empresário Brasil todo, confiavam e conti- iguala ao seu público quando comemorou o centésimo Boa leitura! bem sucedido, vendedor de nuam confiando, nas presta- assume sua origem, da mes- show. E que venha o próximo semestre! Lisete Ghiggi e José Valentim Peixe O lixo que sustenta a cidade Rafaela Haygertt programas desse tipo. Além do comércio ilegal de rário de coleta, nem se preocu- Circuito cultural Outro ponto positivo para a lixo, um outro problema, bem pa em separar o lixo orgânico Manoel Canepa Consolidando a progra- O lixo sempre foi conside- capital é a criação da décima mais grave, é a condição de do reciclável. Mas isso não é mação da segunda metade do rado um problema grave. Talvez quinta unidade de triagem. A trabalho dos recicladores. Es- totalmente culpa dos morado- O mês de julho dá início a ano está o Porto Alegre Em porque a sociedade nunca te- nova unidade de triagem foi ses profissionais muitas vezes res, já que a prefeitura, muitas um período de grandes mani- Cena, festival de teatro que em nha sabido realmente lidar com inaugurada no dia 30 de junho trabalham sem a proteção ne- vezes, não investe em campa- festações culturais na capital 2008 completa 15 anos, com os seus restos. Numa cidade e fica na rua Ramiro Barcelos. cessária e estão sujeitos a inú- nhas de conscientização, e gaúcha e começa contem- a participação de atores e dra- com as proporções de Porto Segundo informações do meros riscos ao lidar com esse muito menos em projetos edu- plando aqueles que não con- maturgos de diversas regiões Alegre, reutilizar bem o lixo pro- DMLU, a unidade de triagem material, que vai desde um cor- cativos que tenham em vista a seguem viajar nas férias de e nações. Outro evento é a duzido pela população é algo beneficiará os antigos morado- te simples até alguma conta- educação ambiental. inverno. A programação inten- Bienal de Arte Contemporâ- fundamental. res da Vila dos Papeleiros, que minação. É importante que as pessoas sa conta com eventos consa- nea do Mercosul, importante A coleta de óleo de fritura é hoje estão no loteamento San- No entanto, o mais grave, se conscientizem de que o lixo grados e consolida outros na- mostra de arte da América la- um exemplo de iniciativa que po- ta Teresinha. em relação ao lixo, é a falta de pode ser sim, muito lucrativo e cionais e internacionais. tina que ocorre em Porto Ale- de servir para que a população Embora se tenha muito pa- educação das pessoas. É co- principalmente gerador de em- A começar pelo Festival gre a cada dois anos. tome consciência e ajude a pro- ra comemorar, também há mui- mum se ver latinhas, papéis e pregos. Mas para que isso acon- de Inverno que, em 2008, che- No final de outubro, em teger o meio ambiente. Infeliz- to que ser feito. O comércio ile- outros materiais jogados na rua, teça é preciso fazer tudo certi- ga na sua 3ª edição reunindo plena primavera, teremos a mente, a reciclagem do óleo de gal do lixo na região metropo- mesmo que exista uma lata de nho. E é só com educação am- programações de shows, cur- Feira do Livro, um dos mais cozinha ainda não foi abraçada litana é apenas um exemplo dos lixo bem pertinho da criatura. biental e uma prefeitura dispos- sos e cinema. Ainda nesta es- consagrados eventos culturais pela população que, muitas ve- problemas que estão relaciona- A maioria dos moradores da ta a servir o povo que a nossa tação, ocorre um dos maiores da cidade. Além de ser a maior zes, nem sabe da existência de dos com a indústria do lixo. cidade não sabe ao certo o ho- realidade poderá melhorar. festivais de cinema do país, o feira do livro a céu aberto da Festival de Gramado. América Latina, acaba por Para quem não consegue exercer o papel de aglutinador conflitos de interesses opostos. dar uma fugida até a serra, op- cultural da cidade ao gerar di- A palavra corrupção que deriva ções de festivais de cinema não versos eventos relacionados. Jogo político do latim corruptus, numa pri- faltam na capital. O Cine Es- Entre outras tantas programa- Reprodução/Correio do Povo meira acepção, significa que- quema Novo, o Festival do Livre ções que surgem constante- brado em pedaços, e numa Olhar (FLO) e o Festival Inter- mente, de julho ao final do ano, segunda, apodrecido. Sabe-se nacional de Cinema Fantástico Porto Alegre mostra que algu- que há corrupção presente em de Porto Alegre (Fantaspoa) ma coisa acontece entre São todas as sociedades, porém o são apenas alguns exemplos. Paulo e Buenos Aires. consentimento dá continuidade ao ciclo de desigualdade e as- sim, fortalece a dúvida. IPA - Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista Portanto, torna-se indispen- conselho diretor: Presidente, Edson Santa Rita Rubim; Vice-Presidente, sável a apuração de toda e qual- Ricardo Hidetoshi Watanabe • secretária: Márcia Flori Maciel de Oliveira quer suspeita de corrupção, Canan • conselheiros: Vilmar Pontes da Fonseca, Maria Flávia Kovalski e pois a transparência da verdade Marcelo Montanha Haygertt. deve estar condicionada a uma postura baseada em princípios éticos. O Estado do Rio Grande do Sul, diante de graves denún- reitora: Adriana Menelli de Oliveira cias de corrupção, não aceita- rá um governo indiferente aos fatos, pois o povo gaúcho exige Jornal elaborado por estudantes do muito mais do que a verdade, 1º semestre do curso de Jornalismo IPA exige mudanças. E já se perce- coordenação do curso de jornalismo be isto ao se escutar o clamor Mariceia Benetti da população. Sinal de que al- professores(as) Alexandra Giacomuzzi Estado. Os cidadãos gaúchos dor divulgou uma gravação em go está mudando e ainda deve Glória Cunha, José Antônio Meira da Rocha, José Valentin Peixe, já não estão assustados, mas que um auxiliar de Yeda, o ex- mudar muito mais. Lisete Ghiggi, Maria Cristina Vinas e Rogério Soares. Maquiavel, filósofo, escritor indignados com a inacreditável chefe da Casa Civil Cézar Bu- Muitos acham que o go- projeto experimental i e produção e planejamento editorial e gráfico i e hábil político em sua obra mais sucessão de escândalos e de- satto (PPS), admitia o uso de verno chegou ao fim, eu não. editores-chefes: Lisete Ghiggi, José Valentin Peixe e José Antônio Meira da Rocha significativa intitulada O Príncipe núncias a que assistem nos úl- estatais para financiar campa- Acredito na força política da

ajor - agência experimental de jornalismo diz que deseja ir à “verdade efe- timos meses. nhas eleitorais. “Mulher”, a primeira de muitas arte-final: Carlos Tiburski • distribuição: Manoel Canepa tiva das coisas”, ao invés de se Em novembro de 2007, a O exercício do “bom gover- outras que virão para fazer a revisão: Lisete Ghiggi e Glória Cunha • endereço ajor: Rua Joaquim Pedro perder “na imaginação delas”. Polícia Federal desmontou um no” não é tarefa fácil e exige diferença, a fim de que novas Salgado, 80, Rio Branco - Porto Alegre/RS - CEP: 90420-060 O Rio Grande do Sul passa por esquema que desviou R$ 44 aquisição de qualidades políti- regras e valores se imponham contato: 51 3316.1269 e [email protected] impressão: Zero Hora (1.000 exemplares) uma turbulência ética sem pre- milhões do Detran gaúcho. No cas. O governante não detém e vingue, então, um novo Es- cedentes na gestão política do início de junho, o vice-governa- o poder absoluto, pois gerencia tado. Geral Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 

 Cidades Jornais de bairro: jornalismo resistente http://biadornelles.blogspot.com A história, contada pela Porto Alegre, começa em 1954, anos pesquisa sobre este seg- no mercado para a venda de pesquisadora e jornalista com o lançamento do SABIdo, mento da imprensa. De acordo anúncios neste tipo de periódi- Beatriz Dornelles, revela jornal de bairro da zona sul de com os seus estudos, o período co, bem como o desinteresse que, de 1995 até hoje, Porto Alegre, pertencente à So- de maior destaque foi de 1995 de órgãos públicos e agências Porto Alegre já conheceu ciedade Amigos dos Balneários a 2000, quando circularam pa- de publicidade de Porto Alegre cerca de 70 jornais de de Ipanema (SABI), fundada em ralelamente cerca de 45 jornais, que “não investem e nem valo- bairro, sendo que 9 de fevereiro de 1953. abrangendo mais de 50 bairros. rizam estes espaços”. Outro atualmente circulam apenas Para a pesquisadora Beatriz Um contraste com os números problema dos jornais de bairro 13 com periodicidade fixa. Dornelles, “o jornalismo de bairro atuais que apontam apenas 13 é que a maioria, por falta de co- Jornalistas gaúchos precisa defender todos os inte- jornais de bairro na capital, com nhecimento, não é registrada no analisam as dificuldades resses que têm o consenso da periodicidade fixa. Cartório de Registros Especiais enfrentadas neste comunidade local, mesmo tendo Nos últimos 13 anos desa- como determina a lei. segmento e explicam posição divergente. E a comuni- pareceram na capital 54 jornais Com referência aos cader- como alguns jornais dade espera que o jornalista, a de bairro, e as causas, segundo nos de bairro editados pelo jor- tradicionais conseguem qualquer momento, prestigie os Dornelles, são diversas, porém, nal Zero Hora, do grupo RBS, se manter no mercado. que vivem no anonimato”. E com- a principal é a questão financei- a pesquisadora destaca que plementa: “Essa é a essência da ra. “Esses jornais não sobrevi- “não são jornais de bairro”, pois Ana Paula Maciel, Bruna existência do jornal de bairro”. vem com os pequenos anun- não atendem às características Garbin e Helena Flores Jornais de bairro abrem e fe- ciantes, pois são flutuantes e, que definem o jornalismo de cham com grande freqüência. além disso, não contam com bairro que é comunitário. Tam- De acordo com o jornalista Mas,“todos fecham por ques- nenhum tipo de ajuda financeira bém ressalta que “representam e pesquisador Gustavo Cruz, a tões econômicas”. Esta é a con- para circularem”. Também apon- os mesmos interesses da gran- Dhistória dos jornais de bairro, em clusão da jornalista que há 13 Beatriz Dornelles, jornalista e pesquisadora ta a falta de pessoas gabaritadas de imprensa, que é dar lucro”. Asaph Borba “Já”, o primeiro jornal de bairro, em circulação há mais de 20 anos Ana Paula Maciel O “Já“ Bom Fim/Moinhos é o mais antigo jornal de bairro, registrado, de Porto Alegre. Pertence a “Já” Editores e nas- ceu há 20 anos, no período de abertura democrática, pós-gol- pe militar. Para a jornalista que integra a equipe de redatores, Naira Hofmeister, “o jornalismo de bairro está em expansão, e a prova disso é que nos últimos anos temos enfrentado uma grande concorrência com no- vos periódicos de bairro”. Para ela é saudável que existam no- vos jornais, pois assim, o seg- mento se fortalece. “Hoje seguimos atuando em um nicho ainda pouco explo- Pontos de distribuição encontrados em shoppings e na rua rado pela mídia tradicional, que é a cidade do ponto de vista do passaram a anunciar em suas bram isso dos jornalistas, pois cidadão, o oposto do que ge- páginas. Para Naira, o jornal de se acostumaram a ter como re- ralmente retratam os jornais di- bairro exige uma habilidade es- ferencial os jornais Zero Hora e ários, que é a informação ge- pecial no tratamento com os Correio do Povo e nenhum de- neralista”, explica Hofmeister. anunciantes, pois eles são tam- les concede espaço à editoria Jornalismo produzido Em março deste ano o jornal bém os leitores das notícias e, de Bairro ou Cidade. passou a ter edições quinzenais muitas vezes as fontes das ma- A equipe do jornal “Já” é di- e se mantém basicamente de térias. “É um desafio diário, e a rigida pelos jornalistas, kenny a partir da visão dos anúncios do varejo. A distribui- venda dos anúncios é feita de Braga, com atuação também ção dos jornais se dá gratuita- porta em porta. O anunciante só em rádio, e Elmar Bones, que mente em dez bairros: Bom compra um espaço porque acre- já passou por veículos como a moradores de rua Fim, Moinhos de Vento, Flores- dita naquele veículo”, explica. Folha da Manhã, Gazeta Mer- ta, Independência farroupilha, Para a jornalista do “Já”, a cantil e Veja. Na equipe de re- O jornal Boca de Rua já tem do texto, saídas para entrevis- Os exemplares são vendi- Rio Branco, Santana, Santa Ce- maior dificuldade dos jornais de datores, constituída por sete quase oito anos e conta, até tas, fotos e escrita final. dos pelos integrantes do jornal cília, Cidade Baixa e Centro. bairro está na falta de recursos jornalistas, além de uma publi- hoje, com a presença de uma De acordo com Nanda Ise- “Boca de Rua”, conforme uma Todos os pontos comerciais re- financeiros para montar uma citária, está o repórter Guilher- das fundadoras, a jornalista le Gallas, a idéia é justamente regra definida pelo próprio gru- cebem exemplares. equipe que possa melhorar o me Kolling, vencedor de vários Rosina Duarte. Juntamente questionar os limites formais po: só quem faz o jornal, ven- Com o tempo, as grandes jornal em sua forma de apre- prêmios de jornalismo, da As- com Natália Alles e Nanda Ise- entre comunidade e produto- de o jornal. Assim, no final de empresas começaram a perce- sentação e conteúdo. De um sociação Riograndense de Im- le Gallas, também profissionais res de informação. Quanto às cada reunião semanal, em que ber a importância do Jornal e modo geral, os leitores não co- prensa (ARI). na área de impressos, ofere- pautas, Gallas ressalta: “A re- todos participam da produção cem apoio técnico a um grupo, corrência das denúncias co- do conteúdo, cada um dos in- constituído de 30 integrantes. mo pautas no jornal pode ser tegrantes recebe o seu lote. Trata-se de um projeto da Os exemplares são vendidos Cadernos da Zero Hora ONG, Agência para Livre In- “Só se deve comprar ao valor unitário de R$ 1,00 e Em retomada ao projeto de ra, Clarissa Ciarelli, ocorre que se observa em pesquisas formação, Cidadania e Edu- revertem em renda para os in- jornais de bairro, a Zero Hora uma ativa participação e va- do mundo todo”. É importante cação (ALICE), cujo objetivo é o jornal de quem tegrantes. decidiu abrir os cadernos que lorização do leitor. Os cader- ressaltar a questão do localis- produzir um jornal que trate da está com o crachá Ao contrário de muitos jor- cobrem um bairro chave e o seu nos tornam-se praticamente mo, por isso a nova opção pa- realidade dos moradores de do Boca de Rua”. nais de bairro, o “Boca de Rua”, entorno, após uma tentativa um guia para as pessoas ra retomada do projeto foi um rua de Porto Alegre, visto pe- não tem interesse empresarial. frustrada no final dos anos 80, dentro do seu bairro. “Traba- outro formato que hoje é uma la ótica dos próprios sujeitos considerada, uma conseqü- “O crescimento é pensado em quando os jornais de bairro fo- lhamos com uma equipe mui- tendência mundial. desta situação. Então, os in- ência da falta de espaço nos outros termos que não o au- ram fechados por não dar lucro to enxuta, composta por uma A distribuição dos cader- tegrantes do jornal são os pró- veículos tradicionais. A urgên- mento do lucro ou da marca para empresa. editora, uma diagramadora e nos é feita de forma estraté- prios moradores de rua. cia de gritar ao mundo o que ou da empresa”, destaca Dentro dessa nova con- um repórter; ele mesmo fo- gica. Quem assina ou com- É um jornal trimestral. E to- se passa com os moradores Gallas. Pensar em crescimen- cepção, entraram muitas no- tografa e finaliza a página”, pra a Zero Hora recebe o ca- da vez que uma nova edição de rua, em Porto Alegre, é ta- to significa pensar coletiva- vidades que, aos poucos, afirma ela. derno incluído, de acordo começa a ser preparada, o manha, e tão acumulada, que mente. E o importante, frisa a estão sendo adotadas. E ho- Para Ciarelli, “os cadernos com o bairro em que mora processo de produção se re- a maior parte das pautas do jornalista, “Só se deve comprar je, segundo a editora dos ca- funcionam como um laborató- ou local em que adquire o im- pete: discussão de pauta, di- jornal circunda a realidade dos o jornal de quem está com o dernos de bairro da Zero Ho- rio de tendências do jornalismo presso. visão em grupos, organização integrantes do jornal”. crachá do Boca de Rua”.  junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Geral

 economia informal Lixo, um material nem tão desprezível Divulgação Hoje em dia, o lixo deixou obstruir canalizações de esgo- de ser um material to e provocar inundações, além desprezível e, aos poucos, de poluir os mananciais, sobre- vem se transformando carregando o tratamento de em um produto rentável. água e de consumo. As novas tecnologias A Engenheira relata que em- permitem que ele se presas como Celgon, Ecológica, transforme em compostos Faros e Oleoplan já faziam este orgânicos ou, então, seja tipo de trabalho junto aos pro- reciclado. Mas a cobiça dutores desse material, tais co- pelo lixo tem sido alvo mo bares, restaurantes, hotéis, de muitos atravessadores e em outros locais onde há co- que minam os lucros zinhas industriais. O DMLU ape- dos catadores de lixo nas realizou um convênio com da capital e até desviam essas empresas. Mas, como “o parte dele para outros alto custo da coleta impede que municípios. ela ocorra porta a porta, os pon- tos destinados a população, Guilherme Neves, Michael considerados pequenos gera- Borges e Rafaela Haygertt dores, estão concentrados em Menino seleciona lixo em galpão de triagem postos de entrega, permitindo O lixo tem recebido uma otimização no roteiro da empre- atenção especial dos últimos empecilho para manter a cida- como é chamado o lixo que po- explica que “já foram substitu- uma unidade de triagem encar- sa e diminuindo seus custos”, prefeitos de Porto Alegre, mas de limpa. O material fica à es- de ser reaproveitado”. ídos por aterros sanitários, on- regada de fazer a composta- comentou Mariza. há um problema que parece pera do recolhimento e torna-se de algumas empresas ficam gem do lixo orgânico”. Dentre os inúmeros produ- Onão ter uma solução a curto um foco de reprodução de mi- O LIXO NÃO FICA AQUI encarregadas da impermeabi- tos que podem ser produzidos prazo definitiva. Trata-se da fal- croorganismos causadores de lização do solo”. Fritando o a partir desse material, estão o ta de educação ambiental dos doenças, além de exalar um O lixo que sai das nossas Porto Alegre produz cerca desperdício biocombustível, ração, sabão moradores e de quem circula mau odor. casas vai para uma área cha- de 250 toneladas de lixo sele- e detergente, além de combus- nas ruas de Porto Alegre. Ape- De acordo com o assessor mada Estação de Transbordo, tivo por dia, o qual é recolhido O recolhimento do óleo de tível para caldeira. sar de não ser um problema técnico do DMLU, Porto Alegre situada no bairro Partenon, e pelo DMLU, mas, em breve, fritura, uma das mais importan- “Atualmente temos 63 pos- exclusivo da nossa capital, o produz cerca de 950 toneladas dali segue para Minas do Leão, conta o assessor, será terceiri- tes iniciativas da prefeitura, tos de coleta de óleo espalha- assessor técnico do Departa- de lixo doméstico ao dia.Tam- uma antiga reserva de carvão zada e passará a ser recolhido completou um ano no último dos pela cidade”, conta a enge- mento Municipal de Limpeza bém informa que há três tipos que fica a 130 km da cidade. mais vezes por semana. Se- mês de junho. nheira. E, de acordo com o site Urbana (DMLU), Carlos Vicente de lixo: o produzido nas residên- Segundo Gonçalves, “não exis- gundo ele, “o material é dividi- Mariza Reis, engenheira quí- do DMLU, foram arrecadados Gonçalves, concorda que o lixo cias e que não pode ser recicla- tem lixões em Porto Alegre, por- do em 13 unidades de triagem mica do DMLU, explica que e encaminhados para industrias depositado fora dos locais e do; o público, que surge através que essa é uma prática muito existentes na capital, e Porto óleo de fritura quando descar- de reciclagem, até hoje, 16 mil dos horários de coleta é um da limpeza urbana; e o seletivo, nociva ao meio ambiente”. E Alegre ainda conta com mais tado inadequadamente pode litros de óleo de cozinha. Educação é possível Caroline Garcia Mercado Negro A realidade das associações da reciclagem Caroline Garcia na região metropolitana A Prefeitura Municipal pode ser complicada, de Viamão foi ouvida mas há muita gente de pelo Universo IPA sobre boa vontade querendo o lixo orgânico que mudá-la. Exemplo disto chega ao município é Joaquim Reis, 34 anos, vindo da capital. viamonense, presidente da Associação de Caroline Garcia Recicladores de Viamão (ARV). Um cidadão viamonene- se que solicitou o anonima- Caroline Garcia to, afirmou que “uma grande Prefeitura de Viamão recolhe lixo quantidade de dejetos orgâ- Entre os principais projetos nicos com lixo reciclável é Vila Augusta. ambiental, como é espera- da entidade está uma análise Sala de estar e flôr de pet, criatividade pura transportada de Porto Ale- “Além de não ter vanta- do de uma associação des- do gerenciamento de resíduos gre para Viamão. O lixo é gem é ilegal. Por isso acaba- te tipo”. sólidos no município: os núme- por estar desempregado”, de- alugado onde pretendem fazer proveniente do Aeroporto mos com este comércio. O A diretora geral da Se- ros revelam a realidade dos ca- fine o presidente da ARV. Um uma feira em parceria com a Salgado Filho, da Pontifícia lixo que vinha de Porto Alegre cretaria de Desenvolvimen- tadores e recicladores. Metade catador bem assessorado ga- CEASA. Para cada quilo de ma- Universidade Católica (PU- estava sendo comprado ile- to Econômico de Viamão, da entidade é de catadores e nha de R$ 15 a R$ 25 por dia terial reciclável trazido, a família CRS) e do Shopping Igua- galmente pelo próprio barra- Vanessa Rocha, declarou a outra potencializa a inclusão de trabalho, ainda assim, res- poderá ganhar um vale, no va- temi, e é transportado por cão que alegava não produ- que os galpões de triagem produtiva, aproximando o ca- salta Reis, os comerciantes fa- lor correspondente e trocar por uma empresa terceirizada, zir em Viamão o suficiente têm um contrato com a pre- tador do gerenciador. zem questão de não colocar o hortifrutigranjeiros. até o galpão de triagem da para a sua sobrevivência”. feitura e que cada um deles Através da ARV, foi criada a lixo na frente de seus estabe- Outra associação também Vila Augusta Meneguinni, Sobre as justificativas da recebe uma ajuda financei- Cooperativa de Catadores de lecimentos na hora em que ele está começando um trabalho em Viamão”. administração do galpão, ra de mesmo valor. Porém, Viamão que inclui famílias intei- passa. Já houve casos em que voltado à educação ambiental. De acordo com a legis- Borba explica que “os pro- ao não considerar o núme- ras no programa de geração de foram acusados de roubo em É a Associação de Educação lação n.11.187/98, é proibi- blemas da Vila Augusta são ro de triadores, a divisão se renda, a partir de uma iniciativa algumas ruas. Por isso, o ca- Ambiental Nossa Senhora de do retirar lixo de uma cidade popularmente conhecidos. torna desigual, pois na Vila muito simples: organizam-se tador faz questão de ser co- Aparecida, localizada no bair- e transportá-lo para outra. E para que não ficassem Augusta existe quase o do- como artesãos e, enquanto o nhecido, mas não adianta mui- ro Jardim Estalagem, também O mesmo cidadão também desfalcados, foi colocado bro de triadores em relação pai vai para a rua catar o lixo, to, afirma Joaquim, que defen- em Viamão, onde logo será questiona os gastos dos tria- mais um caminhão à dispo- à Estalagem. Ela lembra a mãe e os filhos aprendem a de a profissionalização do ca- inaugurado um espaço para dores: “Por que um triador sição deles. O problema também que o único galpão fazer trabalhos manuais com o tador, que aliás, já foi aceita receber alunos de escolas, in- da Vila Augusta ganha em veio à tona, ou seja, ao meu que funciona no município que é trazido ao galpão. federalmente. “É extremamen- teressados no assunto. “So- torno de R$ 250 e outro da conhecimento há mais ou com autorização da Funda- te necessário trabalhar sua au- mos doze triadores de lixo da localidade de Estalagem ga- menos um mês. Mas ainda ção Estadual de Proteção NÃO HÁ COMO to-estima”. Associação que recolhem em nha cerca de R$ 500? Se- aguardamos resultados”. Ambiental (FEPAM), é o do SOBREVIVER torno de 3 toneladas por dia”, gundo o diretor operacional Segundo Patrícia Nasci- Passo Dorneles. INCLUSÃO diz Talles dos Santos, 18 anos. do Departamento de Limpe- mento, do Departamento de Com relação à prefeitura De acordo com Reis, as “Não trabalhamos com cata- za Urbana (DLU) de Viamão, Cidadania e Assistência So- de Porto Alegre, que tem pessoas ainda têm dificuldade Na construção de páginas dores, apenas recolhemos o Enio Borba, que assumiu o cial, “a Associação dos Tria- parte do lixo desviado para de diferenciar um catador de na internet, o presidente da material com um caminhão cargo há pouco tempo, o li- dores da Vila Augusta Me- o município de Viamão, de- um papeleiro. ARV buscou improvisar uma lan disponibilizado pela Prefeitu- xo estava sendo gerenciado neguinni, encontra-se com clara o assessor técnico do “Um papeleiro é aquele que house dentro do barracão, on- ra”. O grupo de triadores dis- pelos galpões de triagem. E a documentação irregular, DMLU, Carlos Vicente Ber- recolhe e carrega papéis e, ge- de trocava lixo selecionado por tribue folders, participam ati- ao iniciar as suas atividades, não tendo renovado o seu nardoni Gonçalves, que o ralmente, é morador de rua. uma hora na rede. Não deu cer- vamente de campanhas de tratou de proibir a compra atestado de funcionamento transporte do lixo é ilegal e Catador é aquela pessoa que to, os custos eram mais altos conscientização ambiental e do lixo da capital que vinha desde 2004. Também não que a responsabilidade é da muitas vezes tem uma profis- do que se podia pagar. Hoje, estão abertos à parcerias com sendo feita pelo galpão da apresentou nenhum projeto prefeitura de Viamão. são, mas não tem alternativa se organizam em um terreno recicladores. Saúde Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 

 Dia Nacional sem Tabaco Droga lícita que causa dependência Fotos: André Freitas O tabaco é considerado prev/INCA e OPAS, a idade pela Organização Mundial média de início do tabagismo de Saúde (OMS) um fator é de 13 anos, e 90% dos fu- de risco para seis das oito mantes começam a fumar an- principais causas de morte tes dos 19 anos. A prevalência no mundo e mata uma de tabagismo entre as mulhe- pessoa a cada seis res vem aumentando, espe- segundos. A OMS estima cialmente entre adolescentes, que hoje o consumo do o que se reflete na maior mor- tabaco cause mais de talidade por doenças cardio- cinco milhões de óbitos ao vascular e cancerígena. ano. A previsão para 2030 Segundo a médica Anna indica que teremos oito Elizabeth de Miranda, “A mor- milhões de mortes. talidade por doenças relacio- No século XXI, o tabaco nadas ao tabagismo aumen- poderá matar um tará muito, especialmente nos bilhão de pessoas. países em desenvolvimento, como já vem aumentando o Alexandra Giacomuzzi índice de câncer de pulmão e André Freitas entre as mulheres”. Os especialistas relatam Um cigarro possui cerca de que os fumantes devem pro- cinco mil substâncias tóxicas, curar se engajar em atividades mas a principal é a nicotina nos seus locais de estudo ou que, além de causar a depen- trabalho, e buscar apoio nos Udência, está diretamente rela- Programas de Controle do Ta- cionada à doença cardiovas- bagismo, nos municípios ou na cular. O cigarro também possui Secretaria Estadual da Saúde. 43 substâncias cancerígenas. Cabe à comunidade aproveitar A fumaça do tabaco, du- O projeto disponibilizou gratuitamente à população o teste do expirômetro as datas comemorativas, co- rante a tragada, é inalada pelos mo o Dia Mundial sem Tabaco, pulmões distribuindo-se para corpo. É por isso que os fu- dos grandes vilões e atinge pela poluição ambientes. Hoje tos, sendo 18%, maior entre 31 de maio, para desenvolver circulação sistêmica e chegan- mantes geralmente sentem ne- aproximadamente 80% da po- se estima que seja o tabagismo os homens. Em Porto Alegre, atividades educativas e de di- do rapidamente ao cérebro, cessidade de fumar um cigar- pulação que está exposta aos passivo a 3ª maior causa de o percentual é de 25% entre vulgação em Escolas, Univer- entre 07 e 09 segundos (em ro a cada meia hora, de acordo riscos de elevar a probabilida- morte evitável no mundo, sub- adultos. Entre escolares de 13 sidades, Unidades de Saúde geral, 09 segundos). As con- com a médica Anna Elizabeth de de câncer de pulmão e de seqüente ao tabagismo ativo a 15 anos o índice é de 37% e Ambientes de Trabalho. centrações de nicotina no san- de Miranda, doutora em pedia- infarto em adultos e de asma, e ao consumo excessivo de para o sexo masculino e de Desta forma, aumentar as gue arterial aumentam rapida- tria e Coordenadora do Progra- pneumonias e otites em crian- álcool, conforme a médica An- 34% para o feminino. ações já existentes para o con- mente após uma tragada. Têm ma Saber Saúde (Programa ças. A fumaça resultante dos na Elizabeth Miranda. De acordo com a Pesquisa trole do tabagismo “é um gran- uma meia-vida de 30 a 120 mi- Nacional de Controle do Taba- derivados do tabaco em am- As estatísticas mostram nú- de Prevalência do Tabagismo de avanço em busca da dimi- nutos. Os níveis diminuem à gismo e Outros Fatores de Ris- bientes fechados, denominada meros assustadores. A preva- em Escolares de 13 a 15 anos nuição desses alarmantes da- medida que a nicotina é redis- co de Câncer nas Escolas). de poluição tabagística am- lência de tabagismo no Brasil de Porto Alegre – Vigescola, dos”, ressalta Anna Elizabeth tribuída para outros tecidos do O tabagismo passivo é um biental, é a maior responsável aparece fortemente em adul- realizada em 2002 com a Con- Miranda. Conscientizar é o caminho Avaliação do grau de De acordo com o dependência à nicotina psiquiatra Carlos Salgado, Teste de Fagerström Graus de nicotino/dependência o cigarro é uma droga 1. Quanto tempo após acordar e sua percentagem de frequência: lícita para maiores de 18 você fuma o seu primeiro cigarro? anos e pode levar Dentro de 5 minutos = 3 0 a 1 (cerca de 20%) - fraca à dependência porque Entre 6 a 30 minutos = 2 nicotino-dependência e leves sin- a nicotina existente Entre 31 a 60 minutos = 1 tomas da Síndrome de Abstinência no tabaco é capaz de Após 60 minutos = 0 (SA). Esses fumantes raramente produzir modificações no 2. Você acha difícil não fumar precisam de ajuda para abandonar sistema nervoso central. em lugares proibidos, como igrejas, o tabaco. O resultado é o bibliotecas, cinemas, ônibus, etc? 2 a 3 (cerca de 30%) - certo desenvolvimento da Sim = 1 grau de nicotino-dependência. Po- síndrome de privação e Não = 2 dem ocorrer sintomas mais acentu- repetição compulsiva do 3. Qual cigarro do dia traz ados da SA. Com alguma freqüência uso. Segundo estudos da mais satisfação? há abandono espontâneo do tabaco. OMS a nicotina atua no O primeiro da manhã = 1 O tratamento é de ajuda. sistema nervoso central Outros = 0 4 a 5 (cerca de 30%) - a nicoti- como a cocaína, com 4. Quantos cigarros você fuma no-dependência é acima da média. uma diferença: chega por dia? Fracos sintomas de SA. Com freqü- ao cérebro de 2 a 4 Menos de 10 = 0 ência, o tratamento obtém resulta- segundos mais rápido. No dia do evento ocorrem a entrega de panfleto com informações sobre os malefícios do tabagismo De 11 a 20 = 1 dos positivos. De 21 a 30 = 2 6 a 7 (cerca de 15%) - a nico- O psiquiatra explica que a zes mais substâncias cance- calas, como a de Fagerstron, res resultados informa Salga- Mais de 31 = 3 tino-dependência é intensa, assim nicotina é absorvida através rígenas do que a fumaça que um questionário muito sim- do, se dão com assistência 5. Você fuma mais freqüente- como também a SA. Os danos à saú- dos vasos sangüíneos, a par- entra pela boca do fumante ples. E, provavelmente a per- médica adequada. Hoje já mente pela manhã? de são elevados. O tratamento deve tir do pulmão ou trato digesti- depois de passar pelo filtro do gunta mais importante desse existem medicações que au- Sim = 1 ser mais enérgico e mais prolonga- vo. Ela circula até o cérebro, cigarro. instrumento, ressalta o psi- xiliam no processo de absti- Não = 0 do que o geralmente recomendado. onde libera várias substâncias Segundo o psiquiatra, a quiatra, seja a referente ao nência. Um exemplo é o Ziban 6. Você fuma, mesmo doente, É indicado suporte psicológico, par- (neurotransmissores) que são embalagem do cigarro contém tempo até o primeiro cigarro. (bupropiona), que atua corri- quando precisa ficar de cama a ticularmente quando há estresse e responsáveis por estimular a 20 unidades. Considerando De acordo com a OMS, gindo a falta de dopamina re- maior parte do tempo? alto consumo de álcool. sensação de prazer. que o fumante dorme sultante da interrupção Sim = 1 8 a 10 (cerca de 5%) - a nico- Salgado destaca que um 8 horas e fica desperto "A nicotina é capaz de de nicotina do indiví- Não = 0 tino-dependência é incoersível e é ambiente saturado de fumaça por 16 horas, o tempo duo dependente. Mas, grave o quadro da SA. É essencial também garante que todos de ação da nicotina se- desenvolver síndrome de privação o psiquiatra enfatiza Conclusão sobre o grau de de- a ajuda psicológica e o tratamento fumem, mesmo que passiva- rá em torno de 45mim. e repetição compulsiva do uso". que existe controvérsia pendência: farmacológico com vários medica- mente. De acordo com a OMS, Salgado alerta que di- quanto ao uso de me- 0 a 2 pontos = muito baixo mentos associados. Os resultados os dois componentes princi- ferentemente o alcatrão, uma apenas 5% das pessoas con- dicações. 3 a 4 pontos = baixo são negativos na maioria desses fu- pais da poluição tabagística gordura liberada pelo cigarro, seguem parar de fumar sem o O Complexo Hospitalar 5 pontos = médio mantes. É comum a associação de ambiental são a fumaça exa- fica impregnada no tecido pul- auxílio de terceiros. Quem pre- Santa Casa de Porto Alegre 6 a 7 pontos = elevado morbidade, ansiedade, depressão e lada pelo fumante e a fumaça monar e pode levar muitos tende abandonar o cigarro so- oferece um programa integra- 8 a 10 pontos = muito elevado alto consumo de álcool. que sai da ponta do cigarro. anos para ser destruída pelo zinho vai se defrontar com o do para o tratamento do taba- Nos fumantes com pontuação O ar poluído contém, em mé- organismo. embate entre o desejo de pa- gismo pelo SUS (Sistema Úni- Uma soma acima de 6 pontos in- até três, os quais somam cerca de dia, três vezes mais nicotina, O grau de dependência da rar e a necessidade, tanto psi- co de Saúde). O programa de- dica que, provavelmente, o pacien- metade dos tabagistas, o aconse- três vezes mais monóxido de nicotina, informa Salgado, po- cológica quanto fisiológica, senvolve-se aproximadamen- te sentirá desconforto (síndrome de lhamento mínimo é geralmente su- carbono, e até cinqüenta ve- de ser medido através de es- criada pelo tabaco. Os melho- te em um ano. abstinência) ao deixar de fumar. ficiente para abandonar o tabaco.  junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Economia

 idéias que voam longe Do it yourself ou faça você mesmo! www.almagorda.com.br Um grito de revolta De movimento que buscava nho por seus produtos que, punk dos anos 70, a fuga das chamadas culturas mesmo trabalhando com mais o “faça você mesmo”, de massa e da imposição do quatro costureiras, seleciona as cresceu como forma de mercado capitalista o “do it your- peças que vai mandar para ca- expressão e de fuga da self” ou “faça você mesmo”, co- da uma delas, e isto só é pos- mesmice do mercado mo é conhecido no Brasil, per- sível porque conhece suas ha- cultural e, hoje, deu parte desta essência anar- bilidades e o jeito de cada uma conquista espaços quista original, já que muitos que trabalhar. no mercado. São jovens adotam esta forma de satisfação Quanto ao público, “os toys que buscam o novo, o pessoal, ao contrário daquele atraem mais as crianças, o que diferente, sem esperar tempo, passaram a visar ao lu- eu não imaginava quando co- que isso ‘caia do céu’. cro, através da divulgação de mecei a criar”, conta Alessan- Eles vão atrás e fazem suas idéias. É o que relata o em- dra que ainda está começando acontecer ao criar novas preendedor e acadêmico de a distinguir o seu público. “Não maneiras de expor idéias História, Lucas Silveira. tenho tempo para fazer muitas e opiniões, além de contar A anarquia que a repressão pesquisas, mas me baseio no com a tecnologia a seu e a revolta traziam naquela que cada loja vende mais, as- favor. E a internet, por época se traduz de outra ma- sim distribuo as mercadorias e ser um meio de maior neira hoje em dia. A internet, Alessandra Lago e suas criações tenho uma noção do que está alcance e de baixo custo com a quantidade de informa- vendendo e para quem”, expli- é a forma preferida de ções e a agilidade na divulga- cou. “Estou super feliz com a divulgar o que fazem. ção, assumiu um certo caráter AlmaGorda aposta na toy art AlmaGorda. Às vezes, saem fo- anárquico, pois é um ambien- A moça que sempre gostou Nos produtos estão os bi- ra moderna e inovadora. “Eu tos em revistas e jornais, as Alice Corá, Gisele te de livre acesso e de uso da de atividades manuais e de tu- chinhos de pelúcia, geralmente sempre quis ter uma manta pessoas vêm me contar e eu Mendonça e Thiago Oliveira palavra. Qualquer um com do que era diferente criou a “Al- com aspectos de monstros e com bolso, e nunca encontrei”, nem sabia”, relatou rindo. uma idéia na cabeça consegue maGorda”, uma marca de pro- carinhas divertidas, chamados revela Alessandra. O lucro que a marca vem De acordo com o historia- colocá-la em prática na web, dutos divertidos e diversificados toy art uma releitura de brinque- Todos os produtos da mar- obtendo é, em grande parte, dor Eleilson Leite, há três dé- seja para divulgar pensamen- que não se encontrava em qual- dos, com referências de design, ca têm um toque exclusivo. Os reinvestido na confecção de no- cadas o movimento de contra- tos, criticar manifestações ou quer lugar. Alessandra Lago, 32 moda e arte urbana. toys, por exemplo, são feitos à vos produtos. Alessandra cria cultura punk revolucionou o promover novas maneiras de anos, formada em Publicidade De acordo com Alessandra, mão e “nada nunca é igual!”, cada peça com seus gosto comportamentod de muitos jo- agir e produzir. e Propaganda pela Pontifícia há um cuidado especial na es- uma característica que a pro- pessoal, faz do jeito que gosta. vens da época. Tudo começou A internet veio para facili- Universidade do Rio Grande do colha dos materiais, principal- prietária quer manter por muito Por isso, revela que “ é um ne- com a cena musical dos anos tar e dar o empurrãozinho Sul (PUCRS), passou 12 anos mente os tecidos, para que tempo. gócio arriscado, pois é preciso 70, quando jovens músicos que estava faltando nas men- de sua vida criando para uma possam transmitir a maciez e “Não pretendo produzir em investir, mas nunca se sabe o amadores aprendiam alguns tes inquietas dos jovens cria- agência de publicidade. Foi em o toque necessários. uma escala industrial. Poderia que vai ter maior aceitação”. acordes e se juntavam para fa- tivos de hoje. Esta nova ten- seu último trabalho pela agên- “AlmaGorda” ainda conta criar e mandar os bonecos para “AlmaGorda” é vendida em zer um som que agradasse e, dência já possui adeptos dos cia, uma campanha voltada pa- com uma linha de acessórios alguém finalizar, mas perderia to- lojas como Vulgo, Refugio Ur- ao mesmo tempo, contestasse mais variados segmentos, ra o público infantil, que Ales- pessoais, incluindo bolsas, do a graça e proximidade que bano e no Shopping Moinhos, os padrões sociais convencio- como da moda e da comu- sandra resolveu seguir com um chaveiros, mantas, luvas e até tenho com cada um”, explicou. “e tem sido super bem aceita”, nados. nicação. projeto próprio. almofadas, tudo com uma ca- Alessandra tem tanto cari- comentou Alessandra Lago.

Divulgação: Lucas Silveira Mundo nerd no Zona Fantasma O lugar para onde eram improvisado, na casa do Diego, e coberturas de eventos que mandados os maiores crimino- com capital levantado por eles os estudantes participam. sos de Kripton nos gibis do Su- mesmos. Os três estudantes já são co- perman, hoje, intitula uma web No ano de 2007, Emílio jun- nhecidos pelo mundo e têm ou- rádio de entretenimento que tou-se à dupla e o programa pas- vintes até na Nova Zelândia. trata de cinema, quadrinhos e sou a ter pautas mais elaboradas Os últimos prêmios con- tudo mais que faça parte do e funções específicas para cada quistados foram o “Expocom dito “mundo Nerd”. Trata-se do um dos colaboradores. Sul 2007” e o “Expocom Na- “Zona Fantasma”, um progra- “Estava muito bagunçado. cional 2007”, concedido pela ma que começou em 2006, Nós trabalhamos 8 horas por Sociedade Brasileira de Estu- com os estudantes de Publici- dia, não temos tempo para fa- dos Interdisciplinares da Comu- dade e Propaganda, do Centro zer tudo, acabávamos pas- nicação (Intercom). Universitário Metodista do IPA, sando semanas sem atualizar Em entrevista, Nilton Rodri- Diego Andreola, 23 anos, e Nil- o blog. Gravávamos o progra- gues, um amante de cinema e ton Rodrigues, 27, nos estúdios ma numa sexta e não sabía- aficionado por quadrinhos, fa- da Rádio IPA. mos se na outra conseguiría- lou o quanto é importante fazer Apesar de horários aperta- mos estar presentes de novo”, o que se gosta. dos de trabalho que, na maio- explicou Nilton. Mesmo ha- Diego ressalta que o trio ain- ria das vezes, bancam os equi- vendo uma divisão de tarefas, da não sabe se o futuro é seguir pamentos a equipe consegue nada impede que um entre no com a web rádio ou migrar pa- Lucas Silveira e Eduardo Nunes vestem as camisetas da Selva! tempo e se organiza para fazer espaço do outro, “só dividi- ra a ‘rádio de freqüência’. “Na acontecer. mos assim para que a coisa web temos um alcance muito A idéia surgiu quando Nilton andasse”. maior, esse é o bom da internet. Selva! usa referências do dia-a-dia e Diego, no intervalo das aulas, “Zona Fantasma” é dividido Talvez, se estivéssemos em Na busca por algo com custo da confecção do mate- A internet tornou-se o meio trocavam informações. Juntan- em três partes: o blog, que con- uma rádio de freqüência, não que se identificassem, Eduar- rial que, por enquanto, se res- ideal de divulgação, por não do a vontade de fazer rádio do tém críticas, resenhas e toplists; alcançaríamos tantas pessoas do Nunes, 20 anos, e Lucas tringe a camisetas, mas que necessitar de vínculos burocrá- Diego e o conhecimento do Nil- a web rádio, que vai ao ar apre- como alcançamos e, com cer- Silveira, 23 anos, acadêmicos num futuro próximo deverá in- ticos e ter grande acessibilida- ton, foi um pulo para que o pro- sentando músicas, trilhas so- teza, não teríamos a liberdade de Publicidade e Propaganda cluir jaquetas e calças. de, com o mínimo de custo. grama tomasse forma. noras e bate-papos entre os que temos para fazer o progra- e História, do Centro Univer- Ao expandir os seus pro- Apesar de possuir apenas Hoje, eles seguem com as apresentadores e o “ZonaTV”, ma exatamente à nossa manei- sitário Metodista do IPA, cria- dutos espera ter uma fonte dois sócios, “Selva!” recebe a próprias pernas em um estúdio que traz as matérias de vídeo ra”, explica Diego. ram “Selva!”, uma marca de substancial de renda, pois “no colaboração de amigos na Arquivo/Zona Fantasma camisetas com estampas que momento em que você tira di- criação e divulgação de idéias, expressam as referências do nheiro do próprio bolso, deixa além de admiradores que, seu cotidiano, como grafite, de ser um passatempo e pas- através da internet, tomam co- stencil, stickers e tudo o que sa a ser um negócio”, salien- nhecimento da marca e efe- faz parte da diversificada stre- tou Lucas. tuam as compras. et art. Isto mesclado com seu Os dois universitários não interesse por design e moda. estão preocupados em alcan- Quanto ao motivo da cria- çar um público específico. Só SAIBA MAIS ção da marca, Lucas explicou: compra quem se identifica AlmaGorda “queria encontrar alguma coi- com os produtos, sem restri- www.almagorda.com.br sa com a qual me identificas- ção quanto a alguma tribo ur- Zona Fantasma se e não encontrava”. bana ou modismo. www.zfantasma. A falta de produtos que ex- A marca já é reconhecida, blogspot.com pressam a sua individualidade mas ainda não foi possível ob- Selva! foi um dos fatores determinan- ter lucros com a confecção, www.flickr.com/ tes para a concretização do apenas o retorno do investi- photos/projectselva projeto. O outro, foi o baixo mento e de sua manutenção. Diego Andreola, Emilio Nobre S. Neto e Nilton Rodrigues em mais uma cobertura do Zona Fantasma Social Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 

Rafael Rocha

 distúrbios do sono Trabalhos noturnos

Dicas de saúde para notívagos

É possível minimizar os pre- juízos à saúde causados pela vida noturna, seguindo os con- selhos dos especialistas:

1. Durma sempre nos mesmos C aroline L ajuny R enato Quintana horários, mesmo nos dias de Já reparou que enquanto folga, para não afetar ainda você dorme à noite, uma mais o relógio biológico. parcela da população está 2. Mesmo durante o dia, durma em plena atividade? sem interrupções uma quan- tidade de horas mínima para Caroline Lajuny e o seu bem-estar: de seis a oito Renato Quintana horas. 3. Deixar o quarto escuro ajuda a A comodidade de ter servi- dormir melhor. Feche janelas e ços e produções funcionando cortinas, mas mantenha o am- 24 horas por dia pode implicar biente arejado, porque o calor em problemas de saúde em também atrapalha o sono. quemA trabalha no período da 4. Use protetores de ouvidos, por noite. Jussara Chagas, 53 anos César Augusto, 33 anos conta do barulho feito durante Isso porque dormir durante o dia. o dia não é a mesma coisa que É o caso de Helena, 45 anos, amor, mas por falta de tempo bem compensador. “Faço nais que trabalham à noite, 5. Para que os trabalhadores á noite, principalmente entre as que trabalha no período da noi- para aproveitar com o seu ma- plantão uma noite sim e outra costumam levar algum tempo noturnos não sintam sono mulheres. te. Ela conta que se sente sem- rido, e isso acabou desgas- não, então tenho tempo para para a adaptação física e emo- à noite, é só tirar um cochi- Estudo realizado pelo Insti- pre cansada, se alimenta erra- tando a relação. fazer outras atividades até cional. “Ocorre uma fadiga, um lo algumas horas antes de ir tuto do Câncer Epidemiológico, do, em função dos horários di- mesmo outro emprego no pe- desgaste físico e mental, uma trabalhar. da Dinamarca, com sete mil vo- ferentes do restante da família, Salários ríodo do dia”, revela a enfer- vez que nosso relógio biológi- 6. Se puder, cochile no meio da luntárias, de 30 a 54 anos, su- e que seu humor está sempre meira. co naturalmente está progra- madrugada, mesmo que por gere que as mulheres que tra- alterado. César Augusto, 33 anos, De acordo com as pesqui- mado para descansar à noite”, poucos minutos. balham no período noturno têm taxista no horário da noite, re- sas da Universidade da Caro- ressalta a psicóloga. Vera Lú- 7. Avise sua família que ela pre- 50% mais riscos de desenvol- Sono X lata que trabalhar durante es- lina do Norte, a sonolência cia também diz que o fato de cisa colaborar para a manu- ver o câncer de mama. Relacionamentos se período traz algumas van- contribui significativamente pa- trabalhar à noite, acaba inter- tenção de um ambiente tran- Outra pesquisa realizada tagens, como por exemplo, o ra os erros e aumenta o risco vindo negativamente no con- qüilo para você dormir bem pela Universidade da Carolina As necessidades de repor salário que é bem maior do de acidentes nos locais de tra- vívio familiar e social, pois durante o dia. do Norte, nos Estados Unidos, as horas perdidas de sono in- que de uma pessoa que tra- balho, e isto pode afetar as ocorre um desencontro: en- 8. Apesar de ser difícil, quem fi- mostra que o trabalho noturno terferem também no lazer, nos balha duran- operações quanto o restante da família ca acordado à noite não deve durante os três primeiros meses relacionamentos amorosos e te o dia. "Uma a cada quatro das industriais, está em atividade durante o se descuidar da alimentação, de gravidez aumenta 50% o ris- no sexo, é o que revela a ANA- “É com- plataformas dia, o trabalhador noturno es- para não atrapalhar ainda co de parto prematuro. MAT, uma vez que trabalha- pensador o pessoas que trabalham petroquími- tá dormindo, e quando a famí- mais o sono durante o dia. É Os pesquisadores acredi- dores noturnos se divorciam horário da à noite desenvolvem cas e siste- lia está em casa descansando, importante consumir vege- tam que isso possivelmente se mais do que aqueles que têm noite pelo di- distúrbios do sono". m a s d e o trabalhador noturno está em tais ricos em fibras, muitas deve à interrupção da ativida- jornada diurna. E a dificuldade nheiro, pois transportes. atividade. frutas e pouca gordura. Tam- de normal do útero durante á de conciliar seus horários com tenho que sustentar minha fa- Vários trabalhos estão sujeitos Mas a psicóloga revela tam- bém é preciso fazer as três noite. os da família, tendo que dormir mília, mas por outro lado é tris- a um maior numero de aciden- bém que existem muitas pes- principais refeições (café da Segundo informações da de dia, assim como a maior te, porque no horário que tenho tes durante a noite, em relação soas que conseguem se adap- manhã, almoço e jantar) em Associação Nacional de Medi- irritabilidade provocada pelo para dormir, meus filhos que- ao dia, e isso pode ser em fun- tarem e planejar sua vida pes- horários adaptados. Antes de cina do Trabalho (ANAMT), as sono são alguns dos motivos. rem brincar, e me deixa muito ção do trabalhador noturno soal, familiar e social, mesmo dormir, deve-se ingerir uma doenças mais freqüentes em Esses profissionais têm pro- chateado ter que manda-los desempenhar outras ativida- trabalhando no período da noi- refeição leve. quem trabalha à noite são as blemas para desfrutar do lazer brincar em outro lugar, porque des durante o dia, com isto não te. Como é o caso da enfer- 9. Evite tomar refrigerantes com de origem gastrintestinal (como com a família, principalmente sei que sentem saudade de ter o tempo de sono necessá- meira Lídia Bastos, 47 anos, cafeína, café, chá preto ou azia, má digestão, úlceras gás- os casados e com filhos, já mim, então dói meu coração”, rio, ou até mesmo por si só já que trabalha à noite e conse- mate, tanto durante o traba- tricas, irritações do cólon e di- que os horários nunca são os conta o taxista. ser um período de risco eleva- gue ainda dormir um pouco, lho noturno quanto antes de ficuldades em manter a regula- mesmos, diz Fernanda Soa- Jussara Chagas, 53 anos, do para acidentes. cuidar da casa durante o ho- dormir. ridade intestinal). res, 35 anos, que trabalha no enfermeira de um hospital, que rário que seus filhos estão na 10. Praticar exercícios físicos re- Essa mudança no padrão período da noite, como enfer- é solteira e não tem preocu- adaptação escola e, no final da tarde, os gulares, evitar o fumo e o ál- do sono dos trabalhadores no- meira de um hospital e foi ca- pação com a família, adora busca e mata um pouco da cool e manter o peso também turnos gera problemas à saúde sada há 5 anos. Ela conta que trabalhar neste turno, pois é Segundo a psicóloga Vera saudade até a hora de ir traba- são medidas importantes. e dificulta os relacionamentos. se separou, não por falta de mais tranqüilo e o salário é Lúcia, 37 anos, os profissio- lhar novamente.  junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Cultura

Fotos: Gabriela Azevedo  Diversas formas de moda Xeque-mate da moda Sabe aquele chapéu la Rodrigues. “E estou achando dominar nesse outono/inverno xadrez que seus avós super legal que as coleções são os estilos clássicos e o seu usavam antigamente? Pois aqui estão mostrando que não glamour, tornando as roupas é, aquele que você disse é nada disso”, completou. Além ecologicamente corretas ao que nunca usaria e que por do xadrez, o homem terá a preservar seus recursos natu- muitos anos ficou de lado. chance de tirar aquele chapéu rais, a maioria dos vestidos são Parece que veio pra ficar. do armário, que dará um char- confeccionados em tecidos Neste inverno uma das me a mais, um certo ar de mo- naturais. Os tecidos sintéticos tendências em roupas, leque e ainda deixa um tanto não perderam espaço, mas calçados ou acessórios é sexy. A moda abre mão do Hi- vale lembrar que o poliéster é tirar do roupeiro, sacudir ppismo e do Grunge e dá lugar reciclável. o pó e usar. Quem diria? ao mafioso. Rodrigues também Os grandes diferenciais destacou os tecidos coloridos deste inverno são a modelagem Gabriela Azevedo para uma moda mais jovem e e o acabamento das peças, o e Uriel Gonçalves para o guarda-roupa do ho- mix de materiais continua im- mem mais formal ele acredita pecável e promete ser um pon- A moda masculina não tem no terno de dois botões. “O ter- to forte nesta estação, está sen- o mesmo ritmo da feminina e no de três botões dominou a do muito explorada pelas grifes A moda nas vitrines, outono/inverno 2008 isso não é novidade, mas nes- cena por uma década e nada internacionais. se outono/inverno os estilistas acontece abruptamente com o Além da volta no tempo, ou- capricharamA no visual e mos- homem. Mas estamos num pe- tro ponto que está sendo mui- traram que os homens também ríodo importante de transição”, to atiçado pelos estilistas e a PARA CADA ESTILO tem direito de renovar o armá- acredita Rodrigues, especialis- moda feminina se baseando no rio as vezes. Muitas formas de ta em moda masculina. universo masculino, assim o Para as eternas elegantes Para as meninas românticas - Jaquetas pretas com se vestir estão retornando, mas Enfim, o inverno desse ano que vemos são cortes perfeitos - Vestidos tomara-que-caia - Vestidos com laços e estampas adereços em prata. o que realmente deve dominar será cheio de um mix de ten- e peças com estruturas novas com detalhes repuxados de flores quase abstratas. - Camisas em xadrez escocês o estilo masculino nesse ano é dências e ousadias com algu- e inusitadas. O xadrez também e aplicações de dobras. - Casacos de lã em preto sobre shorts de alfaiataria. o xadrez, que acompanha to- mas pitadas e reverência do entra no universo feminino, as - Pantalonas de alfaiataria. ou azul-marinho. - Vestidos de malha listrada. dos os maiores estilistas em charme dos anos 80. cores sujas como preto, roxo, - Longos de saia rodada. - Saias repolhudas - Agasalhos com padrão unanimidade, incluindo o gran- cinza, bege e verde estão em com decotes nas costas, em tule ou seda. de losangos ou listras. de e venerado Alexander Her- MODA FEMININA alta, peças exageradamente referência dos anos 50. - Pelerines curtas. chcovitch, que também apelou coloridas fora. - Casacos de malha. Para os homens para os costumes estilo toalha Na moda feminina a histó- Na maquiagem as cores for- tricô com amarrações. Para as nostálgicas - Estilo motoqueiro, de mesa. A moda masculina ria continua a ser inspiração, tes chegam com tudo. O laran- dos anos 70 e neo-hippies em couro ou jeans preto. demora muito para mudar, mas temos nesse ano temas que ja, dourado, violeta e vermelho Para as gatas baladeiras - Saias longas em patchworks - Calças com reforços, macacões o brasileiro está acostumado vão da era Medieval até anos vêm com força total; os tons de - Minivestidos em cores de estampas e texturas. e blusões acolchoados. com o xadrez e vai ser uma ten- mais recentes como 1920, preto e violeta vão estar super engraçadas como - Vestidos longos - Terno estreito de paletó curto - dência que será adotada rapi- 1930 e 1940. em alta nas noitadas, enquan- o magenta e o amarelo. com parkas curtas. restrito aos jovens e magros. damente. Muitas idéias futuristas fi- to os tons pastéis, marrom e - Casacos acolchoados. - Cardigãs de malha listradinha. - Jeans de cós baixo “Antes existia aquela série caram pra trás dando lugar ao bege são ideais para o dia. De- - Camisetas e suéteres - Calças boca-de-sino com e gancho longo. de normas de que a moda mas- resgate histórico. Esta volta ao lineadores em cores diferentes com aplicações de ou sem bordados em prata. - Casacos e coletes culina era monótona, monocro- passado ajuda a saber quem e blush combinando com o seu pedras metalizadas. acolchoados com capuz. mática, sempre a mesma coi- somos e, também, o que que- tom de pele são indispensáveis - Jaquetas em Para temperamentos - Parkas estilo militar. sa”, disse o editor de moda Lu- remos. O que realmente vai nesse outono/inverno 2008. couro envelhecido. esportivos e urbanos - Cores: preto e cinza. Bate-papo com Emília Marques Beleza nunca Emília Marques Premaur patos em tons degradê e mui- é um misto de modista, tas pulseiras grossas.. é demais? costureira e estilista. Uriel Gonçalves Atua na área da moda Universo IPA - Quais se- costurando e dando cara rão as cores e tons deste in- Benhê, tô bonita? Se você já ção natural, fazemos de tudo pa- nova a peças que, por verno? ouviu, ou mesmo disse isso, sa- ra ser os melhores. Seja o melhor algum motivo, são levadas Emília - Berinjela, tons dou- be que, apesar de ser bastante atleta, o mais agradável, o mais ao seu atelier. O dom foi rado, bronze, acobreado. Co- agradável à visão, a beleza pode inteligente, o mais engraçado ou herdado da mãe, da avó res mais sujas estarão chaman- fazer muito mal aos ouvidos. E mesmo, o mais estúpido, todos e da tia que sempre se do mais atenção. ao cérebro. Não que todo bonito querem ser o “mais”. Por isso é voltaram para essa área. seja estúpido ou todo inteligente natural alguns quererem ser os Formou-se em moda pelo Universo IPA - De onde seja feio. Não é essa a questão. A mais bonitos. Alguns, mas não to- Senac, em 2001, e adquiriu surgem as inspirações para questão é que a máxima de que dos. Quando a prioridade de uma experiência na modelagem fazer as roupas? “beleza nunca é demais” tornou- sociedade inteira passa a ser uma ao aprimorar o design de Emília - Me baseio, princi- se indiscutível. E, bem, talvez seja só, devemos admitir, há algo erra- moda e costura. palmente, na moda street wear a hora de colocar um ponto de in- do com a nossa espécie. (moda jovem de rua) , usando a terrogação na frente dela. Não se pode ser o mais bonito Gabriela Azevedo tendência de cores da estação. Antes de começar a criticar o e o mais inteligente. Não se trata e César Manoel estereotipo dos bonitos-acerebra- de preconceito, trata-se de uma Universo IPA - O que é dos, pare para pensar: ser bonito afirmação prática. Para ser o mais Universo IPA - Quando sur- observado para lançar um não é nada fácil. Nascer bonito sim, bonito você precisa dedicar muito giu o interesse pela moda? estilo novo? é fácil. Mas há muito tempo aquela do seu tempo a isso e para ser in- Emília Marques Premaur - Emília - A mídia influi muito beleza natural que não precisa de teligente também. Posso não ser Desde pequena eu me interes- nessa questão, mas nada é mui- retoques, deixou de ser suficiente. o melhor em exatas, mas sei que sei por isso. Adorava fazer de- to novo, pois esses estilos vêm Os padrões de beleza estão cada muito com muito sempre dá de- senhos de roupas e manequins. apenas com uma rotulagem no- vez mais altos e os olhos, mais exi- mais. E talvez, pelo menos no Bra- Quando cresci, decidi que era Emília Marques Premaur, design de moda va, mais moderna, adaptada gentes. E agradar os olhos alheios sil, esteja começando a faltar pes- isso que eu queria. aos padrões de hoje. é algo que exige muito tempo, pa- soas suficientemente “qualquer Emília - O xadrez está de neste inverno? ciência, dinheiro e dedicação. Ser coisa que não seja bonita”. Por is- Universo IPA - Alguém te volta e parece que voltou para Emília - A forte tendência é Universo IPA - O que vai o mais bonito então, nem se fala. so, faça um favor à nossa espécie: incentivou a seguir essa car- ficar. O cós da calça jeans es- o colete, a moda de alfaiataria, fazer a cabeça das pessoas Ou melhor, fala-se. Fala-se tanto de vez em quando, volte àqueles reira? tará mais alto e as calças mais golas anos 60 e mangas ¾. na moda primavera/verão? que até Darwin, há mais de um primórdios da nossa sociedade, Emília - De certa forma, amplas. Mas ainda não se des- Emília - É uma pergunta com- século, falava a respeito. em que a “beleza”, e não a “bele- sim, minha tia e minha avó eram façam das calças skinni, elas Universo IPA - Até agora, plexa, pois o que é o máximo pa- O homem é um animal (po- za extraordinária”, bastava. Desse modistas e costureiras. ainda estão em alta. quais os acessórios mais re- ra um pode ser um horror para o de parecer uma afirmação óbvia, modo, você até poderá ser sincero quisitados? outro. O que deve fazer a cabeça mas ainda faz doer os ouvidos ao responder àquela perguntinha lá Universo IPA - O que vai Universo IPA - O que não Emília - Cintos largos na é o próprio estilo e cada um deve de muita gente). E como animais em cima do modo mais agradável ser a febre neste inverno? podemos deixar de usar altura da cintura, bolsas e sa- respeitar seu tipo físico. dentro de um processo de sele- – Claro que sim, meu bem. Cultura Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 

Fotos: Filipe Borges  DJ’s Os donos da festa No início da profissão, cido por sua tendência musical. Profissionais (Sindmusi). A en- apenas preenchiam Então, quando você vê o nome tidade está propondo uma al- os intervalos entre do profissional na festa, já sabe teração na lei de 1960, que re- apresentações de bandas, o som que vai tocar na noite. conhece formalmente a classe para que a música não Ele também é considerado um para que os DJ´s possam se parasse de tocar nos músico, afinal o profissional filiar a ela. shows. Ficavam atrás compõe muitos ritmos e sons. De acordo com a presiden- de uma montanha de Alguns exemplos de ritmos são te do Sindimusi, Deborah Chey- aparelhos e ninguém o trance, house, tecno, electro, ne, essa discussão já existe no tomava conhecimento progressive, mínima e dance. sindicato há, pelo menos, 6 de quem embalava o Não adianta apenas domi- anos. “Acredito piamente que ambiente. A partir dos nar as técnicas para inserir o o DJ possa integrar nossa ca- anos 70, surgiu o nome som os ambientes, “é preciso tegoria profissional, até porque de disc-jóquei ou DJ para ter feeling (sensibilidade) e mui- temos que nos atualizar em re- os “tocadores de som”, ta visão de pista, além de bus- lação à produção atual, que e a presença deles foi se car informações do que está vem se ligando cada vez mais tornando indispensável tocando no mundo todo, saber às novas tecnologias”. Também nas festas. as novidades, as tendências, e ressalta que o interesse se dá o que as rádios tocam”, explica porque o sindicato teria mais Eduardo Irigaray no embalo da noite Filipe Marques Borges e o DJ Tiago Pintaúde, ao fazer trabalhadores sindicalizados, Morgana Vingert Settin referências às características aumentando a receita e dispo- mil pessoas em uma única noi- grátis e cartões. que estão aí na ativa; os ruins de um DJ. E quando o tema é nibilizando mais recursos para te e o evento pode durar até o Universo IPA - Qual é o somem, os bons ficam, os óti- Hoje, quase 40 anos depois, o início da profissão, Pintaúde os músicos. Afinal, acrescenta outro dia de tarde. Não há ban- tipo de música mais solici- mos ganham seu lugar, como os DJ´s passaram de coadju- revela que “o começo não é fá- Cheyne, “o DJ dispõe de um das que tocam ao vivo e, então, tada nas festas em geral? em qualquer mercado. Quem vantes a responsáveis pela des- cil, tem que se ter força de von- poder aquisitivo compatível quem comanda a festa são os Irigaray - As que tocam nas dormir ou mesmo tirar uma so- contração e muita dança aos tade e disponibilidade, até por- com os músicos atuais”. DJ’s. rádios FMs. neca pode perder seu trabalho hamantes da música. O impac- que, depois que o profissional A seguir entrevista com Pintaúde - Não pode faltar rapidinho. to e a explosão do som eletrô- entra no circuito, necessita se Antigos sucessos Eduardo Irigaray e Tiago Pin- Ivete Sangalo. Em relação aos Pintaúde - Acho necessário nico, nos anos 90, deram maior acostumar a trocar o dia pela taúde, dois profissionais expe- anos 80, a banda Depeche Mo- ter a aparelhagem e acredito destaque ao sujeito responsá- noite e esquecer de passar o As músicas que fizeram su- rientes na área. de é uma boa pedida. que sem ela se perca um pou- vel por girar sons nas mesas Natal, Ano Novo e Carnaval cesso e voltam com um novo co do brilho, embora muito já especiais (pickups) e equipa- com familiares e amigos. A de- ritmo estão em alta. Os novos Universo IPA - De que for- Universo IPA - Como é se use o notebook, que tem si- mentos cada vez mais sofisti- dicação tem que ser 100%”. remixes e batidas transformam ma você se mantém atuali- trocar o dia pela noite? mulador de CDJ, luz e efeitos. cados. O Dj passou, então a a música como se estivesse zado e seleciona as músicas Irigaray - Acostuma, o ve- ser o protagonista da festa. Mercado saindo agora. que fazem parte do repertó- lejador brasileiro Almir Klink tem Universo IPA – As muitas Quanto à sensação que a rio? um belo estudo sobre isso em músicas dos anos 70 e 80 Público e Estilos O mercado está em alta e profissão confere ao embalar Eduardo Irigaray - Escuto. suas travessias oceânicas. Só têm voltado em alto estilo para dar conta das demandas uma festa e ter o controle do Eu busco em sites como o Be- não é possível ter outra profis- nas danceterias, aniversá- A relação que o DJ cria com surgiram as agências que agre- som nas mãos, “é de grande atport e Traxsource. Na verda- são com relógio e cartão pon- rios, casamentos e outros a música e o público permite gam profissionais. Em Porto Ale- prazer e não há dinheiro no de não busco informações, eu to. gêneros, porém com batidas que se aproxime dos partici- gre, uma delas é a Moving DJ’s, mundo que compense”, revela escuto e se for de meu gosto Pintaúde - Não é compli- e ritmos diferentes. Como pantes das festas. E hoje, estes dirigida pelo DJ Lê Araújo. Pintaúde. entra no playlist. cado. O difícil é recolher o equi- tem sido a adesão a esta no- profissionais cativam fãs no Mas ainda falta organização Os Dj’s ganharam recente- Tiago Pintaúde - Ouço to- pamento, na hora que termina va característica? mundo inteiro. à classe, pois não há um sindi- mente mais um espaço profis- do o tipo de som. Em rádio per- a festa. Irigaray - Acho importante Com o surgimento de novos cato que agregue os profissio- sional. São as festas rave, um corro todo o dial. e uso freqüentemente novos estilos musicais, a profissão se nais. No Rio de Janeiro existe estilo que ganha preferência Universo IPA - As novas remixes no meu trabalho. tornou cada vez mais específi- um projeto para enquadrar os dos jovens. Os organizadores Universo IPA - Como sa- tecnologias estão se desen- Pintaúde - Dá certo, eu gos- ca. O DJ muita vezes é conhe- DJ’s ao Sindicato dos Músicos chegam a reunir cerca de 25 ber que música tocar? volvendo a passos largos. to bastante e o pessoal também Irigaray - Da mesma forma Alguns DJ´s colocam som gosta, estão com uma roupa- que ao entrar em uma lanche- com CDJ, outros já utilizam gem nova, isto é, muito bom. ria você sabe qual salgado vai o notebook, e tem até DJ comprar, o DJ tem feeling e uma dançando e fazendo perfor- Universo IPA - A profis- linha musical. Ele segue seus mance no palco. Como será são é regulamentada? Exis- instintos e mistura com as con- o trabalho do DJ no futuro? te um sindicato? sagradas. Irigaray - Será com mesas Irigaray - Não existe sindica- Pintaúde - Presto muita midi ligadas ao notebook, e ca- to, mas é regulamentada pela De- atenção no pessoal que está da um terá seu estilo, como ago- legacia Regional do Trabalho. na pista. Eles são os termôme- ra, cada um terá seu público. Pintaúde - Desconheço um tros da festa. Se pararem de Pintaúde - Vai ser um ba- sindicato dos DJ´s. dançar procuro mudar o som, rato, o DJ será considerado o o ritmo, para que eles voltem show man, o artista da festa. Universo IPA- Quanto ga- para agitar. nha um DJ? Universo IPA - É neces- Irigaray - Um iniciante ga- Universo IPA - O início da sário ter toda a “paraferná- nha ao torno de R$ 800 ao mês; carreira é bem complicado. lia” de som (amplificador, um DJ top pode receber até Como divulgar o trabalho de mesa de som, CDJ´s, caixas um milhão de dólares ao mês. quem está começando? de som) ou posso simples- Pintaúde - Depende dos Irigaray - Inserindo sets (lis- mente ter um notebook com locais onde atua. Em eventos tas de músicas) em sites e to- uns 40 GB de música e ofe- pequenos, em média de R$ 800 cando onde der para tocar, recer serviço de som? a R$ 1.000. Em eventos maio- além de usar o orkut como fer- Irigaray - Existe espaço pa- res o valor também será maior, ramenta. ra todos. O que importa é você pois pode envolver até mais Equipamentos ajudam a produzir som de qualidade Pintaúde - Através de sites fazer melhor do que aqueles profissionais e auxiliares. 10 junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Educação

 inclusão na prática Biblioteca Central Guilherme Mylius Jarbas Brito Inaugurada em 26 como os espaços destinados de agosto de 2006, ao acesso a catálogos on-line a Biblioteca Central e internet, balcão para atendi- Guilherme Mylius está mento geral e guarda-volumes. instalada no Centro Há também de salas de leitura Universitário Metodista, e estudos, com um mobiliário do IPA, em Porto Alegre moderno, compondo ambien- e funciona em regime tes acolhedores. de 24 horas, inclusive Quanto ao acervo, informa aos sábados, domingos a coordenadora, a Biblioteca e feriados, atendendo conta com 55 mil volumes e alunos, professores e a inclui livros, periódicos e ma- comunidade em geral. teriais especiais. Também re- lata que “para institucionalizar Jaqueline Cavalini o acesso às suas dependên- e Jarbas Brito cias e o uso do material pela comunidade, foi editado o re- De acordo com a coordena- gulamento das bibliotecas, fi- dora geral das bibliotecas da Re- xando em um instrumento legal de Metodista de Educação, Gar- as regras objetivas para os dênia de Castro, a Biblioteca usuários”. Arquitetura preservada DCentral funciona 24 horas, em Para o atendimento duran- um prédio cuja construção data te as madrugadas, explica Gar- com o horário de atendimento, priado que é a biblioteca”, des- tura para o ingresso no mer- Maior divulgação de 1923 e que antes serviu de dênia de Castro, o IPA mantém após as 23h para realizar tare- tacou Cléber, em depoimento cado de trabalho, cada vez internato para os alunos do an- o portão principal permanente- fas escolares. dado à reportagem no domin- mais disputado. Alguns depoimentos colhi- tigo Instituto Porto Alegre. A mente aberto, com controle de Na busca de leitura e pre- go, dia 22 de junho, às 10h da dos ao longo da preparação construção foi totalmente res­ acesso aos interessados, me- paração para as provas finais, manhã, sob uma temperatura Índice de desta reportagem apontam taurada, tendo sido mantidas as diante identificação. a estudante de Fisioterapia da de 10 graus, enquanto se pre- criminalidade para a necessidade de maior características originais, tais co- Unidade Central, Brasília, 42 parava, na sala de leitura da divulgação dos atendimento mo a fachada, composta de blo- Cultura de anos, e que também é mãe de Biblioteca Central, para os Na opinião de autoridades 24 horas oferecido pela Biblio- cos de pedras e as duas saca- novos hábitos uma aluna do Centro Univer- seus exames de final de se- públicas da área de segurança, teca Central Guilherme Mylius, das sustentadas por imponentes sitário, diz que até pouco tem- mestre. e de estudos realizados no âm- É o caso, por exemplo, da ser- colunas e que realçam o visual O funcionamento em tempo po desconhecia a possibilida- bito do direito penal, a existên- vidora pública, formada em arquitetônico da construção. integral da Biblioteca Cen- de de acessar a biblioteca a Baixos índices cia e a disponibilidade de aces- Letras pela PUC, tradutora e Em seus três pavimentos, tral contribui para a implanta- qualquer hora do dia e da noi- de leitura so da comunidade em geral, e intérprete dos idiomas francês numa área de 1.622,90 metros ção de novos hábitos entre os te, e inclusive nos finais de se- não só a acadêmica, a locais e alemão, Sônia Butteli Coim- quadrados, encontra-se o acer- estudantes. Alunos que traba- mana e feriados. Para ela, a Dados obtidos por pesqui- como a Biblioteca do IPA, po- bra, 49 anos, moradora da Ca- vo de livros e periódicos, bem lham durante o dia, contam iniciativa é louvável porque fa- sas recentes apontam que a dem influenciar e contribuir pa- pital. Ela demonstrou surpresa Jarbas Brito cilita a vida acadêmica daque- maioria dos brasileiros que al- ra a redução dos índices de ao saber da existência de uma les que dispõem de curto es- cança os bancos das univer- criminalidade no Brasil. “Se aos biblioteca 24h em Porto Ale- paço de tempo para ler e pes- sidades, costuma ler menos jovens for oferecida a opção de gre. “Confesso que a iniciativa quisar as matérias. de dois livros durante a sua locais dessa natureza, nos é muito importante para a nos- É essa também a impres- vida escolar. São pessoas que quais disponham de espaço sa cidade e para todos que são dos estudantes Cléber chegaram à idade adulta sem para ler, pesquisar e estudar, vivem aqui. Na minha opinião, Germain e Guilherme Fachi, conhecer as obras clássicas certamente ficarão menos tem- entretanto, esse fato precisa alunos do curso de engenha- da literatura brasileira e muito po na rua, menos expostos a ser mais divulgado pelo IPA. ria elétrica da Pontifícia Uni- menos os textos básicos e todo tipo de más influências Assim, vai permitir maior utili- versidade Católica do Rio necessários para a aprovação que via de regra os levam a de- zação e despertar na comuni- Grande do Sul. “Se eu estives- nas provas para ingresso em linqüir” – destaca o jovem ad- dade o hábito saudável da lei- se em casa, não teria disposi- um curso superior. Assim, tam­ vogado Gabriel Hernandez, 23 tura, a qualquer hora do dia e ção de abrir os livros e cader- bém, os estudos revelam o anos, morador da Capital e fre- da noite”. E complementou: nos para estudar, como estou despreparo dessa população qüentar assíduo da biblioteca “vou divulgar para todos os Os alunos da PUCRS, Cléber (E) e Guilherme fazendo aqui, neste lugar apro- que não tem o hábito da lei- do IPA. meus amigos”.

dificuldades e a compreender a importância de educação e cul- Um invejável espaço acadêmico tura para o seu futuro. Arquivo Pessoal Maurício Costa é um ração. Não havia em Porto Ale- Mauricio - Sem dúvidas. Universo IPA - Qual a men­ diplomata com atuação gre lugares adequados e dispo- Um serviço como vem sendo sagem você deixa aos nos- no Ministério das Relações níveis para estudo aos finais de prestado não pode ser medido sos leitores? Exteriores. Sua preparação semana. Quando soube que em retorno financeiro ou custos. Mauricio - Em primeiro lu- à carreira diplomática havia uma biblioteca com ser- O incentivo ao conhecimento e gar, gostaria de agradecer ao aconteceu, em grande viços 24h no IPA, não acreditei. ao estudo não tem preço. A Bi- IPA por ter oportunizado o uso parte, na Biblioteca Central Depois pensei que fosse so- blioteca do IPA é um diferencial de suas instalações e de seu Guilherme Mylius, onde, mente para os alunos de suas da comunidade acadêmica em acervo. Numa cidade como além do espaço físico, faculdades. Para minha grande Porto Alegre, que precisa ser Porto Alegre, onde a dificuldade fez uso do acervo surpresa e satisfação, naquela mantido, estimulado e copiado de preparação era grande de- bibliográfico necessário. época, fui recebido no IPA de por todas as instituições sérias. vido à falta de bons cursos pre- forma mais cordial e prestativa Enquanto eu estudava presen- paratórios à carreira diplomáti- Estudante de escolas públi- do que em muitas universidades ciei mais de uma vez, em do- ca, o serviço prestado pelo IPA cas e egresso da UFRGS, onde públicas. Poder estudar aos sá- mingos, os pais passeando fez toda a diferença. Essas di- cursou Letras, afirma ter cres- bados, domingos e feriados, com os filhos para mostrar a ficuldades me estimularam a cido na classe D e superado sem hora para começar e ter- biblioteca. Onde mais isso po- aceitar o convite para auxiliar na muitas dificuldades materiais e minar, é tudo o que precisa um deria acontecer? Acho que a preparação do Curso Atlas, de pessoais para se tornar um di- candidato ao concurso de ad- Biblioteca do IPA é motivo de Porto Alegre, voltado à forma- plomata. Para ele, “a Biblioteca missão à carreira de diplomata, orgulho para Porto Alegre. ção de candidatos ao concurso do IPA é um diferencial da co- um dos mais difíceis, senão o do Instituto Rio Branco. munidade acadêmica de Porto mais difícil do país. Tenho mui- Universo IPA- Essa práti- Aos alunos do IPA, esclare- Alegre que precisa ser mantido, to a agradecer ao IPA. Embora ca de bibliotecas 24h pode ço e estimulo a prestarem o estimulado e copiado por todas eu não tenha estudado nem me “Sem o IPA não teria chegado aonde cheguei”, diplomata Maurício Costa ou deve ser adotada pelo po- concurso, pois a carreira diplo- as instituições sérias”. formado em uma das suas fa- der público aos cidadãos? mática não é inalcançável e nem culdades. Sem o IPA não teria peras do concurso, aos sába- elogios para a biblioteca. Mauricio - Não tenho a me- mesmo é somente para “elei- Universo IPA - Sabemos chegado aonde cheguei. dos, domingos, feriados e dias nor dúvida de que essa iniciativa tos”. Estudei minha vida inteira que você enquanto se pre- de semana. Muitas vezes per- Universo IPA - Você en- deve ser adotada pelo poder pú- em escolas públicas no subúr- parava para o concurso do Universo IPA - Qual o pe- manecia estudando até o início tende que essa experiência blico. No Brasil, educação é es- bio, cresci na classe D, superei Instituto Rio Branco, utilizou ríodo que você utilizou a Bi- da madrugada. deva ser incentivada e que sencialmente oferecida pelo Es- muitas dificuldades materiais e o atendimento 24h da Biblio- blioteca Central? outras instituições também tado, especialmente em nível pessoais e, mesmo assim, me teca Central do IPA? Como Mauricio - Utilizei a Biblio- Universo IPA - O que vo- ofereçam esse tipo de ser- fundamental e médio. São nes- tornei diplomata. Estimulo a to- foi essa experiência? teca especialmente nos verões cê achou do atendimento? viço tanto a comunidade ses níveis que o esse serviço de- dos, que se interessam ou so- Mauricio Costa - Foi fun- de 2006 e 2007, durante a fase Mauricio - O atendimento acadêmica quanto a comu- veria ser provido para incentivar nham com essa carreira, que damental para a minha prepa- intensiva de preparação às vés- sempre foi muito bom. Só tenho nidade em geral? as novas gerações a superar as se dediquem à preparação. Educação Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 11

Arquivo ABL  regime integral Scliar, um ilustre usuário O escritor Moacyr Scliar, Açorianos (Prefeitura de Porto trouxe a idéia para o Brasil! blico. Também sugere a implan- nascido em Porto Alegre Alegre, 1997 e 2002), Prêmio Maravilha!”, afirmou. tação de redes espalhadas pelas em 1937, morador do José Lins do Rego (Academia Segundo Scliar, sua inicia- cidades, o que poderia contribuir bairro Rio Branco Brasileira de Letras, 1998) e o tiva de procurar os serviços também para diminuir a violência na Capital, é um Prêmio Mario Quintana (1999). da biblioteca 24h foi, também, nos grandes centros urbanos. dos entusiastas O escritor foi professor vi- no sentido de prestigiar esse “Sem dúvida. Tudo o que coloca freqüentadores sitante na Brown University tipo de opção oferecida à co- o livro mais perto do leitor, tudo da Biblioteca com (Department munidade, a que neutraliza droga e violência, atendimento 24 of Portugue- “Tudo o que coloca exemplo do deve ser prestigiado”. horas do IPA. se and Bra- o livro mais perto que existe Ao analisar a importância da zilian Stu- em outras Biblioteca Central e dos servi- Em sua biografia, se des- dies), e na do leitor, tudo o que p a r t e s d o ços 24hs mantidos pelo Centro taca também como médico, Universida- neutraliza droga e mundo. Universitário Metodista, Moacyr especialista em Saúde Pública de do Texas violência, deve ser Scliar se de- Scliar, revela: “minha admiração e doutor em Ciências pela Es- (Austin), nos prestigiado”. clara “um fã” pelo IPA cresce a cada dia. Pa- colaE Nacional de Saúde Públi- Estados Uni- d e t u d o o rabéns!” Moacyr Scliar em foto oficial da Academia Brasileira de Letras ca. Mas Scliar se sobressai dos, e freqüentemente é con- que o IPA faz, especialmente entre os gaúchos por ser o vidado para conferências e da iniciativa da biblioteca em ocupante da cadeira de nú- encontros de literatura no pa- regime integral. mero 31 da Academia Brasi- ís e no exterior. Iniciativa inspiradora leira de Letras, o que muito Na entrevista que conce- Iniciativa orgulha seus conterrâneos. deu para o Universo IPA, o es- multiplicada Em agosto de 2005, o Como Prefeito, e como guar- Universo IPA - Como ex- Sua obra literária inclui 74 li- critor falou sobre sua experi- prefeito de Porto Alegre, dião da chave da Biblioteca 24 aluno e professor do IPA, vros em vários gêneros e suas ência como usuário da Biblio- Como homem de letras, que José Fogaça, ex-aluno h do IPA, me sinto muito orgu- poderia deixar uma mensa- obras foram publicadas em teca 24h. “A idéia de bibliote- já viajou e conhece vários luga- e professor do IPA, lhoso de tudo isso. gem final para os nossos mais de 20 países com gran- ca 24 horas é excelente. res do mundo, Scliar entende inaugurou a Biblioteca leitores? de repercussão crítica. Quando fui professor visitante que a biblioteca em tempo in- Central Guilherme Myllius Universo IPA - A iniciativa Fogaça - Se eu ainda fos- Scliar coleciona prêmios, e nos Estados Unidos sempre tegral deveria se estender a to- e os serviços 24 horas. do IPA de manter um serviço se professor do IPA, como fui dentre eles: Prêmio Jabuti freqüentava as bibliotecas à do o país, inclusive com o au- Decorridos três anos, dessa natureza não deveria aos vinte e poucos anos de (1988, 1993 e 2000), Prêmio noite e de madrugada. E o IPA xilio e o estímulo do poder pu- fala com entusiasmo, ser copiada por outras ins- idade, talvez convidasse meus e até de forma poética, tituições de ensino tanto pri- alunos, suas namoradas, mi- Feu Antunes sobre a importância vadas quanto públicas e, até nha mulher, e mais alguns deste acervo cultural mesmo estimular que o po- bons e queridos amigos para na construção do der público crie uma rede de um encontro na biblioteca, tal- bem comum na nossa bibliotecas 24h espalhadas vez num sábado ou sexta à sociedade. E lembra por Porto Alegre? noite, para – quem sabe – to- que além de prefeito Fogaça - É, sem dúvida, dos procurarmos alguma coi- é o “guardião da uma iniciativa inspiradora. O sa de Fernando Pessoa. Após chave da Biblioteca”. exemplo está aí. É um hábito isso, provavelmente, podería- saudável usar as horas fugidias mos concluir a noite em torno Universo IPA - Na sua vi- da madrugada para ler, quando de uma mesa, confraternizan- são, qual a importância da não se pode dormir. Talvez a do e cada um comentando o Biblioteca para Porto Ale- cidade não comporte uma re- que viu, leu e o que o fez sur- gre, considerando que é a de, mas a simples existência preender-se, nos textos sem- única do Brasil em funcio- de uma biblioteca, aberta 24 pre surpreendentes de Fer- namento nesse regime de horas já é um fator de diferen- nando Pessoa. Se não Fernan- 24h, e uma das únicas do ciação. Precisamos incentivar do Pessoa, quem sabe alguma mundo? e estimular a que as pessoas coisa do Nejar, ou do Carpine- José Fogaça - O IPA ofe- em seus horários disponíveis, jar? Nos livros está o refúgio rece à sua comunidade acadê- em horas ou desoras, usem o para a nossa angústia, o con- mica e à cidade algo realmente seu tempo para o hábito da lei- solo para a nossa perplexida- inédito e inovador: uma biblio- tura. A biblioteca também é um de, nesses tempos difíceis e teca 24 horas. É de fato extra- lugar de encontrar amigos, de incompreensíveis que vive- ordinário e fantástico para o ver pessoas e estabelecer bons mos. Quem sabe se ler e con- ambiente cultural e intelectual e civilizados hábitos sociais de versar sobre o que lemos não Reitora do Centro Universitário Metodista do IPA, Profa. Adriana Rivoire Menelli da cidade. Não sei, se outra ci- convivência. seja uma forma de nos tornar- dade brasileira, mesmo falando mos mais humanos e mais pró- das grandes capitais, oferece Universo IPA - O estímu- ximos uns dos outros? um serviço cultural desse tipo. lo ao hábito da leitura, do Biblioteca garante Tenho feito referência a es- estudo, colocando serviço A denominação atribuída à Biblio- se fato em palestras que dou permanente para a popula- teca Central Guilherme Mylius é uma ho- acesso aos bens culturais em outras cidades do Brasil e ção, poderia evitar a esca- menagem ao primeiro reitor brasileiro do do mundo. Por outro lado, so- lada da criminalidade, pro- Colégio União, de Uruguaiana, hoje Insti- A Biblioteca Central do Sul, mas já existiram ou- a cada início de semestre, mos a cidade da Feira do Livro porcionando às pessoas, tuto União de Uruguaiana da Igreja Me- Guilherme Mylius, com tras com funcionamento 24 com alunos e professores. mais tradicional do país. Jun- especialmente aos jovens, todista. Guilherme Mylius exerceu suas atendimento 24 horas, horas por curtos períodos”. Também destaca que a mídia tando uma coisa com a outra, uma opção em suas vidas? funções de 1937 a 1940. Até então a rei- é um serviço especial Seguindo o exemplo do IPA, está sempre presente com percebe-se que a Biblioteca do Fogaça - Concordo plena- toria era ocupada por norte-americanos. destinado para toda a outras instituições Metodis- matérias e reportagens sobre IPA vem corroborar uma índole mente. Acho que isso fica cla- O Colégio União é a mais antiga institui- comunidade e possibilita tas estão garantindo acesso a biblioteca. da nossa cidade, esse amor ro na minha resposta à pergun- ção de ensino metodista do Brasil. o usuário freqüentá-la amplo aos bens culturais, co- inusitado pela leitura e pelo livro. ta anterior. no horário que mais mo é o caso da biblioteca Serviços sem Ivo Gonçalves/PMPA lhe convém, inclusive Zula Terry, do Instituto Meto- fins lucrativos após o término do dista Izabela Hendrix, em Mi- período noturno. nas Gerais, também com O IPA mantém o serviço de atendimento 24 horas. acesso à biblioteca 24h de for- Este diferencial, em relação Na sua visão como reitora, ma gratuita, tanto para a co- às demais bibliotecas, de a biblioteca com serviços 24h munidade acadêmica quanto acordo com a reitora Adriana está de acordo com a missão para a comunidade em geral. Rivoire Menelli de Oliveira, da universidade, promotora de As bibliotecas sempre estive- “Identifica o caráter cultural da educação e explica: “Conso- ram presentes nas escolas e Rede Metodista do Sul e está lidamos o conhecimento da universidades e se constituem fundamentado no princípio comunidade acadêmica e ge- num “complemento do ensino que garante o acesso amplo ral, contribuímos para a me- e aprendizagem”, sendo para aos bens culturais”. lhoria do ensino, pesquisa e muitos, o “coração da univer- Várias bibliotecas na Eu- extensão, ao oferecer serviços sidade”. Adriana também en- ropa abrem 24 horas, mas e atendimento de qualidade fatiza que “a instituição não com auto-atendimento, onde através deste espaço aberto busca fins lucrativos, porém, o usuário se identifica através em tempo integral”. estabelece em regulamentos de cartão magnético e faz o Quanto à divulgação da o que deve ser observado e auto-empréstimo. Não há a­ Biblioteca Central e dos ser- cumprido pelos usuários, aca- tendimento humano. E res- viços disponíveis 24 horas, a dêmicos ou não, para que a salta: “Somos uma Institui- reitora explica que há visitas prestação de serviços acon- ção pioneira no Rio Grande orientadas, as quais ocorrem teça de forma organizada”. Fogaça na inauguração da Biblioteca Central Guilherme Mylius 12 junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Comportamento

 caras e bocas Filmes

Clubber - A Festa Rave (2000). Hippie - Woodstock (1970). A galera que faz as tribos urbanas Punk - Punk: Attitude (2005). http://modaonline.blogs.sapo.pt/21673.html Samba - Paulinho da Viola - Meu As tribos urbanas invadem Tempo É Hoje (2003). as cidades grandes e Skinhead - A Força Branca (1992). pequenas e estabelecem Skatistas - Vida Sobre Rodas redes de amizades a partir previsto para 2008/2009). de interesses e afinidades. Agregam jovens de acordo com as idéias, qüilidade é fundamental no es- pensamentos, hábitos paço conquistado, explica Jau- e modo de vestir. São ri. Para ele, esse espaço é um ramificações que abrem legado, “uma herança que re- um leque de opções e cebemos e que passaremos são responsáveis por para as futuras gerações. Não movimentos culturais que há uma hierarquia, e sim res- fizeram e fazem a história. peito entre os integrantes da Afinal eles só querem tribo”. ser ouvidos! Para Jauri, fazer parte de uma tribo é ter voz ativa, “a gen- Clarissa Madalozzo te se sente mais forte”. Também Simões Pires revela que não há rivalidades entre outras tribos. O único pro- Pertencer a uma tribo, ex- blema para eles é a fiscalização plica o psiquiatra José Outeiral, em determinados lugares, que autor do livro “Adolescer”, em os proíbem de expor os seus entrevista ao Universo IPA, “é trabalhos. tantoP um modismo como algo O estudante César Alberto sociocultural. E seria essa a for- Manoel, 28, faz parte do estilo ma de uma fuga individual pa- Banda Tokio Hotel: a nova tribo vinda da Ásia, estilo Kei, “as sombras que amam demais” Cosplay, que é uma abreviação ra o coletivo; a busca de uma de “costume player” (fantasia identidade grupal que acaba pica de uma cultura noturna. que invadiu as ruas e ficou co- samba raiz são pouco conhe- cal que se está e complemen- em inglês). Os integrantes des- abrindo mão, por vezes, da Os jovens desse estilo gostam nhecido como skate. cidos pelo público jovem de ta: “Eu não obrigo ninguém a sa tribo, conhecida como identidade pessoal”. Outeiral de usar roupas extravagantes Bruno, que é assíduo fre- hoje. Com o surgimento do “pa- ouvir o que eu gosto de curtir, Otakus, se caracterizam e in- explica que a família passa a e acessórios coloridos. qüentador do Parque Marinha gode”, que significa “reunião de e nem por isso quero que fa- terpretam seus personagens exercer uma influência menor Ana revela que sempre gos- do Brasil, e muito já usou as pessoas com uma boa musi- çam o mesmo comigo. Se me prediletos do desenho japonês: do que o grupo ou tribo, uma tou de pessoas diferentes e mu- pistas de skate, acredita que ca”, afirma a adepta do “samba convidarem pra ir numa festa mangá e animê. Usam desse vez que alguns jovens, por se sicas fora das paradas de su- não se escolhe a tribo que se raiz”, o samba ficou descarac- é outra coisa, eu vou decidir se estilo como hobby qual César sentirem perdidos ou carentes cesso, “o que é um tanto ridí- vai integrar, “simplesmente faço terizado e confundiu-se com vou ou não”. afirma não abrir mão. dentro de casa, acabam bus- culo porque na época em que parte de uma tribo por afinidade outros estilos musicas. O casal de hippies, Mabel Desde 2002, o estudante cando fora do eu fui clubber, gos- e semelhanças: gosto em co- Carolina comenta que existe Campos, 24, e freqüenta os even- contexto familiar tar de música ele- mum”. Para o skatista, integrar uma exigência em relação ao in- Jauri Antônio Lu- tos cosplay, que uma influencia do trônica, que não uma tribo resulta da influência gresso de pessoas na tribo, e cas, 36, defen- aconteciam rara- grupo. fosse dance da Jo- de amigos e do bom relaciona- explica que é necessário “conhe- dem a coletivida- mente, mas hoje Para alguns jo- vem Pan, ter pier- mento, também, com outras cer o samba”. Ela também fala de. A forma de com a “capitaliza- vens com boa situ- cing no nariz e chu- tribos. do preconcei- tratamento entre ção” desse estilo, ação financeira, re- par pirulito na noite P a r a a to das classes os integrantes do têm maior divulga- lata o psiquiatra, a era coisa de gente a d e p t a d o mais altas, grupo, revela Jau- ção. tendência será fa- louca e excluída, e “samba raiz”, mas afirma ri, é como de uma Os quadrinhos zer parte de um isso já em 1998”. Carolina Ma- que a ideolo- grande família, japoneses como: grupo com essa Ana acredita que dalozzo S. Pi- gia da tribo é apesar de muitas Samurai X e Dra- mesma caracterís- a roupa é uma ca- res, 22, a sua manter uma vezes a família gonball, ainda cha- tica. Mas cada tribo racterística de iden- tribo se cons- “boa música”. b i o l ó g i c a n ã o mam a atenção de corresponde, de tidade dos grupos e titui num mo- E c o m p l e - aceitar por com- jovens para essa uma maneira geral, também afirmou vimento que m e n t o u “ o pleto esse estilo nova tribo, e foi atra- às condições eco- que existem algu- carrega toda Tribo hippie samba carre- de vida. “Assumi- vés deles que César nômicas e cultu- mas rivalidades en- a história do Brasil. Para ela ga de certa forma, uma mensa- mos uma postura começou a aderir a rais, existindo, tam- tre as tribos, mas “todo o samba tem uma men- gem popular, seja de história, e decidimos ser o esse hobby. bém, algumas mais que sempre aceitou sagem subliminar, e não é à sentimento ou religião (terrei- que queríamos”. Apesar de usa- violentas como os bem novas pesso- toa que carrega o nome de ro)”. O modo de sobre- rem as vestimentas Tribo punk Tribo skatista “skinhead”, (os ca- as, e justificou: “até grandes ícones da música e Angiane Bastilho Vargas, vivência da tribo extravagantes, mas beças peladas), que surgiram na porque patricinhas e maurici- da cultura brasileira”. 20, não se intitula junk, grunge, privilegia a arte e mantém a es- confeccionadas com muitos década de 60, no Reino Unido. nhos não se interessavam pela O ‘samba’ significa umbigo metaleira, gótica, new metal ou sência do estilo aventureiro “hi- detalhes e “amor”, tudo para O objetivo dos jovens que minha tribo, justamente por ser- em quimbundo, língua de An- emo. Ela é uma fiel adepta ao ppie de ser”. representar os seus ídolos da fazem parte de uma tribo, na vi- mos excluídos. Ela também gola, e sua origem é afro-baia- rock punk não pela forma de O movimento hippie surgiu melhor forma possível, César são analítica de Outeiral, visa compara os jovens de hoje com no, com tempero carioca. Nas- vestir, mas pelas letras das mu- nos anos 60, caracterizado por afirma: “temos um lugar onde buscar identificações e ter o sen- os de sua é época, “a maioria ceu na influência de ritmos afri- sicas e o estilo próprio, sem protestos e, em especial, con- nos encontramos para conver- timento de pertencer a um gru- da gurizada hoje em dia é por canos que foram adaptados convenções nas palavras. tra a guerra do Vietnã. A forma sar, mas usamos roupas nor- po. Eles não fazem isso pelos influência. É só passar na hora para a realidade dos escravos O movimento punk ocorreu de sobrevivência comunitária mais. Só vestimos as fantasias outros, mas para si próprios. do intervalo do Colégio Rosário brasileiros e, ao longo do tem- no fim da década de 70 e a privilegiava a produção de bi- durante os eventos”. que se vê os gurizinhos de 12 po, sofreu inúmeras transfor- primeira manifestação do esti- juterias e artigos artesanais. Pa- O que eles pensam? anos com piercing no lábio, ves- mações de caráter social, eco- lo punk rock, ocorreu nos EUA, ra o casal que valoriza acima O Visual Kei tidos como o 50 Cent (banda de nômico e musical, até chegar em 1974, num show do The de tudo a arte, a família, o res- “Nem sempre tenho o meu hip-hop americana). Na minha às características de hoje. Ramone e, em menos de um peito e a coletividade, todos são O estilo Kei, vindo da Ásia, estilo definido, mas mantenho época, legal era ser igual ao Kelly Carolina revela que entrou ano, ganhou ramificações na bem vindos na tribo, mas é pre- aos poucos está conquistando o desejo de ser diferente”, re- Slater”. nessa tribo através de amigos Inglaterra. ciso respeitar a “família”, como o ocidente e transformando a vela Ana Laura Eltz da Silva, 22 Apesar de não ser mais uma e que nela persiste pela quali- Angiane defende a liberda- eles assim se definem. Por vi- moda. O visual Kei é um movi- anos, que se define como “al- fiel adepta ao estilo clubber, Ana dade do samba. Ela afirma que de de expressão e confessa verem da comercialização de mento musical que surgiu no ternativa” e mantém o antigo ainda mantém vinculo com a an- existem limitações para receber que já sofreu influências de ami- trabalhos produzidos de forma japão em 1980. Os jovens des- estilo clubber que nos anos 90 tiga tribo e acredita que sua ide- novos integrantes, uma vez que gos, como na época em que coletiva, deve haver um bom sa tribo priorizam um estilo de esteve no auge, embalado com ologia sempre foi ser feliz, não tanto o samba canção (um ou- escutava a banda de rap os Ra- relacionamento entre os inte- roupas peculiar, usam roupas de a música do gênero techno, tí- importando a cor do cabelo, rou- tro estilo do samba), quanto o cionais e samba. Hoje, ela se- grantes da tribo hippie e a tran- couro, estilo cabedal, de napa pas, piercing ou tatuagens. gue a ideologia da tribo que é e blasers estilo rococó, além de Já o skatista Bruno R. Re- anti-capitalista, anti-modismo cintos de liga e corpetes. E não ppold, 27, disse fazer o estilo e sem regras. Mas não é qual- abrem mão da maquiagem, tan- mais esportista e urbano, mas quer um que entra nessa tribo. to os homens quanto as mulhe- sempre mantendo as tendên- É preciso que se faça um reco- res. Curtem desde rock até mú- cias da moda. A tribo do skate nhecimento para ver se a pes- sica clássica. E dentre as ban- é uma ramificação do surf e sur- soa conhece o rock ou se não das adeptas a esse estilo estão giu nos anos 60, na Califórnia é “vítima da modinha imposta os XJapan e Tokio Hotel. (EUA), quando o surf reinava. pela mídia”. Todos se definem como Porém, durante as marés bai- Angiane não se sente des- sombras e se dão o direito de xas, os surfistas eram impossi- locada da sociedade, mas amar a quem quiser. Lembram bilitados de exercer o esporte acredita que ela é capaz de um pouco os emos (abreviação e surgiu, então, a idéia de fazer deslocar qualquer um, de qual- Otakus: inspirados por desenhos do inglês emotional). Será essa Tribo do samba das pranchas, um divertimento Tribo clubber quer estilo, dependendo do lo- japoneses como os Narutos a renovação ou a evolução? Comportamento Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 13

 céu e inferno O pecado mora ao lado, bem ao lado Fotos Germano Beskow e Edimar Blazina

Entre o céu e o inferno: a fachada dos prédios mostra o contraste no centro de Porto Alegre

Diego Barbosa O centro de Porto Alegre SESSÃO DE CINEMA é um local de múltiplos Sábado, centro de Porto Ale- ambientes e muitos gre, 15h. Pessoas passam pela contrastes, uma prova rua correndo e atrasadas como disto está na avenida é comum a esta região. Dentro Júlio de Castilhos onde de uma sala de cinema, na ave- um cinema pornô está nida Júlio de Castilhos, aproxi- localizado ao lado de uma madamente 15 pessoas estão igreja evangélica. Dois reunidas assistindo ao final do ambientes completamente opostos que convivem filme “Sexo Grupal na 69” . O pacificamente quase ambiente é apenas iluminado porta a porta. pela luz vinda da tela. Ao final da sessão, há uma movimenta- Diego Ramos, Edimar ção para o show de sexo explí- Blazina e Germano Beskow cito, com um casal contratado. O público aumenta com a che- Se você procura um encon- gada de mais dois homens. A Pastora incentiva os fiéis durante o culto com palavras de ordem: “Você vai arrebentar meu irmão” tro com Deus pelas ruas da ca- apresentação se inicia e, após pital, tenha cuidado, pois com algum tempo, enquanto a dupla alguns passos a mais você po- templo. Questionada se no mo- é pra me divertir”, diz José (no- mulher, “A atração feminina não para gays. A explicação para o atua no palco, os espectadores, derá entrar em um dos cinemas mento da escolha do local a ser me fictício), ao sair de uma ses- é visual, dificilmente a mulher fato vem de um usuário da co- S animados, se encorajam fican- eróticos de Porto Alegre. O Ci- estabelecida a igreja, foi consi- são no cine Atlas. Diferente dos vai em busca de sexo por sexo, munidade “Cine Atlas, Áurea e do mais desinibidos. Com o final ne Atlas, vizinho da Igreja Inter- derada a presença destes es- dois mil freqüentadores diários não faz parte da cultura femi- Apolo GLS” na página de rela- da apresentação o público se nacional da Graça de Deus, que tabelecimentos ao redor, a pas- da Igreja da Graça, o cinema nina”. Já a presença de homens cionamentos Orkut. Indagado dispersa deixando a sala vazia, está há cinco anos na região tora responde: “Não, mas aca- tem pouco movimento. “Vejo mais velhos é explicada como sobre a presença de homosse- enquanto novos freqüentadores central da cidade. A discordân- bou sendo até estratégico, pois, pouca gente entrar ali por dia” uma busca de uma realização, xuais em um lugar voltado para cia de pensamentos é grande, como disse, a missão é mostrar revela U.S., 49, que trabalha “Nas gerações mais antigas, o público heterossexual, POA, chegam a espera de mais uma a distância física pouca, contu- o caminho a essas pessoas e próximo ao local. Ainda segun- poucos têm coragem de reali- como se auto denomina o ra- sessão. do, os freqüentadores de am- convencê-las de que estão er- do ele, o público está acima dos zar suas fantasias com a espo- paz, responde: “O lugar é he- bos vivem alheios a diferença. radas”, informa Neloci. O auxiliar 40 anos “Entra muito velho, às sa, por exemplo, por isso bus- tero para atrair homens, se vai UM CULTO Israel mostra o mesmo ponto vezes uma gurizada, mulher é cam alternativas como esses homem, tem gay” explica ele. O culto da Igreja da Graça A IGREJA de vista: “Nós oramos para que muito raro” relata. cinemas”, conclui. teve início às 14 horas. Antes todas as pessoas que freqüen- ISSO, SIM, INCOMODA do começo, músicas evangé- A Igreja da Graça surgiu na tam esses locais possam se MUITOS HOMENS, A PRESENÇA licas foram tocadas para pre- cidade de São Paulo em 1980. converter também” conclui. POUCAS MULHERES HOMOSSEXUAL Apesar da aparente confor- parar o espírito dos fiéis, que Fundada pelo Missionário Ro- midade com o cinema, uma fiel não lotavam o local, mas ocu- mildo Ribeiro Soares, o RR So- O CINEMA PORNÔ Um fato curioso sobre o Outra peculiaridade do ci- da Igreja da Graça revelou o pavam boa parte das cadeiras. ares, após uma dissidência Atlas é a grande presença de nema é a presença de homos- que a incomodaria: “ Pior que O público freqüentador do local com seu cunhado, o bispo Edir Se a função da igreja, se- homens sendo que mulheres, sexuais em um ambiente teori- os filmes pornôs, seriam os fei- é bem variado, desde crianças Macedo, da Igreja Universal do gundo sua liderança, é a salva- quase não freqüentam o local. camente heterossexual. Sites ticeiros aqui em volta”, diz Fran- até idosos vão à igreja, alguns Reino de Deus. Com um total ção das almas, o mesmo não Segundo a psicóloga Ana Léa como o da ONG Nuances e o ciele Nunes, 25. Esse é o Bra- trazem fotos de familiares para de 16 templos espalhados por se pode dizer de seu vizinho: o Mendes, 42, esse é um com- “Guia Gay Brasil”, indicam o sil, um sincretismo superficial, que estes possam receber uma Porto Alegre, o centro foi sele- cinema pornô. “Eu venho aqui portamento característico da Atlas como local de encontro contudo, pacífico. cionado para ser a sede da ins- benção, além de darem depoi- tituição no estado.“Escolhemos Edimar Blazina mentos fervorosos que exaltam o centro pela fácil localização”, Jesus e Deus; toda vez que uma diz o pastor auxiliar Ismael Bo- graça é alcançada, aplausos merish, 31 anos. ecoam por toda a parte. Com frases que motivavam os fiéis OS VIZINHOS como “o capeta já era”, a pas- tora que ministrou o culto uti- O que causa estranheza, a lizava gestos semelhantes aos primeira vista, não é o local em feitos pelo fundador da igreja, si, mas sim os arredores do pré- RR Soares, na televisão, fala- dio. Além do cinema pornô exis- va calmamente e de um modo tem outras duas boates de sho- descontraído. Após meia hora ws eróticos a uma quadra do de pregação da palavra de Deus templo. “Isso não nos incomo- da, a nossa missão é buscar a e emocionada participação dos salvação destas pessoas, quan- presentes, a reunião se encerra, to mais freqüentadores destes contudo, ainda permanece uma lugares entrarem aqui, mais fila de pessoas para um aconse- pessoas serão salvas”, explica lhamento com a ministra, ou um a Pastora Neloci Bayer, 48, es- de seus auxiliares. posa do pastor presidente do Ao lado do templo o cinema vende seus filmes e shows eróticos sem inibição e preconceito 14 junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Geral

 Saúde A difícil missão do agente de saúde Fotos: Simone G. Machado O trabalho dos agentes física restrita, sem o tamanho Aparecida tiveram alguma re- de saúde existe no Brasil apropriado para o número de sistência em relação ao nosso há 15 anos. Só em Porto pessoas que moram na comu- trabalho, mas, mesmo assim, Alegre são mais de 380 nidade, uma vez que diariamen- sempre nos trataram com mui- espalhados por diversos te passam por lá, 80 pessoas e to respeito. Ao longo do tempo postos de saúde. Eles mensalmente 1.600. o povo foi percebendo o quan- representam um elo entre Segundo a psicóloga, o tra- to somos importantes e o a comunidade e os postos, balho dos agentes é fundamen- quanto poderíamos ajudar a e são vinculados às tal para ajudar a resolver proble- resolver seus problemas, en- prefeituras. mas muito difíceis, como por tão, essa resistência foi aca- exemplo, a redução da mortali- bando e foi se criando um vin- Simone G. Machado dade infantil e manter a qualida- culo de confiança, respeito, de de vida no Brasil, pois a fun- carinho e de amizade entre No perfil do profissional da ção desses profissionais é ensi- nós”, afirma a agente. saúde está a facilidade de se nar como ter uma vida saudável, Um fato marcante de sua identificar com a comunidade, identificar situações de risco in- carreira, conta Greice, foi a o gosto pela atividade e as ha- dividual e coletivo, além de confiança que uma moradora bilidadesN de aprender e repas- acompanhar e encaminhar os da vila depositou em seu tra- sar as informações necessárias doentes ao posto, notificar ao balho. Ela parou a agente na à população, é o que revela a serviço de saúde as doenças rua para contar que poderia agente do Posto Nossa Senho- que necessitam de vigilantes e estar grávida, e que não gos- ra Aparecida (NSA). Também é acompanhar todas as gestantes, taria de ter essa criança. Após preciso ter coragem para en- entre muitas outras atividades. a confirmação, voltou a procu- frentar e lutar contra todos os De acordo com a Secretaria rar ajuda, pois desejava fazer tipos de problemas da comu- da Saúde, para se tornar um um aborto e não sabia como. nidade, como por exemplo, agente de saúde é preciso ter A orientação dada foi de não saúde, saneamento básico, sa- 18 anos, o 1° Grau completo, abortar e, mesmo assim, ela lário justo, entre outros. prestar concurso e morar na área resolveu tomar um abortivo. Ao A psicóloga e coordenadora onde exercerá essa profissão. Equipe do Posto Nossa Senhora Aparecida ingerir o produto, começou a Vera Lúcia Ludwig, 37 anos, do passar mal tendo que ser en- posto NSA, diz que o local é uma Qualidade de vida da mortalidade infantil na região, Fabiana S. Gonçalves, 24 agressiva. “Depois que a agen- caminhada ao posto. das 12 unidades pertencentes como foi o caso de Camaquã, anos. Para ela o trabalho dos te de saúde começou a fazer Ao chegar, a paciente foi le- ao Hospital Nossa Senhora da O trabalho dos agentes me- onde o índice de 25 óbitos por agentes é de grande ajuda, as visitas domiciliares, e expli- vada ao banheiro onde acabou Conceição, vinculado ao Gover- lhorou a qualidade de vida dos mil nascidos, caiu para cinco. porque eles passam informa- cou como eu deveria agir, con- abortando. Depois disso a mo- no Federal, com uma estrutura gaúchos, pois houve a redução Sem falar que o Estado está livre ções importantes. “No inicio seguiu que eu falasse com um radora foi transferida ao hospi- de males como a doença de não dei importância a eles, mas médico. Também encaminhou tal para fazer a curetagem. Chagas e a hanseníase devido com o passar do tempo vi que minha filha para a psicóloga, Após a alta hospitalar, Greice, ao trabalho feito por sete mil os agentes são fundamentais onde ela segue o tratamento. foi visitar a paciente e percebeu agentes espalhados pelo RS. em nossas vidas”. Hoje minha filha já está bem que ela estava arrependida do Essas informações estão no si- O mesmo aconteceu com melhor”. ato que havia cometido. “A ba- te www.saudefamilia.org. Ele re- a aposentada Maria Ivone de se para que o nosso trabalho vela também que a melhoria da Souza, 59 anos. Ela ressalta Reconhecimento seja realizado com sucesso de- qualidade dos programas ofe- que ainda existem problemas da comunidade ve-se à confiança que os mo- recidos à população se deve ao a serem resolvidos, mas que radores depositam em nós”, relevante papel dos agentes. não são de responsabilidade Ao relatar como iniciou a complementa. Graças a eles e aos outros pro- dos agentes, pois “deles a po- sua profissão, Greice Santana O trabalho que é desenvol- fissionais da saúde, o RS possui pulação não tem do que se conta que não sabia o que era vido nos postos ajuda a me- os melhores indicadores de queixar”. A aposentada con- um agente de saúde, mas a lhorar a qualidade de vida dos saúde do Brasil. Exemplo disso fessou que no início achava partir do momento em que per- moradores. Assim, ao receber é a redução do índice de crian- que os agentes mais atrapa- cebeu que tinha o perfil ade- informações em relação à saú- ças com baixo – peso que caiu lhavam do que ajudavam. Mas, quado, começou a se preparar de, a população cria um víncu- de 12,06% para 06,86%, na fai- depois que a agente de saúde, para enfrentar o concurso que lo maior com o posto e há maior xa etária de 0 a 60 meses. Greice Santana começou a habilita a trabalhar em postos preocupação com o bem estar A coordenadora do posto orientar como agir com sua fi- de saúde. Ela revela que sem- das famílias, um dos principais conta que desde o início das lha especial percebeu a impor- pre quis trabalhar com pesso- objetivos dos agentes de saú- atividades destes profissionais, tância dessa profissão. Sua a as e ter uma atividade social de, conclui a agente do Posto os moradores demonstraram filha Graziela,15 anos, sofria de com a comunidade. “As pes- Nossa Senhora Aparecida, Ma- Maria I. B. Souza, com sua neta Luize em momento de lazer satisfação, como foi o caso de depressão e era sempre muito soas da Vila Nossa Senhora ria Margarete Jaskulski.

Reprodução  meio ambiente Arquitetura sustentável para um mundo melhor

A bioarquitetura ou naturais. Ela surgiu na década ao poupar energia convencio- arquitetura sustentável de 70 e defende maneiras de se nal. Esta forma de arquitetura Sistema bioclimático do projeto desenvolvido para a nova sede da Casa Nat é uma forma de planejar construir sem alterar o equilíbrio sempre existiu, ressalta a arqui- construções que utilizam do meio ambiente, aproveitando teta, mas, principalmente, após pondera a arquiteta, leva-se afirma a arquiteta Leticia Tei- plesmente da consciência de maneiras de prevenir os a energia solar e eólica. a revolução industrial, o homem em consideração os condicio- xeira Rodrigues, adepta à bio- cada um”, conclui. impactos ambientais que Ainda em evolução, a bio- passou a ter acesso a novos nantes locais de clima, relevo, arquitetura. podem ser gerados em arquitetura vem ocupado es- materiais, antes não produzi- entorno e, também, dos ma- O que pensa a maioria é projetos uma construção. Um grupo paços de debate onde seus dos, ou importados, incorpo- teriais locais. E, para tanto, que a construção sustentável da Casa NAT de arquitetos gaúchos adeptos divulgam seus princí- rando tecnologias que, por um são considerados o ciclo de é um projeto caro, mas isso é usou os seus princípios pios voltados para a melhoria lado trouxeram um grande vida dos materiais, bem como um equívoco, ressalta Rodri- Ao relatar os projetos nessa básicos para reformar o de qualidade de vida das pes- avanço em todas as áreas do as técnicas que utilizam as for- gues. Na execução de um pro- área, a arquiteta Carolina conta prédio da nova sede do soas e principalmente do meio conhecimento, bem como mui- mas mais eficientes de uso da jeto de obra utilizando a bioar- que já participou do processo Núcleo Amigos da Terra ambiente. tos benefícios, mas por outro, água e energia. Por isso, qual- quitetura há tecnologias, como de estruturação coletivo da no- (NAT) e tem importantes Para a arquiteta e urbanista, impactaram o meio ambiente quer país pode realizar uma por exemplo o uso de energia va sede da ONG - Núcleo Ami- considerações a fazer Carolina Herrmann Coelho de de forma imprevista. construção ecologicamente solar térmica, além do apro- gos da Terra/Brasil (NAT), a CA- sobre o tema. Souza, uma das profissionais O objetivo da arquitetura correta, inclusive o Brasil, veitamento da água da chuva, SA NAT. que participou do projeto da sustentável, afirma Carolina aproveitando as suas riquezas cujos equipamentos não estão Letícia atuou em projetos Gloria Maria Alves de Oliveira casa NAT, a bioarquitetura ba- Herrmann, é apenas resgatar a naturais e também a sua mão- previstos numa obra conven- para cooperativas habitacio- e Fernanda Escouto Almeida seia-se na correta aplicação de preocupação das pessoas em de-obra. “Qualquer país tem cional, o que implica num maior nais. E para aqueles que que- elementos arquitetônicos e tec- preservar o meio ambiente, pois condições de avaliar a sua re- custo inicial, mas cujos gastos rem saber mais sobre o assun- A arquitetura sustentável é nologias construtivas, diminuin- é ele quem fornece todos os alidade e buscar soluções retornam em poucos anos, re- to é só acessar os sites: www.3c. uma nova tendência adotada do, assim, os impactos destrui- recursos para vivermos e ade- mais sustentáveis, principal- vertendo em economia de arq.br e www.natbrasil.org.br e por arquitetos preocupados dores no meio ambiente quarmos nossas tecnologias mente, se buscar a experiên- água e energia, complementa ficar por dentro dessa forma no- com a preservação dos recursos e,também, a sua carga térmica Em um projeto sustentável, cia das gerações passadas, a arquiteta. A ajuda vem sim- va de construir sem destruir. Variedades Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 15

 Shows Porto Alegre na rota dos internacionais A oferta de shows POA X SP internacionais no Rio Grande do Sul tem Mesmo com tanto cresci- crescido significativamente mento no setor, Porto Alegre nos últimos anos. Isso é ainda não pode ser comparada atribuído a vários fatores, com a cidade de São Paulo. dentre eles o surgimento Isso porque a possibilidade de de novos espaços, a queda viabilizar shows no Estado en- do dólar, além da maior volve custos muito elevados. concorrência entre as Para se trazer um espetáculo produtoras gaúchas. internacional ao país é neces- sário que se tenha inicialmente Vanessa Gonçalves uma produtora nacional para coordenar as locais. Dentre es- O público gaúcho muitas sas produtoras, as maiores do vezes reclama dos preços ele- país são as paulistas. Muitas vados. Atualmente, o valor vezes, alguns patrocínios são máximo já pago no Estado, fechados apenas com a pro- Opara shows internacionais é dutora nacional e chega às lo- de R$ 500, para assistir a cais sem nenhuma verba. De apresentação do ícone da acordo com a coordenadora de música francesa, Charles Az- programação e comunicação navour. Para os portoalegren- da Opus Promoções, Noemia ses este valor é considerado Matsumoto, “existem vários ca- alto, mas é necessário lembrar minhos para a entrada de um que muitos custos envolvem show internacional. Normal- a vinda de grandes artistas. mente é necessário que uma Em entrevista à imprensa, Arte sobre fotos extraídas dos sites da produtoras gaúchas produtora compre um número o diretor do Grupo Opinião, viável de shows para trazer ao Cláudio Favero, afirma que “o OS CUSTOS espaço, além do pós produção já foi palco de muitas atrações e per produções com uma média Brasil ou América do Sul. Esta valor do ingresso praticado que envolve desmontagem, lim- que provavelmente não viriam ao de 10 mil pessoas. Aqui em Por- será a produtora nacional que aqui é infinitamente menor do Além do cachê do artista, peza e relatórios para patroci- Estado por falta de local. O Tea- to Alegre, só há o Gigantinho co- fará a ponte entre as produtoras que em outras praças, o que existem diversos outros custos nadores, entre outros. “Os va- tro comporta 1100 pessoas. “As mo alternativa. Também temos locais que trabalham em cada faz com que a nossa rentabi- que envolvem a vinda de uma lores que se movimentam são alternativas que a cidade oferecia o Pepsi on Stage que comporta praça”. lidade seja menor, e o risco, atração ao Estado. Fazem par- altos, mas os custos minguam sempre tinha dificuldade de data, 6 mil pessoas um resultado da Além disso, São Paulo tem maior. Talvez por isso não ve- te das despesas: a pré-produ- o lucro”, afirma Edgar Ruther, já deixamos de trazer vários es- parceria entre a Pepsi e a Opinião uma média de 15 milhões de nham tantos shows interna- ção (mídia em jornais, panfletos, coordenador comercial e finan- petáculos em função da falta de Produtora. Já o Auditório Araújo habitantes, enquanto Porto Ale- cionais para Porto Alegre outdoor, televisão etc), além da ceiro da Opus Promoções. local apropriado, até que o Teatro Vianna comporta 3000 pessoas gre tem 3 milhões. Já que Por- quanto gostaríamos”. Em São hospedagem, transporte, ali- do Bourbon Country surgiu para e deve retornar as suas ativida- to Alegre tem um número de Paulo os preços são mais ele- mentação (para abastecer o ca- ESPAÇOS GAÚCHOS preencher esta lacuna” afirma o des em 2010. O espaço estava habitantes 5 vezes menor do vados como o show do Bob marim do artista e as pessoas diretor da Opus Promoções, Car- parado desde 2005 e, após ven- que a capital paulista, não su- Dylan, R$ 900 e Enio Morri- que irão trabalhar). Soma-se a Os espaços gaúchos tam- los Konrath. A única alternativa cer uma licitação pública, a Opus, portaria uma atividade cultural cone, R$ 1.500. Valores im- estas despesas, toda a infra- bém são restritos. No ano pas- nessa média de público era o Te- pretende reformá-lo e poderá uti- tão intensa quanto a de São praticáveis em Porto Alegre, estrutura do espetáculo que in- sado a Opus, em parceria com atro do Sesi, com lotação de lizar 75% das datas anuais do Paulo, onde ocorrem produ- considerando o poder aquisi- clui iluminação, áudio, carrega- a Companhia Zaffari, inaugurou 1.700 pessoas. Mesmo assim, auditório por um período de dez ções de grande porte quase tivo dos gaúchos. dores, sonorização, locação de o Teatro do Bourbon Country que ainda faltam espaços para as su- anos. todos os dias.

QUANTO VALE UM SHOW INTERNACIONAL? Eles vêm, vieram e ainda virão aí 2008 Fabrício Barreto O ano de 2008 começou foram Bobby McFerrin, da mú- Seal - R$ 250 agitado em matéria de sica Don’t Worry, Megadeth e Júlio Iglesias - R$ 360 shows internacionais. também Alex Band, antigo vo- Charles Aznavour - R$ 500 Com o dólar abaixo calista da banda The Calling. E Cirque Du Soleil - R$ 400 dos R$ 2, o ano de assim fechamos o semestre do 2007 ótimas investidas ano, com mais de 20 shows in- Lauryn Hill - R$ 300 gringas pode ser esse. ternacionais. Bryan Adams - R$ 300 No segundo semestre, sem 2006 Uriel Gonçalves muitos shows confirmados, Santana - R$ 150 quem abre a maratona é o Joe As festas começaram cedo. Satriani, sem presença confir- 2005 Já em janeiro tivemos nossa pri- mada para o sul, ele se apre- Diana Kral - R$ 300 meira visita, Eagle-Eye Cherry, senta no fim de julho em Curi- 2004 dono do hit Save Tonight, que tiba, mas dentre as figuras mais Norah Jones - R$ 350 se apresentou no Rio, em São Show do Whitesnake no Teatro do Bourbon Country esperadas na segunda etapa Valores máximos de ingressos de shows realizados em POA nos últimos anos. Paulo e, também, em Salvador. do ano estão: Avril Lavigne, Outra, que veio pra cá, logo ce- e teve seus ingressos esgota- ra o lado sudeste do país, quem Scorpions, Justin Timberlake, do, foi a atriz de TV e, também, dos nas capitais de São Paulo, se apresentou foi Ozzy Osbour- Linkin Park, Nightwish e Ma- cantora Hillary Duf,f para duas Paraná e Rio Grande do Sul. ne, Korn e Rod Stewartficando donna. Ainda temos alguns As produtoras gaúchas apresentações, uma no Rio de Outros que aproveitaram o em- para Brasília o fenômeno tele- shows que não estão confirma- Vanessa Gonçalves ponsável por produções in- Janeiro e outra também em São balo e deram uma passada aqui visivo RBD. Em maio temos uma dos e, também, estão sem da- ternacionais como: Buddy Paulo. Logo após o carnaval em março, foram artistas como parada de um mês nos shows tas, como Red Hot Chilli Pe- Opus promoções Guy, America, Betty Carter, quem resolveu fazer uma para- e Julio Iglesia. Já, aqui no sul para juntar dinheiro ppers, Simple Plan, Amy Wi- John Pizzarelli. Já a Opinião da aqui no país foi o fenômeno Sean Kingston, foi exclusivo pa- e enfrentar a maratona interna- nehouse, Alicia Keys, Guns N’ A Opus atua no Estado produtora trouxe, dentre ou- emo My Chemical Romance, ra o eixo Rio-São Paulo. Tive- cional que viria logo a seguir, Roses, Radiohead, Backstreet desde 1976. É a produtora tros, os shows Akon, Rebel- trazendo a turnê do disco The mos algumas presenças pouco mas o resto do país não parou, Boys, Frank Sinatra Jr. KT que mais trouxe espetáculos des, , Lenny Kra- Black Parade para Curitiba e prestigiadas também como In- com presenças de Whitesnake, Kunstal, Disney on Ice. e Rage internacionais ao Rio Grande vitz, Matisyahu, Seal, Ben novamente Rio e São Paulo. terpol e Helloween, tudo isso Village People, Nazareth e RBD. Against The Machine. Como dá do Sul. Dentre as atrações se Harper e Joss Stone. Chegando um pouco mais apenas em março. E para fechar o semestre desse para notar, 2008 é um ano mui- destacam: The Cure, RBD, para o sul, mostramos que os Chegando ao mês de abril, ano, tivemos alguns dos shows to bem cotado para os shows Zucchero, Jethro Tull, B.B. Anos 2000 gaúchos também não ficam novamente os gaúchos entram mais esperados do ano como internacionais e mostra, defini- King, Village People, Kaiser atrás em matéria de shows in- na rota dos shows importados Joss Stone, que também pas- tivamente, como o Brasil, e Music com , Se- A Hit’s promoções iniciou ternacionais com a vinda do Iron com duas bandas de punk rock, sou pela capital gaúcha, e Ma- também o Rio Grande do Sul, pultura e Hellacopters, Dolo- seus trabalhos em 2006, com Maiden, comandado pela voz Funeral for a Friend e Rufio, e o ná, outros cantores que resol- entrou na rota destas apresen- res O’riordan, Maná entre a parceria entre Lucas Giaco- de Bruce Dickinson, em março, cantor Seal. Enquanto mais pa- veram visitar o Brasil em junho, tações históricas. muitos outros. molli e os irmãos Matheus e Diego Possebon. Mas ga- LEI ROUANET é o Cirque de Soleil, trazido ao país pela T4F (Time for Fun), que captou R$ Anos 90 nhou fôlego extra quando Um fator que facilita a vinda de shows ao Estado é a Lei Rouanet. A 9,4 milhões do incentivo fiscal do MinC. Mas, nem todos concordam com Cássio Lopes, com sua farta partir dela é possível que pessoas físicas ou jurídicas financiem projetos a lei. É o caso de Tania Farias, integrante Tribo de Atuadores, Ói Nóiz Aqui Uma nova geração de experiência em shows se jun- culturais . Até 60% do valor que é investido pode ser abatido no imposto de Traveiz, contrária a lei. No livro de Romulo Avelar – O Avesso da Cena, ela produtoras inicia as suas ati- tou ao grupo, em 2007, pos- renda. De acordo com o diretor da Opus, Carlos Konrath, “com a Lei Roua- afirma que “não existem políticas realmente públicas para a cultura. Com vidades na década de 90. Em sibilitando atrações interna- net todos saem ganhando, já que ela é positiva tanto para o idealizador do o surgimento do incentivo fiscal, o Governo abriu mão de sua responsabi- 92, surge a Opinião, e dois cionais, como Lauryn Hill e projeto quanto às empresas e ,principalmente, a sociedade”. E um exemplo lidade de fomentar o desenvolvimento da cultura. É muito cômodo”. anos depois, a Branco, res- The Doors. 16 junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Turismo

 mundo: jordânia Um potencial turístico a ser explorado Fotos: Asaph Borba Quando alguém chega na Jordânia sente logo a diferença. Apesar de, ao longo da história, ter sido um lugar de passagem e conflitos, o país é tranqüilo, moderno e acolhedor. Por ser um ponto estratégico, a nação situada ao leste de Israel, a oeste do Iraque, ao sul da Síria e ao norte de Egito e Arábia Saudita foi o palco de acontecimentos importantes narrados em textos da história antiga, inclusive na Bíblia.

Asaph Borba e Bruna Garbin

Pela Jordânia passou o povo de Israel rumo à terra prometida. Restaurante ao ar livre na cidade de Petra Em Mádaba, ainda se pode vi- sitar o local onde Moisés avistou Tendo em vista a sua impor- pa Terra Santa de Canaã, pois da- tância estratégica, Gerash li se ve o Mar Morto e o vale do manteve sua posição de me- Rio Jordão, este, até hoje, a trópole e, ainda hoje, é uma das maior fonte de água da região. maiores cidades da região. Esta nação árabe também Tal como Petra, as escava- era rota obrigatória das cara- ções no local são de relevante vanas que realizavam o comér- importância para a arqueologia cio entre o Oriente e Ocidente. moderna. A Jordânia, além dos Dentre as belezas históricas da locais já mencionados, apre- Jordânia, duas se destacam: senta na sua capital Amman, Petra e Gerash, por sua singu- uma união ímpar com o antigo laridade, riqueza arqueológica e o moderno. O deserto de Wa- e beleza arquitetônica, estas ddy Rhan é um espetáculo a são as duas cidades que apre- parte, no qual é possível visitar sentam melhor conservação da amigáveis colônias de beduí- história antiga. nos, os quais são hospitaleiros Petra, cidade dos lendários com os turistas. Nabateus, povo que deu ori- A cultura do país é de influ- gem aos arábios, foi um pólo ência árabe, mas com um to- comercial importante nos últi- que palestino, pois a interação mos séculos que antecederam histórica entre a Jordânia e a a era Cristã, quando, então, foi Palestina é grande. A música, conquistada pelos romanos, com os rítmos árabes típicos Petra, porém, não perdeu o seu Entrada de Petra em toda a região, é melódica “glamour”, mesmo sendo um e fala sobre o amor e os ro- dos pólos mais distantes do im- pedra avermelhada, tanto os je impressiona os visitantes. mances encantados das Ará- pério. A sua beleza foi protegi- prédios principais, quanto as Gerash, era a principal cida- bias. O artesanato explora os da e, até mesmo, ampliada com milhares de casas, onde as fa- de das Decápolis, o conjunto pontos arqueológicos e os novos prédios e construções. mílias moravam. das dez cidades mais importan- afrescos de ladrilhos, únicos na Ismail, um beduíno que ven- Por sua interação com as tes dos Romanos no Oriente, e Jordânia. A comida tem influ- de chá na parte alta da cidade, montanhas é que a cidade pas- mesmo depois da queda de Ro- ência libanesa e síria, porém, resumiu em poucas palavras a sou a chamar-se Petra. As des- ma, a cidade continua sendo um por ser quase toda produzida magia do local: “Passei minha cobertas arqueológicas na re- polo comercial e político da re- no vale fértil do Jordão, é de vida inteira aqui, e o tempo nun- gião foram de grande impor- gião. A sua conservação cativa, inigualável sabor. Tudo isto, e ca passa”. tância para o conhecimento da pois ali se pode ver os detalhes muito mais, faz da Jordânia um A cidade é única, totalmen- vida social e política da região. da arquitetura Greco-Romana dos lugares dos mais paradi- te esculpida nas montanhas de A conservação do local até ho- e como foi construída. síacos da mãe Terra. Portal de Gerash

Mesquita de Aman Colunas romanas em Gerash Turismo Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 17

 mundo: syria Uma história milenar

pouco conhecida no Brasil Fotos: Asaph Borba Situada no centro do Castelo dos Cruzados, nas proximidades de Homs Oriente Médio, a República Árabe da Síria tem uma riqueza histórica e cultural de mais de 4000 anos que vai além de suas polêmicas políticas.

Asaph Borba e Bruna Garbin

O país foi palco de impor- tantes acontecimentos da an- tiguidade. Por ali passaram os Persas (1100 AC); Alexandre, Oo Grande (350 AC) e as mais diversas legiões romanas (100 AC). Já na era Cristã, estiveram também presentes os árabes (660), os Cruzados (1100), ps- Turcos Otomanos (1500) e, re- centemente, Ingleses e Fran- ceses (1918). Todos deixaram suas marcas que fazem da Sí- ria um lugar com riquezas a se- rem exploradas. A capital Damasco é tida como uma das cidades mais antigas da história, deixando para trás Roma e a mística Je- rusalém. O mercado central, situado na cidade velha, é um dos pontos comerciais em fun- cionamento ininterrupto e mais antigo na história, onde se acha de tudo, desde artesanato até jóias em ouro. Ali pode ser en- contrada, além da culinária lo- cal, a tradicional comida árabe. O país, além de seus monu- mentos, reserva para os visi- tantes uma experiência cultural inigualável. Sua comida é rica em sabores orientais, com os temperos típicos como hortelã, coentro, alho e zátar. Acompa- “Os sírios sempre foram um povo amistoso, que gostam de tratar bem seus visitantes. nham os pratos típicos o azei- E mesmo com tantas guerras na sua história, a Síria tem vocação para a paz”. te de oliva, feito da maneira mais pura possível. A carne fa- Comidas tipicas da região vorita da região é a de ovelha, Pode ser ouvida em restauran- turas, soube guardar sua origi- mais rica, seca e saborosa do tes, hotéis e praças das princi- nalidade. que a consumida no Brasil. O pais cidades. O relevo na Síria é diversifi- frango e a pomba também são O artesanato, feito em cou- cado. De um lado o deserto, apreciados. ro, madeira e metal, com deta- que é um espetáculo a parte; A música é alegre, tocada lhes e cores, guarda os traços de outro, montanhas verdes e com alaúdes e tablas, com mui- milenares de um povo que, ape­ vales com plantações de trigo, to ritmo e melodias orientais. sar da influência das muitas cul- hortaliças e frutas. Hoje, a Síria é um país de maioria islâmica e, por isso, as mesquitas do- minam a paisagem. Bem cedo, antes do sol nascer, é possível ouvir o chamado para a oração muçulmana. é quando o movi- mento nas casas e ruas come- ça aparecer e só termina com o pôr-do-sol. Não é difícil en- contrar nas estradas beduínos conduzindo seus rebanhos de ovelhas, o que gera um con- traste entre os carros modernos e os costumes pastoris milena- res. A Síria, hoje, é o pais que mais abriga refugiados iraquia- nos (mais de 1 milhão), os quais encontram abrigo na atual crise política.

Casa de sucos em Damasco Alaúde Pastor de ovelhas perto de Alepo 18 junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA História

 “vocês não estão entendendo nada” 1968, um ano de grandes mudanças www.abril.com.br/fotos/maio-1968 Um ano atípico na história traram dois atores que foram mundial, com reflexos abandonados no mato, na pe- marcantes no Brasil riferia de Porto Alegre. O teatro e em Porto Alegre. amanheceu todo pichado. No intervalo da apresentação da Nathalia kurtz e peça, os agressores distri- Tiago Schirmer Pintaúde buiam panfletos nos quais se lia: “Hoje, poupamos a integri- O ano de 1968 foi palco de dade física dos atores e espec- inúmeras passeatas e conflitos tadores, amanhã,não!”. A tem- envolvendo estudantes contra porada da peça acabou ali e a ditadura imposta pelos milita- todos voltaram para São Pau- Ores. Entre os focos de manifes- lo, onde o grupo inicial de ato- tações estudantis estão o Co- res já havia sido espancado em légio Estadual Júlio de Castilhos, cena. Os músicos do sul faziam “Julinho” e o Restaurante Uni- sua oposição a exemplo de versitário da UFRGS, na Aveni- São Paulo. da João Pessoa. Os reflexos A posição dos artistas era foram além das manifestações de denúncia e apoio à luta po- estudantis e chegaram à músi- lítica, principalmente no teatro, ca e ao teatro com a irreverente onde o foco de resistência era “Tropicália”. maior e havia um alto nível de Conforme consta no Livro “A conscientização. especialmen- Guerrilha Brancaleone”, de Clau- Em 6 de maio, ocorre o confronto entre 13 mil jovens e a polícia nas ruas de París. Bombas de gás eram lançadas contra os estudantes te no Teatro de Arena, que com- dio Antonio Weyne Gutiérrez, no pletou recentemente 40 anos. dia 21 de abril, feriado de Tira- Os estudantes enfrentaram a espiral de violência e rebeldia relata Chagas, o movimento era centro do movimento”, disse Vigiado, censurado e até ame- dentes, estudantes gaúchos ati- as tropas de choque e a cava- que fez de 68 um ano de mui- muito forte, principalmente Chagas. Mas o restaurante da açado de invasão, o teatro de raram pedras e coquetéis mo- laria com barras de ferro, boli- tas lembranças. com a atuação da União Bra- UFRGS também foi palco de era palco das principais peças lotov nos jipes da Brigada Militar, nhas de gude e estilingues. O ano de 1968 foi diferente sileira de Estudantes Secunda- várias manifestações, como re- políticas, principalmente as de que era chamada de “Exército Porto Alegre não foi o berço dos demais da década, relata ristas (UBES). Passeatas, gre- gistra o escritor Gutiérrez. E Plínio Marcos e de Bertolt Bre- Brancaleone”, denominação ex- da revolta estudantil de 1968. Emílio Chagas, editor do Jornal ves, manifestações, ocupa- hoje, ironicamente, o local é cht. Na música, porém, não ha- traída do filme de Mario Monicelli As as manifestações iniciaram do Mercado, em especial em ções, congressos, pichações ocupado por um Departamen- via nada significativo, muito me- e marcada por atitudes de radi- no Rio de Janeiro e ganharam Porto Alegre, uma cidade que e panfletagem eram os princi- to da Polícia Civil. nos um movimento onde se cais e desastradas. força em 28 de março de 1968, já tinha tradição de luta política, pais meios de protesto e resis- ensaiasse uma frente de resis- www.historianet.com.br data em que, no centro do Rio como os episódios da Legali- tência política estudantil. Com TEATRO E MÚSICA tência contra a ditadura. Segun- de Janeiro,o jovem estudante dade, em 1961, e a resistência a ascensão do movimento, a do Emílio Chagas, “não tivemos Édson Luiz foi morto com um ao golpe de 64, bem próximo ditadura fechou os grêmios es- Chagas relata que a peça um movimento como a Tropi- tiro pela polícia. Como muitos de 1968. tudantis e muitos estudantes de teatro “Roda Viva”, escrita cália, com objetivos políticos, outros, costumava almoçar em militantes caíram à margem da por Chico Buarque de Holan- sociais e, principalmente, com- um restaurante barato, ponto MOVIMENTO lei, dirigindo-se para organiza- da, que veio se apresentar em portamentais, no qual figuram de encontro dos estudantes, ESTUDANTIL ções clandestinas, a maioria Porto Alegre, após ter sido ví- Caetano Veloso, Gilberto Gil e o Calabouço, considerado pe- armada. Com isso muitos fo- tima de violência no Teatro Gal- Tom Zé, e que encontraram eco los militares centro de subver- O movimento no Rio Gran- ram mortos e desapareceram pão, em São Paulo, os agentes em boa parte do regime militar. são. O choque entre policiais de do Sul tinha a União Nacio- após as prisões e torturas. “De- da repressão invadiram o hotel No cenário gaúcho, um músico e alunos era freqüente naque- nal dos Estudantes (UNE) como vo ressaltar que o Colégio Es- onde estava hospedado o gru- importante desse período, res- la região. A morte de Édson, entidade máxima da organiza- tadual Júlio de Castilhos, o Ju- po de atores e onde acontecia salta o editor, foi Raul Ellwanger, Édson Luiz, morto pela ditadura para muitos brasileiros, marca ção de resistência. Conforme linho, onde eu estudava, era o a montagem da peça. Seqües- um dos exilados.

www.abril.com.br/fotos/maio-1968 Movimento sacudiu a música e cultura brasileira No dia 3 de setembro, um tado o Ato Institucional Número 1968. É o que revelam as obras discurso no Congresso 5 (AI5). Os militares já comanda- que analisam a música e as ar- Nacional tornou-se um vam o Brasil desde 64. O decre- tes neste período. Dentre os motivo a mais para to permitia que o presidente sus- destaques, estão os cantores- combater a ditadura. pendesse o direito de votar e ser compositores Caetano Veloso votado, além de lhe conferir am- e Gilberto Gil, além das parti- Segundo o jornalista, Zuenir plos poderes para proibir mani- cipações da cantora Gal Cos- Ventura, autor do livro “ 1968 - O festações políticas, fechar o con- ta, do cantor-compositor Tom Ano que Não Terminou”, não gresso e acabar com o habeas Zé, da banda Os Mutantes e existiam grandes projetos em corpus. Ditadura ampla, geral e do maestro Rogério Duprat. A debate na Câmara dos Deputa- irrestrita. E a decisão veio de uma cantora Nara Leão, os letristas dos. Era hora do “Pinga Fogo”. reunião às pressas com o gene- José Carlos Capinan e Torqua- Foi quando os parlamentares ral - presidente Costa e Silva. Era to Neto, completaram o grupo “Passeata dos Cem Mil” manifestação da União Nacional dos Estudantes (UNE) contra o governo militar, ocuparam a tribuna para dar dis- a censura de volta ao País. O que teve também o artista grá- no Rio de Janeiro. No detalhe acima, o movimento Tropicália, que durou pouco mais de um ano e acabou cursos sem grande importância. jornal do Brasil de 13 de dezem- fico, compositor e poeta, Ro- reprimido pelo governo militar. Seu fim começou com a prisão de Gil e Caetano, em dezembro de 1968 Mas a fala de um jovem depu- bro trazia nas entrelinhas “Tem- gério Duarte, como um de seus tado, naquele dia, teve conse- po negro”. Temperatura sufo- principais mentores intelectu- Romantismo acabou reprimido pelo governo Teatro da Universidade Católica qüências graves. Marcio Morei- cante. O ar está irrespirável. O ais. Os tropicalistas deram uma e contestação militar. Seu fim começou com a de São Paulo. O público que lo- ra Alves atacou duramente os País está sendo varrido por for- histórica mudança no meio mu- prisão de Gil e Caetano, em de- tava o auditório queria ouvir mú- militares chamando-os de “tor- tes ventos...”. sical brasileiro. “A Tropicália foi De acordo com o jornal “O zembro de 1968. A cultura do sicas sobre política e, como a turadores” e recomendou às mo- O ano de 68 ficou conhecido o avesso da Bossa Nova”. As- Rebate”, algumas obras literárias País, porém, já estava marcada maioria das pessoas da época, ças que boicotassem os namo- como aquele que não terminou, sim Caetano Veloso define o como as de Oswald de Andrade para sempre pela descoberta da não compreendia novidades. O rados que usassem fardas. Aqui- em função das marcas que fica- movimento que, ao longo de elevaram algumas composições modernidade e dos trópicos. ”A provocativo Caetano agrediu vio- lo que poderia ter passado como ram no comportamento, na mú- 1968, revolucionou o status da tropicalistas ao status de poesia. Tropicália teve um papel funda- lentamente o público e chamou uma simples provocação, na ver- sica, na política e na moda. No música popular brasileira. O Na impossibilidade de falar aber- mental ao alertar o Brasil sobre o júri de incompetente para julgar dade, desencadeou uma crise centro disso tudo, estavam os grupo baiano procurou univer- tamente contra a ditadura em que estava acontecendo naque- sua música. Apareceu vestido que culminou com o fechamen- estudantes que transitavam entre salizar a linguagem da MPB suas canções, as principais ca- la época”, disse Gilberto Gil. Ca- com roupas de plástico brilhante to do Congresso. Os militares as salas de aula e as ruas. Eram usando elementos da cultura racterísticas dos integrantes do etano Veloso e Gilberto Gil volta- e entrou em cena rebolando, fa- queriam a cabeça e o mandato jovens que desafiavam o poder jovem mundial, como o rock, tropicalismo passaram a ser o ram a surpreender o público no zendo uma dança totalmente de Moreira Alves. Numa sessão e faziam uma das maiores ondas a psicodelia e a guitarra elétri- deboche e a ironia. Não faziam Festival Internacional da Canção erótica. Escandalizada, a platéia histórica, em 12 de dezembro de protestos que o país já viu. ca. “A guitarra, se tornou o sím- suas críticas de oposição ao re- (FIC), promovido pela Rede Glo- deu as costas para o palco. A de 1968, é negado o pedido de bolo do diabo em pessoa, a gime militar abertamente. Irreve- bo. A apresentação de Caetano resposta dos Mutantes, que se licença para processar o depu- TROPICÁLIA própria figura do cão, e aquilo rente, a Tropicália transformou em “É proibido proibir” ficou mar- apresentou a seguir, foi imediata: tado. Foi o golpe dentro do gol- que comprovaria que nós éra- não só a música e a política, mas cada como uma das apresenta- sem parar de tocar, viraram as pe, de acordo com o documen- O Tropicalismo foi um mo- mos alienados e estávamos também a moral e o comporta- ções mais polêmicas da época. costas para o público também. É tário da TV Cultura, “O AI 5, o vimento de ruptura que sacudiu entregando a música brasileira mento, o sexo e a moda. O mo- Naquela noite de domingo, 15 o que consta no livro Iniciação à dia que não existiu”. Na sexta- o ambiente da música e da cul- a influências estrangeiras”, vimento, libertário por excelência, de setembro de 1968, a música Música Popular Brasileira, de feira, 13 de dezembro, foi decre- tura brasileira, entre 1967 e lembra Tom Zé. durou pouco mais de um ano e foi recebida com muitas vaias no Waldenyr Caldas. Esportes Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA junho de 2008 19

 08h08 de 08/2008 A verdadeira Pequim dos Jogos Olímpicos Emmanuel Denaui Às 08h08 do dia 8 de talizam 302 eventos, dos quais agosto, inicia a cerimônia 165 provas masculinas, 127 fe- de abertura dos Jogos mininas e 10 mistas. Olímpicos de Verão que Na expectativa, encontra- se estendem até o dia 24. mos muitos atletas gaúchos Oficialmente conhecidos em destaque que competirão como os Jogos da XXIX este ano. E dentre eles temos Olimpíada, serão os judocas Tiago Camilo, May­ realizados em Pequim, ra, a brasileira mais jovem do na República Popular quadro de atletas e João Der- da China. O número oito ly, esperança de medalha de significa prosperidade ouro. Marcos Daniel, do tênis, na cultura chinesa. Fabiano Peçanha, pelos 800m, Daiane dos Santos, na ginás- Julianna Uzejka e tica e, Fábio Pilar e Samuel Al- Emmanuel Denaui brecht, velejadores que tam- bém integram a lista de desta- Fugindo à regra dos demais ques gaúchos. jogos muitos dos seus eventos ocorrerão em instalações cons- Olimpíadas no Brasil? truídas em cidades vizinhas e Fna cidade litorânea de Qingdao. Com relaçao à possibilidade Os eventos eqüestres terão se- do Brasil sediar os próximos de em Hong Kong e será a se- Jogos Olímpicos, o professor gunda vez na história que os de Educação Física da Rede Jogos Olímpicos acontecem Metodista do Sul do IPA, Ra- em dois Comitês Olímpicos Na- mão Paz, ressalta que isso tra- cionais (CON). ria grandes mudanças na me- Os países favoritos às me- lhoria de toda a infra-estrutura dalhas são China (por estar em da cidade sede, além de de- casa), EUA e Rússia. O Brasil, senvolver os esportes em sua apesar de não estar entre os amplitude e oferecer oportuni- destaques, conquistou a sua dades de trabalho. Para o pro- melhor colocação, 15º lugar, no fessor, tanto a cidade sede co- quadro geral de medalhas, na mo o país se destacariam como Atletas da Academia White Tiger de Taekwondo, localizada no bairro Cidade Baixa, Porto Alegre última Olimpíada. pólo turístico, proporcionando No total, serão 31 modali- uma troca de culturas e de co- dades esportivas, das quais nhecimento. Mas, em contra- nove foram adicionadas neste ponto, salienta que “só pesso- Curiosidades imperdíveis ano, incluindo dois de BMX (no- as de grande poder aquisitivo va disciplina do ciclismo), os poderiam assistir aos jogos”. - Na história das olimpíadas, o personifica o ato de vencer. 1956, o atleta são-paulino trouxe Teixeira, participou como atleta 3000 metros com obstáculos O que significa elitizar o pú- Brasil já conquistou um total É sempre encontrada em as duas estrelas douradas para a de duas Olimpíadas, uma em feminino, no atletismo olímpico blico assistente, uma vez que de 76 medalhas, sendo 38 de troféus e medalhas. bandeira do São Paulo. Seul, em 1988, e outra em e, como parte dos eventos da os ingressos se tornariam ina- bronze, 21 de prata e 17 de ouro. Barcelona em 1992. Em ambas natação, a maratona aquática cessíveis à maioria dos brasi- - A primeira medalha de ouro do - Em 1972, as Olimpíadas de competiu no atletismo. masculina e feminina. Também leiros. - Colocação geral do Brasil no Brasil foi de Guilherme Paraense, na Munique foram paralisadas ocorrem substituições de re- Para Ramão, as Olimpíadas quadro de medalhas dos Jogos prova de tiro nos jogos Olímpicos pela primeira vez, por uma - A primeira medalha do Brasil gras como a que altera a dis- movimentam nações de todo Olímpicos: 39º lugar. de Antuérpia, em 1920, ano de ação terrorista promovida por nos esportes coletivos foi em puta em duplas por grupos no mundo, valorizando esperança estréia do Brasil nas Olimpíadas. palestinos. No total, 18 pessoas Barcelona, 1992, medalha de tênis de mesa e na esgrima. e trazendo de volta o orgulho - Para os cubanos, um atleta só se foram mortas, incluindo atletas ouro no vôlei masculino. As Olímpíadas de Verão to- do pelo seu país. encontra pronto para competir - Adhemar Ferreira da Silva é o israelenses, terroristas palestinos em uma Olimpíada após 10 único atleta brasileiro com duas e policiais. - Desde a sua primeira Fotos: Divulgação a 12 anos de treinamento e medalhas de ouro nas Olimpíadas. participação, o Brasil deixou de acompanhamento. Participante dos jogos Olímpicos - O professor de Educação Física enviar atletas apenas aos Jogos de Helsinquia, na Finlândia, em da Universidade do Vale do Rio Olímpicos de 1928 devido à crise - A imagem da deusa Vitória, 1952 e Melbourne, Australia, em dos Sinos (UNISINOS), Jorge financeira da época.

 destaques dos pampas João Pilar e Derly Albrecht

Alegre (Sogipa), João Derly, 27 brecht também estarão em Pe- anos, começou sua carreira no quim. Eles garantiram a vaga Tommie Smith (C) e John Carlos (D) no gesto judô aos 6 anos de idade. Fa- após ficarem em 29º no Mundial que marcou o movimento dos “Panteras negras” vorito do Brasil e no mundo, da categoria disputado em Mel- Derly se prepara para sua pri- bourne, na Austrália. A vela é meira Olimpíada, cujo título é umas das modalidades que Panteras-negras Judoca gaúcho, atleta da um de seus mais novos desa- A dupla de velejadores gaú- costuma render medalhas ao Sociedade de Ginástica Porto fios de sua carreia. chos Fábio Pilar e Samuel Al- Brasil. Baixar a cabeça e, ao in- Califórnia. O movimento pre- vés de cantar o hino do seu gava o armamento de todos país erguer solenemente os os negros que se sentissem seus punhos cobertos por lu- ameaçados pelo poder poli- Renan Fabiano vas negras e mostrar que cial. O partido foi efetivamen- eram lutadores do movimen- te desfeito nos anos 80. to black power (poder negro), Defendiam o livre porte de Soares Peçanha foi o ritual dos panteras ne- armas e buscavam junto à so- gras ao receber a premiação ciedade ampla igualdade co- pelos 200 metros rasos nas mo forma de renovar a histó- contou ao Universo IPA que foi anos, é mais um gaúcho con- olimpíadas de 1968, na cida- ria sangrenta da escravidão e convocado para a Seleção Bra- firmado para as Olimpíadas de de do México. do pré-conceito. Seu lema sileira para as Olimpíadas de Pequim. Atleta dos 800m, Pe- Os panteras-negras, ori- mais conhecido era: “acredi- Pequim. çanha iniciaou sua carreira no ginários do partido negro re- tamos que o povo negro não Após superar a Hepatite A, atletismo em 1992 e, ao vencer volucionário, constituiam um estará livre até não sermos o jogador está recuperado e os 1500m, com o tempo de movimento marxista que sur- capazes de determinar nosso O goleiro do Sporte Club In- garante que o seu ritmo de jo- Atleta natural de Santa Cruz 3m56s72, atingiu marca recor- giu em 1966, em Oakland, na próprio destino”. ternacional, Renan, 23 anos, go continua o mesmo. do Sul, Fabiano Peçanha, 26 de para os Jogos de Pequim. 20 junho de 2008 Jornal do curso de Jornalismo do Centro Universitário Metodista do IPA Esportes

Fotos: Rodrigo Domingos  intrépidos volantes História da Stock Car

A Stock Car, principal A História No inicio da década de 90, categoria automobilística a GM voltou a investir pesado do Brasil, completa 30 O dia 22 de abril de 1979 na categoria ao organizar e fa- anos de história e está entrou para a história do auto- bricar um protótipo monobloco. mais forte do que nunca. mobilismo brasileiro. Foi nesta Devido à decadência de públi- Com duas categorias de data em que ocorreu a primeira co e de espaço para categorias acesso, a Stock Car Light prova do Campeonato Brasilei- mais baratas, patrocinadas por e a Stock Car Júnior, ro de Stock Car, no autódromo outras montadoras, a categoria conta com a presença de de Tarumã, na cidade gaúcha passou por nova transformação pilotos de peso. E entre de Viamão. Segundo Hoffmann, em 1994, quando o Omega é eles está o maior campeão, “a Stock Car foi criada pela Ge- adotado como veículo. o experiente Ingo neral Motors-GM, com o intuito A partir de 2000, houve mu- Hoffmann, 55 anos de divulgar o Opala, e ao mes- danças na Fórmula 3. A GM dei- Ingo Hoffmann, o maior campeão da história do Campeonato Brasileiro de Stock Car de idade, 37 dos mo tempo rejuvenescer a ima- xou de organizar a competição quais dedicados ao gem do carro, através das cor- e a empresa Vicar, de proprieda- ção às corridas, a patrocinadora os pilotos passem por essa ca- acontecer, mesmo os carros automobilismo, 30 de ridas”. A primeira prova contou de do ex-piloto Carlos Col, as- oficial do evento, criou o Prêmio tegoria para adquirir experiên- sendo muito seguros”. atuação na Stock Car e com a presença de 19 Opalas sumiu a administração do even- “Velocidade”, para o piloto mais cia, antes de alcançar a cate- uma centena de vitórias. de seis cilindros e a pole posi- to. A fim de modernizar a com- veloz, isto é capaz de completar goria principal da Stock. Stock Car Júnior tion foi de José Carlos Palhares, petição e melhorar a segurança a volta em menor tempo. Alguns pilotos transitaram Diego Oyarzabal, Guilherme conhecido como “O Capeta”, dos pilotos, a Stock Car come- O ano de 2008 ficará mar- pela Stock Light e dentre eles A Stock Júnior nasceu em Rosito, Rhavine Dinat Falcão com o tempo de 1min23s00, çou a utilizar um chassi tubular. cado pela despedida do piloto temos: , Cacá função do sucesso das cate- Lucas Figueiró e mas a vitória acabou ficando O ano de 2005 marcou a que está há mais tempo na Sto- Bueno, Thiago Marques, Carlos gorias Stock Car V8 e Stock Rodrigo Domingos com o piloto Affonso Giaffone. categoria com outro grande ck Car. Em sua 30° temporada, Col (hoje organizador e promo- Light. Criada em 2006 para re- Nessa época, relata Ingo, au- acontecimento. Foi uma prova Ingo acredita ter chegado a ho- tor do Campeonato Brasileiro ceber jovens saídos do kart e Em entrevista ao Universo sente na prova, retornava ao realizada fora do Brasil, em ra de parar. “Foram muitos os de Stock Car), Mateus Greipel, que buscavam iniciar em cate- IPA, Hoffmann relatou os even- automobilismo brasileiro, de- Buenos Aires, valendo pontos momentos marcantes e, sem Luis Carreira Jr., Diogo Pa- gorias de turismo, o seu obje- tos históricos da Stock Car. E pois de uma breve passagem para o campeonato. Nesse dúvida, cada campeonato ga- chenki, Pedro Gomes, Guto tivo é “alcançar pilotos expe- assim, ao pontuar os destaques, pela Fórmula 1, onde correu pe- mesmo ano a categoria passou nho tem sua importância”. Pa- Negrão, Alceu Feldmann, Nonô rientes que não se profissiona- aoE longo de três décadas da ca- la equipe Copersucar-Fittipaldi. a ser multimarca e, pela primei- ra ele a maior preocupação é Figueiredo, e Fá- lizaram”, afirma Hoffmann. tegoria, é possível perceber que De 1989 a 1995, o piloto pas- ra vez, o carro Mitsubishi-Lan- “parar competindo” e isto está bio Carreira entre outros. No ano passado a Stock a história está intimamente liga- sou a dominar e a conquistar cer participava da Stock, junto acontecendo, pois anunciou Ao contar a história da cate- Jr. passou por uma significativa da à sua trajetória de piloto. In- títulos na categoria. com o Chevrolet-Astra. este ano como o último, na po- goria, Ingo destaca a troca dos mudança. Hoje os carros não go já competiu na Fórmula 1 Em 1982, aconteceram du- Já em 2006, em Intelagos, le-position, prova de abertura Ômegas pelos mais modernos podem mais ser divididos por pela equipe Copersucar-Fittipal- as corridas no Autódromo de Ingo Hoffmann venceu a última da temporada de 2008’. Astra, em 2003 aconteceu. E na dois ocupantes. “É mais uma di, e é o maior campeão da his- Estoril, em Portugal, fato que prova do ano e completou um temporada de 2004, os Stock categoria dentro do evento, na tória do Campeonato Brasileiro ficou marcado como a primeira número expressivo de 100 vi- Stock Car Light Light ganharam os motores V8 qual os pilotos novos podem de Stock Car, com 12 títulos. consagração da categoria. tórias na carreira. com menor potência do que os adquirir experiência, com um Durante os 30 anos deixou de Com a intenção de manter Em 2007, a quarta marca en- A Stock Car Light foi criada Stock V8. Mas o mais triste, re- custo relativamente baixo”, participar apenas da primeira um baixo nível de custos, foi cria- trou na competição: a empresa no ano de 1993, com o objeti- lata o piloto, ocorreu em 09 de complementa Ingo. corrida, em Tarumã, pois seu do um regulamento, procurando francesa Peugeot, com seu “es- vo de facilitar o acesso aos es- dezembro de 2007, quando a Os carros tinham formas qua­ carro não ficou pronto a tempo. equilíbrio entre as equipes, sem tiloso” carro, modelo 307 sedan. treantes na Stock Car. As pro- Stock Car Light, atual Copa Vicar, dradas e ganharam o apelido de E ressalta: “é muito bom ter ven- comprometer as performances Foi também nesse ano que a vas ocorriam como preliminares viu um acidente fatal que tirou a “calhambequinho”. A velocidade cido por 12 vezes este Campe- dignas das competições inter- Stock Car ganhou um novo no- da Stock Car V8, seguindo o vida do piloto Rafael Sperafico, média era de 128 Km/h, chegan- onato”, um recorde que dificil- nacionais, como a Nascar, a me, “Copa Nextel Stock Car”. mesmo calendário. Para Hoff- de 27 anos. Primo de Rodrigo e do à 200 Km/h. Em seu primeiro mente alguém alcançará. Stock Car Americana. Com o objetivo de dar mais emo- mann, é muito importante que Ricardo Sperafico, que atuam na ano em 2006, foram realizadas elite da , Rafael 22 provas. E hoje, as corridas são morreu durante a sexta volta da realizadas nos mesmos dias da Entrevista: Thiago Marques etapa de Interlagos, na prova de Stock Car V8, totalizando, ao final encerramento do ano. do campeonato, 24 corridas. Questionado sobre a desis- O primeiro treino da Stock Jr, nova geração tência de algum piloto devido foi no dia 5 de abril de 2006, no O piloto Thiago Marques, 28 cer um campeonato da Stock Car ao acidente ocorrido, Ingo, que Autódromo Internacional José anos, tem uma trajetória de suces- Light em seu primeiro ano no au- presenciou a morte de Rafael Carlos Pace (Interlagos), em São so na Stock Card. Apesar de ser de tomobilismo? Sperafico, afirma: “na realidade Paulo. Foram quatro sessões, uma família ligada ao automobilis- Thiago - Foi uma surpresa eu nunca vi piloto nenhum de- sendo o piloto Thiago Riberti o mo há muito tempo, só demonstrou enorme. Ninguém, muito menos eu sistir devido a um acidente que mais rápido nos testes, com um vontade de ser piloto de corrida em podia acreditar que aquilo estava tenha resultado em morte. tempo de 2min00seg936. Mas, 2001, quando tinha 20 anos. acontecendo. Mas enfim, foi um ano Acho que cada piloto tem sua a primeira pole position foi de Após vencer o campeonato de perfeito em minha vida onde tudo maneira de superar a morte. Eu Cássio Homem de Melo, tempo Stock Car Light no ano de 2001, an- deu certo. assim como eu, e resolveu seguir lar sobre o piloto Renato Russo e sei que isto faz parte e pode de 2min00seg554. tes da última prova, despontou co- Universo IPA - Durante esses seu destino em outra equipe. da possibilidade de alguns pilo- mo piloto e passou para a categoria anos de Stock teve algum aciden- Universo IPA - Como é conci- tos ingerirem bebidas antes das V8 em 2002, como um dos favoritos. te ou algum momento em que vo- liar a Stock Car com outra grande provas. Você tem conhecimento Filho do ex-piloto da Stock Car, Paulo cê pensou em desistir de correr? modalidade como a GT3? de algum caso e que acha do an- de Tarso Marques e irmão de outro Thiago - Nunca pensei em pa- Thiago - É cansativo, mas acho tidoping? grande piloto da Stock Car V8, Tarso rar de correr por qualquer acidente. que é bacana. Gosto do que faço, e Thiago - Acho interessante o Marques, que já correu na Fórmula Todos nós pilotos sabemos do risco me sinto realizado. Em quase todos antidoping sim, porém não conheço 1 pela Minardi, Thiago resolveu se- que passamos, mas é a nossa pro- os fins de semana tenho alguma o Renato Russo e nunca sequer ouvi guir os mesmos passos e, hoje corre fissão, então, é melhor nem pensar corrida. Estou feliz assim, e gostaria falar de pilotos que bebem quando na Stock Car V8, pela equipe K-Med em acidentes. de no próximo ano, continuar tendo vão entrar no carro. Racing. Além da Stock Car, o piloto Universo IPA - A Stock Car a oportunidade de estar nas duas Universo IPA – Recebemos faz história também na categoria de transmite uma imagem de uma principais categorias do automobi- uma informação de que os dois Circuito Brasileiro automobilismo GT3. grande família e sua família é li- lismo nacional. piores pilotos do ano, no campeo- No dia 21 de junho, a equi- mas na corrida foi ultrapassado, “Tudo aconteceu muito rápido gada ao automobilismo há muito Universo IPA – Em uma en- nato da Stock Car V8, cairão para pe de esportes do Universo IPA, logo na primeira curva, por Cacá em minha carreira, e acho que, ano tempo. Como os pilotos encara- trevista no site do ‘you tube’ a Light, hoje Vicar, essa informa- acompanhou a 4º etapa do Cir- Bueno, que daí em diante liderou a ano, estamos mais maduros pa- ram o acidente que tirou a vida você revela que não pensa em ção é verídica? cuito Brasileiro da Stock Car, em até a chegada, se consagrando ra colher boas vitórias”, diz o piloto. do piloto Rafael Sperafico? correr na Fórmula 1 e que an- Thiago - As duas piores equipes Santa Cruz do Sul. A manhã ge- vencedor e fazendo com que pu- Thiago falou ao Universo IPA sobre a Thiago - Foi triste, principal- dar em um carro ruim não vale caíram. Isso vem do código despor- lada em Santa Cruz não intimidou lasse da quinta colocação para sua carreira e, também, apontou os mente por sermos ligado à família a pena. Você se refere ao seu ir- tivo do final do ano passado. os fanáticos por automobilismo terceiro no campeonato, com e fez com que a corrida fosse (53pts), se aproximando dos lí- planos para o futuro. Sperafico. São coisas da vida, e ti- mão, o piloto Tarso Marques? A Universo IPA – Quais os mo- quente fora e dentro da pista. A deres (65pts) e vemos que superar aquela dor ra- Fórmula 1 nunca fez parte dos mentos marcantes no automobi- prova teve alguns acidentes, pois (74pts). Universo IPA - Quando você pidamente. seus planos ou hoje você pensa lismo? as curvas do Autódromo exigem A corrida Stock Light, só foi de- descobriu sua grande paixão pe- Universo IPA - Houve algum diferente? Thiago - Foram os dois primei- muita atenção. A sujeira deixada cidida nas últimas voltas. O piloto lo automobilismo? Foi inspirado desentendimento entre você e o Thiago - Não me referi especi- ros anos, em que fui campeão e pela chuva que ocorreu no dia an- Paulo Salustiano conquistou a vitó- em alguém? piloto Cacá Bueno para que dei- ficamente ao meu irmão, mas sim à quando ganhei o prêmio ‘capacete terior, contribuiu para que Safety ria após ultrapassar o piloto Fábio Thiago Marques - Sempre gos- xassem de ser companheiros de maioria dos pilotos brasileiros que de ouro’ como melhor piloto brasi- Car (carro de segurança) entras- Carreira. Já na Stock Jr. a alegria tei de corrida. Minha infância sem- equipe? não conseguiram se manter lá. Es- leiro em categorias de turismo. se em ação. ficou por conta do baiano Patrick pre foi ligada a carrinhos de corrida Thiago - Nunca. Já nos enros- tou bem no Brasil e não pretendo Universo IPA - Quais são os O piloto Cacá Bueno sempre Gonçalves que largou em terceiro e e não a super heróis. Depois, me camos em algumas corridas, mas sair daqui por nada. Já tive convites planos para o futuro? vai bem quando corre em solo superou seus adversários nas pri- inspirei em meu pai e, em seguida, faz parte. O Cacá não continuou na de outras categorias internacionais, Thiago - Meus planos são me gaúcho e dessa vez não poderia meiras voltas. Ao final da competi- ser diferente. No treino de clas- ção, o clima de axé de Patrick em- em meu irmão. Minha família inteira equipe Petrobrás em 2006, por op- mas nunca sequer passou pela mi- manter no Brasil e, se possível, na sificação, a poliposition (primeira polgou os gaúchos que enfrentaram sempre foi aficionada pelas pistas. ção da própria Petrobrás e, talvez, nha cabeça sair daqui. Stock e GT3 que são as principais posição) foi de Duda Pamplona, o frio por amor ao automobilismo. Universo IPA - Como foi ven- do Cacá. Ele é um piloto profissional, Universo IPA - Já ouvimos fa- categorias da atualidade.