B. O. I Série Nº 25

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B. O. I Série Nº 25 Terça-feira, 6 de Julho de 2010 I Série Número 25 BOLETIM OFICIAL SUMÁRIO CONSELHO DE MINISTROS: MINISTÉRIO DAS INFRAESTRUTURAS, TRANSPORTES E TELECOMUNICAÇÕES: Resolução nº 34/2010: Aprova o Plano Estratégico para o desenvolvimento do Turismo em Portaria nº 21/2010: Cabo Verde – para o triénio 2010 a 2013. Põe em circulação a partir de 25 de Junho de 2010, os selos da emissão Resolução nº 35/2010: “Campeonato Mundial de Futebol da África do Sul. Autoriza a assinatura de um contrato adicional para a realização de trabalhos a mais das obras de construção das estradas Volta MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS: Monte/Figueira das Naus/Ribeira da Prata e Fonte Lima/João Barnardo/Librão. Aviso: Resolução nº 36/2010: Torna público a aderência de Cabo Verde à “Convenção relativa Aprova a transmissão de uma pensão no valor de 20.000$00 à cidadã à supressão da exigência da Legalização dos Actos Públicos Melany Sofi a Correia Lopes. Estrangeiros”. 904 I SÉRIE — NO 25 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 6 DE JULHO DE 2010 CONSELHO DE MINISTROS O presente Plano Estratégico para o Desenvolvi- mento do Turismo em Cabo Verde - que cobre o perí- –––––– odo 2010 a 2013 -, analisa o estádio em que se encontra Resolução nº 34/2010 neste momento o sector turístico, identifi cando as suas potencialidades e pontos de estrangulamento e sintetiza de 6 de Julho e defi ne a visão do Governo quanto ao turismo que se O crescimento do sector do turismo em Cabo Verde, pretende para Cabo Verde, bem como os princípios gerais assumido pelo Governo como um dos motores de desenvol- norteadores do seu desenvolvimento futuro, que permitam vimento do país, pelo seu impacto em termos de geração maximizar os benefícios daí advenientes para toda a de emprego, de rendimento e de desenvolvimento, de uma população, de forma sustentável e sem pôr em causa a forma geral, exige um esforço de planeamento de curto e gestão efi ciente dos recursos escassos do país. As orien- médio prazo, de forma a maximizar os efeitos benéfi cos tações estratégicas e as directivas nele incorporadas são do turismo e mitigar os potenciais impactos negativos fruto de vários estudos realizados pelo Governo de Cabo que possa engendrar. Verde e pretendem traduzir e harmonizar os anseios dos A recente crise mundial veio reforçar ainda mais a ne- stakeholders do sector, sejam eles operadores privados, cessidade e a urgência de uma visão comum e partilhada Estado, sociedade civil, ONG´s e população em geral, por todos, quanto ao tipo de turismo que se pretende para unidos na busca do objectivo comum, de transformar Cabo Verde e quanto às linhas mestras para o seu desen- o turismo numa actividade importante no processo de volvimento, numa lógica de sustentabilidade e de maxi- desenvolvimento económico-social do país, gerando mais mização dos seus benefícios para toda a população. rendimento, mais emprego e melhor inclusão social, e mitigando as disparidades regionais. É certo que esta crise – que acaba por emergir como o pano de fundo sobre o qual se procura efectuar este Numa primeira parte (Capítulos 2 e 3) estabelece-se exercício de concepção de um Plano Estratégico para o os objectivos da elaboração do Plano Estratégico em si, turismo e que, desta forma, naturalmente o enquadra e o a par de uma apresentação resumida da abordagem condiciona, a par de outros elementos relevantes – poderá metodológica utilizada pelos consultores. Numa segunda implicar numa erosão da utilidade e efi cácia de qualquer parte (Capítulo 4) procura-se apresentar o diagnóstico do plano estratégico de longo prazo. Não é menos verdade, sector com os elementos mais relevantes – onde estamos porém, que precisamente a crescente instabilidade e – enquadrando-o não apenas no contexto do estádio ac- imprevisibilidade dos condicionantes externos tornam tual do turismo a nível mundial e das suas tendências, necessária e urgente, por parte dos diversos actores, e mas também na sua evolução a nível interno nos últimos particularmente do Governo, a defi nição de uma linha anos, concluindo esta parte com uma síntese da análise clara de orientação e uma estrutura conceptual de in- da competitividade de Cabo Verde enquanto destino tervenção que lhes permitam tomar decisões de forma coerente, disciplinada e consistente com uma dada visão turístico (pontos fortes e pontos fracos), no contexto de de longo prazo, evitando-se assim os riscos de soluções ameaças e oportunidades identifi cadas ou previstas. imediatistas que possam levar a uma perda de foco no A terceira parte do documento (Capítulos 5 e 6) defi ne que se deseja para o país em termos de desenvolvimento efectivamente as linhas gerais de que turismo se pretende da actividade turística. para Cabo Verde (a visão do Governo, os objectivos a al- Paralelamente à condicionante “crise actual”, a au- cançar e os princípios norteadores), bem como as linhas sência, desde a sua génese, de uma intervenção efectiva- gerais de intervenção, as acções a serem implementadas, mente planeada na actividade turística, enquanto sector os recursos necessários e os mecanismos de avaliação de económico relevante, gerou um conjunto de subprodutos impacto. nocivos que não se coadunam com as fragilidades estru- turais, sociais, económicas e ambientais de um país como Nos Anexos podem ser encontrados um conjunto de ele- Cabo Verde, destacando-se, entre outros, o crescimento mentos e informações adicionais de suporte que ajudam desenfreado e algo caótico de centros urbanos, disfunções o leitor a aprofundar alguns pontos, que se considerou entre o aumento da procura turística e as infra-estruturas pertinente separar do corpo principal do documento, como de suporte necessárias, aumento de fenómenos sociais forma de o tornar mais leve e de fácil consulta. negativos induzidos (ou ao menos estimulados) pela dinâmica natural da procura turística, desajustamentos Assim, entre a procura por mão-de-obra qualifi cada e a necessi- No uso da faculdade conferida número 2 do artigo 265º da dade de criação de emprego, distorções e incoerências na Constituição, o Governo aprova a seguinte Resolução: venda e promoção de Cabo Verde no mercado turístico internacional, especulação imobiliária, etc. Estes as- Artigo 1 º pectos negativos acabam assim por ser uma outra força indutora para a elaboração deste Plano Estratégico, a par Objecto da necessidade intrínseca e inadiável de se defi nir uma visão clara e eixos concertados de intervenção de todos A presente Resolução aprova o Plano Estratégico os intervenientes, que permitam maximizar o potencial para o Desenvolvimento do Turismo em Cabo Verde do sector turístico no crescimento económico do país e na – para o triénio 2010 a 2013, que baixa em anexo e dela melhoria das condições de vida dos seus habitantes. faz parte integrante. I SÉRIE — NO 25 «B. O.» DA REPÚBLICA DE CABO VERDE — 6 DE JULHO DE 2010 905 Artigo 2 º intervenção que lhes permitem tomar decisões de forma Âmbito coerente, disciplinada e consistente com uma dada visão de longo prazo, evitando-se assim os riscos de soluções O Plano Estratégico para o Desenvolvimento do imediatistas que possam levar a uma perda de foco no Turismo em Cabo Verde, tem abrangência nacional, que se deseja para o país em termos de desenvolvimento e o seu cumprimento é obrigatório. da actividade turística. Artigo 3 º Paralelamente à condicionante “crise actual”, a au- Entrada em Vigor sência, desde a sua génese, de uma intervenção efectiva- mente planeada na actividade turística, enquanto sector A presente Resolução entra em vigor no dia seguinte económico relevante, gerou um conjunto de subprodutos ao da sua publicação. nocivos que não se coadunam com as fragilidades estru- Vista e aprovada em Conselho de Ministros. turais, sociais, económicas e ambientais de um país como Cabo Verde, destacando-se, entre outros, o crescimento José Maria Pereira Neves desenfreado e algo caótico de centros urbanos, disfunções Publique-se. entre o aumento da procura turística e as infra-estruturas de suporte necessárias, aumento de fenómenos sociais O Primeiro-Ministro, José Maria Pereira Neves negativos induzidos (ou ao menos estimulados) pela dinâ- mica natural da procura turística, desajustamentos entre ANEXO a procura por mão-de-obra qualifi cada e a necessidade de PLANO ESTRATÉGICO criação de emprego, distorções e incoerências na venda PARA O DESENVOLVIMENTO DO TURISMO e promoção da marca “Cabo Verde” no mercado turístico EM CABO VERDE internacional, especulação imobiliária, etc. Esses as- pectos negativos acabam assim por ser uma outra força PARTE I indutora para a elaboração deste Plano Estratégico, a par JUSTIFICAÇÃO, ABORDAGEM da necessidade intrínseca e inadiável de se defi nir uma E METODOLOGIA visão clara e eixos concertados de intervenção de todos os intervenientes, que permitam maximizar o potencial 1. INTRODUÇÃO do sector turístico no crescimento económico do país e na O crescimento do sector turístico em Cabo Verde, as- melhoria das condições de vida dos seus habitantes. sumido pelo Governo como um dos motores de desenvol- vimento do país, pelo seu impacto em termos de geração O presente Plano Estratégico para o Desenvolvi- de emprego, de rendimento e de desenvolvimento de uma mento do Turismo em Cabo Verde – que cobre o perí- forma geral, exige um esforço de planeamento de curto e odo 2010 a 2013 –, analisa o estádio em que se encontra médio prazo, de forma a maximizar os efeitos benéfi cos neste momento o sector turístico, identifi cando as suas do turismo e mitigar os potenciais impactos negativos potencialidades e pontos de estrangulamento, e sintetiza que possa engendrar. e defi ne a visão do Governo quanto ao turismo que se pretende para Cabo Verde, bem como os princípios gerais A recente crise mundial – que já afecta substancial- norteadores do seu desenvolvimento futuro, que permi- mente o sector em Cabo Verde, quer a nível dos investi- tam maximizar os benefícios daí advenientes para toda mentos (sobretudo na imobiliária turística), quer a nível a população, de forma sustentável e sem pôr em causa a dos fl uxos de turistas para as ilhas – veio reforçar ainda mais a necessidade e a urgência de uma visão comum e gestão efi ciente dos recursos escassos do país.
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