Cronologia De Heron De Alencar Entrevistas

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Cronologia De Heron De Alencar Entrevistas ANEXO A-1: Cronologia de Heron de Alencar ANEXO A-2: Entrevistas (retirados da versão final) ANEXO A-3: Notas diversas em periódicos sobre Heron de Alencar ANEXO A-4: Seleção: Textos de HA em A Tarde utilizados nesta dissertação 1 1 - - A A Cronologia o o x x e e n n A A Conheci Heron em Brasília, quando organizávamos a Universidade do Distrito Federal. Juntos colaborávamos nessa obra esplêndida que marcou um momento decisivo do ensino em nosso país, quebrando velhas rotinas, preconceitos e normas superadas; abrindo para a Universidade um campo novo, atualizado e flexível, capaz de atender a todas as solicitações da vida brasileira. Recordo seu entusiasmo e a convicção com que lutava pelas reformas indispensáveis, e a clareza com que defendia seus pontos-de-vista, baseados em muitos anos de estudo e saber. E o fazia dentro de uma linha política progressista, visando a grandeza de nossa pátria, sua independência econômica e política... NIEMEYER, Oscar. O irmão Heron. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 27 jan. 1972. 1 CRONOLOGIA DE HERON DE ALENCAR 1921 - Nasce Francisco Heron de Alencar em Crato, Ceará, Brasil, a 8 de novembro. 1931 - Ingressa no curso primário do Colégio Nogueira - Grupo Escolar de Fortaleza. 1932 - Ingressa no curso secundário do Educandário Cearense. 1933 - Cursa o 1º semestre no Lyceu do Ceará e o 2º semestre estuda no Ginásio da Bahia. 1934 - Estudante do Ginásio do Recife. 1935 - Volta à Bahia para o Bacharelado em Ciências e Letras do Ginásio Carneiro Ribeiro. 1937 - Vai ao Rio de Janeiro para o Pré- Universitário do Colégio Freycinet. 1939 - Retorna novamente ao Colégio da Bahia para concluir o pré-universitário. 1941 - Aprovado no curso superior da Faculdade de Medicina da Bahia. 1938 Heron e Humberto de Alencar 1944 - Participação no Sétimo Congresso Nacional dos Salvador, Casa da Rua Pedro Autran Fotografia cedida por Inácio Alencar Estudantes, realizado pela UNE, no Rio de Janeiro. 1946 - Diplomado em Medicina pela Universidade da Bahia. 1947 - Passa a assumir a função de Redator do Jornal A Tarde, de Salvador, Bahia. Após a morte de Carlos Chiacchio, neste ano, inaugura a coluna de crítica literária e divulgação do jornal, intitulada Caleidoscópio. 1948 - Diretor da secção de Bibliotecas e Museus Escolares, da Secretaria de Educação e Cultura do Estado da Bahia, até o ano seguinte. Ano em que apresentou o Plano de organização e instalação de bibliotecas e museus escolares na Cidade de Salvador, ao Secretário de Educação Profº Anísio Teixeira. - Co-fundador e redator-chefe do periódico O Povo. Bahia, Brasil. 1948/49. - Co-fundador da revista de cultura brasileira Revista Brasiliense. São Paulo, Brasil. - Publica dois textos sobre Monteiro Lobato na revista Caderno da Bahia. 1 Principais fontes de consulta: curriculum vitae (em três versões datilografadas) e documentos diversos cedidos pela família; entrevistas realizadas com amigos e familiares e diversos textos (anexados) sobre Heron de Alencar. Gentilmente, Ana Maria Alencar e Wanda Amorim dispuseram-se, via e-mail, a ler esta cronologia e acrescentar informações. - Co-fundador e secretário geral do Centro de Estudos e de Defesa do Petróleo e da Economia Nacional, secção da Bahia. (Movimento antiimperialista pela nacionalização das riquezas 1948 minerais do Brasil). Bahia. discursando no salão nobre do IGHB Fotog. reproduzida em A Tarde, de 10 out. 1992 acompanhando o texto de Waldir de Freitas Oliveira 1949 - Participação no segundo Congresso Nacional de Jornalistas, realizado em São Paulo. - Casa-se no Natal desse ano com a bibliotecária formada pela Universidade da Bahia, Wanda Amorim. Do casamento nascem três filhas e um filho: Ângela Maria, Ana Maria, Sílvia Maria e Heron de Alencar. Wanda Amorim Alencar, 1959 Fotografia cedida pela própria 1950 - Secretário-Geral e relator do Terceiro Congresso Nacional de Escritores, realizado em Salvador. Sobre o Congresso publica “Grande vitória da verdadeira cultura”, na revista Paratodos, do Rio de Janeiro. - Redator de Debates, interino, da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia. - Professor contratado de Técnica de Jornalismo e de Literatura Contemporânea, na Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia. 1951 - Assessor da Reitoria da Universidade da Bahia. Foto homenagem do curso de jornalismo - Participação no quarto Congresso Nacional de Jornalistas, (1951/52) Fotografia cedida por Inácio Alencar realizado em Recife. Por sua atuação, foi eleito o primeiro Presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado da Bahia. Também foi escolhido o representante da Bahia na Federação Nacional de Jornalistas Profissionais. 1952 - Torna-se efetivo no cargo de Redator de Debates da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia - Último ano em que assina a seção Caleidoscópio no A Tarde. 1953 - Faz o concurso para livre docência em Literatura Brasileira da Universidade da Bahia. Apresenta a tese: Literatura – um conceito em crise, em agosto. - Professor Assistente dos cursos de letras da Faculdade e Filosofia da Universidade da Bahia, e Professor de Literatura Contemporânea, na escola de Biblioteconomia da mesma instituição. - Título de Doutor em Letras Neo-Latinas pela Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade da Bahia. - Publicação da prova escrita do concurso para livre docência, O romance modernista e Contemporâneo, na Revista Arquivos da Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade da Bahia. - Obtém uma bolsa de estudos do Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq) para cursos cursos de pós-graduação na França, na Universidade de Paris-Sorbonne. - Participação na II Jornadas de Literatura Hispânica. La Coruña et Santiago de Compostela, Espanha, onde apresenta a comunicação O romance do Nordeste. - Participação no Congresso de Poesia Espanhola. Santiago de Compostela, Espanha, com a comunicação A poesia de 1953 Wanda Amorim e Heron de Alencar Passaporte da sua primeira viagem à França Vinícius de Moraes. Faz cursos de literatura na Universidad Fotografia cedida por Wanda Amorim. Internacional Menendes y Pelayo. Santander, Espanha. - Recebe o convite para colaborar com o livro A Literatura no Brasil, organizado por Afrânio Coutinho. É seu o capítulo intitulado José de Alencar e a ficção romântica. 1955 - Títulos de “Congressista Honroso” e “Medalha de ouro” do Primeiro Congresso Nacional de Trovadores e Violeiros, realizado em Salvador. - Dois meses de estágio na Universidade de Madri. - Leitor (orador/palestrante) Brasileiro no Instituto de Estudos Portugueses e Brasileiros, na Sorbonne, até 1960. - Publicação de Aspectos de um romancista, na Revista Arquivos da Faculdade de Filosofia da Universidade da Bahia. 1956 - Professor de Literatura Brasileira no instituto de Altos Estudos da América Latina, da Universidade de Paris. - Vem ao Brasil, em uma viagem de três meses, e rescinde seu contrato com o jornal A Tarde, por conta de sua viagem à França. 1957 - Diretor de pesquisas e estudos pós-graduados, secção 1957 Revista Manchete de Estudos Brasileiros do Instituto de Estudos Luso- Reportagem de Justino Martins Material cedido por Adalmir da Cunha Miranda Brasileiros da Sorbonne, até 1960. - Ocupa a função de Leitor brasileiro na Sorbonne, indicado pelo Itamarati. - Faz cursos de especialização na Escola Prática de Altos Estudos de Paris. - Apresentação da comunicação Esquema para o estudo do tema do índio na literatura brasileira, no III Colóquio Internacional de Estudos Brasileiros, realizado em Lisboa. Também foi o relator da secção de Literatura Brasileira. 1958 - Membro do I Congresso Brasileiro de Etnologia e Folclore. Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Brasil. - Delegado do Brasil à X Conferência Geral da Unesco. Paris. - Participação no Simpósio de Filologia Românica, realizado no Rio de Janeiro. - Membro da Sociedade de Lingüística Românica. Paris. - Relatório ao Embaixador Paulo Carneiro, sobre as Apresentando comunicação no III Colóquio, em Lisboa, 1957 atividades da Comissão de Assuntos Culturais da X Fotografia cedida por Wanda Amorim Conferência Geral da UNESCO. - Plano de organização e projeto de orçamento do IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, apresentado à Reitoria da Universidade da Bahia. - Relatório à Reitoria da Universidade da Bahia sobre a criação do Instituto de Faculdade e de Universidade da Universidade da Bahia. - Verbetes sobre Literatura Brasileira para o Dicionário da União Pan-Americana. - Verbetes sobre autores, obras, temas e movimentos literários brasileiros para o Dicionário das Literaturas Portuguesa, Brasileira e Galega. Porto: Livraria Figueirinhas, 1960. 1959 - Membro da Comissão Organizadora e Coordenador do IV Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros. Bahia, Brasil. Realização de trabalhos nesta função tanto na Europa como no Brasil. - Apresentação de duas comunicações no IV Colóquio Internacional de Estudos Brasileiros: Aspectos do mundo machadiano: nota prévia sobre MPBC, e Um documento para a história da Literatura Brasileira. - Visita de observação e estudo à Universidade de Nova Iorque, pela Universidade da Bahia. - Relatório à Reitoria da Universidade da Bahia sobre a organização e publicação dos Anais do IV Colóquio Internacional de Estudos Brasileiros. 1960 - Publicação de “Quelques écrivains brésiliens traduits em français.” In: Livres de France, Paris, Hachette, a convite do então diretor da revista Léonce Peillard.(texto não obtido) - Convite da Universidade de Recife para ser membro da comissão organizadora do I Congresso Brasileiro de Crítica e História Literária. 1961 - Retorna ao Brasil e profere a aula
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    «CASTRO ALVES» (Conferência pronunciada na União Brasileira de Escritores) , JACOB PENTEADO «Castro Alvas não for um homem: foi uma convulsão da natureza» (Agrípíno Grieco) Em 1585, já viviam, na Bahía, de 3 a 4 mil africanos e, em 1714, a r roporção de negros para brancos era de vinte para um. Em 1807, o número de negros, ali, era igual ao de brancos: e mestiços reunidos. E quase todos haviam entrado como escravos trazidos para a lavoura, para os duros trabalhos do eíto, A princípio, os portugueses tentaram escravizar os índios, mas êstes, semínômades, não se adaptavam e refugavam o serviço. Portugal, vinha fazendo tráfico de escravos desde 1433, bem antes, portanto, do des- cobrimento do Brasil. A proximidade da costa da África, aliás, facilitava ssa prática desumana, embora muito comum na época. Guiné, ilha de São Tomé, Congo, Angola, Moçambique eram os mercados .maís procurados. E isso durou cêroa de 400 anos, atingindo o auge nos séculos XVIII e XIX, 'devido à procura dessa mão-de-obra para a mineração, cata de ouro, explo- ração de diamantes e O' desenvolvimento da lavoura da cana e do café. Assim, milhões de afrioanos entraram em nosso país, sendo que, em 1800, só para a Bahia, eram empregados vinte navios dos cinqüenta destinados a tal co- I ' mércio, desde 1781. Ainda que muitos morressem na viagem, O' negro dava boa margem de lucro, pois, em Pernambuco, no comêço do século XIX, cada indivíduo era avaliado em 3·2 libras esterlinas, mais caro do que um boi, que valia 31. Depois de um tratado entre o Brasil e a Inglaterra, em 1831, para abolir êsse nefando.
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