Falsas Memórias E Sistema Penal

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Falsas Memórias E Sistema Penal FALSAS MEMÓRIAS E SISTEMA PENAL: A PROVA TESTEMUNHAL EM XEQUE www.lumenjuris.com.br Editores João de Almeida João Luiz da Silva Almeida Conselho Editorial Adriano Pilatti Helena Elias Pinto Marcellus Polastri Lima Alexandre Morais da Rosa Jean Carlos Fernandes Marco Aurélio Bezerra de Cezar Roberto Bitencourt João Carlos Souto Melo Diego Araujo Campos João Marcelo de Lima As- Marcos Chut Emerson Garcia safim Nilo Batista Firly Nascimento Filho Lúcio Antônio Chamon Ricardo Lodi Ribeiro Frederico Price Grechi Junior Rodrigo Klippel Geraldo L. M. Prado Luigi Bonizzato Salo de Carvalho Gustavo Sénéchal de Gof- Luis Carlos Alcoforado Sérgio André Rocha fredo Manoel Messias Peixinho Sidney Guerra Conselheiro benemérito: Marcos Juruena Villela Souto (in memoriam) Conselho Consultivo Andreya Mendes de Almeida Scherer Francisco de Assis M. Tavares Navarro Gisele Cittadino Antonio Carlos Martins Soares João Theotonio Mendes de Almeida Jr. Artur de Brito Gueiros Souza Ricardo Máximo Gomes Ferraz Caio de Oliveira Lima Filiais Sede: Rio de Janeiro Minas Gerais (Divulgação) Centro – Rua da Assembléia, 36, Sergio Ricardo de Souza salas 201 a 204. [email protected] CEP: 20011-000 – Centro - RJ Belo Horizonte - MG Tel. (21) 2224-0305 Tel. (31) 9296-1764 São Paulo (Distribuidor) Santa Catarina (Divulgação) Rua Correia Vasques, 48 – Cristiano Alfama Mabilia CEP: 04038-010 [email protected] Vila Clementino - São Paulo - SP Florianópolis - SC Telefax (11) 5908-0240 Tel. (48) 9981-9353 Gustavo Noronha de Ávila FALSAS MEMÓRIAS E SISTEMA PENAL: A PROVA TESTEMUNHAL EM XEQUE Editora Lumen Juris Rio de Janeiro 2013 Copyright © 2013 by Gustavo Noronha de Ávila Produção Editorial Livraria e Editora Lumen Juris Ltda. A LIVRARIA E EDITORA LUMEN JURIS LTDA. não se responsabiliza pela originalidade desta obra nem pelas opiniões nela manifestadas por seu Autor. É proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, inclusive quanto às características gráficas e/ou editoriais. A violação de direitos autorais constitui crime (Código Penal, art. 184 e §§, e Lei no 6.895, de 17/12/1980), sujeitando-se a busca e apreensão e indenizações diversas (Lei no 9.610/98). Todos os direitos desta edição reservados à Livraria e Editora Lumen Juris Ltda. Impresso no Brasil Printed in Brazil Dados internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP) (Biblioteca da Faculdade de Direito de Vitória, ES, Brasil) Para Gerson e Boêmia por tudo, sim- plesmente tudo. Vocês foram a inspi- ração constante para este trabalho e tudo o que sou hoje. E sempre. São “o início, o fim, e o meio”. Jamais poderei agradecer o suficiente por tudo o que fizeram e fazem. Apenas posso, antes de fechar os olhos, antes de dormir, dese- jar o “beijo de boa noite” que nunca deixou de existir em meu coração. Está nos meus mais belos sonhos. E também na inspiração do acordar. Têm a capaci- dade de matar o passado e fazer-me vol- tar à vida com os seus sorrisos. Possuem o dom da palavra certa, do afago eterno que jamais se apaga. Com toda a admi- ração e amor que pode existir, Gustavo. AGRADECIMENTOS Ao Professor Gabriel José Chittó Gauer, exemplo de dedicação, esmero, integridade e, principalmente, pesquisador. Tuas perspica- zes indicações, sugestões e incentivo tornaram o trabalho possível. Obrigado pelo prazer e honra da convivência por mais de dez anos. Agradeço a todos os Professores do Programa de Pós Gradua- ção em Ciências Criminais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em nome da Professora Ruth Maria Chttó Gauer. Sabes que nada disto seria possível sem um gesto, provavelmente, simples para senhora, mas que mudou o rumo de minha vida desde aquele instante do ano de 2000. Uma ligação abriu as portas para o meu futuro e a tua generosidade me marcou daquele dia para sem- pre. Obrigado por ter tornado a crise parte de mim e ter me ensinado que viver sem respostas é a própria aventura do viver. Alexandre Morais da Rosa, Sílvio Vasconcellos, Hericka Zogbi Jorge Dias, Nereu Giacomolli e Fabrício Dreyer de Ávila Pozzebon, também contribuíram com suas sugestões no momento da qualificação do Projeto e da defesa, fundamentais pro avanço e delimitação da pesquisa. Meu mais sincero agradecimento. Os queridos e inesquecíveis colegas de Doutorado e os de- bates, conversas e momentos de descontração, foram também im- portantíssimos para o avanço de várias ideias. Agradeço a todxs e, especialmente, ao Daniel Achutti, Christiane Russomano Freire, Thayara Castelo Branco e Gabriel Divan. Não seria possível ter chegado até aqui sem o apoio de meus coordenadores da Faculdade de Direito do Centro Universitário Ritter dos Reis. Por isso, professores Fernanda Nunes Barbosa, Rodrigo Valin de Oliveira, Diego Leite, André Bencke, Luiz Otá- vio Escalier Braga e Augusto Tanger Jardim, meu profundo agra- decimento por compreenderem a realização desta Tese e acredi- tarem em meu trabalho. Ao Doutor Flávio D’Almeida Reis por toda a confiança em mim depositada. Saibas: sempre será uma honra ser professor desta Instituição que carrega, além de teu DNA, a dignidade e seriedade tão características de teu trabalho. És um exemplo para todos nós. Nas pessoas dos colegas Alberto Fett e Gilberto Schäfer, também agradeço a todos os professores das Faculdades de Di- reito do Centro Universitário Ritter dos Reis, pelos gestos de so- lidariedade e pela sincera torcida. Em nome de Luciano Góes, Marcelo Buttelli Ramos, La- rissa Urruth Pereira, Guilherme Machado Barboza, Sabirna Du- arte Selau, Eduardo Crestani, Letícia Pereira e Patrícia Gonçalves agradeço a todos os meus alunos e todas as minhas alunas da Universidade do Sul de Santa Catarina, do Centro Universitá- rio Ritter dos Reis, do Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais da Polícia Militar de Santa Catarina, da Especialização em Ciências Penais da Universidade Estadual de Maringá e da Escola Peniten- ciária do Rio Grande do Sul. Todxs contribuíram - e muito - para o amadurecimento de várias ideias que embasam este trabalho. Não esquecerei, sobretudo, a compreensão e tolerância pelos re- flexos dos períodos de intensa escrita. Não tenho como deixar de agradecer à Vera Maria Gui- lherme. As madrugadas de conjugação do binômio escrita-insô- nia teriam perdido muito o sentido sem tuas sempre instigantes provocações. Foste interlocutora da maioria das conclusões do texto e jamais poderei agradecer suficientemente por todos os co- mentários realizados. Tenho orgulho de poder te chamar de amiga e sou feliz por saber que os diálogos sobre as fraturas estão apenas no início. És responsável direta pela imortalidade do sonho. À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), meu agradecimento pela Bolsa concedida para a realização deste Curso. Minha irmã Karine Noronha de Ávila também possui im- portante contribuição para este trabalho, não só fornecendo o apoio do referencial da neuropsicologia, sua especialidade profissional, como também a tenra amizade. Jamais esquecerei a diferença que fizeste, maninha. Carlos e Ana Braga, padrinhos queridos, sabem que nada disto seria possível sem o seu apoio. A linda família de vocês tam- bém me faz acreditar com mais força nas linhas que escrevi. Aos meus grandes amigos-irmãos Diego Apellaniz Borba, Mar- celo Rocha Marino, Felipe Marchiori dos Santos, Rodrigo Viega Alves e Luiz Alberto Brasil Simões Pires Filho, por compreenderem minha ausência e incentivarem a trajetória do início ao fim. Também não posso deixar de agradecer axs amigxs de Ma- ringá: Gisele Mendes de Carvalho, Hamilton Belloto, Andressa Paula de Andrade e Gerson Faustino Rosa. Ao amor puro e incondicional daquela que me viu dar os pri- meiros passos e foi muito mais do que uma avó, mas verdadeira parceira desde que me entendo por gente. Célia Ávila, nada disto faria sentido se não fosse também para ver teus olhinhos brilhando. À Érika por ser mais que um sonho: doce realidade. Obri- gado por preencher tudo de sentido, por me ensinar o que é o amor, por transformar a vida em um cobertor de nuvens sem fim. SE NÃO ME FALHA A MEMÓRIA... OU PREFÁCIO AO LIVRO DE GUSTAVO NORONHA DE ÁVILA. Discutir a qualidade da prova testemunhal é algo novo no contexto brasileiro, tomado pela compreensão medieval da capa- cidade descritiva da testemunha e pela postura paranoica do juiz, decorrente do modelo inquisitório, na gestão da prova. Assim é que a discussão travada em regra é bizarra. A testemunha está mentindo ou dizendo a verdade? Essa pergunta é ingênua e dá um trabalho enorme – uma tese de dou- torado – para superar. A maioria dos atores jurídicos nasce, cresce e morre acreditando em verdade ontológica, “como se” pudésse- mos, ainda, falar em adequação do intelecto à coisa. Esse modelo de pensar, dicotomicamente, é extremamente simples e, por essa simplicidade, engana. A linguagem deixou de ser a ligação entre a coisa e o enunciador, ou seja, não falamos mais da “coisa em si”, mas na possibilidade de atribuirmos sentido às coi- sas, no tempo e espaço. Daí que todo desvelamento traz consigo o velamento, sabe quem leu Hemenêutica Filosófica. Quem não sabe do que se está falando é mais feliz. Todo alienado é mais singelo. No campo da percepção, além de não podermos ter acesso à coisa em si, dado que o mundo da linguagem, sempre facista, nos dizia Barthes, ao impor um padrão de comunicação, obriga a falar de um modo para sermos inteligíveis. Depende, também e necessa- riamente, de um contexto de possibilidades de interpretações. Dia desses fui ao Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, com um Biólogo. O que para mim eram árvores similares são absolutamente diferen- tes, apresentam características diversas, tão evidentes e que, para meu espanto, até então, nunca havia percebido. Se for perguntado hoje sobre as árvores, poderei diferenciá-las. Não com a qualidade do meu amigo, mas melhor do que a sua, caro leitor, se não for amigo do meu amigo e nem mais curioso! Antes desse dia, pare- ciam todas iguais.
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