Estratégias de “sobrevivência”/desenvolvimento nos concelhos do Pinhal Interior Sul Fernando Ribeiro Martins e-Geo / Centro de Estudos de Geografia e Planeamento Regional Faculdade de Ciências Sociais e Humanas - Universidade Nova de Lisboa Av. Berna 26-C, 1069-061 Lisboa Telefone: +351.1.7908300
[email protected] Resumo Nas últimas três décadas, os concelhos do interior do País sofreram transformações tão significativas, e de todos os pontos de vista, que, hoje, se nos afiguram de todo irreconhecíveis, comparativamente à época do início do período democrático. Entre os responsáveis por essas alterações contam-se muitos factores, nomeadamente, a vinda dos “retornados”, o dinheiro da emigração e as transferências da actual União Europeia e do Orçamento Geral do Estado, mas também a capacidade de realizar e estimular a economia que o poder local e os agentes económicos nem sempre puderam ou souberam aproveitar. Os cinco concelhos do denominado Pinhal Interior Sul (Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei), com suficientes afinidades entre si que, por si só, justificaram a sua agregação na mesma unidade territorial, apresentam, naturalmente, especificidades e oportunidades pelas quais se procuram afirmar e valorizar. Nesta apresentação procuram-se compreender algumas das principais linhas orientadoras de política autárquica das últimas décadas nestes concelhos e as repercussões daí resultantes. 1 1. O território Pinhal Interior Sul (PIS) é a designação de uma NUT1 de nível III, localizada no centro do País, composta apenas por cinco concelhos: Mação, Oleiros, Proença-a-Nova, Sertã e Vila de Rei. Até certo ponto, os acidentes físicos que a rodeiam justificaram a sua individualização; pelo Norte e pelo Ocidente, o rio Zêzere e as albufeiras de três barragens (Bouçã, Cabril e Castelo de Bode2) definem-lhe um limite bem vincado, não só pela importância do curso de água mas, sobretudo, pelo acidentado do relevo que até à poucos anos só pontualmente era possível transpor3.