SALVINI, LEILA.Pdf
Total Page:16
File Type:pdf, Size:1020Kb
LEILA SALVINI NOVO MUNDO FUTEBOL CLUBE E O “VELHO MUNDO” DO FUTEBOL: CONSIDERAÇÕES SOCIOLÓGICAS SOBRE O HABITUS ESPORTIVO DE JOGADORAS DE FUTEBOL CURITIBA 2012 LEILA SALVINI NOVO MUNDO FUTEBOL CLUBE E O “VELHO MUNDO” DO FUTEBOL: CONSIDERAÇÕES SOCIOLÓGICAS SOBRE O HABITUS ESPORTIVO DE JOGADORAS DE FUTEBOL Dissertação de Mestrado defendida como pré-requisito para a obtenção do título de Mestre em Educação Física, no Departamento de Educação Física, Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Wanderley Marchi Júnior Dedico essa dissertação à todas as mulheres guerreiras. Sejam elas com ou sem chuteiras. AGRADECIMENTOS Acredito que esta seja a parte mais difícil de toda a dissertação, pois como peças de uma engrenagem as pessoas que serão listadas nesse momento tão especial, também foram “peças” importantíssimas durante todo o processo de mestrado. Mas, antes de iniciar os agradecimentos “personificados”, agradeço à Deus em todas as suas formas e manifestações, por ser a luz que rege e organiza a minha vida. Em uma engrenagem existem peças de diferentes tamanhos, mas todas visando o mesmo objetivo. O objetivo em comum que tivemos nesse processo foi a construção desse trabalho de pesquisa que teve início muito antes de ir a campo, ou mesmo, de ter sido aprovada no processo seletivo. A dificuldade em agradecer cada uma das pessoas que participaram desse sonho individual que tomou proporções coletivas, é a eventual “amnésia”. Sendo assim, desde já eu agradeço a todos que fizeram parte desse processo! Inicialmente agradeço a minha mãe Carmen pelo incentivo, pelo amor, pelos cuidados e pela dedicação incondicional. Agradeço por acreditar em mim e por proporcionar condições para que cada etapa fosse finalizada com sucesso e, principalmente por me ensinar a ser agradecida, a aprender com as dificuldades e a buscar a felicidade durante todo o processo. Obrigada por tudo, mãe! Agradeço ao meu irmão Guilherme pela parceria sem fim que viemos construindo ao longo dos anos e que se fortalece a cada dia. Por ouvir minhas “conversas sociológicas” mesmo quando não “estava a fim”, por compartilhar de todos os momentos, os anseios, as angústias e as vitórias. Por ser tão importante e essencial pra mim! Ao meu namorado Ricky pela paciência, pela dedicação, pela atenção, pelos cuidados, pelo carinho, por estar sempre perto, mesmo quando estávamos a quilômetros de distância. Obrigada por andar de mãos dadas comigo durante esse percurso! Ao professor Mauro Myskiw por me incentivar a procurar um programa de pós-graduação ainda quando eu estava na graduação, por ser sempre tão profissional e atencioso. Obrigada por toda a ajuda, você teve papel fundamental no meu ingresso no mestrado! Agradeço imensamente ao professor Wanderley Marchi Júnior por ter acreditado em mim, por ter me recebido mesmo sem me conhecer e pela paciência que teve comigo. Os ensinamentos e aprendizados como sua orientanda transcenderam as teorias e se aplicam na vida. Professor, sou muito grata pelo teu exemplo de profissionalismo, de dedicação, de disciplina e de comprometimento comigo e com o nosso trabalho! Nosso trabalho. Estranhei quando li pela primeira vez em uma discussão do grupo de orientandos quando ao invés de “eu”, a Ana Letícia escrevera “nós”. Após o estranhamento e conforme essa dissertação começou a ser discutida e elaborada, entendi que nenhum trabalho de pesquisa se constrói individualmente. Sim, esse trabalho é nosso! E foi esse plural que aprendi durante os dois anos de convivência com o “nosso grupo”. Sendo assim, agradeço aos colegas de grupo: Gilmar, Ricardo, Fernando S., Fernando D., Tatiana, Juliana, Ana Letícia, Bárbara e Juliano pela dedicação e comprometimento na construção dessa dissertação. Juliana, lembro como se fosse hoje quando sentamos na cantina da Reitoria para adequar o projeto. Registro aqui que se não fosse sua orientação inicial, muito provavelmente eu não estaria concluindo esse estudo! Ju, obrigada pelas orientações acadêmicas, pela parceria e por me acolher em Curitiba, tornando menos difícil esse período longe de casa. Ana Letícia, obrigada por compartilhar comigo as angustias, as alegrias e as preocupações desse processo acadêmico e por estar sempre disposta a me ajudar a encontrar uma solução! Obrigada também pela revisão e por me ajudar com as normas! Bárbara, obrigada pela parceria que aos poucos ultrapassou os “limites” da academia e se tornou tão importante! Obrigada pelas dicas, pelas conversas sociológicas e por estar sempre presente. Agradeço ao Juliano pelos almoços, lanches e conversas regados a fundamentos teóricos que me ajudaram a compreender a Sociologia Reflexiva de Pierre Bourdieu, dentre tantos outros autores. Por estar sempre disposto a discutir novas ideias e me ajudar a ver as coisas de modo mais “sociológico”. Professora Cristina, sua participação nesse processo de amadurecimento e bem estar acadêmico foram essenciais! Muito obrigada pelas conversas, pelo incentivo e pelo brilhante exemplo de que a simplicidade na fala, na escrita e na vida é sempre a melhor escolha. Agradeço à professora Janice Z. Mazo e ao professor André Capraro pelas enriquecedoras sugestões e pela disposição de participarem da banca. Agradeço aos professores e colegas das disciplinas cursadas, aprendi muito com esse contato que cresceu na diversidade e na dificuldade! Ao secretário academio Daniel Dias, por me ajudar burocraticamente sempre que necessário. Agradeço à Amie por fornecer o contato com as pessoas responsáveis pelo futebol feminino no Novo Mundo Futebol Clube. Agradeço especialmente Noeli, Vantressa e Marina pela recepção nos treinos e jogos do Novo Mundo Futebol Clube e pelo empréstimo de materiais, vocês foram importantíssimas para que o trabalho de campo fosse realizado. Agradeço as jogadoras entrevistadas por aceitarem participar desse projeto, do mesmo modo, agradeço ao presidente e ao diretor do futebol feminino por permitirem a realização desse estudo no clube. Agradeço ao diretor do departamento de futebol feminino da Federação Paranaense de Futebol por me receber e fornecer informações importantes sobre a modalidade. Ao jornalista Leonidas Dias por me receber de bom grado e pelas ricas informações sobre o futebol feminino paranaense. À Natasha Franco por estar sempre disposta a traduzir meus resumos. Ao CNPq pelo auxílio financeiro e a UFPR por proporcionar esse aperfeiçoamento gratuitamente. E, aos amigos de “todas as querências” que viveram comigo as etapas dessa formação, o meu MUITO OBRIGADA! [...] Mas é preciso ter manha É preciso ter graça É preciso ter sonho sempre Quem traz na pele essa marca Possui a estranha mania De ter fé na vida (Milton Nascimento) RESUMO Entendemos o esporte como um fenômeno social capaz de retratar lutas que também são travadas em diferentes campos sociais. Essa potencialidade apresentada pelo campo esportivo atrelado aos preceitos teóricos de Pierre Bourdieu nos instigou a investigar fundamentos ocultos de dominação exercidos no contexto esportivo, mais propriamente falando, no subcampo do futebol e na estrutura do futebol feminino. Considerando que ao longo da história o corpo da mulher no esporte esteve em evidência, seja por questionamentos de que as jogadoras não se apresentavam de modo esperado socialmente como “feminino” ou, pela espetacularização desses corpos, vinculado ao fato de que o futebol no Brasil é um espaço de reprodução de significados de masculinidade, nossa proposta de estudo é entender como são incorporadas as disposições para a ação de jogadoras do Novo Mundo Futebol Clube no espaço do futebol. As informações foram coletadas a partir de observações aos treinos e jogos que aconteceram na sede do clube e, de entrevistas com quatro jogadoras. A partir das informações coletadas construímos três principais pilares que sustentam a nossa resposta ao questionamento inicial, que se foca em entender o processo de incorporação de disposições para a ação no subcampo do futebol, dentre as quais estão: a formação de um habitus futebolístico que acontece ainda na infância; a legitimação de um habitus construído socialmente e entendido como feminino em um espaço de dominação masculina, que segue os preceitos de mercado que busca além da habilidade esportiva a espetacularização dos corpos femininos e a criação de uma nova oferta, em se tratando de consumo esportivo; e, um terceiro elemento que permeia os dois primeiros e, diz respeito à “garra” – força de vontade. Característica que, na opinião das jogadoras, deve ser disposição inicial para a ação no subcampo do futebol, tendo em vista a luta pela entrada e manutenção nesse espaço de dominação masculina. Palavras-chave: Futebol feminino. Habitus. Sociologia do esporte. Novo Mundo Futebol Clube. Curitiba – Brasil. Campo esportivo. ABSTRACT We understand the sport as a social phenomenon able to depicture battles that are also fought in differently social fields. This potentiality presented by the sporting field linked to the theoretical precepts of Pierre Bourdieu instigate us to investigate hidden fundamentals about domination exercised on the sporting context, more properly speaking, on soccer subfield and on the structure of female soccer. Whereas that throughout the history the woman’s body on sport was in evidence, by the questioning that the players didn’t presented her selves in a expected way by the society as feminine or, by the exhibition of these bodies, linked to the fact that the soccer in Brazil is a space of male meanings reproduction, our guiding question is understand how