Companhia Antonio Gades Apresenta Fuego Em Setembro Na Capital
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COMPANHIA ANTONIO GADES APRESENTA FUEGO EM SETEMBRO NA CAPITAL Espetáculo concebido por Antonio Gades e Carlos Saura foi inspirado no balé El Amor Brujo. Porto Alegre recebe apresentação dia 25 de setembro no Teatro do Bourbon Country Clique na imagem para baixar em alta resolução. Crédito: Javier del Real Mais fotos em alta resolução em www.opuspromocoes.com.br A Companhia Antonio Gades traz a Porto Alegre Fuego, espetáculo de Antonio Gades e Carlos Saura inspirado no balé El Amor Brujo, de Manuel de Falla. Com realização da Opus Promoções e da Dell’Arte Soluções Culturais, a montagem terá apresentação única no Teatro do Bourbon Country dia 25 de setembro, às 21h. Estreada em 1989 no Théâtre du Châtelet, em Paris, Fuego cativou o público parisiense que presenciou as primeiras interpretações do balé. Uma longa turnê pela França, Itália, Alemanha, Suíça, Japão e Brasil seguiu-se à estreia. O espetáculo integra as comemorações do 10º aniversário da morte de Antonio Gades (1936-2004), ícone maior da dança flamenca. Pouco antes de criar a obra, Gades passava por uma dificílima situação pessoal. A ruptura com a sua esposa, Pepa Flores, além do falecimento do seu pai e a trágica morte do seu irmão Enrique, quem até então era parte da Companhia. Cansado também das constantes turnês do seu balé ao redor do mundo, decidiu se afastar dos palcos. Começou, então, um período de reflexão e descanso, que encerra em 1989, chamado por vários projetos artísticos entre os quais está a inauguração da Ópera do Cairo, a participação na celebração dos dez anos da criação do Balé Nacional da Espanha e o pedido do Teatro de Châtelet de Paris para a realização do balé Fuego. O estado de ânimo de Gades se reflete nessa obra que tenta fugir da fantasia do roteiro original contando a história de uma alienação mental e rodeando-a de uma atmosfera onírica e tenebrosa. A sua breve existência nos permite uma aproximação, hoje, a uma obra de Gades quase como se fosse a primeira vez. Muitos dos recursos empregados ali nunca se repetiram, e constituem hoje uma surpresa que fazem com que a obra mantenha o seu frescor. Antonio Gades soube reunir grandes profissionais para trabalharem em conjunto na execução das suas obras: Carlos Saura, Gerardo Vera, o Maestro Jesús López Cobos, Rocío Jurado são alguns dos grandes nomes que se uniram para essa versão cênica de El Amor Brujo. Além disso, durante a montagem, contou com Goyo Montero como maestro de baile, o iluminador Dominique You (hoje Diretor Técnico da Companhia Antonio Gades), e a atual Diretora Artística da Companhia, Stella Arauzo. SINOPSE DE FUEGO Prólogo Com a cortina abaixada começam a ser ouvidos os primeiros acordes de El Amor Brujo, aqueles que servirão de tema para “o fantasma”. A música prossegue mais misteriosa e envolvente... Sobre essa introdução, ouve-se um ritmo trepidante de sapateio e palmas que pouco a pouco toma conta do ambiente sonoro. Levanta-se a cortina. 1 - Briga O ritmo se intensifica e acentua quando vemos no palco, iluminados por feixes de luz, uns vinte homens que brigam aos pares utilizando navalhas e bengalas marcando o ritmo com os seus gestos e movimentos. É uma briga de morte ritualizada pela dança. Os homens mudam de par, evoluem pelo palco estabelecendo contrastes de movimentos e atitudes. Entre aqueles que brigam se destaca José, um homem alto, de traços marcantes, de cigano, que manipula com habilidade de especialista uma navalha. O seu adversário não o ataca. Avançam e retrocedem até que em um descuido de José, ele é esfaqueado pelo seu adversário. José está ferido de morte e cambaleia. O seu adversário para assustado. Todos os homens param de brigar. Saem do palco abandonando a José. A luz se concentra sobre ele que, com lentidão exasperante, vai caindo. Finalmente, José cai ao chão e ali permanece imóvel, morto. Nesse momento ouvem-se os agressivos compassos do início de El Amor Brujo e tudo escurece e assim permanecerá até o final da música. 2 - Varal O palco se ilumina lentamente. O palco está dividido em dois espaços definidos, à direita encontra-se o destinado ao varal. Lentamente descem os lençóis brancos que estão pendurados de uma espécie de balanços presos por cordas. Parecem sudários iluminados por uma penumbra que pouco a pouco vai abrindo. Amanhece no povoado e vão entrando no decorado os homens, que trazem cadeiras e bancos de palha, os músicos surgem com os seus violões. Começam a sentar. Os músicos afinam os seus instrumentos. Tudo em um ambiente relaxado, sem pressas. Vai se definindo uma melodia, um ritmo e alguém começa uma canção... Vão surgindo sobre o palco as mulheres cantando em coro a canção, que agora se generaliza. A maioria das mulheres é jovem, e estão vestidas com saias e blusas de cores fortes, levam cestos e baldes para recolher a roupa penduradas nos varais. Agora domina a claridade, a brancura. As mulheres começam a retirar os lençóis. Entre essas mulheres está Candela, uma jovem atrativa, protagonista desta história. Enquanto vão recolhendo a roupa, as mulheres se divertem rindo de Candela, que vai se casar em um mês com Carmelo. Cantam e dançam o Tanguillo pa cuando es la bosa em um ambiente cordial e divertido. A dança se torna mais sensual e provocante. A dança termina entre gritos, brincadeiras e risadas. As mulheres recolhem os seus baldes, os seus cestos com a roupa e vão saindo do palco deixando a Candela sozinha. Do grupo de homens vem Carmelo procurando por Candela, a sua noiva está com ela e o casa começa uma dança a dois, intensa e apaixonada. Mudam as luzes e o casal de isola de tudo e de todos. Quando a dança se torna mais íntima e Carmelo e Candela se abraçam, ouvem-se os primeiros acordes de El Espectro. De repente, como iluminado por um relâmpago, surge José "O fantasma", que vem do mundo das trevas para perturbar os apaixonados. Candela não pode conter a atração que sente por ele e, como levada por uma estranha e escura força interior que a puxa, tenta ir ao seu encontro, mas Carmelo a impede. A partir de então "o fantasma" perseguirá o casal sempre que tentem se amar. 3 - Natais Todo mundo reunido para comemorar o Natal. Formando grupos de famílias, aos quais ocasionalmente se integram algumas amizades, sentam-se nas cadeiras de palha ao redor dos fogões e utilizam instrumentos típicos: panderetas e pandeiros, zabumba e pilões, cantam e dançam com alegria canções de Natal. Vemos a Candela e a Carmelo que participam da festa cantando e dançando animadamente. Quando a festa está em seu apogeu surge, iluminado violentamente, "o fantasma". Todo mundo fica imóvel, "o fantasma" desaparece com a mesma rapidez com que surgiu. O tempo parece parar para todo mundo, exceto para Candela, que como em transe, começa a dançar a canção de Falla: “Eu não sei, não sei o que há comigo…” Todos permanecem imobilizados, paralisados, surpresos como em uma fotografia instantânea, enquanto Candela dança entre eles. Quando Candela acaba de dançar, volta a vida, o movimento, o ritmo, as canções e o ambiente de festa de antes, como se nada tivesse acontecido... A festa continua e todos vão saindo do palco, exceto Candela, que alguma força misteriosa a mantém presa no lugar... Quando Candela está sozinha no palco ouvem-se novamente os acordes de "o fantasma". Surge o fantasma iluminado violentamente, Candela, transtornada, puxada por uma força irresistível, começa a caminhar em sua direção. Dançam La danza del terror, uma dança violenta e ritualizada. Os violões, ao final, misturam-se aos pandeiros. 4 - O Orvalho Homens que se fazem de cavalo, com mulheres nas costas, surgem no palco. As mulheres desmontam e começam a dançar por "sevillanas" ao som do pandeiro. O grupo se recolhe e canta Y tu mirar. Nesse momento surgem no palco, pela esquerda, Candela e Carmelo. Aproximam-se lentamente até se encontrarem e, sem se tocarem, giram um ao redor do outro em uma dança amorosa, lenta e formal. Agora dançam todos novamente, o ritmo se acelera e os casais evoluem no palco. Todos param quando um casal dança "sevillanas", um casal cinquentão com a sabedoria ancestral da sua raça. A esse casal unem-se os demais. A dança se generaliza e todos voltam a participar da festa enquanto as "sevillanas" se tornam mais primitivas e rituais. E chega a tarde... A luz se torna misteriosa. Canta-se novamente Y tu mirar e Carmelo dança com Candela uma "sevillanas" lenta, densa, carregada de emoção e sentimento... Nesse momento se ouvem os acordes que anunciam "o fantasma". O casal de separa. Mais uma vez "o fantasma" vem perturbar a suas vidas. 5 - A Feiticeira Enquanto Candela permanece desolada no palco, Carmelo vai procurar a Feiticeira. Surge Carmelo com a Feiticeira. Ela se dirige ao lugar onde está Candela. Candela à esquerda e Carmelo à direita da Feiticeira, permanecem imóveis enquanto ela começa o seu ritual. A feiticeira faz o seu exorcismo. No centro do palco surge um feixe de luz vermelha que simboliza o fogo. Soam as primeiras badaladas que antecedem a Danza del Fuego. Ao seu compasso, vão surgindo na parte decorada todos os homens e mulheres do povoado e vão ocupando o palco. 6 - A Dança do Fogo Começa a Dança do Fogo. Ao redor da fogueira, vão se organizando homens e mulheres. Com exceção de Carmelo todos dançam a dança do fogo. Fazem um círculo luminoso e ao redor dele dançam em ritual. Candela dança cada vez mais compenetrada, contagiada pela intensidade da música. O ritmo se acelera até ter espasmos..