Medindo O Impacto Das Políticas Públicas No Rio De Janeiro

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Medindo O Impacto Das Políticas Públicas No Rio De Janeiro Julho 2011 Pesquisa sobre Empreendedorismo em Domicílios em Unidades de Polícia Pacificadora Parceria Empreendedores em Comunidades com UPP – SEBRAE-RJ e IETS _2_ 1. Argumento As Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) foram criadas em 2008, por Decreto do Governador Sérgio Cabral Filho, com o objetivo de recuperar para o Estado o papel de agente punitivo único e legítimo em territórios sob o domínio de traficantes de drogas e de armas, devolvendo à população a segurança e tranquilidade nestes territórios. O restabelecimento da vigência da lei, democraticamente consagrada, é premissa para que se estabeleça um novo tipo de relação entre o Estado e as favelas, subordinada aos direitos e garantias fundamentais do cidadão. Nesse sentido, o Governo do Estado do Rio de Janeiro articulou as Secretarias de Segurança e de Assistência Social e Direitos Humanos para estabeleceram juntas as UPP, programa inédito, que articula políticas públicas de segurança com ações de desenvolvimento socioeconômico e ambiental, no longo prazo. Já foram inauguradas dezessete UPP, a primeira no Morro Santa Marta, em Botafogo, em dezembro de 2008, e a mais recente no Morro de São Carlos, que engloba comunidades do Estácio e Rio Comprido, em maio de 2011. O IETS, em 2010, em parceria com a FIRJAN e com a CNSeg , pesquisou as nove primeiras UPP e. Quatro são na Zona Sul: Cantagalo e Pavão-Pavãozinho, Ladeira dos Tabajaras, Babilônia e Chapéu Mangueira e Santa Marta; duas na Zona Oeste: Batan e Cidade de Deus; e uma no Centro, Providência. Em 2011, prepara-se para entrar no campo em mais sete: Borel; Formiga; Turano; Salgueiro; Macacos; São João – Matriz – Quieto e Andaraí, além do Morro Azul, em projeto já iniciado com parceria e financiamento da FIRJAN. Essas novas UPP abrangem cerca de 30 favelas de porte variado. Pelo menos duas medidas são consideradas essenciais para garantir o sucesso do programa de Unidades de Polícia Pacificadora do Governo do Estado do Rio de Janeiro. A primeira é a reforma da Polícia Militar. A iniciativa conta com uma parceria entre a Secretaria de Estado de Segurança Pública com o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI), do Ministério da Justiça, que concede bolsas para a formação de uma Polícia Comunitária, com base no recrutamento de novo contingente de policiais. O objetivo é aproximar a polícia à população. A segunda é o levantamento de informações sobre a infraestrutura urbana e o perfil socioeconômico das favelas pacificadas, para compreender os territórios e atender às demandas com eficiência. 2 Empreendedores em Comunidades com UPP – SEBRAE-RJ e IETS _3_ Paralelamente ao combate ao poder armado em territórios empobrecidos da cidade do Rio de Janeiro, outras favelas vêm sendo ocupadas pela ordem policial sem a necessidade de instalação de uma UPP. Isso ocorre com a favela Morro Azul, localizada no Flamengo, Zona Sul. Após a morte do chefe do tráfico de drogas da favela, a polícia militar ocupou a área, obedecendo a um pedido dos próprios moradores da favela. Desse modo, pôde-se assegurar à região dessa favela um estado de segurança, capaz de prover aos seus moradores estabilidade, similar ao das favelas com UPP. Esta favela também faz parte do projeto FIRJAN/IETS de 2011, já em fase de operação. Dentre as políticas públicas em vigor no estado, as UPP têm caráter especial. A segurança é o alicerce sobre o qual se constroem as outras dimensões constitutivas da qualidade de vida das cidades. Isto dito, a pacificação do território é essencial, mas não suficiente, para garantir bem- estar para cariocas e fluminenses. Desenvolvimento consistente e contínuo só é possível com a provisão para toda a população do acesso digno, perene e democrático a uma ampla gama de bens e serviços de qualidade, como infraestrutura urbana, saúde, educação, e apoio ao desenvolvimento empresarial sustentado, entre muitos outros. Criadas as bases constitutivas à segurança e proteção da população que mora em favelas, o Governo do Estado pretende conferir a esses territórios a capacidade de prover aos seus cidadãos o acesso às mais variadas oportunidades econômicas, inserindo-os em um processo de desenvolvimento local e acesso a infraestrutura urbana e serviços sociais básicos. Dado que o foco das pesquisas já realizadas somente tangenciam o perfil e dinâmicas empreendedoras das comunidades e que os empreendedores individuais e empregadores são elementos cardeais para o desenvolvimento da economia local e sua integração com a economia formal da cidade e do estado, é essencial uma imersão no mundo empreendedor dos territórios pacificados. É o conhecimento da realidade do nano empreendedor das favelas do Rio de Janeiro a base consistente para a elaboração de políticas públicas eficazes de desenvolvimento econômico. Ao longo dos seus 10 anos de atuação, o IETS desenvolve pesquisas e estudos, em parceria com um amplo espectro de instituições, do setor privado, público e da sociedade civil, nacionais e internacionais. Mais recentemente, em 2010 e 2011, o IETS pesquisou mais de 12 mil domicílios em aglomerados urbanos de baixa renda na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, entre eles as favelas pacificadas já mencionadas, no contexto de diferentes projetos firmados com duas secretarias do Governo do Estado, com a FIRJAN e com a CNSeg. Este ano já levanta dados em mais seis UPP e no Vale do Cuiabá, área da Região Serrana do Rio de Janeiro, que sofreu com o 3 Empreendedores em Comunidades com UPP – SEBRAE-RJ e IETS _4_ excesso de chuvas no início de 2011. As pesquisas em andamento investigarão mais de 6 mil e setecentos domicílios. 2. Objetivo do Projeto Contribuir para a elaboração de políticas públicas de desenvolvimento empresarial, no âmbito das favelas beneficiadas com as Unidades de Polícia Pacificadora. 3. Objetivo Específico Aplicar pesquisas quantitativa e qualitativa (que considerará o conjunto das favelas) nas UPP da Cidade de Deus, Ladeira dos Tabajaras e Cabritos, Cantagalo, Providência, Batan, Pavão Pavãozinho, Santa Marta, Babilônia, Chapéu Mangueira, Alemão, Morro da Coroa/Fallet/Fogueteiro, Morro dos Prazeres e Escondidinho, São Carlos e Mineira, Andaraí, Borel, Formiga, Macacos, Salgueiro, São João-Matriz-Quieto e Turano para levantar dados detalhados sobre o perfil dos empreendedores moradores e a dinâmica econômica local. 4. Metodologia A percepção dos indivíduos acerca de sua vida e entorno é subsídio para tomada de decisões nos diferentes estágios de uma política pública ou projeto de governo. Por este motivo, nos últimos anos, tem se tornado recorrente a realização de pesquisas qualitativa e quantitativa dentro do mesmo ambiente de investigação em busca da melhor compreensão da realidade do território a ser estudado. A pesquisa socioeconômica proposta, portanto, compreende dois componentes de natureza metodológica distinta. A pesquisa qualitativa descreverá, decodificará e analisará a percepção dos empreendedores sobre sua qualidade de vida, perspectiva de negócio, dinâmica da economia local, acesso a serviços financeiro, assistência técnica e outros serviços de desenvolvimento empresarial, entre outros tópicos a serem acordados entre o IETS e o SEBRAE-RJ. A quantitativa levantará o perfil socioeconômico e demandas da população 4 Empreendedores em Comunidades com UPP – SEBRAE-RJ e IETS _5_ empreendedora das favelas citadas, além de dados representativos para as UPP dos mesmos tópicos tratados na qualitativa. 5 Empreendedores em Comunidades com UPP – SEBRAE-RJ e IETS _6_ 4.1. Dimensão Quantitativa A população de referência da pesquisa de campo são todos os empreendedores moradores em domicílios particulares permanentes das UPP citadas, um pouco menos de quatro e quinhentos domicílios, identificados no trabalho de listagem feito para a pesquisa da Firjan, cujo contrato foi celebrado este ano. Serão entrevistados em torno de 3740 empreendedores. A amostra será representativa por UPP, com erro não superior a 5% por unidade. O questionário terá cerca de 40 minutos de duração. Uma amostra de 830 (oitocentos e trinta) domicílios de empreendedores, selecionada entre os cerca de 3740 domicílios de empreendedores a serem entrevistados, responderão, ainda, blocos complementares, de 20 minutos adicionais, que investigarão em maior profundidade seus negócios. A representatividade da amostra será para a totalidade das UPP investigadas e terão erro não superior a 3%. 4.1.1 Cadastro das unidades domiciliares O cadastro dos domicílios a serem entrevistados será o levantado pela pesquisa – parceria Firjan/IETS – já em andamento, o que inclui as UPP Andaraí, Borel, Formiga, Macacos, Salgueiro, São João-Quieto-Matriz e Turano. Nas outras comunidades será levantada uma amostra de cerca de 17,9 mil domicílios, para a busca de domicílios com empreendedores. 4.1.2 Seleção de domicílios Os domicílios particulares dos empreendedores das UPP em tela, para a pesquisa amostral, serão selecionados com equiprobabilidade em cada setor selecionado, respeitando um procedimento de amostragem inversa1 (Haldane, 1945). 1 Processo de amostragem sequencial, baseado em ordenação aleatória dos domicílios a visitar. Consiste em verificar quantas unidades precisam ser observadas, para que seja obtido o número prefixado de entrevistas realizadas. 6 Empreendedores em Comunidades com UPP – SEBRAE-RJ e IETS _7_ Assim, a probabilidade condicional de inclusão do domicílio j, dada a seleção do setor i, representada por P ( D ij / S i ) é dada por: vi ni 1 P(Dij / S i ) * onde, Di vi 1 * D i Número de domicílios particulares do setor obtido na contagem feita
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