A Seleção Brasileira Em Caxambu
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6 ISSN – 2448-2196 1 0 2 o t s o g a & o h l u j • 9 3 . N O SUBMUNDO DA HISTORIOGRAFIA Deus, Homem e Religião na Idade Média A seleção brasileira em Caxambu Movimentos Espiritualistas – séculos XVIII e XIX Escravilizado Resenhas: História do negro brasileiro e Trotsky & México: Duas Revoluções do Século XX 39 A Revista de História Amnésia é Imagem da capa: Iluminura representando três uma publicação bimenstral. Os classes sociais da sociedade medieval: o clero artigos enviados poderão ser religioso, um cavaleiro da nobreza e os camponeses. publicados caso sejam aprovados Wikipedia pela Revista. As opiniões expressas nos artigos assinados são de responsabilidade exclusiva de seus autores. REVISTA DE HISTÓRIA AMNÉSIA ISSN – 2448-2196 Expediente LUIZ ALBERTO FUNDADOR E EDITOR-CHEFE ARTUR ESTEVES Editor e revisor MARCELO CAMPOS Editor e revisor RODRIGO MELO Diagramação Acesse o nosso blog: revistaamnesia.wordpress.com Quer publicar um artigo? Entre em contato conosco: Correio eletrônico: [email protected] 39 julho & agosto / 2016 05 - Editorial 06 - A seleção brasileira em Caxambu Paulo Paranhos 09 - Movimentos Espiritualistas – séculos XVIII e XIX Nicolas Theodoridis 12 - Deus, Homem e Religião na Idade Média Robson Luiz de Melo 15 - Escravilizado Carlos Brunno S. Barbosa 16 - Resenhas: História do negro brasileiro, de Clóvis Moura, e Trotsky & México: Duas Revoluções do Século XX, de Adolfo Garcia Videla Rodrigo Melo Editorial As ocasiões que a seleção Carlos Brunno S. Barbosa brasileira de futebol se concentrou o b s e r v a e p o e t i z a a l g u n s na cidade mineira de Caxambu são d i s s a b o r e s c o t i d i a n o s e m relatadas por Paulo Paranhos. Escravilizado. Entre 1938 e 1966 foram três para o Mundial, uma para a Copa Roca A leitura de História do negro e uma para um Sul-americano. brasileiro, de Clóvis Moura, e a visualização de Trotsky & México: Quando se trata do século XVIII Duas Revoluções do Século XX, de europeu, via de regra vem à mente Adolfo Garcia Videla, é o que o racionalismo iluminista, o qual sugerem as resenhas de Rodrigo enxerga através da dualidade Melo. m a t é r i a / e s p í r i t o . N i c o l a s Theodoridis nos mostra que, fora d o e s c o p o d o s p r o s c ê n i o s acadêmicos, no referido século e n o s e g u i n t e , m o v i m e n t o s espiritualistas e vitalistas como o o c u l t i s m o , m e s m e r i s m o e homeopatia, por exemplo, ganharam muitos adeptos tanto nos meios científicos como populares. Robson Luiz de Melo pretende, de forma sucinta, esclarecer os conceitos sobre homem, religião e Deus dentro do contexto da Idade Média. Sobretudo as implicações culturais e sociais, com base na observação do indivíduo da medievalidade no seu entender sobre o tempo, a guerra, o trabalho e a sociedade. Também responder a questão derivada da estrutura da sociedade medieval, em que se estabelece sua forma central na ideia de Deus. Editores REVISTA DE HISTÓRIA AMNÉSIA • TERESÓPOLIS • N. 39 • P. 05 • JULHO/AGOSTO 2016 Paulo Paranhos [email protected] Textos Paulo Paranhos é historiador e A seleção brasileira membro do Instituto Histórico e Geográfico em Caxambu de Minas Gerais IHGMG Foto: selecionado de 1966 na frente do Hotel Glória. Arquivo do autor Neste ano de 2016, são lembrados os 50 anos em que, pela última vez, esteve na cidade de Caxambu, Minas Gerais, o selecionado brasileiro para os treinos visando a uma Copa do Mundo. Na realidade, foram três vezes para Copa do Mundo, uma vez para a Copa Roca, de 1945, e uma vez para um Sul-Americano que aconteceu na Argentina no ano de 1946. Começando pelo selecionado de 1938, a Copa seria disputada na França e o Brasil participaria pela terceira vez. Os jogadores convocados chegaram em Caxambu no início do mês de abril daquele ano, com uma recepção calorosa dos caxambuenses. Ficaram hospedados no Hotel Lopes, próximo, inclusive, do campo de treinamento, o da Associação Atlética Nacional (terreno no qual seria, posteriormente, construído o Hotel Glória novo). 6 REVISTA DE HISTÓRIA AMNÉSIA • TERESÓPOLIS • N. 39 • PP. 06 - 08 • JULHO/AGOSTO 2016 Textos O primeiro treino, pouco concorrido, por sinal, para a presidência da República e os jogadores não foi o que se esperava, mesmo porque no dia fizeram questão de votar em Caxambu, o que lhes 11 desabou um temporal como nunca visto na foi concedido pela Justiça Eleitoral da ocasião. cidade. A foto mostra os jogadores Romeu e Domingos com o técnico Adhemar Pimenta Em 1946 a seleção brasileira esteve hospedada no travando conhecimento com a bola que seria Hotel Marques, em preparativos para o Sul- usada na Copa, na varanda do Hotel Lopes. Americano na Argentina onde também não logramos êxito. Vejam o nosso selecionado na foto abaixo. Norival, Ary, Domingos da Guia, Ivan, Foto: Ruy e Jaime arquivo de Almeida do autor Lima, Zizinho, Heleno de Freitas, Jair da Rosa Pinto e Ademir Menezes. Arquivo do autor Depois, em 1954, a seleção aqui também se preparou para o Mundial que aconteceu na Suíça. Alguns meses antes foi intensa a expectativa sobre o local da concentração do selecionado brasileiro, mas depois que os representantes da CBD visitaram Caxambu, tão logo regressaram ao Rio de Janeiro, determinaram de imediato que as malas dos craques fossem arrumadas e para cá despachadas. Adhemar Pimenta levou para a concentração Basearam-se nas instalações do nosso balneário e jogadores de alto nível para comporem o suas águas minerais. Um dado interessante: qual o selecionado brasileiro, mas mesmo assim foi motivo de Caxambu ser sempre lembrada para a preciso organizar a equipe reserva, nos treinos, concentração da seleção brasileira, principalmente com jogadores de nossa cidade. Inclusive o entre 1946 e 1966? O superintendente da então nosso Waldomiro Jamal, conhecido como CBD era Irineu Chaves, que possuía uma “Caxambu”, foi escalado para participar de um propriedade em Caxambu e que, posteriormente, treino e acabou marcando um golaço. O veria um de seus filhos contrair matrimônio com presidente da CBD (a então Confederação uma senhora da cidade, daí esse privilégio que foi Brasileira de Futebol) era o Dr. José Maria concedido à cidade para receber os craques da Castello Branco; o chefe da delegação foi o Sr. seleção brasileira de futebol. Alarico Maciel e, a convite dele, a Sra. Alzira Vargas, filha do então presidente da República, Independentemente desse aspecto afetivo, também foi a madrinha da seleção brasileira. os médicos e preparadores físicos achavam que os O nosso time base era composto por Valter, n o s s o s c r a q u e s d e i x a r i a m C a x a m b u Domingos e Machado, Zezé, Martim e completamente revigorados, isto é, em absoluta Afonsinho; Lopes, Romeu, Leônidas, Perácio e forma de saúde, mesmo porque, segundo eles, Patesko. Leônidas foi o artilheiro da competição qualquer atleta do mundo que se sentisse cercado de com 7 gols. todas as oportunidades esplendidamente salutares, como as do Parque de Caxambu, teria sobre o Em 1945 o selecionado brasileiro também adversário, na hora da peleja, uma vantagem esteve em Caxambu, para se preparar para a considerável. disputa da Copa Roca daquele ano. Um fato interessante é que estavam marcadas eleições REVISTA DE HISTÓRIA AMNÉSIA • TERESÓPOLIS • N. 39 • PP. 06 - 08 • JULHO/AGOSTO 2016 7 Textos Os jogadores ficaram hospedados desta feita no Na realidade não conseguimos levantar o Palace Hotel. Ali receberam, inclusive, a visita tricampeonato naquele ano, que foi ganho pela do então governador de Minas Gerais, Juscelino anfitriã Inglaterra e tivemos a pior participação de Kubistchek, que adiante viria a ser presidente da todos os tempos, com um time base formado por República. Na foto vemos o então governador Gilmar, Djalma Santos e Bellini; Altair, Denilson e Juscelino e ao seu lado o superintendente Irineu Paulo Henrique; Garrincha, Lima, Alcindo, Pelé e Chaves, no momento da refeição dos jogadores. Jairzinho. O técnico foi o Vicente Feola e a supervisão da seleção estava a cargo de Carlos Nascimento. O nosso médico crenólogo, Dr. Lysandro Carneiro, foi o responsável pela prescrição do tipo de água mineral que cada jogador poderia tomar e o Dr. Nagib Salomão foi Foto: requisitado para tratamento dentário em vários arquivo craques do nosso selecionado. do autor Garrincha e Pelé no campo do CRAC. Arquivo do Infelizmente, nesse ano alcançamos o 6º lugar na autor competição, que teve como vencedora a Alemanha. Nossa equipe base contava com Castilho, Pinheiro e Brandãozinho; Djalma Santos, Bauer e Nilton Santos; Julinho, Didi, Baltazar, Pinga e Rodrigues. Um detalhe interessante: foi nessa Copa que usamos pela primeira vez a camisa amarela, pois até então jogávamos com a camisa branca. Outro momento de concentração foi para os preparativos da Copa de 1966. A seleção ficou hospedada no Hotel Glória e fazia seus treinamentos no campo do CRAC, jogando entre si e contra equipes como o Tupi, de Juiz de Fora, o Esportivo, de Guaratinguetá e o jogo-treino mais concorrido, contra o Atlético Mineiro. Os craques chegaram em Caxambu em 19 de abril, vindos de Lambari, e o assédio aos jogadores foi muito grande, principalmente por parte dos políticos, uma vez que éramos bicampeões e os preparativos para o tri seriam em Caxambu. Veio gente de tudo quanto era canto do sul de Minas e de outros lugares também! O repórter Carlos Schinner informou em seu livro que o sossego dos jogadores era Foram cinco vezes em que a seleção esteve aqui quase nenhum, pois bastava um deles botar o pé concentrada e, infelizmente, não demos muita para fora do hotel que era logo assediado por sorte.