Memórias Do Teatro De Bonecos Brasileiro
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MÓIN-MÓIN REVISTA DE ESTUDOS SOBRE TEATRO DE FORMAS ANIMADAS Realização Projeto HISTÓRIAS DE BONECOS - Registrando nossas memórias... Edital FUNARTE de Ocupação do Teatro DUSE/2015. Sociedade Cultura Artística de Jaraguá do Sul – SCAR Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC Editores: Gilmar Antônio Moretti (SCAR) Prof. Dr. Valmor Níni Beltrame (UDESC) Conselho Editorial: Profa. Dra. Ana Maria Amaral Universidade de São Paulo (USP) Dra. Ana Pessoa Fundação Casa de Rui Barbosa (RJ) Profa. Dra. Amábilis de Jesus Faculdade de Artes do Paraná (FAP) Prof. Dr. Felisberto Sabino da Costa Universidade de São Paulo (USP) Profa. Dra. Izabela Brochado Universidade de Brasília (UNB) Profa. Dra. Maria Izabel Concessa P. de A. Arrais Universidade Federal do Pernambuco (UFPE) Marcos Malafaia Giramundo Teatro de Bonecos (Belo Horizonte) Prof. Me. Miguel Vellinho Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) Prof. Dr. Paulo Balardim Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) Prof. Dr. Tácito Borralho Universidade Federal do Maranhão (UFMA) Prof. Dr. Wagner Cintra Universidade Estadual Paulista (UNESP) Memórias do Teatro de Bonecos Brasileiro Móin-Móin é uma publicação conjunta da Sociedade Cultura Artística de Jaraguá do Sul – SCAR e do Programa de Pós-Graduação em Teatro (Mestrado e Doutorado) da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC. As opiniões expressas nos artigos são de inteira responsabilidade dos autores. A publicação de artigos, fotos e desenhos foi autorizada pelos responsáveis ou seus representantes. Editores: Gilmar Antônio Moretti – SCAR Prof. Dr. Valmor Níni Beltrame – UDESC Coordenação Editorial: João Chiodini (Design Editora) Estudantes Bolsistas: Jean Carlo de Castro, Júlia Juchem e Tassiana Leivas Bastos Revisão e versão dos resumos/abstracts: Clorys Daly e Jeffrey Hoff. Diagramação: Beatriz Sasse Impressão: Gráfica Nova Letra Capa: El retablo del Maese Pedro (1976). Grupo Giramundo Teatro de Bonecos. Direção de Álvaro Apocalypse. Foto de Enzo Giaquinto. Página 3: E a gralha falou (1979). Olga Romero. Grupo Gralha Azul Teatro. Direção de Hector Grillo. Foto de Dario de Almeida Prado. Páginas 5: Em concerto (1994). Grupo Contadores de Estórias. Direção de Marcos Ribas. Foto de Luciana Serra. Página 6: História de lenços e ventos (1974). Grupo Ventoforte. Direção de Ilo Krugli. Fonte CEDOC – Funarte. Móin – Móin: Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas. Jaraguá do Sul: SCAR/UDESC, ano 11, v. 13, julho, 2015. Periodicidade semestral v. 13, ano 11, julho, 2015. ISSN 1809-1385 M712 1. Teatro de bonecos. 2. Teatro de máscaras. 3. Teatro de fantoches. CDD 792 SUMÁRIO MÓIN-MÓIN 13 Memórias do Teatro de Bonecos Brasileiro Memórias do Teatro de Bonecos Brasileiro: à guisa de apresentação Valmor Níni Beltrame e Gilmar Antônio Moretti, 8 Associação Brasileira de Teatro de Bonecos (ABTB) Clorys Daly, 14 Teatro de Bonecos Popular do Nordeste: história e histórias Izabela Brochado, 28 Se não fosse a vida, seria um filme: Antônio Carlos de Sena Paulo Balardim, 56 Ilo Krugli: um vento forte sobre o Rio Miguel Vellinho, 72 Fernando Augusto: o menino de Nanã Humberto Braga, 88 Ana Maria Amaral e a história de Palomares Wagner Cintra, 107 Paixão e ação: Humberto Braga e o teatro de animação no Brasil Ana Pessoa, 120 Revelações Maria do Carmo Vivacqua Martins – Madu, 134 Um Cavaleiro e seu destino: Tácito Borralho Aldo Leite, 146 Olga Romero: sobre cartografia político-artística Amábilis de Jesus, 162 Ângela Belfort e a brincadeira do mato Marcondes Lima, 174 Lúcia Coelho: desobedeçam a todos, menos a si mesmos! Karen Acioly, 188 A arte de descobrir caminhos: o teatro de bonecos de Marcos Ribas e do Grupo Contadores de Estórias Luiz André Cherubini, 200 Móin-Móin: o nome desta publicação é uma homenagem à marionetista Margarethe Schlünzen, que faleceu em agosto de 1978 e, durante as décadas de 1950 e 1960, encantou crianças de Jaraguá do Sul (Santa Catarina, Brasil) com suas apresentações. Era sempre recebida efusivamente nas escolas pelo coro guten Morgen, guten Morgen (“Bom dia, bom dia” em alemão). A expressão tornou o trabalho da marionetista conhecido como “Teatro da Móin-Móin”. Móin-Móin: the name of this publication is a tribute to the puppeteer Margarethe Schlünzen, who died in August 1978. During the 50’s and 60’s she enchanted children from Jaraguá do Sul (Santa Catarina, Brazil) with her puppet plays. When arrived at the schools she was always warmly welcomed by the chorus guten Morgen, guten Morgen (“Good morning, good morning” in German). The expression made the work of the puppeteer known as the “Móin-Móin Theatre”. Móin-Móin: le nom de cette publication est un hommage à la marionnetiste Margarethe Schlünzen, décédée au mois d´août 1978. Pendant les années 1950 et 1960 elle a émerveilée les enfants de la ville de Jaraguá do Sul (Santa Catarina, Brésil) avec ses spectacles. Elle était toujours accueillie avec enthousiasme dans les écoles où elle se présentait, les enfants lui disant en choeur guten Morgen, guten Morgen (“Bonjour, bonjour”, en allemand). C’est pourquoi le travail de la marionnettiste est connu comme “le Théâtre de la Móin-Móin”. Móin-Móin: el nombre de esta publicación es un homenaje a la titiritera Margarethe Schlünzen, que falleció en agosto de 1978 y, durante las décadas de 1950 y 1960, encantó a niños y niñas de Jaraguá do Sul (Santa Catarina – Brasil) con sus presentaciones. Era siempre recibida efusivamente en las escuelas por el coro guten Morgen, guten Morgen (“Buenos días, buenos días” en alemán). La expresión volvió el trabajo de la titiritera conocido como “Teatro de la Móin-Móin”. MÓIN-MÓIN 8 Memórias do Teatro de Bonecos Brasileiro: à guisa de apresentação A Móin-Móin – Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Ani- madas, nesta edição, nº 13, elege o tema: Memórias do Teatro de s Bonecos Brasileiro. É uma edição sobre a memória de artistas que dedicam suas vidas a esta arte e trabalham com as diferentes mani- festações do que nós no Brasil denominamos de Teatro de Bonecos, Teatro de Formas Animadas ou Teatro de Animação. As ideias que estimularam a concepção da presente edição en- contram ecos em dois pequenos trechos do livro de Ecléa Bosi1 Me- mória e sociedade: “Lembrar não é reviver, mas refazer, reconstruir, repensar, com imagens e ideias de hoje, as experiências do passado” (2003, p. 55). Nessa perspectiva, para a Revista, tão importante quanto a lembrança dos fatos vividos é o modo como o artista vê, pensa e explicita o que viveu. Tão rico quanto o que aconteceu é o modo como ele o identifica e se coloca em tal situação. Isso possi- 1 BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembrança de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. Revista de Estudos sobre Teatro de Formas Animada de Formas de Estudos sobre Revista Teatro MÓIN-MÓIN 9 bilita se perguntar: do que as pessoas lembram? “A memória é um cabedal infinito do qual só registramos um fragmento” (BOSI, p. 39). A velocidade e a quantidade dos acontecimentos contempo- râneos apagam a memória do vivido? A autora diz ainda que: Uma lembrança é um diamante bruto que precisa ser lapidado pelo espírito. Sem o trabalho da reflexão e da localização, seria uma imagem fugidia. O sentimento também precisa acompanhá-la para que ela não seja uma repetição do estado antigo, mas uma reaparição. (2003, p. 81). Estimulados por estas provocações, o desafio foi reunir textos sobre memórias, fatos e ideias que marcaram o modo de pensar e fazer Teatro de Bonecos no Brasil na perspectiva do olhar e da compreensão de artistas que construíram essa história. Trata-se de situar caminhos percorridos voluntária ou involuntariamente e que ajudaram na definição e na consolidação da profissão de cada um dos artistas escolhidos para integrar esta edição da Móin-Móin. Os textos aqui reunidos remetem às lembranças de artistas Animadas de Formas de Estudos sobre Revista Teatro descrevendo e refletindo sobre as suas trajetórias pessoais, artísticas, as dificuldades e as conquistas efetuadas, evidenciando, de um lado, seu peculiar modo de se ver como artista e, de outro, destacando mudanças percebidas nessa arte nas últimas décadas em nosso país, assim como desafios que ainda se vislumbram. Ao mesmo tempo, a ideia desta edição é refletir sobre acontecimentos que marcaram as atividades do Teatro de Bonecos no Brasil nos últimos anos, so- bretudo a partir de 1973, quando foi criada a Associação Brasileira de Teatro de Bonecos – ABTB. Certamente, o que apresentamos aqui é um pouco, um pouquinho – não menos importante – de memórias que possibilitam conhecer a história dessa arte. A publicação de um número da revista sobre este tema já vem sendo gestada desde o ano de 2011. No encerramento dos Seminários de Estudos sobre Teatro de Formas Animadas realizados anualmente na sede da SCAR, em Jaraguá do Sul, oportunidade em que defini- MÓIN-MÓIN 10 mos os temas das edições da Móin-Móin, memórias era um assunto recorrente. Uma das dificuldades para a concretização desta proposta deve-se ao fato de que diversos bonequeiros e bonequeiras não têm o hábito do registro escrito das próprias memórias. O tema foi diversas vezes postergado. Em 2013, em Curitiba, a discussão sobre as Memórias do Teatro de Bonecos foi retomada por ocasião do I Seminário Sul de Teatro de Bonecos promovido pela Associação Paranaense de Teatro de Bonecos (APRTB), em parceria com o Centro Cultural Teatro Guaíra (CCTG) e a Coordenadoria da Economia Criativa da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná2. Na oportunidade, firmamos, mais uma vez, o compromisso de trabalhar nesta publicação, considerando a im- portância de documentar a história recente do nosso teatro, sobretudo na perspectiva da memória de artistas. É fato que hoje já dispomos de alguns estudos sobre a história recente do Teatro de Bonecos do Brasil. Isso pode ser confirmado na leitura de muitas dissertações e teses defendidas em Programas de Pós-Graduação de diferentes universidades brasileiras3, mas desconhecemos a existência de publicações que privilegiem o relato de experiências de bonequeiros e bonequeiras na perspectiva da compreensão de seus percursos4.