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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS Faculdade de Ciências Econômicas Departamento de Ciências Administrativas Centro de Pós-graduação e Pesquisas em Administração Diego Echevenguá Borges O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS ENTRE PEQUENOS COTONICULTORES BRASILEIROS Belo Horizonte 2018 1 Diego Echevenguá Borges O PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO USO DE AGROTÓXICOS ENTRE PEQUENOS COTONICULTORES BRASILEIROS Tese apresentada ao Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração da Universidade Federal de Minas Gerais como requisito parcial para obtenção do título de Doutor em Administração. Área de concentração: Estudos Organizacionais Orientador: Prof. Dr. Ivan Beck Ckagnazaroff Belo Horizonte 2018 2 Ficha catalográfica Borges, Diego Echevenguá. B732p O processo de institucionalização do uso de agrotóxicos entre 2018 pequenos cotonicultores brasileiros [manuscrito] / Diego Echevenguá Borges. – 2018. 294 f.: il., tabs. Orientador: Ivan Beck Ckagnazaroff. Tese (doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração. Inclui bibliografia (f. 224-256). 1. Agricultura – Aspectos ambientais – Teses. 2. Algodão – Cultivo – Teses. 3. Produtos químicos agrícolas – Teses. I. Ckagnazaroff, Ivan Beck. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Centro de Pós-Graduação e Pesquisas em Administração. III. Título. CDD: 631.8 Elaborada pela Biblioteca da FACE/UFMG. – RSS 31/2019 3 4 AGRADECIMENTOS Dedico esta tese a minha família, especialmente ao meu avô e minha avó que me criaram e lá do céu me dão força para seguir meu caminho. A meu pai e meu tio que me ajudaram muito nessa jornada. Agradeço a tia Maria e tio Luis que de uma forma ou outra me deram a oportunidade de compreender que, além da minha querida Jaguarão, tinha um mundo grandioso para ser explorado. Agradeço a isoldinha, Juliana, Claudia e Ana Rita que foram minhas primeiras professoras e sempre me trataram com muito carinho. Dedico esta tese ao professor Gabriel Milan por ter me dado a oportunidade de trabalhar com pesquisa na graduação. As funcionárias da UCS-Caxias do Sul Ana e Tere pelo carinho. Também aos colegas de UCS, Valter Marcos Monteiro Fortes e a Adri. Quero agradecer aos amigos Lucas, Alessandro, Lelo, Mimi, Boleta, Homero e Alexandre pela parceria durante a graduação. Aos amigos Vilmar, Carlão e a dona Natalina porque sempre me trataram com um enorme carinho. Dedico as minhas ex-companheiras de Caxias do Sul que de uma forma ou outra me ajudaram durante a graduação. Dedico aos companheiros de trabalho da ARWI que foram grandes amigos, principalmente Bisoto, Tiago e Zick. Ao professor Guilherme Borges Vieira que me falou para fazer mestrado. Agradeço a professora Flavia Scherer e a todo grupo de pesquisa da UFSM que sempre me apoiaram durante o mestrado. Sou grato a Zu e ao Lucas, colegas de mestrado que carrego no meu coração. Dona Irma (querida shirma) e seu Anacleto foram pessoas ótimas que me acolheram em Santa Maria. Meu grande amigo Toninho que quando chegou ao Brasil era um menino e agora é doutor e pai de uma menina linda. Agradeço as minhas ex-namoradas de Santa Maria que também foram importantes na minha vida. Agradeço aos colegas da UNA-Betim. Andreia, Clarice, Katita e Alexandre foram pessoas que me ajudaram durante meu tempo de trabalho em Betim. Agradeço ao professor Ivan Beck, que me acolheu e é um orientador excepcional. Aos professores Luiz Alex e Alexandre Carrieri porque sempre foram atenciosos em momentos de dúvidas. Também dedico a professora Ana Paula Paes de Paula pelos ensinamentos durante o curso. Quero agradecer ao pessoal do Cepead, especialmente Mara, Vera, Ana, meu amigo Evandro e também a querida Luciana. Agradeço a Rose, Juliana, Gislaine, Neide, Isabel, Katia e as outras meninas da Lanchonete pelo carinho. Também agradeço as meninas da Limpeza, em 5 especial as queridas Silvana e patricia, e aos amigos e amigas que trabalham como terceirizados na FACE, em especial Cátia, chororó, Carlos, Fabiano e Cascavel. Quero agradecer aos colegas de doutorado, especialmente Raul, Sérgio, Luciana, Jefo, Guina, Alex, Joycinha, Glau e o Fi (Everton). Conheci pessoas bacanas no Cepead, principalmente meu amigo Jow (Daniel), Tito, Simione, Andrézinho(in memorian), David, Marquinho, Felipe Couto, professora Deise, Aline Guerra, Willey. Quero agradecer ao pessoal da Índia, especialmente a orientação de Rajeswari Raina, a amizade de Vishal Chavhan, da colega Upsana Panda, do amigo Omprakash e do camarada Sankar. Agradeço também a minha namorada Carolina Pantuza por ser uma pessoa maravilhosa. Gaelzinho, o amigo do tio Diego, que sempre alegrou meu coração. Agradeço ao pessoal do bar da escada que mesmo sem querer me ajudaram em um momento difícil do doutorado. Agradeço ao meu amigo Magia por ter me dado abrigo durante meus cursos em POA. Dedico ao amigo Daniel Beltrame que me ajudou com as caronas de Jaguarão para Pelotas. Minha amiga Biba não pode ficar fora desse agradecimento porque minhas conquistas alegram o coração dessa minha segunda mãe. Gilnei e Gilmar (in memorian), grandes amigos que me acolheram em Caxias do Sul. Tenho bons amigos, mas quero agradecer ao Bruninho, Bruno luerce, Homero e Xandy pela parceria nessa reta final de tese. 6 RESUMO A presente tese buscou entender como ocorreu o processo de institucionalização dos agrotóxicos entre pequenos cotonicultores brasileiros de 1945 e 2018. Escolheu-se esse espaço de tempo devido ao fato de a década de 1945 marcar o início da adoção em grande escala dos agrotóxicos organo-sintéticos, como o dicloro-difenil-tricloroetano (DDT), em nível mundial. A importância de interpretar a cognição de agentes que constituem o ambiente institucional dos agrotóxicos recai na possibilidade de entender significados, símbolos e elementos materiais que alimentam a dinâmica de institucionalização dessa tecnologia entre pequenos cotonicultores brasileiros. Percebe-se que no Brasil os agrotóxicos levantam indagações a respeito das externalidades que geram na sociedade. A utilização inadequada desses insumos, além de gerar contaminação ambiental, causa problemas de saúde pública, afetando a saúde dos trabalhadores rurais e dos consumidores. Por outro lado, multinacionais do agronegócio concebem os agrotóxicos como tecnologias fundamentais para garantir produtividade alta e segurança alimentar à população. Alguns agentes, por exemplo, entendem que os agrotóxicos são tecnologias que possibilitaram o aumento de qualidade e quantidade de comida. Diante desse contexto, baseado na análise de ações e conflitos empreendidos por multinacionais do agronegócio, políticos, pequenos agricultores familiares, pesquisadores de diferentes áreas e organizações do terceiro setor, pretendeu-se verificar como ocorreu o processo de institucionalização dessa tecnologia entre pequenos cotonicultores de Tauá-Ce, Rondonópolis-Mt, São José dos Quatro Marcos-Mt. Também é analisado o caso do assentamento Itamaraty-Ms porque os pequenos cotonicultores desse contexto realizam cultivo orgânico de algodão em meio à forte presença de uma cultura agrícola convencional. No referencial teórico trabalhou-se com a teoria institucional, focando nas concepções pilares institucionais, processo de institucionalização e processo de desinstitucionalização. Além do exposto, também foram usados os conceitos de Pierre Bourdieu para entender como agentes usam o poder (taxas de capitais) para dominar o campo e de que forma os seus habitus podem influenciar suas ações nesse processo de busca por dominação. O pressuposto que guiou esse trabalho é que existe (e existiu) um embate no processo de institucionalização dos agrotóxicos, e agentes que participam dessa luta fazem uso do poder para movimentar pilares institucionais (regulativo, normativo e cultural-cognitivo) com o intuito de avançar seus interesses para institucionalizar essa tecnologia ou desinstitucionalizá-la. No que se refere ao método delineado, este se caracteriza como eminentemente qualitativo. Realizou-se um levantamento histórico em documentos para verificar os principais eventos que influenciaram na constituição da cotonicultura internacional e nacional. Além desse passo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com diversos agentes que compõem a amostra para verificar a percepção deles sobre os eventos. Também se tentou analisar aspectos que exerceram influência no processo de institucionalização do uso de agrotóxicos, mas que podem ter sido velados pela literatura que trata desse tema. Os resultados mostraram que no Brasil os agrotóxicos passaram a ser importados e fabricados após a segunda guerra mundial. Nessa época, com o discurso pró- modernização para o bem-estar social o empresário norte americano Nelson Rockfeller fez uso do uso do poder econômico ao montar e patrocinar institutos de pesquisa e ao realizar experimentos na área agrícola para moldar a agricultura brasileira em consonância modelo agrícola americano. Nelson Rockfeller também investiu em capital cultural ao trazer cientistas e professores que, dotados de conhecimento científico avançado para a época, propuseram o uso da ciência e tecnologia para desenvolver a agricultura do Brasil. Com as diversas ações e estratégias delineadas por Rockfeller e do Governo Americano (principalmente no governo do Harry Truman) houve uma movimentação do pilar regulativo por parte do poder público brasileiro. A interdependência do Estado e interesses de Nelson Rockfeller é revelada quando o 7 governo brasileiro colocou em prática um projeto elaborado pelo empresário norte