Israel Teoldo Da Costa ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DE
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Israel Teoldo da Costa ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DE TREINADORES DE FUTEBOL DO CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A/2005 Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2006 Israel Teoldo da Costa ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DE TREINADORES DE FUTEBOL DO CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A/2005 Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Educação Física. Área de concentração: Treinamento Esportivo Orientador: Prof. Dr. Dietmar Martin Samulski Belo Horizonte Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Universidade Federal de Minas Gerais 2006 A dissertação intitulada “ANÁLISE DO PERFIL DE LIDERANÇA DE TREINADORES DE FUTEBOL DO CAMPEONATO BRASILEIRO SÉRIE A/2005”, de autoria do Prof. Israel Teoldo da Costa, foi defendida e aprovada em 27 de Março de 2006 pela banca examinadora constituída pelos seguintes professores: ____________________________________ Prof. Dr. Dietmar Martin Samulski (Universidade Federal de Minas Gerais) (Orientador) ____________________________________ Prof. Dra. Maria Regina Ferreira Brandão (Universidade São Judas Tadeu) ____________________________________ Prof. Dr. Pablo Juan Greco (Universidade Federal de Minas Gerais) Belo Horizonte, 27 de Março de 2006. AGRADECIMENTOS Ao meu pai e a minha mãe que não mediram esforços para me proporcionar uma formação digna, enquanto cidadão e profissional. Ao meu pai científico Prof. Dietmar Samulski que acreditou no meu potencial e me proporcionou muitos ensinamentos profissionais e pessoais. Aos professores Dra. Maria Regina Ferreira Brandão e Dr. Pablo Juan Greco que contribuíram de forma significativa na fase final deste trabalho. Ao meu irmão Varley Teoldo da Costa que sempre me auxiliou nos caminhos percorridos tanto na vida pessoal quanto na profissional. À minha irmã Juslei da Costa pelo carinho e por sempre preocupar com o bem-estar da família, o que me deu condições para dedicar-me integralmente a este trabalho. Ao Amaro, Presidente do Sindicato de Treinadores de Futebol do Rio de Janeiro, pela sua receptividade e auxílio nos contatos a muitos treinadores que participaram deste estudo. À Nina Abreu, assessora de imprensa da FMF, que não mediu esforços para me auxiliar em muitos contatos com os clubes brasileiros. À todos os treinadores do Brasil que responderam os questionários deste estudo e/ou me ajudaram a contatar outros treinadores. Aos amigos Maurício Pimenta e Carlos Faria que foram imprescindíveis para o apoio da Escola Brasileira de Futebol a este estudo. À todos os membros e amigos do LAPES/UFMG, em especial à Mariana, que sempre esteve disponível para auxiliar e discutir pontos chaves desta dissertação; à Renata, que me auxiliou muito no processo final de coleta de dados; à Luciana e à Liliane que sempre estiveram dispostas a contribuir. Aos amigos Diogo Giacomini, Marcelo Vilhena, Alexandre Santos Anselmo e Juan Carlos Perez pelo apoio e troca de experiências relacionadas ao tema proposto. Ao Prof. Dr. Emerson Silami Garcia que sempre esteve disponível para conversarmos sobre esse trabalho e me auxiliou no processo de coleta de dados com alguns treinadores. Ao Zezé Perrella que me colocou em contato direto com alguns treinadores através do Cruzeiro Esporte Clube. Aos amigos Geraldo Fabian e Wallace Lemos que prontamente me ajudaram na coleta de dados. Aos Profs. Saldanha, André Medeiros, Fabio Ganime e Luiz Felipe da Silva que me ajudaram na coleta de dados nos clubes do Rio de Janeiro. Ao Prof. Ricardo Drubscky que me auxiliou na de coleta de dados em Minas Gerais. À Profa. Ms. Paula Arantes Barros que não mediu esforços para me auxiliar na parte estatística deste trabalho. Aos professores, colegas e funcionários do curso de Mestrado da EEFFTO/UFMG pelas críticas, discussões e ensinamentos que foram fundamentais para este trabalho. Aos amigos Ézio e Maurício do CENESP que foram solidários e me acompanharam de perto na fase de coleta de dados. Enfim, a todos aqueles que porventura não tiveram os seus nomes citados aqui, mas que, direta ou indiretamente, foram responsáveis pela concretização deste trabalho. TREINADOR: O ARTÍFICE DA PERFORMANCE DESPORTIVA Por Júlio Garganta A gestão do treino visa à condução de um grupo com objetivos comuns, bem como a organização e a coordenação de interesses e motivações. Neste sentido, aparentemente, aproxima-se mais do ato político do que da ética. Talvez por isso, há muito quem pretenda fazer crer que a ética no futebol é coisa pra visionários. Albert Camus dizia que em política são os meios que devem justificar os fins; e assim nos parece também no desporto, onde o treino e o talento devem justificar os resultados. No treino, como na competição, o futebol só tem a ganhar se assumir frontalmente a sua humanidade, em resposta a uma questão de estrutura: como preparar os jogadores e as equipes de modo que o jogo seja cada vez mais competitivo e aliciante, ao mesmo tempo em que se enaltece e promove a natureza humana? O mundo está repleto de triunfadores que não souberam colocar um limite às suas ambições. As vitórias, incluindo as desportivas, só o são de fato se delas ficar algo que as transcenda. Diríamos, com Vergílio Ferreira, que: “...o importante não é o que acontece, mas o que fica em nós desse acontecer”. Note que não há apenas uma forma de jogar e de treinar futebol. Treinar implica transformar comportamentos, e, sobretudo atitudes, optando por um modelo, entre outros possíveis. E o que faz um método afigurar-se mais pertinente pode ser a sua adequação à personalidade do treinador e dos jogadores, bem como à cultura específica do clube onde o trabalho se desenvolve. Neste sentido, o treino será sempre, por definição, a recusa do destino, da sorte e do azar, não podendo, nunca, ser neutro. O treinador deve tomar partido, elegendo a sua visão, o seu método, o seu caminho, tomando consciência de que os métodos são bons quando os seus utilizadores reconhecem o respectivo alcance e limites; não a sua onipotência. Todos os métodos encerram prós e contras e, portanto, a opção por uns ou por outros deve obedecer a razões pensadas e ponderadas. Neste contexto, o treinador assume-se como figura nuclear, pois a ele compete gerar e gerir todo o processo de preparação desportiva. Sem subalternizar o resultado desportivo, ao treinador de uma equipe compete- lhe, também, ser um cultor do sentido estético do futebol, afirmando-se como um indutor de modos de jogar edificantes, não só para quem joga, mas também para quem assiste ao jogo. Dentre o conjunto de responsabilidades e exigências que se deve colocar aos treinadores, uma das mais significativas passa por eles próprios gostarem de futebol, gostarem do jogo e participarem ativamente na sua construção, enquanto arquitetos de um espetáculo que emocione os aficionados, e que, simultaneamente, valorize o significado do desporto, enquanto patrimônio cultural da humanidade. O papel do treinador de futebol não deve, assim, ser entendido nos limites restritos do “técnico”, do instrutor ou do adestrador, pois dele se espera que seja capaz de liderar o processo global de evolução dos atletas a seu cargo, induzindo a transformação e o refinamento dos comportamentos e atitudes, na procura do rendimento desportivo. Acresce que a sua filosofia de atuação não pode dispensar a intenção de criar uma dinâmica positiva na coletividade onde trabalha, de forma a favorecer o desenvolvimento de uma cultura desportiva e a melhoria das respectivas condições materiais e humanas. Deste modo, o treinador de futebol deverá conhecer a modalidade em todas as duas facetas, sabendo que será chamado, a cada momento, a tomar decisões sobre questões técnicas, tácticas, logísticas; e a assumir as respectivas conseqüências. Tal multiplicidade de requisitos torna imprescindível a existência de um sólido capital de competência técnica, de personalidade e de inteligência estratégica. Resulta claro que a atuação do treinador, enquanto líder de uma equipe e de um projeto, não se confina à direção in situ da atuação dos jogadores, no treino e na competição, embora seja nestes contextos que a sua intervenção assume maior preponderância. Desta forma, o líder de uma organização deve abraçar três funções básicas: (1) marcar o rumo, desenvolvendo uma visão de futuro; (2) alinhar as pessoas nessa direção, comunicando eficazmente; e (3) motivar e inspirar, transmitindo energia. A função do treinador é, pois, ampla e muito susceptível, porquanto sujeita as flutuações de humor, quebras psicológicas, depressões, fadiga, acompanhados de uma sensação de isolamento, embora, em contrapartida, temperada com uma sensação de exaltação, de heroicidade. Não obstante, o treinador só pode ser um otimista, porque o treino e a competição necessitam de otimismo do mesmo modo que os jogadores necessitam da bola para aprimorarem o seu desempenho. Os pessimistas poderão ser bons adestradores, mas não serão nunca bons treinadores. A experiência demonstra que o êxito na condução de pequenos grupos, com as equipes, sempre dependeu de indivíduos que, para além das competências técnicas num determinado domínio, se revelaram grandes comunicadores. Ora o comunicador não é apenas alguém que preenche um vazio ou que transmite informação, é o que cumpre ou faz cumprir programas. Antes procura deixar um traço ou marca pessoal no que diz e faz; procura influenciar, criando valores