Abre-Te Código Transformação Digital E Patrimônio Cultural
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E PATRIMÔNIO CULTURAL ABRE-TE CÓDIGO TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E PATRIMÔNIO CULTURAL — Organização Leno Veras Coordenação editorial Marina Watanabe Revisão Cecilia Cavalcanti — Goethe-Institut São Paulo 2020 SUMÁRIO 11 Abre-te código: transformação digital e patrimônio cultural Anja Riedeberger | Diretora do Departamento de Informação para América do Sul | Goethe-Institut São Paulo 15 Reinventar a memória é preciso Giselle Beiguelman | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP) 41 Estive no futuro e lembrei de você: sobre os museus e o século XXI Leno Veras | Curador 1. Sistemas e processos 51 Reinventeceturas Cartografia Arquivos Táticos, 20 anos de cultura de internet no Brasil Giseli Vasconcelos, Tatiana Wells e Cristina Ribas 71 Interface gráfica do usuário para exploração e visualização de grandes coleções de imagens Giannella, Julia R. 5 101 Base de dados de livros de fotografia Uma enciclopédia virtual para a produção editorial fotográfica Leonardo Wen 119 O Arquivo Histórico Wanda Svevo e o acesso online às informações de seus acervos Um patrimônio da Fundação Bienal de São Paulo Ana Luiza de Oliveira Mattos | Fundação Bienal de São Paulo | Julho de 2020 137 Pesquisa interna e projetos institucionais no Arquivo Histórico Wanda Svevo Relato de experiência Diana de Abreu Dobransky e Thiago Gil | Fundação Bienal de São Paulo | Julho de 2020 155 Tratamento técnico documental no Arquivo Bienal Melânie Vargas | Fundação Bienal de São Paulo | Julho de 2020 171 Sistema de gestão de acervos documentais do Arquivo Bienal Como produzir significado e narrativas de memória com metadados? Antonio Paulo Carretta | Fundação Bienal de São Paulo | Julho de 2020 189 Itaú Cultural: pesquisa, produção e difusão de informações sobre arte e cultura brasileiras Tânia Francisco Rodrigues | Núcleo de Enciclopédias do Itaú Cultural 6 2. Legislações 203 O domínio público no direito autoral brasileiro Uma obra em domínio público Sérgio Branco | Editora Lumen Juris | Rio de Janeiro 2011 267 Creative Commons Mariana Valente 3. Tecnologias 315 O portal Brasiliana Fotográfica Memória, difusão e acesso Roberta Zanatta | Instituto Moreira Salles | Agosto de 2020 363 Reprodução fotográfica digital: uma reflexão sobre a tradução da prata ao pixel Joanna Americano Castilho e Nrishinro Vallabha Das Mahe | Núcleo de Digitalização do Instituto Moreira Salles | Agosto de 2020 371 Digitalização de negativos preto e branco no formato 35mm, com sistema filmtoaster e câmera Nikon D850 com objetiva macro de 60mm Negativos pertencentes a coleção Mário Cravo Neto/ IMS Joanna Americano Castilho, Reginaldo Carvalho da Silva Junior, Anna Carolina Rocha | Núcleo de Digitalização do Instituto Moreira Salles | Agosto de 2020 7 435 As instituições GLAM, os acervos e as plataformas Wikimedia O passo a passo de como as plataformas wiki ajudam GLAMs na era das convergências digitais Giovanna Fontenelle | Wiki Movimento Brasil | Agosto de 2020 445 Wikimedistas em residência Integrando Instituições GLAM à rede de conhecimento dos projetos wikimedia Érica Azzellini | Wiki Movimento Brasil | Agosto de 2020 Abre-te 459 Renascimento digital Cecilia C. B. Cavalcanti, Carolina da Rocha C. Matos e Leno Veras Programação 483 Programa de Formação 487 Lives Abre-te Código Juradas e Jurados do Hackathon Ficha Técnica Agradecimentos 8 9 10 ABRE-TE CÓDIGO: TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E PATRIMÔNIO CULTURAL Anja Riedeberger | Diretora do Departamento de Informação para América do Sul | Goethe-Institut São Paulo Não foi somente depois da pandemia do coronavírus que a abertura das instituições culturais frente às pos- sibilidades de digitalização se tornou uma das questões mais cruciais para o futuro do setor de cultura. Essa abertura está ligada a desafios fundamentais: Como as instituições culturais podem atingir novos públicos-alvo e criar vínculos com os mesmos? Como coleções podem se tornar visíveis para além dos espaços de exposição e acessíveis para interessados que não têm condições de se deslocar pessoalmente até eventos ou mostras? Como os conteúdos digitais podem ser preparados, de forma que também atinjam quem, até então, mantinha poucos pontos de interseção com as respectivas instituições? E, por fim: Quais pré-requisitos tecnológicos, jurídicos e em termos de recursos humanos precisam se apresentar, para que as oportunidades oferecidas pela digitalização 11 possam de fato ser aproveitadas? Em todo o mundo, diversas instituições culturais voltam-se para tais questões. Para o Goethe-Institut, uma instituição cultural internacionalmente atuante, esses questionamentos são especialmente importantes. Para nós, é de central relevância reunir e estabelecer ligações entre os discursos e as propostas de soluções existentes neste contexto. O que as instituições brasileiras e alemãs podem aprender umas com as outras? Quais questões são comuns aos dois países e quais soluções comuns se apresentam? No contexto do projeto Abre-te Código, abordamos essas questões junto das instituições parceiras partici- pantes. Abre-te Código surgiu de uma cooperação com Coding da Vinci, uma iniciativa ligada a open data no se- tor cultural, criada pela Biblioteca Digital Alemã, a Fun- dação Wikimedia e a Open Knowledge Foundation e que reúne instituições culturais e profissionais da criação no campo dos aplicativos digitais. Em primeiro plano, foram estabelecidas três me- tas. A primeira delas diz respeito ao fortalecimento do processo de digitalização dos acervos nas instituições culturais. Como segunda meta, estipulou-se a publicação desses dados usando uma licença aberta, a fim de possi- bilitar seu uso criativo, gerando, dessa forma, maior visi- bilidade para os respectivos acervos em si e ressaltando a importância das instituições culturais na preservação dos mesmos. Por fim, a terceira meta é incentivar a criação de aplicativos digitais que possibilitem o acesso à 12 coleções digitais de maneira atraente e com grande usa- bilidade para amplos grupos de usuários que não sejam necessariamente especialistas. Agradecemos imensamente a todas as instituições parceiras pelo sólido apoio dado a esse projeto: à Fun- dação Bienal de São Paulo, ao Instituto Moreira Salles, ao Wiki Movimento Brasil, ao Instituto Itaú Cultural, a Creative Commons Brasil e ao ICOM. Sem o apoio dessas instituições, não teria sido possível realizar esse projeto. Gostaríamos de registrar também um agradecimen- to especial a todas as instituições culturais que disponi- bilizaram seus conjuntos de dados para o projeto Abre-te Código: Casa do Povo, Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), Fundação Bienal de São Paulo, Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB), Instituto Itaú Cultural, Instituto Moreira Salles (IMS), Memorial da Resistência de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Univer- sidade de São Paulo (MAC-USP), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST), Museu do Futebol, Museu Histórico Nacio- nal, Museu Nacional e Museu Paulista da Universidade de São Paulo. Agradecemos muito pela confiança no projeto. E deixamos aqui também nosso agradecimento aos diversos apoiadores do projeto que contribuí- ram, de diversas maneiras, para sua realização: ITS Rio, ICICT, InternetLab, Preta Lab e Centro-Cultural Moçambicano-Alemão. Nosso maior agradecimento vai, contudo, para as 13 autoras e os autores que participam desta publicação com contribuições resultantes do próprio contexto do projeto. Especialistas de nossas instituições parceiras compartilham suas experiências e seu conhecimento sobre questões jurídicas envolvendo processos de di- gitalização, bem como sobre a sistematização de dados digitais e pré-requisitos tecnológicos. Agradecemos a todas e todos que, com seus saberes, possibilitaram essa publicação. Esperamos que o projeto Abre-te Código seja um primeiro passo rumo a outras iniciativas em prol da abertura digital de instituições culturais tanto no Brasil quanto na Alemanha e desejamos que essa publicação possa contribuir para que isso ocorra. 14 REINVENTAR A MEMÓRIA É PRECISO Giselle Beiguelman | Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP (FAU-USP) Ensaio originalmente escrito para o livro Futuros possíveis: arte, museus e arquivos digitais (2014), organizado pela autora com Ana Gonçalves Magalhães, revisto e atualizado para esta edição. A internet não esquece, mas a cultura digital não nos dei- xa lembrar. Produzimos e publicamos em escalas de pe- tabytes em serviços que podem desaparecer a qualquer momento. Nossos equipamentos deixam de funcionar na velocidade de um clique e uma estranha nostalgia de um passado não vivido invade o circuito de consumo pop. Como lidar com memórias tão instáveis, que se esgotam juntamente com a duração dos equipamentos e cujas ti- pologias não correspondem aos modelos de catalogação das coleções de museus e arquivos? Que memória esta- mos construindo nas redes, onde o presente mais que imediato parece ser o tempo essencial? Isso explicaria a coqueluche retrô e o delírio futurista que assolam a vida cultural sob a rubrica do design de experiência? As perguntas multiplicam-se e indicam a premência 15 da discussão sobre a memória no campo da cultura con- temporânea. Ele será abordado aqui a partir de três pon- tos de vista: as especificidades da preservação de obras artísticas produzidas com meios digitais; a temporalida- de vivida nas redes sociais; e alguns aspectos do design de experiência e sua vocação para abordagens temáticas do passado, que repercutem as questões apresentadas neste ensaio. Desafios da preservação