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TENDENCIA DAS PRECIPITAÇÕES NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BRÍGIDA – ESTADO DE

José Alegnoberto Leite Fechine1, Josiclêda Domiciano Galvíncio2

Artigo recebido em 21/08/2009 e aceito para publicação em 31/08/2009.

RESUMO A Bacia hidrográfica do Rio Brígida, localizada no Sertão do Estado de Pernambuco, possui um total de 15 municípios, dentre os quais, seis estão completamente inseridos. O objetivo deste trabalho é detectar as tendências anuais de precipitações das séries pluviais de Feitoria – Bodocó, Exu, Moreilândia, , , Barra de São Pedro – Ouricuri, Santa Filomena – Ouricuri, Santa Cruz – Ouricuri e Parnamirim, localizadas no semi-árido pernambucano como também as tendências em anos de El Niño e em segundo momento investigar a variação das secas, mediante a analise das séries. As séries analisadas na bacia hidrográfica do rio Brigida não apresentaram tendências nas precipitações. Em anos de El Niño, as precipitações também não apresentaram tendências nas precipitações. Isso implica que os eventos El Nino não têm proporcionado aumento nas intensidades das secas na bacia hidrográfica do rio Brígida. Palavras Chaves: tendências de precipitações, secas, mudanças no clima.

RAINFALL TRENDS IN WATERSHED OF THE BRIGIDA RIVER – PERNAMBUCO STATE

ABSTRACT

The river Brígida watershed, located in the Pernambuco State, has a total of 15 municipalities, among which, six are fully inserted. The objective of this work is to detect trends of annual rainfall series of rain factory - Bodocó, Exú, Moreilândia, Serrita, Ouricuri, Barra de San Pedro - Ouricuri, Santa Filomena - Ouricuri, Santa Cruz - Ouricuri and Parnamirim, located in semi - arid Pernambuco as well as trends in years of El Niño and in second time to investigate the variation of drought, by examining the series. The series analyzed in the river Brigida watershed showed no trend in rainfall. In El Niño years, the rain did not present trend in rainfall. This implies that El Nino events have provided no increase in intensity of droughts in the river Brígida watershed. Key-works: rainfall tends, drought, climate change.

1 Doutorando em Geografia pela Universidade Federal de Pernambuco. Departamento de Ciências Geográficas Avenida professor Morais Rego, 1235. Cidade Universitária, Recife-PE. CEP: 50670-901. e-mail: [email protected] 2 Professora adjunta do. Departamento de Ciências Geográficas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Avenida Professor Moraes Rego, 1235, Cidade Universitária, Recife, Pernambuco. CEP 50670-901 ([email protected]) Fechine, J. A. L.; Galvíncio, J. D. 1

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INTRODUÇÃO nacional, constitui-se num elemento de O semi-árido apresenta um regime potencial instabilidade econômica, de crise pluviométrico marcado por extrema social e um fator limitante do desenvolvimento irregularidade de chuvas, no tempo e no regional (FILHO, 2002). espaço. Nesse cenário, a escassez de água Os estudos sobre as secas no Nordeste constitui um forte entrave ao revelam que, neste século, ocorreram 14 desenvolvimento socioeconômico e, até grandes estiagens, algumas das quais foram mesmo, à subsistência da população. A classificadas como extremas. Os anos de seca ocorrência cíclica das secas e seus efeitos têm em comum o fato de as precipitações se catastróficos são por demais conhecidos e situarem, via de regra, abaixo da média remontam aos primórdios da história do histórica. Outro aspecto diz respeito à Brasil (FILHO, 2002). variabilidade, expressa pelo coeficiente de Não obstante a identidade que a variação, que mostra a variação relativa da singulariza no cenário nacional, a região precipitação em torno da média. Os efeitos da Nordeste apresenta grande heterogeneidade seca não decorrem da distribuição de chuva, em termos agroecológicos e econômicos. Na mas sim da intensidade, que, nos anos de realidade, o meio físico teve importância estiagem, chega a ser praticamente nula, fundamental na definição das formas de mesmo nos meses típicos de chuva. Outro ocupação humana, de desenvolvimento das aspecto a destacar é o da distribuição espacial atividades econômicas e de construção de da seca, pois nem todas as subzonas são uma identidade cultural. igualmente afetadas pela falta de chuva A dispersão geográfica e a escassez (PESSOA & CAVALCANTI, 1973). relativa de terras agricultáveis, agravadas A descrição do contexto em que ocorrem pela distribuição irregular das chuvas, são as secas no semi-árido nordestino mostra as alguns dos fatores determinantes do dificuldades naturais e institucionais em que se desenvolvimento das atividades econômicas dá a convivência do sertanejo com aquele e da estrutura fundiária na zona rural do fenômeno climático. A seca continua sendo um Nordeste brasileiro. O clima semi-árido que flagelo para milhões de nordestino atinge a metade do território nordestino, e (CAVALCANTI, 1981). A falta de onde ocorrem às secas periódicas, ademais reorganização fundiária, disponibilidade e o de ser característico do Nordeste no contexto uso adequado dos recursos hídricos, de

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RBGF- Revista Brasileira de Geografia Física Recife-PE, Vol.2 n.02, maio-agosto 2009, 01-10. tecnologias apropriadas para a agricultura Diante disto, o objetivo deste trabalho é dependente de chuvas, de culturas adaptáveis averiguar a relação das tendências anuais de às condições de clima e solo, causam efeitos precipitações das séries pluviais de Feitoria – econômicos e sociais, ampliando, assim, o Bodocó, Exu, Moreilândia, Serrita, Ouricuri, triste quadro representando pelos milhões de Barra de São Pedro – Ouricuri, Santa Filomena flagelados que, periodicamente, ressurgem – Ouricuri, Santa Cruz – Ouricuri e no sertão do Nordeste. Parnamirim, localizadas no semi-árido A zona semi-árida Nordestina, em pernambucano como tendências em anos de El particular à de Pernambuco encontra-se Niño e em segundo momento investigar a situada em posição marginal relativamente variação das secas, mediante a analise das às regiões de clima áridos e semi-áridos séries. tropicais e subtropicais do planeta. Os sistemas atmosféricos atuantes sobre o MATERIAL E MÉTODO Nordeste são responsáveis pela grande Região em estudo heterogeneidade que a região apresenta em A área de estudo é a Bacia hidrográfica comparação com outras do país. do Rio Brígida, localizada no Sertão do Estado O clima quente apresenta variações de Pernambuco está entre as coordenadas 7° pequenas, não sendo superior a 5º C a 30’ a 9° 00’ de latitude Sul e 39° 30’ a 41° 00’ diferença entre a média do mês mais quente de longitude Oeste e aproximadamente 700m e do mais frio. As precipitações, mesmo na de altitude, com nascente na Chapada do zona Semi-árida, apresentam-se bastante Araripe e Foz no Rio São Francisco, possui variadas, oscilando entre 400 e 800 uma área de 14.366 Km² e uma extensão de milímetros e mudando também no tocante às 160 Km. A Bacia possui um total de 15 épocas de início e fim da estação chuvosa municípios, dentre os quais 6 estão (FILHO, 2002). completamente inseridos: , Bodocó, Outra característica do regime , , Ouricuri e Trindade. Os outros pluviométrico diz respeito às variações na municípios que fazem parte de seu território distribuição das chuvas ao longo do inverno. são: Cabrobó, Exu, Moreilândia, Orocó, Por essas razões, o semi-árido é considerado Parnamirim, Stª Maria da Boa Vista, Stª Cruz, como as áreas do planeta mais vulneráveis Stª Filomena e Serrita (BRASIL, 2005(a)), aos efeitos das mudanças climáticas. Figura 1.

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series pluviais localizadas nos municípios de Bodocó - Feitoria, Exu, Moreilândia, Serrita, Ouricuri e Parnamirim, localizados na bacia hidrográfica do rio Brígida, semi-árido do estado de Pernambuco (Figura 1), no intuito de verificar a tendência de aumento ou diminuição de precipitações. No primeiro momento se trabalhou as Figura 1: Localização da Bacia do Rio séries pluviais ano a ano. A organização das Brígida com seus pluviômetros – Pernambuco – Brasil séries se deu da seguinte forma: os dados foram ordenados de acordo com a faixa de anos, sem O clima é do tipo (BSwh’); geologia preenchimento de falhas, no intuito de obter (Recobrimento pedimentar constituído por séries reais e homogêneas, visto que as séries material arenoso e areno-argiloso); relevo escolhidas teriam que ter mais de 40 anos de (Depressão do São Francisco); Solo analise. (Latossolos Vermelho-Amarelo Distrófico); Diante destas informações procurou-se Hidrografia (Rio Brígida); Agropecuária determinar: os anos menos chuvosos, as (Pecuária, em particular a caprinocultura, a variações pluviais e as conseqüências das agricultura de sequeiro e, em algumas áreas, mudanças climáticas para os municípios da a presença da agricultura irrigada) e bacia hidrográfica do rio Brígida. Para tanto, Vegetação de () (BRASIL, 2005(b)). utilizou-se análises de tendências para determinar os níveis de alterações climáticas na Material bacia. As informações hidrológicas foram Devido à quantidade e qualidade dos fornecidas pelo Laboratório de Meteorologia dados foi pertinente dividir o escopo em duas e Recursos Hídricos de Pernambuco fase: primeira e segunda, descrita abaixo. (LAMEPE, 2008), o qual organiza, analisa e Na primeira fase se trabalhou as séries divulga as informações sobre o clima pluviais ano a ano. Os dados foram ordenados pernambucano. O LAMEPE dispõe de várias de acordo com a faixa de anos, sem estações pluviais distribuídas pelo Estado. preenchimento de falhas, no intuito de obter De posse destes dados buscou-se analisar as séries reais e homogêneas, visto que as séries

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RBGF- Revista Brasileira de Geografia Física Recife-PE, Vol.2 n.02, maio-agosto 2009, 01-10. escolhidas teriam que ter mais de 40 anos de Tabela 1 – Anos de El Niño no século XX analise. A análise realizada na segunda fase partiu da avaliação das séries anuais de precipitações dos municípios de: de Bodocó - Feitoria, Exu, Moreilândia, Serrita, Ouricuri e Parnamirim entre os anos de 1912 a 2007, organizados de acordo com as faixas de anos de El Niño da Tabela 1 (modificada), obtida no site do CPTEC Fonte: CPTEC (2002); METSUL (2007)

(Centro de Previsão de Tempo e Estudos RESULTADOS E DISCUSSÕES Climáticos), gerando séries acima de 40 No Posto Feitoria a série analisada foi de anos. Nesta fase foi realizada uma analise 46 anos (1935 - 1988), com exceção dos anos das séries anuais de precipitações em anos de: 1938, 1955, 1957, 1960, 1961, 1962 e 1972 de El Niño. Com intuito de averiguar a – neste posto não houve tendência nas tendência de aumento/diminuição de precipitações, com R2 de 0,002, (Figura 2). precipitações em anos de El Nino. POSTO: FEITORIA - BODOCÓ 800 Nestas fases procurou-se observar e y = 0,0292x + 61,315 700 2 R = 0,0022 entender a variação das máximas e mínimas 600 500 anuais de precipitações e em seguida 400 relacionar as mínimas com as secas 300 200 ocorridas. MENSAL PRECIPITAÇÃO 100 0 1935 1940 1944 1948 1952 1958 1966 1970 1975 1979 1983 1987 ANOS Figura 2: Tendências das precipitações no posto pluviométrico de Feitoria – Bodocó

Em anos de El Niño não houve tendência

precipitações, o R2 foi 0,0014. A média

climatológica de 1939 a 1988 foi de 69 mm

mensais (Figura 3).

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POSTO: FEITORIA - BODOCÓ POSTO: EXU Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) Precipitação Mensall Climatológica Linear (Precipitação Mensall) 600 600 y = -0,1185x + 86,21 L y = 0,0365x + 59,604 500 500 2 R2 = 0,0014 R = 0,0311 400 400

300 300

200 200

100 100 PRECIPITAÇÃO MENSA PRECIPÍTAÇÃO MENSAL 0 0 1939 1940 1946 1951 1958 1963 1966 1968 1970 1976 1978 1980 1983 1986 1988 1940 1951 1965 1970 1976 1080 1987 1992 2002 2006 ANOS DE EL NIÑO ANOS DE EL NIÑO Figura 3: Tendências das precipitações no Figura 5: Tendências nas precipitações no posto pluviométrico de Feitoria – Bodocó, posto de Exu em anos de El Nino. em anos de El Niño O posto de Moreilândia também não O posto de Exu a série analisada foi de apresentou tendência nas precipitações, o R2 foi 56 anos (1935 – 2006), com exceção dos de 0,0142. A série analisada foi de 42 anos anos de: 1936, 1938, 1939, 1941, 1942, (1963 – 2007), com exceção dos anos de: 1985 1958, 1959, 1960, 1961, 1962, 1974, 1991, e 1993. As precipitações 1963 a 2006 estiveram 1993,1997 e 1998 – neste posto não houve uma média abaixo de 100 mm mensais (Figura 2 tendência nas precipitações, o R foi de 6). 0,0117, (Figura 4). POSTO MOREILÂNDIA 600 600 POSTO: EXU L y = -0,0577x + 68,494 y = -0,0449x + 81,915 500 2 500 R = 0,0142 R2 = 0,0117 400 400 300 300 200 200 100

100 PRECIPITAÇÃO MENSA 0 0 1935 1944 1949 1953 1963 1967 1972 1977 1982 1986 1992 1999 2004 1963 1966 1970 1974 1978 1981 1986 1990 1995 1998 2002 2006 ANOS ANOS Figura 4: Tendências das precipitações no Figura 6: Tendências das precipitações no posto de Exu. posto de Moreilândia.

Em anos de El Niño também não Em anos de El Niño também não houve tendência nas precipitações, o R2 foi apresentou tendência nas precipitações, R2 foi de 0,0311. A média climatológica entre 1940 de 0,0105. A normal climatológica esteve em a 2006 foi de 66 mm mensais (Figura 5). torno de 50 mm mensais (Figura 7).

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POSTO MOREILÂNDIA POSTO: SERRITA Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) 400 600 y = -0,0073x + 47,487 y = -0,0625x + 62,43 350 2 500 R = 0,0003 R2 = 0,0105 300 400 250 200 300 150 200 100 100 50 PRECIPITAÇÃO MENSAL PRECIPITAÇÃO MENSA PRECIPITAÇÃO 0 0 1939 1946 1952 1958 1966 1972 1978 1982 1987 1991 1994 1998 2004 2007 1963 1966 1969 1973 1977 1979 1983 1987 1990 1994 1997 2001 2004 2006 ANOS DE EL NIÑO ANOS DE EL NIÑO Figura 7: Tendências das precipitações no Figura 9: Tendências nas precipitações no posto de Moreilândia, em anos de El Nino. posto de Serrita, em anos de El Niño

O Posto Ouricuri a série analisada foi de O posto Serrita a série analisada foi de 79 anos (1913 – 2007), com exceção dos anos 68 anos (1935 – 2007), com exceção dos de: 1915, 1921, 1922, 1926, 1927, 1957, 1958, anos de: 1938, 1959, 1960 e 1970 – este 1959, 1960, 1961, 1962, 1963, 1964, 1966 e posto também não apresentou tendência nas 1986 – neste posto não houve variação nas precipitações, com R2 de 0,0004. A média precipitações, (Figura 10). nas precipitações de 1935 a 2007 foi de 50 Em anos de El Niño também não mm mensais (Figura 8). apresentou tendência nas precipitações, o R2 foi

POSTO: SERRITA y = 0,0054x + 45,826 400 R2 = 0,0004 de 0,0002. A normal climatológica é de 44 mm 350 300 mensais (Figura 11). 250 200 POSTO: OURICURI y = -0,00x + 48,71 700 150 R2 = 0,00 100 600 PRECIPITAÇÃO MENSAL PRECIPITAÇÃO 50 500 0 1935 1941 1947 1953 1958 1966 1973 1978 1984 1990 1995 2001 2007 400 ANOS 300 Figura 8: Tendências nas precipitações no 200

posto de Serrita MENSAL PRECIPITAÇÃO 100 0 1913 1920 1931 1937 1944 1950 1965 1973 1979 1987 1993 2000 2007 Em anos de El Niño também não ANOS Figura 10: Tendências nas precipitações no apresentou tendência nas precipitações, o R2 posto de Ouricuri foi de 0,0003, com normal climatológica de 45 mm mensais (Figura 9).

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POSTO: OURICURI POSTO: BARRA DE SÃO PEDRO - OURICURI Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) 700 800 L y = -0,0382x + 59,223

y = 0,006x + 43,032 L 700 2 600 2 R = 0,0016 R = 0,0002 600 500 500 400 400 300 300 200

200 MENSA PRECIPITAÇÃO 100

PRECIPITAÇÃO MENSA PRECIPITAÇÃO 100 0 0 1939 1946 1951 1958 1963 1966 1969 1972 1976 1978 1980 1986 1988 ANOS DE EL NIÑO 1913 1923 1941 1965 1972 1979 1988 1993 2001 2006 ANOS DE EL NIÑO Figura 13: Tendências nas precipitações no Figura 11: Tendências nas precipitações no posto de Barra de São Pedro, em anos de El posto de Ouricuri, em anos de El Niño Nino

O posto de Barra de São Pedro a série O posto de Santa Filomena a série analisada foi de 44 anos (1936 – 1989), com analisada foi de 51 anos (1935 – 1992), com exceção dos anos de: 1937, 1940, 1941, exceção dos anos 1954, 1960, 1966, 1967, 1943, 1957, 1960, 1961, 1981 e 1982, este 1976 e 1977 – neste posto não houve tendência 2 posto também não apresentou tendência nas nas precipitações, com R de 0,0004, (Figura precipitações, com R2 de 0,0009, (Figura 14). 12). POSTO: SANTA FILOMENA - OURICURI 600 L 500 y = 0,0077x + 45,625 POSTO: BARRA DE SÃO PEDRO - OURICURI 2 R = 0,0004 400 y = 0,0159x + 50,894

L 800 R2 = 0,0009 700 300 600 200 500 400 100 PRECIPITAÇÃO MENSA PRECIPITAÇÃO 300 0 200 1935 1939 1944 1949 1953 1959 1965 1971 1978 1983 1987 1992

PRECIPITAÇÃO ANUA PRECIPITAÇÃO 100 ANOS 0 1936 1942 1947 1950 1954 1958 1964 1967 1971 1974 1978 1983 1987 ANO S Figura 14: Tendências nas precipitações no posto de Santa Filomena – Ouricuri Figura 12: Tendências nas precipitações no posto de Barra de São Pedro Em anos de El Niño também não houve

Em anos de El Niño também não tendência nas precipitações, com normal apresentou tendência nas precipitações, com climatológica de 42 mm mensais (Figura 15). R2 de 0,0016. A normal climatológica foi de O posto Santa Cruz a série analisada foi 53 mm mensais (Figura 13). de 45 anos (1937 – 1990), com exceção dos anos de: 1938, 1944, 1955, 1959, 1960, 1961, 1962 e 1976 – não apresentou tendência nas precipitações, com R2 de 0,0001, (Figura 16).

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POSTO: SANTA FILOMENA - OURICURI No posto Parmamirim a série analisada Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) foi de 75 anos (1912 – 2007), com exceção dos 350 L y = -0,01x + 43,85 300 2 R = 0,00 anos de: 1934, 1938, 1944, 1948, 1949, 1962, 250 200 1979, 1980, 1981, 1983, 1986, 1987, 1988, 150 100 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1998 e 2003 – PRECIPITAÇÃO MENSA PRECIPITAÇÃO 50 este posto também não apresentou tendência 0 1939 1946 1953 1959 1968 1972 1979 1983 1988 1992 nas precipitações, com R2 de 0,0041, (Figura ANOS DE EL NIÑO Figura 15: Tendências nas precipitações no 18). posto de Santa Filomena – Ouricuri, em anos POSTO: PARNAMIRIM de El Niño 600 L y = -0,016x + 52,504 500 R2 = 0,0041 POSTO: SANTA CRUZ - OURICURI 400 400 300 350 y = -0,0044x + 46,007 R2 = 0,0001 300 200 250 100 PRECIPITAÇÃO MENSA 200 0 150 1912 1918 1925 1932 1941 1950 1957 1965 1972 1978 1997 2006 100 ANOS

PRECIPITAÇÃO MENSAL PRECIPITAÇÃO 50 0 Figura 18: Tendências nas precipitações no 1937 1942 1947 1951 1956 1964 1968 1972 1977 1981 1985 1989 posto de Parnamirim ANOS

Figura 16: Tendências nas precipitações no Em anos de El Niño também não posto de Santa Cruz – Ouricuri apresentou tendência nas precipitações, o R2 foi Em anos de El Nino também não de 0,006, com normal climatológica de 43 mm 2 apresento tendência nas precipitações. R foi mensais (Figura 19). de 0,0018, com normal climatológica de 41 POSTO: PARNAMIRIM mm mensais (Figura 17). Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) 600 POSTO: SANTA CRUZ - OURICURI L y = -0,0357x + 52,402 500 2 Precipitação Mensal Climatológica Linear (Precipitação Mensal) R = 0,006 350 400 y = -0,0256x + 45,66

L 300 300 R2 = 0,0018 250 200 200

PRECIPITAÇÃO MENSA PRECIPITAÇÃO 100 150 100 0 50 1912 1918 1926 1941 1951 1959 1966 1970 1977 1995 2002 2007

PRECIPITAÇÃO MENSA PRECIPITAÇÃO ANOS DE EL NIÑO 0 1939 1941 1951 1958 1966 1969 1973 1979 1983 1987 1990 Figura 19: Tendências nas precipitações no ANOS DE EL NIÑO posto de Parnamirim, em anos de El Niño Figura 17: Tendências nas precipitações no posto de Santa Cruz – Ouricuri, em anos de El Niño

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RBGF- Revista Brasileira de Geografia Física Recife-PE, Vol.2 n.02, maio-agosto 2009, 01-10.

CONCLUSÃO BRASIL. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de As séries analisadas na bacia abastecimento por água subterrânea. hidrográfica do rio Brigida não apresentaram Diagnóstico do município de Ouricuri, estado de Pernambuco / Organizado [por] tendências nas precipitações. Reforçando João de Castro Mascarenhas, Breno Augusto que essas séries possuem alta consistência Beltrão, Luiz Carlos de Souza Junior, Manoel Julio da Trindade G. Galvã o, Simeones Neri climatológica, uma vez que variaram entre Pereira, Jorge Luiz Fortunato de Miranda. 79 a 42 anos de dados . Recife: CPRM/PRODEEM, 12 p. + anexos, 2005(b). Em anos de El Niño, as precipitações também não apresentaram tendências nas CAVALCANTI, C. Nordeste do Brasil: um desenvolvimento conturbado. Recife: precipitações. Isso implica que os eventos El FUNDAJ, 1981. 125 p. Nino não têm proporcionado aumento nas CPTEC. Centro de Previsão de Tempo e intensidades das secas na bacia hidrográfica Estudos Climáticos. Tabela de anos El do rio Brígida. Niño/La Niña. Disponível em: www.cptec.inpe.br.

AGRADECIMENTOS FILHO, J. C. M. A seca de 1993: Crônica de um flagelo anunciado/ José de Castro Moreira Ao Conselho Nacional de Filho, Osmil Torres Galindo Filho, Renato Desenvolvimento Científico e Tecnológico Santos Duarte. - Fortaleza: Banco do Nordeste; Recife: Fundação Joaquim Nabuco, v. 4 138 p. (CNPq), pelo auxílio financeiro através do 2002. edital universal 2007, processo número LAMEPE. Laboratório de Meteorologia de 470746/2007-6 e pela concessão de bolsa. Pernambuco, ano, 2008.

PESSOA, D.; CAVALCANTI,C. Caráter e REFERÊNCIAS efeitos da seca nordestina de 1970. Recife: SUDENE. SIRAC, 1973. BRASIL. CPRM - Serviço Geológico do Brasil. Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. Diagnóstico do município de Parnamirim, estado de Pernambuco. Organizado [por] João de Castro Mascarenhas, Breno Augusto Beltrão, Luiz Carlos de Souza Junior, Manoel Julio da Trindade G. Galvão, Simeones Néri Pereira, Jorge Luiz Fortunato de Miranda. Recife: CPRM/PRODEEM, 12 p. + anexos, 2005(a).

Fechine, J. A. L.; Galvíncio, J. D. 10