UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Centro De Letras E Comunicação Programa De Pós-Graduação Em Letras
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS Centro de Letras e Comunicação Programa de Pós-Graduação em Letras TESE MEMÓRIA E RESISTÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE O PRÉ-CONSTRUÍDO E O DISCURSO TRANSVERSO ATRAVÉS DA IRONIA EM MAFALDA Luciane Botelho Martins Pelotas, 2020 Luciane Botelho Martins MEMÓRIA E RESISTÊNCIA: UM ESTUDO SOBRE O PRÉ-CONSTRUÍDO E O DISCURSO TRANSVERSO ATRAVÉS DA IRONIA EM MAFALDA Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial para a obtenção do título de Doutora em Letras. Orientadora: Aracy Ernst (UFPEL) Coorientadora: María Alejandra Vitale (UBA) Pelotas, 2020 Dedico Aos que resistem aos governos autoritários, golpistas e repressores. Agradecimentos À minha orientadora Profª. Drª. Aracy Ernst, pelas disciplinas ministradas ao longo do curso, as quais foram essenciais para que eu compreendesse o funcionamento da AD e me apaixonasse cada vez mais pela teoria. Agradeço muito pela orientação que me permitiu ousar e superar meus próprios limites, e agradeço, sobretudo pela sabedoria, pela atenção, pelo carinho e pelo afeto com que me conduziu desde o mestrado em 2014. À Universidade de Buenos Aires, ao Instituto de Letras da UBA e à Profª. Drª. María Alejandra Vitale pela calorosa acolhida durante os quatro meses que estive em Doutorado Sanduíche, pelo aceite na coorientação do trabalho, pela atenção e motivação nos encontros que me proporcionaram novas aprendizagens e por apontar caminhos na busca de novos materiais para a pesquisa. Ao Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPEL pelo acolhimento durante o difícil processo de migração do PPGL, em especial à Profª. Drª. Daiane Neumann que, na condição de coordenadora do Programa, foi incansável durante esse período, estando sempre atenta às demandas dos pós-granduandos. À Profª. Drª. Luciana Iost Vinhas pelos conhecimentos compartilhados na disciplina de “Tópicos Especiais em Discurso, Ideologia e Sentido” (em parceria com a Profª. Drª. Aracy Ernst), pelo carinho e atenção com que realizou a leitura do meu trabalho, trazendo contribuições, questionamentos e reflexões que visaram enriquecê-lo, e também por aceitar participar das bancas de qualificação e de defesa desta tese. Ao Prof. Dr. Alexandre Ferrari Soares pelo aceite em compor a banca de qualificação e apontar questões que me conduziram a uma importante retomada do trabalho a fim de refiná-lo. À Profª. Drª. Rosely Diniz da Silva Machado e à Profª. Drª. Cristina Zanella Rodrigues por gentilmente terem aceito o convite para integrar a banca de defesa desta tese. À minha família por compreender minhas constantes ausências, especialmente aos meus filhos Kevin Martins Oleiro e Evelyn Martins Oleiro, que não pouparam abraços confortantes e palavras de incentivo para que o trabalho não parasse e o nosso sonho pudesse realizar-se, afinal a conquista é nossa. Aos meus pais João Luiz (in memoriam) e Santa Ruth por terem me mostrado o valor da Educação e a importância do aprender, e por terem tido a sabedoria de dizer a palavra certa na hora certa, mostrando que cada tentativa, seja ela bem- sucedida ou não, faz parte do processo que leva às maiores conquistas. À minha irmã Leiliane Botelho Martins, por ter me mostrado o que é a força e o valor de um recomeço. Ao meu cunhado Clecio Alexsandro Pereira da Silva, à sua irmã Maria do Socorro Pereira da Silva (tia Katinha), à minha tia Deloiva Elodina Araújo Botelho (dinda da Evelyn), e à minha tia Maria Elaine Botelho da Silva, pelo cuidado que tiveram com a Evelyn durante os quatro meses que estive em Buenos Aires, para aprimorar a pesquisa. Aos professores do PPGL da UCPEL, pelas disciplinas ministradas ao longo do curso, em especial à Profª. Drª. Carmen Lúcia Barreto Matzenauer, ao Prof. Dr. Vilson José Leffa e à Profª. Drª. Eliane Terezinha do Amaral Campello que me acompanha desde a graduação e gentilmente aceitou fazer parte da banca examinadora desta tese. Aos colegas de LEAD, pelas discussões e aprendizagens compartilhadas. À CAPES pela bolsa concedida neste último ano. À Prefeitura Municipal de Rio Grande, nas pessoas do Chefe de Gabinete do Prefeito Alexandre Reinaldo Protásio e do Prefeito Alexandre Lindenmeyer que não mediram esforços em atender minha solicitação concedendo minha licença para estudo no exterior, e por acreditarem na pesquisa e na qualificação profissional dos educadores como medida indispensável na construção de uma educação libertadora. Aos meus colegas professores e funcionários da Escola Municipal de Ensino Fundamental Bento Gonçalves, em especial à Profª Fabrícia Rabassa Brahm, à Profª Maristela Machado da Silveira, à Profª Carla Rosana Botelho da Silva e à Diretora e Profª Vera Maria Silveira dos Santos pelas constantes palavras de apoio e incentivo a minha pesquisa. À amiga Ana Paula Vieira de Andrade Assumpção, pela parceria na escrita e na apresentação de trabalhos em AD, pelas viagens, pelas longas conversas e trocas que as pesquisas proporcionaram. E, ao amigo Fábio Bortolazzo Pinto, por compartilhar comigo a mesma curiosidade em relação aos quadrinhos e à história da Argentina. Às amigas Letícia Ferreira e Maria Drell, por terem gentilmente cedido parte de seu tempo na leitura do abstract, dada a minha insegurança. O poder da burguesia tende ao invisível, para se exercer com mais eficácia; ao mesmo tempo, ele se encarrega sistematicamente de observar as classes dominadas, para melhor assujeitá-las. (MICHEL PÊCHEUX, 1990, p. 12) RESUMO Criada inicialmente como garota-propaganda de uma empresa de eletrodomésticos, Mafalda, a personagem de Quino, depois de ser rejeitada e guardada por dois anos, ganha a admiração do público leitor argentino e passa a circular em revistas e jornais de 1964 a 1973, período de forte repressão impretado pela Ditadura Militar Argentina, marcado por três golpes de estado – 1966, 1970 e 1971. A emergência da personagem dá-se nesse contexto político de regime de exceção, colocando em pauta, num movimento de resistência através da ironia, temas como democracia e direitos humanos sem interdição da censura. O presente trabalho visa à compreensão dos processos discursivos em funcionamento na ironia, considerando o papel da memória e da história e atentando, sobretudo, para dois funcionamentos do interdiscurso: o pré-construído e o discurso transverso. A reflexão desenvolve-se sobre um arquivo formado por seis tirinhas e um cartaz, cuja seleção obedeceu à relação do discurso da personagem com o Aparelho Repressivo de Estado (ALTHUSSER, 1983), representados nas figuras do policial e do militar, em consonância com o propósito da pesquisa. Palavras-chave: Mafalda. Resistência. Memória. Pré-construído. Discurso Transverso. Ironia. ABSTRACT Initially created as a poster girl for an appliance company, Mafalda, Quino's character, after being rejected and kept for two years, gains the admiration of the Argentine reading public and starts circulating in magazines and newspapers from 1964 to 1973, a period of strong repression by the Argentine Military Dictatorship, marked by three coups d'état - 1966, 1970 and 1971. The emergence of the character takes place in this political context of an exceptional regime, putting on the agenda, in a resistance movement through irony, themes as democracy and human rights without prohibiting censorship. The present work aims to understand the discursive processes at work in irony, considering the role of memory and history and paying attention, above all, to two functions of interdiscourses: the pre-constructed and the transversal discourse. The reflection is developed on an archive formed by six comic strips and a poster, whose selection followed the relation of the character's speech with the State Repressive Apparatus (ALTHUSSER, 1983), represented in the figures of the police and the military, in line with the research purpose. Keywords: Mafalda. Resistance. Memory. Pre-constructed. Transverse Discourse. Irony. LISTA DE FIGURAS FIGURA 1: RESISTÊNCIA ............................................................................................... 17 FIGURA 2: MAFALDA..................................................................................................... 19 FIGURA 3: AVÓ ............................................................................................................ 21 FIGURA 4: MELHOR PAI ................................................................................................ 24 FIGURA 5: O PAÍS......................................................................................................... 25 FIGURA 6: VESTIDO X CULTURA .................................................................................... 26 FIGURA 7: A VIDA COMEÇA AOS 40 ................................................................................ 28 FIGURA 8: PICA-PAU .................................................................................................... 28 FIGURA 9: QUEM, DEUS MEU? ...................................................................................... 29 FIGURA 10: QUE IMPORTA? .......................................................................................... 30 FIGURA 11: OS PAIS ..................................................................................................... 31 FIGURA 12: MANOLITO ................................................................................................. 32 FIGURA 13: FELIPE ...................................................................................................... 32 FIGURA 14: SUSANITA .................................................................................................