Tese VERSÃO CORRIGIDA

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Tese VERSÃO CORRIGIDA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA DALILA VASCONCELLOS DE CARVALHO Renome, Vocação e Gênero: duas musicistas brasileiras Versão Corrigida São Paulo 2010 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA SOCIAL DEPARTAMENTO DE ANTROPOLOGIA Renome, Vocação e Gênero: duas musicistas brasileiras Versão Corrigida Dalila Vasconcellos de Carvalho Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para a obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Orientadora: Profª. Dr.ª Fernanda Arêas Peixoto De acordo São Paulo 2010 FOLHA DE APROVAÇÃO Dalila Vasconcellos de Carvalho Renome, Vocação e Gênero: duas musicistas brasileiras Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social do Departamento de Antropologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, para a obtenção do título de Mestre em Antropologia Social. Data da aprovação:___/___/_____ Banca Examinadora: __________________________________ Profª. Drª. Heloísa André Pontes __________________________________ Profª. Drª. Heloísa Buarque de Almeida __________________________________ Profª. Drª. Fernanda Arêas Peixoto (orientadora) Para Rafael, que fez de mim e deste trabalho parte de sua vida e para os meus avós Eulário e Lázara de Carvalho (in memoriam). AGRADECIMENTOS À minha orientadora, Fernanda Peixoto, agradeço o apoio, o estímulo, a confiança, os comentários e as críticas do quais este trabalho se beneficiou imensamente. As professoras Heloisa Buarque de Almeida e Heloisa Pontes, que compuseram a banca do exame de qualificação e da defesa, pelas sugestões preciosas que procurei incorporar na medida do possível. Aos funcionários do Departamento de Antropologia - Celso, Edinaldo, Ivanete, Rose e Soraya-, por me auxiliarem com a burocracia acadêmica. E também aos funcionários da Divisão de Música e Arquivo Sonoro da Fundação Biblioteca Nacional e da Biblioteca Alberto Nepomuceno da Escola de Música da UFRJ, por disponibilizarem todo o material utilizado neste trabalho. À Dona Julieta que abriu as portas de sua casa e do acervo de Helza Camêu. À professora Luciana Dutra por compartilhar comigo o seu trabalho sobre Helza Camêu. À Mercedes Reis Pequeno, Noel Devo e Jacques Nirenberg, personagens fundamentais para a história da música brasileira, que atenciosamente me receberam em suas casas para uma entrevista. Ao Alexandre, Isabela, Júlia Di Giovanni, Júlia Goyatá, Luiza, Thais Fernanda, Thais Waldman, leitores animados deste trabalho, com quais tive o prazer de compartilhar a mesma orientadora. Aos meus amigos do PPGAS, Maurício, Lobão, Luís Felipe, Magda, Camila, Pierina, Clara, Edson, Tatiana, Bruno, Inácio e Rafael, com os quais, em diferentes momentos, vivenciei as etapas do mestrado e a confecção deste trabalho. Às minhas companheiras de Convento, Luciana Kalil, Waldênia Leão, Susana Abrantes, Tatiana Sena, Ana Lúcia, Simone, Suellen e Ana Paula, que me ajudaram a suportar a peregrinação pelos acervos, o calor escaldante de Santa Teresa e as escadas do convento, sempre mais seguras que o elevador! Ao professor Francisco Assis, pela leitura e comentários. À Ivna Fuchigami que é muito mais do que a revisora deste trabalho. Ao Roberto Leal que me acolheu e ouviu, em meio a tantas outras estórias, conflitos e angústias, o nascimento desse projeto. À “Turma da Escada”: Ad, Diego, João Marcelo, Gi, Otávio, Pedrito, Raquel e Sarah, amigos queridos de todas as horas, mas sempre presentes nas horas em que mais se precisa de um amigo. À minha família (meus avós Isa e Aparício, meus tios, tias, primas e primos) que compreenderam minha ausência nos últimos tempos em razão deste longo trabalho. À Maria Olívia e Romulo pela acolhida sempre festiva e animadora em Juiz de Fora. Agradeço, sobretudo, aos meus pais, João e Lucilia, por lutarem a vida toda para garantir às filhas aquilo que para eles foi um privilégio distante: a oportunidade única de “só estudar”. À minha irmã Damiana agradeço às inúmeras vezes que entregou, renovou e retirou livros para mim na Biblioteca, e principalmente, por ter trazido para o seio desta família a dupla animal: Oto Jr. e Oliver. Esta pesquisa foi possível graças ao financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). RESUMO O presente trabalho trata da trajetória de duas musicistas brasileiras: Helza Camêu (1903-1995), pianista, compositora e musicóloga, e Joanídia Sodré (1903-1975), pianista, regente e ex-diretora da Escola Nacional de Música (atualmente Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro) cujas carreiras tiveram início, respectivamente, em 1923 e 1927 no cenário musical do Rio de Janeiro. A construção da trajetória destas artistas visa a uma reflexão acerca de como as convenções de gênero estão imbricadas no processo social de construção de uma vocação musical neste período. Trata-se de compreender a vocação como um fato social, isto é, como um conjunto de práticas e representações sociais constituidoras da experiência do artista. A análise da trajetória de Helza Camêu e de Joanídia Sodré constitui um modo privilegiado para compreender de que maneira, na busca pela profissão de “artista”, estas duas mulheres criaram novos valores e sentidos que lhes permitiram transitar entre profissões “masculinas” e “femininas”. Palavras-chave: Helza Camêu, Joanídia Sodré, Convenções de gênero, Vocação, Sociologia da Cultura. ABSTRACT The present study concerns the trajectory of two Brazilian musicians: Helza Camêu (1903-1995), pianist, composer and musicologist, and Joanídia Sodré (1903-1975), pianist, conductor and former director of the National School of Music (currently, the School of Music of the Federal University of Rio de Janeiro). Their career began in 1923 and 1927, respectively, in the music scene of Rio de Janeiro. The construction of the trajectory of the above mentioned artists aims at conducting a careful thought about how gender conventions are closely linked in the social process of the construction of a musical vocation during that period. It is about to understand vocation as a social fact, that is, as a set of practices and social representations that shapes the artist’s experience. The analysis of the trajectory of Helza Camêu and of Joanídia Sodré constitutes a privileged way to understand how those two female artists, in search for the “artist” profession, created new values and meanings that allowed them to make their way through “male” and “female” professions. Keywords: Helza Camêu, Joanídia Sodré, Gender Conventions, Vocation, Sociology of Culture. SUMÁRIO INTRODUÇÃO À PESQUISA: FONTES E PERSPECTIVAS DA ANÁLISE ........... 1 CAPÍTULO 1: VOCAÇÃO MUSICAL: CONEXÕES DE GÊNERO E CLASSE SOCIAL EM TRÊS GERAÇÕES .................................................................................... 6 1.1. “MÚSICOS DO IMPÉRIO”: A VOCAÇÃO MUSICAL NO ÂMBITO DAS INSTITUIÇÕES E DO MECENATO............................................................................ 10 1.2. “MÚSICOS DE TRANSIÇÃO”: A CISÃO SIMBÓLICA ENTRE O UNIVERSO “ERUDITO” E O “POPULAR”................................................................. 27 1.3. “MÚSICOS CONTEMPORÂNEOS”: OS INTÉRPRETES E COMPOSITORES NA ERA DA PERFORMANCE..................................................................................... 34 1.4. AINDA A GERAÇÃO DOS CONTEMPORÂNEOS: OS COMPOSITORES- REGENTES E A PIANISTA-COMPOSITORA ........................................................... 48 1.5. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE VOCAÇÃO MUSICAL ENTRE INTÉRPRETES E COMPOSITORES DE TRÊS GERAÇÕES..................................... 53 CAPÍTULO 2: A “PRODIGIOSA” JOANÍDIA SODRÉ ............................................. 58 2.1. DE “CRIANÇA PRODÍGIO” À “MOÇA ESTUDIOSA”....................................... 61 2.2. O CONCURSO DE 1927: DÉBUT DE JOANÍDIA SODRÉ .................................. 72 2.3. A BATUTA DA PROFESSORA MAESTRINA..................................................... 78 2.4. “O DIRETOR” DA ESCOLA DE MÚSICA ........................................................... 92 CAPÍTULO 3: COMPOR E ESCREVER: DUAS FACES DE HELZA CAMÊU ... 102 3.1. ESTRÉIA ÀS AVESSAS....................................................................................... 103 3.2. COMPOR: “O ALVO VISADO”........................................................................... 110 3.3. MUSICOLOGIA: UM DESVIO DE ROTA...................................................... ....126 3.4. “UMA CAMINHADA DE CURTA EXTENSÃO” .............................................. 132 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 137 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 139 FONTES ........................................................................................................................ 139 BIBLIOGRAFIA GERAL............................................................................................. 147 Introdução à Pesquisa: fontes e perspectiva da análise O presente trabalho trata da trajetória de duas musicistas: Helza Camêu (1903- 1995), pianista, compositora e musicóloga, e Joanídia Sodré (1903-1975), pianista, regente e ex-diretora da Escola Nacional de
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