Elles: Mulheres Artistas Na Coleção Do Centro Pompidou

WOMEN ARTISTS IN THE COLLECTION OF THE CENTRE POMPIDOU 6 0 0 1 0 5 8 7 5 8 8 7 ISBN 978-85-7850-100-6 9

PRODUÇÃO APOIO INSTITUCIONAL COORDENAÇÃO APOIO PATROCÍNIO REALIZAÇÃO WOMEN ARTISTS IN THE COLLECTION OF THE CENTRE POMPIDOU

Coedição + arte3 Obra referente à exposição apresentada em:

Paris, Centre Pompidou, de 27 de maio de 2009 a 9 de janeiro de 2011 Seattle, Seattle Art Museum, de 11 de outubro de 2012 a 13 de janeiro de 2013 Rio de Janeiro, Centro Cultural Banco do Brasil, de 23 de maio a 14 de julho de 2013 Belo Horizonte, Centro Cultural Banco do Brasil, de 19 de agosto a 20 de outubro de 2013

Sob a direção de Cécile Debray/Emma Lavigne

Primeira edição em francês e inglês © Éditions du Centre Pompidou, Paris, 2009

Edição português/inglês © Centro Cultural Banco do Brasil, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, arte3/BEI˜ Editora 2013

Capa/cover Janaina Tschäpe Mar de Sangue, 2004 ©Janaina Tschäpe

PRODUÇÃO APOIO INSTITUCIONAL COORDENAÇÃO MINISTÉRIO DA CULTURA APRESENTA E BANCO DO BRASIL APRESENTA E PATROCINA

WOMEN ARTISTS IN THE COLLECTION OF THE CENTRE POMPIDOU

APOIO PATROCÍNIO REALIZAÇÃO AGRADECIMENTOS/ACKNOWLEDGMENTS

O Centre Pompidou e as Aos artistas, herdeiros, Sherrie Levine curadoras da exposição, Cécile colecionadores e a todos os que Anna Maria Maiolino Debray e Emma Lavigne, contribuíram para o sucesso Annette Messager gostariam de agradecer desta exposição Marta Minujin The Centre Pompidou and The artists, successors, collectors Vera Molnar the exhibition curators Cécile and all the people who have Rivane Neuenschwander Debray and Emma Lavigne helped to ensure the success of ORLAN would like to thank this exhibition Rosângela Rennó Pipilotti Rist À Fundação Centro Pompidou, Jean e/and Geneviève Boghici, Martha Rosler a seu presidente Steven Florencia Chernajovsky, Cyril Carolee Schneemann Gutmann, à vice-presidente Chiron, Blandine Delahaye, Cindy Sherman Estrellita Brodsky e aos Emiliano Valdés/Proyectos Agnès Thurnauer colecionadores da Fundação, Ultravioleta, Joël Girard, Janaina Tschäpe bem como à Friends of Latin José Mário Brandão/Galeria Cybèle Varela America, pela cessão de diversas Graça Brandão (Lisboa/ Nil Yalter obras, particularmente a: Lisbon), Romaric Buel, Paulo The Centre Pompidou Herkenhoff, Hecilda Martins Especial agradecimento a Paula Foundation, President Steven e/and Sergio Fadel, Mhairi Pape/Projeto Lygia Pape Gutmann, Vice President Martino da/from Agence Special thanks to Paula Pape/ Estrellita Brodsky and the Centre Photographique de la Réunion Projeto Lygia Pape Pompidou Foundation collectors des Musées Nationaux – Grand as well as the Friends of Latin Palais, Alice Moscoso e/and Queremos, ainda, agradecer a America who have given works Christophe Wiesner, Antonio Marc Pottier pela coordenação and in particular: Alberto e/and Angela Gouveia internacional da exposição no Vieira, Fabio e/and Gabriela Brasil. Estrellita e/and Daniel Brodsky; Szwarcwald We would also like to thank The Estate of Francesca Marc Pottier as the international Woodman, Gail e/and Tony Agradecemos também coordinator for this exhibition in Ganz; Milly e/and Arne aos seguintes artistas pela Brazil. Glimcher; Leah Levy, Trustee, participação: Dwight e/and Jenifer Hackett; We would like to thank the Racquelin e/and Ignacio following artists for their Mendieta; Mary Sabbatino, participation in the exhibition: Lelong Gallery; Hugo Quinto, Marina Abramovi´c Catherine Petitgas, Vivian Eva Aeppli Ostrovsky, Hugo Quinto, Sonia Andrade Andrea e/and José Olympio Eleanor Antin Pereira, Anibal Jozami, Marlise Geneviève Asse Ilhesca. Valérie Belin Tania Bruguera À Society of Friends of the Sophie Calle Musée national d’art moderne, Rineke Dijkstra na pessoa do presidente Jacques VALIE EXPORT Boissonnas e da diretora Andrea Fraser Marie-Stéfane de Sercey Regina José Galindo Anna Bella Geiger The Society of Friends of the Nan Goldin Musée national d’art moderne; Dominique Gonzalez-Foerster President Jacques Boissonnas and Jenny Holzer Director Marie-Stéfane de Sercey Sanja Ivekovi´c Kathe Kollwitz and the Guerrilla Girls Barbara Kruger Sigalit Landau

4 SUMÁRIO

7 Centro Cultural Banco do Brasil 89 FACE A FACE COM A HISTÓRIA

9 Prefácio 97 ESPAÇOS DOMÉSTICOS Alain Seban e Alfred Pacquement Um teto todo seu Emma Lavigne 11 Introdução Cécile Debray e Emma Lavigne 105 MUSAS CONTRA O MUSEU

15 AS PIONEIRAS DA ABSTRAÇÃO 113 NARRAÇÕES Mulheres pioneiras Palavras em ação Cécile Debray Camille Morineau

27 RETRATOS E A QUESTÃO DE GÊNERO 124 BIBLIOGRAFIA

35 A SEGUNDA PARTE DO SURREALISMO 128 MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO MUSÉE NATIONAL 47 ABSTRAÇÃO EXCÊNTRICA D’ART MODERNE Camille Morineau 135 A EXPOSIÇÃO NO CENTRO 59 AS CORES DO ABSTRACIONISMO CULTURAL BANCO DO BRASIL Imateriais RIO DE JANEIRO Quentin Bajac 147 OBRAS EXPOSTAS 71 PÂNICO GENITAL Atire à vontade 153 TEXTOS EM INGLÊS Quentin Bajac 213 CRONOLOGIA 81 O CORPO COMO ESPETÁCULO O corpo-slogan 242 FICHA TÉCNICA Emma Lavigne

O Ministério da Cultura, o Banco autodidatas e batalhadoras para que do Brasil e a BBDTVM apresentam, sua voz fosse ouvida. com o apoio da Brasilcap e do IRB- As dificuldades sociais e mate- -Brasil Re, Elles: Mulheres Artistas riais com que se confrontam ao in- na Coleção do Centro Pompidou, ex- gressar em carreiras artísticas no fi- posição com curadoria de Cécile nal do século 19 e depois tiveram Debray e Emma Lavigne que exibe um impacto conceitual em seu tra- um recorte da história da arte mo- balho. É possível verificar, a partir derna e contemporânea segundo o das próprias obras, o esforço de suas ponto de vista feminino. criadoras para se libertar das con- Pinturas, esculturas, desenhos, cepções tradicionais de “arte da mu- fotografias, vídeos e instalações ex- lher” e representações convencio- plicitam o espaço ocupado pelas nais do “sexo frágil”. Dispostas a mulheres no cenário criativo dos sé- construir imagens da figura femini- culos 20 e 21. São trabalhos que na pelas próprias mãos, elas foram expressam humor, sensualidade e capazes de redefinir o sentido do ambiguidade e abrangem movimen- que era ser mulher no século 20. tos-chave da arte moderna, como Ao trazer obras selecionadas en- cubismo, abstracionismo, dadaís- tre a maior coleção de arte contem- mo, surrealismo e minimalismo, porânea da Europa, o Centro Cultu- além de arte conceitual e crítica ins- ral Banco do Brasil convida o público titucional. a repensar o espaço ocupado pelas Embora sua presença tenha sido mulheres na cultura universal. É minimizada em relatos históricos, uma oportunidade para explorar dis- artistas mulheres estiveram envolvi- tintas visões e perspectivas a partir das em diversos movimentos cultu- do universo de cada criadora. rais. Muitas vezes deixadas de lado, marginalizadas, elas precisaram ser Centro Cultural Banco do Brasil

PREFÁCIO

Alain Seban Presidente do Centre Pompidou Alfred Pacquement Diretor do Musée national d’art moderne

Em 2009-2010, com a exposição mais justa a representação das artis- elles@centrepompidou, o Musèe tas mulheres, não era um mero arti- national d’arte moderna do Cen- fício. Na verdade, pretendia ser, ao tre Pompidou apresentava seu mesmo tempo, o sinal de uma toma- acervo feminino, chegando até a da de consciência e a simples tra- afastar completamente os artis- dução da participação fundamental tas homens do andar dedicado às das artistas mulheres na arte do sé- coleções contemporâneas. Essa culo 20 e, em particular, na criação expo-coleção, neologismo sugerido artística das últimas décadas. pelos curadores do museu, distin- Sabe-se que esse lugar foi con- guia-se de uma exposição na qual quistado com muita luta e que, ain- a seleção das obras é efetuada em da hoje, não faltam exemplos de um perfeita harmonia com a temática flagrante desequilíbrio. O projeto escolhida. A imposição de valer- era audacioso. Tratava-se de uma -se unicamente dos recursos do espécie de manifesto consagran- acervo permanente foi também do o espaço crescente das artistas a ocasião para explorar a própria mulheres nas coleções do museu e história desse patrimônio – o mais a vontade, plenamente consciente, importante da Europa em matéria de afirmá-lo ainda mais, bem como de arte moderna e contemporânea de registrar o possível desenvolvi- – e o lugar que soube reservar às mento de uma história da arte no artistas mulheres. feminino. Nunca um museu havia O evento foi amplamente sau- tentado fazê-lo antes e pode-se dado por seu caráter inédito e ino- acrescentar que muitos deles não vador. Suscitou também, como se poderiam conceber esse projeto, podia prever, muitas críticas e até seja porque o período histórico ao mesmo polêmicas. No entanto, a qual se consagram não o justifique, opção de ir além da simples lógica seja porque seus acervos não o per- da paridade, para inverter e tornar mitem.

9 À provocadora pergunta feita presentes, esta exposição terá um por Linda Nochlin em 1971 – “Por sentido todo especial. As equipes que não houve grandes artistas mudo Centre Pompidou, a começar lheres?” –, pode-se hoje responder pelas duas curadoras do Musée que o mundo da criação artística national d’art moderne encarrega- mudou, que existe um número das do projeto, Cécile Debray e impressionante de “grandes artis- Emma Lavigne, empenharam-se tas mulheres”, a ponto de poder em conceber uma exposição ambi- se desenrolar uma história da arte ciosa e tão completa quanto possí- plena e inteira com elas. Uma his- vel, para ressaltar esse aspecto de tória que, apesar disso, nada tem maior importância da criação ar- de “feminino”, como durante mui- tística moderna e contemporânea, to tempo se quis conﬁnar, por meio e o ﬁzeram mobilizando o que há da caricatura, a prática das artistas de melhor em nosso acervo. Esta- mulheres. mos persuadidos de que o públi- O Centre Pompidou congratu- co brasileiro corresponderá a esta la-se pelo fato de que uma nova proposta e comparecerá em grande versão desse projeto seja apresen- número. tada agora nos Centros Culturais Banco do Brasil do Rio de Janei- ro e Belo Horizonte. Em um país onde as artistas mulheres ocu- param um lugar considerável, de Tarsila do Amaral a Lina Bo Bardi, Lygia Clark, Lygia Pape e tantas outras, nas gerações passadas e

10 INTRODUÇÃO

Cécile Debray (curadora, Centre Pompidou, Arte Moderna) Emma Lavigne (curadora, Centre Pompidou, Arte Contemporânea)

Em 1970, a historiadora de arte Era a essa série de questões que americana Linda Nochlin escrevia a mostra elles@centrepompidou, um dos textos fundadores do pensa- conduzida em 2009 por um gru- mento crítico feminista na arte, es- po de curadores coordenado por colhendo um título provocador: “Por Camille Morineau e formado por que não há grandes artistas mulhe- Emma Lavigne, Cécile Debray, res?”. Ela mostrava que uma parte Quentin Bajac, Aurélien Lemonier e da resposta reside na maneira como Valérie Guillaume, pretendia formu- a pergunta é colocada. Durante mui- lar propostas de respostas. Pela pri- to tempo, demonstrava ela, as mu- meira vez, um grande museu de arte lheres não gozaram das condições moderna e contemporânea revolu- de produção nem dos modos de re- cionava inteiramente a apresentação presentação e promoção necessários de suas coleções permanentes, ao para chegar à posição de artista. O expor somente obras de artistas mu- que ocorre hoje ? O que nos revelam lheres. Assim, uma seleção de mais os sedimentos da história e do pen- de 500 obras, de mais de 200 artis- samento constituídos pelas coleções tas, era exposta em todo o museu, de um museu do século 20? Quase acompanhada de diversas propostas 40 anos depois, é, com efeito, uma editoriais dinâmicas, que foram do instituição francesa que recoloca de catálogo ao blog e a um website ex- maneira muito diferente a pergunta. clusivo, passando por uma série de As artistas mulheres são hoje suﬁ- conferências e performances. cientemente numerosas, diversas, A escolha dos temas, mais do que representativas, para que o Musée a da cronologia, foi uma das deci- national d’art moderne possa cum- sões estratégicas para “des-alinhar” prir sua missão, ou seja, descrever a o “gênero”, desmontar o preconceito história da arte de seu século apenas contra uma “arte feminina” e mostrar, com elas? Se sim, por que e como através da multiplicação dos pontos isso é possível? de vista e das técnicas, que as artistas

11 mulheres fizeram a história da arte do existem múltiplas terceiras vias que a entrada de obras de artistas incon- século 20 tanto quanto os homens. elas exploraram e comentaram. tornáveis da cena internacional, tais Abstratas, funcionais, objetivas, rea- Domésticas: Um teto todo seu como Bridget Riley, Greta Bratescu, listas, conceituais, minimalistas, in- – título extraído do livro de Virgínia Maria Bartuszova ou Etel Adnan e formais, políticas, elas foram moder- Woolf, que, pela primeira vez, ques- artistas consagradas da arte contem- nas e, em seguida, contemporâneas: tionava as condições de produção da porânea, como Ann Veronica Jans- praticamente nenhuma revolução obra de arte – salientava que é com sens, Angela Bulloch, Ceal Floyer das artes plásticas lhes foi estranha. ironia e distância que as mulheres ou Rivane Neuenschwander. Fotógrafas, desde o início da fotogra- abordam a questão do espaço privado, Desde então, é dada mais atenção fia; videastas, desde que surgiram as tecendo novos laços entre as proje- à programação das exposições, tendo primeiras câmeras; fazendo da dança ções mentais e o espaço da exposição. em vista equilibrar a representação e da performance espaços de militân- Narrativas: Palavras em ação explo- das mulheres: Yayoi Kusama (2012), cia, souberam ser pluridisciplinares rava os diferentes usos da linguagem Eileen Gray (2013), Alina Szapoczni- antes dos homens, pioneiras da era na arte, indo da narração à enume- kow (2013), Geneviève Asse (2013), digital e, hoje, designers reconheci- ração, passando pela autobiografia, Niki de Saint Phalle (2014) etc. das, elas estão sempre provocando o pela citação, pela legenda e pelas A exposição suscitou interesse e desenvolvimento das novas tecnolo- múltiplas derivações do livro de ar- curiosidade por parte de outros mu- gias, campos em que encontram um tista e pelas instalações de vídeo que seus, como o Museum of Modern espaço ainda livre de confrontos, fora redefinem os princípios da narração. Art de Nova York, que, preparando dos sexismos e de outras discrimina- São elas mais articuladas hoje por- um catálogo das obras de seu acer- ções induzidas pelo poder. que durante mais tempo forçadas ao vo de artistas mulheres, realizou, em A exposição no Centro Pompidou silêncio? seguida ao Centre Pompidou, uma organizou-se conforme as seguintes Imateriais: nada do que é radical mostra pontual, para acompanhar o seções: lhes escapa – nem a abstração, nem lançamento do livro. Históricas: Atire à vontade reu- a teorização, nem a investida nas É nesse rico contexto de inter- nia em um primeiro capítulo não técnicas mais eficazes de renovação câmbio e de expectativas que uma só aquelas que quiseram reescrever das formas, mecânicas, informáticas, adaptação da mostra, sob a forma de a história (feministas e, de maneira digitais... Essa retomada no femini- exposição itinerante, foi concebida. mais ampla, críticas do discurso do- no do título de uma das exposições Uma primeira versão, elaborada para minante na história da arte), como mais célebres do Centre Pompidou o Art Museum de Seattle, tornou também aquelas que foram suas tes- [o nome da seção se remete à im- possível mostrar, na costa oeste dos temunhas (da reportagem fotográfi- portante exposição Les Immateriaux, Estados Unidos, artistas mulheres ca às representações mais indiretas realizada no Pompidou em 1985] fe- europeias, pouco vistas por lá, e con- da atualidade). chava o círculo de uma história ins- frontar, em nossas coleções respecti- Físicas: O corpo-slogan evocava, titucional alicerçada na autocrítica e vas, o olhar da França e dos Estados em um segundo tempo, tanto a re- na reinvenção da história. Unidos. A acolhida e a receptividade presentação do corpo (de seus es- Durante os 18 meses de duração dessa apresentação audaciosa, por tereótipos, sobretudo o do gênero) da mostra, o Centre Pompidou viveu vezes ousada, muito contemporânea como sua encenação, nos primórdios sob o signo do questionamento sobre e reflexiva, constituíram um verda- da performance artística, em que as o lugar das mulheres na arte, interro- deiro sucesso, em especial junto ao mulheres desempenharam um papel gando suas próprias práticas curato- público estudantil. essencial. riais, editoriais e sociais. Encontrando fortes ecos cultu- Excêntricas: Abstração excêntri- A marca deixada pelo evento é vi- rais e sociais no Brasil, o CCBB de- ca evocava o papel das mulheres na sível e duradoura. Desde então, deu- sejou acolher a exposição Elles: mu- redefinição das categorias visuais e -se especial atenção para a aquisição lheres artistas na coleção do Centro teóricas no século 20. Entre a abs- de obras de artistas mulheres para Pompidou, reforçando assim os laços tração e a figuração, o orgânico e o preencher as importantes lacunas do Centre Pompidou com o Brasil, sistêmico, o conceitual e o sensual, de nosso acervo, tornando possível relacionamento iniciado com a apre-

12 sentação exemplar das coleções do Maria Helena Vieira da Silva, que históricas de Carolee Schneemann, museu, através da exposição Parade, faz uma incursão bastante precoce de Marina Abramović, Ana Mendie- na Oca de São Paulo, em 2001. pelo que se poderia chamar de uma ta e Regina José Galindo, durante as A exposição atual revela minucio- forma de op-art. quais as artistas põem em jogo seus samente as afinidades entre artistas 2. Retratos e a questão de gêne- próprios corpos. francesas e brasileiras, entre o Rio ro reúne artistas pioneiras do início 7. Face a face com a história e Paris, cidades que serviram ora de do século 20, como Suzanne Vala- mostra como algumas artistas apode- refúgio, ora de inspiração para artis- don, Marie Laurencin ou Frida raram-se dos acontecimentos históri- tas como Maria Helena Vieira da Sil- Kahlo, e artistas contemporâneas, cos e políticos em obras muitas vezes va, que viveu no Rio de 1940 a 1947, como Eleanor Antin ou Valérie Belin, radicais, como a videoperformance fugindo do nazismo com seu marido, em torno da questão fundamental da de Sigalit Landau, um comentário o judeu húngaro, Arpád Szenes, ou identidade – ser uma mulher, ser da situação Israel-Palestina. Nesse Lygia Clark, marcada por sua primei- uma artista –, fonte de muitas obras capítulo, uma seção é consagrada ra viagem a Paris, em 1950, quando femininas. às artistas latino-americanas, sob o tinha 30 anos, onde estudou com 3. A segunda parte do surrea- título, emprestado de Hélio Oitici- Fernand Léger e o mesmo Arpád lismo mostra o papel importante de- ca, “Da adversidade vivemos”, com Szenes. Durante sua segunda estada sempenhado pelas artistas mulheres obras de Marta Minujin, Letícia Pa- significativa em Paris, entre 1968 e no movimento surrealista, apossan- rente, Ana Bella Geiger, Anna Maria 1975, Lygia Clark deu aulas na Sor- do-se da questão do inconsciente e Maiolino ou Tania Bruguera. bonne e travou um diálogo fecundo do onirismo, através dos objetos ou 8. Espaços domésticos dá con- com personalidades do mundo da das representações fantásticas. tinuidade a essa desconstrução dos arte, como Julien Blaine, Yve-Alain 4. Abstração excêntrica, que re- estereótipos, abordando, a partir de Bois e David Medalla. toma o título de uma célebre expo- uma pintura de Dorothea Tanning, a Dentro desse espírito, concebe- sição organizada em 1966 por Lucy figura da mãe de família e a da dona mos um percurso específico e origi- Lippard, na qual, através das obras de casa, através das obras de videoarte nal, privilegiando o lugar de artistas de artistas como Louise Bourgeois, de Sonia Andrade e de Martha Rosler. francesas e de artistas brasileiras ou elaborava-se a noção de uma arte 9. Musas contra o museu reúne da América Latina – aquelas cujas abstrata híbrida, desnaturada, ex- várias obras engajadas, que denun- obras se encontram em nosso acervo plorada por muitas artistas mulhe- ciam o contexto institucional dos e cuja participação desejamos refor- res, em oposição a uma abordagem museus, desfavorável às artistas mu- çar – em um caminho temático que modernista ortodoxa. Nesta seção, lheres e veículos de uma história da reflete a mostra inicial, mas, ao mes- são mostradas, em torno dessa forma arte ainda fechada para elas: os pôs- mo tempo, com um sentido do pon- de expressão, Joan Mitchell, Louise teres do coletivo ativista feminista to de vista histórico, atravessando os Nevelson, Lygia Clark ou ainda Mar- das Guerrilla Girls ou ainda a visita principais movimentos artísticos dos the Wéry. guiada do museu da Filadélfia, por séculos 20 e 21: cubismo, arte abs- 5. Pânico genital, referência a Andrea Fraser. trata, dadaísmo, surrealismo, concei- uma famosa performance da artista 10. Narrações encerra o percur- tualismo, minimalismo, crítica insti- austríaca VALIE EXPORT, reúne so com um conjunto de instalações tucional, performance, instalações obras que interrogam as representa- que questionam a linguagem e a etc. Assim, dez capítulos pontuam ções do corpo feminino e os estere- narrativa. Assim, pode-se concluir, essa travessia: ótipos da sexualidade ligados a elas, de maneira emblemática, com algu- 1. As pioneiras da abstração muitas vezes de maneira rude, pro- mas grandes figuras da arte contem- destaca figuras emblemáticas da pri- vocante. porânea francesa e brasileira e suas meira fase da arte abstrata – Sonia 6. O corpo como espetácu- obras ambiciosas, complexas e aber- Delaunay, que inventa a abstração lo oferece um espaço de grandes tas: Sophie Calle, Annette Messa- geométrica, Sophie Taueber-Arp, projeções de vídeo, permitindo ao ger, Dominique Gonzalez-Foerster, protagonista importante do movi- espectador ser confrontado fisica- Rivane Neuenschwander e Janaina mento dadaísta e da arte concreta e mente com algumas performances Tschäpe.

13 14 AS PIONEIRAS DA ABSTRAÇÃO 15 MULHERES PIONEIRAS

Cécile Debray

A posição de artistas mulheres na história mulheres tiveram menos liberdade intelec- da vanguarda no século 20 é muito pouco tual do que os filhos dos escravos atenien- visível. Além disso, as abordagens moder- ses. As mulheres, portanto, jamais tiveram a nistas sobre a história da arte na virada do mínima chance de escrever poesia.”1 século dificultam a compreensão da verda- De acordo com as observações de Vir- deira emergência dessas artistas e seu gra- ginia Woolf, não podemos ignorar as priva- dual reconhecimento profissional. ções sociais e materiais sofridas por essas Ao lado de movimentos como cubismo, raras mulheres, que se aventuraram na car- dadaísmo, arte abstrata e surrealismo, as reira artística a partir do fim do século 19. artistas da primeira metade do século 20 A carreira de Suzanne Valadon é um eram singulares: geralmente trabalhavam exemplo nesse sentido. Filha de emprega- isoladas, favoreciam uma posição de afas- da, ela conquistou independência financei- tamento e seus trabalhos eram descritos pe- ra e entrou para o mundo das artes ao posar los críticos, de maneira depreciativa, como como modelo para Puvis de Chavannes, “arte feminina”. No entanto, os campos Renoir e Toulouse-Lautrec. Autodidata, artísticos privilegiados por elas desde o pe- aprendeu ao observar artistas nos ateliês, e ríodo clássico, como retratos de mulheres e depois desenhava em casa. Foi só quando se crianças, naturezas-mortas com flores e arte casou com um homem rico, em 1896, que aplicada (miniaturas, bordados, pinturas conseguiu desfrutar de seu próprio espaço, em porcelana), continuaram a ser desenvol- um “teto todo seu”, um ateliê localizado na vidos e expandidos. Mesmo depois de um rue Cortot em Paris que lhe permitiu dedi- histórico de repetidas buscas por autono- car-se à pintura, e, como resultado, expor mia, do questionamento da identidade e de em salões, vender para galerias e ser con- uma divergência irônica e acusatória, essas siderada artista pela sociedade. Segundo a tradições continuaram a contaminar suas artista norte-americana Joan Mitchell, ter práticas artísticas. um ateliê é fundamental. Disse ela numa Foi dentro desse ambiente complexo, rico ocasião: “Carreguei durante a vida inteira e contraditório que muitas posições e carac- o sentimento mais ou menos verdadeiro de terísticas artísticas contemporâneas tomaram que eu era invadida por outros, e meu ateliê forma – performances, trabalhos autorais, era considerado um território de todos. Era instalações têxteis etc. –, o que sem dúvida por ser um lugar de uma mulher que todo aconteceu devido ao legado dessas mulheres mundo achava normal compartilhá-lo? Na pioneiras. verdade, é um lugar que tem um significado “A liberdade intelectual depende de muito pessoal para mim e é de fato único.”2 coisas materiais. A poesia depende da li- Dentro do apertado apartamento que berdade intelectual. E as mulheres sempre dividia com a mãe e o filho, Suzanne Vala- foram pobres, não durante apenas duzentos don desenhava repetidamente a pequena anos, mas desde o início dos tempos. As figura rechonchuda da criança, o rosto en-

16 rugado e cansado de sua mãe, de vez em anos antes, o que provavelmente revela uma Taeuber-Arp e Hans Arp, Alice Halicka e quando as crianças da vizinhança, assim grande influência. Marcoussis, Hannah Höch e Raoul Haus- como seu próprio autorretrato. Modelos O diálogo entre obras acontece com mann, Frida Kahlo e Diego Rivera, Natalia profissionais só eram encontradas em aca- mais frequência do que costumamos supor. Goncharova e Mikhail Larionov, Dorothea demias, às quais as mulheres raramente Por exemplo, uma das obras mais imponen- Tanning e Max Ernst, Valentine e Jean tinham acesso. Valadon, acostumada a tes e expressivas de Marie Laurencin, Une Hugo, Maria Helena Vieira da Silva e Árpád posar nua para grandes pintores, brincava Réunion a la campagne, posteriormente cha- Szenes, Joan Mitchell e Jean-Paul Riopelle, com variações de nudez na intimidade do mada de Apollinaire e seus amigos (1909), é Helen Frankenthaler e Robert Motherwell... lar, executando poses falsamente familia- interpretada por José Pierre de forma bas- O casamento significava a independên- res, mas cuidadosamente estudadas – a tante convincente como um eco de Les De- cia das relações familiares numa época em curvatura de uma coluna dorsal, o pé de seu moiselles d’Avignon3. Marie Laurencin e seu que o celibato não era aceitável para mulhe- filho brincando em uma bacia d’água. Foram parceiro Apollinaire costumavam reunir-se res: Sonia Delaunay casou-se por conveniên- provavelmente esses retratos crus de um com o grupo de Picasso, que se encontra- cia com Wilhelm Uhde; Marie Laurencin ambiente visto a portas fechadas, represen- va no ateliê do pintor em Bateau-Lavoir, casou-se com um homossexual. tados com linhas precisas e distintas, que decorado, desde 1907, com a imensa tela Estar em uma relação geralmente facili- chamaram a atenção de Degas em 1895. Les Demoiselles d’Avignon. Ela compareceu, tava a participação das mulheres na vida da Ele fala de seus “desenhos fluidos e mag- levemente embriagada, conforme Fernande vanguarda. Hannah Höch foi testemunha níficos”. Como resultado, apresentou a ela, Olivier e Gertrude Stein, a um banquete em disso em várias ocasiões, quando menciona em seu ateliê, a calcogravura, usando sua homenagem a Henri Rousseau, conhecido happenings dadaístas em Berlim. Ela chama própria prensa, uma técnica perfeitamente como Le Douanier, que em troca pintou um seu relacionamento de sete anos com Ra- adaptável à linha de desenho de Valadon. As grande retrato de Apollinaire como poeta oul Hausmann de “um aprendizado difícil gravuras completas de Valadon foram publi- inspirado por sua musa, Marie Laurencin. e triste”5. Dorothea Tanning lembra-se dos cadas em 1932 em uma edição de luxo, com Em Apollinaire e seus amigos, a repre- encontros do grupo surrealista com André prefácio de Claude Roger-Marx, que incluía sentação esquemática de rostos como se Breton, dos quais ela participava de longe e 18 placas feitas entre 1895 e 1910, ou seja, fossem “máscaras”, as distintas expressões em silêncio. Em suas memórias, Alice Ha- antes que ela se dedicasse à pintura. frontais de algumas figuras e o tamanho licka revela que durante a guerra, enquanto Seus retratos de crianças nuas como se da composição são repetidas referências à o marido estava fora, ela vivenciou sua fase fossem pequenos animais não correspon- obra-prima de Picasso. O fundo é simplifi- mais criativa e intensa como pintora, ativi- diam às expectativas do gênero feminino cado: mais uma vez ela usa como motivo a dade esta que foi imediatamente reduzida tradicional. ponte de Passy, que já havia sido colocada quando o marido retornou, a pedido deste. A pintora espanhola María Blanchard, em um autorretrato em gravura intitulado Alguns grupos vanguardistas – dadaís- íntima de Juan Gris, trabalhou em Paris em Le Pont de Passy (1908, gravura, Bibliothè- tas, surrealistas, a vanguarda russa – expu- 1912 e também se interessava em pintar que Nationale de France), e seu desenho seram a liberação sexual em um contexto de a infância como metáfora da inocência ou do rosto de Apollinaire lembra La Muse revolução social e política. de uma época perdida. O trabalho cubista inspirant le poète (1909) de Rousseau. No ensaio “On World Revolution”, Raoul Seja comportada ou Joana d’Arc (1917) abre Desse modo, Apollinaire conseguiu colo- Hausmann chama a atenção para “a supres- o estilo para múltiplas interpretações. Sua car a pintura de Laurencin entre Picasso são dos direitos de propriedade dos homens paleta de tons pastel de azul e rosa e sua e Rousseau em sua publicação The Cubist em relação às mulheres, da família e seus va- preciosa coleção de estênceis floridos con- Painters (1913). E acrescenta, em referên- lores aviltantes e a criação de uma comuni- ferem certa suavidade infantil para suas recia a uma palavra usada por Rodin sobre a dade de economia comunista, que funcione presentações, mas também provocam uma obra de Marie Laurencin, descrita por este simultaneamente com a libertação sexual”6. sensação de violência e sofrimento. Uma como uma obra “sinuosa”: “Ela [a arte de Em contraste com a “virilidade” do fu- garotinha com um bambolê, de quem se Laurencin] tem analogias com a dança e é, turismo, o surrealismo colocou a mulher, espera um bom comportamento, também na linguagem da pintura, uma enumeração como “beleza convulsiva”, no centro da funciona como mártir – múltiplas interpre- infinitamente graciosa e rítmica”.4 glorificação erótica e estética, o que para- tações que encobrem uma forma de autor- Inegavelmente graças ao apoio de doxalmente a transforma de novo em objeto retrato. María Blanchard, que sofria de um Apollinaire, Marie Laurencin conseguiu, de desejo como femme-objet7. No entanto, o problema na coluna, era quase anã. Essa enquanto mantinha uma individualidade movimento surrealista internacional trouxe composição pode ser interpretada no con- que depois seria desenvolvida abertamen- consigo muitas artistas mulheres que viam texto cubista do pós-guerra, de Gris, Braque te, acompanhar os cubistas durante seus nele uma abordagem artística e teórica para e mesmo Severini, apoiados por seu galeris- famosos anos em Bateau-Lavoir. Segundo buscas introspectivas e de identidade, e um ta Léonce Rosenberg. relatos, ela não estava no centro do movi- desejo de desconstruir os valores de uma so- Em 1919 Picasso pintou La Fillette au mento, mas sim na periferia, agindo mais ciedade burguesa opressora – família, ma- cerceau, obra provavelmente inspirada em como musa que como pintora. ternidade, dominação masculina...8 Em Re- fotografias de crianças. No entanto, é in- Muitas artistas dividiram a vida com trato de uma família (1954), Dorothea Tan- teressante compará-la à pintura de María outros artistas – Suzanne Valadon e André ning usa um estilo naturalista que de certa Blanchard sobre o mesmo tema, feita dois Utter, Sonia e Robert Delaunay, Sophie forma é desvirtuado quando brinca com a

17 escala; ela pinta a figura de um pai onipre- (lubki), o bordado, os móveis e as porcela- dificuldades financeiras, mas mesmo assim sente e sufocante, de uma mãe empregada nas pintados, os ícones; ela contrasta a cul- sustentou a família depois de se tornar uma que aparece oprimida, do mesmo tamanho tura erudita ocidental com a cultura eslava respeitada designer de moda e de interio- de um cachorro, e de uma menina que pare- ou o gênio popular: “O cubismo não é algo res. É impressionante perceber como, atra- ce perturbada, quase psicótica. Com o uso ruim em si, mesmo que não seja um fenô- vés do uso da arte aplicada, ela desenvolveu da fotomontagem, Hannah Höch destaca meno inteiramente novo, sobretudo na Rús- sua própria pesquisa sobre abstração, sobre uma identidade fragmentada e dispersa, sia. Os citas, de bem-aventurada memória, o contraste simultâneo das cores e o design bem como uma realidade caótica e em de- criaram seus bebês kamiennye nesse estilo; em áreas que se tornaram inspirações para sarmonia. Em sua colagem Mutter (1930), eles eram vendidos nos mercados de brin- ela: o design de livros e textos, na época da ela usa cortes de uma boca e de um queixo quedos em madeira e são muito bonitos”.9 invenção do “livro simultâneo” de Blaise numa máscara africana; o tronco revela um As mulheres tiveram um papel impor- Cendrars, La Prose du Transsibérien et de la busto pesado e cansado. O uso de colagem tante na reavaliação de formas de arte po- petite Jeanne de France (1913); vestidos-poe- aqui oferece múltiplas interpretações: a di- pulares ou menores, em consonância com a ma inspirados pelo famoso poema de Cen- mensão primitiva e ancestral da maternida- posição única que ocupavam na vanguarda drars, “Sur la robe elle a un corps”; roupas- de, seu peso e a alienação que ela causa, o russa durante as décadas de 1910 e 1920. -poema em colaboração com Tristan Tzara, mistério e a monstruosidade do parto... É provável que diversos fatores tenham en- Vicente Huidobro, Philippe Soupault; mas Variações no corpo e na anatomia, como trado em jogo, incluindo o contexto revolu- também cenários e fantasias para balé e te- os nus de Valadon e as colagens de Reme- cionário do país em 1905 e uma sociedade atro... A troca entre a dança, o teatro e as dios Varo (Anatomy Lesson, 1935), os mons- baseada no sistema matriarcal10. Nomes artes foi extremamente intensa e inovadora tros de Judit Reigl inspirados em Lautréa- famosos que dominavam as tendências na década de 1920, como se constata, por mont (Ils ont soif insatiable de l’infini, 1950, cubistas-futuristas russas, como do supre- exemplo, com o Ballets russes de Diaghilev. ou Maldoror, 1953), ou ainda os fantásticos matismo e do construtivismo, geralmente Esse intercâmbio ligava-se à nova atitude desenhos imaginários de Marie Laurencin são mulheres: Alexandra Exter, Olga Roza- das mulheres em relação ao corpo – além (Hermaphrodite, 1955) – tudo isso aborda nova, Lyubov Popova, Varvara Stepanova, de pioneiras como Loïe Fuller ou Isadora indiretamente a questão da identidade so- Nadejda Udaltsova, Nina Kogan, sem falar Duncan, citamos as coreografias da artista cial e sexual. daquelas que se exilaram – Marianne von Sophie Taeuber-Arp, assim como algumas A busca pela identidade faz parte da Werefkin, em Munique, e Sonia Delaunay, páginas selecionadas do Journal d’Helen, essência dos trabalhos da pintora mexica- em Paris. de Helen Hessel, ou ainda as memórias de na Frida Kahlo. Suas pinturas funcionam Seguindo os passos de Natalia Goncha- Sonia Delaunay defendendo o naturismo... como um meio para analisar sonhos e o rova, Sonia Delaunay, que havia deixado a Libertação das cores, libertação do cor- imaginário, para dar um relato autobiográfi- Rússia em 1908, faz referência a suas raízes po, a era das flappers, as décadas de 1920 e co simbólico e terapêutico – sobre sua vida ucranianas ao descrever sua arte: “As cores 1930 são um marco no debate sobre a iden- amorosa e de Diego Rivera – e expressar o puras me atraem. As cores da minha infân- tidade sexual. A homossexualidade femini- sofrimento de seu corpo após uma fratura cia na Ucrânia. Lembro-me dos casamentos na é declarada com mais liberdade, muitas na coluna. Os autorretratos são abundan- dos camponeses na minha terra, em que os mulheres passam a se vestir como homens tes em toda sua carreira. A pequena pintu- vestidos vermelhos e verdes, enfeitados com numa tentativa de se tornar neutras em re- ra The Frame (ca. 1937), presumidamente muitos laços, balançavam durante a dança”.11 lação ao gênero. Gertrude Stein se compara comprada pelo governo francês após a exi- Assim como Suzanne Valadon, que en- a Picasso em seus escritos, considerando-se bição Mexique, organizada por Breton em controu seus modelos entre os amigos mais tão genial quanto ele. Virginia Woolf publi- 1939 na galeria Renou & Colle, reproduz o íntimos, a jovem Sofia Terk, futura Sonia ca Um teto todo seu (1929), ensaio sobre formato de uma pintura votiva. Frida Kahlo Delaunay, pintou uma menina que conhe- a mulher e a escrita, no qual ela chama a coloca sua efígie no centro da composição ceu durante sua estada na casa de veraneio atenção para a necessária independência ornamental de uma pintura em vidro, feita de seu tio na Finlândia; ela também pintou financeira das mulheres. Em seu romance em estilo tradicional mexicano. A afirmação Philomena, uma costureira que trabalhou Orlando (1928) ela apresenta um herói de das raízes culturais da artista, na época em para a família, em composições de cores gênero duplo, às vezes homem, às vezes voga no México pós-revolução, assim como intensas e em esboços. Esses trabalhos mulher. Romaine Brooks, parceira de Nata- sua referência à arte e cultura populares, se assemelham às pinturas de Goncharo- lie Clifford Barney, autora de Pensées d’une conferiram uma dimensão mágica à repre- va, como Les Lutteurs (1909-1910) ou Le amazone (1920), cujo salão sáfico entrou sentação de seu próprio rosto, que emerge Portrait de Larionov et de son ordonnance para a história, representou a si mesma em em um anel colorido. (1911). As duas mulheres expressam, atra- dois autorretratos, um mostrando uma jo- O neoprimitivismo presente na arte rus- vés de suas produções artísticas, uma es- vem romântica com os cabelos ao vento, em sa durante a década de 1910 estava dentro pontaneidade confiante e uma excepcional um diálogo implícito com o poeta Gabriele de um contexto parecido. Natalia Goncha- energia criativa. A primeira exposição ex- d’Annunzio, e o outro usando cartola e ter- rova, na liderança do movimento ao lado de clusiva de Goncharova aconteceu em Mos- no masculino preto. seu parceiro Mikhail Larionov ou dos ir- cou em 1913 e incluiu mais de 700 obras. A abstração na pintura sem dúvida nos mãos Burliuk, inspira-se em campos diver- Após a revolução de 1917, Sonia Delaunay, oferece uma forma de superarmos as dife- sos, como o imaginário popular, a xilografia na época com 32 anos, passou por grandes renças sexuais entre homens e mulheres,

18 levando o debate para um nível distante de acordo com a fórmula de Meyer Schapiro. da questão da identidade sexual. Depois A própria Joan Mitchell lembra-se de que toda morte de Robert Delaunay, em 1941, das pintavam no mesmo período e a ideia de Sonia se dedicou essencialmente às enor- segunda geração engloba um número enorme mes composições abstratas; passou a última de pessoas diferentes14. Uma virada signifi- terça parte de sua vida devotando-se intei- cativa aconteceu quando a crítica passou a ramente a si mesma e à pintura: “Tive três omitir a diferença. Irving Sandler e Clement vidas: uma para Robert, uma para meu filho Greenberg geralmente usavam o sobrenome e meus netos, e uma mais curta para mim. para se referir às artistas, sem mencionar seu Não me arrependo de não ter me preocupa- prenome – essa neutralidade, que poderíamos do mais comigo mesma. Eu realmente não considerar implicitamente masculina, parece- tive tempo”12. ria sobretudo o símbolo de um novo contexto Artistas que trabalharam logo depois da artístico, englobando tanto homens quanto Segunda Guerra Mundial – os vinculados mulheres. Essas mulheres, para além da ques- à Escola de Paris ou os impressionistas abs- tão da diferença, finalmente eram reconheci- tratos norte-americanos – exploraram a arte das como artistas, acima de tudo. abstrata por meio de gestos e do uso livre de Para concluir com uma observação, a res- cores, métodos que lembram a espontanei- posta de Dorothea Tanning, ao ser convidada dade de Natalia Goncharova, ou as inves- para participar de uma exposição de artistas tigações de Sonia Delaunay. As represen- em 1982, demonstra de outra maneira, com tações coloridas de paisagens urbanas no- uma irritação irônica e polida, o desejo de dei- turnas feitas por Delaunay, em obras como xar essa questão para trás: “Sério, com todo Études de lumière, boulevard Saint-Michel e o respeito, eu, em sã consciência, não posso Étude de foule, boulevard Saint-Michel são participar de uma exposição que lida somente indícios do desenvolvimento de uma lingua- com metade da humanidade (mulheres) e ex- gem abstrata. Essas obras se compõem em clui a outra (homens). Imaginem se na verda- padrões quadriculados organizados, verdade eu não fosse mulher? Parece-me que, para deiras transcrições furtivas e sensuais que um projeto como o seu, é preciso fazer exame trazem à mente as primeiras obras de Shir- médico, ainda mais hoje em dia, quando te- ley Jaffe ou Helen Frankenthaler (il. 6), que mos uma retomada da impostura e as mulhe- queriam “retratar com cores e formas toda res na verdade podem ser... homens!”15. a memória abstrata da paisagem”13, mas sobretudo os painéis gigantescos de Joan Mi- tchell, que estava determinada a reproduzir a “emoção” da paisagem. Suas obras geralmente são compostas de cores vibrantes e movimento, e de maneira integral e uniforme (all-over); na esteira da redescoberta, em 1955, em Nova York, da última obra de Monet, as enormes telas Ninfeias, foram classificadas como “expressionismo abstra- to”. Se um gesto na pintura norte-americana representa uma ação ética ou existencial, um tipo de “sofrimento pintado” – como 1 Virginia Woolf, Um teto todo seu/A Nationalgalerie Berlin, 1976, p. 30. 10 Ver Valentine e Jean-Claude em obras de precursores como Pollock ou Room of One’s Own [1929]. Londres: 6 Raoul Hausmann, “Zur Marcadé, L’Avant-garde au féminin. Penguin Books, 2004, p. 125 Weltrevolution”, Die Erde, ano 1, Moscou - Saint-Pétersbourg - Paris. De Kooning, corrompidas por um tipo de 2 Catherine Lawless, “Le Territoire de n. 12, Breslau, 1919, p. 371, citado e 1907-1930. Paris: Artcurial, 1983. selvageria pouco dissimulada e brutalidade Joan Mitchell”, in Artistes et ateliers traduzido em ibid., p. 35. 11 Sonia Delaunay, Nous Irons primitiva –, nas obras dessas artistas, mas (Nîmes: Jacqueline Chambon, 1990), 7 Ver a introdução de Giovanni Jusqu’au Soleil. Paris: Robert Laffont, também nas de Guston e outros, ele assu- p. 14, citado por Catherine Gonnard Lista em Lea Vergine, L’Autre moitié 1978, p. 17. e Élisabeth Lebovici, Femmes de l’avant-garde. 1910-1940. Paris: 12 Ibid., p. 204. me a forma incomum da sensualidade e do artistes/artistes femmes. Paris: Hazan, Éditions des Femmes, 1982. 13 Gene Baro, “The Achievement lirismo. 2007, p. 285. 8 Ver Whitney Chadwick, Women of Helen Frankenthaler”, Art 3 Sabe-se que não foi por acaso que a José Pierre, Marie Laurencin. Paris: Artists and the Surrealist Movement. International, v. 2, n. 7, 20 de Somogy, 1988, pp. 44-51. Londres: Thames & Hudson, 1985. setembro de 1967, p. 34. maioria das artistas, durante o movimento ex- 4 Guillaume Apollinaire, The 9 Carta de Natalia Goncharova, 14 Joan Mitchell. Paris: Galerie pressionista abstrato, ou Escola de Nova York Cubist Painters [1913]. Los Angeles: 13 de fevereiro de 1912, para o Nationale du Jeu de Paume/Nantes: – Helen Frankenthaler, Joan Mitchell, Grace University of California Press, jornal Russkoe Slovo [O mundo Musée des Beaux-Arts, 1994, p. 115. Berkeley, p. 58. russo], citada por Jean-Claude 15 Citado em Lea Vergine, op. cit., Hartigan ou Elaine de Kooning –, foi classifi- 5 Hannah Höch, Paris, ARC2 Musée Marcadé em L’Avant-garde russe. p. 307. cada como parte de uma “segunda geração”, d’Art Moderne de la Ville de Paris/ Paris: Flammarion, 1995, p. 33.

19 Sonia Delaunay (Gradizhsk, Rússia, 1885 - Paris, França, 1979)

“A arte abstrata autêntica é mais difícil do que a arte que retrata uma aparência da realidade, porque é preciso recriar um mundo novo com todos os pedaços. Mas já que há poucos conhecedores rigorosos e informados no campo da arte, muitas pessoas experimentam esse estilo porque acham que essa arte está além de seu controle e de sua referência. A profissão é trocada por coisas e temos de fazê-la funcionar com exposições comerciais mais ou menos bem-sucedidas. A arte abstrata tem seu academicismo. O academicismo surge no instante em que o artista serve-se de fórmulas já existentes, ou quando ele adota as particularidades e os métodos pessoais de outro artista. Não sei como definir minha pintura, o que não acho ruim porque desconfio de classificações e categorizações. Como e por que definir algo que vem de dentro de nós? Antes de acreditar nos outros, Robert acreditava em mim. Em meus experimentos mais recentes, cheguei perto de alcançar o que Robert previu e que era a ‘fonte solar’ de seu trabalho. Eu ainda tropeço em alguns obstáculos... Mas tenho certeza de que por baixo há algo fundamental que se tornará a base da pintura no futuro.”

Sonia Delaunay, “Le Soleil de minuit ”, em S. Delaunay, Nous Irons Jusqu’au Soleil (Paris: Robert Laffont, 1978), pp. 206-207

Jovem italiana (1907). Óleo sobre tela, 89,5 x 35 cm. Doação de Sonia Delaunay e Charles Delaunay, 1964. AM 4088 P. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jean-Claude Planchet/Dist. RMN-GP. © Pracusa 2013027

20 Ritmo cor, 1959-1960. Óleo sobre tela, 81 x 65 cm. Doação de Sonia Delaunay e Charles Delaunay, 1964. AM 4097 P. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jacqueline Hyde/Dist. RMN-GP. © Pracusa 2013027

21 Sonia Delaunay (Gradizhsk, Rússia, 1885 - Paris, França, 1979)

Comigo mesma, 1970. Água-forte sobre papel, 66 x 50,3 cm. Portfólio contendo uma sequência de dez pranchas, uma capa, uma página com título, uma página com epígrafe e um atestado de tiragem (com cólofon), 30 de novembro de 1970. Doação da artista, 1976. AM 1976-103 (1 a 11). Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Adam Rzepka/Dist. RMN-GP. © Pracusa 2013027

22 María Blanchard (Santander, Espanha, 1881 - Paris, França, 1932)

“Sua obra, como todos os conjuntos de obra respeitados, tinha tudo para desagradar e era acima de tudo estranha; nada do que foi feito recentemente podia prever sua sagaz originalidade. Suas composições, apesar de fortemente influenciadas pelo cubismo, exaltavam a figura humana como realeza. Seja comportada (ou) Joana d’Arc [1917] Óleo sobre tela, 140 x 85 cm. E que figuras! Endurecidas pela intensidade, Aquisição, 1951. AM 3096 P. extremamente detalhadas, comparáveis somente a Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/ figuras góticas. María Blanchard, uma pintora acima de Jacqueline Hyde/Dist. RMN-GP. © Domínio público tudo, não tinha precedentes […]. Aqui vemos claramente [L’Ivrogne, 1926] o mecanismo por trás de sua mente complicada. Uma tendência à ingenuidade espanhola, fixada à estranheza de uma aventura excepcional, exagerando um evento; uma malícia nata que a faz ver o absurdo em um assunto, sem se importar com as opiniões alheias, por amor ao risco; uma fé total na virtude de uma técnica que santifica o pior dos comentários jocosos.”

André Lhote, “Éloge funèbre de María Blanchard”, 6 de abril de 1932, em Liliane Caffine Madaule, María Blanchard. École de Paris. Londres: Liliane Caffin Madaule, 1994, p. 74.

23 O quadro [1938] Óleo sobre alumínio, vidro e moldura em madeira pintada, 28,5 x 20,7 cm. Aquisição do Estado e atribuição, 1939. JP 929 P. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jean- claude Planchet/Dist. RMN-GP. Frida Kahlo D.R. © 2013 Banco de México, “Fiduciario” en (Coyoacán, México, 1907-1954) el Fideicomiso relativo a los Museos Diego Rivera y Frida Kahlo. Av. 5 de Mayo No. 2, Col. Centro, Del. Cuauhtémoc 06059, México, D.F. “As pessoas achavam que eu era surrealista, mas estavam erradas. Eu nunca pintei sonhos. O que eu retratei foi minha própria realidade.”

Frida Kahlo em Frida Kahlo e Diego Rivera, Isabel Alcántara e Sandra Egnolff (Nova York: Prestel, 1999), p. 66.

24 Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, Portugal, 1908 - Paris, França, 1992)

A máquina óptica, 1937. Óleo sobre tela, 65 x 53,7 cm. AM 1993-33. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © SILVA, Maria Vieira da/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

25 26 RETRATOS E A QUESTÃO DE GÊNERO 27 Suzanne Valadon (Bessines-sur-Gartempe, França, 1865 - Paris, França, 1938)

“Educação: Independente – Talento nato, dons excepcionais Principais momentos de sua carreira artística: Desenhava como uma fanática ao começar em 1883, não para criar lindos desenhos destinados a uma moldura, mas sim bons desenhos que congelavam um momento da vida, em movimento, repleto de intensidade. Eu desenhava incontrolavelmente para que, quando não tivesse mais meus olhos, eu os tivesse na ponta dos dedos.”

Suzanne Valadon para Germain Bazin, em “Questionnaire pour une histoire de l’art contemporain”. Reimpresso em Suzanne Valadon, catálogo de exposição, Martigny, Fondation Pierre Gianadda, 26 de janeiro-27 de maio de 1996, p. 156.

O quarto azul, 1923. Óleo sobre tela, 90 x 116 cm. Aquisição do Estado e atribuição, 1924. LUX.1506 P. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jacqueline Hyde/Dist. RMN-GP. © Domínio público

28 Diane Arbus (Nova York, EUA, 1923-1971)

“Quero fotografar as cerimônias importantes da atualidade porque nossa tendência, enquanto vivemos aqui e agora, é perceber somente o que é aleatório, estéril e disforme sobre o presente. Enquanto nos arrependemos de que o presente não é igual ao passado e nos Travesti em baile drag, cidade de Nova York, 1970 desesperamos com o fato de que Prova em gelatina e sal de prata 3/75, 1978 ele nunca virá a ser o futuro, seus Gelatina e prata, 50,5 x 40,7 cm inúmeros hábitos impenetráveis Aquisição, 1979. AM 1979-397. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges ﬁcam à espera de sentido... esses Meguerditchian/Dist. RMN-GP são nossos sintomas e nossos © 1971 The Estate of Diane Arbus, LLC monumentos. Quero simplesmente salvá-los, pois o que é cerimonial, curioso e banal se tornará legendário.”

Diane Arbus, “Plan for a Photographic Project” [“American Rites, Manners and Customs”], texto escrito pela artista em sua inscrição para um incentivo financeiro da John Simon Guggenheim Foundation, 1963.

29 Valérie Belin (Boulogne-Billancourt, França, 1964)

“Eu queria evocar seres híbridos, entre criações virtuais e objetos arcaicos. Então fui atrás de manequins que tivessem uma forte aparência realista. No fim, descobri um fabricante em Londres cujos manequins eram moldados em mulheres de verdade e depois remontados de modo a criar um ser ideal, com o braço de uma mulher, o pescoço de outra etc. O fato de serem moldados em mulheres de verdade já torna esses objetos, de certa forma, fotografias tridimensionais. Ao fotografá-los, intensifiquei suas qualidades, seu caráter ilusionista. Aqui, o meio fotográfico exerce seu papel máximo: o ‘grão’ da fotografia quase se funde com o ‘grão’ da pele, o ângulo da câmera e da luz é estudado de forma a atingir uma qualidade muito forte, modelada. De longe tem-se a impressão de algo vivo; de perto, podemos ver os artefatos, os cílios postiços, as pinceladas.”

Valérie Belin em entrevista a Nathalie Herschdorfer, em Valérie Belin, catálogo de exposição, Amsterdã, Huis Marseille Museum for Photography, 1o de setembro-26 de novembro de 2007; Paris, Maison Européenne de la Photographie, 9 de abril-8 de junho de 2008; Lausanne, Musée de l’Élysée, 6 de novembro de 2008-4 de janeiro de 2009. Göttingen: Steidl, 2007, p. 298.

Sem título, n. 4, 2003 (da série Mannequins, 2003). Prova em gelatina e sal de prata 2/3, 158,5 x 128,8 x 4 cm. Aquisição, 2005. AM 2005-249. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Belin, Valérie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

30 Eleanor Antin (Nova York, EUA, 1935)

“Tinha de haver outra maneira de fotos – cartões-postais – pelo de borracha. […] Como eu iria levar a arte para as pessoas além de correio. […] Todos os romances saber que um dia elas entrariam colocá-la entre as paredes brancas picarescos têm um herói, um tolo na minha vida e a mudariam para e vazias das galerias de Nova York. encantador. D’Artagnan era um sempre?” Por que não o correio? Naquele idiota, Tom Jones era um imbecil Eleanor Antin, “Remembering 100 Boots”, tempo, tudo de que se precisava e Dom Quixote era um louco, e em Eleanor Antin, 100 Boots (Philadelphia: era um selo de seis centavos o meu não falaria. Ele seria um Philadelphia Running Press Book Publ., 1999). Reimpresso em Catherine Grenier (org.), Los para poder enviar um cartão- outsider, um herói que teria um Angeles, 1955-1985: Birth of an Artistic Capital, -postal. Os grandes romances de trabalho longo e lento. Eu não catálogo de exposição, Paris, Centre Pompidou, Dickens e Dostoiévski não foram queria algo espirituoso. Eu queria 8 de março-17 de julho de 2006. Paris: Éditions du Centre Pompidou/PanamaMusées, 2006, p. 233. primeiramente apresentados em um épico. Uma noite, ele me veio forma de folhetim? Então talvez num sonho: “100 Boots Facing the uma história a prestações, uma Sea” [Cem botas de frente para longa história, talvez um romance, o mar]. No dia seguinte fui até uma road novel como a de Kerouac, uma loja de produtos militares e uma história picaresca, mas em navais e comprei cem botas pretas

O rei, 1972. Vídeo, 51’18”. AM 2008-DEP 11. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Eleanor Antin

31 Pipilotti Rist (Grab, Suíça, 1962)

“Neste vídeo as figuras flutuam no e o macrocosmo de forma tal ar. […] No ar há também luzes, que novas abordagens se abrem faíscas, milhares de bolhas e para temas tão complexos como glóbulos. Os protagonistas evoluem a digestão de impressões, nossas nesses elementos diversos, ricos origens no líquido amniótico, a em cores e matéria, de uma hipótese do purgatório e o sistema forma descontraída, espontânea econômico. Espera-se que os e confiante. Com uma espécie espectadores cheguem a um estado de soberania, eles redescobrem de incerteza em que de repente o estado primitivo da existência. muitas [outras] coisas parecem Com esse trabalho, pretendo possíveis.” criar um flash de consciência Pipilotti Rist, em Pipilotti Rist, À La Belle Étoile, na mente dos espectadores material de imprensa, Centre Pompidou, Paris, que deveria fazê-los sentir um 30 de janeiro-26 de fevereiro de 2007. tipo de suavidade em relação a eles mesmos, com o intuito de relativizar seus problemas pessoais. O vídeo flutua entre o microcosmo

Não sou a garota que sente muita falta, 1986. Vídeo (projeção). Aquisição, 1999. AM 2000-34. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Pipilotti Rist/Courtesy the artist, Hauser & Wirth and Luhring Augustine

32 Rineke Dijkstra (Sittard, Holanda, 1959)

“Eu sentia que os retratos de praia eram todos autorretratos. Aquele momento de desconforto, aquela tentativa de achar uma pose, tudo se tratava de mim mesma. Acho que quando você gosta de alguma coisa, tudo se resume em reconhecimento.”

Rineke Dijkstra em Sarah Douglas, “Rineke Dijkstra, The Gap Between Intention and Effect”. Flash Art, v. XXXVI, no 232, outubro de 2003, p. 79.

Hilton Head Island, S.C., USA, June 24, 1992, 1992 Fotografia Cibachrome, 140 x 105 cm. Aquisição, 2000. AM 2000-150. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Rineke Dijkstra

Marina Abramovi´c (Belgrado, Iugoslávia, 1946)

“Na civilização ocidental, ao contrário do que ocorre nas culturas asiáticas, temos tanto medo que nunca conseguimos desenvolver técnicas para mudar os nossos limites físicos. Para mim, a performance funcionava como meio de fazer esse salto mental. De início, quando eu trabalhava sozinha, ou nas primeiras fases do meu trabalho com Ulay, o elemento do perigo, o confronto com a dor e a exaustão da força física eram muito Arte deve ser bela… Artista deve ser bela…, 1975 importantes, porque para o corpo esses são estados de Vídeo, PAL, preto e branco, som, 14’05”. Extrato de Antologia de performances, 1975-1980 ‘presença’ total, estados que mantêm a pessoa alerta e Aquisição, 1981. AM 1991-57. consciente.” Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Abramovic´, Marina/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013 Marina Abramović em Dobrila Denegri, “Conversazione con Marina Abramović”, em Marina Abramović, Performing Body. Milão: Charta, 1998, pp. 10-11.

33 34 A SEGUNDA PARTE DO SURREALISMO 35 Marie Laurencin (Paris, França, 1883-1956)

Apollinaire e seus amigos, 1909 Óleo sobre tela, 130 x 194 cm. Doação em pagamento, 1973. AM 1973-3. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Dist. RMN-GP. © Laurencin, Marie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

36 Alice Halicka (Cracóvia, Polônia, 1895 - Paris, França, 1974)

“Ela via Paris não como uma imensa cidade agitada, mas como uma harmonia sutil onde a luz suave e baça de Île-de-France é verde-azulada. E essa Paris é a Place de la Concorde, com suas sirenes, seus jatos d’água, o Obelisco, o Hôtel de Crillon e o Ministério da Marinha, contornando a rue Royale e a Madeleine ao fundo. Ela também ama ternamente os Cavalos de Marly, tanto que às vezes os pinta no céu, como escapadas poéticas que elevam para novas alturas sonhos em voo. E essa Paris, essa Concorde, ou as Tulherias, ali perto, estão vazias (ou quase), exceto por uma pequena ﬁgura vermelha que faz com que os verdes se destaquem. Por que vazias? Porque Paris não precisa das multidões para estar vivas. Sua beleza harmoniosa é suﬁciente.”

Maurice Gieure, Alice Halicka. Genebra: Éditions Pierre Cailler, Les Cahiers d’art-Documents, n. 171, 1962, p. 15-16.

Praça da Concórdia, 1933 Óleo sobre tela, 96 x 146 cm. Aquisição do Estado e atribuição, 1938. JP 855 P. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Halicka, Alice/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

37 Marie Toyen (Praga, Tchecoslováquia, 1902 - Paris, França, 1980)

O início da primavera, 1945 Óleo sobre tela, 89 x 146 cm. Aquisição, 1982. AM 1982-363. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Service de la documentation photographique/Dist. RMN-GP. © Toyen, Marie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

38 Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, Portugal, 1908 - Paris, França, 1992)

O calvário, 1947. Óleo sobre tela, 81,5 x 100,5 cm. Doação em 1993. AM 1993-35. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP © SILVA, Maria Vieira da/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

39 Francesca Woodman (Denver, EUA, 1958 - Nova York, EUA, 1981)

“Interesso-me pelo modo como as pessoas se relacionam com o espaço. A melhor maneira de fazer isso é representando suas interações com os limites desses espaços.”

Francesca Woodman, trecho sem data (ca. 1977) de seu diário. Notebook 6, “Journal Extracts”, org. George Woodman, em: Chris Townsend, Francesca Woodman. Londres e Nova York: Phaidon, 2006, p. 244.

Da série Enguias, 1977-1978 Vintage, prova em gelatina e sal de prata, 30 x 30 cm. Doação de Betty e George Woodman para Centre Pompidou Foundation. AM 2009-DEP 9. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Estate of Francesca Woodman. Courtesy of The Estate of Francesca Woodman and Marian Goodman Gallery, New York /Paris

Germaine Dulac (Amiens, França, 1882 - Paris, França, 1942)

A concha e o clérigo, 1927 Filme em preto e branco, mudo, 35 mm Aquisição com o patrocínio de Yves Rocher, 2011. AM 1906 - F1089 Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Service de la documentation photographique/Dist. RMN-GP © Domínio público

40 Marie Toyen (Praga, Tchecoslováquia, 1902 - Paris, França, 1980)

Um dentro do outro, 1965 Óleo sobre tela, 145 x 88 cm. Aquisição pelo Estado e atribuição, 1968. AM 2009-66. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Bertrand Prévost, Dist. RMN-GP. © Toyen, Marie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

41 Meret Oppenheim (Berlim, Alemanha, 1913 - Basileia, Suíça, 1985)

Morrer à noite, 1953. Guache e óleo sobre papel, 50 x 57,5 cm. Aquisição, 1986. AM 1986-405. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Oppenheim, Meret/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

42 Germaine Richier (Grans, França, 1904 - Montpellier, França, 1959)

“Para mim, a escultura é algo íntimo. É algo que vive e tem suas próprias leis. No entanto, altura, largura e profundidade são coisas que existem. A escultura se agarra a volumes geométricos. Essa geometria serve para ligar e acalmar coisas. Ela contrabalanceia excessos. Todas as minhas esculturas, mesmo as inteiramente imaginadas, nascem de algo que é real, uma verdade orgânica. O instrumento que uso para tirar as medidas exatas do modelo, assim como o modelo em si, é há muito indispensável para mim: graças a eles eu tenho algo com que eu possa começar. Mas eu ﬁz o instrumento mentir. E por isso evitei fazer as coisas como elas são. Era uma maneira de criar, de possuir uma geometria própria.”

Germaine Richier, em: Germaine Richier, Rétrospective, catálogo de exposição, Saint-Paul, Fondation Maeght, 5 de abril-25 de junho de 1996. Saint-Paul: Éditions de la Fondation Maeght, 1996, p. 182.

Água [1953-1954]. Bronze, 147 x 62 x 98 cm. Aquisição do Estado, atribuição, 1956. AM 1022 BIS S. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Adam Rzepka/Dist. RMN-GP. © Richier, Germaine/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

43 Mar de sangue, 2004 Quatro videoprojetores, um sincronizador, quatro alto-falantes, quatro vídeos, HD, 16/9, cor, som estéreo, 13’48’’. Doação da Société des Amis du Musée national d’art moderne, projeto para a arte contemporânea 2005. AM 2006-36. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Janaina Tschäpe

44 Janaina Tschäpe (Munique, Alemanha, 1973)

“Cresci na Alemanha e no Brasil, então tenho essas diferentes referências. Eu tinha noções de romantismo alemão, que se mesclavam aos aspectos espirituais brasileiros, por sua vez fortemente inﬂuenciados pelas práticas e crenças africanas. Além disso, eu achava o mundo natural arrebatador. Muitas coisas se misturavam na minha cabeça durante meu crescimento, e as criaturas que criei dialogam com todas essas ideias e lugares diferentes para onde viajei e onde morei. […] Eu levava essas criações para um ambiente e tentava conectá-las com a ﬂoresta, com a praia ou a água. Agora estou conectando-as à memória também.”

Janaina Tschäpe, em Chimera: Janaina Tschäpe, catálogo de exposição, Irish Museum of Modern Art, 24 de junho-28 de setembro de 2008, p. 102.

45 46 ABSTRAÇÃO EXCÊNTRICA 47 ABSTRAÇÃO EXCÊNTRICA

Camille Morineau

Em 1966, Lucy Lippard publicou um artigo de maioria dos críticos de arte norte-ameri- no jornal Art International como comple- canos, que fizeram dela o tema predileto de mento e comentário à exposição Abstração seu aparato crítico e filosófico. O modernis- excêntrica1, da qual foi curadora na Fisch- mo de Clement Greenberg e o formalismo bach Gallery, em Nova York. As palavras do de Michael Fried, portanto, baseiam-se na título foram escolhidas cuidadosamente, e ideia de simplificação progressiva das ferra- seu efeito permanece intacto. “Excêntri- mentas e das formas de arte, rumo a uma co”: desviante, diferente, segundo regras “essência” mais bem expressa por novas que não são redutíveis em si mesmas a um gerações norte-americanas. Uma “grade de princípio. “Abstração”: um dos cânones da pensamento” teórico, cuja adequação a seu modernidade que a nova crítica de arte su- objeto faz parte do esteticismo de uma era, gere que revisitemos. A teoria segue a prá- corresponde à grade ortogonal herdada do tica no campo da abstração, o que continua modernismo e progressivamente reduzida sendo um ponto de questionamento desde pelo expressionismo abstrato, pela arte mini- a virada do século. Da mesma maneira que malista e depois pela arte conceitual. De um o pensamento abstrato continuou proibido lado, a criação de formas é reduzida a gestos ou teoricamente negado às mulheres du- simples e ausência de cores; de outro, as rante muito tempo, a pintura abstrata e as artistas são levadas a movimentos que, por formas artísticas mais radicais não incluem sua vez, são conduzidos a categorias. A arte facilmente as mulheres que as praticam, estrutural e o pensamento estrutural respon- seja para exposições, seja em relação a tex- dem um ao outro. tos críticos importantes. Consequentemen- É esse eficaz mecanismo teórico-forte, tentar colocá-las dentro dessas esferas malista fluido – o princípio de encaixe de ou repensar um esquema teórico continua blocos de construção que implica, assim sendo uma questão importante. Prestemos como o brinquedo de criança, um desen- homenagem ao talento de mulheres que se volvimento regular e simétrico de pensa- dedicaram ao assunto: Lucy Lippard, nos mento, tempo e carreiras individuais – que Estados Unidos, e Aline Dallier, na França, Lucy Lippard decompõe; segue-a uma assim como Rosalind Krauss e, mais recen- longa lista de historiadores e historiadoras temente, Lynn Zelevansky e Susan Stoops pós-modernos. “Não é tão simples assim”, em suas reavaliações do papel da mulher no dizem; “veja só as exceções!”. O que fazer movimento pós-minimalista2. com a excentricidade de certas artistas cuja Na época da exposição, o título Abstra- obra não se sujeita a essas categorias – prin- ção excêntrica sugeria uma forte oposição cipalmente mulheres, que são ausentes ou que talvez hoje (embora nada seja menos quase ausentes dos movimentos citados? E certo) tenha perdido o vigor. Gestual ou geo- se aplicássemos a situação das artistas à si- métrica, tachista ou retilínea, a abstração tuação das minorias raciais e sociais? E se europeia foi revisitada e corrigida pela gran- essa excentricidade definisse novas regras?

48 E se – indo mais longe – essa excentricida- se considerarmos sua maciez, seu caráter (galhos colocados sob as telas de Moni- de se tornasse a regra? efêmero, sua transparência parcial e leveza. que Frydman), ou estruturas matemáticas “Abstração excêntrica” torna-se uma ex- Resina, tecidos, papel e goma de mascar (estruturas subjacentes em Vera Molnar, pressão sistemática em seu modus operan- (Hannah Wilke, p. 78, e Alina Szapoczni- p. 68), ou formas coloridas (Marthe Wéry di: não há apenas uma, mas muitas tensões kow) são usados para criar novos tipos de p. 62). Essas formas são construídas por possíveis; além disso, essas tensões não são volumes, ou para evocar volumes a partir de acumulação e/ou sucessivas impressões, necessariamente o motor para o pensamen- performances ou representações de gestos de acordo com o princípio de uma repeti- to, não mais do que as categorias ou do que simples: dobra, mordida e amassamento ção assistemática, mas ao mesmo tempo a oposição entre regra e exceção. Se ne- (Marie-Ange Guilleminot). visível a olho nu. Esse processo também é nhuma das palavras – nem excentricidade, Queda ou suspensão (Eva Hesse, Yayoi facilmente encontrado na fotografia (Be˜la nem abstração – é autoevidente, não seria Kusama, Silvia Bächli): entre o ato de fazer Kolárová), no desenho (Mâkhi Xenakis; Vija necessário repensar tudo? Ou seja, repensar e o de permitir que seja feito, essas artistas Celmins; Claude de Soria) ou na escultura os movimentos e as categorias, a progressão revelam tensões extremas que frequente- (Tara Donovan). uniforme do tempo, a uniformidade das mente brincam com o imperceptível. Elas “Sério, mas não serial”, disse Han- trajetórias de carreira, o conceito de regra formulam um pensamento corporal que não ne Darboven com respeito à própria obra, e exceção e assim por diante. A teoria das é sexual nem sexuado, mas sim orgânico – afirmando que só constrói uma coisa se minorias – da diferença e da exceção – car- literalmente visceral em Extreme Tension, distorcer outra. A precisão e a incerteza co- rega em si uma profunda revolução filosófi- de Louise Bourgeois –, e também sensual, existem nessa estrutura excêntrica definida ca que, para variar, surge no mundo da arte. além de estruturado. Esse pensamento in- amplamente por mulheres, na qual o serial Em meados dos anos 1960, alguns artistas terno torna-se híbrido em sua jornada rumo e o material convivem harmoniosamente. A e críticos (na maioria mulheres norte-ame- ao que é externo e visual. Na verdade, as meditação alucinatória de Louise Nevelson ricanas) soltaram essa bomba, que continua formas e os objetos resultantes são mais em relação à paisagem e ao espaço arquite- alterando sem parar o curso das categorias “visuais” do que “visíveis”, e muitas vezes tônico continua viva até hoje na fotografia e visuais, mas também das categorias histó- evocam o vazio, o reverso e o outro lado, no pensamento crítico sobre os subprodu- ricas e filosóficas, como um efeito dominó. enquanto seus opostos, que definem o que tos apavorantes da perspectiva modernista Do pensamento feminista à questão de é “escultural” – a saliência, a superfície e na arquitetura (Valérie Jouve), por meio da gênero, passando pela teoria das minorias, o ato de elevar ou trabalhar com relevos –, exploração sistemática de linhas gráficas esse pensamento teórico “ex-cêntrico” mo- não são considerados contraditórios, mas (Aurélie Nemours, p. 63; Agnes Martin) ou ve-se das margens visuais do pensamento são incluídos nos termos anteriores, mais por meio das grades trançadas e bordadas, rumo a seu centro teórico – das disciplinas como um processo de complementaridade. nos trabalhos têxteis de Bernadette Bour, visuais na direção, precisamente, de disci- Se há uma tensão, ela nunca é resol- Milvia Maglione, Hessie, chegando até plinas mais abstratas. Seu objetivo progres- vida, e essa falta de solução cria um novo Ghada Amer. sivo é fazer com que o pensamento abstrato tipo de tensão: entre cor e forma, cor e “avance” de forma mais efetiva, o que deve pigmento, tinta e instrumentos para colorir ser realizado, por mais estranho que pareça, (Monique Frydman, pintando sem pincel, de forma concreta. ou Ana Mendieta, p. 84). Uma pintura abs- Em outras palavras, essas extraordi- trata pode também ser orgânica – tendo o nárias exceções nos permitirão descobrir monocromatismo como denominador comum novas regras, e o pensamento pode ser –, com formas que evocam estruturas vivas redefinido tendo esses novos parâmetros como base. Como isso funciona em termos práticos e concretos? Em 1966, o exemplo veio da descrição e da análise da obra de duas artistas; quando colocadas lado a lado, seus trabalhos apresentavam afinidades visuais notáveis: Eva Hesse e Louise Bour- geois. Yayoi Kusama e Lee Bontecou tam- bém foram mencionadas no artigo. Louise Nevelson (p. 52), artista de outra geração, não foi citada, mas sua obra é baseada na combinação entre estrutura formal e surrealismo, a qual, segundo Lippard, defi- 1 A exposição Eccentric Abstraction: O artigo de Lucy Lippard, “Eccentric York, Museum of Modern Art / H. ne a abstração excêntrica. “Visual, tátil e Alice Adams, Louise Bourgeois, Eva Abstraction”, foi publicado na Art N. Abrams, 1994; Susan L. Stoops, visceral”: a verdade é que essa expressão Hesse, Gary Kuehn, Bruce Nauman, International, v. 10, n. 9, 20 de More than Minimal: Feminism and pode também ser aplicada a uma geração Don Potts, Keith Sonnier, Frank Lincoln novembro de 1966, pp. 34-40. Abstraction in the 70’s, Watham, Viner foi realizada na Fischbach 2 Lynn Zelevansky, Sense and Mass., Rose Art Museum, Brandeis de mulheres contemporâneas. Todas usam Gallery, em Nova York, de 20 de Sensibility: Women Artists and University, 1996. novos materiais nada favoráveis à escultura setembro a 8 de outubro de 1966. Minimalism in the Nineties, Nova

49 Louise Bourgeois (Paris, França, 1911 - Nova York, EUA, 2010)

“Eu deveria fazer outra coisa em vez de simplesmente aproveitar o momento. Deveria ter um trabalho. Deveria fazer algo que valha a pena, como coisas de homem, em vez de sempre fazer coisas de mulher. Deveria ser tão boa quanto e se possível melhor que Robert (e no passado Pierre). Talvez eu devesse ser alguma outra coisa, fazer ou ser alguma outra coisa – há alguma coisa errada com o que faço, e talvez isso signiﬁque que haja algo errado com o que sou. Fazer, fazer alguma outra coisa, mudar a maneira que desejo, fazer o que quero da minha maneira, não da maneira deles, mudar, alterar, refazer, transformar, melhorar, reconstruir – eu mudo o mundo ao meu redor por não poder mudar a mim mesma.”

Louise Bourgeois (texto escrito entre 1959 e 1966) em Louise Bourgeois, catálogo de exposição, Londres: Tate Modern, 10 de outubro de 2007-20 de janeiro de 2008. p. 130. Sem título, 1951 Tinta sobre papel, 39,2 x 24 cm Aquisição pelo Estado e atribuição, 2008. AM 2009-55, 2008 Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP © Louise Bourgeois Trust/VAGA, NY/AUTVIS, Brasil, 2013

50 Sem título, 1949 Sem título, 1949 Sem título, 1950 Tinta sobre papel, 50 x 32,5 cm. Aquisição Tinta sobre papel, 49 x 32,5 cm Nanquim sobre papel, 27,5 x 21,3 cm pelo Estado e atribuição, 2008. AM 2009-53 Aquisição pelo Estado e atribuição, 2008. Aquisição pelo Estado e atribuição, 2008. AM 2009-54 Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe AM 2009-52 Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/ Migeat/Dist. RMN-GP Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Dist. RMN-GP © Louise Bourgeois Trust/VAGA, NY/AUTVIS, Migeat/Dist. RMN-GP © Louise Bourgeois Trust/VAGA, NY/AUTVIS, Brasil, 2013 Brasil, 2013 © Louise Bourgeois Trust/VAGA, NY/AUTVIS, Brasil, 2013

Sem título, 1989. Tinta vermelha e linha azul costurada sobre papel, 22,7 x 30 cm. Aquisição, 1993. AM 1993-97. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Louise Bourgeois Trust/VAGA, NY/AUTVIS, Brasil, 2013

51 Reflexões de uma cascata I, 1982. Madeira pintada, espelhos, 280 x 447 x 42 cm. Doação de Arnold Glimcher, 1985. AM 1985-504. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Service de la documentation photographique/Dist. RMN-GP. © Mike Nevelson/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

Louise Nevelson (Kiev, Rússia, 1899 - Nova York, EUA, 1988)

“Acho que as pessoas não percebem o signiﬁcado de espaço. Elas acham que o espaço é algo vazio. Mas, na mente e na projeção no mundo tridimensional, o espaço exerce o papel mais fundamental de nossas vidas. O conceito que você tem sobre o que coloca dentro de um espaço criará outro espaço. Você pode ver uma pessoa entrar em um quarto e dominar o espaço. O espaço tem uma atmosfera, e o que colocamos nele é o que dará cores ao nosso pensamento e à nossa consciência.”

Louise Nevelson em Louise Nevelson: Atmospheres and Environments, catálogo de exposição, Nova York, Whitney Museum of American Art. Nova York: Clarkson N. Potter, 1980, p. 161.

52 Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, Portugal, 1908 - Paris, França, 1992)

As grandes construções, 1956 Óleo sobre tela , 114,5 x 136,7 cm. AM 1993-42. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © SILVA, Maria Vieira da/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

53 Maria Helena Vieira da Silva (Lisboa, Portugal, 1908 - Paris, França, 1992)

Noite em claro, 1960 Óleo sobre tela, 89 x 116 cm. AM 1993-45. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP © SILVA, Maria Vieira da/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

54 Egito, 1948 Óleo sobre tela, 60 x 73 cm. AM 1993-36. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © SILVA, Maria Vieira da/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

55 Joan Mitchell (Chicago, EUA, 1926 - Paris, França, 1992)

“Por causa da forma como é estruturada a percepção das pessoas, elas estão sempre em busca do horizonte. Eu consigo trabalhar em um espaço e negar esse horizonte, ao contrário do que pode acontecer com quadros que são mal executados. Toda boa pintura simultaneamente reconhece esse horizonte e o nega. […] Quando eu pinto, não intelectualizo. É nítido que algumas pessoas pintam ou escrevem música por não conseguirem expressar certas coisas usando palavras. Estamos acostumados a dizer ‘Oh! Sem título, 1954. Óleo sobre tela, 254 x 203 cm. AM 1995-161. Sua pintura é melancólica, então ela deve Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jacques Faujour/Dist. RMN-GP. © Estate of Joan Mitchell estar triste’. Mas isso não tem nada a ver com pintura, nada a ver com sentimentos também.”

Joan Mitchell, “Entretien avec Yves Michaud”, em Joan Mitchell: Les Dernières Années, 1983-1993, catálogo de exposição, Paris, Galerie National du Jeu de Paume, 22 de junho-11 de setembro de 1994. Paris: Éditions du Jeu de Paume/Réunion des Musées Nationaux, 1994, p. 27.

56 Lygia Clark (Belo Horizonte, Brasil, 1920 - Rio de Janeiro, Brasil, 1988)

“Cada Bicho é uma entidade lado ou de outro. Um tipo de troca e o movimento dessas partes é orgânica que se revela física se dá entre duas entidades independente.” completamente dentro de seu vivas. […] O Bicho tem sua Lygia Clark, Livro-obra, Rio de Janeiro, 1983, tempo interno de expressão, própria progressão de movimentos s.p. Reimpresso em Lygia Clark, catálogo de revelando uma aﬁnidade com que reage ao estímulo do objeto. exposição, Barcelona, Fundació Antoni Tàpies, 21 de outubro-21 de dezembro de 1997, s.p. moluscos e mexilhões. É um Não é composto por formas organismo vivo, um trabalho independentes e estáticas que essencialmente ativo. Uma podem ser manipuladas à vontade interação total e existencial se e indeﬁnidamente, como um estabelece entre você e a obra. jogo. Ao contrário: suas partes são Não há nenhuma passividade na montadas de forma funcional, igual relação entre você e o Bicho, de um às de um organismo de verdade,

Bicho - Caranguejo, 1960. Alumínio, 20,5 x 27 cm. Empréstimo de Centre Pompidou Foundation. AM 2009-DEP 2. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Associação Cultural “O Mundo de Lygia Clark”

57 58 AS CORES DO ABSTRACIONISMO 59 IMATERIAIS

Quentin Bajac

“A tela ganha vida pela luz e, com pouquíssi- pela artista, ela destaca o caráter físico do ato mos meios, se anima e transforma de acordo criativo, em contraste com uma visão con- com o momento do dia […]. Não gosto quan- ceitual e desencorpada, exaltando ao mesmo do as pessoas dizem que ela é opaca. Ela não tempo, e de maneira sucinta, a beleza da pode sê-lo, pois é banhada de luz, enquanto fragilidade e do efêmero. A obra de Pierrette a opacidade é pesada e forma uma cobertu- Bloch parece estar genuinamente no cruza- ra. Sempre há presença e ausência, e isso se mento dessas variadas inquietações. A preca- conecta com o que somos: a espera.”1 Uma riedade dos materiais usados, a simplicidade economia de meios, a busca de determinada do ato produtivo, o rigor da forma, o gosto por metafísica que, no entanto, está ancorada valores monocromáticos, a repetição de um numa forte atenção aos materiais: é assim que único tema diferenciado por variações mí- o termo “imaterial” deve ser entendido – como nimas, tudo isso está presente em sua obra. parte da busca pela sublimação da matéria, Podemos acrescentar a essa lista um forte de- pavimentando o caminho para a desmateria- sejo de se afirmar fora das correntes artísticas lização da obra, liberta, a partir daí, de seu contemporâneas. invólucro. De fato, essa exigente pesquisa artística Além dos meios usados, a busca por uma e plástica costuma ser acompanhada por um simplificação radical da ação e dos materiais impetuoso desejo de independência. A afir- é central para essas práticas, predominante- mação da autonomia da artista e do caráter mente caracterizadas por padrões rigorosos solitário de sua abordagem é um elemento e pelo ascetismo. Reduções, remoções, divi- recorrente para muitas dessas artistas. Agnes sões e desaparecimentos entremeiam o pro- Martin sempre se posicionou deliberadamen- cesso criativo. As obras de Edda Renouf ori- te fora da sociedade e do mundo da arte, pela ginam-se de sucessivas subtrações, ao raspar recusa em seguir um papel social determina- a tela com lixas. Essa ação é reveladora, como do e pela preocupação em não ser assimilada se os elementos já contidos na tela se des- ao minimalismo. Além disso, por meio de seu pissem: linhas verticais ou horizontais, as pri- desejo por reconhecimento como artista ex- meiras referindo-se a uma energia masculina, pressionista abstrata, ela enfatiza o caráter es- vista como negativa, e as últimas referindo-se piritual de sua abordagem, inspirada pela filo- a uma energia feminina, considerada passiva. sofia taoista. Essas artistas são independentes, O mesmo tipo de dialética entre desapareci- solitárias, e consideram sua empreitada artísti- mento e aparecimento marca a obra de Judit ca sobretudo uma aventura atípica. Geneviève Reigl dos últimos anos, uma obra que explora Asse e Aurélie Nemours insistiam sempre no as ideias de enterro e emergência na pintura. caráter universal de suas abordagens e na im- A artista é confrontada com a resistência dos possibilidade de detectar qualquer tipo de fe- materiais que compõem sua obra. A fruga- minilidade em suas práticas artísticas. lidade dos materiais é central às esculturas A luz e seus corolários – os efeitos de de Isa Genzken. Nas raras entrevistas dadas transparência e leveza – são imateriais em

60 essência e são centrais para os questiona- alidade e sonho – e seus enormes formatos mentos relacionados à desmaterialização. envolvem fisicamente o observador. Se Geneviève Asse confere à luz um valor Esse prolongamento do tempo de expo- espiritual, a artista brasileira Cybèle Varela sição, bem como uma maneira parecida de está mais interessada em suas proprieda- pensar a relação entre o corpo do observador des naturais. Seu vídeo Image (1996, p. 66) e a imagem, está presente na obra de Rut é uma análise do fenômeno da luz, no qual Blees Luxemburg, que, seguindo os passos de ela tenta desconstruir seus mecanismos. Em Brassaï, sai em busca de paisagens noturnas Leica (2004), de Elisabeth Ballet, efeitos de em Paris que capturem o olhar: luzes difusas, transparência e luz opõem-se a noções de poças e superfícies que amplificam o poder interior e exterior, abalando a tradicional per- poético da sombra. Em Look out the Window cepção de espaço. Leica é tanto arquitetura (2000), de Yuki Onodera, arquiteturas efê- quanto escultura, translúcida e opaca em meras e estruturas banais e nada misteriosas certos lugares; aberta e inacessível. Ela foge se transformam em puros registros de luz, de qualquer entendimento global e confere à sobressaindo-se de superfícies sombrias. luz uma presença física, como a câmera que Tacita Dean também desenvolveu, desde traz em seu nome. A mesma desestabilização o início de sua carreira como artista e através do olhar e do corpo do observador está pre- de vários meios, uma extensa obra marcada sente nas instalações de Monika Sosnowska, pelo desaparecimento e pela busca (muitas que concebe o local das exposições como es- vezes ilusória). Perdas, anulações, omissões, paço mental que deve ser reconfigurado. As eclipses, cegueira, ausências, fenômenos pas- estruturas arquitetônicas são problemáticas, sageiros, movimentos furtivos e efêmeros estão inacabadas, destruídas ou em andamento. presentes em sua obra. Kodak (2006) não é Geralmente são articuladas a partir de uma exceção. O filme retrata o futuro desapareci- nova dialética entre cheio e vazio, linha e pla- mento do filme analógico – o próprio meio no no. Esse processo da metamorfose destrutiva qual a obra foi feita – na fábrica da Kodak em do espaço pode ser encontrado em parte da Chalon-sur-Saône. Kodak é um documentário obra fotográfica de Seton Smith. Desmateria- que aborda seu próprio desaparecimento pro- lizadas pela luz, as estruturas arquitetônicas gramado, um meio que reflete sobre sua imi- desaparecem. Seton Smith inverte a proposta nente e inevitável obsolescência, um estudo ao fotografar a própria luz, modelada por seu sobre o mistério da inscrição luminosa. É uma entorno, ultrapassando assim os limites do obra elegíaca de grande esplendor visual e in- ato de fotografar espaços esculpidos pela luz. consolável nostalgia. O mesmo tipo de pesquisa sobre a des- materialização do modelo ou do tema por meio da intensidade mais forte ou mais fraca de luz é usada em certas fotografias. O sistema fotográfico se torna instrumento de uma profunda transformação dominada pela re- velação genuína, ou mesmo de uma visão in- terna. “Quando disparo o obturador, fecho os olhos”, diz Annelies Štrba de forma sistemá- tica. Vera Lutter, por sua vez, usa a soberana técnica da pinhole, o mais rudimentar sistema fotográfico. Trata-se de uma caixa simples sem lente nenhuma, a forma mais natural de capturar imagens e de escrever com a luz, que remonta às origens da fotografia. As imagens são produzidas com uma câmera obscura por- tátil de profundidade excepcional, o que pro- porciona exposições muito longas. Os resultados obtidos, em negativo, parecem captar 1 Geneviève Asse, citado por um balanço muito sutil entre o previsível e o Jean Luc Daval, “La couleur de la lumière”, em Geneviève Asse, surpreendente, o registro e a revelação, a mo- catálogo de exposição, Rennes, numentalidade e a fragilidade, o documento e Musée des Beaux-Arts, 17 de a poesia. Impressões de arquiteturas e épocas março a 29 de maio de 1995 são reveladas – entre presença e ausência, re- (Genebra: Skira, 1995), p. 25.

61 Marthe Wéry (Bruxelas, Bélgica, 1930 - 2005)

“Pinto camadas planas e transparentes bem ﬁnas, sobrepostas. Muita coisa acontece durante esse lento processo, e eu gostaria de dar vida a tudo para o espectador. Então percebi que minha fascinação pelo material e pelos aspectos físicos das cores estava gravada em meu temperamento. Ela me separa do rigor dos norte-americanos, por exemplo. De fato, não há como escapar do autorretrato na pintura. Ele acontece passo a passo, naturalmente.”

Marthe Wéry, material compilado por Guy Gilsoul em Le Vif/L’Express, 13-19 de março de 1987. Republicado em Marthe Wéry, catálogo de exposição, Bruxelas, Palais des Beaux-Arts de Bruxelles, 29 de junho-16 de setembro de 2001, p. 7.

Pintura Veneza 82, 1982. Instalação de 58 peças. Acrílica sobre tela. Dimensões variáveis. Comodato de Centre National des Arts Plastiques, 2006. 6-648. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Wéry, Marthe/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

62 Aurélie Nemours (Paris, França, 1910 - 2005)

“Foi ao observar o corpo humano que descobri o ritmo. Eu uso a natureza como ponto de partida para chegar até a grade, o que é tão radical quanto o uso da matemática pura para atingi-la. A natureza revelou suas leis para mim. Abandonei o acidental e preservei as leis. Foram elas que me revelaram o ritmo.”

Aurélie Nemours em Marianne Le Pommeré, “Une Collection d’Aurélie Nemours”, Reconnaître Aurélie Nemours, v. 1, publicação simultânea à exposição “Silence-Éclat, Aurélie Nemours rencontre Jean Tinguely”, Mouans-Sartoux, Espace de l’art concret, 27 de junho-31 de outubro de 1999. Paris: Réunion des Musées Nationaux, 1999, p. 44.

O cavaleiro branco, 1972. Óleo sobre tela , 150 x 150 cm. Doação de Association Camille, 2010. AM 2011-86. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Bertrand Prévost/Dist. RMN-GP. © Nemours, Aurélie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

63 Aurélie Nemours (Paris, França, 1910 - 2005)

Arco I, 1977 Tinta vinílica sobre papel, 64,7 x 49 cm. Doação da artista, 2003. AM 2003-460. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jean-Claude Planchet/Dist. RMN-GP. © Nemours, Aurélie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

Arco III, 1977 Tinta vinílica sobre papel, 64,2 x 47,2 cm. Doação da artista, 2003. AM 2003-462. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jean-Claude Planchet/ Dist. RMN-GP. © Nemours, Aurélie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

64 Arc II, 1977 Tinta vinílica sobre papel, 64,6 x 48,4 cm. Doação da artista, 2003. AM 2003-461. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jean-Claude Planchet/Dist. RMN-GP. © Nemours, Aurélie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

Arc VI, 1977 Tinta vinílica sobre papel, 64,6 x 45,5 cm. Doação da artista, 2003. AM 2003-463. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jean-Claude Planchet/Dist. RMN-GP. © Nemours, Aurélie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

65 Image, 1976. Vídeo, SECAM, preto e branco, som, 23’. Aquisição, 1980. AM 1980-635. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Cybèle Varela Cybèle Varela (Petrópolis, Brasil, 1943)

“Entre 1968 e 1970, encontrei um novo meio de expressão; decidi usar diferentes técnicas enquanto mantinha o mesmo tema. A luz, o sol, as sombras produzidas e seus movimentos inconstantes não eram mais representados por uma pintura, mas sim por outros meios. Acho que alcancei um ponto crucial quando gravei um vídeo (que foi comprado pelo Centre Pompidou) baseado no fato de que no momento em que entra em um espaço qualquer, o sol passa a ser uma imagem real. A janela, por exemplo, é uma forma geométrica que corta a luz do sol e a restringe; senti-me intrigada pelos movimentos do sol desde meus tempos no Brasil. Então gravei esse vídeo prestando atenção nos movimentos da luz solar quando entra em um quarto através de uma janela, porque isso era uma imagem real para mim, real como se fosse um rosto ou um objeto.”

Cybèle Varela em Salvatore Enrico Anselmi, “From Image to Ad Sidera. An Interview-Conversation with Cybèle Varela”, Cybèle Varela: Ad Sidera per Athanasius Kircher, Biblioteca d’Archeologia e Storia dell’Arte, Collegio Romano, Roma, 7 de março-10 de abril de 2008. Roma, Gangemi, 2008, pp. 75-76.

66 Atlântico, 1995. Óleo sobre tela, 200 x 165 cm. Doação da artista, 1996. AM 1996-575. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jean-Claude Planchet/Dist. RMN-GP. © Asse, Geneviève/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013 Geneviève Asse (Vannes, França, 1923)

“A luz reﬂete o olho O sol cinza, vermelho por causa das sombras Penhascos brancos na neblina Andaime que remove a si mesmo e deixa suspensa a construção. O equilíbrio de sons e silêncio na tela que transforma a si mesma de acordo com o tempo e abre espaço para a arquitetura secreta.”

Geneviève Asse, 2009.

67 Vera Molnar (Budapeste, Hungria, 1924)

“As imagens que faço consistem em arranjos de elementos geométricos simples. Há duas razões para essa escolha. A primeira é minha preferência pessoal. Gosto de formas simples: quadrados, círculos, triângulos. É uma afirmação, um fato, e não precisa de justificação. A segunda razão é mais objetiva. Meu propósito é – em consonância Transformação, 1983. Tinta vinílica sobre tela, 150 x 150 cm. Doação da Association Camille em 2010. com tantos pintores do passado – AM 2011-71. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Bertrand Prévost/Dist. RMN-GP. conseguir criar uma obra de arte © Molnar, Vera/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013 que seja válida de uma maneira bem mais consciente. ‘Maneira consciente’ não significa desprovida de intuição, que é reforçada por meio de um processo cognitivo; não significa que a pintura se torne uma questão de lógica. A arte, desde o início, é essencialmente intuitiva, e é em sua fase de elaboração que a intuição precisa de controle e de ajuda da cognição.”

Vera Molnar em Transformations: Vera Molnar, catálogo de exposição, Londres, The Concourse Gallery, 10 de junho-2 de julho de 1976. Londres, Polytechnic of Central London, 1976, s.p.

68 Lygia Pape (Nova Friburgo, Brasil, 1927 - Rio de Janeiro, Brasil, 2004)

“A proposta é ‘costurar um espaço’ como parte de um processo criativo que estabelecerá novas relações entre artistas criativos e aqueles espectadores que estarão se apropriando dele, e repetir os usos que podem ser feitos dele durante e depois da apresentação. A ideia básica é dessacralizar os objetos de arte, ou eliminar sua autoria desde o começo. Embora haja um autor, a instalação pode ser executada por quem quiser, porque não há nenhuma pretensão de um ‘toque especial’; ao contrário, há uma ideia de expandir novas percepções, novos horizontes de onde surgirão as linhas geradas pela rede-estrutura.”

Lygia Pape em Lygia Pape Magnetized Space, catálogo de exposição, Madri, Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, 2011, p. 369.

Desenho (# 24), 1957. 92 x 61 cm. Nanquim sobre papel japonês. Foto: Pedro Pape Fortes © Projeto Lygia Pape

Ttéia 1A, 1979-2000. Fio metalizado, pregos e luz, 300 x 400 cm. Cortesia da Galeria José Mario Brandão, Lisboa, Portugal, aquisição em perspectiva. Foto: Pedro Pape Fortes © Projeto Lygia Pape Agradecimentos a Galeria Lurixs

69 70 PÂNICO GENITAL 71 ATIRE À VONTADE

Quentin Bajac

Hoje em dia, com seu simbolismo guerreiro, Quase dez anos depois, e ao fim de uma Tirs (1961), de Niki de Saint Phalle, asseme- década que presenciou o surgimento dos lha-se às ações fundadoras de determinado movimentos feministas, outra artista ecoa a tipo de artista – a artista engajada e militante. obra de Niki de Saint Phalle. Genital Panic, Mais do que obras que foram preservadas, foi de VALIE EXPORT, responde a Tirs. Traba- o gesto em si, abundantemente documentado lhando nas margens do movimento Acionismo em fotografias feitas durante as sessões, que Vienense, cujas atitudes machistas costumava se tornou símbolo para toda uma geração pos- criticar, VALIE EXPORT afirma suas inten- terior de artistas. No entanto, Niki de Saint ções ao reivindicar o controle total sobre seu Phalle nunca defendeu uma agenda feminis- corpo. Além disso, Aktionshose: Genitalpanik ta. Na verdade, sua participação na arte con- (1969) desenvolveu e ampliou Tapp e Taski- frontadora, como no discurso antimachista no (1968, p. 76), em que a artista, de dentro proferido na década de 1960, surpreenden- de uma caixa, oferece os seios para que sejam temente não resultou num posicionamento tocados por homens nas ruas de Viena. A par- de fato militante. Pode-se afirmar que seus tir daí, o olhar da artista encoraja o olhar do alvos eram numerosos e complexos, reunindo observador. preocupações pessoais e íntimas, dimensões Enquanto muitas mulheres tentavam se políticas e sociais, e, por fim, questões estéti- apropriar do debate sobre a condição da mu- cas. Contudo, de uma forma direta ou indire- lher, algumas das principais questões levanta, todos se referiam à questão subjacente da tadas por artistas feministas desse período dominação masculina. diziam respeito ao desejo de se apropriarem O gesto em si funcionou como um sido próprio corpo e de sua representação, mas nal: foi provavelmente o primeiro dentro do também ao olhar das pessoas sobre ele. Na fei- campo das belas-artes a suscitar essas ques- ra de arte Fiac, de 1975, O beijo da artista, de tões de modo mais direto, mas também o ORLAN (p. 75), provocou escândalo ao des- primeiro, como sinal de seu tempo, a conhe- fazer as fronteiras entre o papel da artista e o cer esse impacto. Além disso, esse sucesso da prostituta. Durante esse período na década não se deu sem ambiguidade, e a artista de 1970, a sexualidade e suas representações aborda a questão com lucidez e um toque de masculinas, eróticas ou especificamente por- ironia: “O tiro se deu antes do movimento nográficas, estavam no centro de suas perfor- de libertação das mulheres. Foi escandaloso mances. Como resultado de uma das mais – mas pelo menos as pessoas falavam nisso importantes obras daquele ano – Dinner Party – ver uma mulher tão bonita usando uma (1979), de Judy Chicago, um trabalho consi- arma e reclamando sobre homens durante derado simbólico e moralista em excesso –, a as entrevistas. Se eu fosse feia, as pessoas genitália feminina se transformou em um sím- diriam que eu tinha complexo de inferiori- bolo autodeclarado. A série Fuck Paintings, de dade e se esqueceriam de mim”1. O sujeito Betty Tompkins (1969), criada em alta escala no ato, mas objeto do olhar. a partir de detalhes de fotografias, foi recebida

72 com incompreensão por certos grupos feminis- arte, Louise Lawler enfatizou a apresentação obra transmite uma ideia de sonho, mas ao tas: hiper-realista, embora no limite do abstrato da obra de arte e seu ambiente, bem como mesmo tempo faz referência à realidade so- (o título original era Joined Forms), a série pa- a maneira em que essas duas coisas podem cial atual: a questão dos imigrantes ilegais nas recia quase ser suave, indeterminada e insufi- afetar o olhar do observador, mas também cidades contemporâneas. Por fim, em Piques cientemente representativa. Ao mesmo tempo, mudar a definição do próprio trabalho, em Car- (1992-1993), Annette Messager evoca a me- S.O.S. Starification Object Series (1974-1975), peaux, retirada no Musée d’Orsay. Mais tarde, mória da Revolução Francesa. de Hannah Wilke, uma série fotográfica cria- o trabalho de Rosemarie Trockel e Marlene Desde os anos 1980, um número cres- da a partir de suas performances, desafiou os Dumas se preocupou, até certo ponto, com a cente de artistas tem tomado o mundo e sua estereótipos relacionados a visões masculinas reinvestigação da história da arte e da repre- história como tema principal, além de obser- sobre o corpo feminino. Suas esculturas vagi- sentação da mulher, à qual conferiram um vá-lo usando formas variadas de transcrições, nais, feitas com gomas de mascar usadas pelo vigor assertivo e sarcástico, muitas vezes total- muitas vezes indiretas. Apesar de Susan Mei- público, e que eram diretamente grudadas em mente independente de uma agenda feminis- selas, fotógrafa da Magnum, ter acompanha- sua pele, elucidaram a questão da objetificação ta. Confrontada por Black Square, de Malevi- do os principais conflitos na América Central da mulher, enquanto também funcionavam, ch, e reinterpretada pelo uso de bordados, a (Nicarágua e El Salvador, 1980) como foto- em nível visual, como cicatrizes ou estigmas. fórmula cartesiana Cogito ergo sum, com seus jornalista e espectadora privilegiada, embo- Logo em seguida, um número crescente letreiros irregulares, não aparece necessaria- ra externa, ela sempre procurou trabalhar a de vozes ecoou defendendo um lugar mais mente na obra de Trockel como encarnação longo prazo e revisita suas fotografias antigas. importante para as mulheres dentro do cam- de um símbolo masculino. Por outro lado, na Sophie Ristelhueber, que também trabalhou po artístico e cultural. “Por que não houve obra de Marlene Dumas, a artista se coloca em zonas de guerras nos anos 1980 e 1990, grandes artistas mulheres?”, perguntou Linda sob uma herança masculina dupla: Rembran- revelava marcas e cicatrizes dos conflitos atra- Nochlin em 19712, numa época em que, nos dt e Picasso. Depois de muitos trabalhos nos vés da fotografia. De forma indireta – mais Estados Unidos, a Art Workers’ Coalition, for- quais ela explorou a multiplicidade da figura próxima da metáfora, embora de maneira mada por Lucy Lippard, entre outras, exigia feminina, sua menina Pisseuse en robe bleue bem física –, Sigalit Landau (p. 91) e Tania uma representação mais significativa por par- (1996) nos oferece uma visão divertida da Bruguera (p. 92), em referência a On Steps te de mulheres artistas, bem como por parte condição feminina, e uma visão muitas vezes without Anaesthesia, feito por Gina Pane du- das minorias negras e porto-riquenhas – um tem uma carga sexual altíssima. rante a Guerra do Vietnã, examinaram ques- princípio fundamental bem no coração do Tornando-se protagonistas por mérito pró- tões contemporâneas: esta, a Cuba de Castro movimento. Muitas mulheres começaram a prio, as mulheres agora são capazes de olhar e e as relações de poder; aquela, o conflito entre lidar direta ou indiretamente com essa ques- julgar a história, o passado e o presente. A par- Palestina e Israel. tão em suas obras. Em 1970, por exemplo, tir dos anos 1960, Nancy Spero – que se en- Por fim, ao reexaminar a história de seus na performance MesuRages, ORLAN mediu volveu com movimentos feministas durante as países, diversas artistas unem questões sobre instituições de arte e ruas nomeadas em ho- décadas de 1960 e 1970 e era contra conflitos, público e privado, individual e coletivo, assim menagem a homens famosos; a artista via principalmente a Guerra do Vietnã – começa como preocupações históricas e biográficas, essa atitude como uma forma de usar o corpo a associar em seus desenhos a masculinidade independentemente do meio artístico empre- como instrumento de equiparação, mas tam- à destruição. Indo além de simples referên- gado. O uso do cross-cutting e da combinação bém de medir a importância desses homens. cias a eventos históricos, Eva Aeppli, Annette das preocupações pessoais e políticas inspira De uma maneira mais direta, dez anos depois, Messager e Wendy Jacobs examinaram a uni- os vídeos de Sanja Iveković (p. 92) sobre o as Guerrilla Girls ressuscitaram as armas usa- versalidade da condição humana e seu sofri- conflito iugoslavo. A questão do pessoal e do das nos anos 1960 e 1970 por grupos ativistas mento em instalações de grande escala. Eva político também está presente no trabalho grá- para conceber performances e happenings Aeppli criou marionetes em tamanho real de fico de Sandra Vásquez de la Horra, memórias que criticavam o falocentrismo de instituições juízes, vítimas ou executores, atores ou espec- de sua juventude no Chile de Pinochet. Final- de arte, mas também, por outro lado, para es- tadores (1968) e depois acabou se juntando mente, Maja Bajević e Shirin Neshat retratam creverem uma história alternativa da arte. à Anistia Internacional. The Somnambulists de forma atenta o papel e a condição da mu- Durante os anos 1980, época em que a teo- (Blue) (1993), de Wendy Jacob, consiste em lher no mundo contemporâneo em todas as ria crítica pós-moderna era influenciada pelo formas cobertas por lençóis azuis que adqui- suas dimensões sociais e políticas. pensamento estruturalista, muitas mulheres rem vida através de uma rajada de vento. A questionavam os valores estéticos vigentes de forma irônica e imparcial. Exibida inicialmen- te ao lado de máquinas híbridas perturbadoras no meio de seu “Art Circus”, Whipmachine (1988), de Rebecca Horn – um chicote que batia a cada quatro minutos na parede onde estava pendurado –, regulava a experiência do 1 Niki de Saint Phalle, “Lettre à 2 Linda Nochlin, “Why Have There espectador de uma forma viril e irônica, afe- Pontus [Hultén]”, publicado em Been no Great Women Artists?” tando invariavelmente seu olhar. Na mesma Niki de Saint Phalle, catálogo de [1971] em Women, Art and Power exposição, Paris, Musée d’Art and Other Essays. Boulder, Colorado: época, logo após uma série de trabalhos inicia- Moderne de la Ville de Paris, junho- Westview Press, 1988, pp. 147-158. dos muitos anos antes sobre a percepção da -setembro de 1993.

73 Suzanne Valadon (Bessines-sur-Gartempe, França, 1865 - Paris, França, 1938)

Adão e Eva, 1909. Óleo sobre tela, 162 x 131 cm. Aquisição do Estado e atribuição, 1941. AM 2325 P. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jacqueline Hyde/Dist. RMN-GP. © Domínio público

74 ORLAN (Saint-Étienne, França, 1947)

O beijo da artista. O caixa automático ou quase! no 2, 1977/2009 Prova em gelatina e sal de prata, Diasec. Impressão ,1996, 157 x 110 cm Áudio de O beijo da artista, documento em três partes/impressão frente e verso. Aquisição, 2009. AM 2009-141 (1,2,3). Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © ORLAN/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

75 VALIE EXPORT (Linz, Áustria, 1940)

“Genital Panic foi realizado em um teatro de Munique que exibia filmes pornográficos. Eu estava usando um suéter e calças sem a parte que cobre a virilha, e carregava uma metralhadora. No intervalo, contei para o público que eles tinham ido àquele teatro para assistir a filmes de sexo. Agora, um genital de verdade estava disponível, e eles podiam fazer o que quisessem com ele. Passei devagar entre as fileiras, olhando para as pessoas. Não me movia de maneira erótica. Ao caminhar entre cada fileira, a arma que carregava ficava apontada para a cabeça das pessoas de trás. Eu estava com medo e não tinha ideia do que elas podiam fazer. Ao me mover de fileira em fileira, as pessoas se levantavam em silêncio e iam embora. Fora do contexto do filme, era uma maneira totalmente diferente de se relacionarem com um símbolo erótico.”

VALIE EXPORT em “VALIE EXPORT, entrevistada por Ruth Askey em Vienna 9/18/79”, High Performance, edição 13, v. 4, n. 1, primavera 1981, p. 80.

Tapp e Taskino, 1968. De Cinema Tátil. Vídeo, PAL, preto e branco, som, 1’08’’. AM 2004 - 412. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Export, VALIE/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

76 Gina Pane (Biarritz, França, 1939 - Paris, França, 1990)

Ação melancólica 2x2x2, out/1974. Vídeo, Betacam preto e branco, som, 44’30’’. AM 2003-F37. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Service de la documentation photographique/Dist. RMN-GP. © Pane, Gina/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013.

77 Hannah Wilke (Nova York, EUA, 1940 - Houston, EUA, 1993)

“Eu me criei como deusa, minhas próprias imagens como como anjo, como uma mulher artista e objeto foi importante cruciﬁcada, para que pudesse porque eu estava realmente me desapropriar os símbolos opondo em ser objeto. Tornei-me femininos criados por homens objeto para idealizar as mulheres e depois dar às mulheres um da mesma forma que os homens novo status, uma nova linguagem frequentemente o faziam, para formal. Eu queria me reaﬁrmar devolver a elas seu corpo. Apropriei- com a materialidade do corpo, -me do meu próprio corpo em vez que parecia ter se tornado mais de dá-lo a alguém para ‘criar’.” estranho do que nunca no mundo da desconstrução. As mulheres Hannah Wilke em Linda Montano (org.), Performance Artists Talking in the Eighties: Sex, Food, sempre serviram como o espírito Money, Fame, Ritual, Death. Berkeley/Los Angeles/ ideal e criativo do homem. Criar Londres: University of California Press, 2000, p. 138.

S.O.S. Um jogo de mastigação para adultos (caixa de mastigação), 1974-1975 Instalação: Papel, papelão, goma de mascar, Plexiglas, prova em gelatina e sal de prata. Dimensões variáveis. Doação Centre Pompidou Foundation, 2007 (parcialmente doada por Marsie, Emanuelle, Damon e Andrew Scharlatt, Hannah Wilke Collection and Archive, Los Angeles, para Centre Pompidou Foundation). AM 2007–261. (detalhe) Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Marsie, Emanuelle, Damon and Andrew Scharlatt/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

78 Através do grande vidro, 1976. Vídeo, PAL, cor, mudo, 10’. Doação de Marsie, Emanuelle, Damon e Andrew Scharlatt, Hannah Wilke Collectin e Archive, Los Angeles, 2009. Cortesia de Electronic Arts Intermix. AM 2010-131. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Marsie, Emanuelle, Damon and Andrew Scharlatt/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

79 80 O CORPO COMO ESPETÁCULO 81 O CORPO-SLOGAN

Emma Lavigne

Tomando como modelo as estratégias ativis- Após encarnar a passiva Olympia de Manet na tas executadas pelos movimentos dos direitos representação de um quadro vivo de Robert civis e pelos movimentos feministas que se Morris, Schneemann gerou escândalo com desenvolveram nos Estados Unidos a partir seus filmes Meat Joy (1964) e Fuses (1967), de meados da década de 1960, muitas artis- verdadeiras odes à carne e a manifestações de tas deixaram-se atrair pelo potencial visual e uma sexualidade feminina confiante, rotula- semântico da arte performática como campo das como pornográficas. de experimentação, um campo que não se Durante a década de 1970, as perfor- submetia aos protocolos do mundo da arte e mances de Hannah Wilke expandiram esse seus limites institucionais e comerciais. Es- desnudamento crítico, quando engatinhou sas artistas colocaram em evidência o poder nua em uma galeria em Soho, ou parodiou político do corpo, que se tornou um espaço um strip-tease em 1976, atrás da obra La para o discurso, uma arena privilegiada onde Mariée mise à nu par ses célibataires, même tabus e estereótipos ligados à representação de Marcel Duchamp, no Museu de Arte da das mulheres em uma sociedade patriarcal fo- Filadélfia. A cena da arte performática na ram questionados. Por meio de performances França, apesar de ser amplamente despoli- com referência à dimensão catártica do Tea- tizada, era muito ativa e ecoava obras de ar- tro da Crueldade de Antonin Artaud, VALIE tistas internacionais como Lygia Clark, que EXPORT, Gina Pane, Adrian Piper e Carolee viveu em Paris em três ocasiões diferentes Schneemann se libertam do que a crítica de entre 1968 e 1976. A cena artística france- arte feminista Lucy Lippard chama de “síndro- sa também foi uma referência das obras de me da moldura e pedestal”, e usam o próprio Rebecca Horn, Hannah Wilke e Alina Sza- corpo como material de suas obras. A maioria pocznikow, que foram convidadas por OR- das performances pode ser analisada pelo es- LAN para participar de um festival de arte quema da arte conceitual, inscrevendo-se no performática em Lyon entre 1979 e 1983. que Lippard define como “desmaterialização Muitas artistas, de Niki de Saint Phalle a do objeto de arte”1, incluindo a proposta ou Marina Abramović, recusaram uma leitura manifesto de Adrian Piper para tornar-se obra unilateral de suas obras sob a bandeira do de arte. Em 1964, em sua performance Cut feminismo. O corpo, seja ele “performado” Piece, Yoko Ono ajoelhou-se no palco, na po- ou representado, era usado como ferramen- sição de uma japonesa submissa, e convidou ta para a expressão física, e com o tempo se os espectadores a cortarem a roupa que ela distanciou, até certo ponto, do radicalismo vestia em pedaços, para despi-la e destruir das performances que só sobreviveram pela a imagem de um corpo regulado, reprimido. documentação fotográfica. Em Vagina Painting (1965), Shigeko Kubota De acordo com Kiki Smith, a principal quebrou o tabu sobre a menstruação e abriu questão tornou-se “saber como representar caminho para as performances de VALIE EX- o corpo, seja masculino, seja feminino, para PORT, Judy Chicago e Carolee Schneemann. criar uma experiência humana e causar empa-

82 tia, identificação. Os homens têm conseguido Island, S.C., USA, June 24 (1992, p. 33), ten- desenhos como Self Portrait (1942) pode examinar essa questão através da representa- tam revelar uma verdade que seja universal e também ser percebido paralelamente na obra ção e do uso do corpo feminino. Acho que fi- pessoal ao mesmo tempo, a ponto de a artista Labelled (1998), de Marlene Dumas, assim nalmente chegou a hora de as mulheres apre- vê-los como autorretratos. Por vezes, o retrato como em País meu, tão jovem, não sabe defi- sentarem sua própria visão”2. A transformação torna-se a base para a conciliação de opostos, nir!”, de Tania Bruguera (2001, p. 92). Aqui, do corpo “performado” é tema central da obra criando formas híbridas, reprimidas ou fora a ansiedade, a tormenta e a interioridade do de Nicola L. com seus “objetos-corpo”, como dos limites, e questionando, como ORLAN corpo podem ser vistas no rosto e na boca da em Same Skin for Everybody (1969), um ca- fez em Self-Hybridations, os cânones da beleza artista por meio de uma dolorosa linguagem saco de plástico vermelho que cobre onze facial no decorrer de gerações e civilizações. criada a partir de caretas, que podem ser vistas pessoas de uma vez. A obra Vanitas: Flesh No caso de Untitled # 141 (1985), de Cindy como uma tentativa de transmitir um alerta. Dress for an Albino Anorectic (1987), de Jana Sherman, obra que se encontra em uma zona Afastando-se do espetáculo da perfor- Sterbak, retratou um surpreendente memento ambígua entre a beleza e a monstruosidade, a mance corporal, Maria Lassnig inventa um mori feito de carne crua. Os trajes cerimo- artista afirma: “Em histórias de terror ou em meio de transferir a sensação física e corporal niais de Marie-Ange Guilleminot em sua obra contos de fadas, a fascinação pelo mórbido é para a superfície da tela ou do papel. Às vezes, Robes (1992) são homenagens em forma de também, pelo menos para mim, uma maneira como no desenho a carvão Crest 02 (2005), de filigrana ao salopete de ORLAN em Action de me preparar para o inimaginável […] é por Chloe Piene, graças à delicadeza e ao uso da ORLAN-corps. MesuRage du Centre Georges isso que é muito importante, para mim, mos- transparência, o papel se transforma em pele. Pompidou, Paris (1977), que posteriormente trar a artificialidade de tudo, porque os verda- O desenho então se torna uma membrana na foi exibido como relíquia do corpo da artista. deiros horrores do mundo são incomparáveis qual “o visível e o invisível” se encontram8. Segundo ORLAN, não é um “corpo nu que é e demasiadamente profundos”6. Ana Mendieta desperta a conscientização po- usado como medida, mas sim um corpo so- Zoe Leonard, outra artista e ativista norte- lítica e poética da insularidade de seu país de cialmente construído, portanto um corpo que -americana, questiona a identidade sexual as- origem, Cuba, e revela energias ocultas anti- está vestido (ou mesmo vestido em excesso) sim como a identidade feminina em si, que gas e primitivas através de sua obra. Seu filme com um acessório feito de linho colocado ela vê como conceito social, e assim descons- Sem título (pedaço de frango) (1972-1981, p. sobre as roupas, que faz sentido em minha trói as regras sexistas de imagens eróticas. Ela 84) capturou a urgência dessa busca: “Se eu obra uma vez que funciona como tela”3. Gilles se aproveita da situação trágica oferecida por não tivesse descoberto a arte, teria me tor- Deleuze e Félix Guattari demonstraram como um corpo mutilado – uma cabeça dentro de nado uma criminosa […] minha arte vem do a “desterritorialização do corpo implica uma um invólucro de vidro em Preserved Head of a sentimento de raiva e privação […] uma raiva reterritorialização no rosto; a descodificação Bearded Woman, Musée Orfila (1991) – para sublime.”9. do corpo implica uma sobrecodificação pelo acusar uma sociedade que considera incapaz Na performance Libertando o corpo rosto”4. Em Encoconnage no 1 (1972), Fran- de assimilar as diferenças de uma maneira (1976, p. 86), Marina Abramović cobriu o çoise Janicot encobriu a cabeça com um rolo que não seja pelo estudo da monstruosidade rosto com uma máscara e, acompanhada por de corda em um processo de reflexão semân- e da malformação. “Para mim, o desenho é um percussionista e pelo ritmo de um tambor, tica, e uma outra interpretação das limitações um tipo de diário. Não conseguiria parar de dançou nua durante seis horas na galeria de do corpo que é reduzido a um signo, a um fazê-los [os desenhos], pois eles são um meio Mike Steiner em Berlim – uma dança ritual enrolar de linhas. A fotografia funciona como de exorcizar ou analisar meus medos diários”, que flerta com a morte –, extrapolando as li- um agente ao ajudar a revelar os sintomas do confessa Louise Bourgeois7. O mapeamento mitações físicas do corpo, agora transformado corpo, mas também ao revelar os modos de emocional que pode ser percebido em seus em espetáculo. exposição e as transformações impostas sobre ele. O corpo encoberto se torna um artifício, e só pode ser visto através de uma máscara, que é o próprio rosto, como demonstra Valérie Belin em sua série Mannequins (2003, p. 30). Ela observa: “fotografo basicamente a mani- festação da superfície de coisas e pessoas, 1 Lucy R. Lippard, Six Years. The em Valérie Belin, Göttingen, 7 Entrevista com Ralf Beil, Neue Dematerialization of the Art Object Steidl, 2007, p. 301 (publicado Zürcher Zeitung, 1o de junho de 1996, como os sintomas relacionados ao corpo e sua from 1966 to 1972. Londres: Studi simultaneamente com a exposição citado em Marie-Laure Bernadac e maneira de ser exposto, assim como as forças Vista, 1973. Valérie Belin, Amsterdã, Huis Jonas Storsve (org.), Louise Bourgeois. de destruição e metamorfose às quais ele está 2 Valérie Da Costa, “Entretien avec Marseille stichting voor fotografie, Paris: Éditions du Centre Pompidou, Kiki Smith: corps à corps”, Particules, 1 de setembro-26 de novembro 2008, p. 108 (publicação simultânea sujeito. Tudo isso, incluindo os objetos, se re- n. 16, outubro-novembro de 2006, de 2007; Paris, Maison Européenne com a exposição Louise Bourgeois, fere à humanidade, seja pela metáfora, seja p. 6. de la Photographie, 9 de abril-8 de Centre Pompidou, 5 de março-2 de pela ausência. É um trabalho obsessivo, os 3 Hans Ulrich Obrist, “Entretien junho de 2008; Lausanne, Musée de junho de 2008). avec ORLAN”, em ORLAN (Paris: l’Élysée, 6 de novembro de 2008-4 8 Citado em Philippe Dagen, “Chloe temas variam, mas todos dizem mais ou me- Flammarion, 2004), p. 195. de janeiro de 2009). Piene filme la nuit en plein jour”. Le 5 nos a mesma coisa” . Seus retratos e obras são 4 Gilles Deleuze e Félix Guattari, 6 Cindy Sherman, catálogo de Monde, 11 de fevereiro de 2004. abertos; todos podem projetar suas próprias “Year Zero: Faciality”, A Thousand exposição, Shiga (Japan), Museu de 9 Citado em Véronique Bourouet- histórias ou referências sobre eles. Plateaus. Londres: Continuum Arte Moderna, 1996, p. 164, citado -Aubertot, “Ana Mendieta au corps International Publishing Group, em Cindy Sherman: Retrospective, de l’identité”, Beaux-Arts Magazine, n. Por outro lado, os retratos de estranhos 2004, p. 201. catálogo de exposição. Nova York: 189, fevereiro de 2000, p. 32. feitos por Rineke Dijkstra, como Hilton Head 5 Nathalie Herschdorfer, “Interview”, Thames & Hudson, 1997, p. 8.

83 Ana Mendieta (Havana, Cuba, 1948 - Nova York, EUA, 1985)

“Foi talvez durante minha infância em Cuba que fiquei fascinada pela arte e pela cultura primitiva. Parece que essas culturas são providas de um conhecimento interno, uma proximidade com os recursos naturais. E é esse conhecimento que dá realidade às imagens que eles criaram. É esse senso de mágica, conhecimento e poder, encontrado na arte primitiva, que influencia minha atitude pessoal em relação ao ato de fazer arte. Durante os últimos cinco anos, tenho trabalhado na Sem título (pedaço de frango), 1972. Vídeo, PAL, cor, mudo, 2’57’’. Em empréstimo permanente de natureza, explorando a relação Centre Pompidou Foundation, 2009 (doação de Raquelin Mendieta e Ignacia Mendieta para Centre entre mim, a arte e a terra. O uso Pompidou Foundation). AM 2009 - DEP 7. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Hervé Véronèse de meu corpo como referência na © The Estate of Ana Mendieta Collection Courtesy Galerie Lelong, New York criação de obras me possibilita transcender a mim mesma numa submersão voluntária e identificação total com a natureza. Quero expressar pela minha arte a urgência da vida e a eternidade da natureza.”

Ana Mendieta Papers, Nova York, Galerie Lelong, 1978. Republicado em Olga Viso, Unseen Mendieta, The Unpublished Works of Ana Mendieta. Munique, Berlim, Londres, Nova York: Prestel, 2008, p. 296.

Sem título (sinais de sangue #2/rastros corporais), 1974 Betacam digital, NTSC, cor, sem áudio. Comodato à Centre Pompidou Foundation em 2009 (doação de Rasquelin e Ignacio Mendieta à Centre Pompidou Foundation). AM 2009 - DEP 16 Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Hervé Véronèse. © The Estate of Ana Mendieta Collection Courtesy Galerie Lelong, New York

84 Regina José Galindo (Guatemala, 1974)

Ponto cego, 2010. Vídeo, documentação de performance, 17’02’’. Edição 5/5. Em empréstimo permanente de Centre Pompidou Foundation, 2012 Foto: Edna Sandoval Vídeo: José Juárez © Courtesy of Prometeo Gallery di Ida Pisani and the artist

85 Marina Abramovi´c (Belgrado, Iugoslavia, 1946)

Libertando o corpo, 1976. Vídeo, PAL, mudo, preto e branco, 9’08’’. Extrato de Antalogia de Performances, 1975-1980. PAL, preto e branco, som, 8’40”. Aquisição, 1991. AM 1991-57. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Hervé Véronèse/Dist. RMN-GP. © Abramovic´, Marina/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

Carolee Schneemann (Fox Chase, EUA, 1939)

“Meat Joy tem o caráter de um ritual erótico: excessivo, indulgente, uma celebração da carne como material – peixe cru, frangos, linguiças, tinta fresca, plástico transparente, corda, pincéis, pedaços de papel. Sua propulsão segue rumo ao extático, alternando-se entre ternura, selvageria, precisão, abandono: qualidades que podem a qualquer momento ser sensuais, cômicas, alegres, repulsivas. As equivalências físicas são representadas como uma corrente psíquica e imagética em que os elementos em camadas se entrelaçam e ganham intensidade a partir da energia complementar que emana do público. […] Nossa proximidade intensiﬁca a sensação de comunidade, transgredindo a polaridade entre a 1967 artista e o público.” Colagem corporal, Vídeo, PAL, preto e branco, mudo, 3’30’’. Aquisição, 2006. AM 2006-46. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. Carolee Schneemann em Bruce McPherson (org.), More than Meat Joy, © Schneemann, Carolee/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013 Carolee Schneemann, Complete Performance Works & Selected Writings. Nova York: Documentext, 1979, p. 63.

86 Batimento do coração, 2000-2001. Projeção de 245 diapositivos coloridos em sequência de quatro carrosséis acompanhados por trilha sonora de “Oração do coração” de John Tavener, interpretada por Björk e o Brodsky Quartet, 15’08’’. Aquisição, 2001. AM 2001-135. (detalhes) Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP © Nan Goldin Studio

Nan Goldin (Washington, EUA, 1953)

“Para mim, tirar uma foto não é distanciamento. É uma maneira de tocar alguém – é um carinho. Estou olhando com um olhar carinhoso, não com um olhar frio. Não estou analisando o que está acontencendo – para tirar uma foto, simplesmente me inspiro na beleza e vulnerabilidade de meus amigos.”

Nan Goldin, Nova York, 11-12 de julho de 1992, “On Acceptance: A Conversation. Nan Goldin Talking with David Armstrong and Walter Keller”, em: Nan Goldin, David Armstrong, Hans Werner Holzwarth (org.), Nan Goldin: I’ll Be Your Mirror, catálogo de exposição, Nova York, Whitney Museum of American Art, 3 de outubro de 1996-5 de janeiro de 1997. Zurique/Berlim/Nova York: Scalo New York, Whitney Museum of American Art, 1996, p. 452.

87 88 FACE A FACE COM A HISTÓRIA 89 Eva Aeppli (Zofingen, Suíça, 1925)

“Na cultura ocidental, um grupo de 13 ﬁguras ao redor de uma mesa evoca a Última ceia, mas na minha mesa ninguém vê Cristo nem nenhum dos apóstolos. Os homens e as mulheres reunidos representam a condição humana.”

Eva Aeppli, “The Artist’s Letter to a Friend Writing a Thesis on Her work”, em: Eva Aeppli: Drawings, Oil Paintings, Sculpture 1959-1994, catálogo de exposição. Omaha, Nebraska, Garden of the Zodiac: 2000, s.p.

Grupo de 13 (homenagem à Anistia Internacional), 1968. Instalação: 13 manequins de seda, paina, algodão, veludo, cadeiras de ferro. Dimensões variáveis. Aproximadamemte 190 x 32 cm (cada manequim); 82 x 42,5 x 48 cm (cadeira). Doação de Centre Pompidou Foundation, 2008. (Doação de Samuel D. Mercer para Georges Pompidou Art and Culture Foundation, 1992). AM 2008-174. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Eva Aeppli

90 Sigalit Landau (Tel Aviv, Israel, 1969)

“Esse ato de dessensibilização – em 1957 na Califórnia. girar em um bambolê de arame No auge da moda, 20 mil bambolês farpado – foi apresentado duas eram fabricados e vendidos vezes. A primeira aconteceu ao diariamente em todo o mundo. Na pôr do sol, em cima de um telhado antiga União Soviética, a venda e em uma parte industrial de Tel o uso do bambolê foram proibidos Aviv. A segunda foi ao nascer por simbolizar os Estados Unidos, do sol na manhã seguinte, em e no Japão foi proibido por ser uma praia entre Jaffa e Tel Aviv, extremamente sedutor.” aonde pescadores e idosos vão se exercitar para começar o dia. O Sigalit Landau, “Barbed Hula”, em: Gabriele Horn, Ruth Ronen (org.), Sigalit Landau, catálogo de mar é a única fronteira natural e exposição, Berlim, KW Institute for Contemporary pacíﬁca que Israel tem. O perigo Art, 18 de novembro de 2007-13 de janeiro de vem da história para a vida e a 2008. Ostfildern-Ruit, G. Hatje, 2007, p. 258. cultura. Com esse ciclo e esse material, eu estava demonstrando minha própria versão da dança do ventre. Esse foi um ato pessoal, de sensibilização política, que diz respeito às fronteiras invisíveis por baixo da pele, circundando o corpo ativa e incessantemente. A dor aqui é amenizada pela velocidade. Uma observação cuidadosa revela que os espinhos se viram para fora e se tornam praticamente inofensivos. O movimento centrífugo dentro de um aro tem sido praticado por crianças e adultos em civilizações antigas e modernas. A reinvenção do bambolê, agora de plástico, cujo nome em inglês (hoola hoop) deriva de uma dança havaiana, ocorreu Bambolê farpado, 2000. Video instalação. Um vídeo projetor, um amplificador, dois alto-falantes, uma fita de vídeo, PAL, cor, som, 1’52”. Aquisição, 2006. AM 2006-79. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Sigalit Landau

91 Tania Bruguera (Havana, Cuba, 1968)

“Eu trabalho com emoções e memória, e com a ideia de documentação, não de forma histórica, mas por meio das emoções. Quero que meu trabalho seja transformado e lembrado pelo público como uma emoção vivenciada. Quero que o público conheça a obra como uma experiência, às vezes uma experiência física, e guarde consigo a ‘documentação’ da obra como sendo sua própria País meu, tão jovem, não sabe definir!, 2001 memória vivida. Gostaria que meu trabalho não (Extrato no 5 da série A ilha em peso). Vídeo, PAL, preto e branco, som, 10’28’’ Aquisição, 2005. AM 2005-230. fosse visto, mas sim lembrado.” Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Hervé Véronèse. © Tania Bruguera Tania Bruguera, “Entrevista II/Interview II”, com RoseLee Goldberg, em: Tania Bruguera, publicação simultânea à 51a Bienal de Veneza, “The Experience of Art”, 2005, p. 27.

Sanja Ivekovi´c (Zagreb, Iugoslávia, 1949)

“Os proponentes da New art practice na Iugoslávia socialista eram, em sua grande maioria, homens; nos anos 1970, pouquíssimas mulheres eram vistas na cena. Desde o início eu me preocupava com a questão da identidade de gênero e dos papéis ligados ao gênero na sociedade, e tentava Cortes pessoais, 1982 refletir sobre minha posição como mulher numa Vídeo, PAL, cor, som, 3’40”. Aquisição, 2005. AM 2005-213. cultura patriarcal, que sempre esteve, apesar de Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Sanja Ivekovic´ políticas oficialmente igualitárias, viva e presente no socialismo. Um tema recorrente nesses primeiros trabalhos era a política da representação feminina na mídia de massa. Declarei-me publicamente como artista feminista e nesse sentido minha posição era bem específica.”

Sanja Ivekovi´c em “Interview with Antonia Majaca”, em Eva Ebersberger e Daniela Zyman (org.), Thyssen-Bornemisza Art Contemporary: The Collection Book, catálogo de exposição, Viena, TBA21. Colônia, Verlag der Buchhandlung Walther König, 2009, p. 197.

92 Letícia Parente (Salvador, Brasil, 1930 - Rio de Janeiro, Brasil, 1991)

“A fase do corpo que testemunhou os eventos culturais, políticos e sociais culminou em um trabalho de vídeo que, entre todos, foi o mais marcante – ele se chama Marca registrada. Nessa obra, eu costuro na pele da sola do pé as palavras Made in Brazil com uma agulha e linha preta. É uma agonia! É angustiante, porque a agulha entra, machuca meu pé – só poderia ser o meu próprio pé. Há um costume popular na Bahia segundo o qual uma pessoa Marca registrada, 1975 Vídeo, preto e branco, som, 10’30’’. Aquisição, 2010. AM 2010-171. borda com uma linha a palma da mão ou a Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. sola do pé. Este vídeo de 1975 sintetiza essa © Letícia Parente fase inteira.”

“Letícia Parente. Livro: Arte e novos meios”, em Arqueologia do cotidiano: Objetos de uso. Rio de Janeiro: + 2 Editora, 2011.

Sonia Andrade (Rio de Janeiro, Brasil, 1935)

Sem título, 1977 Vídeo, PAL, preto e branco, som, 93’. Aquisição, 2008. AM 2008-57. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Sonia Andrade

93 Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, Brasil, 1933)

“Quando fiz [a série de cartões-postais Brasil nativo, Brasil alienígena e O pão nosso], saiu uma notícia sobre o que estava acontecendo nos territórios indígenas, as mortes e o plano do governo para demarcar os novos limites das terras indígenas. Questionei as imagens paradisíacas dos cartões- -postais (vendidos para turismo) daquela época. Cheguei a pensar que poderiam ser fotos tiradas por antropólogos em favor dos índios, mas ainda assim eu achava as cenas artificiais, mais como factoides, e decidi começar a série. Meu olhar era de pura perplexidade, porque eu me identificava com aqueles índios, mas questionava o título da série vendida nas bancas de jornais, Brasil nativo: onde estavam as pessoas brancas, os mulatos, os negros, o Brasil ‘alienígena’?”

Anna Bella Geiger em “‘Não tem nada a ver, mas...’ Entrevista com Anna Bella Geiger”, em Adolfo Montejo Navas (org.), Anna Bella Geiger: Territórios passagens situações. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/São Paulo: RR Donnelly Moore, 2007, p. 227.

Mapas elementares III, 1976-1977 Brasil nativo, Brasil alienígena, 1977 Vídeo, PAL, cor, som, 3’. Aquisição, 2010. AM 2011-377. Dois conjuntos de nove cartões-postais coloridos e preto e branco, Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. 10 x 14,5 cm (cada cartão-postal). Aquisição, 1980. AM 1980-522. © Anna Bella Geiger Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Adam Rzepka/Dist. RMN-GP. © Anna Bella Geiger

94 Anna Maria Maiolino (Scalea, Itália, 1942)

“Na arte contemporânea, as performances e instalações têm uma subversão imanente, no sentido de que fortalecem nossa necessidade de refazer as repressões. Em Entrevidas, isso literalmente acontece, já que era Entrevidas. Da série Fotopoemação. uma resposta à repressão durante Foto: Henri Virgil Stahl, 1981. a ditadura. Não admira que esse Tríptico. Impressão digital, 88 x 56 cm (cada). Doação de José & Andrea Olympio Pereira, 2011. AM 2011 - 122 (de 1 a 3) tipo de trabalho seja tido como Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. estranho e indigesto. […] os pés © Anna Maria Maiolino caminhando entre centenas de ovos espalhados pela rua são uma ameaça, um perigo para os ovos. Então a experiência é de tensão e medo. Isso é o que quero dizer com ‘refazer as repressões’. Você pode construir uma analogia entre a repressão e a ameaça dos pés e a ditadura. Nesse trabalho, apesar de nos encontrarmos no dilema de ter de escolher entre vida e morte, a vida é reaﬁrmada através do símbolo do ovo.”

Anna Maria Maiolino em Anna Maria Maiolino, catálogo de exposição, Fundació Antoni Tapiés, Barcelona, em colaboração com o Centro Galego de Arte Contemporanéa, Santiago de Compostela e Malmö Konsthall. Editions Koenig, 2010, pp. 51-52.

Marta Minujin (Buenos Aires, Argentina, 1941)

“Sobre colchões passa três quartos da vida o ser humano. Sobre colchões, nasce, dorme, sofre, ama. Além disso, são coisas macias Colchãozinho, 1963. Tela de colchão em algodão listrado que pendem. Ao acrescentar-lhes cores pintado à mão com fluorescente, 75 x 42 x 27 cm. fluorescentes, estimulo a viver na arte, porque, Aquisição, 2010. AM 2010-293. neles, podemos nos deitar e nos ajeitar para Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP/Documents Bibliothèque sonhar.” Kandinsky, Paris. © Courtesy of the artist and Henrique Faria Fine Art

95 96 ESPAÇOS DOMÉSTICOS 97 UM TETO TODO SEU

Emma Lavigne

Em seu famoso ensaio Um teto todo seu, pu- em irritação; com isso, garfos e facas se tor- blicado em 1929, Virginia Woolf descreve, nam armas de uma revolta silenciosa que já com irritação e ironia, as condições mate- era visível em 1967 em Deux ou trois choses riais que limitam o acesso feminino à es- que je sais d’elle, de Jean-Luc Godard. crita e identifica dois elementos essenciais Se o ativismo feminista diluiu-se a par- que permitem à mulher criar: uma renda tir de estratégias artísticas desde os anos de 500 libras esterlinas e um teto todo seu, 1980, o microcosmo familiar e doméstico para que possa assim escapar dos entraves como uma representação problemática, e da vida familiar. Quase 40 anos depois, a li- como espaço propício à “transfiguração do tania das tarefas domésticas e a restrição do lugar-comum”, continua a caracterizar a horizonte feminino à esfera doméstica são obra de muitas grandes artistas, incluindo mais uma vez estigmatizadas por artistas fe- fotógrafas como Mariko Mori, que zomba ministas, tais como Judy Chicago e Miriam do papel restrito das mulheres na sociedade Shapiro, que sugeriram estratégias de resis- japonesa, ou Florence Paradeis, cujo traba- tência e mudança desde o começo dos anos lho consiste em imagens de personagens 1970, com o programa Feminist Art e o cen- dentro de suas casas, imagens repletas de tro Woman’s Building, em Los Angeles. Es- afinidades com a pintura holandesa do século sas estratégias ecoaram em certos trabalhos 17 e o cinema. Este, sobretudo os filmes videográficos e cinematográficos contem- de Hitchcock e Lynch, influencia também porâneos. O vídeo Semiótica da cozinha, de a obra fotográfica de Sandy Skoglund, que Martha Rosler (1975, p. 101), foi lançado revela a propensão latente da vida cotidiana em 1975, no mesmo ano do lançamento do para gerar forças e formas irracionais, uma filme de Chantal Akerman Jeanne Dielman, obra em que o “animal de estimação” en- 23 quai du Commerce, 1080 Bruxelles, cuja tra no espaço para participar da narrativa, temporalidade lenta acompanha o ritmo em que a solidão do homem em seu pró- imutável de uma “dona de casa”, em uma prio espaço expressa sua posição de equi- perturbação imperceptível, até culminar librista num mundo enigmático. “Estamos em assassinato. Semiótica nos oferece um rodeados não pela realidade, mas pelo efeito impressionante atalho que destrói o estere- de realidade produzido por simulações e si- ótipo feminino da “dona de casa”. Martha nais”, observa Rosalind Krauss1, e a obra de Rosler, envolvida com movimentos feminis- arte não é mais a reflexão crítica do espaço tas desde o fim dos anos 1960, filma a si doméstico, mas o sismógrafo que registra mesma em uma tomada fixa com enquadra- certos sinais para sugerir múltiplas mani- mento que lembra programas de culinária festações plásticas, abandonando todas as voltados para a típica dona de casa. Ela reci- estratégias miméticas. ta as letras do alfabeto enquanto apresenta O conceito de habitus, definido pelo diversos utensílios de cozinha, usando um sociólogo Pierre Bourdieu em Practical Rea- tom neutro e informativo que se transforma son (1980) como um sistema de disposições

98 para agir, perceber e pensar, interiorizado de Tanning, em que um falso cenário asseme- (1967)5. Na obra de Sophie Calle, o quarto é maneira subconsciente pelos indivíduos de lha-se a uma visão apavorante herdada do o lugar da revelação da intimidade e da cons- acordo com sua posição no espaço social, surrealismo e impregnada de influências trução narrativa de “mitologias individuais”, renova a abordagem fenomenológica da re- pop – das Soft Sculptures de Claes Olden- como em Douleur exquise (1984-2003). Ele lação do indivíduo com o espaço, seja ela burg aos ambientes de Edward Kienholz. também está presente na série fotográfica doméstica ou social, podendo iluminar cer- Cinco esculturas feitas de tecido e estofa- L’Hôtel (1981-1983, p. 116), resultado de tas abordagens artísticas contemporâneas. das de lã surgem desse cenário, que contém três semanas de investigação feita pela ar- A abordagem de Nathalie Elemento relacio- um tapete, um papel de parede florido e al- tista, que trabalhou como faxineira em um na-se com as construções e os arranjos pes- mofadas que imitam madeira, e é iluminado hotel vienense, um ambiente privilegiado soais (psicológicos e físicos) que precisamos por uma luz pálida. Esse simulado de mobí- para observar o Outro, bem como um cordão criar para viver. Délivré – a hibridização de lia também evoca o quanto seu marido Max umbilical que conecta a artista ao resto do uma porta e um guarda-roupa parcialmente Ernst lutou para se apropriar de espaços ao mundo. A relação paradoxal entre o públi- aberto que reinventa “móveis internos” – carregar consigo pequenos “altares de via- co e o privado é o que motiva a obra Corps evoca aqueles objetos que habitam dentro gem”, que transformavam quartos de hotel étranger (Foreign Body), de Mona Hatoum de nós, como os “objeto mistos” ou “sujeito- em possíveis ateliês. Alain Jouffroy obser- (1994): o quarto é reduzido ao tamanho de -objetos” estudados por Gaston Bachelard, vou que Chambre 202 oferecia “a possibi- uma célula em forma de cone, sendo ocupa- como “órgãos reais da vida psicológica se- lidade de observar a vida interior da própria da por uma instalação audiovisual que exibe creta”, sem os quais “nossa vida pessoal ca- Dorothea Tanning, mesmo que fosse como imagens do lado de fora e dentro do corpo da receria de um modelo para intimidade”2. um show”4. artista, através de endoscopia, convidando o O vocabulário minimalista dos trabalhos Pipilotti Rist concebe a galeria de arte espectador para uma exploração ilimitada e de Laura Lamiel constrói um corpus coeren- – um espaço público – como a prolongação abissal do corpo-que-se-torna-espaço. te de espaços criados pelo arranjo ortogonal de um cômodo para morar, procurando des- Esses chamados para habitar o próprio de placas brancas de aço esmaltado, criando pertar no visitante um processo de identi- espaço da obra – também proposto de outras espaços vazios – como muitos receptáculos ficação. No entanto, em The Room (1994- formas por Dominique Gonzalez-Foerster para habitar – e superfícies ainda não usa- 2000), uma poltrona excessivamente grande (p. 121) –, esses espaços privilegiados de das nas quais é possível se apoiar. Esses colocada em frente a uma televisão oferece construção biográfica ou ficcional e da ex- trabalhos têm o traço distintivo da prática uma afirmação eletrônica sobre o poder ploração de temporalidades subjetivas, que artística de Louise Nevelson (p. 52), carac- da televisão no espaço privado, como uma permitem que o mundo funcione de modo terizada pela necessidade de habitar espa- janela aberta sobre a aldeia global e como fragmentado ou como um todo, parecem ços e sugerir um layout ortogonal que ecoa uma máquina autista. Com À La Belle Étoi- atestar, em sua polissemia irredutível e per- a verticalidade de um homem andando e a le, uma enorme janela – reflexo da onipre- pétua reativação artística, até que ponto “o horizontalidade de seu corpo deitado, em sença catódica – foge do espaço doméstico espaço contemporâneo talvez ainda não te- repouso. A artista Koo Jeong-A retorna aos para ocupar o espaço da galeria. Essas ar- nha sido totalmente desmistificado”, como signos da vida cotidiana, em sua precarie- tistas conferem um caráter eminentemente sugeriu Michel Foucault. Somente a arte dade e fragilidade, revelando seus segredos heterotópico a esses espaços artísticos, que parece ser capaz de reconciliar e resolver e sua dimensão misteriosa em Sans Titre propositadamente tomam as dimensões de “oposições que consideramos simplesmente (2001). A representação plástica do caos, um quarto ou um espaço privado. Elas são dadas: por exemplo, entre espaço público e que toma a forma de uma estante de livros/ heterotópicas em sua capacidade de asso- espaço privado, entre espaço da família e es- armário de curiosidades revirado, com seus ciar vários espaços e momentos dentro de paço social, entre espaço cultural e espaço diversos pequenos objetos espalhados pelo um único ambiente, segundo o princípio de útil, entre espaço de lazer e espaço de traba- chão, mapeia uma cartografia íntima que justaposição analisado por Michel Foucault lho. Tudo isso ainda é alimentado por uma reintroduz no espaço o traço da presença em sua conferência “Des Espaces autres” secreta presença do sagrado”6. efêmera dos corpos. Essa poesia se reflete na obra de Tatiana Trouvé, cujos desenhos e cuja instalação Sans Titre (2006) apresentam lugares que foram habitados por pessoas desaparecidas e um espaço “cujas dimensões não são determinadas pelas leis da física, mas pela interação de associações 1 Rosalind Krauss, Le Photographique 4 Alain Jouffroy, “Dorothea Tanning: 1980-1988 (Gallimard: Paris, 1994), físicas que às vezes são subconscientes”; um (Paris: Éditions Macula, 1990), p. 218. le chavirement dans la joie”, XXe pp. 752-762. espaço em que, como diz a artista, “a articu- 2 Gaston Bachelard, La Poétique de Siècle, nova série, ano XXXVI, n. 43, 6 Ibid., p. 754. lação das noções de dentro e fora, interior l’espace (Paris: Presses Universitaires dezembro de 1974, p. 68. de France, 1992), p. 83. 5 Michel Foucault, “Des espaces e exterior, visível e invisível, gera uma for- 3 Daniel Birnbaum, “Entretien avec autres” (conferência para o Cercle te ansiedade sobre a natureza do lugar e o Tatiana Trouvé”, em Christine Macel d’études architecturales, 14 de março modo como as pessoas podem vivenciá-la”3. e Valérie Guillaume (org.), Airs de de 1967), Architecture, Mouvement, Paris, catálogo de exposição (Paris: Continuité, n. 5, outubro de 1984, Há uma estranheza muda em Chambre Éditions du Centre Pompidou, 2007), pp. 46-49. Também em Michel 202, Hôtel du Pavot (1970), de Dorothea p. 28. Foucault, Dits et Écrits, vol. 4:

99 Dorothea Tanning (Galesburg, EUA, 1910 - Nova York, EUA, 2012)

“Meu espaço pessoal é tão ricamente mobiliado que não há o menor espaço para o sentimento de exílio. Se ao menos você pudesse vê-lo! Há tanto excesso, e tudo está em desordem... Tudo é maravilhoso, iridescente, obssessivo, duplo, múltiplo e vivo. Tudo se move. […] Minha rebelião é tão enraizada que é como respirar. Para mim, é impossível imaginar um espírito humano privado de rebelião; seria como um corpo sem sangue. Em mim, esse espírito de rebelião toca o niilismo sem se deixar cair na armadilha de total abdicação.”

Dorothea Tanning, “Entretien avec Alain Jouffroy”, em Dorothea Tanning. Paris: Centre National d’Art Contemporain, Établissement Public du Centre Pompidou, 1974, pp. 45, 52.

Retrato de uma família, 1954. Óleo sobre tela, 91 x 76,5 cm. Aquisição do Estado, 1974, e atribuição, 1975. AM 1975-8. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Jacqueline Hyde/Dist. RMN-GP. © Tanning, Dorothea/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

100 Semiótica da cozinha, 1975. Vídeo, PAL, preto e branco, som, 6’09”. Aquisição, 2000. AM 2000-53. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Martha Rosler

Martha Rosler (Nova York, EUA, 1943)

“Eu estava sugerindo que os símbolos impostos às mulheres são extremamente redutores. Essa mulher está enredada em um sistema que a reduz como indivíduo. […] Ao falar, ela fala de sua própria opressão. Ela acha que está nomeando de forma voluntária alguma coisa do mundo, um utensílio de cozinha, mas, ao agir dentro do sistema, ela inconscientemente nomeia e instrumentaliza a si mesma. Ela menciona os instrumentos em ordem alfabética, mas, quando chega às últimas letras, ela é que está sendo transformada em signos reduzidos e essencialmente sem sentido – x, y, z. Há mistério irracional, um tipo de mágica residual. Mas no ﬁm ela dá de ombros; diminui o grau de poder e agressividade que demonstrou. A resistência ainda está lá, e eu já vi essa ﬁta funcionar de uma forma libertadora para plateias de mulheres.”

Martha Rosler em entrevista a Jane Weinstock. October, n. 17, 1981, pp. 85-86.

101 Niki de Saint Phalle (Neuilly-sur-Seine, França, 1930 - San Diego, EUA, 2002)

“Em 1961, eu atirava em telas porque o tiro me permitia expressar a agressividade que sentia. Um assassinato sem vítima. Eu atirava porque gostava de ver a tela sangrar e morrer. Eu atirava para alcançar aquele instante mágico, aquele êxtase. Era um momento de verdade, eu tremia com paixão quando atirava em minhas telas.”

Carta a Pontus [Hultén], publicada em Niki de Saint Phalle, catálogo de exposição, Paris, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, junho-setembro de 1993; Paris, Paris Musées, 1993. Republicada em Gilles Perlein, “L’Aventure d’une donation”, em Niki de Saint Phalle, la donation, catálogo de exposição, Nice, Musée d’Art Moderne et d’Art Contemporain, 17 de março-27 de outubro de 2002, p. 17.

Papai [1973] Filme, 35 mm, som, 75’. Doação da artista, 1984. AM 1976-F1268 Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Hervé Véronèse/Dist.RMN-GP. © Saint Phalle, Niki/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

102 Sonia Andrade (Rio de Janeiro, Brasil, 1935)

Sem Título, 1975. Vídeo, PAL, preto e branco, som, 9’. Aquisição, 2008. AM 2008-56. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Hervé Véronèse. © Sonia Andrade

Birgit Jürgenssen (Viena, Áustria, 1949-2003)

Ich möchte hier raus! [Eu quero sair daqui!], 1976 Impressão vintage, preto e branco, 40,3 x 31 cm. Aquisição, 2010. AM 2010-213. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Jürgenssen, Birgit/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

103 104 MUSAS CONTRA O MUSEU 105 Destaques do museu: uma conversa na galeria, 1989 Vídeo, PAL, cor, som, 30’. Aquisição, 1997. AM 1997-30. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Hervé Véronèse. © Andrea Fraser

Andrea Fraser (Berkeley, EUA, 1965)

“Se a cultura consiste em narrativas, objetos simbólicos e práticas com as quais um grupo em particular representa seus interesses e experiências, sua história e possíveis futuros, a arte representa os interesses e experiências primeiramente da comunidade proﬁssional de artistas de classe média que a produzem, e em segundo lugar os patronos burgueses que a colecionam e a apresentam em museus com seus nomes ao lado dos nomes dos produtores. O museu, como instituição pública, disponibiliza a arte como uma cultura pública, uma cultura civil nacional e até mesmo universal, e a transforma na moeda cultural única que pode ser trocada por membros da comunidade civil. Os patronos do museu são vistos como senhores do direito primário e privilegiado sobre essa moeda cultural, enquanto todos os objetos simbólicos produzidos fora dessa esfera especializada de atividades públicas artísticas são relegados à vidas individuais, sem autoridade para representar uma experiência ‘pública’.”

Andrea Fraser, “Notes on the Museum’s Publicity”, em Andrea Fraser, Museum Highlights: The Writings of Andrea Fraser. Cambridge: MIT Press, 2005, p. 93.

106 VALIE EXPORT (Linz, Áustria, 1940)

Körperkonfiguration, Zuhuckung, 1972 Conjunto de quatro fotos. Provas em gelatina e sal de prata 56 x 79 cm (cada). Aquisição, 2007. AM 2008-4 (1-4). Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © EXPORT, VALIE/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

107 As mulheres precisam estar nuas para entrar no Museu Metropolitan?, 2005 Impressão digital, 147 x 366 cm. Centre Pompidou, Musée nacional d’ art moderne, Paris. AP Guer. 7. GF. Foto:© Centre Pompidou, Bibliothèque Kandinsky, Paris. Copyright: www.guerrillagirls.com © Guerrilla Girls

Guerrilla Girls

“a vantagem de ser uma artista mulher: Trabalhar sem a pressão do sucesso Não ter de participar de exposições com homens Poder fugir do mundo da arte com seus quatro trabalhos freelance Saber que sua carreira pode deslanchar depois que você fizer 80 anos Ter a garantia de que qualquer tipo de arte que fizer será rotulada de feminina Não ficar presa à estabilidade do posto como professora Ver suas ideias se perpetuarem no trabalho de outros Ter a oportunidade de poder escolher entre carreira e maternidade Não ter de se engasgar com aqueles charutos imensos ou pintar usando ternos italianos Ter mais tempo para pintar quando seu marido a troca por uma mais nova Ser incluída em versões revisadas da história da arte Não ter de passar pelo constrangimento de ser chamada de gênio Ter sua foto publicada em revistas de arte usando fantasia de gorila.

Um comunicado de serviço público das Guerilla Girls – a consciência do mundo da arte.”

Guerilla Girls, The Advantages of Being a Woman Artist, 1988. Offset, 43 x 56 cm, Paris, Bibliothèque Kandinsky, AP Guer. 7. GF.

108 Agnès Thurnauer (Paris, França, 1962)

“Não se trata de nos libertar da pintura e suas limitações, ao contrário: tudo isso nasce de uma preocupação pitoresca, […] a de representar a ausência de artistas mulheres na história da arte até o século 20, além de representar meios de reproduzir o presente através da forma. A ideia inteira da pintura depende dessa noção de representação.”

Agnès Thurnauer em: Agnès Violeau, “Entretien carte blanche/Agnès Thurnauer, une esthétique du surgissement”. Particules, no 19, junho de 2007, p. 13.

Retrato em tamanho natural (Louis Bourgeois), 2007 Retrato em tamanho natural (Annie Warhol), 2007 Retrato em tamanho natural (Martine Kippenberger), 2007 Retrato em tamanho natural (Francine Bacon), 2007 Retrato em tamanho natural (La Corbusier), 2007 Retrato em tamanho natural (Marcelle Duchamp), 2009 AM 2009-130 a135 Resina, tinta epóxi. Diâmetro: 120 cm Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Bertrand Prévost/Dist. RMN-GP. © Thurnauer, Agnès/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

109 Sherrie Levine (Hazleton, EUA, 1947)

110 Segundo Walker Evans: 1-22, 1981 Conjunto de quatro fotos em preto e branco. Prova em gelatina e sal de prata, 20,3 x 25,4 cm; 25,4 x 20,3 cm (x 3). Comodato de Centre Pompidou Foundation, 2009. AM 2010-DEP 7 (1-4). Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Courtesy the artist and Paula Cooper Gallery, New York

111 112 NARRAÇÕES 113 PALAVRAS EM AÇÃO

Camille Morineau

Em meados da década de 1960, surgiu no nal. “A transposição da forma que chamamos mundo da arte uma nova categoria de obras, de ‘conteúdo’ para uma forma experimentada que colocava a linguagem no centro do pro- é muito intensa. Eu reescrevi a mão para que cesso artístico, de modo que as palavras fos- eu mesma fosse mediada pela experiência sem o principal meio da obra ou que o projeto mediada.”2 Dito de outra maneira, a palavra escrito da obra constituísse sua forma definiti- não existiria sem a performance (sem sua va. O crítico e artista Sol LeWitt resume essa “performance”) e a performance (investimen- particular utilização da linguagem em seu tex- to do corpo no tempo) não aconteceria sem a to “Sentences on Conceptual Art”, mais tarde narrativa (sem suas “palavras”). associado à arte conceitual: “Se as palavras são À mesma época, outra revolução ocorreu, usadas e elas provêm de ideias sobre a arte, uma revolução menos visível e menos conheci- então elas são arte, e não literatura; números da na história da arte do que a arte conceitual, não são matemática”1. Essa aproximação entre mas para a qual as palavras também são de palavra e obra, até o ponto em que ambas se suma importância. Essa revolução é o movi- fundem, por um lado se dá com a performan- mento da arte feminista. Se os dois movimen- ce, por outro com a imersão da vida na arte (A tos foram considerados como de igual impor- arte como vida cotidiana ou a biografia como tância nos Estados Unidos, não foi esse o caso arte), uma das formas de desmaterialização da na França, onde o uso formal e conceitual de obra de arte que caracteriza a segunda metade palavras se deu primeiro e fez com que o uso do século 20. Reler a história dessas “palavras performático, político, sexualizado e/ou rela- em ação” nos permite entender até que ponto cionado ao gênero fosse esquecido de imedia- a classificação não é efetivamente eficaz. As to. No entanto, algumas artistas, como Tania palavras em ação, a performance e o trabalho Mouraud, seguindo o exemplo de Adrian de arte como biografia/biografia como obra Piper nos Estados Unidos, posicionaram-se de arte: todas essas categorias se definem em desde o começo na interseção das duas ten- relação umas às outras, e nenhuma delas exis- dências e ainda se encontram lá, convidando- tiria sem a outra. -nos a reler a história com um novo olhar. De Essa outra história – a das mulheres – de- fato, diversas “tendências” desse período têm monstra como categorias materiais bastante em comum o uso da palavra como meio de concretas permitiram que essa “desmate- expressão – tanto que as categorias se tornam rialização” da arte tomasse forma – pelo uso confusas quando vistas a certa distância. distanciado de histórias pessoais, pelo envol- Uma terceira categoria de narrativa, fre- vimento ritualizado do corpo ou por colocar quentemente autobiográfica, surge um pouco em jogo a questão do gênero (ou do sexo, em mais tarde, no começo dos anos 1970. O tema termos mais grosseiros). Uma releitura “cor- das colagens de Alexis Smith, a série “100 poral” da obra de Hanne Darboven é necessá- boots”, de Eleanor Antin, entre outras mani- ria, como ela mesma diz, para medir tanto seu festações, são, em parte, herdados da perfor- poder obsessivo quanto sua crítica operacio- mance e da arte performática. Para a artista,

114 trata-se de nos colocarmos no jogo: nosso cor- nino da artista certamente tem a ver com sua é mais humano ou animal, ou se seus retratos po e/ou nossa vida, nossa vida dos sonhos e/ou visão do corpo masculino ou com a questão de homens/mulheres são masculinos ou fe- nosso corpo dos sonhos. O fato de a história da educação – ou criação? – das crianças (Mes mininos. Aqui, na verdade, a indeterminação ser biográfica ou ficcional não tem importân- Pensionnaires, 1972), mas essa perspectiva so- e a impossibilidade de interpretação são os cia no final das contas. A carga emocional das bre gênero está longe de ser o único ponto de principais temas da obra. Da mesma forma, o performances de Gina Pane origina-se de sua vista a partir do qual a obra se desenvolve. “eu” que conta a história em Tuuli/ the Wind relação com a mãe e de sua homossexualida- Essa questão do ponto de vista se tornou (2001-2002), de Eija-Liisa Ahtila, é psicótico. de, mas não é possível reduzi-la apenas a isso. um dos principais temas no campo das artes Embora isso não seja perceptível de imediato, As instalações que documentam esses gestos no final dos anos 1970 e durante toda a déca- o intervalo de tempo entre uma tela e outra e permitem uma projeção biográfica, mas não da de 1980. A pergunta “de onde vem a obra?” a trilha sonora comum introduzem aos poucos são necessariamente a projeção da artista. permeava todas as produções, inclusive as a dimensão paranoica do tema. Esse “eu” em Desse modo, a pessoa “em questão” em Auto- discursivas, tornando-se a arte o espaço para questão introduz a questão do self, mas tam- portrait (1973) não é tanto a artista quanto um questionamento e interpretação de signos e bém as da narrativa, dos dispositivos narrati- corpo em sofrimento, ritualizado, que poderia representações de um mundo dominado pela vos e dos fundamentos da própria narrativa. facilmente ser o nosso: o corpo do especta- mídia e saturado de imagens e mensagens. As “palavras em ação” são transmitidas dor da obra, perturbado e até potencialmente Esse questionamento se manifesta em todos por um novo meio: junto com a fotografia le- ameaçado. os lugares, da desconstrução da linguagem gendada, o vídeo, o pôster, a videoinstalação A melhor maneira de analisar como o publicitária – com os pôsteres de Barbara Kru- ou simplesmente a instalação, surge o livro da “quem está falando” influencia “o ato de falar” ger (p. 123) – até a crítica epistemológica dos artista, o espaço da palavra por excelência. O é começar a partir do “eu”, a partir de si mes- “truísmos” de Jenny Holzer (p. 122), passando livro é um objeto interativo que introduz uma mo. Em outras palavras, a biografia tem a van- pelas análises antropológicas de Karen Knorr. relação com o “corpo do outro”, uma preocu- tagem de mostrar o ponto de vista por exce- Todos os gêneros narrativos são explorados. pação central para essas artistas. Ele permite lência, um ponto de vista que é compreensível Sophie Calle (p. 116) encena histórias biográ- uma análise mais precisa das diferentes rela- para todos e também facilmente destruído. A ficas cuja verdade contribui para aumentar a ções possíveis entre texto e imagem, tipos de narrativa já existe, assim como o tema, o prin- carga dramática e emocional. Kiki Smith ofe- narrativas e as formas resultantes da divisão cípio é óbvio e as coisas simplesmente se reve- rece uma interpretação, tanto pessoal quanto temporal, através do processo de ilegibilidade lam. O laissez-dire, ou a declaração biográfica universal, de Chapeuzinho vermelho – uma hi- (Irma Blanck). O livro é também o romance ritualizada, parece ser equivalente ao laissez- bridização entre animalidade e humanidade na que, segundo acreditava Virginia Woolf em -faire, ou “faça de acordo com as instruções” qual as mulheres não interpretam mais o papel 1929, permitiria que as mulheres reinventas- da arte minimalista. Isso porque a cor, o gesto, de vítima – e de A Ilíada – um conto homéri- sem a língua. Por último, o livro é o espaço a forma e os princípios nos quais o biográfico co duplamente invertido, em que as mulheres do jogo de palavras, ao qual Marcel Duchamp se baseia – narração, descrição e enumeração surgem da caverna dos Ciclopes, não escondi- se dedicou de 1920 em diante depois de ter cronológica – não são necessariamente ób- das sob ovelhas, mas atadas em bodes... abandonado a pintura, enquanto fazia repro- vios, e a arte contemporânea tenta descons- A consciência de “o que cria a obra” às duções múltiplas de seu trabalho sob o pseu- truir esses mecanismos, seja pela linguagem vezes se faz central, tornando-se ela mesma o dônimo Rrose Selavy em uma fantástica e em si ou pela fotografia (Nancy Wilson-Pajic, tema da narrativa. Nan Goldin (p. 87) não só premonitória inversão – assim como toda sua Friedl Kubelka-Bondy), seja pelo vídeo ou não faz mistério algum quanto a suas práticas obra – que coincidiu com uma verdadeira re- pelo cinema (Lynda Benglis, Joan Jonas, Sa- sexuais e frequentação de ambientes obscu- volução plástica. Essa coincidência foi precisa die Benning). ros, como também coloca esses elementos no e reversível; assim como seu material principal A biografia emana também de um “eu” centro de sua obra. Entre outras coisas, o que – o trocadilho –, ela era guiada: em direção ao cujas características podem se revelar como surge é um “eu” bissexual cujo gênero impre- erótico e escatológico quanto à palavra, em di- infinitamente flexíveis. Muitos dos trabalhos ciso cria uma visão bipolar e incerta sobre o reção à mulher quanto ao trabalho. Foi de fato de Annette Messager (p. 117) – principal- mundo. Em suma, um modo de pensar que- Rrose Selavy – e não mais Marcel Duchamp, mente a série que começa com o pronome er, que desestabiliza sem solucionar. O hibri- o qual até mesmo hoje ninguém parece querer possessivo “meu” – colocam sua obra entre dismo do ser do artista possibilita uma obra entender – que verdadeiramente reinventou a biografia e crítica. O “eu” de onde parte “aque- híbrida, que busca espectadores capazes de palavra dentro da obra e, por consequência, a le” refere-se tanto a sua própria vida quanto ao não-discriminação. É impossível interpretar obra em si. A artista, contudo, foi clara: “Eu seu ponto de vista sobre o mundo. Mas não de uma forma ou de outra a variante do perso- quis capturar uma ideia assim como a vagina poderíamos imaginar uma terceira eventuali- nagem de Pinóquio oferecida por Rosemarie captura o pênis”3. Este corpo de trabalho, rein- dade que seria um “eu feminino” fortemente Trockel em seus desenhos, assim como não é ventado pela metade, assim como seu gênero, declarado, em que o caráter seria tão impor- possível saber ao certo se seu homem/macaco diz muito sobre como o século se desdobraria. tante quanto o gênero? O olhar severo e às vezes cruel desse “eu” inclui a consciência sobre ser o que se é (entre outras coisas, mas não só 1 Sol LeWitt, “Sentences on Colônia, Monika Sprüth Galerie, Martin, “Anémic Cinéma”, Studio o uma mulher) e também os preconceitos e as Conceptual Art”, 0-9, n 5. Nova York, 1989, pp. 31-32. International, v. 189, n. 973, janeiro- janeiro de 1969. 3 Aforismo citado em vários fevereiro de 1975, p. 56. limitações de sua situação social e seu gênero, 2 Hanne Darboven em entrevista a artigos e publicações sobre Marcel e as pulsões inerentes a ele. O gênero femi- Isabelle Graw, Eau de Cologne, no 3. Duchamp, incluindo Katrina

115 O Hotel, 1981. Quarto 28, 16 de fevereiro de 1981; quarto 46, 16 de fevereiro de 1981; quarto 45, 19 de fevereiro de 1981; quarto 47, 2 de março de 1981; quarto 28, 3 de março de 1980; quarto 30, 4 de março de 1981; quarto 43, 5 de março de 1981 Instalação: sete dípticos de um conjunto de 21 e uma apresentação escrita pela artista; Provas cromógenas laminadas sobre papel e texto, provas em gelatina e sal de prata laminadas, 102 x 142 cm (cada painel incluindo moldura); 14 x 24,5 cm (apresentação incluindo moldura ou texto de parede). Aquisição, 2000. AM 2000–9 (1–8). (vista parcial da instalação). Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Calle, Sophie/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

Sophie Calle (Paris, França, 1953)

“Em 16 de fevereiro de 1981, segunda-feira, eu consegui, depois de um ano de tentativa e espera, um emprego como camareira substituta em um hotel em Veneza: o Hotel C. Deram-me doze quartos no quarto andar para tomar conta. Durante a limpeza eu estudava os vestígios pessoais dos viajantes, os sinais da residência temporária para certos hóspedes, a sucessão deles no mesmo quarto. Observei detalhadamente vidas que continuaram desconhecidas para mim. Na sexta-feira, 6 de março de 1981, meu trabalho terminou.”

Sophie Calle, “O Hotel”, 1981, trechos. Quarto 25, quarto 47 (22 de feveiro). Republicado em Sophie Calle, m’as-tu vue, catálogo de exposição, Paris, Centre Pompidou, 19 de novembro de 2003-15 de março de 2004. Paris: Éditions du Centre Pompidou/Editions Xavier Barral, 2003, p. 157.

116 Annette Messager (Berck-sur-Mer, França, 1943)

Minhas pequenas efígies, 1988. Instalação. Dimensões variáveis. Aquisição, 1988. AM 1988-1181. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Messager, Annette/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

117 Nil Yalter (Cairo, Egito, 1938)

A mulher sem cabeça ou a dança do ventre, 1974. Vídeo preto e branco, som, 24’47’’. Aquisição, Fonds National d’Art Contemporain, 2007, e atribuição, 2008. Inv. 07-475. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI. © Nil Yalter

118 Rosângela Rennó (Belo Horizonte, Brasil, 1962)

2005-510117385-5, 2008-2009 49 pranchas impressas em jato de tinta sobre papel de algodão, em caixa em MDF, recoberta de couro. Edição de 10 exemplares + 2p.a., 50 x 60 cm. Aquisição, 2009. AM 2009-201 (1-49). Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Rosangela Rennó

119 Rivane Neuenschwander Em colaboração com Sérgio Neuenschwander (Belo Horizonte, Brasil, 1967)

“Feito em colaboração com Sérgio Neuenschwander, ‘Domingo’ explora os limites da linguagem e da comunicação. Em um ambiente doméstico, um papagaio come sementes de girassol pintadas com sinais de pontuação. Ao fundo, ouve-se o som de um rádio com a narração de um jogo de futebol. À medida que o papagaio come as sementes da bandeja, o comentarista parece perder a pontuação; a narração se acelera transformando-se em uma confusão cacofônica de palavras faladas. O comentário em questão é do jogo da ﬁnal da Copa do Mundo de 2002 entre Brasil e Alemanha, e traduz livremente a experiência da artista de ir e vir entre o seu país, o Brasil, e a Europa.”

Texto de Jo Stella-Sawicka

Domingo, 2010 Vídeo digital em alta definição, Dolby Digital 5.1 5‘17“ Filme still Foto: Cortesia da artista; Galeria Fortes Vilaça, São Paulo; Stephen Friedman Gallery, Londres; Tanya Bonakdar Gallery, Nova York © Rivane Neuenschwander

120 Dominique Gonzalez-Foerster (Estrasburgo, França, 1965)

“como fui prisioneira da literatura por dois anos ou mais, presa em um triângulo formado por enrique vila-matas, roberto bolaño e w.g. sebald, três crianças de robert walser e j.l. borges, é impossível para mim apresentar aqui qualquer coisa além desses três contos que podem ser vistos ou lidos em qualquer ordem”

Dominique Gonzalez-Foerster, texto escrito para acompanhar a instalação Shortstories, exibida na galeria Esther Schipper, Berlim, de 2 a 25 de abril de 2008.

Shortstories Instalação. Consiste em: Gloria, 2008. Marquise, 2007. Parc Central, Taipei, 2000-2008. Instalação audiovisual. Três projetores de vídeo, três amplificadores, oito caixas de som, duas fitas de vídeo HD, um monitor widescreen, uma fita de vídeo digital widescreen, PAL, cor, som estéreo e 5.1, 5’, 5’, 9’. Aquisição, 2009. AM 2009-78. (detalhe) Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Gonzalez-Foerster,Dominique/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

121 Jenny Holzer (Gallipolis, EUA, 1950)

Ensaios inflamáveis, 1979-1984 Textos impressos em offset em 26 folhas coloridas, 43,3 x 43,3 cm. Doação da artista, 1988. AM 1988-542. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Georges Meguerditchian/Dist. RMN-GP. © Holzer, Jenny/Licenciado por AUTVIS, Brasil, 2013

122 Barbara Kruger (Newark, EUA, 1945)

“Acredito que o gênero é deﬁnido biologicamente, enquanto a sexualidade é construída socialmente. Por causa disso, sou propensa a um tipo de otimismo lascivo. Quero questionar as noções de heroísmo e distorcer as convenções que rondam a representação. Tento conseguir isso em vários locais, passando da mobilidade das estradas, à intimidade dos cartões-postais e caixas de fósforo, às páginas das revistas, ao espaço institucionalizado da galeria de arte.”

Barbara Kruger em entrevista a Anders Stephanson. Flash Art, n. 136, outubro de1987, pp. 55-59.

Sem título (Que músculos grandes você tem!), 1986. Fitas autoadesivas e letraset sobre painel acrílico, 152,5 x 208 cm. Aquisição, 1986. AM 1986-251. Foto: Centre Pompidou, MNAM-CCI/Philippe Migeat/Dist. RMN-GP. © Barbara Kruger

123 BIBLIOGRAFIA/BIBLIOGRAPHY

Esta sucinta bibliografia reúne livros, resenhas e artigos, mas não monografias. A categoria “Artes” traz apenas livros publicados a partir de 2000. Para livros publicados antes desse período, os leitores devem consultar a bibliografia completa no site do n.paradoxa: http://www.ktpress.co.uk/ This succinct bibliography records books, reviews and articles but does not include monographs. The Arts category only records books published from the year 2000. For books published before this date, readers may consult the very thorough bibliography on the internet site of the review n.paradoxa: http://www.ktpress.co.uk/

Arquitetura/Architecture Arte/Art

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127 MULHERES ARTISTAS NA COLEÇÃO DO MUSÉE NATIONAL D’ART MODERNE/ WOMEN ARTISTS IN THE COLLECTION OF THE MUSÉE NATIONAL D’ART MODERNE A BAJEVIC Maja BILBAO Tatiana BUSCHER Alma ABAKANOWICZ Magdalena BAK Bertille BINFIELD Julia BUSQUET Danielle ABALLÉA Martine BAKER Kristin BING Ilse BUZDUGAN Constantza ABBOTT Berenice BALLET Élisabeth BINGGUELY-LEJEUNE Ginette ABBOTT Inez Marie BALLOT Clémentine BIRNBAUM Dara C ABRAHAM Janine BALTAR Mireille BLANCHARD María, p. 23 CADIEUX Geneviève ABRAMOVIC´ Marina, p. 33 BANDY Ina BLANK Irma CAHN Marcelle ACCARDI Carla BANERJEE Rina BLASCO Victoria CAHN Miriam ACKER Kathy BARABASH Ruth BLEES Luxemburg Rut CAHUN Claude ADAM Helen BARADUC Jeanne BLOCH Pierrette CALLE Sophie, p. 116 ADNAN Etel BARDEY Jeanne BLOCHER Sylvie CALLIS AEPPLI Eva, p. 90 BARG Barbara BLOK Diana CALY Odette AHTILA Eija-Liisa BARRADA Yto BLOT-DUCREUX Danièle CAMAX-ZOEGGER Marie-Anne AHWESH Peggy BARRIER Christiane BLUCHE-RUNACHER CAMBIER Juliette AKERMAN Chantal BARRY Judith BOCH Cathryn CAMPBELL Louise AL-ANI Jananne BARTANA Yael BOCK Katinka CANTRILL Corinne ALBERT-LASARD Lou BARTEL Beate BOERI Cini CARASCO Raymonde ALBIN-GUILLOT Laure BARTOLANI Judith BOLANDE Jennifer CARPENTIER Marie-Paule ALBUQUERQUE Karla BARTUSZOVÁ Mariá BONNEY Therese CARTER Charlotte ALEXANDROWICZ-HOMOLA BASS Anna BONNOT Agnès CASADESUS Béatrice ALIX Charlotte BATHO Claude BONTECOU Lee CASAS BRULLET Blanca ALLEN Rebecca BEAUCOUSIN Elise BONVICINI Monica CASINIÈRE Joëlle de la ALLORA Jennifer BEAUDOUIN Joséphine BONZON Arièle CASSAN Jackie ALMAN Flavia BEAUVOIR Hélène de BOOKCHIN Natalie CASTELLANO-GULLY ALMEIDA Helena BECK Regina BOOM Irma CASTELLI-FERRIERI Anna ALMY Max BECKMAN Ericka BORNSTEIN Jennifer CATTAN Suzanne AMBROSE Anna BECLEMICHEFF Cleo BOTO Martha CAYO Elsa AMER Ghada BEDIN Martine BOUABDELLAH Zoulikha CELMINS Vija AMERIO Sandy BELEYS Colette BOUCHARD Dominique CHA Theresa Hak Kyung ANDERSON Alice BELIN Valérie, p. 30 BOUDIER Véronique CHAMPION-MÉTADIER Isabelle ANDERSON Beth BELLANGER Monique BOUGHRIET Halida CHANDON Francesca ANDERSON Laurie BELLOIR Dominique BOUMEESTER Christine-Annie CHANG Young-Hae ANDRADE Magda BELLON Denise BOUR Bernadette CHARMY Emilie ANDRADE Sonia, p. 93, 103 BELLUSCI Rossella BOURGEOIS Louise, p. 50, 51 CHAUDESAIGUES Huguette ANDRASEK Alisa BELMONT Ira Jean BOURGET Marie CHELMONSKA Wanda ANDRÉ Rogi BELOFF Zoe BOUTS Marie CHEN Georgette ANTIN Eleanor, p. 31 BENASSI Elisabetta BRADERMAN Joan CHEVALIER Yvonne APPLEBROOG Ida BENAT Laetitia BRANDENBURG Ulla von CHEVALLIER Florence ARBID Danielle BENDER Gretchen BRANDT Marianne CHEVRIER Claire ARBUS Diane, p. 29 BENGLIS Lynda BRATESCU Greta CHILD Abigail ARICKX Lydie BENKTZON Maria BREER Emily CHILDS Lucinda ARNOLD Eve BENNING Sadie BRESLAUER Marianne CHOUB Esther ARNOULD Marthe BENOIS Hélène BRET-ANDRÉ Jacqueline CIARDI Emma ARRADON Monique BENZAKEN Carole BRISAC Muriel CINORRE Karen ARTHUR Bertrand Huguette BERBUTO Augusta BRISBOUT Jeanne CLAISSE Geneviève ASSE Geneviève, p. 67 BEREZOWSKA Grusowo Marja BROMOVA Veronika CLARK Lygia, p. 57 ATASSI Farah BERG Camille BROOKS Ellen CLARKE Shirley ATWOOD Jane Evelyn BERGMAN Anna-Eva BROOKS Romaine CLAUDEL Camille AUERBACHER Dominique BERGSON Jeanne BROWN Gillian CLAVADETSCHER Andrea AULENTI Gae BERNARD Cindy BRUGUERA Tania, p. 92 CLEAVER Kathleen AXELL Evelyne BERNARD Sophie BRUME Marie CLERK Janet AZOULAY Ilit BERTARINI Monti Anna BRUNI Laure-Stella COCQ Suzanne M. Marguerite BHABHA Huma BRUNSCHWIG Colette CODESIDO Julia B BIALA Janice BULLOCH Angela CODREANU Irène B Beth BIEMANN Ursula BUNOUST Madeleine COHEN Lynne BÄCHLI Silvia BIENERT Ida BURNS Marsha COLEMAN Judy BAILLY Dominique BIGO Véronique BURSON Nancy COLLINS Hannah

129 COLUCCI Gabriella (groupe DEMETRAKAS Johanna F GALÁS Diamanda GRAU) DENES Agnes FAHRELNISSA GALIANO Janine CONDIT Cecelia DEREN Maya FALKENSTEIN Claire GALINDO Regina José, p. 85 CONNOR Russel DERMISACHE Mirtha FANCHON Sylvie GALLAGHER Ellen COOK Siân DES GARETS Odette FANDERL Helga GALLIBERT Geneviève COOL Marie DETROYAT Hélène FANNI Tutti Cosey GANZIN Julie COOPER Muriel DEVAUX Frédérique FAURE Elisabeth GARBER Nanette CORNAND Brigitte DEYGAS Florence FAUST Marina GARCIA Dora CORNARO Isabelle DI NOTO Anna (groupe GRAU) FAUX-FROIDURE Eugénie- GARCIA Galan Adriana CORTEZ Jayne DI PRIMA Diane Juliette GARCIN Jenny-Laure CORTLANDT Lyn DIEMER Martine FAVRE Valérie GARDE Anne COSSACEANU-LAVRILLIER DIGNE Rebecca FAYOL Marianne GARGALLO Pierrette Marguerite DIJKSTRA Rineke, p. 33 FEDDEN Mary GASTALDON Vidya COUDRAIN Brigitte DITZEL Nanna FEHR Gertrude GAUCKLER Geneviève COULON Françoise DJORDJADZE Thea FELTEN-MASSINGER GAUTRAND Manuelle COUSINET Marguerite DOAZAN Benoîte FERRER Esther GEA-PANTER COUSTURIER Lucie DOILLON-TOULOUSE FERRY Luce GEESAMAN Lynn COUTAS Évelyne Madeleine FIÈVRE Yolande GEIGER Anna Bella, p. 94 COYNE Alonso Ana DONOVAN Tara FIGGE Eddie GENZKEN Isa CRASSET Matali DORMANDI Olga FIGUERAS Bet GEOFFROY Christiane CUEVAS Ximena DORNER Marie-Christine FILIPPI Corinne GÉRIN Edith CUI Xiuwen DREI Lia FINI Léonor GERRITZEN Mieke CUNNINGHAM Imogen DREIER Katherine S. FINLEY Jeanne GHADIRIAN Shadi DRUMAUX Angelina FINLEY Karen GHAZEL D DUANE Hildegarde FITZGERALD Kit GIANGRANDE Yadwiga D’HEILLY Marcelle DUBELYEW Didi Susan FLANDRIN Marthe GIL-MARCHEX Jeanne-Alice DA VINCI Mona DUCHAMP Suzanne FLEISCHMANN Stasa GILOT Françoise DAKIC Danica DUJOURIE Lili FLEURY Sylvie GILOTTE Maryvonne DAMAS Martine DULAC Germaine, p. 40 FLORDAVID GIOSEFFI Daniela DANGAR Anne DUMAS Marlene FLORENSA GIRARD Andrée DARBOVEN Hanne DUMAS Nora FLOYER Ceal GIROD DE L’AIN Hélène DATHEIL Zdenka DUMITRESCO Natalia FOLDES GLADYS DAUFRESNE Michelle DUPREY DE LA RUFFINIÈRE FONTAINE Cécile GOLDFARB Shirley DAURIAC Jacqueline Guillemette FORESTA Don GOLDIN Nan, p. 87 DAVID Hermine DURAS Marguerite FORISSIER-CHABRIER Nathalie GOLDT Karo DAVIDS Renée DUVAL Cécile FORTUNÉ Maïder GOMES Fernanda DAVIDSON Bessie FOURTINA Anny GONTCHAROVA Natalia DAVIS Sandra E FOX Anna GONZÁLEZ Roberta DE BEVILACQUA Carlotta EFFRONT Nadine FRANCÈS Elsa GONZALEZ-FOERSTER DE BRUYCKERE Berlinda EIZYKMAN Claudine FRANCESCHINI Anna Dominique, p. 121 DE CARO Anita ELEMENTO Nathalie FRANCK Martine GORDON Kim DE CLERCQ Anouk ELENA Muriel FRANCKEN Ruth GORDON MOORE Coco DE COENE Cecile ELETA Sandra FRANKENTHALER Helen Hayley DE COSTER Germaine ELLENA Véronique FRASER Andrea, p. 106 GOURVITCH Colette DE DECKER Marie-Laure ELUARD Nusch FREIMAN Lillian GOYO Vero DE JONG Constance EMIN Tracey FREJE Ulla Britta GRABE Ida DEAN Tacita EPSTEIN Elizabeth FREUND Gisèle GRAMATZKI Eve DEBAINS Thérèse ERKMEN Ayse FRIEDMANN Gloria GRAS Janie DÉCORET Marie-Noëlle ESS Barbara FRIEDRICH Su GRAVES Nancy DEFEO Jay ETRA Louise FRONT Design GRAY Eileen DEFRAOUI Silvie EVERBERG Kristen FRYDMAN Monique GREEN Renée DEGUELLE Anne EVINER Inci FUNKE Stern Monika GREENHOLZ Marnie DELAUNAY Sonia, p. 20, 21, 22 EXPORT VALIE, p. 76, 107 GREIMAN April DELEPORTE Anne EXTER Alexandra G GRIMONT Gisèle DELGOBE-DENIKER Marguerite GABOR Marianne GRÖLL Henriette DELPRAT Hélène GAGE Jenny GROOVER Jan DELVAUX Claudine GAILHOUSTET Renée GROSSE Katharina

130 GUASTALLA Hélène HYATT-HUNTINGTON Anna KLONARIS Maria LEE Iara GUERILLA GIRLS, p. 108 HYVRARD Colette KMENTOVA Eva LEGROS Marie GUILLEMINOT Marie-Ange, KNOLL BASSET Florence LEHMANN Aude GUNNING Lucy I Margaret LEHNDORFF Vera IANNONE Dorothy KNOOP Guitou LEIRNER Felicia H IDEMITSU Mako KNORR Karen LEMAITRE Marie-Louise HAAS Hélène IGLESIAS CRISTINA KNOWLES Alison LEMPICKA Tamara de HADAD Marie IKEMURA Leiko KNUTSON Greta LENNARD Elizabeth HADID Zaha Architects IKEMURA Leiko KOBRO Katarzyna LENNARD Erica HADJITHOMAS Joana INGRAND Paule KOLÁROVÁ Bélá LENZ Anette HAGEDORN Jessica ITURBIDE Graciela KOLATAN Sulan LEON Amanda de HAHN Clarisse IVEKOVIC´ Sanja, p. 92 KOO Donghee LÉON ARÉVALO Glenda HAKOLA Marikki KOO JEONG-A LEONARD Zoe HALICKA Alice, p. 37 J KOPYSTIANSKY Svetlana LEROY Jeannette HALLÉ Kiuston JACOB Elisabeth KORSAKOVA Alexandra LESNIAK Rose HAMMER Barbara JACOB Wendy KRAUT Rochelle LESUEUR Natacha HARRY Debbie JACOBI Lotte Johanna KRETSCHMER Annelise LEVERTOV Denise HARTMANN Olga von JAFFE Shirley KRUGER Barbara, p. 123 LEVINE Sherrie, p. 110, 111 HARVEY Annie JAISHO Kita KRULL Germaine LEVITT Helen HASEGAWA Itsuko JANICOT Françoise KRUUSE Maria Elba LEVRANT DE BRETTEVILLE HATOUM Mona JANIN Louise KRYSTUFEK Elke Sheila HAY Deborah JANSSENS Ann Veronica KUBELKA BONDY Friedl LEWITSKA Sophie HÉBERT-COËFFIN Josette JARBOE KUBISCH Christina LEYDEN Karin HEILIGER Linda JARMAN Ruth KUBOTA Shigeko LEYKAUF Alexandra HEIN Birgit JAROUSSE Isabelle KUCEROVA Alena LHEUREUX Christelle HELENIUS Esther JOHNSON Tore Yngve KURTAG Judit LICHTENBERG-ETTINGER HELLERMANN Sophie von JONAS Joan KUSAMA Yayoi Bracha HELM Dörte JORDAN-ROMAN Véronique KWASNIEWSKA Barbara LICKO Zuzana HENRI Florence JORGENSEN Monique KYGER Joanne LILLY-STEINER HENROT Camille JOUBERT Andrée Marguerite LIM Minouk HÉRAULT Isabel JOUCLARD Adrienne L LIPSKA Sarah HERVIEU Louise JOUMARD Véronique LACOUTURE Anne LISLEGAARD Ann HES YASSOUR Penny JOUVE Valérie LAFONT Suzanne LIZA HESSE Eva JUGNET Anne Marie LAI Maria LOEB Janice HESSIE JULIEN Marie-Thérèse LAILLARD Jeanne LOGUE Joan HEYL Charline von JULLIEN Béatrice LALANNE Claude LOKTEV Julia HEYWARD Julia JÜRGENSSEN Birgit, p. 103 LALIQUE Suzanne LOOPUYT Mena Elizabeth HICKS Sheila LALOT Véronique LOPES-CURVAL Catherine HILLER Suzanne K LAMBA Jacqueline LORENTOWICZ Irena HIRSCHBERGER Stéphane KAHLO Frida, p. 24 LAMIEL Laura LOUGUININE-WOLKONSKY HLADIKOVA KANDEL Leonore LANDAU Ergy LOUPPE Marguerite HOBAN Tana KANDO Ata LANDAU Sigalit, p. 91 LOUTZ Frédérique HÖCH Hannah KANNISTO Sanna LANDOWSKI Francoise LOWDER Rose HOEPPE Noëlle KARE Susan LAPITHI SHUKUROGLOU Lia LUBLIN Lea HÖFER Candida KARELLA Marina LAROCHE Suzanne LUCAS Cristina HOFFMAN Malvina KAREN LAROZE Jeanne LUCAS Sarah HOFKEN-HEMPEL Annie KAYSER Gabrielle Marie LASSERRE Juliette LUKA Madeleine HOLZER Jenny, p. 122 KEEN Andrea LASSNIG Maria LUKSCH Manu HOMOLKA Florence KERR Barbara LAURENCIN Marie, p. 36 LUNCH Lydia HOPF Sonja KHATTARI Majida LAVERNE Erwine LUNDQVIST Cecilia HORN Rebecca KHEDOORI Toba LAVERNE Estelle LUTTER Vera HORN Roni KHURANA Sonia LAVERRIÈRE Janette LYDIS Mariette HOWE Susan KIM Soun-Gui LAWLER Louise HUGGINS Erica KING Eleanor LAZAR Florence M HUGO Valentine KIRSCH Andrea LAZARD Danièle MAAR Dora HUTCHINS Alice KIVLAND Sharon LE BARON Maïce MACKINNON Sine HUWS Bethan KLONARIDES Carole Ann LE BERRE Maryl MAGLIONE Milvia

131 MAIOLINO Anna Maria, p. 95 MINCK Bady NICOLA L. PAUVERT Odette Marie MAKOVSKA Elisabeth MINUJIN Marta, p. 95 NICOLLE Lucie PÊCHEUR Anne-Marie MALANI Nalini MITCHELL Joan, p. 56 NICOLOSI Patrizia (groupe PEJUS Marie MALCOLM Thalia MIZUTANI Eisuke GRAU) PENALBA Alicia MALIOUTINA O. MODEL Lisette NIEPCE Janine PENSATO Joyce MALLO Maruja MOFFATT Tracey NISIC Natacha PERDRIAT Hélène MALTZAN Gudrun von MOHOLY Lucia NITSCHOVA Luduska PEREG Nira MANCUSO Maria MOLNAR Vera, p. 68 NIVOULIES DE PIERREFORT PERRIAND Charlotte MANGOLTE Babette MONK Meredith Marie Anne Alph PERRIN Carmen MANN Kathleen MONTIEL Rozane NOËL Jeanne PETIT Chantal MANOS Constantine MOON Sarah NOIREL Marguerite PETROVA Nadia MARCHESSAULT Janine MOOREN Maureen NOTHHELFER Gabriele PÉTROVITCH Françoise MARIE-LAURE MOORMAN Charlotte NUNEZ DEL PRADO Marina PEUGNIEZ Pauline MARIN-TROTTIN Emmanuelle MORATH Inge NYST Danièle PEYTON Elizabeth MARION-VALENTINE MORGAN Barbara PEZOLD Friederike MARIOTTE Yvonne MORGAN Claire O PHOCAS Suzanne MARIXA MORGAN Edith O’BRADY Gertrude PIENE Chloe MARK Mary Ellen MORGAN-SNELL O’DORE PIFFARD Jeanne Ermine MARKS Caroline MORI Ikue O’HEARN Karen PINK Lutka MARRE Hélène MORI Mariko O’KEEFFE Georgia PINKEL Sheila MARSH Georgia MORRIS Sarah O’LOUGHLIN Christine PINÓS Carme MARSHALL Maria MORSTADT Anna O’NEILL Rose C. PIPER Adrian MARTI Stéphane MOSBACH Catherine OCHSE Louise PITOISET Emilie MARTIN Agnes MOSCU-MELINTE ODILON Alice PIVI Paola MARTIN Olive MOSES Grand’ma OGASAWARA Miwa PLAPINGER Lizzy MARTINE MOTTET Yvonne OLIVEROS Pauline PLATH Sylvia MARTINEZ-CANAS Maria MOURAUD Tania ONO Yoko PLISKOVA Nadezda MARTINIE Berthe MOUTIA Noëlle ONODERA Yuki PODOLSKI Sophie MARTIROSYAN Nora MRÉJEN Valérie OPPENHEIM Kristin POGLIANI Antonietta MARYE Simone MUENTER Gabriele OPPENHEIM Meret, p. 42 PONDICK Rona MARY-GEORGE MUGOT Hélène OPSOMER Els P-ORRIDGE Paula MASCHERPA Michèle MUHOLI Zanela ORENSANZ Marie POSENENSKE Charlotte MASON T. Kelly MULLER Juana ORLAN, p. 75 POUPELET Jane MATISSE Marguerite MULVEY Laura ORLOFF Chana POUTAYS Marie-Françoise MATTUSCHKA Mara MUNOZ Rosa OSTLIHN Barbro PRATSEVALL Germaine MATVEEVA-NIBIRU Valeria MÜNZER Kate OSTROVSKY Vivian PRAX Valentine MAXWELL Stéphanie MURRAY Alison OWADA Keiko PREISWERK Gertrud MAYER Bernadette MURTIN Pascale OWEN Maureen PRINNER Anton MAYER HARRISON Helen MUTER Mela OWENS Laura PRINZGAU MAZIN Rosine MYZNIKOVA Galina OWENS Rochelle PROBST Barbara MCQUISTON Liz OXMAN Neri PROFILLET Anne-Marie MÉHADJI Najia N PUSHPAMALA N. MEISELAS Susan N’THÉPÉ Françoise P MELIKIAN Nathalie NADJA PACANOWSKA Felicia Q MELLIER Fanette NAGASAWA Setsuko PAGAVA Véra QUARANTE Danielle MENDIETA Ana, p. 84 NALBACH Johanne PAN Marta QUARDON Françoise MENINI Fiorenza NASHASHIBI Rosalind PAN Yuliang MENKEN Mary NEDELEC Michèle PANE Gina, p. 77 MERTENS Stella NEGRO Marylène PAPE Lygia, p. 69 R MESSAGER Annette, p. 117 NEMOURS Aurélie, p. 63, 64, 65 PARADEIS Florence RADIGUE Eliane METAYER Nicole NESHAT Shirin PARENTE Letícia, p. 93 RAE Fiona MEYER Eva NESSIM Suzanne PARKER Claire RAFTO Bella MEZEROVA Juliana NEUENSCHWANDER Rivane, PARKER Cornelia RAHBAR Sara MIAILHE Mireille p. 120 PARKINSON Mary-Ann RAINER Yvonne MICHEL Ariane NEVELSON Louise, p. 52 PARODI Christiane RAMBOZ Eve MIÉVILLE Anne-Marie NIAGARA PATTUELLI Cesarina RAPP Ginette MILLS Mariette NICHOLSON Florence T. PAU Ellen RAVLIN Grace

132 RAYMOND Marie SALMON Françoise SOOJA Kim TISON Frédérique RAYNAL Jackie SALMON Jacqueline SORIA Claude de TOMPKINS Betty REBAY Hilla SAMAHA Hisham SOSHANA TOMPKINS Lawrence REBET Christine SANDERS Angela SOSNOWSKA Monika TOREY Claude RECAMIER Gabrielle SARFATI Lise SOULOU Christina TORFS Ana REICHELT Elfriede SAVAGE Naomi SOUPAULT Ré TOULEMONDE Muriel REIGL Judit SCHÄFER Marie-Céline SPERO Nancy TOURTE Marie Suzanne REIST Delphine SCHAPERO Mindy SPITZER Marthe TOYEN Marie RENAUDIE Jean SCHENDEL Mira SPOELSTRA Renée TRACEY Andrée RENNÓ Rosângela p. 119 SCHEPER Lou SQUATRITI Fausta TRIBEL Annie RENO Irène SCHER Julia STARITSKY Anna TRIET Justine RENOUF Edda SCHMIDT-NONNE Hélène STARR Georgina TRIGGS Teal REUCHLIN Henriette SCHNEEMANN Carolee, p. 86 STEELE Lisa TRINH T. Minh-Ha REUPKE Rachel SCHNEIDER Anne-Marie STERBAK Jana TRIPP Caecilia REVEL Camille SCHNEIDER Karin STERN Irma TROCKEL Rosemarie REYNAUD DEWAR Lili SCHOU ANDERSEN Karin STIDWORTHY Imogen TROPP Gloria RHEIMS Bettina SCHREIBER Lotte STIRLING Liz TROUVÉ Tatiana RHODES Lis SCHWARZ-BERG STOCKHOLDER Jessica TRYGGVADOTTIR Nina RHODIA SCHWENTNER Michaela STÖLZL Gunta TSCHÄPE Janaina, p. 44, 45 RICCI LUCCHI Angela SCHWOB Suzanne STORCK TSÉ & TSÉ RICHIER Germaine, p. 43 SCIALFA Patti STRAND Clare TSE Su-Mei RICKETT Sophy SCUDDER Janet STRBA Annelies TURBEVILLE Deborah RIFKA Judy SEDIRA Zineb STRÖM Annika TURSIC Ida RIJ-ROUSSEAU Jeanne SEJIMA Kazuyo STRUNZ Katja TYKKÄ Salla RILEY Bridget SELMERSHEIM Jeanne SUDRE Laurence TYSZKIEWICZ Teresa RINGART Nadja SELZ Dorothée SULLIVAN Connie TZIGARA Anna RIPLEY FAIRFIELD PERKINS SEMPÉ Inga SUMNER Maud Lucy SÉRAPHINE DE SENLIS SUZY-NAZE U RIST Pipilotti, p. 32 SEREBRIAKOVA Zenaïde SZAPOCZNIKOW Alina UEDA Mai RISTELHUEBER Sophie SEYRIG Delphine SZÉKÉLY-KOVACS Olga UHDE Anne-Marie RIVES Amélie SHAH Tejal ULTRA VIOLET RIX Nicholas SHANNON Susanna T URSULA ROCHAT Gilberte SHERMAN Cindy TAEUBER-ARP Sophie ROCKLINE Vera SHIOMI Mieko (Chieko TAGLIABUE Benedetta V ROESKENS Till SHIOTA Kaori TAJIRI Rea VALADON Suzanne, p. 28 ROGER Suzanne SHONNARD Eugenie F. TAKANO Aya VALAY Florence ROGER-VIOLLET Hélène SHORE Bethea E. TAKATSUKI Akiko VALENTINI Clara ROSENBACH Ulrike SHUKUROGLOU Lia Lapithi TALEC Nathalie VALORE Lucie ROSENTHAL Rachel SILBERG Rose TAN Fiona VAN EETVELDE Catharina ROSLER Martha, p. 101 SILLARD Brigitte TANAKA Atsuko VAN WARMERDAM Marijke ROTARU Irina SILVER Shelley TANDBERG Vibeke VAPPEREAU Ghislaine ROTHSCHILD Judith SIMON Jeanne TANNING Dorothea, p. 100 VARDA Agnès ROUBAUD Alix Cléo SIMON Taryn TEMPLE-BIRD Kathleen E. VARELA Cybèle, p. 66 ROUDENKO-BERTIN Claire SIMOTOVÁ Adriena TENNESON Joyce VARO Remedios ROUSSET Martine SIMPSON Lorna TESTUT Anne VÁSQUEZ DE LA HORRA Sandra ROUSSOPOULOS Carole SINGH Dayanita THACHER Barbara VASSEREAU Magdaleine ROY Donatienne SKAER Lucy THADEN Barbara VASULKA Steina ROZANKOVA-DRABKOVA Marta SKOGLUND Sandy THATER Diana VATAMANU Mona RUDELIUS Julika SMIECHOWSKA Krystina THEMERSON Franciszka VAUTIER Renée RUDOLPH Charlotte SMITH Alexis THERMES Laura VELASCO Rosario de RUOTSALA Maria SMITH Kiki THIRACHE Marcelle VENA-MONDT RUSSEL Georgie SMITH Patti THOMADAKI Katerina VERDIER Fabienne SMITH Seton THORNE-THOMSEN Ruth VERGIER Françoise S SMITHSON Alison THORNTON Leslie VIEIRA DA SILVA Maria Helena, SAINT PHALLE Niki de, p. 102 SOCQUET Jeanne THURNAUER Agnès, p. 109 p. 25, 39, 53-55 SAITO Takako SOMERS Wieki TIANO Christina VIGNELLI DESIGN SALERI Kristin SONNEMAN Eve TIROUFLET Monique VIGNES Michelle

133 VILLANUEVA Lewis WILSON-PAJIC Nancy VILLESEN Gitte WIRTZ-DAVIAU Bernadette VILLIGER Hannah WOODMAN Francesca, p. 40 VISSOULTCHEVA Kerasa WREDE Marie Elisabeth VITART Myrto WULFFEN Amelie von VOBISOVA Karla VOLLE Annick X VONTHRON Manuele XENAKIS Mâkhi VOYEUX Martine VRONSKI Rosie Y YALTER Nil, p. 118 W YAMPOLSKY Marianne WADDINGTON Laura YLLA WAHL Marcelle YOUNG Carey WAKOSKI Diane WALDMAN Martha WALKER Kelley Z WALTER Zoum-Julienne ZASK Caatatherine WALTERNAU Isabelle ZAUSNER Holly WARBOYS Jessica ZAY Jacqueline WEGENER Gerda ZEDEC Thalia WEISS Sabine ZITRONOVA WELLS-MOTT Kappy ZONG Elena WENNBERG Teresa ZUBEIL Francine WÉRY MARTHE, p. 62 ZURUNIC CUVAI Roksana WESTENDORP-OSIECH Betsy WESTERKAMP Hildegard WEYHER Suzanne WHITEREAD Rachel WHITNEY Gertrude WILD Lorraine WIEDER Iona WILKE Hannah, p. 78 WILKINS-NACHT Elﬁe

134 A EXPOSIÇÃO NO CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL RIO DE JANEIRO/THE EXHIBITION AT THE CENTRO CULTURAL BANCO DO BRASIL RIO DE JANEIRO

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137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 OBRAS EXPOSTAS/WORKS IN THE EXHIBITION

Marina Abramovic, Ulay (1946) Sonia Andrade (1935) Libertando o Corpo/Freeing the Body, 1976 Sem título/Untitled, 1977 Antologia de Performances/Performance Betacam digital, PAL, preto e branco, som mono/ Anthology 1975-1980 Digital Betacam, PAL, black and white, mono sound U-matic (x3), PAL, preto e branco, som/U- Aquisição em/Acquired in 2008 matic(x3), PAL, black and white, sound AM 2008-57 Aquisição em/Acquired in 1991 AM 1991-57 Eleanor Antin (1935) O Rei/ The King,1972 Marina Abramovic, Ulay (1946) Vídeo preto e branco, sem áudio, produzido a Arte deve ser bela... artista deve ser bela/Art partir de ﬁlme 16 mm/Black and white video, no must be beautiful... artist must be beautiful, 1975 audio, made from a 16mm ﬁlm Antologia de Performances/Performance Centre National des Arts Plastiques, comodato Anthology, 1975-1980 ao Musée national d’art moderne em/Centre Vídeo, PAL, preto e branco, som/Video, PAL, National des Arts Plastiques, on loan to the Musée black & white, sound, 14’05’ national d’art moderne in 2008 Aquisição em /Acquired in 1981 FNAC 07-526 AM 1991-57 Eleanor Antin (1935) Eva Aeppli (1925) Pintura Representacional/Representational Grupo de 13 - Homenagem à Anistia Painting, 1971 Internacional/Group of 13 – Homage to Amnesty Betacam digital, PAL, preto e branco/Digital International, 1968 Betacam, PAL, black and white Seda, paina, algodão, veludo, ferro, madeira/Silk, Aquisição em/Acquired in 2010 kapok, cotton, velvet, iron, wood AM 2010-188 Doação da Centre Pompidou Foundation em 2008 (doação de Samuel D. Mercer a Diane Arbus (1923-1971) Georges Pompidou Art and Culture Foundation Travesti em baile drag/Transvestite at a Drag Ball, em 1992)/Donated by the Centre Pompidou N. York, 1970 Foundation in 2008 (donated by Samuel Prova em gelatina e sal de prata/Gelatin and D.Mercer to the Georges Pompidou Art and silver salts print, 3/75, 1978 Culture Foundation in 1992) Aquisição em/Acquired in 1979 AM 2008-174 AM 1979-397

Sonia Andrade (1935) Diane Arbus (1923-1971) Sem título/Untitled,1975 Menina Sentada na Cama sem Camiseta/Girl Sitting Betacam digital, PAL, preto e branco, som in Her Bed with Her Shirt Off, N. York, 1968 mono/Digital Betacam, PAL, black and white, Prova em gelatina e sal de prata/Gelatin and mono sound silver salts print 4/75, 1978 Aquisição em/Acquired in 2008 Aquisição em/Acquired in 1979 AM 2008-56 AM 1979-387

147 Diane Arbus (1923-1971) Aquisição pelo Estado, atribuição/Purchased by uma capa, uma página com título, uma página Homem Sentado com Sutiã e Meias/Seated Man the State, attribution, 2008 com epígrafe e um atestado de tiragem (com in Bra and Stockings, N. York, 1967 AM 2009-52 colofon), 30 de novembro de 1970/Portfolio with Prova em gelatina e sal de prata/ 5/75/Gelatin a series of ten prints, one cover, one title page, one and silver salts print, 1978 Tania Bruguera (1968) epigraph page and a certificate of the number of Aquisição em/Acquired in 1979 Meu país, tão jovem, não sabes definir! (extrato copies, with colophon, November 30, 1970 AM 1979-384 5 da série A Ilha em Peso)/Country of Mine, So Doação em/Donated in 1976 Young, Knowest Not to Define! (part 5 of the series AM 1976-103 (de 1 a 11)/(1 to 11) Geneviève Asse (1923) The Island in Full), 2001 Atlântico/Atlantic, 1995 Betacam SP, PAL, preto e branco, som/Betacam Sonia Delaunay (1885-1979) Óleo sobre tela/Oil on canvas SP, PAL, black and white, sound Poesia de palavras, poesia de cores/Word Poetry, Doação da artista em/Donated by the artist in 1996 Edição 2/5, uma prova de artista/Edition 2/5, Color Poetry, 1961 AM 1996-575 one artist proof Estêncil e guache sobre papel Rives 39/80/ Aquisição em/Acquired in 2005 Stencil and gouache on Rives paper 39/80 Valérie Belin (1964) AM 2005-230 Portfólio com uma sequência de seis pranchas, Sem título/Untitled, 2003 uma página com título, sete páginas de poemas, Prova em gelatina e sal de prata 2/3/Gelatin and Sophie Calle (1953) um atestado em caixa de lona, 12 de março de silver salts print 2/3 O Hotel/The Hotel, 1981-1983 1962/Portfolio with a series of six prints, on title Aquisição em 2005/Acquired in 2005 Provas cromógenas laminadas sobre papel page, seven pages of poems, one certificate, in a AM 2005-249 e texto, provas em gelatina e sal de prata canvas box, March 12, 1962 laminadas sobre papel, um texto/Chromogenic Doação da artista em/Donated by the artist in María Blanchard (1881-1932) prints laminated on paper and text, gelatin and 1976 Seja Comportada ou Joana d’Arc, 1917/Behave silver salts prints laminated on paper, a text AM 1976-101 (de 1 a 6)/(1 to 6) Yourself or Joan of Arc, 1971 Aquisição em/Acquired in 2000 Óleo sobre tela/Oil on canvas AM 2000-9 (de 1 a 8)/(1 to 8) Rineke Dijkstra (1959) Aquisição/Acquired in 1951 Hilton Head Island, S.C., EUA, 24 de junho, AM 3096 P Lygia Clark (1920-1988) 1992. Caranguejo/Crab, 1960 Fotografia cibachrome, tiragem de seis Louise Bourgeois (1911-2010) Chapas de alumínio articuladas por dobradiças/ exemplares/Cibachrome photo, edition of six Sem título, 1989/Untitled, 1989 Aluminium plates articulated by hinges copies Tinta vermelha e linha azul costurada sobre Comodato a Centre Pompidou Foundation Aquisição em/Acquired in 2000 papel/Red ink and blue thread sewn on paper (promessa de doação de Estrellita e Daniel AM 2000-150 Aquisição em/Aquired in 1993 Brodsky a Centre Pompidou Foundation)/On AM 1993-97 loan to the Centre Pompidou Foundation in Germaine Dulac (1882-1942) 2009 (donation promised by Estrellita and Daniel A concha e o clérigo/The Shell and the Louise Bourgeois (1911-2010) Brodsky to the Centre Pompidou Foundation) Clergyman, 1927 Sem título/Untitled, 1949 AM 2009-DEP 2 Filme 35 mm, preto e branco, sem áudio (roteiro Tinta sobre papel/Ink on paper Antonin Artaud)/35mm film, black and white, no Aquisição em/Acquired in 2008 Sonia Delaunay (1885-1979) audio (screenplay by Antonin Artaud) AM 2009-53 Ritmo cor/Rhythm Color, 1959-1960 Aquisição em/Acquired in 1986 Óleo sobre tela/Oil on canvas AM 1986-F1089 Louise Bourgeois (1911-2010) Doação de Sonia e Charles Delaunay em/ Sem título/Untitled, 1950 Donated by Sonia and Charles Delaunay in 1964 VALIE EXPORT (1940) Nanquim sobre papel/India ink on paper AM 4097 P Tapp e Taskino/Tapp and Taskino, 1968 Aquisição em/Acquired in 1993 De Cinema Tátil/From Touch Cinema AM 2009-54 Sonia Delaunay (1885-1979) Betacam digital, PAL, preto e branco, som/ Jovem italiana/Young Italian Woman, 1970 Digital Betacam, PAL, black and white, sound Louise Bourgeois (1911- 2010) Óleo sobre tela/Oil on canvas Aquisição em/Acquired in 2004 Sem título/Untitled, 1951 Doação de Sonia e Charles Delaunay em/ AM 2004-412 Tintas sobre papel/Inks on paper Donated by Sonia and Charles Delaunay in 1964 Aquisição em/Acquired in 1993 AM 4088 P VALIE EXPORT (1940) AM 2009-55 Körperkonfiguration, Zuhuckug/1972-1976 Sonia Delaunay (1885-1979) Provas em gelatina e sal de prata/Gelatin and Louise Bourgeois (1911- 2010) Comigo mesma/With Myself, 1970 silver salts prints Sem título/Untitled, 1949 Água-forte sobre papel XII/XX/Etching on paper Conjunto de quatro fotografias/Set of four photos, Tinta sobre papel/Ink on paper XII/XX 1972-1976 49 x 32.5 cm Portfólio com uma sequência de dez pranchas, Edições 1/3 e 2/3/Editions 1/3 and 2/3

148 Aquisição em Acquired in 2007 O Oscar anatomicamente correto/The Barbara Kruger (1945) AM 2008-4 (de 1 a 4)/(1 to 4) Anatomically Correct Oscar Sem título (Que músculos grandes você tem!)/ Pôster de cinema O Nascimento do Feminismo/ Untitled (What big muscles you have!), 1986 Andrea Fraser (1965) The Birth of Feminism Movie Poster Fitas autoadesivas e letraset sobre painel de Destaques do museu: uma conversa na galeria/ Caríssimo colecionador de arte/Dearest Art acrílico (self-adhesive stripes and letraset on Museum Highlights: A Gallery Talk, 1989 Collector acrylic panel)/Self-adhesive stripes and letraset on U-Matic PAL, cor, som/U-Matic PAL, color, sound Na Europa é pior ainda/It’s Even Worst in Europe acrylic panel Aquisição em/Acquired in 1997 As mulheres precisam estar nuas para entrar no Aquisição em/Acquired in 1986 AM 1997-30 Museu Metropolitan?/Do Women Have to be AM 1986-251 Naked to Get Into Metropolitan Museum? Regina José Galindo (1974) Teste surpresa/Pop Quiz Sigalit Landau (1969) Ponto cego/Blind Spot, 2010 Racismo & Sexismo/Racism &Sexism Bambolê farpado/Barbed Hula, 2000 Vídeo, documentação de performance/Video, Boletim de 1986 das Guerrilla Girls/Guerrilla Um videoprojetor, dois alto-falantes, um vídeo, performance documentation Girls’ 1986 Report Card PAL, cor, som, uma edição para museu + 18 17’02’’ Impressão digital/Digital print edições, nenhuma edição de artista/One video Edição/Edition 5/5 Centre Pompidou, Musée nacional d’art projector, two speakers, one video, PAL, color, Foto: Edna Sandoval/Photo: Edna Sandoval moderne, Paris sound, one museum edition + 18 editions, no Video: José Juárez AP Guer. 7. GF artist edition Aquisição em/Acquired in 2006 Anna Bella Geiger (1933) Alice Halicka (1895-1974) AM 2006-79 Brasil nativo, Brasil alienígena/Native Brazil, Praça da Concórdia/Concord Place, 1933 Alien Brazil, 1977 Óleo sobre tela/Oil on canvas Marie Laurencin (1883-1956) Cartões-postais impressos em suporte de Aquisição do Estado e atribuição em/Acquired Bailarina deitada/Lying Dancer, 1937 plástico/Postcards printed on plastic support by the State in 1938 and attributed in 1938 Óleo sobre tela (oil on canvas)/Oil on canvas Aquisição em /Acquired in 1980 JP 855 P Aquisição do estado em 1937 e atribuição AM 1980-522 em 1938/Acquired by the State in 1937 and Jenny Holzer (1950) attributed in 1938 Anna Bella Geiger (1933) Ensaios inflamáveis/Inflammatory Essays, AM 2162 P Mapas elementares III/Elementary Maps III, 1979–1984 1976-1977 Textos impressos em 26 folhas coloridas/Offset Sherrie Levine (1947) Betacam digital, PAL, cor, som/Digital Betacam, printed texts on 26 different coloured sheets Segundo Walker Evans: 1-22/After Walker PAL, color, sound Doação artista/Donated by the artist, 1988 Evans: 1-22, 1981 Aquisição em/Acquired in 2010 AM 1988–542 Prova em gelatina e sal de prata/Gelatin and AM 2011-377 silver salts print Sanja Ivekovic (1949-) Quatro fotografias em preto e branco/Four black Nan Goldin (1953) Cortes Pessoais/Personal Cuts, 1982 and white photos Batimento do coração/Heartbeat, 2000-2001 Betacam digital, PAL, cor, som/Digital Betacam, Comodato a Centre Pompidou Foundation Aquisição em/Acquired in 2001 PAL, color, sound em 2009 (doação de James Welling e Jane AM 2001 -135 Aquisição em/Acquired in 2005 Weinstock em 2009)/On loan to the Centre AM 2005-213 Pompidou Foundation in 2009 (donated by James Dominique Gonzalez-Foerster (1965) Welling and Jane Weinstock in 2009) Shortstories: Gloria, 2008; Marquise, 2007; Parc Birgit Jürgenssen (1949-2003) AM 2010-DEP 7 (de 1 a/to 4) Central Taipei, 2000-2008 Ich Möchte Hier Raus! [Eu Quero Sair Daqui]/I Três videoprojetores, três amplificadores, oito Want to Get Out of Here!, 1976 Anna Maria Maiolino (1942) alto-falantes, dois vídeos em HD 16/9, um vídeo Impressão vintage, cópia única/Vintage print, Entrevidas 16/9 convertido para 4/3, PAL, cor, som estéreo single copy Da série Fotopoemação, foto: Henri Virgil Stahl, e 5.1/Three video projectors, three amplifiers, eight Aquisição em/Acquired in 2010 1981/From the series Fotopoemação, photo: Henri speakers, two HD 16/9 videos, one 16/9 video AM 2010-213 Virgil Stahl, 1981 converted to 4/3, PAL, color, stereo sound and 5.1 Provas digitais, edição 1/3/Digital prints, edition 1/3 Edição 1/3 + duas provas de artista/Edition 1/3 Frida Kahlo (1907-1954) Doação de José & Andrea Olympio Pereira em + two artist proofs O quadro/The Frame, 1938 2011/Donated by José & Andrea Olympio Pereira Aquisição em/Acquired in 2009 Óleo sobre alumínio, vidro e moldura de in 2011 AM 2009-78 madeira pintada/Oil on aluminium, glass and AM 2011-122 (de 1 a/to 3) painted wood frame Guerrilla Girls Aquisição do Estado e atribuição em/Acquired Ana Mendieta (1948-1985) As vantagens de ser uma artista mulher/The by the State and attributed in 1939 Sem título (Pedaço de frango)/Untitled Advantages of being a Woman Artist JP 929 P (Chicken Piece Shot), 1972

149 Betacam digital, NTSC, cor, sem áudio/Digital Aurélie Nemours (1910-2005) Rivane Neuenschwander (1967) Betacam, NTSC, color, no audio Xilofone/Xylophone, 1986 (em colaboração com Sergio Neuenschwander)/ Comodato a Centre Pompidou Foundation em Tinta vinílica sobre papel/Vinyl ink on paper (in collaboration with Sergio Neuenschwander) 2009 (doação de Raquelin e Ignacio Mendieta Doação da artista em/Donated by the artist in 2003 Domingo/Sunday, 2010 à Centre Pompidou Foundation)/On loan to the AM 2003-514 Um projetor HD, um amplificador, quatro Centre Pompidou Foundation in 2009 (donated alto-falantes, um subwoofer, um vídeo, by Raquelin and Ignacio Mendieta to the Centre Aurélie Nemours (1910-2005) HDCAM SR, 16/9, cor, som estéreo/One Pompidou Foundation) Arco I/Arc I, 1977 HD projector, one amplifier, four speakers, one AM 2009-DEP 7 Tinta vinílica sobre papel/Vinyl paint on paper subwoofer, one video, HDCAM SR 16/9, color, Doação da artista em/Donated by the artist in 2003 stereo sound Ana Mendieta (1948-1985) AM 2003-460 Edição 3/8 + duas provas de artista/Edition 3/8 Sem título (Sinais de sangue # 2/Rastros + two artist proofs corporais), março de 1974/Untitled, (Blood Sign Aurélie Nemours (1910-2005) Doação da Société des Amis du Musée national #2/ Body Tracks), March 1974 Arco II/Arc II, 1977 d’art moderne com participação do Pinta Betacam digital, NTSC, cor, sem áudio/Digital Tinta vinílica sobre papel/Vinyl paint on paper Museum Acquisition Program em 2012, projeto Betacam, NTSC, color, no audio Doação da artista em/Donated by the artist in 2003 para a arte contemporânea de 2011/Donated Comodato a Centre Pompidou Foundation em AM 2003-461 by the Société des Amis du Musée national d’art 2009 (doação de Raquelin e Ignacio Mendieta moderne with the participation of the Pinta à Centre Pompidou Foundation)/On loan to the Aurélie Nemours (1910-2005) Museum Acquisition Program in 2012, project for Centre Pompidou Foundation in 2009 (donated Arco III/Arc III, 1977 contemporary art of 2011 by Raquelin and Ignacio Mendieta to the Centre Tinta vinílica sobre papel/Vinyl paint on paper AM 2012-91 Pompidou Foundation) Doação da artista em/Donated by the artist in 2003 AM 2009-DEP 16 AM 2003-462 Louise Nevelson (1900-1988) Reflexões de uma cascata I/Reflexions of a Annette Messager (1943) Aurélie Nemours (1910-2005) Waterfall I, 1982 Minhas pequenas efígies/My Small Effigies, 1988 Arco IV/Arc IV, 1977 Madeira pintada e espelhos/Painted wood and Pelúcias, fotografias em preto e branco sob Tinta vinílica sobre papel/Vinyl paint on paper mirrors vidro, lápis de cor sobre parede/Plush, black and Doação da artista em/Donated by the artist in Doação de Arnold Glimcher em/Donated by white photos under glass, colored pencil on wall 2003 Arnold Glimcher in 1985 Aquisição em/Acquired in 1988 AM 2003-463 AM 1985-504 AM 1988-1181 Aurélie Nemours (1910-2005) Meret Oppenheim (1913-1985) Marta Minujin (1941) Sem título (V 7)/Untitled (V 7), 1981 Morrer à noite/To Die at Night, 1953 Colchãozinho/Small Mattress, 1963 Tinta vinílica sobre papel/Vinyl paint on paper Guache e óleo sobre papel/Gouache and oil on Tela de colchão em algodão listrado pintado Doação da artista em/Donated by the artist in paper à mão com tinta fluorescente/Striped cotton 2003 Aquisição em/Acquired in 1986 mattress fabric hand painted with fluorescent paint AM 2003-503 AM 1986-405 Aquisição com a participação de Erica Roberts e do Pinta Museum Acquisition Program em/ Aurélie Nemours (1910-2005) ORLAN (1947) Acquired with the contribution of Erica Roberts Direita rosa (V 28)/Pink Right (V 28), 1981 O beijo da artista. O caixa automático ou quase!/ and of the Pinta Museum Acquisition Program in Tinta paint sobre papel/Vinyl paint on paper The Artist’s Kiss. The ATM or Almost! no2, 2010 Doação da artista em 2003/Donated by the artist 1977/2009 AM 2010-293 in 2003 Prova em gelatina e sal de prata, Diasec/Gelatin AM 2003-504 and silver salts print, Diasec Joan Mitchell (1925-1992) Aquisição em/Acquired in 2009 Sem título/Untitled, 1954 Aurélie Nemours (1910-2005) AM 2009-141 (1) Óleo sobre tela/Oil on canvas Direita rosa (V 3)/Pink Right, (V 3), 1981 Doação em/Donated in 1995 Tinta vinílica sobre papel/Vinyl ink on paper ORLAN (1947) AM 1995-161 Doação da artista em/Donated by the artist in 2003 O beijo da artista (tríptico)/The Artist’s Kiss AM 2003-502 (triptych), 1977 Vera Molnar (1924) Impressão fotográfica sobre papel/Photographic Transformação/Transformation, 1983 Aurélie Nemours (1910-2005) print on paper Vinil sobre tela/Vinyl ink on paper O cavaleiro branco/The White Horseman, 1972 Aquisição em/Acquired in 2009 Doação da Association Camille em/Donated by Óleo sobre tela/Oil on canvas AM 2009-141 (2) the Association Camille in 2010 Doação da Association Camille em/Donated by AM 2011-71 the Association Camille in 2010 ORLAN (1947) AM 2011-86 Enfim uma obra ao alcance de todos os

150 orçamentos/At Last an Affordable Work by Every color, sound Resina e tinta epóxi/Resin and epoxi paint Budget, 1977 Aquisição em/Acquired in 1999 Aquisição em/Acquired in 2009 Trilha sonora original da ação ORLAN-CORPO. AM 2000-34 AM 2009-134 O beijo da Artista, 1977/Original soundtrack from the ORLAN-CORPO action. The Artist’s Martha Rosler (1943) Agnès Thurnauer (1962) Kiss, 1977 Semiótica da cozinha/Semiotics of the Kitchen, 1975 Retrato em tamanho natural (Francine Bacon)/ Aquisição em/Acquired in 2009 Betacam SP, PAL, preto e branco, som/Betacam Lifesize Portrait (Francine Bacon), 2007 AM 2009-141 (3) SP, PAL, black and white, sound Resina e tinta epóxi/Resin and epoxi paint Aquisição/Acquired in 2000 Produzido por Jnf Productions, Paris/Produced Gina Pane (1939-1990) AM 2000-53 by Jnf Productions, Paris,2008 Ação melancólica 2x2x2/Melancholic Action Aquisição em/Acquired in 2009 2x2x2, 1974 Niki de Saint Phalle (1930-2002) AM 2009-133 Betacam, preto e branco, som/Betacam, black Papai/Daddy [1973] and white, sound Filme 35 mm, cor, som/35mm ﬁlm, color, sound Agnès Thurnauer (1962) Inscrição no inventário em/Included in the Coprodução Peter Whitehead e produção Retrato em tamanho natural (Louis Bourgeois)/ inventory in 2003 Lorrimer Films Ltd./Co-production Peter Lifesize Portrait (Louis Bourgeois), 2007 AM 2003-F37 Whitehead and production Lorrimer Films Ltd. Resina e tinta epóxi/Resin and epoxi paint Doação da artista em/Donated by the artist in 1984 Produzido por Jnf Productions, Paris, 2007/ Lygia Pape (1927-2004) AM 1976-F1268 Produced by Jnf Productions, Paris, 2007 Drawing (# 24), 1957 Aquisição em /Acquired in 2009 Nanquim sobre papel japonês/India ink on Carolee Schneemann (1939) AM 2009-132 Japanese paper Colagem corporal, 1967/Body Collage, 1967 Betacam digital, PAL, preto e branco, sem Agnès Thurnauer (1962) Lygia Pape (1927-2004) áudio/Digital Betacam, PAL, black and white, no Retrato em tamanho natural (La Corbusier)/ Ttéia 1A, 1979-2000 audio Lifesize Portrait (La Corbusier), 2007 Fio metalizado, pregos e luz/Metal wire, nails, Aquisição em/Acquired in 2006 Resina e tinta epóxi/Resin and epoxi paint and light AM 2006-46 Produzido por Jnf Productions, Paris, 2007/ Cortesia/Courtesy Galeria José Mario Brandão, Produced by Jnf Productions, Paris, 2007 Lisboa/Lisbon. Aquisição em perspectiva/ Cindy Sherman (1954) Aquisição em/Acquired in 2009 Acquisition in perspective Sem título/Untitled, 1981 AM 2009-135 Fotograﬁa cibachrome, tiragem de dez Letícia Parente (1930-1991) exemplares/Cibachrome photo, edition of ten Agnès Thurnauer (1962) Marca registrada/Trademark, 1975 copies Retrato em tamanho natural (Marcelle Betacam digital, preto e branco, som/Digital Aquisição em/Acquired in 1983 Duchamp)/Lifesize Portrait (Marcelle Duchamp), Betacam, black and white, sound AM 1983-91 2009 Aquisição em/Acquired in 2010 Resina e tinta epóxi/Resin and epoxi paint AM 2010-171 Sophie Taeuber-Arp (1889-1943) Produzido por Jnf Productions, Paris, 2009/ Composição dada (cabeça no prato)/Dada Produced by Jnf Productions, Paris, 2009 Rosângela Rennó (1962) Composition (Head on Plate), 1920 Aquisição em/Acquired in 2009 2005-5101517385-5, 2008-2009 Óleo sobre tela colada em papelão emoldurado AM 2009-130 Portfólio de 49 pranchas, prova digital/Portfolio com vidro/Glass framed oil on canvas on of 49 prints, digital proof cardboard Agnès Thurnauer (1962) Aquisição em/Acquired in 2009 Aquisição/Acquired in 2003 Retrato em tamanho natural (Annie Warhol)/ AM 2009-201 (de 2 a 4 e de 24 a 26)/(from 2 to AM 2003-333 Lifesize Portrait (Annie Warhol), 2007 4 and from 24 to 26) Resina e tinta epóxi/Resin and epoxi paint Dorothea Tanning (1910-2012) Produzido por Jnf Productions, Paris, 2007/ Germaine Richier (1902-1959) Retrato de família/Family Portrait, 1954 Produced by Jnf Productions, Paris, 2007 Água/Water, 1953-1954 Óleo sobre tela/Oil on canvas Aquisição em/Acquired in 2009 Bronze/Bronze Aquisição do Estado em 1974 e atribuição AM 2009-131 Aquisição do Estado e atribuição/Acquired by the em 1975/Acquired by the State in 1974 and State and attributed in 1956 attributed in 1975 Marie Toyen (1902-1980) AM 1022 BIS S AM 1975-8 O início da primavera/The Beginning of Spring, 1945 Pipilotti Rist (1962) Agnès Thurnauer (1962) Óleo sobre tela/Oil on canvas Não sou a garota que sente muita falta/I’m Not Retrato em tamanho natural (Martine Aquisição em/Acquired in 1982 The Girl Who Misses Much, 1986 Kippenberger)/Lifesize Portrait (Martine AM 1982-364 Betacam SP, PAL, cor, som/Betacam SP, PAL, Kippenberger), 2007

151 Marie Toyen (1902-1980) Doação em/Donated in 1993 Andrew Scharlatt, Hannah Wilke Collection Um dentro do outro/One Inside the Other, 1965 AM 1993-35 and Archive, Los Angeles, em 2009. Cortesia Óleo sobre tela/Oil on canvas Electronic Arts Intermix/Donated by Marsie, Aquisição do Estado em 1968 e atribuição Maria Helena Vieira da Silva (1908- Emanuelle, Damon and Andrew Scharlatt, ao Centre Pompidou, MNAM/CCI, 2008/ 1992) Hannah Wilke Collection and Archive, Los Acquired by the State and attributed to the Centre Noite em claro/Sleepless Night, 1960 Angeles, in 2009.) Courtesy Electronic Arts Pompidou, MNAM/CCI, 2008 Óleo sobre tela/Oil on canvas Intermix AM 2009-66 Doação em/Donated in 1993 AM 2010-131 AM 1993-45 Janaina Tschäpe (1973-) Francesca Woodman (1958-1981) Mar de sangue/Blood Sea, 2004 Maria Helena Vieira da Silva (1908- Da série Enguias/From Eel Series, 1977- Quatro videoprojetores, um sincronizador, 1992) 1978 quatro alto-falantes, quatro vídeos, HD, 16/9, A máquina óptica/The Optical Machine, 1937 Vintage, prova em gelatina e sal de prata/Vintage, cor, som estéreo, edição 3/4 + duas provas de Óleo sobre tela/Oil on canvas gelatin and silver salts print artista/Four video projectors, one synchronizer, Doação em/Donated in 1993 Comodato a Centre Pompidou Foundation em four speakers, four videos, HD, 16/9, color, stereo 2009 (doação de Betty e George Woodman à sound, edition 3 / 4 + two artist proofs Maria Helena Vieira da Silva (1908- Centre Pompidou Foundation)/On loan to the Doação da Société des Amis du Musée National 1992) Centre Pompidou Foundation in 2009 (donated d’Art Moderne em 2005, projeto para a arte As grandes construções/The Great Constructions, by Betty and George Woodman to the Centre contemporânea em 2005/Donated by the Société 1956 Pompidou Foundation) des Amis du Musée National d’Art Moderne in Óleo sobre tela/Oil on canvas AM 2009-DEP 9 2005, project for contemporary art of 2005 Doação em/Donated in 1993 AM 2006-36 AM 1993-42 Nil Yalter (1938) A mulher sem cabeça ou a dança do ventre/The Suzanne Valadon (1865-1938) Marthe Wéry (1930-2005) Headless Woman or the Belly Dance, 1974 Adão e Eva/Adam and Eve, 1909 Pintura Veneza 82/Venice Painting 82, 1982 Vídeo em preto e branco, som/Black and white Óleo sobre tela/Oil on canvas Acrílica sobre tela/Acrylic on canvas video, sound Aquisição do Estado em 1937 e atribuição Comodato ao Centre National des Arts Centre National des Arts Plastiques, comodato em 1941/Acquired by the State in 1937 and Plastiques/On loan to the Centre National des ao Musée national d’art moderne em/Centre attributed in 1941 Artes Plastiques, 2006 National des Arts Plastiques, on loan to the Musée AM 2325 P FNAC 06-648 national d’art moderne in 2009 FNAC 07-475 Suzanne Valadon (1865-1938) Hannah Wilke (1940-1993) O quarto azul/The Blue Room, 1923 S.O.S. Stariﬁcation Object Series: Um jogo de Óleo sobre tela/Oil on canvas mastigação para adultos (Caixa de mastigação)/ Aquisição do Estado e atribuição em/Acquired An Adult Game of Mastigation (Mastigation Box), by the State and attributed in 1924 1974-1975 LUX.1506 P Papel, papelão, cola, Plexiglas, prova em gelatina e sal de prata/Paper, cardboard, glue, Plexiglas, Cybèle Varela (1943) gelatin and silver salts print Image, 1976 Doação à Centre Pompidou Foundation, 2007 Vídeo, SECAM, preto e branco, som, 23’/Video, (doação parcial de Emanuelle,Marsie, Damon SECAM, black and white, sound, 23’ e Andrew Scharlatt, Hannah Wilke Collection Aquisição em 1980/Acquired in 1980 & Archive, Los Angeles, à Centre Pompidou AM 1980–635 Foundation em 2007)/Donated to the Centre Pompidou Foundation, 2007 (partly donated by Maria Helena Vieira da Silva (1908- Emanuelle Marsie, Damon and Andrew Scharlatt, 1992) Hannah Wilke Collection & Archive, Los Angeles, Egito/Egipt, 1948 to the Centre Pompidou Foundation in 2007) Óleo sobre tela/Oil on canvas AM 2007-261 Doação em/Donated in 1993 AM 1993-36 Hannah Wilke (1940-1993) Através do grande vidro/Through the Large Glass, Maria Helena Vieira da Silva (1908- 1976 1992) Betacam digital PAL, cor, sem áudio/Digital PAL O calvário/The Calvary, 1947 Betacam, no audio Óleo sobre tela/Oil on canvas Doação de Emmanuelle Marsie, Damon e

152 WOMEN ARTISTS IN THE COLLECTION OF THE CENTRE POMPIDOU

Ministry of Culture, Banco do Bra- taught and disposed to ﬁght for their sil and BBDTVM present, with the voices to be heard. support of Brasilcap and IRB-Brasil Social and material hardships Re, Elles: Women Artists in the Col- they faced when entering a career in lection of the Centre Pompidou, an art in the late 19th century and af- exhibition curated by Cécile Debray ter, had a conceptual impact on their and Emma Lavigne, which shows a work. Their efforts to liberate them- section of Modern and Contempo- selves from traditional concepts of rary art as seen by women. “women’s art” and conventional rep- Painting, sculpture, drawing, pho- resentations of the “weaker sex” are tography, video, and installation il- also visible. Willing to build images lustrate the place women held on of women with their own hands, they the art scene in the 20th and 21st cen- were able to redeﬁne what it means turies. The works express humour, to be a woman in the 20th century. sensuality and ambiguity and cover By bringing selected works from major modern art movements, such one of the largest contemporary art as Cubism, Abstraction, Dadaism, collections in Europe, the Centro Surrealism and Minimalism, as well Cultural Banco do Brasil invites the as conceptual art and institutional public to rethink the place of women critique. in universal culture. It is an opportu- Although their presence has been nity to explore different visions and reduced to a minimum in historical perspectives from the universe of accounts, women artists have been each woman artist. involved in several cultural movements. Often put aside, out of the mainstream, they needed to be self- Centro Cultural Banco do Brasil

PREFACE

Alain Seban President of the Centre Pompidou Alfred Pacquement Director of the Musée nacional d’art moderne

In 2009-2010, in the elles@cen- artists was not just for show. It was trepompidou exhibit, the Centre meant to be both a sign of increased Pompidou’s Musée nacional d‘art awareness, as well as a simple moderne presented its collection translation of the fundamental role of work from women artists. To do of women in 20th century art and es- so, we went so far as to remove all pecially in recent decades. male artists from the floor dedi- It is well known that this place cated to contemporary collections. was hard won and that even today This exhibition-collection, to bor- there is no lack of examples of the row the curators’ neologism, is dif- flagrant imbalance that exists. It ferent from other exhibits for which was a bold project, a kind of mani- the works are chosen in perfect festo that consecrates the grow- harmony with a given theme. The ing place of women artists in the constraint of drawing only from Museum’s collections and the con- the museum’s permanent collection scious desire to affirm it more, as was, in the end, an opportunity to well as the possible development of explore the history of this heritage – art history from a women’s perspec- which is the most important one in tive. No museum had ever tried to Europe in the area of modern and do this before and many could not contemporary art – and the place conceive holding this project, either that had been reserved for female because the period of history they artists. are dedicated to does not justify This event was widely hailed for it or their collections do not allow its unique and innovative character. them to do so. It also raised, as expected, a num- In response to the provocative ber of criticisms and controversies. question raised by Linda Nochlin The decision to go beyond the sim- in 1971, “Why have there been no ple logic of parity to highlight, as is great women artists?”, it now ap- fitting, the representation of women pears that the world of artistic cre-

157 ation has changed and there is an nacional d’art moderne curators in impressive number of “great women charge of the project, have gone artists.” In fact, there are so many to great lengths to design such an that it is possible to develop a full ambitious and complete exhibit and and complete history of art only with mobilize the best of our collection elles. There is nothing feminine in in order to highlight this important art history, though, as female artists’ aspect of modern and contemporary work have been conﬁned and ridi- art. We are convinced that the Bra- culed for many years. zilian public will respond in great The Centre Pompidou is pleased numbers. that a new version of this project will now be presented at the Cen- tro Cultural Banco do Brasil in Rio de Janeiro and Belo Horizonte. In a country where women artists–from Tarsila do Amaral to Lina Bo Bardi, Lygia Clark, Lygia Pape, and many others from past and current generations–have held a signiﬁcant place in art, this exhibit will have a special meaning. The Centre Pompi- dou’s teams, namely Cécile Debray and Emma Lavigne, the two Musée

158 INTRODUCTION

Cécile Debray (curator, Centre Georges Pompidou, Modern Art) Emma Lavigne (curator, Centre Georges Pompidou, Contemporary Art)

In 1970, American art historian Lin- ceptional elles@centrepompidou exhi- da Nochlin wrote one of the founding bition–directed in 2009 by a group of texts of feminist art criticism, giving it curators led by Camille Morineau the provocative title of “Why Have and made up of Emma Lavigne, There Been No Great Women Art- Cécile Debray, Quentin Bajac, Auré- ists?”1. She argued that part of the an- lien Lemonier, and Valerie Guillau- swer lies in the way the question is me–aimed to formulate proposals phrased. Nochlin demonstrated that, and answers. For the first time ever, a historically, women enjoyed neither major museum of modern and con- the conditions of production nor the temporary art disrupted the entire means of representation and promo- display of its permanent collection to tion they needed to attain the status show only the work of women artists. of artist. What is the situation like to- A selection of more than 500 works day? What can we learn from the from over 200 artists were spread sediments of history and thought throughout the museum, all accom- gathered in the collection of a 20th panied by a series of dynamic editori- century museum? Now, almost forty al proposals that ranged from the years later, a French institution is pos- catalogue to a blog and a specific ing the same question, but this time, website, as well as a series of confer- in a very different way. Are women ences and performances. Favouring artists today numerous, diverse and themes rather than chronology was representative enough to enable the one of the strategic ways to “ruffle” Musée nacional d’art moderne to ful- the idea of “gender” and “deconstruct” fill its mission of describing the his- preconceived notions of “women’s tory of 20th-century art with the work art”. It also demonstrated by multiply- of women only? If so, why and how ing points of view and techniques can this be done? that women artists were just as re- This was the series of questions sponsible for defining the history of for which the unprecedented and ex- 20th century art as were. Abstract,

159 functional, objective, realist, concep- vate space with irony and distance, given to the planning of exhibitions so tual, minimalist, informal, political, while weaving new links between as to ensure a more balanced repre- female artists were modern, then mental projections and exhibition sentation of women: Yayoi Kusama contemporary. Almost no art revolu- spaces. (2012), Eileen Gray (2013), Alina tion is foreign to them. As photogra- Narratives: “Words at Work” ex- Szapocznikow (2013), Geneviève Asse phers when photography was first in- plores different uses of language in (2013), Niki de Saint Phalle (2014)… vented, video-makers working with art, from story-telling, lists, autobiog- The exhibition drew interest and the earliest cameras, activists that raphies, quotations, legends and the curiosity from other museums. After used dance and performance as a various derivatives of an artist’s book the Centre Pompidou’s exhibition, space for activism, multidisciplinary to the use of video, which redefines the New York Museum of Modern long before men, pioneers of digital the principles of narration. Are wom- Art, which was preparing a catalogue technology, and some of the most fa- en more articulate today because they of the works of the women artists in mous designers today, elles have al- were kept in silence for so long? its collection, held a brief exposition ways been behind the development “Immaterial” in any case: nothing to accompany the launch of their of new technologies, where women radical escaped them–neither ab- publication2. find spaces that are still free from straction, nor theory, nor investment It was in this rich context of ex- competition, sexism, and other forms in the most efficient techniques for changes and expectations that the of discrimination induced by power. renewing mechanical, computerized idea of turning the exposition into a Historical: “Fire at Will”, the open- and digital forms…The use of the travelling exhibit was conceived. A ing chapter, brings together women feminine version (“Les Immatéri- first version prepared for the Seattle who sought to rewrite history (femi- elles”) of the title of one of the Centre Art Museum allowed us to display nist and, more broadly, those who Pompidou’s most famous exhibitions the work of European women artists criticise the dominant discourse in art (“Les Immatériaux”) brought us full who are not well-known on the East history) and those who recorded it circle in an institutional history based Coast of the United States, and to (from photojournalism to less direct on self-criticism and the reinvention confront our views (France/United depictions of current events). of history. States) through our respective collec- Physical: “The Body Slogan” then During the eighteen-month dura- tions. The reception of this bold and evokes representations of the body tion of the exhibition, the Centre sometimes daring, very contemporary (and its stereotypes, namely gender- Pompidou lived with the constant re- and reflexive presentation was a great based ones) and various stagings of minder of this questioning on the success, especially among students. the body from the early days of per- place of women in art, questioning its Finding strong echoes, both cul- formance art in which women played own curatorial, editorial, and social turally and socially, in Brazil, the a key role. practices. CCBB expressed its desire to host Eccentric: “Eccentric Abstraction” This event left a visible and lasting the Elles: Women Artists in the collec- evokes the role of women in redefin- impression. Since then, a consider- tion of the Centre Pompidou. This will ing visual and theoretical categories able emphasis has been put on the strengthen the Centre Pompidou’s of 20th-century art. There are many acquisition of the work of women art- relations to Brazil, as a follow up to alternative paths between abstraction ists in order to fill in important gaps in the exemplary presentation of the and representation, organic and sys- our collection. This has allowed us to museum’s collections as part of the temic, and conceptual and sensual, bring in the works of artists who are Parade exhibition at the Oca pavilion that women have explored and com- key on the international scene, such in São Paulo in 2001. mented on. as Bridget Riley, Greta Bratescu, Ma- This exhibition brought to light Domestic: “A Room of One’s ria Bartuszova or Etel Adnan, and art- the connections that existed between Own”–taken from Virginia Woolf’s ists devoted to contemporary art, like French and Brazilian female artists, book in which she reflected for the Ann Veronica Janssens, Angela Bull- and between Rio and Paris. Both cit- first time on the conditions required och, Ceal Floyer or Rivane Neuen- ies served as safe havens at times and, to produce a work of art–highlights schwander. at others, as the land of inspiration for how women address the issue of pri- Increased attention is now being artists. Maria Helena Vieira da Silva,

160 for example, fled from Nazism in Eu- temporary artists, like Eleanor Antin or the Israeli-Palestinian situation. In rope with her Hungarian Jewish hus- Valerie Belin around the fundamental this chapter, a section is dedicated to band, Arpad Szenes to Rio, where question of identity–what it means to Latin American artists, which bor- they lived from 1940 to 1947. Or Ly- be a women, to be an artist. This issue rows its title from Helio Oiticica’s gia Clark, who was marked by her has been the source of inspiration for “We Live on Adversity,” with works first trip to Paris in 1950 at the age of the work of many women artists. from Marta Minujin, Letícia Parente, 30, where she studied with Fernand 3. The Other Half Surrealism Anna Bella Geiger, Anna Maria Maio- Leger and Arpad Szenes. During her demonstrates the important role lino or Tania Bruguera. second substantial stay in Paris, be- women artists played in the surrealist 8. Domestic Spaces – starting tween 1968 and 1975, she taught at movement, taking up the question of with one of Dorothea Tanning’s paint- Sorbonne University and engaged in the subconscious and dreams through ings, gives continuity to the decon- a fruitful dialogue with well-known the use of fantastic objects or perfor- struction of stereotypes by touching figures of the art world, such as Julien mances. upon the figure of mother and house- Blaine, Yves-Alain Bois and David 4. Eccentric Abstraction borrows wife via videos by Sônia Andrade and Medalla. the title of a famous exhibition organ- Martha Rosler. It is in this spirit that we have con- ised in 1966 by Lucy Lippard in 9. Muses against the Museum ceived a specific and original tour, which, through the work of artists like brings together several militant works which gives priority to French and Louise Bourgeois, the notion of a hy- that denounce the institutional con- Brazilian or Latin American women brid and denatured abstraction ex- text of museums that is unfavourable artists–those who are already part of plored by a large number of women towards women artists and that trans- our collection and to whom we hope artists in opposition to an orthodox mits a version of art history that con- to provide more space–on a thematic modernist approach was elaborated. tinues to exclude women. It includes path. This program is a reflection of In this section, the work of Joan posters of the feminist activist collec- the original exposition, while still Mitchell, Louise Nevelson, Lygia tive Guerrilla Girls or the guided visit making sense from a historical point Clark or Marthe Wéry will be dis- of the Philadelphia museum by An- of view. It covers the main artistic played. drea Fraser. movements from the 20th and 21st 5. Genital Panic, which was the 10. Narrations closes the exhibi- centuries: Cubism, abstraction, Da- name of Austrian artist VALIE EX- tion with a set of installations that daism, surrealism, conceptualism, PORT’s famous performance, brings question language and narration. This minimalism, institutional criticism, together various works that question allows us to conclude in an emblem- performance art, installation... representations of the female body atic way, with some of the leading fig- and the sexual stereotypes associated ures of French and Brazilian contem- Ten chapters mark this path: with them, often in a harsh and pro- porary art and their ambitious, 1. The Early Abstraction high- vocative manner. complex and open works: Sophie lights emblematic figures from the 6. The Body as Event offers a Calle, Annette Messager, Dominique initial phase of the abstract art move- space with large video projectors, Gonzalez-Foerster, Rivane Neuen- ment: Sonia Delaunay, who invented which allow spectators to be physi- schwander, and Janaina Tschäpe. geometric abstraction; Sophie Taue- cally confronted with some of Carol- ber-Arp, an important actress of the ee Schneemann, Marina Abramovic, Dadaism movement and concrete art; Ana Mendieta, and Regina José and Vieira da Silva, who made a very Galindo’s historical performances early incursion into what can be con- during which the artists’ body are the sidered a kind of op-art. show. 2. Portraits/Questioning gender 7. Facing History shows how cer- 1 Published in Art News, vol. 69, January 1971, which brings together pioneering women art- tain artists took up historical and pois dedicated to women; translated to French in ists from the beginning of the 20th cen- litical events in often radical works, Linda Nochlin, Femmes, art et pouvoir et autres essais. Paris, Éditions Jacqueline Chambon, 1993. tury, such as Suzanne Valadon, Marie like Sigalit Landau’s video-perfor- 2 Modern Woman. Women Artists at the Museum of Laurencin or Frida Kahlo, and con- mance–an efficient commentary on Modern Art, New York, MoMA, 2010.

161 162 THE EARLY ABSTRACTION 163 PIONEERING WOMEN

Cécile Debray

The position of women artists within the sons of Athenian slaves. Women, then, have history of the avant-garde of the 20th centu- not had a dog’s chance of writing poetry.”1 ry is barely visible. Furthermore, Modernist Following Virginia Woolf’s observations, approaches to the history of art make it dif- we cannot ignore the social and material ficult for us to comprehend their real emer- hardship facing the rare women who took gence and their gradual professional recog- up an artistic career from the end of the 19th nition as artists at the turn of the century. century. To a certain extent it shapes their Moving alongside other groups such as work. cubism, dada, abstraction and surrealism, Suzanne Valadon’s career is charac- women artists of the first half of the 20th teristic in this respect. The daughter of a century were singular, often working in iso- servant, she gained financial independence lation, favouring a position of withdrawal, and entry into the art world by posing as a their work condescendingly described as model for Puvis de Chavannes, Renoir and “feminine art” by critics. Artistic fields that Toulouse-Lautrec. Self-taught, she learned had been their prerogative since the classi- by observing artists in their studios and then cal period, such as the portraiture of women drawing at home. It was only after her mar- and children, still life flower painting and riage to a wealthy man in 1896 that Suzanne applied arts (miniature, embroidery, paint- was able to enjoy having her own space, a ing on porcelain) nonetheless continued to “room of one’s own”, a studio at rue Cortot develop and expand. Even after a history of in Paris which enabled her to tackle paint- repeated search for autonomy, and the ing, and as a result to exhibit at Salons, to questioning of identity as well as of ironic sell to galleries, and to be considered an art- and accusatory divergence, these traditions ist within society. The studio is also a cru- continued to contaminate their artistic cial factor according to American artist Joan practices. Mitchell, who at a much later date stated: “I It is within this complex, rich, and con- had the more or less true feeling all my life tradictory environment that many of con- of being invaded by others, and my studio temporary art’s positions and characteristics was considered to be everybody’s territory. took shape–performance art, biographical Was it because it was a woman’s place, and work, textile installations…–, without a everyone found it normal to share it? Yet it’s doubt, due to the legacy of these pioneer- a very personal place to me and it is indeed ing women. the only one.”2 “Intellectual freedom depends upon Within the cramped confines of the material things. Poetry depends upon intel- apartment which she shared with her moth- lectual freedom. And women have always er and son Suzanne Valadon repeatedly been poor, not for two hundred years mere- drew her little boy’s plump figure, her moth- ly, but from the beginning of time. Women er’s wrinkled and weary face, on occasions have had less intellectual freedom than the some children from the neighbourhood, as

164 well as her own self-portrait. Professional imposing and large works, Une Réunion a Marriage offered independence from models could only be found in academies, la campagne, later called Apollinaire et ses family relations at a time when celibacy was which were rarely open to women. Valadon, amis (1909 p. 36), is seen quite convinc- not acceptable for women: Sonia Delaunay used to posing in the nude for great paint- ingly by José Pierre to echo Les Demoiselles settled for a marriage of convenience with ers, played out within the intimacy of her d’Avignon.3 Marie Laurencin, together with Wilhelm Uhde, Marie Laurencin married a home variations on the nude, staging falsely her partner Apollinaire, often socialised homosexual. familiar yet carefully studied postures – the with Picasso’s group which met at his studio Being in a relationship often facili- curve of a spine, the little boy’s foot play- at the Bateau-Lavoir, filled since 1907 by tated women’s participation in the life of ing in a water basin. It was probably these the large painting Les Demoiselles d’Avignon. the avant-garde. Hannah Höch bears wit- raw portrayals of an environment seen from She attended a banquet, tipsy according to ness to this on several occasions when she behind closed doors, depicted with sharp Fernande Olivier and Gertrude Stein, held mentions Dada happenings in Berlin. She and precise lines, which appealed to Degas in honour of Henri Rousseau, known as Le calls her seven-year relationship with Raoul in 1895. He talks about her “terrific, flow- Douanier, who in return painted a large por- Hausmann a “difficult and sad appren- ing drawings.” As a result he introduced trait of Apollinaire as a poet inspired by his ticeship”5. Dorothea Tanning remembers her to copperplate engraving in his studio, muse, Marie Laurencin. the Surrealist group meetings with André on his own printing press, a technique per- Her schematic depiction of faces as Breton which she assisted in silence and at fectly adapted to her line-drawing practice. ‘masks’, the distinctly frontal expressions a distance. In her memoirs, Alice Halicka Valadon’s complete etchings were edited in of some of her figures and the size of the discloses that it was during the war, whilst 1932 into a luxurious volume with a preface composition are repeated references to her husband was away, that she experienced by Claude Roger-Marx, including eighteen Picasso’s masterpiece. The background is her most creative and intensive phase as a plates produced between 1895 and 1910, simplified, she uses the Passy bridge motif painter, activity that was promptly reduced in other words until she devoted herself to again which she had previously placed in an upon his return at his request. painting. etched self-portrait Le Pont de Passy (1908, Some avant-garde groups–dada, sur- Her depictions of children in the nude etching, Bibliothèque Nationale de France) realism, and the Russian avant-garde–ex- looking like little animals did not conform and her drawing of Apollinaire’s face is pounded sexual liberation in the context of to the expectations of this traditionally fem- reminiscent of La Muse inspirant le poète a social and political revolution. inine genre. (1909) by Rousseau. And so, Apollinaire In the essay “On World Revolution”, María Blanchard, a Spanish painter was able to position Laurencin’s painting Raoul Hausmann calls for “the suppression close to Juan Gris, who worked in Paris between Picasso and Rousseau in his publi- of the rights of propriety of men over wom- from 1912, was also interested in painting cation The Cubist Painters (1913). He adds, en, of the family and its demeaning values, childhood, as a metaphor for innocence or in reference to a word used by Rodin about and the creation of a community with a a lost age. The Cubist work Sois Sage or Marie Laurencin’s works, which the latter Communist economy, working alongside a Jeanne d’Arc (1917, p. 23) opens the style describes as being “serpentine”: “It [Lau- simultaneous sexual liberation”4. up to multiple readings. Her palette of pas- rencin’s art] has analogies with dance and In contrast to the “virility” of futurism, tel pinks and blues, and the precious play is, in the language of painting, an infinitely surrealism placed woman at the heart of an of flowered stencils, bring a certain child- gracious rhythmic enumeration.”4 erotic and aesthetic glorification, as a con- like softness to the representation yet also It was undeniably thanks to Apol- vulsive beauty, which, paradoxically, brings reveal a sense of violence or suffering. A linaire’s support that Marie Laurencin was her back to being the object of their desire little girl with a hula-hoop, of whom good able, whilst upholding an individuality that as a femme-objet.5 Nevertheless, the inter- behaviour is expected, also acts like a mar- she would later develop very openly, to ac- national Surrealist movement brought in its tyr–multiple readings which cloak a form of company the Cubists during their legendary wake many women artists who saw within self-portraiture. María Blanchard, affected years at the Bateau-Lavoir. She was not at it an artistic and theoretical framework for by a spinal infirmity, was nearly a dwarf. the heart, but on the periphery of the move- introspective and identitary searches, and a This composition can be read in the context ment, more a muse than a painter according desire to deconstruct the values of an op- of post-war Cubism, that of Gris, Braque, to contemporary accounts. pressive bourgeois society–family, mother- or even Severini, backed by their gallerist Many women artists shared their lives hood, male domination…6 In Portrait de Léonce Rosenberg. with another artist–Suzanne Valadon and famille (1954, p. 100), Dorothea Tanning In 1919 Picasso painted La Fillette au André Utter, Sonia and Robert Delaunay, uses a naturalist style which is somewhat cerceau, a work that probably drew inspira- Sophie Taeuber-Arp and Hans Arp, Alice perverted by its play on scale; she paints tion from photographic portraits of children. Halicka and Marcoussis, Hannah Höch an omnipresent and suffocating father, a Nonetheless, it is interesting to compare it and Raoul Hausmann, Frida Kahlo and housekeeper mother who appears crushed, to María Blanchard’s painting of the same Diego Rivera, Natalia Goncharova and the same size as the dog, and a young girl subject, painted two years before, which Mikhail Larionov, Dorothea Tanning and who looks bemused, nearly psychotic. probably reveals a real influence. Max Ernst, Valentine and Jean Hugo, Vieira Through her use of photomontage Hannah Dialogues between works happen more da Silva and Árpád Szenes, Joan Mitchell Höch highlights a scattered, fragmented frequently than one likes to admit. For and Jean-Paul Riopelle, Helen Frankenthal- identity, and a chaotic and un-harmonious example, one of Marie Laurencin’s most er and Robert Motherwell… reality. In her collage Mutter (1930), she

165 places cuttings of a mouth and chin on an the re-evaluation of the popular or minor Huidobro, Philippe Soupault; but also sets African mask; the torso reveals a heavy and arts in line with the unique position they and costumes for the ballet and the theatre. weary bosom. The use of collage here offers held in the Russian avant-garde during the Exchanges between dance, theatre and the multiple readings: the ancestral and primi- 1910s and 1920s. Several factors, including fine arts were extremely intense and inno- tive dimension of motherhood, its burden the revolutionary context of the country in vative during the 1920s, for instance with and the alienation it engenders, the mystery 1905 and a society based on a matriarchal the Ballets Russes by Diaghilev. These ex- and monstrosity of childbirth… system, probably come into play.10 Illustri- changes were tied in with a new attitude Variations on the body and anatomy, ous names that dominate Russian Cubo- towards the body carried forward by wom- from Valadon’s nudes, Remedios Varo’s col- Futurist trends, such as Suprematism and en–besides pioneers such as Loïe Fuller or lages (Anatomy Lesson, 1935), through to Constructivism, are often women: Alexan- Isadora Duncan, artist Sophie Tauber-Arp’s Judit Reigl’s Lautréamont-inspired mon- dra Exter, Olga Rozanova, Lyubov Popova, choreographies come to mind, as well as sters (Ils ont soif insatiable de l’infini, 1950, Varvara Stepanova, Nadejda Udaltsova, selected pages from Helen Hessel’s Journal or Maldoror, 1953), or Marie Laurencin’s Nina Kogan, without forgetting those who d’Helen, or even Sonia Delaunay’s memo- imaginary fantastic drawings, for example went into exile–Marianne von Werefkin in ries of defending naturism. Hermaphrodite (1955), all put into question Munich and Sonia Delaunay in Paris. Liberation of colour, liberation of the in an indirect way the issue of social and Following in Natalia Goncharova’s foot- body, the era of the flappers, the 1920s and sexual identity. steps, Sonia Delaunay, who had left Russia 1930s are a milestone in the sexual identity The search for identity is at the heart in 1908, makes reference to her Ukrainian debate. Female homosexuality is asserted of Mexican painter Frida Kahlo’s work. Her roots when describing her art: “I am at- more openly, many women dress like men painting acted as a means to analyse dreams tracted by pure colour. The colours from my in an attempt to become gender-neutral. and the imaginary, to offer a symbolic and childhood, from Ukraine. I remember peas- Gertrude Stein compares herself through therapeutic autobiographical account–of ant weddings in my country where red and her writing to Picasso and considers herself hers and Diego Rivera’s love life–and the green dresses adorned with many ribbons equal to his genius. Virginia Woolf publish- expression of a suffering body following billowed in dance.”11 es A Room of One’s Own (1929), an essay a spinal fracture. Self-portraits abound Just like Suzanne Valadon, who found which deals with women and writing, in throughout her œuvre. The small painting her models amidst her close relations, the which she calls for the necessary economic The Frame (ca. 1938, p. 24), which was young Sofia Terk, future Sonia Delaunay, independence of women. In her novel Or- purchased by the French State presumably painted a little girl from the neighbour- lando (1928) she presents a hero with a dou- following the exhibition Mexique organised hood during her stay at her uncle’s summer ble gender, at times a man, at other times a by Breton in 1939 at the Renou and Colle residence in Finland, but also Philomena, woman. Romaine Brooks, who was the part- gallery, replicates the format of a votive a seamstress who worked for the family, ner of Natalie Clifford Barney, author of Pen- painting. Frida Kahlo places her effigy at in violently colourful compositions and in sées d’une amazone (1920), whose Sapphic the centre of the ornamental composition rough drawings. These works are close to salon has gone down in history, represented of a reverse painting hand-crafted in the paintings by Goncharova such as Les Lut- herself through two self-portraits, one show- Mexican tradition. The affirmation of the teurs (1909-1910) or Le Portrait de Larionov ing a romantic young lady with her hair in artist’s cultural roots then in vogue in post- et de son ordonnance (1911). Both women the wind in implicit dialogue with the poet revolutionary Mexico and her reference to express a confident spontaneity and an Gabriele d’Annunzio, and in the other wear- popular arts and culture confer a magical exceptional creative energy through their ing a top-hat and a masculine black suit. dimension to the representation of her own artistic production. Goncharova’s first solo Abstraction in painting offers no doubt face, which emerges in a colourful halo. exhibition held in Moscow in 1913 in- a means to overcome male/female sexual Neo-primitivism in Russian art during cluded over 700 works. At thirty-two years difference, and brings the debate to another the 1910s was sited within a similar revo- of age Sonia Delaunay was financially ru- level, away from that of sexual identity. Af- lutionary context. Natalia Goncharova, at ined following the 1917 revolution but sub- ter Robert Delaunay’s death in 1941, Sonia the spearhead of the movement alongside sisted to her family’s needs by becoming a devoted herself essentially to large abstract her partner Mikhail Larionov or the Burliuk renowned fashion and interior designer. It compositions; the last third of her life is her brothers, draws her inspiration from popu- is astonishing to see how, through the use own and was entirely dedicated to painting: lar imagery, xylography (lubki), embroidery, of applied arts, she developed her own re- “I had three lives: one for Robert, one for painted furniture and crockery, icons; she search on abstraction, on the simultane- my son and my grandsons, a shorter one for contrasts a western scholarly culture with ous contrast of colour, and on design in myself. I have no regrets about not having a Slavic culture or popular genius: “Cubism areas which turned out to be inspirational: been more concerned with myself. I really is not a bad thing in itself, even though it is text and book design, at the time of Blaise didn’t have the time.”12 not an entirely new phenomenon, especially Cendrars’s invention of the simultaneous Artists working immediately after the in Russia. The Scythes according to popular book La Prose du Transsibérien et de la pe- Second World War–the School of Paris or memory created their kamienny baby in this tite Jehanne de France (1913); poem-dresses the American Abstract Expressionists–ex- style, they are sold in our wooden doll mar- inspired by the famous poem by Cendrars plored abstraction through gesture and free kets and are astonishingly beautiful.”9 “Sur la robe elle a un corps;” poem-outfits use of colour, methods which bring to mind Women have played a major role in in collaboration with Tristan Tzara, Vicente Natalia Goncharova’s spontaneity, or Sonia

166 Delaunay’s investigations. The colourful demonstrates in another way, with a polite representations by the latter of nocturnal and ironic sense of exasperation, a desire urban landscapes, in the works Études de to move beyond the question: “Really, with lumière, boulevard Saint-Michel (1913) all due respect, I cannot consciously par- and Étude de foule, boulevard Saint-Michel ticipate in an exhibition that deals only with (1913), are evidence of her development of one half of human being (woman) whilst ex- an abstract language. These works are organ- cluding the other half (man). Furthermore, ised in colourful chequered patterns, fur- supposing I were not really a woman? It tive and fast sensual transcriptions, bring- seems to me that for a project like yours one ing to mind early works by Shirley Jaffe or requires a medical examination. Especially Helen Frankenthaler who wanted to “draw in these times when imposture is experienc- in with colour and shape the totally abstract ing a revival and when a woman can turn memory of landscape”13, but above all the out… to be a man!”15 large multi-panel pieces of Joan Mitchell, who was determined to render the “emotion” of a landscape. Her works were often arranged in vibrant colourful areas, moving squares, or all-over, and, following the re- discovery in 1955 in New York of Monet’s last work, the large Nymphéas canvases, resulted in being labelled “Abstract Impres- sionist”. If gesture in American painting represents an ethical or existential action, a form of “painted suffering”–that in works by precursors such as Pollock or De Kooning is tainted with a poorly dissimulated form of savagery and primal brutality–in these artists’ works, but also in those of Philip Gus- ton and others, it takes on an unusual form of sensuality and lyricism. It is recognised that it was by no acci- dent that most of the women artists within the Abstract Expressionist movement or New York School – Helen Frankenthaler, Joan Mitchell, Grace Hartigan or Elaine de Kooning – were ranked as being part of a “second generation” according to Meyer Schapiro’s formula. Joan Mitchell herself remembers that they were all painting at the same time and that the notion of second generation encompassed a number of very different people.14 A significant and noteworthy turning point is when criticism tended to omit difference. Indeed, Irving Sandler, but also Clement Greenberg, gen- 1 Virginia Woolf, A Room of One’s d’art moderne de la Ville de Paris/ Flammarion, 1995, p. 33 erally referred to women artists by their sur- Own [1929], London: Penguin Books, Nationalgalerie Berlin, 1976, p. 30. 10 See Valentine and Jean-Claude name without mentioning their first name. 2004, p. 125. 6 Raoul Hausmann, “Zur Marcadé, L’Avant-Garde au féminin. Neutrality, which one could say is implicitly 2 Catherine Lawless, “Le territoire Weltrevolution”, Die Erde, ano 1, n. 12, Moscou- Saint-Pétersbourg-Paris. de Joan Mitchell”, Artistes et ateliers. Breslau, 1919. Cited and translated in 1907-1930. Paris: Artcurial, 1983. masculine, is above all, it would seem, the Nîmes: Jacqueline Chambon, 1990, ibid., p. 35. 11 Sonia Delaunay, Nous irons sign of a new artistic framework, one which p. 14, cited by Catherine Gonnard 7 See Giovanni Lista’s introduction in jusqu’au soleil. Paris: Robert Laffont, integrates both men and women. These and Élisabeth Lebovici, Femmes Lea Vergine, L’Autre Moitié de l’avant- 1978, p. 17. 12 women artists, beyond the subject matter of artistes/artistes femmes, Paris: Hazan, garde. 1910-1940 Ibid., p. 204. 2007, p. 285. 8 See Whitney Chadwick, Women 13 Gene Baro, “The Achievement of difference, are now finally considered first 3 José Pierre, Marie Laurencin, Paris: Artists and the Surrealist Movement. Helen Frankenthaler”, Art International, and foremost artists. Somogy, 1988, pp. 44-51. London: Thames & Hudson, 1985 vol. 2, n. 7, 20 sept. de 1967, p. 34. To conclude with an aside, Dorothea 4 Guillaume Apollinaire, The Cubist 9 Letter by Natalia Goncharova, 13 14 Joan Mitchell. Paris, Galerie Painters [1913]. Berkeley, Los Angeles: feb. 1912, adressed to the journal Nationale du Jeu de Paume, Nantes, Tanning’s response in 1982 to a request for University of California Press, p. 58. Russkoe slovo, cited by Jean-Claude Musée des Beaux-Arts, 1994, p. 115. inclusion in an exhibition of women artists 5 Hannah Höch, Paris, ARC2 Musée Marcadé in L’Avant-Garde russe. Paris, 15 Cited in Lea Vergine, op. cit., p. 307.

167 THE EARLY In my most recent experiments, I felt close Frida Kahlo ABSTRACTION to reaching what Robert had predicted and (Coyoacán, Mexico, 1907-1954) what was the ‘solar source’ of his work. I still stumble on some snags…But I am P. 2 4 sure that underneath there is something The Frame [1938] Sonia Delaunay fundamental that will become the Oil on aluminium, reverse painting on glass and (Gradizhsk, Russia, 1885 - Paris, France, 1979) foundation of painting in the future.” painting frame 28.5 x 20.7 cm P. 2 0 Sonia Delaunay, “Le Soleil de minuit,” in S. State purchase and attribution, 1939 Young Italian Woman, 1907 Delaunay, Nous irons jusqu’au soleil,(Paris: JP 929 P Oil on canvas Robert Laffont, 1978), pp. 206-207. 89.5 x 35 cm “People thought I was a Surrealist. That’s Donated by Sonia Delaunay and Charles not right. I have never painted dreams. Delaunay, 1964 María Blanchard What I represented was my own reality.” AM 4088 P (Santander, Spain, 1881 - Paris, France, 1932) Frida Kahlo, in Frida Kahlo and Diego Rivera, P. 2 1 P. 2 3 Isabel Alcántara and Sandra Egnolff (New York, Rythm Color, 1959-1960 Behave Yourself or Joan of Arc [1917] Prestel), 1999 p. 66 Oil on canvas Oil on canvas 81 x 65 cm 140 x 85 cm Donated by Sonia Delaunay and Charles Purchased 1951 Maria Helena Veira da Silva Delaunay, 1964 AM 3096 P (Lisbon, Portugal, 1908 - Paris, France, 1992) AM 4097 P “Her œuvre, like all considerable bodies P. 2 5 P. 2 2 of work, had everything to displease and The Optical Machine, 1937 With Myself, 1970 was first and foremost strange; nothing of Oil on canvas Etching on paper what has been done recently could predict 65 x 53.7 cm 66 x 50.3 cm her shrewd originality. Her compositions, AM 1993-33 Portfolio with a series of ten prints, one although strongly influenced by Cubism, cover, one title page, one epigraph page and exalted the human figure as if royalty. acertificate of the number of copies, with And what figures! Hardened by intensity, colophon, November 30, 1970 extremely detailed, comparable only to Gift of the artist, 1976 Gothic figures. María Blanchard, a painter AM 1976-103 (1 à 11) above all, was without precedent […] Here, we clearly see [L’ivrogne, 1926] the “Authentic abstract art is more difficult mechanism behind this complicated mind. than art that refers to an appearance of A tendency for Spanish naïveté, fixating reality because it is necessary to recreate on the strangeness of an exceptional a new world with every piece. But since adventure, exaggerating an event; an innate there are few rigorous and informed malice that causes her to see the absurdity connoisseurs in art, many people attempt in a subject, and to pay it no heed, for this style because they think that this love of risk; total faith in the virtue of art is beyond reference and control. The a technique that sanctifies the worst of profession is replaced by stuff and we have facetious remarks.” to make do with more or less successful commercial displays. André Lhote, “Éloge funèbre de María Abstract art also has its academism. Blanchard”, 6 April 1932, in Liliane Caffine Academism appears the instant when the Madaule, María Blanchard. École de Paris artist helps himself to an already existing (London: Liliane Caffin Madaule, cop., 1994), formula, or when he adopts the personal p. 74. particularities and methods of another artist. I don’t know how to define my painting. Which isn’t bad because I am suspicious of classifications and categorisations. How and why define something that comes from our insides? Before the others, Robert believed in me.

168 PORTRAITS/ QUESTIONNING GENDERS 169 PORTRAITS/ Diane Arbus, “Plan for a Photographic Project Eleanor Antin QUESTIONNING GENDERS [American Rites, Manners and Customs”], text (New York, USA, 1935) written by the artist in her application for a grant from the John Simon Guggenheim Foundation, P. 3 1 1963. The King, 1972 Suzanne Valadon Video, 51’18 (Bessines-sur-Gartempe, France, 1865 - Paris, France, 1938) Valérie Belin AM 2008-DEP 11 (Boulogne-Billancourt, France, 1964) P. 2 8 “There had to be a way to get art in front of The Blue Room, 1923 P. 3 0 people other than sticking it between the Oil on canvas Untitled, no. 4, 2003 blank white walls of New York galleries. 90 x 116 cm (from the series Mannequins, 2003) Why not the mail? In those days, all I State acquisition, 1924 – attribution, 1924, Gelatin silver print needed was a six-cent stamp for a first- LUX.1506 P 158.5 x 128.8 x 4 cm class postcard. Hadn’t the great novels of Purchased 2005 Dickens and Dostoyevsky been presented “Education: AM 2005-249 first in serial form? So maybe a story in Independent – Innate talent, exceptionally installments, a long one, maybe a novel, gifted “I wanted to evoke hybrid beings, between a road novel like Kerouac’s, a picaresque Main stages of her artistic life: virtual creations and archaic objects. story but in picture–on postcards–through Starting in 1883, her beginnings, she So I went in search of dummies with a the mail. […] All picaresque novels have drew like a fanatic, not to create beautiful strong realistic quality. And in the end, a hero, a dumb charmer–D’Artagnan drawings destined for a frame, but rather I discovered a brand in London whose was a jerk, Tom Jones was a fool, and good drawings that froze a moment of life, dummies are moulded from real women Don Quixote was a madman–and mine in movement, filled with intensity. and then reassembled to create an ideal wouldn’t talk. He would be an outsider, a I drew uncontrollably so that when I no being, with the arm of one woman, the hero would carry a long, leisurely work. I longer had my eyes, I would have them on neck of another, etc. Moulded from real didn’t want a one-liner. I wanted an epic. the tips of my fingers.” women, these objects are already, in a One night it came to me in a dream – ‘100 way, three-dimensional photographs. In Boots Facing the Sea.’ The next day I went Suzanne Valadon to Germain Bazin, photographing them, I intensified their to the Army Navy surplus store and bought in “Questionnaire pour une histoire de l’art qualities, their illusionistic character. Here, 100 black, rubber boots. […] How could I contemporain.” Reprinted in Suzanne Valadon, the photographic medium plays its full know that they would walk into my life and exh. cat, Martigny, Fondation Pierre Gianadda, role: the ‘grain’ of the photograph almost change it forever?” 26 January-27 May 1996, p. 156. merges into the ‘grain’ of the skin, the camera angle and light are studied in such Eleanor Antin, “Remembering 100 Boots”, a way as to give a very strong, modelled in Eleanor Antin, 100 Boots (Philadelphia: Diane Arbus quality. From afar, it’s possible to get an Philadelphia Running Press Book Publ., 1999), (New York, USA, 1923-1971) impression of something that’s alive; up n.p. Reprinted in Catherine Grenier (ed.), close, on the other hand, one can see the Los Angeles, 1955-1985: Birth of an Artistic P. 2 9 artefacts, the fake eyelashes, the brush Capital, exh. cat., Paris, Centre Pompidou, Transvestite at a Drag Ball, New York City, 1970 strokes.” 8 March-17 July 2006 (Paris: Éditions du Gelatin silver print Centre Pompidou/PanamaMusées, 2006), 50.5 x 40.7 cm Valérie Belin in Nathalie Herschdorfer p. 233. Purchased 1979 “Interview”, in Valérie Belin, exh. cat., AM 1979-397 Amsterdam, Huis Marseille Museum for Photography, 1 September-26 November 2007; “I want to photograph the considerable Paris, Maison européenne de la photographie, ceremonies of our present because we tend 9 Apri-8 June 2008; Lausanne, Musée de while living here and now to perceive only l’Élysée, 6 November 2008-4 January 4 2009; what is random and barren and formless (Göttingen: Steidl, 2007), p. 298. about it. While we regret that the present is not like the past and despair of its ever becoming the future, its innumerable inscrutable habits lie in wait for their meaning…These are our symptoms and our monuments. I want simply to save them, for what is ceremonial and curious and commonplace will be legendary.”

170 Pipilotti Rist Marina Abramovi´c (Grab, Switzerland, 1962) (Belgrade, Yugoslavia, 1946)

P. 3 2 P. 3 3 I’m Not The Girl Who Misses Much, 1986 Art Must Be Beautiful… Artist Must Be Video (projected) Beautiful…, 1975 Purchased 1999 Video, PAL, black & white, sound, 14’05’ Am 2000-34 Extract from A Performance Anthology, 1975- 1980 “In this video the figures float in the air. Purchased 1981 […] In the air there are also lights, sparks, AM 1991-57 thousands of bubbles and globules. The protagonists evolve among these diverse “In our western civilization, contrary to elements, rich in colour and matter, in a Asian cultures, we are filled with fears to playful manner, spontaneously and with the point that we have never been able to confidence. With a sort of sovereignty they develop techniques that shift our physical rediscover a state of primitive existence. limits. For me performance acted as a With this work [I] intend to create a flash means of making this mental leap. Initially, of consciousness in the spectator’s mind when I worked alone, or in the first stages that should make them feel a kind of of my work with Ulay, the element of mildness towards themselves, and aim danger, the confrontation with pain and at relativizing their personal problems. exhaustion of physical strength were very The video drifts between microcosm important because for the body those are and macrocosm in such a physical way states of total ‘presence,’ states that keep a that new approaches are opened up to person alert and aware.” such complex themes as the digestion of impressions, our origins in the amniotic Marina Abramović in Dobrila Denegri, fluid, the hypothesis of purgatory and an “Conversazione con Marina Abramović,” in economic system. Viewers are supposed Marina Abramović, Performing Body (Milan: to arrive at a state of flux in which many Charta, 1998), pp. 10-11. [other] things suddenly seem possible.”

Pipilotti Rist, in Pipilotti Rist, Á La Belle Étoile, press release, Centre Pompidou, Paris, 30 January 26-February 2007.

Rineke Dijkstra (Sittard, Pays-Bas, 1959)

P. 3 3 Hilton Head Island, S.C., USA, June 24, 1992, 1992 Cibachrome print 140 x 105 cm Purchased 2000 AM 2000-150

“I felt that the beach portraits were all self-portraits. That moment of unease, that attempt to ﬁnd a pose, it was all about me. I think that when you like something, it is about recognition.”

Rineke Dijkstra in Sarah Douglas, “Rineke Dijkstra, The Gap Between Intention and Effect,” Flash Art, vol. XXXVI, no. 232, October 2003, p. 79.

171 172 THE OTHER HALF OF SURREALISM 173 THE OTHER HALF OF Marie Toyen Germaine Dulac SURREALISM (Prague, Czechoslovakia - Paris, France, 1982) (Amiens, France, 1882 - Paris, France, 1942) P. 3 8 P. 4 0 The Beginning of Spring, 1945 The shell and the clergyman, 1927 Marie Laurencin Oil on canvas Black and white film, silent, 35 mm (Paris, France, 1883-1956) 89 x 146 cm Purchased with the patronage of Yves Rocher, Purchased 1982 2011 P. 3 6 AM 1982-363 AM 1906-F1089 Apollinaire and his Friends, 1909 Oil on canvas 130 x 194 cm Maria Helena Vieira da Silva Marie Toyen Accepted in lieu of tax, 1973 (Lisbon, Portugal, 1908 - Paris, France, 1992) (Prague, Czechoslovakia - Paris, France, 1982) AM 1973-3 P. 3 9 P.41 The Calvary, 1947 One inside the other, 1965 Alice Halicka Oil on canvas Oil on canvas (Krakow, Poland, 1895 - Paris, France, 1974) 81.5 s 100.5 cm 145 x 88 cm Accepted in lieu of tax, 1993 Purchased by the State, attribution, 1968 P. 3 7 AM 1993-35 AM 2009-66 Concorde Place, 1933 Oil on canvas 96 x 146 cm Francesca Woodman State acquisition, 1938, attribution, 1938 (Denver, USA, 1958 - New York, USA, 1981) JP 855 P P. 4 0 “She saw Paris, not as an immense, From Eel Series, 1977-1978 seething city, but rather as a subtle Vintage, gelatin silver print harmony where, for her, the soft and hazy 30 x 30 cm light of the Île-de-France is blue-green. Donated by Betty and George Woodman to the And this Paris is the Place de la Concorde Centre Pompidou Foundation with its sirens, its jets of water, the AM 2009-DEP 9 Obelisk, the Hôtel Crillon, the Ministry of the Navy, surrounding the rue Royale “I am interested in the way people relate to and the Madeleine in the background. It space. The best way to do this is to depict is also the Horses of Marly that she loves their interactions to the boundaries of tenderly, so much so that she sometimes these spaces.” paints them in the sky like poetic escapes elevating to new heights dreams in flight. Francesca Woodman, undated excerpt (ca. 1977) And this Paris, this Concorde, or the from Francesca Woodman’s diary, Notebook 6, Tuileries near it, are empty (or almost “Journal Extracts”, ed. George Woodman, in Chris empty) except for a small red figure that Townsend, Francesca Woodman (London and New makes the greens sing out. Why empty? York: Phaidon, 2006), p. 244. Because Paris does not need the crowds to be alive. Its scaled, harmonious beauty is enough.”

Maurice Gieure, Alice Halicka (Geneva: Éditions Pierre Cailler, Les Cahiers d’art- Documents, no. 171, 1962), pp. 15-16.

174 Meret Oppenheim Janaina Tschäpe (Berlin, Germany, 1913 - Basel, Switzerland, 1985) (Munich, Germany, 1973)

P. 4 2 P. 44-45 To Die at Night, 1953 Blood Sea, 2004 Gouache and oil on paper 4 videoprojectors, 1 synchronizer, 4 speakers, 50 x 57.5 cm 4 videotapes, HD, 16/9, colour, stereo sound, Purchased 1986 13’48’’ AM 1986-405 Gift from the Societé des Amis du Musée national d’art moderne. Projet pour l’art contemporain, 2005 Germaine Richier AM 2006-36 (Grans, France, 1904 - Montpellier, France, 1959) “I grew up in Germany and Brazil, so I P. 4 3 have these different backgrounds. I would Water [1953-1954] have notions on German Romanticism that Bronze would get all mixed up with the spiritual 147 x 62 x 98 cm aspects of living in Brazil, which are State acquisition, 1956, attribution, 1956 themselves heavily inﬂuenced by African AM 1022 BIS S practices and beliefs. Also, I found the natural world very overwhelming. There “For me, sculpture is something intimate. were a lot of things that were mixed up in It is something that lives and has its own my head when I was growing up, creatures laws. Nevertheless, height, width, depth that I create respond to all these different are that things do exist. Sculpture clings to ideas and to places that I’ve travelled geometric volumes. This geometry serves to and lived in. (…) I would take these to link and calm things. It counterbalances creations into an environment and try to excess. connect them into forests, into the beach All of my sculptures, even those largely or into the water. But now, I am connecting imagined, are born of something real, an them to memory as well.” organic truth. The compass that is used to take exact Janaina Tschäpe, in Chimera Janaina Tschäpe, measurements of the model as well as the exh. cat., Irish Museum of Modern Art, model itself has long been indispensable 24 June-28 September 2008, p. 102 to me: thanks to them I had something to start with. But I made the compass lie. I therefore avoided doing things as they are. It was a way of creating, of possessing a geometry of my own.”

Germaine Richier quoted in Germaine Richier, Rétrospective, exh. cat., Saint-Paul, Fondation Maeght, 5 April-25 June 1996 (Saint-Paul: Éditions de la Fondation Maeght, 1996), p. 182.

175 176 ECCENTRIC ABSTRACTION 177 ECCENTRIC ABSTRACTION

Camille Morineau

In 1966, Lucy Lippard published an article it the hobby horse of their critical and phil- in the journal, to accompany and comment osophical apparatus. Clement Greenberg’s on an exhibition – Eccentric Abstraction1 – modernism and Michael Fried’s formalism that she curated at the Fischbach Gallery are thus based on an idea of a progressive in New York. The terms of the title were simplification of the tools and forms of carefully chosen and their effectiveness art, towards an “essence” which is best ex- remains undiminished. “Eccentric”: devi- pressed by upcoming American generations. ant, different, according to rules that are A theoretical “thought grid,” whose adequa- not reducible in themselves to a principle. tion to its object is part of the aestheticism “Abstraction”: one of the canons of moder- of an era, corresponds to the orthogonal grid nity that this new art critic suggests we re- inherited from modernism and progressive- visit. Theory follows practice in the field of ly pared down by Abstract Expressionism, abstraction, which has remained a point of minimalist art, then Conceptual art. On the issue since the turn of the century. In the one hand, the creation of forms is reduced same way that abstract thought remained to simple gestures and to non-colours; on prohibited or theoretically denied to wom- the other, artists are ushered into move- en for a long time, abstract painting and the ments, and these movements are in turn most radical forms of art do not easily in- ushered into categories. Structural art and clude the women who practise such forms, structural thought answer one another. neither for exhibitions nor with respect It is this well-oiled, theoretico-formalist to important critical texts. Consequently, mechanism–the principle of interlocking resituating them within these spheres or building blocks that presuppose, like the rethinking a theoretical schema remains an child’s toy, a regular and well-proportioned important issue. Let us pay homage to the development of thought, time and individual talent of the women who have taken up the careers–that Lucy Lippard breaks down and, subject: Lucy Lippard in the United States in her stead, a long list of female and male and Aline Dallier in France, as well as Ro- postmodernist historians follow suit. “It is not salind Krauss and finally, more recently, so simple,” they say, “just look at the excep- Lynn Zelevansky and Susan Stoops in their tions.” What is to be done about the eccen- re-evaluation of the role of women in post- tricity of certain artists whose work does not minimalism.2 conform to these categories–notably women, At the time, “Eccentric Abstraction” who are strangely absent or quasi-absent suggested a strong opposition, which may from the aforementioned movements? What have (though nothing is less certain) lost its if we were to apply the situation of women punch today. Gestural or geometric, tachist artists to that of racial or social minorities? or rectilinear, European abstraction has What if this eccentricity defined new rules? been reviewed and corrected by the great What if–pushing the envelope still further– North American art critics, who have made this eccentricity the was rule?

178 “Eccentric Abstraction” becomes a p. 78, and Alina Szapocznikow) are used red monochromaticity as common denomi- programmatic expression in its modus ope- to create new types of volumes, or for the nator–with forms which evoke living struc- randi: not only are there not but possible evocation of volumes via the performance tures (twigs laid under canvases by Mo- tensions, but furthermore, these tensions or staging of simple gestures: folding, accu- nique Frydman) or mathematical structures are not necessarily the motor for thought, mulating, biting and kneading (Marie-Ange (underlying structures by Vera Molnar, p. no more than the categories are, or no more Guilleminot). 68) or colour-forms (Marthe Wéry, p. 62). than the opposition between the rule and Falling or hanging (Eva Hesse, Yayoi These forms are constructed by accumula- the exception is. If neither of the terms is Kusama, Silvia Bächli): between making tion and/or successive imprints, according self-evident–neither eccentricity nor ab- and allowing to be made, these artists re- to the principle of a repetition that is un- straction–perhaps it is necessary to rethink veal extreme tensions that often play on systematic yet visible to the naked eye. This everything? That is, to rethink the move- the imperceptible. They formulate a cor- process is also just as easily found in pho- ments and the categories, the univocal poreal thought that is neither sexed nor tography (B˜ela Kolá˜rová), drawing (Mâkhi progression of time, the univocity of career sexual, but organic–literally visceral in Xenakis; Vija Celmins; Claude de Soria) or paths, the concept of the rule and of the Louise Bourgeois–and sensual yet struc- sculpture (Tara Donovan). exception, and so on. The theory of the mi- tured. This internal thought hybridises it- “Serious, not serial,” Hanne Darboven nority–of difference and of exception–car- self on its journey towards the exterior and noted with respect to her work, specifying ries with it a profound philosophical revo- the visual. Indeed, the resulting forms and that she only constructed something by lution which, for once, emerges within the objects are more “visual” than “visible” and disturbing something else. Precision and art world. In the mid-1960s, a few artists often evoke the hollow, the underside and uncertainty coexist in this new eccentric and critics (who were mostly women and reversal; while their opposites, which define structure defined largely by women, where mostly in the United States) launched this what is ‘sculptural’–the hump, the surface the serial and the material coexist harmoni- time bomb which continues to ceaselessly and the act of raising or embossing–are not ously. Louise Nevelson’s hallucinatory med- alter the course of our visual categories, but considered contradictory but are included itation on architectural space and landscape also our historical and philosophical ones, in the previous terms, more in a process of continues to this day through photographic, by way of a domino effect. From feminist complementarity. critical thinking about the nightmarish by- thought to that of gender, through to mi- If there is tension, it is never resolved products of the modernist perspective in nority theory, this ‘ex-centric’ theoretical and this lack of resolution creates a new architecture (Valérie Jouve), via the sys- thought moves from the visual margins of type of tension: that between form and co- tematic exploration of graphic lines (Auré- thought towards its theoretical centre–from lour, colour and pigment, paint and colour- lie Nemours, p. 63; Agnes Martin), or the visual disciplines towards, precisely, more ing implement (Monique Frydman, paint- woven/stitched grid, in textile works by Ber- abstract disciplines. Its progressive objec- ing without a brush, or Ana Mendieta). An nadette Bour, Milvia Maglione, and Hessie, tive is to cause abstract thought to“advance” abstract painting can also be organic–with right through to those of Ghada Amer. more effectively and this is to be achieved, strangely enough in a concrete manner. In other words, these marvellous excep- tions to the rules will allow us to discover new rules, and thought may be redefined based on these new terms. So, how does this play out, in concrete, practical terms? In 1966, the demonstration was given through the description and analysis of two artists whose works, when seen side by side, pos- sessed striking visual affinities: Eva Hesse and Louise Bourgeois (p. 50). Yayoi Kusama and Lee Bontecou were also mentioned in the article. Louise Nevelson (p. 52), an artist from another generation, was not cited, but her work is based on a combination of formal structure and surrealism, which, according to Lippard, defines eccentric abstraction. “Visual, tactile and visceral”: the 1 The exhibition Eccentric followed on from the exhibition More than Minimal: Feminism and fact is that this expression can also apply to Abstraction: Alice Adams, Louise catalogue, was published in Art Abstraction in the 70’s. Watham: Rose Bourgeois, Eva Hesse, Gary Kuehn, International, vol. 10, no. 9, 20 Art Museum/Brandeis University, a contemporary generation of women. All Bruce Nauman, Don Potts, Keith November 1966, pp. 34-40. 1996. use new materials that are anti-sculptural in Sonnier, Frank Lincoln Viner was 2 Lynn Zelevansky, Sense and their softness, ephemeral character, partial held at the Fischbach Gallery, in Sensibility: Women Artists and New York, from 20 September to Minimalism in the Nineties. New transparency and lightness. Resin, fabric, 8 October 1966. Lucy Lippard’s York: Museum of Modern Art/H. paper and chewing gum (Hannah Wilke, article, “Eccentric Abstraction,” which N. Abrams, 1994; Susan L. Stoops,

179 ECCENTRIC to improve, to rebuild–I change the world Joan Mitchell ABSTRACTION around me since I cannot change myself.” (Chicago, USA, 1926 - Paris, France, 1992)

Louise Bourgeois (text dated ca. 1959-1966) P. 5 6 in Louise Bourgeois, exh. cat., London, Tate Untitled, 1954 Louise Bourgeois Modern, 10 October 2007-20 January 2008, p. Oil on canvas (Paris, France, 1911 - New York, USA, 2010) 130. 254 x 203 cm Accepted in lieu of tax, 1995 P. 5 0 AM 1995-161 Untitled, 1951 Louise Nevelson Ink on paper (Kiev, Russia, 1899 - New York, USA, 1988) “Because of the way people’s perception 39.2 x 24 cm is structured, they are always in search Purchased by the State, attribution, 2008 P. 5 2 of the horizon. Me, I can work in a space AM 2009-55, 2008 Reﬂexions of a Waterfall I, 1982 and negate this horizon contrary to what Painted wood, mirrors can happen in paintings that are badly P. 5 1 280 x 447 x 42 cm executed. All good painting simultaneously Untitled, 1949 Gift from Arnold Glimcher, 1985 acknowledges this horizon and denies it. Ink on paper AM 1985-504 […] When I paint I don’t intellectualise. 50 x 32.5 cm It is clear that some people paint or write Purchased by the State, Attribution, 2008 “I think often people don’t realize the music because they can’t express certain AM 2009-53 meaning of space. They think space is things using words. We’re used to saying something empty. Actually, in the mind and ‘Oh! She must be sad because her painting P. 5 1 the projection into this three-dimensional is somber.’ But that has nothing to do with Untitled, 1949 world, space plays the most vital part in painting, nothing to do with sentiment Ink on paper our lives. Your concept of what you put either.” 49 x 32.5 cm into a space will create another space. Purchased by the State, attribution, 2008 You can see a person walk into a room Joan Mitchell, “Entretien avec Yves Michaud”, AM 2009-52 and dominate the space. Space has an in Joan Mitchell: les dernières années, 1983- atmosphere, and what you put into it will 1993, exh. cat., Paris, Galerie national du Jeu P. 5 1 color your thinking and your awareness.” de Paume, 22 June-11 September 1994 (Paris: Untitled, 1950 Éditions du Jeu de Paume/Réunion des Musées India ink on paper Louise Nevelson in Louise Nevelson: Nationaux, 1994), p. 27. 27.5 x 21.3 cm Atmospheres and Environments, exh. cat., New Purchased by the State, attribution, 2008 York, Whitney Museum of American Art (New AM 2009-54 York: Clarkson N. Potter, 1980), p. 161.

P. 5 1 Untitled, 1989 Maria Helena Vieira da Silva Red ink and blue thread swen on paper (Lisbon, Portugal, 1908 - Paris, France, 1992) 22.7 x 30 cm Purchased 1993 P. 5 3 AM 1993-97 The great constructions, 1956 Oil on canvas “I ought to be doing something else instead 114.5 x 136.7 cm of just having a good time. I ought to AM 1993-42 have a job. I ought to be doing something worthwhile like a man instead of always P. 5 4 doing woman stuff. I ought to be ‘as good Sleepless Night, 1960 as’ and if possible better than Robert (and Oil on canvas in the past Pierre). Maybe I ought to be 89 x 116 cm something else, do or be something else, AM 1993-45 if not be, do–there is something wrong with what I do, maybe it means there is P. 5 5 something wrong with what I am. To do, Egypte, 1948 to do something else, to change the way I Oil on canvas wish, do what I want my way, not their way, 60 x 73 cm to change, to alter, to remake, to transform, AM 1993-36

180 Lygia Clark (Belo Horizonte, Brazil, 1920 - Rio de Janeiro, Brazil, 1988)

P. 5 7 Bicho - Crab, 1960 Aluminium 20.5 x 27 cm On loan from the Centre Pompidou Foundation AM 2009-DEP 2

“Each Bicho is an organic entity that reveals itself completely within its internal time of expression, betraying an affinity with molluscs and shellfish. It is a living organism, an essentially active work. A total and existential interaction establishes itself between you and the work. There is no passivity in the relationship that has been established between you and the Bicho, on one side or the other. A sort of physical exchange happens between two living entities. […] The Bicho has its own progression of movements, which reacts to the stimuli of the subject. It is not composed of independent and static forms that could be manipulated at will and indefinitely, like in a game. On the contrary: its parts are assembled in a functional way, like that of a true organism, and the movement of these parts is independent.”

Lygia Clark, Livro-obra, Rio de Janeiro, 1983, n.p. Reprinted in Lygia Clark, exh. cat., Barcelona, Fundació Antoni Tàpies, 21 October-21 December 1997, n.p.

181 182 COLORED ABSTRACTION 183 IMMATERIALS

Quentin Bajac

“The canvas lives through light and, with terviews given by the artist, she highlights very few means, it becomes animated and the physical character of the creative act, transforms itself according to the time of in contrast to a conceptual and disembod- day […] I don’t like it when people say that ied vision, while at the same time succinct- it is opaque. It cannot be, since it is bathed ly praising the beauty of fragility and the in light, whereas opacity is heavy and forms ephemeral. Pierrette Bloch’s work seems to a screen. There is always presence and ab- be truly at the crossroads of these multifari- sence, and that connects with what we are: ous concerns. The poverty of the materials waiting.”1 An economy of means, the search used, the simplicity of the productive act, for a certain metaphysics that is nonethe- the rigour of forms, the taste for monochro- less anchored in a powerful attention to ma- matic values, the repetition of a single motif terials: this is how the term “immaterials” punctuated with tiny variations are all found must be understood. As part of the quest for in her work. We may add to this list a certain a sublimation of matter, paving the way for unshakeable desire to affirm oneself outside a dematerialisation of the work, henceforth contemporary artistic currents. liberated from its physical envelope. Indeed, this demanding plastic artistic Beyond the mediums used, the search research is often accompanied by a fierce for a radical simplification of action and ma- desire for independence. The affirmation of terials is central to these practices, which the artist’s autonomy and of the solitary char- are predominantly characterised by rigorous acter of her approach is a recurrent factor for standards and asceticism. Reductions, re- many of these women artists. Agnes Martin movals, divisions, and disappearances punc- has always deliberately positioned herself tuate the creative process. Edda Renouf pro- outside both society and the art world, by ceeds by successive subtractions, by scrap- her refusal to play a social role and by her ing the canvas with sandpaper. The action concern not to be assimilated to minimal- acts as a revelator, as a stripping down of ism. Furthermore, by her desire for recogni- the elements already contained in the can- tion as an abstract expressionist, she empha- vas: vertical or horizontal lines, the former sises the spiritual character of her approach, referring to a masculine energy, considered inspired by Taoist philosophy. These artists negative, and the latter to a feminine energy are independent and solitary, considering qualified as passive. The same type of dia- their artistic enterprise above all as an atypi- lectic of disappearance/appearance marks cal adventure. Geneviève Asse and Aurélie Judit Reigl’s work of recent years, which ex- Nemours frequently insisted on the univer- plores the notions of burial and emergence salist character of their approach and the im- in painting. The artist is confronted with the possibility of detecting any kind of feminin- resistance of the materials that compose her ity in their respective artistic practices. work. The frugality of materials is central Light and its corollaries–the effects of to Isa Genzken’s sculptures. In the rare in- transparency and lightness–are immaterial

184 in essence and are central to the concerns Lutter uses the time-honoured technique reflective surfaces amplify the poetic pow- relating to dematerialisation. If Geneviève of the pinhole camera: the most rudimen- er of the shadow. In Look out the Window Asse confers to light a spiritual value, Bra- tary photographic system. It is a simple box (2000), by Yuki Onodera, ephemeral archi- zilian artist Cybèle Varela is more interested without lens and is the most natural form of tectures and banal, unmysterious structures in its natural properties. Her video Image image capture and writing with light, dat- become pure inscriptions of light, standing (1996, p. 66j) undertakes an analysis of ing back to the origins of photography. Im- out from sombre surfaces. the phenomenon of light, in which she at- ages are produced with a portable camera Tacita Dean has also developed a body tempts to deconstruct its mechanisms. In obscura of exceptional depth, using unusu- of work–from her beginnings as an artist and Leica (2004), by Elisabeth Ballet, effects of ally long exposures. The results obtained, through various mediums–that is marked transparency and light thwart the notions of in negative, appear to strike a very subtle by disappearance and (often illusory) quest. interior and exterior and shake up the tra- balance between calculation and surprise, Losses, deletions, omissions, eclipses, blind- ditional perception of space. Leica is both recording and revelation, monumentality nesses, absences, transient phenomena, fur architecture and sculpture, translucent and and fragility, document and poetry. Imprints -tive and ephemeral movements are scat- opaque in places; open and inaccessible. of architectures and epochs are revealed tered through her work. Kodak (2006) is no It shies away from any global understand- there–between presence and absence, re- exception to the rule. The film shows the ing and gives light a physical presence, ality and dream–and their large formats forthcoming disappearance of analog film– in a similar manner to the camera whose physically engage the spectator. The same which is the work’s own medium–at the Ko- name it bears. The same destabilisation of kind of lengthening of exposure time and a dak factory in Chalon-sur-Saône. Kodak is a the gaze and of the spectator’s body is at similar way of thinking about the relation- document relating its own programmed dis- work in Monika Sosnowska’s installations, ship between the spectator’s body and the appearance, a medium reflecting on its im- which imagine the exhibition site as a men- image is present in the work of Rut Blees minent and ineluctable obsolescence and a tal space to be reconfigured. The architec- Luxemburg, who, following in the footsteps study of the mystery of luminous inscription. tural structures are troubling, unfinished, of Brassaï, hunts for sights that trap the gaze It is an elegiac work of great visual splendour destroyed or in-progress. They are often in nocturnal Paris: shimmers, puddles, and and inconsolable nostalgia. articulated around a new dialectics of full and empty, line and plane. This process of the destructive metamorphosis of space is to be found in a part of Seton Smith’s photographic work. Dematerialised by the light, the architectural structures themselves dis- appear. Seton Smith inverses the proposi- tion by photographing light itself, modelled by its surrounding space, hence going beyond taking pictures of spaces sculpted with light. The same type of research on the dematerialisation of the model or the motif via stronger or weaker intensities of light is used in certain photographs. The photographic system becomes the instrument of a profound transformation that is in thrall to a veritable revelation, or even an internal vision. “When I push the shutter release, I 1 Geneviève Asse, cited in Jean Luc Musée des Beaux-Arts, 17 March-29 close my eyes,” announces Annelies Štrba, Daval, “La couleur de la lumière,” in: May 1995. Geneva: Skira, 1995, p. 25. in a programmatic way. For her part, Vera Geneviève Asse, exh. cat., Rennes,

185 COLORED Aurélie Nemours Cybèle Varela ABSTRACTION (Paris, France, 1910 - 2005) (Petrópolis, Brazil, 1943) P. 6 3 P. 6 6 The White Horseman, 1972 Image, 1976 Marthe Wéry Oil on canvas Video, SECAM, black and white, sound, 23’ (Brussels, Belgium, 1930 - 2005) 150 x 150 cm Purchased 1980 Donated by Association Camille, 2010 AM 1980-635 P. 6 2 AM 2011-86 Venice Painting 82, 1982 “From 1968 to 1970, I found a new means 58-piece installation P. 6 4 of expression; I decided to use different Acrylic paint on canvas Arc I, 1977 techniques whilst maintaining the same Size of the installation varies Vinyl paint on paper theme. The light, the sun, the shadows On permanent loan from the Fonds National 64.7 x 49 cm produced and their changing movements D’art Contemporain, 2006 Gift from the artist, 2003 were no longer represented by a painting 06-648 AM 2003-460 but through other media instead. I think I reached a crucial point when I recorded “I paint ﬂat with thin transparent P. 6 5 a video (which has since been bought by superimposed layers. So much happens Arc II, 1977 the Pompidou Centre) based on the fact during this slow process and I would like Vinyl paint on paper that the moment the sun enters any given to make it all come to life for the viewer. 64.6 x 48.4 cm space, it no longer watches from afar but is Thus, I realised that my fascination with Gift from the artist, 2003 an actual image. The window, for instance, the material and physical aspects of AM 2003-461 is a geometric shape which cuts across the colour was inscribed in my temperament. sunlight and restricts it; I have always been It separates me from the rigour of the P. 6 4 intrigued by the movements of the sun, Americans, for example. In fact, there is no Arc III, 1977 ever since my time in Brazil. So I recorded escape from the self-portrait in painting. It Vinyl paint on paper the video by focusing on the movements happens step by step, naturally.” 64.2 x 47.2 cm of the sunlight as it enters a room from a Gift from the artist, 2003 window because this was a real image for Marthe Wéry, material compiled by Guy AM 2003-462 me, real as if it were a face or an object.” Gilsoul in Le Vif/L’Express, 13-19 March 1987. Reprinted in Marthe Wéry, exh. cat., Brussels, P. 6 5 Cybèle Varela in Salvatore Enrico Anselmi, Palais des Beaux-Arts de Bruxelles, 29 June-16 Arc IV, 1977 “From Image to Ad Sidera. An Interview- September 2001, p. 7. Vinyl paint on paper Conversation with Cybèle Varela,” Cybèle Varela: 64.6 x 45.5 cm Ad Sidera per Athanasius Kircher, Biblioteca Gift of the artist, 2003 d’Archeologia e Storia dell’Arte, Collegio AM 2003-463 Romano, Rome, 7 March-10 April 2008 (Rome: Gangemi, 2008), pp. 75-76. “It was from looking at the human body that I discovered rhythm. I use nature as my point of departure to arrive at the grid, which is as radical as using pure mathematics to reach a grid. Nature revealed its laws to me. I abandoned the accidental and I retained the laws. They were what revealed the rhythm to me.”

Aurélie Nemours in Marianne Le Pommeré, “Une collection d’Aurélie Nemours.” in Reconnaître Aurélie Nemours, vol. 1, published to coincide with the exhibition “Silence-Éclat, Aurélie Nemours rencontre Jean Tinguely,” Mouans-Sartoux, Espace de l’art concret, 27 June-31 October 1999 (Paris: Réunion des Musées Nationaux,1999), p. 44.

186 Geneviève Asse Lygia Pape (Vannes, France, 1923) (Nova Friburgo, Brasil, 1927 - Rio de Janeiro, Brazil, 2004)

P. 6 7 P. 6 9 Atlantic, 1995 Drawing (# 24), 1957 Oil on canvas India ink on Japanese paper 200 x 165 cm 92 x 61 cm Gift from the artist, 1996 AM 1996-575 Ttéia 1, A, 1979-2000 Metal wire, nails, and light “Light reflects the eye. Grey sun, red 300 x 400 cm from the shadow. White cliffs in the mist. Acknowledgments to Galeria Lurixs Scaffolding that removes itself and leaves the construction suspended. Balance of “The proposal is to “weave a space” as part silence and sounds on the canvas that of a creative process that will establish new transforms itself according to the time and relationships between creative artists and opens up the space to secret architecture.” those viewers who will be appropriating it, and repeating the uses that may be made Geneviève Asse, 2009 of it during and after the presentation. The basic idea is to desacralise art objects, or eliminate their authorship from the Vera Molnar outset. Although there is an author, the (Budapest, Hungary, 1924) installation may be executed by anyone wishing to do so, because there is no P. 6 8 pretension of a “special touch;” rather the Transformation, 1983 idea is to broaden new perceptions, new Vinyl paint on canvas horizons from which lines generated by the 150 x 150 cm web-structure will emerge.” Donated by Association Camille in 2010 AM 2011-71 Lygia Pape in Lygia Pape Magnetized Space, exh. cat., Madrid, Museo Nacional Centro de Arte “The images I make consist of an Reina Sofía, 2011, p. 369. arrangement of simple geometric elements. There are two reasons for this choice. The first of them is my personal preference. I like simple patterns: squares, circles, triangles. It is a statement, a matter of fact and needs no justification. The second reason is more objective. My aim is–in common with so many painters of the past–to be able to create a valid work of art in a much more conscious way. Conscious way does not mean the suppression of intuition, but its reinforcement by a cognitive process; it does not mean that painting becomes a matter of logic. Art at its inception is essentially intuitive, it is at the phase of elaboration that intuition needs control and aid by cognition.”

Vera Molnar in Transformations: Vera Molnar, exh. cat., London, The Concourse Gallery, 10 June-2 July 1976 (London: Polytechnic of Central London, 1976), n.p.

187 188 GENITAL PANIC 189 FIRE AT WILL

Quentin Bajac

These days, with their warrior-like symbol- ten about me.”1 Subject in the making, yet ism, Niki de Saint Phalle’s Tirs (1961) ap- still object for the gaze. pear like the founding actions of a certain Nearly ten years on, and at the conclu- type of woman artist, one that is engaged sion of a decade which saw the emergence and militant. More so than works that have of feminist movements, another woman been preserved, the gesture itself, which artist echoes her work. VALIE EXPORT’s was abundantly documented in photo- Genital Panic responds to Niki de Saint graphs taken during these sessions, has Phalle’s Tirs. Working on the margins of the become a symbol for an entire subsequent Viennese Actionist group some of whose generation of women artists. However, Niki male chauvinistic attitudes she criticised de Saint Phalle never proclaimed a feminist at times, VALIE EXPORT states her inten- agenda. Indeed, her entry into confronta- tions by reclaiming complete control over tional art, just like the readily anti-mascu- her body. And so, Aktionshose: Genitalpanik line discourse which she held during the (1969) developed and expanded on Tapp 1960s, did not surprisingly result in a truly und Tast Kino (1968, p. 76) where the art- militant positioning. Admittedly her targets ist had offered her breasts up to the male were probably numerous and complex and touch in the streets of Vienna concealed brought together personal and intimate from within a box. Henceforth the artist’s preoccupations, political and social dimen- gaze upholds that of the spectator. sions, and finally aesthetic issues. However, Whilst many women were attempt- in a direct or indirect way they all referred ing to re-appropriate the debate on the back to the underlying issue of male domi- female condition, some of the main con- nation. cerns raised by feminist artists during this In itself the gesture acted like a signal: period were the desire to re-appropriate it was probably one of the first within the their body, its representation, but also peo- fine arts to bring these issues up in such a ple’s gaze over it. At the Fiac art fair in 1975 direct way but also, as a sign of its time, to ORLAN’s Baiser de l’artiste (p. 75) created have known such an impact. Moreover, this a scandal by blurring the boundaries be- success was not without ambiguity, which tween the roles of artist and whore. During the artist herself brought up with lucidity this period in the 1970s, sexuality and its and a touch of irony: “The shot came be- masculine, erotic, or in particular porno- fore the Women’s Liberation movement. It graphic representations were the focus of was scandalous – but at least people talked her performances. Following on from one of about it – to see such a pretty young woman the great feminist pieces of that year, Judy using a gun to shoot with, and complaining Chicago’s Dinner Party (1979), a work that about men in her interviews. If I had been was symbolic and moralising to excess, the ugly, people would have said that I had an female genitalia became a self-proclaimed inferiority complex and would have forgot- emblem. Betty Tompkins’ large scale Fuck

190 Paintings (1969), which were created by works begun many years back about the of shapes covered in blue sheets which using details from pornographic images, perception of art, in Carpeaux, which was come to life through a gust of air. The work were met by incomprehension by certain taken at the Musée d’Orsay, Louise Lawler has a dream-like reach whilst at the same feminist groups: hyperrealist yet verging on emphasised the presentation of the artwork time referencing current social reality: the abstraction (their original titles had been and its environment and the way in which issue of illegal immigrants in contemporary Joined Forms), they seemed almost too they can have a bearing on the viewer’s gaze cities. Finally in Piques (1992-1993), An- smooth, indeterminate, and insufficiently but also change the definition of the work nette Messager evoked the memory of the representative. At the same time, Hannah itself. Later still, Rosemarie Trockel and French Revolution. Wilke’s S.O.S. Starification Object Series Marlene Dumas’s work was concerned to a Since the 1980s, increasing numbers (1974-75), a photographic series drawn certain extent with re-investigating the his- of women artists have looked at the world from her performances, challenged stereo- tory of art and the representation of women and its history as their subject matter and types concerning male visions of the female to which they brought a sharp, somewhat have observed it using various, often in- body. Her vaginal sculptures, made with sarcastic edge, often entirely independent direct forms of transcriptions. Although gum that had been chewed by the audience of a feminist agenda. Confronted by Ma- Susan Meiselas, Magnum photographer, and which was then stuck directly onto her levich’s Black Square, and re-interpreted followed the main conflicts in Central skin, brought to light the issue of the objec- through the use of embroidery, the Car- America (Nicaragua and El Salvador, 1980) tification of woman, whilst also acting on a tesian formula Cogito ergo sum with its ir- as a photojournalist and a privileged yet visual level like scars or stigmata. regular lettering, does not necessarily ap- external observer, she always tried to work Thereafter an increasing number of pear in Trockel’s work as the incarnation of on the longer term and revisit her previous voices rose to claim a more important place a masculine emblem. In Marlene Dumas’s pictures. Working also in war zones during for women in the cultural and artistic field. work on the other hand, the artist positions the 1980s and 1990s, Sophie Ristelhueber “Why have there been no great women art- herself under a double masculine heritage, revealed the traces and scars of conflict ists?” asked Linda Nochlin in 1971,2 at a under Rembrandt and Picasso. Following through photography. Sigalit Landau (p. 91) time when, in the United States, the Art on from many works in which she explored and Tania Bruguera (p. 92), in reference to Workers’ Coalition, formed around Lucy the multiplicity of the feminine figure, her On Steps without Anaesthesia made by Gina Lippard amongst others, called for the rep- young girl Pisseuse en robe bleue (1996) of- Pane during the Vietnam war, in an indi- resentation of women artists as well as black fers a playful vision of the female condi- rect way – closer to metaphor yet in a very and Puerto Rican minorities in museums–a tion and one that is often highly sexually physical manner – examined contemporary core principle at the heart of the movement. charged. issues: here the Israeli-Palestinian conflict, Many women artists started to deal directly By becoming protagonists in their own there Castro’s Cuba and power relations. or indirectly with this issue in their work. right women are now able to cast a glance Finally, by re-examining the histories of For example in 1970, in her performance and a judgement over history, past as well their country, a number of women artists MesuRages, ORLAN measured artistic insti- as present. Nancy Spero, who was involved bring together public and private, individual tutions as well as roads named after famous in feminist movements during the 1960s and collective issues, as well as biographi- men; the artist saw this as a way of using and 1970s and was also opposed to con- cal and historical preoccupations no matter her body to measure up to but also attempt flict, in particular the war in Vietnam, from what artistic medium they employ. The use to measure their significance. In a more the early 1960s onwards, often associated of cross-cutting as well as the combination straightforward way, ten years later, the masculinity and destruction in her draw- of personal and political preoccupations, Guerrilla Girls revived the weapons used by ings. By going further than simply referenc- animates Sanja Iveković’s videos (p. 92) on 1960s and 1970s activist collectives in order ing historical events, Eva Aeppli, Annette the subject of the Yugoslav conflict. The to devise performances and happenings that Messager and Wendy Jacobs examined the issue of the personal and political is also criticised the phallocentrism of artistic insti- universality of the human condition and its present in Sandra Vásquez de la Horra’s tutions on the one hand, but also to write an suffering through their large-scale installa- graphic work, reminiscences of her youth alternative history of art on the other. tions. Eva Aeppli created life-sized puppets in Pinochet’s Chile. Finally Maja Bajevic´ During the 1980s, at a time when post- of judges, victims or executioners, actors or and Shirin Neshat attentively portray the modern critical theory was influenced by spectators (1968), later in life deciding to role and the condition of women in the con- structuralist thought, many women put into join Amnesty International. Wendy Jacob’s temporary world in all its social and political question prevailing aesthetic values in an The Somnambulists (Blue) (1993) consists dimensions. often ironic and detached way. Exhibited initially next to other disquieting hybrid machines amidst her “Art Circus,” Rebecca Horn’s Whipmachine (1988)–a whip crack- ing at regular four-minute intervals against 1 Niki de Saint Phalle, “Lettre à Pontus been no Great Women Artists?” [1971], the wall on which it was hung–regulated [Hultén]”, published in Niki de Saint in Women, Art and Power and Other the viewer’s experience of the show in a vir- Phalle, exh. cat., Paris, Musée d’Art Essays. Boulder, Colorado: Westview Moderne de la Ville de Paris, June- Press, 1988, pp. 147-158. ile, ironic way, and invariably affected their September 1993. gaze. The same year, following a series of 2 Linda Nochlin, “Why have there

191 GENITAL PANIC down each row, the gun I carried pointed Hannah Wilke at the heads of the people in the row (New York, USA, 1940 - Houston, USA, 1993) behind. I was afraid and had no idea what Suzanne Valadon the people would do. As I moved from row P. 7 9 (Bessines-sur-Gartempe, France, 1865 - Paris, France, 1938) to row, each row of people silently got up Through The Large Glass, 1976 and left the theater. Out of film context, Video, PAL, colour, silent, 10’ P. 7 4 it was a totally different way for them to Gift from Marsie, Emanuelle, Damon and Adam and Eve, 1909 connect with the particular erotic symbol.” Andrew Scharlatt, Hannah Wilke Collection and Oil on canvas Archive, Los Angeles, 2009. Courtesy Electronic 162 x 131 cm VALIE EXPORT in “VALIE EXPORT, Arts Intermix State purchase and attribution, 1941 interviewed by Ruth Askey in Vienna 9/18/79,” AM 2010-131 AM 2325 P High Performance, issue 13, vol. 4, no. 1, spring 1981, p. 80. “I created myself as goddess, as angel, as a female crucified so that I could expropriate ORLAN the symbols that were made by men of (Saint-Étienne, France, 1947) Gina Pane women and then give women a new status, (Biarritz, France, 1939 - Paris, France, 1990) a new formal language. I particularly P. 7 5 wanted to reaffirm the body’s physicality, The Artist’s Kiss. The ATM or Almost! no 2, 1977 P. 7 7 which seems to have become more alien Gelatin silver print under Diasec Melancholic Action 2x2x2, 1974 than ever in the world of deconstruction. Printed 1996 Video, Betacam black and white, sound, 44’30’’ Women have always served as men’s ideal 157 x 110cm AM 2003-F37 and creative spirit. For me to create my Sound tape of Baiser de l’artiste, 3-part own images as the artist and the object was document printed on both sides important because I was really objecting to Purchased 2009 Hannah Wilke being the object. I made myself the object AM 2009-141 (2) (New York, USA, 1940 - Houston, USA, 1993) to idealise women in the same way men often did in order to give her back her own P. 7 8 body. I took back my own body instead of VALIE EXPORT S.O.S. Starification Object Series: giving it to someone else to ‘create’.” (Linz, Austria, 1940) An Adult Game of Mastication (Mastication Box), 1974-1975 Hannah Wilke in Linda Montano (ed.), P. 7 6 Performance Artists Talking in the Eighties: Sex, Tapp and Taskino, 1968 Installation: set of playing instructions, games Food, Money, Fame, Ritual, Death, (Berkeley Los From Touch Cinema box containing 8 black and white photographs, Angeles, London: University of California Press, Video, PAL, black and white, sound, 1’08’’ 50 playing cards and 16 packets of chewing- 2000), p. 138. gum, set of 12 chewing-gum sculptures, set of “Genital Panic was performed in a Munich 28 black and white photographs, one black and theater that showed pornographic films. I white photograph of the artist was dressed in a sweater and pants with Gelatin-silver prints, gum, paper, card, Plexiglas the crotch completely cut away. I carried Variable sizes a machine gun. Between films I told Gift from the Centre Pompidou Foundation, the audience that they had come to this 2007 (partially donated by Marsie, Emanuelle, particular theater to see sexual films. Now, Damon and Andrew Scharlatt, Hannah Wilke actual genital was available, and they could Collection and Archive, Los Angeles, to the do anything they wanted to it. I moved Centre Pompidou Foundation) down each row slowly, facing people. I AM 2007-261 did not move in an erotic way. As I walked (detail)

192 THE BODY AS EVENT 193 THE BODY SLOGAN

Emma Lavigne

Taking as their model activist strategies im- Carolee Schneeman’s performances. After plemented by the civil rights and feminist incarnating Manet’s passive Olympia in a movements which developed in the United performance-tableau by Robert Morris, States from the mid 1960s, many women Schneeman created a scandal with her artists were attracted by the visual and se- films Meat Joy (1964) and Fuses (1967), real mantic potential of performance art as a odes to flesh and manifestations of a confi- field for experimentation, one that did not dent female sexuality, which were branded submit to the protocols of the art world and pornographic. During the 1970s Hannah its institutional or commercial outposts. Wilke’s performances extended this critical These artists put forward the political pow- denuding, by crawling naked in a Soho gal- er of the body, which became a location for lery, or by doing a parody striptease in 1976, discourse, a privileged arena where taboos behind Marcel Duchamp’s La mariée mise à and stereotypes linked with the representa- nu par ses célibataires, même, in Philadel- tion of women within a patriarchal society phia’s Museum of Art. The performance art were put into question. Through perfor- scene in France, whilst being largely de- mances which reference the cathartic di- politicised, was very active and echoed work mension of Antonin Artaud’s “Theatre of by international artists such as Lygia Clark, Cruelty”, VALIE EXPORT, Gina Pane, who lived in Paris on three occasions be- Adrian Piper, and Carolee Schneeman free tween 1968 and 1976. The scene also refer- themselves from what the feminist art critic enced work by Rebecca Horn, Hannah Lucy Lippard calls the “frame-and-pedestal Wilke, and Alina Szapocznikow, who were syndrome” and use their bodies as the mate- invited by its instigator ORLAN to partici- rial of the artwork itself. Most of their per- pate in a festival of performance art in Ly- formances can be seen through the frame- ons between 1979 and 1983. Many artists, work of conceptual art and participate in from Niki de Saint Phalle to Marina what Lippard defines as the “dematerialisa- Abramović, refused a one-sided reading of tion of the art object”1, including Adrian their work under a feminist banner. The Piper’s proposal or manifesto to become an body, be it “performed” or represented, was artwork. In 1964, in her performance Cut used as a tool for physical expression and Piece, Yoko Ono knelt on a stage in the posi- eventually distanced itself to a certain ex- tion of a submissive Japanese woman and tent from the radicalism of performances invited the spectators to cut the clothes she which only survived through photographic was wearing, to cut them into pieces in or- documentation. According to Kiki Smith, der to strip her, and in doing so shatter the the wider issue became “to know how to image of a regulated, repressed body. In Va- represent a body, be it male or female, in gina Painting (1965) Shigeko Kubota broke order to produce a human experience and the taboo on menstruation and paved the to cause empathy, identification. Men have way for VALIE EXPORT, Judy Chicago or been able to examine this issue by repre-

194 senting and using the female body. I think that the artist sees them as self-portraits. At Dumas’s work Labelled (1998), but also that it is finally time for women to put times, portraiture becomes the ground for Tania Bruguera’s ¡País mío, tan joven, no across their own vision.”2 The transforma- the conciliation of opposites, creating hy- sabes definir! (2001, p. 92). Here anxiety, tion of the performed body becomes Nicola brid, out-of-bounds or repressed forms, and torment, and the interiority of the body L.’s subject matter in her “body-objects” questioning, like ORLAN in Self-Hybrida- come to show on the artist’s face and mouth such as Same Skin for Everybody (1969), a tions, the canons of facial beauty through- through the means of a painful language red plastic coat which fits eleven people at out the ages and across civilizations. In the made by pulling faces, and which can be once. Jana Sterbak’s Vanitas: Flesh Dress for case of Cindy Sherman’s Untitled, # 141 seen as an attempt to communicate a form an Albino Anorectic (1987) offered a strik- (1985), a work which is located in an am- of warning to us all. Moving away from the ing memento mori, made with raw flank biguous zone between beauty and mon- spectacle of bodily performance, Maria steak. Marie-Ange Guilleminot’s ritual gar- strosity, the artist states: “In horror stories or Lassnig invents a means of transferring cor- ments or Robes (1992) pay homage in fili- in fairy tales, the fascination with the mor- poral, physical sensation onto the surface of gree form to ORLAN’s pinafore dress in bid is also, at least for me, a way to prepare a canvas or paper. Sometimes, as in Chloe Action ORLAN-corps. MesuRage, Centre for the unthinkable […] That’s why it’s very Piene’s charcoal drawing Crest 02 (2005), Georges Pompidou, Paris (1977), which was important for me to show the artificiality of thanks to finesse and use of transparency, later exhibited as a relic of the artist’s body. it all, because the real horrors of the world the paper becomes a skin. The drawing According to ORLAN it is not a “naked are unmatchable, and they’re too pro- therefore becomes a membrane where the body which is used as a measure, but a so- found.”6 Zoe Leonard, another American “visible and invisible” meet.8 Ana Mendieta cially contrived one, therefore one that is activist artist, questions sexual identity as draws political and poetic awareness from dressed (or even over-dressed) in a garment well as female identity itself, which she sees the insularity of her country of origin, Cuba, made from dowry linen worn over clothes, as a social concept, and by doing so decon- and reveals hidden ancient and primal ener- which makes sense in my work as it acts like structs the sexist rules of erotic images. She gies through her work. Her film Untitled a screen”3. Gilles Deleuze and Félix Guat- seized the tragic occasion offered by a muti- (Chicken Piece Shot # 2) (1972-1981, p. 84) tari have demonstrated how the “deterriori- lated body–a head in a jar in Preserved Head captured the urgency of this quest: “If I had alisation of the body implies a reterritoriali- of a Bearded Woman, Musée Orfila (1991)– not discovered art, I would have been a sation on the face; the decoding of the body to raise an accusation against a society criminal […] my art comes from a feeling of implies an overcoding by the face”.4 In En- which she felt was incapable of integrating rage and destitution […] a sublime rage.”9In coconnage no 1 (1972) Françoise Janicot difference other than through the study of the performance Freeing the Body (1976, p. wrapped her head in a coil of rope in a pro- monstrosity and malformation. “For me, 86) Marina Abramović face was covered cess of semantic reflection, and offered an- drawing is a sort of journal. I would not be with a mask, and accompanied by a percus- other take on the limitations of the body able to stop doing them [the drawings] as sionist and the rhythm of a drum, she which is reduced to a sign, to a winding of they are a means of exorcising or analysing danced naked for six hours in Mike Steiner’s lines. Photography acts like an agent by my daily fears,” confesses Louise Bour- gallery in Berlin–a ritual dance flirting with helping to reveal the body’s symptoms but geois.7 The emotional mapping which can death–setting the physical limitations of a also the modes of display and transforma- be felt in her drawings such as Self Portrait body out of bounds and now a spectacle. tions that are inflicted upon it. The veiled (1942) can be seen in parallel with Marlene body becomes an artifice, and can only been seen through a mask, which is the face, as Valérie Berlin demonstrates in her series Mannequins (2003, p. 30). She remarks: “I ultimately photograph the surface manifestation of things and people, like symptoms related to the body and its way of being exhibited, and the forces of destruction and metamorphosis to which it is sub- 1 Lucy R. Lippard, Six Years. The 2007, p. 301 (published to coincide Storsve (ed.), Louise Bourgeois. Paris: Dematerialization of the Art Object with the Valérie Belin exhibition, Éditions du Centre Pompidou, 2008), jected. All of this, including the objects, re- from 1966 to 1972. London: Studi Amsterdam, Huis Marseille stichting p. 108 (published to coincide with fers back to humanity, either through meta- Vista, 1973. voor fotografie, 1 September-26 the exhibition Louise Bourgeois, phor or absence. It’s an obsessive work, 2 Valérie da Costa, “Entretien avec November 2007; Paris, Maison Centre Pompidou, 5 March-2 June Kiki Smith : corps à corps,” Particules, Européenne de la Photographie, 9 2008). subjects vary, but they all say more or less no. 16, October-November 2006, April-8 June 2008; Lausanne, Musée 8 Cited in Philippe Dagen, “Chloe the same thing”5. Her portraits and works p. 6. de l’Élysée, 6 November 2008-4 Piene filme la nuit en plein jour,” Le are open; everyone can project their own 3 Hans Ulrich Obrist, “Entretien avec January 2009). Monde, 11 February 2004. ORLAN,” in ORLAN. Paris: Flammarion, 6 Cindy Sherman, exh. cat., Shiga 9 Cited in Véronique Bourouet- stories or references onto them. Rineke Di- 2004, p. 195. (Japan), Museum of Modern Art, Aubertot, “Ana Mendieta au corps jkstra’s portraits of strangers, on the other 4 Gilles Deleuze and Félix Guattari, 1996, p. 164, cited in Cindy Sherman: de l’identité,” Beaux-Arts Magazine, n. hand, such as Hilton Head Island, S.C., “Year Zero: Faciality,” A Thousand Retrospective, exh. cat., New York, 189, February 2000, p. 32. USA, June 24 (1992, p. 33), attempt to re- Plateaus. London: Continuum Thames & Hudson, 1997, p. 8 International Publishing Group, 7 Interview with Ralf Beil, Neue veal a truth that is universal yet essential 2004, p. 201. Zürcher Zeitung, 1 June 1996, cited and personal at the same time, to the extent 5 Valérie Belin, Göttingen, Steidl, in Marie-Laure Bernadac and Jonas

195 THE BODY AS EVENT Regina José Galindo Nan Goldin (Guatemala, 1974) (Washington, D.C., USA, 1953)

Ana Mendieta P. 8 5 P. 8 7 (Havana, Cuba, 1948 - New York, USA, 1985) Punto Ciego [Blind Spot], 2010 Heartbeat, 2000-2001 Video – documentation of a performace, 17’02”, Projection of 245 colour slides in sequences of 4 P. 8 4 edition 5/5 plates accompanied by sound-track of “Prayer of Untitled (Chicken Piece Shot #2), 1972 On permanent loan from the Centre Pompidou the Heart” by John Tavener, played by Björk and Video, PAL, colour, silent, 2’57’’ Foundation, 2012 the Brodsky Quartet On permanent loan from the Centre Pompidou Duration 15’08’’ Foundation, 2009 (gift from Raquelin Mendieta Purchased 2001 and Ignacia Mendieta to the Centre Pompidou Marina Abramovi´c AM 2001-135 Foundation) (Belgrade, Yugoslavia, 1946) (details)

P. 8 4 P. 8 6 “For me it is not a detachment to take a Untitled (Blood Sign #2/Body Tracks), March Freeing the Body, 1976 picture. It’s a way of touching somebody– 1974 Video, PAL, sound, black and white, 9’08’’ it’s a caress. I’m looking with a warm eye, Digital Betacam, NTSC, color, no audio Extract from Anthologie de Performances, 1975- not a cold eye. I am not analyzing what’s On loan to the Centre Pompidou Foundation 1980 going on–I just get inspired to take a in 2009 (donated by Raquelin and Ignacio PAL, black and white, sound, 8’40” picture by the beauty and vulnerability of Mendieta to the Centre Pompidou Foundation) Purchased 1991 my friends.” AM 2009-DEP 16 AM 1991-57 Nan Goldin, New York, 11-12 July 1992, in “It was perhaps during my childhood in “On Acceptance: A Conversation. Nan Goldin Cuba that I first became fascinated by Carolee Schneemann Talking with David Armstrong and Walter primitive art and cultures. It seems as (Fox Chase, PA, USA, 1939) Keller,” in Nan Goldin, David Armstrong, Hans if these cultures are provided with an Werner Holzwarth (ed.), Nan Goldin: I’ll be Your inner knowledge, a closeness to natural P. 8 6 Mirror, exh. cat., New York, Whitney Museum resources. And it is this knowledge which Body Collage, 1967 of American Art, 3 October 1996-5 January gives reality to the images they have Video, PAL, black and white, silent, 3’30’’ 1997 (Zurich, Berlin, New York: Scalo New created. Purchased 2006 York, Whitney Museum of American Art, 1996), It is this sense of magic, knowledge, AM 2006-46 p. 452. and power, found in primitive art, that influences my personal attitude to art- “Meat Joy has the character of an erotic making. For the past five years I have rite: excessive, indulgent, a celebration been working in nature, exploring the of flesh as material: raw fish, chickens, relationship between myself, the earth, sausages, wet paint, transparent plastic, and art. Using my body as a reference rope, brushes, paper scrap. Its propulsion in the creation of the works, I am able is toward the ecstatic–shifting and turning to transcend myself in a voluntary between tenderness, wildness, precision, submersion and total identification with abandon: qualities which could at any nature. Through my art, I want to express moment be sensual, comic, joyous, the immediacy of life and the eternity of repellent. Physical equivalences are nature.” enacted as a psychic and imagistic stream in which the layered elements mesh and Ana Mendieta Papers, New York, Galerie Lelong, gain intensity by the energy complement 1978. Reprinted in Olga Viso, Unseen Mendieta, of the audience. […] Our proximity The Unpublished Works of Ana Mendieta heightened the sense of communality, (Munich, Berlin, London, New York: Prestel, transgressing the polarity between 2008), p. 296. performer and audience.”

Carolee Schneemann, More than Meat Joy: Complete Performance Works & Selected Writings, Bruce McPherson (ed.) (NewYork:, Documentext, 1979), p. 63.

196 FACING HISTORY 197 FACING HISTORY loop and material, I was demonstrating Sanja Iveković my own version of belly dancing. This (Zagreb, Yugoslavia, 1949) was a personal and senso-political act, Eva Aeppli concerning invisible, sub-skin borders, P. 9 2 (Zofingen, Switzerland, 1925) surrounding the body actively and Personal Cuts, 1982 endlessly. The pain here is escaped by Video, PAL, colour, sound, 3’40” P. 9 0 exhilarating velocity. Careful observation Purchased 2005 Groupe de 13 (Hommage à Amnesty shows that the wire spikes are turned AM 2005-213 International), 1968 outwards and thus are nearly harmless. Installation: 13 silk dummies, kapok, cotton and “The proponents of the New Art Practice velvet, iron chairs *Centrifugal movement inside a hoop has been in socialist Yugoslavia were mostly male Size of the installation varies practiced by children and adults throughout artists, in the 1970’s only a few women Approximately 190 x 32 cm (each dummy); 82 x history in many civilizations, ancient and artists were visible on the scene. I was 42.5 x 48 cm (chair) modern. The reinvention of the hula hoop in preoccupied from the start with the Donated by the Centre Pompidou Foundation, plastic, named after the Hawaiian hip-rotating question of gender identity and gender 2008 dance, took place in 1957 in California. At the roles in society, I tried to reflect on my (Gift from Samuel D. Mercer to the Georges peak of its craze, 20,000 hula hoops were made own position as a woman in a patriarchal Pompidou Art and Culture Foundation, 1992) and sold worldwide every day. In the USSR, culture, which was, in spite of the AM 2008-174 selling and dancing the hula hoop was banned officially egalitarian policy, always alive and for being a symbol of America, and in Japan it present in socialism. A recurrent theme “In western culture, a group of thirteen was forbidden for being too seductive.” in these early works was the politics of figures around a table evokes the Last the representation of femininity in the Supper, but at my ‘Table’, one sees neither Sigalit Landau, “Barbed Hula”, in Gabriele mass media. I publicly declared myself Christ nor any of the apostles. The men Horn, Ruth Ronen (ed.), Sigalit Landau, exh. as a feminist artist and in this sense my and women gathered together represent cat., Berlin, KW Institute for Contemporary position was really specific.” the human condition.” Art, 18 November 2007-13 January 2008 (Ostfildern-Ruit, G. Hatje, 2007), p. 258. Sanja Iveković in “Interview with Antonia Eva Aeppli, “The artist’s letter to a friend writing Majaca,” in Eva Ebersberger and Daniela Zyman a thesis on her work,” in Eva Aeppli: Drawings, (ed.), Thyssen-Bornemisza Art Contemporary: The Oil Paintings, Sculpture 1959-1994, ex. cat. Tania Bruguera Collection Book, exh. cat., Vienna, TBA21 (Omaha, Nebraska; Garden of the Zodiac, (Havana, Cuba, 1968) (Cologne, Verlag der Buchhandlung Walther 2000), n.p. König, 2009), p. 197. P. 9 2 Country of mine, so young, knowest not to Sigalit Landau Define!, 2001 (Tel Aviv, Israel, 1969) (Extract #5 from the series The Island in full) Video, PAL, black and white, sound, 10’28’’ P. 9 1 Purchased 2005 Barbed Hula, 2001 AM 2005-230 Video installation 1 video projector, 1 amplifier, 2 loudspeakers, 1 “I work with emotions and memory, and video tape, PAL, colour, sound, 1’48” the idea of documenting not in a historical Purchased 2006 way but through emotions. I want my AM 2006-79 work to be transformed and remembered by the audience as an experienced “This act of desensitization – spinning in emotion. I want the audience to access a hoop of barbed wire – was performed the piece as an experience, sometimes twice. The first took place at sunset, on a physical experience, and to carry the a roof in an industrial part of Tel Aviv. ‘documentation’ of it with them as their The second was at sunrise the following own lived memory. I would like my work morning, on a beach between Jaffa and Tel not to be seen but to be remembered.” Aviv, where fishers and elderly exercisers come to start their day. Tania Bruguera, in RoseLee Goldberg, The sea is the only peaceful and natural “Entrevista II/Interview II,” in Tania Bruguera, border Israel has. Danger is generated work published to coincide with the 51st Venice from history into life and culture. In this Biennale, The Experience of Art, 2005, p. 27.

198 Letícia Parente Native Brazil, Alien Brazil and [Our Daily life is reaffirmed through the egg as a (Salvador, Brazil, 1930 - Rio de Janeiro, Brazil, 1991) Bread] there was news about what was symbol.” happening in the indigenous territories, P. 9 3 the deaths, and a government plan to Anna Maria Maiolino, in Anna Maria Maiolino, Trademark I, 1975 draw the new limits of the indigenous exh. cat., Fundació Antoni Tapiés, Barcelona, Video, black and white, sound, 10’30’’ territories. I questioned the paradisiacal in collaboration with Centro Galego de Arte Purchased 2010 images of the postcards (sold for tourism) Contemporanéa, Santiago de Compostela et AM 2010-171 of that time. I even went to the point of Malmö Konsthall (Editions Koenig, 2010) thinking whether they could be photos pp.51-52. “The phase of the body that witnesses taken by anthropologists in favor of cultural, political and social situations those populations, but I still found those culminated in a video work that among unnatural scenes more as factoids and Marta Minujin all was the most remarkable–it’s called I started the series. My eye was one of (Buenos Aires, Argentine, 1941) Trademark. In this work I sew in the skin puzzlement, because I identified myself of the sole of my foot the words Made in with them, but I questioned the title P. 9 5 Brazil with a needle and black thread. It’s of the series sold at newsstands, Brasil Small Mattress, 1963 an agony! It’s afflicting, because the needle nativo: where were the white people, Ticking striped cotton hand painted with goes in, hurts my foot–it could only be the mulattoes, the black, the Brasil fluorescent my own foot. There is a popular custom ‘alienígena’?” 75 x 42 x 27 cm in Bahia in which one embroiders with Purchased 2010 a thread on the palm of the hand and on Anna Bella Geiger in “‘Não tem nada a ver, AM 2010-293 the sole of the foot. This is the video work mas...’ Entrevista com Anna Bella Geiger”, in from 1975 which synthesizes this whole Adolfo Montejo Navas (ed.), Anna Bella Geiger: “On mattresses human beings spend three phase.” Territórios passagens situações Rio de Janeiro, quarters of their lives. On mattresses they Casa da Palavra; São Paulo: RR Donnelly are born, sleep, suffer, love. Besides, it is “Letícia Parente. Book: Arte e novos meios”, in Moore, 2007), p. 227. something soft that dangles. By adding Arqueologia do cotidiano: objetos de uso (Rio de fluorescent colors to I encourage people to Janeiro: + 2 Editora, 2011). live in art, because in mattresses we can lie Anna Maria Maiolino down and get comfortable to dream.” (Scalea, Itália 1942) Sonia Andrade (Rio de Janeiro, Brazil, 1935) P. 9 5 Entrevidas P. 9 3 From the series Fotopoemação, photo: Henri Untitled, 1977 Virgil Stahl, 1981 Video, PAL, black and white, sound, 93’ Digital prints, edition 1/3 Purchased 2008 Donated by José & Andrea Olympio Pereira in AM 2008-57 2011 AM 2011-122 (1 to 3)

Anna Bella Geiger “In contemporary art, performances and (Rio de Janeiro, Brazil, 1933) installations have an immanent subversion, in the sense that they strengthen our need P. 9 4 to recreate repressions. In Entrevidas, this Native Brazil, Alien Brazil, 1977 is literally so, since it was a response to 2 sets of 9 black and white and colour postcards the repression during the dictatorship. It’s 10 x 14.5 cm (each postcard) not surprising that this type of work may Purchased 1980 feel strange and indigestible. […] the feet AM 1980-522 walking among hundreds of eggs lying in the street are menacing, a danger for the P. 9 4 eggs. So the experience is one of tension Elementary Maps III, 1976-1977 and fear. This is what I mean by ‘redoing Video, PAL, colour, sound, 3’ repressions.’ You can build an analogy Purchased 2010 between the repression and menace of AM 2011-377 the feet and dictatorship. In this work, although we ﬁnd ourselves in the dilemma “When I made [the series of postcards of having to choose between life and death,

199 200 DOMESTIC SPACES 201 A ROOM OF ONE’S OWN

Emma Lavigne

In her famous essay A Room of One’s Own, ons of a silent revolt that was already per- published in 1929, Virginia Woolf details, ceptible in Jean-Luc Godard’s Deux ou trois with irritation and irony, the material condi- choses que je sais d’elle in 1967. If feminist tions limiting women’s access to writing and activism has faded somewhat from artistic identifies two indispensable elements that strategies since the 1980s, the familial and allow a woman to create: a 500 pounds in- domestic microcosm as a representation come and a room of one’s own, in order to problematic, and as a site for the “transfigu- escape from the shackles of familial living ration of the commonplace,” continues to space. Almost forty years later, the litany of haunt the work of a great many artists, in- domestic tasks and the restriction of wom- cluding photographers such as Mariko en’s horizons to the domestic sphere are Mori, who derides the limited role of wom- again being stigmatised by feminist artists en in Japanese society, or Florence Paradeis, such as Judy Chicago and Miriam Shapiro, who composes stagings with characters in who have suggested strategies of resistance their interiors brim with affinities to 17th and change since the start of the 1970s, century Dutch painting and cinema. The with the Feminist Art Program and the latter, namely the films of Hitchcock and Woman’s Building in Los Angeles. These Lynch, also infuses Sandy Skoglund’s pho- strategies find an echo with certain contem- tographic work, which reveals the latent porary cinematographic and videographic propensity of daily life to generate irrational works. The video Semiotics of the Kitchen by forces and forms, where the “pet” breaks Martha Rosler (1975, p. 101) was released into private space to participate in a narra- in the same year as Chantal Akerman’s film tive, where the solitude of man in his own Jeanne Dielman, 23 quai du Commerce, space expresses his position as a tightrope 1080 Bruxelles, whose drawn-out temporal- walker in an enigmatic world. “We are sur- ity follows the immutable rhythm of a rounded not by reality, but by the effect of “housewife,” up until its imperceptible dis- reality produced by simulation and signs”, ruption, which leads to murder. Semiotics observes Rosalind Krauss,1 and the work of offers a striking short-cut that explodes the art is no longer the critical reflection of do- feminine stereotype of the “home-maker”. mestic space, but the seismograph that re- Martha Rosler, who has been involved in cords certain signs in order to suggest mul- feminist movements since the end of the tiple plastic manifestations, abandoning all 1960s, films herself in a fixed shot with mimetic strategies. The concept of habitus, framing reminiscent of cooking programmes defined by sociologist Pierre Bourdieu in targeting the average housewife. She recites Practical Reason (1980) as a system of dis- the letters of the alphabet while presenting positions to act, perceive, and think, interi- various cooking utensils, in a neutral, infor- orised in a subconscious manner by indi- mative tone which turns into exasperation, viduals according to their position within where forks and knives become the weap- social space, renews the phenomenological

202 approach of the relationship of the individ- environments. Five sculptures in fabric in her work Douleur exquise (1984-2003). It ual to space, whether it be domestic or so- stuffed with wool emerge from this decor is also present in the photographic series cial, and can shed light on certain contem- featuring a rug, floral wallpaper and fake L’Hôtel (1981-1983, p. 116), the result of porary artistic approaches. Nathalie Ele- wood panelling, lit with pale lighting. These three weeks of investigation by the artist, mento’s approach relates to the construc- prosthetic pieces of furniture also recall employed as a cleaner in a Venetian hotel, a tions and personal arrangements (psycho- how much her husband Max Ernst strove to privileged site for observing the Other and logical and physical) that we must all create take possession of spaces by transporting an umbilical cord connecting the artist to in order to live. Délivré (2005)–the hybridi- little “travel altars” with him that trans- the rest of the world. The paradoxical rela- sation of a door and a partially opened ward- formed hotel rooms into potential studios. tionship between private and public is the robe that reinvents “indoor furniture”– Alain Jouffroy noted that Chambre 202 of- motivation behind Mona Hatoum’s Corps evokes those objects which inhabit us, like fered “the possibility to observe the inner étranger (Foreign Body) (1994): the bedroom the “mixed objects” or “subject-objects” ex- life of Dorothea Tanning herself, as though is reduced to the size of a conical cell, oc- amined by Gaston Bachelard, like “veritable it were a show.”4 Pipilotti Rist immediately cupied by an audiovisual installation show- organs of secret psychological life” without conceives of the art gallery–a public space ing images shot on the surface and inside of which “our personal life would lack a model – as the prolongation of a room to live in, the artist’s body, by endoscopy, inviting the for intimacy.”2 The minimalist vocabulary of seeking to spark an identification process spectator into a limitless, abyssal exploration Laura Lamiel’s work constructs a coherent for the visitor. Thus, in The Room (1994- of body-become-space. These calls to inhab- corpus of spaces created by the orthogonal 2000), an oversized couch in front of a TV it the very site of the work–which have also arrangement of white enamelled steel offers an electronic statement on the power been proposed in other forms by Dominique sheets, which create empty spaces–like as of television in private space, as an open Gonzalez-Foerster (p. 121), these privileged many receptacles to inhabit–and mono- window on the global village and as an au- sites of biographical or fictional construction chromatic, virgin surfaces to which one can tistic machine. With À La Belle Étoile, an and of the exploration of subjective tempo- anchor oneself. These works bear the hall- enormous window–a reflection of cathodic ralities, which allow the world to function in mark of Louise Nevelson’s artistic praxis (p. omnipresence–escapes from domestic space a fragmentary way or as a whole, seem to 52), haunted by the necessity to inhabit to invest the gallery space in its turn. These bear witness, in their irreducible polyssemy space and to suggest an orthogonal layout artists confer an eminently heterotopic and perpetual artistic reactivation, to what echoing the verticality of a man walking and character to these art spaces, which deliber- extent “contemporary space is perhaps still the horizontality of his body lying at rest. ately take on the dimensions of a room or a not entirely desanctified,” as Michel Fou- Artist Koo Jeong-A reinvests in the signs of private space. They are heterotopic in their cault suggested. Only art seems to be able to daily life, in their precariousness and fragil- capacity to associate several spaces and sev- reconcile and short-circuit “oppositions that ity, revealing their secret and mysterious eral times within a single actual site, ac- we regard as simple givens: for example be- dimension in Sans titre (2001). The plastic cording to a principle of juxtaposition, anal- tween private space and public space, be- representation of chaos, which takes the ysed by Michel Foucault in his conference tween family space and social space, between form of an overturning bookshelf/cabinet of “Des espaces autres” (1967).5 In the work of cultural space and useful space, between the curiosities whose numerous small objects Sophie Calle, the bedroom is the site of the space of leisure and that of work. All these are scattered on the floor, charts an intimate revelation of intimacy and of the narrative are still nurtured by the hidden presence of cartography that reintroduces the trace of construction of “individual mythologies,” as the sacred.”6 bodies’ ephemeral presence into space. This poetic finds an echo in the work of Tatiana Trouvé, whose drawings and installation Sans titre (2006) features places that have been inhabited by missing persons and a space “whose dimensions are not determined by the laws of physics, but by the interplay of psychic associations that are sometimes even subconscious;” where, as the artist specifies, “the articulation of notions of inside and outside, interior and ex- 1 th terior, visible and invisible generates great Rosalind Krauss, Le Photographique. siècle, new series, 36 year, no. 43, Paris: Éditions Macula, 1990, p. 218. December 1974, p. 68. anxiety as to the nature of this place and the 2 Gaston Bachelard, La poétique de 5 Michel Foucault, “Des espaces way one can experience it.”3 Then there is l’espace. Paris: Presses Universitaires autres” (lecture to the Cercle d’études the muted strangeness of Chambre 202, de France, 1992, p. 83. architecturales, 14 March 1967), 3 Daniel Birnbaum, “Entretien avec Architecture, Mouvement, Continuité, Hôtel du Pavot (1970) by Dorothea Tan- Tatiana Trouvé,” in Christine Macel no. 5, October 1984, pp. 46-49. ning. This false decor is a nightmarish vi- and Valérie Guillaume (ed.), Airs Translated by Jay Miskowiec. Also sion inherited from surrealism and tinged de Paris, exh. cat. Paris: Éditions du in Michel Foucault, Dits et Écrits, vol. Centre Pompidou, 2007, p. 28. 4: 1980-1988 .Gallimard: Paris, 1994, with pop influences–from Claes Olden- 4 Alain Jouffroy, “Dorothea Tanning : pp. 752-762. burg’s Soft Sculptures to Edward Kienholz’s le chavirement dans la joie,” XXe 6 Ibid., p. 754.

203 DOMESTIC SPACES meaningless signs–x, y, z. There’s an Birgit Jürgensen irrational mysteriousness, a kind of (Vienna, Austria, 1949 - 2003) residual magic. But at the end she shrugs; Dorothea Tanning she minimizes the degree of power and P. 103 (Galesburg, USA, 1910 - Nova York, ESA, 2012) aggression she has displayed. Resistance I Want Out of Here!, 1976 is still there, and I’ve seen this tape Vintage print, black and white P. 100 function in a liberating way for audiences 40.3 x 31 cm Portrait of a Family, 1954 of women.” Purchased 2010 Oil on canvas AM 2010-213 91 x 76.5 cm Martha Rosler in Jane Weinstock, “Interview State acquisition, 1974, attribution, 1975 with Martha Rosler,” October, no. 17, summer AM 1975-8 1981, pp. 85-86.

“My personal space is so richly furnished that there isn’t the least bit of space for Niki de Saint Phalle feeling of exile. If only you could see it! (Neuilly-sur-Seine, France, 1930 - San Diego, USA, 2002) There is such excess, and everything is in disorder… P. 102 Everything is wondrous, iridescent, Daddy, 1973 obsession, double, multiple, and alive. Film, 35 mm, sound, 75’ Everything moves. […] My rebellion is Gift from the artist, 1984 so ingrained that it is like breathing. It is AM 1976-F1268 impossible for me to imagine a human spirit devoid of rebellion; it would be “In 1961, I shot at canvases because like a bloodless body. In me, this spirit of shooting allowed me to express the rebellion grazes nihilism without falling aggression that I felt. An assassination into the pitfall of total abdication.” without a victim. I shot because I liked seeing the canvas bleed and die. I shot to Dorothea Tanning, “Entretien avec Alain reach that magical instant, that ecstasy. It Jouffroy,” in Dorothea Tanning (Paris: Centre was a moment of truth, I trembled with National d’Art Contemporain, Établissement passion when I shot at my paintings.” public du Centre Pompidou, 1974), pp. 45, 52. Letter to Pontus [Hultén], published in Niki de Saint Phalle, exh. cat., Paris, Musée d’Art Martha Rosler Moderne de la Ville de Paris, June-September (New York, USA, 1943) 1993; Paris, Paris Musées, 1993. Reprinted in Gilles Perlein, “L’aventure d’une donation,” in P. 101 Niki de Saint Phalle, la donation, exh. cat., Nice, Semiotics of the Kitchen, 1975 Musée d’Art Moderne et d’Art Contemporain, Video, PAL, black and white, sound, 6’09” 17 March 17-27 October 2002, p. 17. Purchased 2000 AM 2000-53 Sonia Andrade “I was suggesting that the signs imposed (Rio de Janeiro, Brazil, 1935) on women are extremely diminishing. This woman is implicated in a system of P. 103 extreme reduction with respect to herself Untitled, 1975 as a self. […] As she speaks, she names Video, PAL, black and white, sound, 9’ her own oppression. She thinks she is Purchased 2008 voluntarily naming something in the world, AM 2008-56 a kitchen instrument, but by acting within that system, she unwittingly names and instrumentalizes herself. She names the implements, ordered according to the alphabet, but by the time she reaches the last letters, she is being named, transformed into reduced, essentially

204 MUSES AGAINST THE MUSEUM 205 MUSES AGAINST VALIE EXPORT Agnès Thurnauer THE MUSEUM (Linz, Austria, 1940) (Paris, France, 1962) P. 107 P. 109 Körperkonﬁguration, Zuhuckung, 1972 Lifesize Portrait (Louis Bourgeois),2007 Andrea Fraser Set of 4 photos Lifesize Portrait (Annie Warhol), 2007 (Berkeley, USA, 1965) Gelatin silver print Lifesize Portrait (Martine Kippenberger), 2007 56 x 79 cm (each) Lifesize Portrait (Francine Bacon), 2007 P. 106 Purchased 2007 Lifesize Portrait (La Corbusier), 2007 Museum Highlights: A Gallery Talk, 1989 AM 2008-4 (1-4) Lifesize Portrait (Marcelle Duchamp),2009 Video, PAL, colour, sound, 30’ AM 2009-130 a135 Purchased 1997 Resin and epoxi paint AM 1997-30 Guerrilla Girls Acquired in 2009

“If culture consists of the narratives, P. 108 “It is not about freeing ourselves from symbolic objects, and practices with which Do women have to be naked to get into the Met. painting and the constraints of the canvas: a particular group represents its interests Museum?, 2005 on the contrary, all of this is born of a and its experience, its history and possible Digital print pictorial concern […] to represent the futures, fine art represents the interests 147 x 366 cm absence of female artists in art history until and experiences first of the professional Centre Pompidou, Musée nacional d’ art the 20th century. Yet to represent means to community of primarily middle-class moderne, Paris render present by giving form. The entire artists who produce it, and second of the AP Guer. 7. GF idea of painting depends on this notion of bourgeois patrons who collect it and re- representation.” present it in museums with their names “THE ADVANTAGES OF BEING A alongside those of the producers. The WOMAN ARTIST: Agnès Thurnauer in Agnès Violeau, “Entretien museum, as a public institution, offers Working without the pressure of success carte blanche/Agnès Thurnauer, une esthétique up fine art as a general public culture, a Not having to be in shows with men du surgissement,” Particules, no 19, June 2007, national or even universal civic culture, Having an escape from the art world in p. 13. and turns it into the single cultural your 4 free-lance jobs currency that can be traded by members Knowing your career might pick up after of the civic community. The museum’s you’re eighty Sherrie Levine patrons are represented as being in primary Being reassured that whatever kind of art (Hazleton, USA, 1947) and privileged possession of this cultural you make it will be labeled feminine currency, while all of the symbolic objects Not being stuck in a tenured teaching P. 110-111 produced outside of the specialised sphere position After Walker Evans, 1982 of publicised artistic activity are banished Seeing your ideas live on in the work of Set of 4 photos black and white to the oblivion of individual lives, without others Gelatin silver prints authority to represent ‘public’ experience.” Having the opportunity to choose between 20,3 x 25,4 cm; 25,4 x 20,3 cm (x 3) career and motherhood On loan from the Centre Pompidou Foundation, Andrea Fraser, “Notes on the Museum’s Not having to choke on those big cigars or 2009 Publicity,” in Andrea Fraser, Museum Highlights. paint in Italian suits AM 2010-DEP (1-4) The writings of Andrea Fraser (Cambridge: MIT Having more time to work when your mate Press, 2005), p. 93. dumps you for someone younger Being included in revised versions of art history Not having to undergo the embarrassment of being called a genius Getting your picture in the art magazines wearing a gorilla suit.

A public service message from Guerilla Girlsconscience of the art world.”

GUERILLA GIRLS, The Advantages of Being a Woman Artist, 1988. Offset, 43 x 56 cm, Paris, Bibliothèque Kandinsky, AP Guer. 7. GF

206 NARRATIONS 207 WORDS AT WORK

Camille Morineau

In the mid-1960s a new category of works herself, to measure both its obsessional appeared in the art world, which placed power and its operational critique. “The language at the core of the artistic process, transposition of form we call ‘content’ into whether words were the principle medium an experienced form is very intense. I re- of the work or the work’s written project wrote by hand in order to be mediated my- constituted its definitive form. The critic self by the mediated experience.”2 In other and artist Sol LeWitt summarises this par- words, the word would not exist without ticular utilisation of language in his “Sen- the performance (without her “perfor- tences on Conceptual Art,” which was mance”) and the performance (the body’s then rapidly associated with conceptual investment in time) would not occur with- art: “If words are used, and they proceed out narration (without her “words”). from ideas about art, then they are art and Another revolution occurred at the not literature; numbers are not mathemat- same time. It is less visible and less well ics.”1 This connection of words to works, known in art history than conceptual art, to the point where the two are assimilated, but words are also of capital importance is with performance on the one hand, and to it. This revolution is the feminist art modes of confusion between life and art movement. If the two movements eventu- on the other (art as daily life or biography ally became recognised as of equal impor- as art), one of the identified forms of the tance in the United States, this was not dematerialisation of the work of art which the case in France, where the formal and characterises the latter half of the 20th conceptual use of words came first, and century. Rereading this history of “words immediately caused performative, politi- at work” allows us to understand to what cal, sexed and/or gendered utilisations to extent this differentiation proves to be not be forgotten. However, certain artists like very effective in reality. Words at work, per- Tania Mouraud, following Adrian Piper’s formance and the art work as biography/bi- lead in the United States, have positioned ography as art work: all of these categories themselves from the start at the crossroads are defined in relation to each other and between the two trends and they are still none would exist without the others. positioned there, inviting us to reread This other history–that of women– history differently. In fact, a number of demonstrates how very concrete, mate- “trends” identified from the period, have rial categories have allowed this “demate- the word-as-medium in common–to such rialisation” of art to take shape–through an extent that when seen from a certain distanciated use of personal histories, distance, the categories become blurred. through ritualised implication of the body, A third category of narrative and often or by bringing gender (or, very crudely, sex) autobiographical art emerges a little later, into play. A “corporeal” rereading of Hanne at the start of the 1970s. The subject of Darboven’s work is necessary, as she says the Alexis Smith collages or Eleanor An-

208 tin’s 100 boots or other manifestations, “feminine me”, where character would be bridity of the artist-being makes possible transvestite doubles and aliases are, in just as important as gender? The sharp and a hybrid work, which seeks an audience part, inherited from performance and the sometimes cruel gaze of this “I” includes a capable of nondiscrimination. It is impos- performing arts. For the artist, it is about consciousness of being what it is (among sible to interpret in one way or another the putting oneself into play, literally: one’s other things, but not only, a woman) and variant on the Pinocchio character found body and/or one’s life, one’s dream life the prejudices and constraints of its social in the drawings of Rosemarie Trockel, no and/or one’s dream body. Whether the situation, its gender and the drives inher- more than it is possible to know whether story is biographical or fictional has no im- ent to it. The artist’s feminine gender cer- her man/monkey is more animal or human, portance in the end. The emotional charge tainly has something to do with her view of or if her portraits of men/women are mas- of performances by Gina Pane stems from the masculine body or the question of the culine or feminine. In fact, here, the inde- her relationship with her mother and her education–or breeding?–of children (Mes termination and impossibility of interpre- homosexuality, but cannot be reduced to pensionnaires, 1972), but this gendered tation are the main subjects of the work. In that. The installations documenting these perspective is far from being the only point the same way, the “I” which tells the story gestures allow for a biographical projec- of view from which the work develops. in Eija-Liisa Ahtila’s Tuuli/the Wind (2001- tion, but this is not necessarily the artist’s This question of point of view became 2002) is psychotic. Although it is not im- projection. Thus, the person ‘in play’ in Au- one of the main subjects of art at the end mediately perceptible, the time-lag from toportrait (1973) is not so much the artist of the 1970s and throughout the 1980s. one screen to the other, coupled with the as it is a suffering, ritualised body which The question “where does the work come inherent off-set between each screen and could just as easily be our own: the body of from?” concerned all productions, includ- a common soundtrack, introduces little by the troubled, potentially even threatened, ing discursive productions, with art becom- little the paranoid dimension of its subject. spectator of this work. ing the site for the questioning and inter- This “I” in question introduces the matter The best way to analyse how “who is pretation of the signs and representations of the self, but also that of narrative condi- speaking” influences “the act of speaking” of a world dominated by the media and tions, narrative devices and the grounds of is to start from the “I”, or the self. In other saturated with images and messages. This narration itself. words, biography also presents the advan- questioning manifests itself everywhere, Words at work are transmitted by new tage of showing the point of view par ex- from the deconstruction of advertising means: along with the captioned photo- cellence, one that is both comprehensible language–with Barbara Kruger’s posters (p. graph, the video, the poster, the video in- to all and easily broken down. Narration 123)–through to Jenny Holzer’s epistemo- stallation or simply the installation, comes already exists, as does the subject, the logical critique of “truisms” (p. 122), via the artist’s book, the space of the word principle is obvious and things simply un- Karen Knorr’s anthropological analysis. All par excellence. The book is an interactive fold… It is a question here of a category narrative genres are explored. Sophie Calle object, introducing a relationship to the that pares down procedure, like any other. (p. 116) stages biographical stories whose “body of the other” which is a central con- The laissez-dire [let-speak] or ritualised truth contributes to their dramatic and cern for these artists. It allows the precise biographical statement seems to be the emotional charge. Cristina Iglesias uses an analysis of the different relationships pos- equivalent of the laissez-faire [let-do] or existing text to render what could be a site sible between text and image, types of nar- minimalist arts do-according-to-instruc- of legends perceptible. Kiki Smith offers ration and the resulting forms of temporal tions. This is because colour, gesture, form an interpretation that is both personal and division, through to the process of illeg- and the principles on which the biographi- particularly universal, of the tale of Little ibility (Irma Blank). The book is also the cal bases itself–narration, description, and Red Riding Hood–a hybridisation of ani- novel, which, from 1929, Virginia Woolf chronological enumeration–are not neces- mality and humanity where women would hoped would permit women to reinvent sarily obvious, and contemporary art tries no longer play the role of victim–and of language. Finally, the book is the site of to deconstruct their mechanisms, either The Iliad–a Homeric tale that is doubly in- wordplay, to which Marcel Duchamp de- through language on its own, or through verted, in which women will emerge from voted himself from 1920 onwards, after photography (Nancy Wilson-Pajic, Friedl the Cyclops’ cave, no longer hidden under having abandoned painting, while produc- Kubelka-Bondy), video or cinema (Lynda sheep, but hiding goats… ing at the same time multiples of his work Benglis, Joan Jonas, Sadie Benning). The consciousness of “what makes under the pseudonym Rrose Sélavy in a Biography also emanates from an “I” the work” sometimes becomes central, fantastic and premonitory inversion–like whose characteristics may reveal them- becoming the subject of a narrative in its his entire œuvre–which coincided with a selves to be infinitely flexible. Many of An- own right. Nan Goldin (p. 87) not only veritable plastic revolution. This coinci- nette Messager’s works–notably the series makes no mystery of her sexual practices dence was both precise and reversible, like of works beginning with the possessive and frequentations in shady milieus, she its principle material–the pun–and also “my”–situate her œuvre in a biographi- also places it at the core of her work. What like the pun, it was orientated: towards the cal/critical in-between. The “me” whence emerges, among other things, is a bisexual erotic and the scatological for the word, to- “that” departs refers to both her own life “I” whose imprecise gender generates a bi- wards woman for the work. It was indeed and her point of view on the world. But polar or uncertain vision of the world. In Rrose Sélavy–and no longer Marcel Duchamp, could we not imagine a third eventuality short, a “queer” mode of thinking, which which even today no-one seems to want which would be a very strongly asserted destabilises without resolving. The hy- to understand–who truly reinvented the

209 word, in the work, and hence the work NARRATIONS itself. The artist was nonetheless clear: “I would like to grasp an idea as the vagina grasps the penis.”3 This body of work that Sophie Calle was reinvented halfway through, as was its (Paris, France, 1953) gender, speaks volumes about how the century was to unfold. P. 116 The Hotel, 1981 Room 28, 16 February 1981; Room 46, 16 February 1981; Room 45, 19 February 1981; Room 47, 2 March 1981; Room 28, 3 March 1980; Room 30, 4 March 1981; Room 43, 5 March 1981 Installation: 7 diptychs taken from a set of 21 and a presentation written by the artist; Chromogenic print and text (upper panel of each diptych); gelatin silver print (lower panel of each diptych) 102 x 142 cm (each panel including frame); 14 x 24.5 cm (presentation including frame or screen-printed text on wall) Purchased 2000 AM 2000-9 (1-8) (partial view of the installation)

“On Monday 16 February 1981, I succeeded, after a year of attempts and waiting, in getting hired as a temporary chambermaid for a three-week replacement in a Venetian hotel: the Hotel C. I was given twelve rooms on the fourth ﬂoor to look after. During my cleaning hours I would examine the travellers’ personal effects, the signs of temporary residence for certain clients, their succession in the same room. I observed through detail lives that remained foreign to me. On Friday, March 6, 1981 my replacement ended.”

Sophie Calle, The Hotel, 1981, extracts. Room 25, Room 47 (22 February). Reprinted in Sophie Calle, m’as-tu vue, exh. cat., Paris, Centre Pompidou, 19 November 2003-15 March 2004 (Paris: Éd. du Centre Pompidou/Editions Xavier Barral, 2003), p. 157. 1 Sol LeWitt, “Sentences on Conceptual Art,” 0-9 n. 5, New York , January 1969. 2 Hanne Darboven, “Interview by Annette Messager Isabelle Graw,” Eau de Cologne, n. 3, (Berck-sur-Mer, France, 1943) Cologne, Monika Sprüth Galerie, 1989, pp.31-32. 3 Aphorism cited in many articles P. 117 and publications about Marcel My small efﬁgies, 1988 Duchamp, including Katrina Installation Martin, “Anémic Cinéma,” Studio International, vol. 189, n. 973, Variable size January-February 1975, p. 56. Purchased 1988

210 Nil Yalter Dominique Gonzalez-Foerster Barbara Kruger (Cairo, Egypt, 1938) (Strasbourg, France, 1965) (Newark, USA, 1945)

P. 118 P. 121 P.123 The Headless Woman or the Belly Dance, 1974 Shortstories Untitled (What Big Muscles You Have!), 1986 Black and white video with sound, 24’47’’ Installation consisting of: Self-adhesive strips and Letraset on Purchased by the Fonds National d’Art Gloria, 2008 acrylic panel Contemporain, 2007, attribution, 2008 Marquise, 2007 152.5 x 208 cm Inv. 07-475 Parc Central, Taipei, 2000-2008 Purchased 1986 Audiovisual installation AM 1986-251 3 video projectors, 3 amplifiers, 8 loudspeakers, Rosângela Rennó 2 HD video tapes, widescreen monitor, 1 digital “I consider gender to be biologically (Belo Horizonte, Brazil, 1962) widescreen video tape, PAL, colour, stereo defined while sexuality is socially sound and 5.1, 5’, 5’, 9’ constructed. Because of this, I am prone P. 119 Purchased 2009 to a kind of lascivious optimism. I want 2005-5101517385-5, 2008-2009 AM 2009-78 to question the notions of heroism and Portfolio with 49 images (detail) skew the conventions that loiter around 50 x 60 cm depiction. I try to pull this off in a number Purchased 2009 “having been a prisoner of literature of sites, sort of grazing from the mobility of AM 2009-201 (1-49) for two years or more, captured in a roadways, to the intimacy of postcards and triangle formed by enrique vila-matas, matchbooks, to the pages of magazines, to roberto bolaño and w.g. sebald, three the institutionalized site of the art gallery.” Rivane Neuenschwander children of robert walser and j.l. borges, in collaboration with Sergio Neuenschwander it is impossible for me to present anything Barbara Kruger in Anders Stephanson, “Barbara (Brazil, 1967) else here than these three shortstories Kruger” (interview), Flash Art, no. 136, October which can be seen or read in any order” 1987, p. 55-59. P. 120 Sunday, 2010 Dominique Gonzalez-Foerster, text by the artist Digital video in high definition, Dolby Digital to accompany the installation Shortstories, 5.1. 5’17” exhibited at the Esther Schipper gallery, Berlin, Film still 2 25 april 2008. AM 2012-91

“Made in collaboration with Sergio Jenny Holzer Neuenschwander, Sunday explores the (Gallipolis, USA, 1950) limits of language and communication. Filmed in a domestic environment, a P. 122 parrot is studied as he sits on a perch. Inﬂammatory Essays, 1979-1984 The background noise reveals a sports Offset printed texts on 26 different coloured commentary on the radio while the camera sheets observes the parrot pecking at seeds 43.3 x 43.3 cm in its cage. The seeds are printed with Donated by the artist, 1988 punctuation marks and as the parrot eats AM 1988-542 from the tray the commentator seemingly appears to lose his own punctuation as his commentary unravels into a cacophonic jumble of spoken words. The sports commentary is taken from the 2002 German–Brazil World Cup Final and loosely translates some of the artist’s own diasporic experience of moving back and forth between her native Brazil and Europe.”

Text by Jo Stella-Sawicka

211

CRONOLOGIA

Nathalie Ernoult

Esta cronologia não seria realizada aqui os inúmeros sites consultados; sem a ajuda preciosa de Aline Dallier, o leitor encontrará uma lista Fabienne Dumont, Catherine Gonnard, completa no site da exposição (elles. Élisabeth Guelton, Michèle Riot- centrepompidou.fr). -Sarcey, Irène Tsuji e toda a equipe da A cronologia de Arte tenta listar elles@centrepompidou. Ela está longe os principais eventos artísticos na de ser completa, pois as restrições história da arte e das mulheres, editoriais sempre impõem escolhas principalmente na Europa e nos duras e frustrantes. Estados Unidos, privilegiando ações e A cronologia dos fatos relacionados exposições em grupo. Ela foi baseada à Sociedade prioriza os eventos principalmente na cronologia proposta franceses e europeus. No entanto, por Jenni Sorkin e Linda Teung para são mencionados acontecimentos o catálogo da exposição WACK! Art que, embora tenham ocorrido nas and the Feminist Revolution (Los Américas, provocaram impacto na Angeles, Museum of Contemporary Europa. O livro Le XXe siècle des Art, 2007), bem como nos sites femmes (Paris: Nathan, 1989), de “n.paradoxa” (http://www.ktpress. Florence Montreynaud, foi referência co.uk/) e “The Feminist Art Project” indispensável. Seria impossível citar (feministartproject.rutgers.edu/home/).

213 LEGENDA participa, com Michael entre os sexos e o socialismo”, Arte 1902 Larionov, da exposição de 1908 seguindo o exemplo das Sociedade ALEMANHA arte russa organizada por FRANÇA mulheres socialistas norte- Criação da Associação Serge Diaghilev para o Salon Exposition rétrospective d’art americanas que, em 1909, Alemã pelo Sufrágio Feminino D’Automne em Paris. féminin, Hôtel du Lyceum, Paris. decidiram se reunir sempre no 1900 A diretora de cinema Alice Manifestações pelo sufrágio último domingo de fevereiro FRANÇA Guy realiza La vie du Christ [A feminino em Paris durante as para reivindicar direitos Aberto na École Nationale 1903 vida de Cristo], primeiro filme eleições do conselho. iguais. Essa iniciativa está na Supérieure des Beaux-Arts FRANÇA produzido por Gaumont, com Primeira mulher a ter uma origem do Dia Internacional o primeiro estúdio para O Parlamento rejeita o um orçamento considerável e cadeira na Sorbonne, Marie da Mulher, comemorado mulheres. primeiro projeto legal de sufrágio 300 figurantes. Curie ocupa a cadeira de Física anualmente em 8 de março. Fundação, em Paris, do feminino. Mulheres representam Geral e depois a de Física Geral Women’s International Art Club Marie Curie ganha o Prêmio agora 44,8% da população e Radioatividade. [Clube Internacional de Arte Nobel em física com seu marido trabalhadora. Grande parte ESTADOS UNIDOS 1911 das Mulheres], que organiza Pierre Curie e Henri Becquerel desse contingente é altamente O Dia das Mulheres é FRANÇA exposições anuais em Londres (ela ganharia um segundo explorada. instituído, em 3 de maio, em Lucienne Heuvelmans é até 1976. Prêmio Nobel, desta vez em FINLÂNDIA solidariedade às trabalhadoras a primeira mulher a ganhar Mulheres são admitidas química, em 1911 por seu Mulheres conquistam grevistas em Lyons. o Prix de Rome em arte no curso de Direito. Jeanne trabalho com polônio e rádio). elegibilidade e direito ao voto. A companhia Hoover vende (escultura) e ser admitida na Chauvin é a primeira Ela é a única mulher a ganhar o ITÁLIA seu primeiro aspirador de pó Villa Médicis (a competição advogada. prêmio duas vezes. Maria Montessori, a doméstico. Prix de Rome foi criada em Vendedoras ganham o O jornal diário La Fronde, primeira mulher italiana a 1775 e aberta para mulheres direito de se sentar durante o criado por Marguerite Durand se formar em medicina, cria em 1903). trabalho (a “Lei das Cadeiras” em1897, inteiramente gerenciado a primeira creche na área 1909 Abertura da oficina é estendida aos homens em e editado por mulheres, fecha de San Lorenzo, em Roma, FRANÇA Primavera na loja de 1987). por razões financeiras. onde aplica seu método Circular de 1892 é departamento Printemps, que Publicado Claudine na REINO UNIDO educacional. reformada a fim de autorizar as lança objetos em pequenas escola, primeiro romance da Emmeline Pankhurst cria a mulheres a usarem calças ao séries e encomenda trabalhos série Claudine, assinada por Women’s Social and Political andar de bicicleta ou a cavalo de decoradores. Willy, mas escrita por Colette. Union. 1907 (de acordo com a lei de 26 Em L’Émancipation sexuelle IRLANDA FRANÇA Brumário, ano 9 do calendário de la femme [A emancipação Maud Gonne funda a Alexandra Exter republicano, “qualquer sexual da mulher], a primeira Inghinidhe na hÉireann 1904 matricula-se na Académie mulher que deseja se vestir psiquiatra mulher, Madeleine [Filhas da Irlanda], sociedade ALEMANHA de la Grande Chaumière, em como homem deve obter Pelletier, faz um apelo revolucionária de mulheres Isadora Duncan abre uma Paris, e conhece Guillaume autorização com a Prefeitura em favor do aborto e dos que editam um jornal mensal a escola de dança em Grunwald. Apollinaire. de Polícia”). A lei só foi anulada contraceptivos. partir de 1908, para o qual ela FRANÇA A lei permite que mulheres oficialmente em 2013. INTERNACIONAL escreve artigos nacionalistas e Nova lei de divórcio autoriza casadas gastem seus salários O primeiro Dia feministas. casamento entre a esposa da maneira como quiserem. É Internacional da Mulher INTERNACIONAL adúltera e seu amante. algo difícil de pôr em prática, 1910 provoca grandes Os Jogos Olímpicos são Criação da Alliance no entanto, já que o Código FRANÇA manifestações nas ruas em abertos para mulheres em um Internationale pour le Civil ainda trata as mulheres Rejeitados os pedidos de muitos países europeus e nos número restrito de esportes, Suffrage des Femmes [Aliança como inferiores. candidatura de feministas Estados Unidos. entre os quais tênis e golfe. Internacional para o Sufrágio As mulheres têm direito (Marguerite Durand, Hubertine Feminino]. de votar e podem concorrer Auclert, Madeleine Pelletier, Criação do prêmio literário para posições no Conseil de Caroline Kauffmann, Élisabeth 1912 1901 Femina, “O julgamento das Prud’Hommes [Tribunal do Renaud, Arria Ly) ao legislativo FRANÇA Surge o Conseil National mulheres sobre a literatura”. Em Trabalho]. de Paris. Marie Vassiliev abre sua des Femmes Françaises, ainda menos de cem anos, o prêmio ALEMANHA Professoras são as primeiras academia em Montparnasse, em atividade atualmente, foi dado a 34 mulheres e 62 Clara Zetkin e Rosa a obter licença-maternidade reunindo a comunidade russa para defender os interesses homens. Luxemburgo fundam o remunerada por oito semanas. de Paris. das mulheres e assegurar que Congresso Internacional A medida é estendida para Nelly Jacquemard-André suas propostas fossem levadas de Mulheres Socialistas em empregadas dos correios no morre, deixando para o a sério pelas autoridades 1905 Stuttgart (primeira diretora, ano seguinte. Institut de France sua casa e públicas. O primeiro nome foi FRANÇA Clara Zetkin). A norte-americana Natalie suas coleções, que dão origem o de Sarah Monod. O fato de o Sonia Delaunay chega a Paris ESTADOS UNIDOS Barney cria um salão literário a um museu inaugurado em conselho ser reservado só para e se matricula na Académie de Thor, a primeira máquina na rue Jacob, frequentado Paris em 1913. mulheres é um princípio básico la Palette. de lavar, é vendida pela norte- por pessoas como Colette, Valentine de Saint-Point para sua organização e seu INTERNACIONAL americana Alva J. Fischer. Gertrude Stein, Romaine publica o Manifesto da Mulher projeto. Associações católicas A baronesa Bertha von REINO UNIDO Brooks, Djuna Barnes, Max Futurista. se recusam a participar. Suttner é a primeira mulher a Manifestação violenta Jacob e André Gide. Criação do Fémina Sport, Criação da revista bimestral ganhar o prêmio Nobel da Paz. pelo sufrágio feminino em INTERNACIONAL um clube esportivo (ainda Fémina, a primeira sobre moda Desde sua criação, em 1901, o Londres: durante a marcha em Durante o segundo ativo atualmente) que viria a moderna (1901–1956). Nobel contemplou 33 mulheres direção à Câmara dos Comuns Congresso Internacional dominar o futebol feminino na NORUEGA de um total de 797 laureados. organizada por Emmeline das Mulheres Socialistas em década de 1920. Mulheres que ganham Pankhurst, mulheres se Copenhague, Clara Zetkin Marguerite Broquedis é a um salário mínimo e aquelas acorrentam em frente ao esboça proposta para um Dia primeira mulher francesa a que são casadas com um 1906 Parlamento e residência oficial Internacional das Mulheres, sagrar-se campeã olímpica eleitor podem participar de FRANÇA do primeiro-ministro, na rua cujo objetivo principal é apoiar de tênis (medalha de ouro votações locais. Natalia Goncharova Downing, n. 10. o voto feminino, a igualdade individual).

214 mulheres passam a trabalhar na guerra. A proposta não é ao voto: mães e viúvas de Francesa, para premiar as mães 1913 em hospitais para cuidar dos aceita. soldados e civis mortos pelo francesas que tivessem criado FRANÇA feridos. Criação da École des Hautes inimigo e mulheres presas ou decentemente muitas crianças. Primeira exposição de REINO UNIDO Études Commerciales (HEC) sentenciadas pelas forças de Raymond Poincaré se painéis decorativos de Eileen Em Londres, a sufragista pour les jeunes filles, uma ocupação. declara em favor do sufrágio Gray no Salon des Artistes Mary Richardson corta o faculdade de negócios para FRANÇA feminino. Décorateurs. quadro Vênus ao espelho, de mulheres. A Câmara dos Deputados Adrienne Bolland é a Valentine de Saint-Point Velásquez, com uma faca. vota em favor do sufrágio primeira pilota a cruzar a publica o Manifesto Futurista Ela explica que a tentativa de feminino (329 a 95). Em 1922, Cordilheira dos Andes a bordo da Luxúria. destruir a imagem da mulher 1917 no entanto, o Senado vota de um avião Caudron G3. Sonia Delaunay publica, mais linda da mitologia é um FRANÇA contra. Coco Chanel lança seu com Blaise Cendrars, A prosa protesto contra a prisão da Berthe Weill inaugura sua Criação do Baccalauréat perfume No 5. do transiberiano e da pequena sufragista Emmeline Pankhurst, segunda galeria em Paris (a para mulheres. RÚSSIA Joana de França, “o primeiro “a mais linda personagem primeira foi inaugurada em A comunista Hélène Brion Exposição 5 x 5 = 25, livro simultâneo”. da história moderna”, que na 1901). cria o jornal semanal La Lutte fundadora do construtivismo A baronesa Oettingen época fazia greve de fome. A Lei Violette permite que Féministe (1919–1921). em Moscou. 5 obras, 5 artistas; financia a revista Les Soirées de mulheres se tornem tutoras LUXEMBURGO, HOLANDA, SUÉCIA, 3 mulheres (Liubov Popova, Paris, dirigida por Apollinaire. e membros de conselhos de TCHECOSLOVÁQUIA Alexandra Exter, Varvara Lili Boulanger se torna 1915 família. Mulheres conquistam o Stepanova) e 2 homens a primeira compositora a ESTADOS UNIDOS Colette Reynaud e Louise direito ao voto. (Alexander Rodchenko e receber o Prix de Rome. Os nus masculinos do Bodin fundam a La Voix des INTERNACIONAL Alexander Vesnin). Depois de dez anos fotógrafo norte-americano Femmes, um semanário O papa Benedito XV de protesto, são adotadas Imogen Cunningham são socialista, feminista e pacifista. declara-se a favor do sufrágio condições salariais iguais para publicados em uma revista de CANADÁ feminino. 1922 professores e professoras. Seattle e provocam escândalo. Mulheres conquistam o BRASIL O Sindicato do Livro se RÚSSIA direito ao voto em eleições Em São Paulo, Tarsila do recusa a empregar mulheres Surgimento do federais. 1920 Amaral e Anita Malfatti criam, tipógrafas. Suprematismo, na ocasião de RÚSSIA ESTADOS UNIDOS com Mário de Andrade, RÚSSIA “A última exposição futurista: Em 8 de março, as Katherine Dreier funda, Oswald de Andrade e Menotti O Manifesto do Raionismo 0.10”, onde o Quadrado negro trabalhadoras de Petrogrado com Marcel Duchamp, o La del Picchia, o Grupo dos Cinco, é assinado por Michel Larionov sobre fundo branco de Malevich se manifestam nas ruas Société Anonyme Inc., primeiro origem da arte moderna e Natalia Goncharova, entre é exibido pela primeira vez. por pão e pelo retorno dos museu dedicado à arte brasileira. outros. Entre os dez pintores que maridos do front. contemporânea em Nova York. FRANÇA NORUEGA participam da mostra, há cinco Marcel Duchamp decide Exposição Marie Vassilieff. Mulheres conquistam o mulheres: Xénia Boguslavskaja, mudar sua identidade sexual Poupées, sculpture, peinture direito ao voto em eleições Vera Pestel, Liubov Popova, 1918 e passa a assinar todos seus [Bonecas, esculturas, pintura], nacionais. Nadejda Udaltsova e Olga FRANÇA trabalhos como Rrose Sélavy. Paris, Atelier Martine (criado REINO UNIDO Rozanova. Natalia Goncharova se Uma emenda na pelo designer de moda Paul Durante o Epsom Derby, ALEMANHA muda para Paris com Michel Constituição concede às Poiret). a sufragista Emily Wilding Emmy Noether, inventora Larionov. mulheres o direito ao voto. Após o escândalo criado Davidson se joga sob o cavalo da álgebra moderna, torna-se A escultora Jeanne Edith Wharton recebe em torno de seu romance do rei e é mortalmente ferida. professora sem remuneração. Poupelet modela máscaras o Prêmio Pulitzer por seu La Garçonne, o autor Victor Ela é nomeada oficialmente para vítimas da guerra com romance A idade da inocência Margueritte é privado de sua somente em 1923. mutilações faciais em um (1920). medalha da Legião de Honra. 1914 DINAMARCA E ISLÂNDIA departamento da Cruz BÉLGICA Sylvia Beach, proprietária da ALEMANHA Mulheres conquistam o Vermelha norte-americana. Lei concede à mulher o livraria/biblioteca Shakespeare Mary Wigman, dançarina e direito ao voto. Marie de Régnier, sob direito de votar em eleições & Co., na rue de l’Odéon, coreógrafa, compõe Hexentanz FRANÇA o pseudônimo de Gérard locais (exceto prostitutas e publica Ulisses de James Joyce. [Dança das Bruxas]. Lei garante que mulheres d’Houville, é a primeira mulher mulheres que cometeram DINAMARCA ESTADOS UNIDOS casadas tenham o direito à a receber o prêmio literário da adultério). A lei garante igual exercício Margaret Anderson e autoridade paterna enquanto Academia Francesa por sua FRANÇA da autoridade para mães e Jane Heap criam a revista de seus maridos estiverem obra completa (esse prêmio Mulheres podem fazer pais. vanguarda Little Review. lutando no front. Uma circular foi conferido a cinco mulheres parte de sindicatos sem o FRANÇA facilita o abandono de crianças entre 1911 e 2007). consentimento do marido. Marie Laurencin casa-se nascidas de estupro cometido ALEMANHA, ÁUSTRIA, ESTÔNIA, Uma lei condenando a 1923 com o barão Otto von Wätjen por soldados inimigos. HUNGRIA, IRLANDA, LETÔNIA, propaganda do controle de EGITO e se torna alemã. Quando O sindicato CGT forma LITUÂNIA, POLÔNIA natalidade e aumentando a O sindicato feminista a guerra é declarada, eles um comitê em conjunto Mulheres conquistam o penalidade contra o aborto egípcio é fundado por Huda são obrigados a fugir para a com outros sindicatos para direito ao voto. (agora sujeito a julgamento Sharawi. Espanha. combater a exploração de REINO UNIDO criminal) é aprovada por 500 FRANÇA Louise Saumoneau e mulheres. Mulheres conquistam o votos contra 53. A compositora Jeanne Leleu seu Grupo das Mulheres direito de votar a partir de 30 Pensées d’une amazone recebe o Prix de Rome e se Socialistas organizam uma anos de idade (21 anos para [Pensamentos de uma muda para Villa Médicis. manifestação em Paris: 6 mil 1916 homens). Amazona], de Natalie Barney, é A compositora Germaine mulheres colocam buquês de FRANÇA publicado. Tailleferre, única mulher do prímulas aos pés da estátua de Maurice Barrès propõe Grupo dos Seis (com Georges Condorcet. Elas exigem o voto o “sufrágio dos mortos”, 1919 Auric, Louis Durey, Arthur feminino e igualdade política. direito ao voto concedido BÉLGICA 1921 Honegger, Darius Milhaud Quando a guerra é exclusivamente a viúvas e Um número limitado de FRANÇA e Francis Poulenc), compõe declarada, milhares de mães de soldados mortos mulheres conquista o direito Criada a Medalha da Família a música para Le Marchand

215 d’oiseaux [O mercador de projeto de lei em favor do criações envolve-se. Ela Rockefeller fundam o Museu pássaros], balé criado em Paris sufrágio feminino nas eleições colabora também com Pierre de Arte Moderna em Nova 1931 pelo Balé Sueco. municipais e cantonais, mas Jeanneret no desenho de York, dirigido por Alfred Barr. ALEMANHA Proibida a importação o Senado imediatamente o móveis. FRANÇA Anni Albers sucede Gunta de contraceptivos. O aborto rejeita. Lei autoriza mulheres que Robert Mallet-Stevens funda Stölz na direção da oficina de passa a ser julgado pela corte Funcionárias dos correios se casam com estrangeiros a Union des Artistes Modernes, tecelagem da Bauhaus. criminal, pois o júri popular é fazem, sem sucesso, greve a manter sua nacionalidade onde se encontram designers Exibição do filme considerado muito leniente para exigir as mesmas e a passá-la para os filhos de pôsteres, arquitetos, Mädchen in uniform [Jovens em relação às acusadas. condições de salário de seus legítimos nascidos em solo joalheiros, carpinteiros, de uniforme], de Leontine MÉXICO colegas homens. francês. vidreiros e pintores como Rose Sagan, no qual uma jovem se Tina Modotti abre um ateliê O partido comunista Professoras do ensino Adler, Eileen Gray, Charlotte apaixona por sua professora. O na Cidade do México com se aproveita de uma fundamental passam a ter as Perriand, Charlotte Alix e filme é proibido pelo regime Edward Weston. brecha nas leis e apresenta mesmas condições salariais Adrienne Gorska. nazista. mulheres para as eleições de seus colegas homens. O States-General Feminism, ESTADOS UNIDOS municipais em suas listas organizado pelo Conseil Gertrude Vanderbilt 1924 em vários subúrbios National des Femmes Whitney funda o Museu FRANÇA parisienses. Algumas são 1928 Françaises (CNFF), defende a Whitney de Arte Americana Eileen Gray e Jean Badovici eleitas (Augustine Variot em ALEMANHA abolição da incapacidade civil em Nova York. começam a construir a casa Malakoff, Marie Chaix em Marianne Brandt sucede das mulheres casadas e exige Invenção do Tampax, E-1027 em Roquebrune-Cap- Saint-Denis, Marthe Tesson László Moholy-Nagy como direitos civis. um tampão higiênico com Martin (Alpes Marítimos). em Bobigny) e tomam posse diretora da oficina de metal REINO UNIDO aplicador, feito pela empresa Eileen Gray também desenha no Parlamento até a Corte da Bauhaus, onde trabalha Um teto todo seu, de Virginia norte-americana Earl Haas. os móveis. anular sua eleição em 1926. durante um ano. Woolf, é publicado. FRANÇA O programa Baccalauréat FRANÇA Entre 1931 e 1934, Eileen torna-se o mesmo para A artista portuguesa Gray constrói em Castellar, nos mulheres e homens. 1926 Maria Helena Vieira da Silva 1930 Alpes Marítimos, a Villa Tempe As pescadoras de sardinha ALEMANHA transfere-se para a França, FRANÇA a Pailla. bretãs de Douarnenez fazem Gunta Stölz assume onde se casa, em 1930, com Sophie Taeuber-Arp Marguerite Durand doa uma longa greve por salários a direção da oficina de o pintor de origem húngara participa da exposição Cercle seus arquivos sobre mulheres mais altos. tecelagem da Bauhaus. Árpád Szenes. et carré [Círculo e Quadrado], para a cidade de Paris. Uma Suzanne Noël cria a filial FRANÇA O agente e colecionador Paris, Galerie 23. biblioteca que leva seu nome francesa do Soroptimists Exposição Femmes Wilhelm Uhde apresenta Marie-Anne Camax- é aberta em 1932 (localizada (rede global de mulheres peintres du XVIIIe siècle obras de Séraphine de Senlis Zoegger cria a Société des hoje na rue Nationale, 79, em profissionais fundada em 1921 [Mulheres pintoras do na exposição Les peintres Femmes Artistes Modernes. Paris). nos Estados Unidos para ajudar século 18], em Paris, Galerie du coeur sacré [Pintores do Suzy Borel é eleita adida Anna de Noailles é comunidades locais, nacionais Charpentier. Primeiro Salon coração sagrado]. da embaixada, tornando-se a primeira mulher a ser e internacionais a defender os des Arts Ménagers [Salão da O Serviço Civil concede a primeira mulher a entrar nomeada Comandante da direitos humanos e a condição Arte Doméstica] no Grand a todas suas funcionárias para a carreira diplomática. Legião de Honra. das mulheres, ainda ativa). Palais. licença-maternidade de dois A primeira consulesa só ESPANHA INTERNACIONAL Inauguração, pelo Exército meses com salário integral. seria nomeada em 1967, e a Mulheres conquistam o A Organização Internacional da Salvação, do Palais de la REINO UNIDO primeira embaixadora em direito ao voto. do Trabalho defende Femme, abrigo seguro para Mulheres acima de 21 1972. PORTUGAL pagamento igual para trabalho mulheres jovens e solteiras. anos conquistam o direito A campeã esportiva Mulheres com diploma igual. Suzanne Lenglen encerra ao voto. Violette Morris (atleta, universitário conquistam A dinamarquesa Elle Osiier sua carreira no tênis, tendo O romance O poço da jogadora de futebol, o direito ao voto (homens ganha sua primeira medalha ganhado o Torneio de solidão, de Radclyffe Hall, piloto de carro de corrida, precisam somente saber ler e de ouro em esgrima nos Jogos Wimbledon e o Torneio sobre duas lésbicas, é ciclista) apresenta queixa escrever). Olímpicos em Paris. Internacional da França seis proibido por obscenidade. contra a Federação vezes, além de três medalhas INTERNACIONAL Feminina de Esportes da olímpicas, das quais duas de É permitida a França, após ser excluída 1932 1925 ouro. participação de ginastas por seu comportamento ALEMANHA FRANÇA INTERNACIONAL e atletas mulheres nos masculinizado e pelo uso Lilly Reich é convidada por Odette Marie Pauvert se Pela segunda vez, o Jogos Olímpicos. A mídia de roupas masculinas. Ludwig Mies van der Rohe a torna a primeira mulher a Prêmio Nobel de Literatura está repleta de artigos Mais tarde, ela se juntaria dirigir a oficina de design de receber o Prix de Rome pelo laureia uma mulher, a italiana misóginos que interpretam aos nazistas, tornando-se, interiores da Bauhaus. quadro La légende de Saint Grazia Deledda. mal os resultados. Como em 1936, espiã para os FRANÇA Ronan [A lenda de São Ronan]. as mulheres são julgadas alemães e participando do Laure Albin-Guillot Jeanne Bucher funda incapazes de correr 800 desmantelamento de várias é nomeada diretora do em Paris sua galeria, em 1927 metros, a modalidade foi redes da Resistência durante a departamento Beaux-Arts funcionamento até hoje. FRANÇA cancelada até 1960. Ocupação. Photographic e curadora da Sonia Delaunay monta sua Sophie Taeuber-Arp REINO UNIDO Cinémathèque Nationale no Boutique Simultânea sob a projeta com Theo Van A personagem Miss Marple, ano seguinte. ponte Alexander III, dentro da Doesburg o interior do Café 1929 criada por Agatha Christie, A lei Landry introduz o Exposition des Arts Décoratifs, de l’Aubette, em Estrasburgo. ALEMANHA aparece pela primeira vez no auxílio-família. em Paris. No Salon d’Automne, O escultor Renée Sintenis romance Assassinato na casa Primeira corrida de cavalo Josephine Baker chega a Charlotte Perriand exibe seu é eleito para a Academia de do pastor. com mulheres jóqueis em Paris e encena o espetáculo Bar sous le toit [Bar sob o Artes. TURQUIA Maisons-Laffitte. Revue nègre no Théâtre des telhado] em aço e alumínio, ESTADOS UNIDOS Mulheres conquistam SUÉCIA Champs Élysées. o que aproxima seu trabalho Lillie P. Bliss, Mary Quinn o direito ao voto. Elas se Primeira edição da revista Deputados adotam um do de Le Corbusier, em cujas Sullivan e Abby Aldrich tornarim elegíveis em 1934. de artes aplicadas, design

216 industrial e design Form, Toyen e Leonor Fini. Meret país durante a guerra, permite mulheres], ligados à resistência com base no princípio do dirigida por Monica Boman, Oppenheim chama atenção que as mulheres se alistem no antifascista italiana. trabalhador masculino: uma Katja Walden e Kerstin com Le Déjeuner en fourrure exército. quantia é dada ao homem, Wickman. [Desjejum em pele]. No Congresso Socialista de outra à mulher. Limoges, Madeleine Pelletier 1944 Elsa Triolet é a primeira apresenta uma moção em ESTADOS UNIDOS escritora a ganhar o Prêmio 1933 1937 favor do sufrágio feminino. Primeira exposição Goncourt. ITÁLIA ESTADOS UNIDOS individual de Dorothea Hélène Gordon-Lazareff O médico Achille Mario Hilla Rebay se torna a Tanning em Nova York, na lança a revista feminina Elle. Dogliotti apresenta a anestesia primeira diretora do Museu 1939 Galeria Julien Levy. ITÁLIA, ESLOVÊNIA peridural. Solomon R. Guggenheim de FRANÇA Aberta a exposição Mulheres conquistam o Nova York. Ileana Sonnabend funda Esculturas montagens, de direito ao voto. FRANÇA sua primeira galeria em Paris, Louise Nevelson, na Galeria 1934 Exposição de artistas com Leo Castelli e René Nierendorf, Nova York. ESTADOS UNIDOS europeias intitulada Les Drouin. FRANÇA 1946 Primeira exposição femmes artistes d’Europe André Breton convida Denise René abre sua FRANÇA individual de Berenice Abbott exposent au Musée du Jeu de Frida Kahlo para participar primeira galeria em Paris (ainda Collette Allendy abre sua no Museu da Cidade de Nova Paume [As artistas mulheres da da exposição que ele está em atividade atualmente). galeria em Paris. York. Europa expostas no museu du organizando sobre arte Janette Laverrière torna-se Germaine Poinso-Chapuis FRANÇA Jeu de Paume], na Exposição mexicana. membro-fundadora da Union é a primeira ministra do Manifesto da Société des Internacional de Artes e des Artistes Décorateurs et país (Segurança Pública e Femmes Artistes Modernes – Técnicas. Sonia Delaunay cria Créateurs d’Ensemble (UADCE), População). Pour l’art moderne, cadre de la pinturas na parede para o 1940 e posteriormente do Syndicat vie contemporaine [Em defesa Pavilhão Aéreo e o Pavilhão FRANÇA National des Créateurs da Arte Moderna, Organização Ferroviário. Vera Mukhina Claude Cahun e sua parceira d’Architecture Intérieure et 1947 da Vida Contemporânea] – cria a monumental escultura Suzanne Malherbe, conhecida de Modèles (CAIM), o qual ESTADOS UNIDOS assinado por Pierre Chareau, Operário e camponesa de como Marcel Moore, engajam- posteriormente fixaria os Criação do Teatro Vivo por Francis Jourdain, Sonia Kolkhoz para o Pavilhão Russo. se na Resistência. Presas parâmetros da profissão. Judith Malina e Julian Beck. Delaunay, Charlotte Perriand, Sophie Taeuber-Arp funda a pela Gestapo em 1944 e Um parecer pelo direito ao FRANÇA Robert Mallet-Stevens and revista Plastique. condenadas à morte, são voto e elegibilidade feminina Toyen se muda para Jean Prouvé, entre outros. Louise Weiss funda a União finalmente perdoadas em é proposto pelo comunista a França e participa de Gertrude Fehr funda a das Mulheres Francesas, 1945. Fernand Grenier, por meio manifestações surrealistas. escola de fotografia Publiphot condecorada com a Legião Para enfrentar o de uma emenda, ao governo em Paris: dois terços dos de Honra, que defende o desemprego masculino após provisório na Argélia. O parecer alunos são mulheres. estabelecimento do serviço o armistício, muitas mulheres é confirmado em 5 de outubro. 1948 nacional para mulheres. casadas são demitidas Criação da revista semanal BÉLGICA Marcelle Auclair lança a Marie-France. Mulheres conquistam o 1936 revista semanal Marie-Claire, INTERNACIONAL direito ao voto nas eleições FRANÇA que se tornaria mensal em 1942 Lee Miller é a única parlamentares e provinciais. A livreira Adrienne Monnier 1954. ESTADOS UNIDOS correspondente autorizada do FRANÇA publica a tese de Gisèle Freund Peggy Guggenheim abre Exército dos Estados Unidos. Inaugurada a Exposição da La Photographie en France au em Nova York sua primeira mulher 1800–1930, em Paris, XIXe siècle [A fotografia na 1938 galeria nos Estados Unidos, Galerie Bernheim-Jeune. França no século XIX]. HOLANDA The Art of This Century. 1945 Micheline Ostermeyer é Le Corbusier convida Eileen O Rijksmuseum Kröller- ESTADOS UNIDOS a primeira campeã olímpica Gray a exibir, na Exposição Müller, dirigido por Helene A exposição As mulheres (medalha de ouro em Internacional de Paris, seu Kröller-Müller, é aberto em 1943 é organizada por Peggy levantamento de peso e projeto Holiday Centre. Otterlo. ESTADOS UNIDOS Guggenheim no Art of This lançamento de disco). Apesar de as mulheres REINO UNIDO Peggy Guggenheim Century, em Nova York, Léa Chapon inaugura a não terem o direito de voto, A colecionadora norte- organiza em sua galeria a reunindo nomes como Louise Union féminine artistique et a Frente Popular (governo americana Peggy Guggenheim Exposição de 31 mulheres, que Nevelson, Dorothea Tanning, culturelle (1948–1995), uma de Léon Blum) indica Cécile inaugura uma galeria em incluía Leonora Carrington, Jo Walker, Beatrice Wood. associação internacional Brunschvicg, Suzanne Lacore e Londres. Leonor Fini, Frida Kahlo, Gypsy FRANÇA voltada para o fomento Irène Joliot-Curie para o cargo ESTADOS UNIDOS Rose Lee, Louise Nevelson, Em 21 de outubro, as da produção artística das de subsecretária de Educação São lançadas as primeiras Meret Oppenheim, Sophie mulheres votam pela primeira mulheres. do Estado, Proteção às meias-calças, que chegariam à Taeuber-Arp e Dorothea vez. Um grande número de Crianças e Pesquisa Científica. Europa em 1945. Tanning. mulheres participa da eleição ESPANHA FRANÇA FRANÇA de membros para a nova 1949 É fundada a organização Mulheres casadas podem Marie-France Giraud é Assembleia Constituinte. Trinta FRANÇA anarquista Mujeres libres, obter carteira de identidade guilhotinada por realizar e uma candidatas são eleitas Charlotte Perriand preside por Lucía Sánchez Saornil, e passaporte e abrir conta abortos em sua casa. para a Assembleia Nacional, a Association Formes Utiles Mercedes Comaposada e bancária sem a autorização Germaine Tillion (1907- incluindo 17 integrantes do [Formas úteis] com René Amparo Poch y Gascón. do marido. No entanto, o 2008), combatente da Partido Comunista. Herbst, que apresenta uma REINO UNIDO marido determina o lugar Resistência, que havia sido O texto introdutório da exposição anual de móveis e Exposição Internacional de de residência, tem o direito denunciada e presa em 1942, é Constituição estabelece o iluminação no Salon des Arts Surrealismo organizada em de impedir que sua esposa deportada para Ravensbrück. princípio de igualdade entre Ménagers. Londres por Roland Penrose. trabalhe e detém autoridade ITÁLIA homens e mulheres em todos Simone de Beauvoir Entre as artistas participantes paterna. Surgem em Milão os os setores. publica O segundo sexo: “Não estão Eileen Agar, Jacqueline A Lei Paul Boncour, que Gruppi di difesa della donna Criação do Sistema de nascemos mulheres, tornamo- Lamba, Meret Oppenheim, dispõe sobre a organização do [Grupos de defesa das Saúde e Segurança Social nos mulheres”.

217 Élisabeth Schmidt se torna Independente, que consiste contemporâneos. revista de referência para Contemporary Art [Mulheres a primeira ministra da Igreja em críticos, artistas e Madeleine Colin, secretária o design de interiores de na arte contemporânea], na Reformada na França, com a arquitetos. confederada do sindicato vanguarda. Duke University de Durham, condição de que permaneça CGT, funda a revista mensal ESTADOS UNIDOS que inclui Lee Bontecou, Sonia solteira. Antoinette (1955-989). A Administração de Delaunay, Helen Frankenthaler, ALEMANHA OCIDENTAL 1953 REINO UNIDO Alimentos e Medicamentos Joan Mitchell, Louise Nevelson, A igualdade entre homens ESTADOS UNIDOS Mary Quant abre uma loja autoriza a divulgação da pílula Georgia O’Keeffe, Maria Helena e mulheres é inscrita na Lei Exposição Women in de roupas chamada Bazaar anticoncepcional, desenvolvida Vieira da Silva e Dorothea Básica. Art [Mulheres na arte], em na King’s Road, em Londres, em 1956 pelo norte-americano Tanning. Houston, no Contemporary na qual lança sua criação: a Gregory Pincus. Publicação de Feminine Art Museum, reunindo artistas minissaia. Mystique [A música feminina], 1950 como Mary Cassatt, Louise de Betty Friedan. FRANÇA Nevelson, Dorothea Tanning. 1961 FRANÇA A escultura O Cristo, feita FRANÇA 1956 FRANÇA Abertura da Galerie Ileana por Germaine Richier para Alison e Peter Smithson FRANÇA Niki de Saint Phalle organiza Sonnabend, Quai des Grands- a Igreja de Assy, provoca participam do Congrès Iris Clert abre sua galeria sua primeira sessão fotográfica, Augustins em Paris. escândalo. O bispo a retira. Foi international d’architecture em Paris. no impasse Ronsin, em Paris. É permitido que mulheres recolocada somente em 1971. moderne (CIAM) em Aix-en- Criação do movimento ÍNDIA pesquem legalmente como A artista húngara Judit Reigl Provence e contestam os Maternité heureuse, que se Primeira exposição profissionais. muda-se para Paris. dogmas defendidos por Le torna o Movimento francês individual de Nasreen Jeannette Thorez- Corbusier na Carta de Atenas do planejamento familiar Mohamedi em Bombaim, na Vermeersch é a primeira em 1933. Eles dão início à em 1960, com o objetivo de Galeria 59. 1964 mulher a entrar no Politburo do fundação do grupo Team X em legalizar a contracepção. NORUEGA ESTADOS UNIDOS Partido Comunista da França. 1956 com outros arquitetos. Biquínis ficam famosos Sonja Henie e Niels Onstad Exposição Women Artists of NORUEGA depois que Brigitte Bardot usa doam sua coleção para a America, 1707-1964 [Mulheres Mulheres que se casam um no filme ...E Deus criou a criação de um centro de arte artistas da América], no com estrangeiros podem 1954 mulher. em seu nome. O centro seria Newark Museum, com Lee decidir se desejam manter a BRASIL REINO UNIDO aberto perto de Oslo em 1968. Bontecou, Helen Frankenthaler, nacionalidade norueguesa. Criado no Rio de Janeiro Alison e Peter Smithson Louise Nevelson, Georgia o Grupo Frente. Lygia Clark instalam seu Patio and Pavillon O’Keeffe, Dorothea Tanning e e Lygia Pape se tornam na exposição This is Tomorrow 1962 outras. 1951 membros. [Isto é o amanhã], na galeria de ESTADOS UNIDOS FRANÇA ITÁLIA FRANÇA arte Whitechapel, em Londres. Exposição Women Artists Carolee Schneemann Peggy Guggenheim abre Janette Laverrière apresenta ESTADOS UNIDOS in America Today [Mulheres apresenta Meat Joy [Alegria um museu para sua coleção uma cozinha em Tavanit (um Inventada a fralda artistas na América de hoje], carnal] durante o primeiro em Veneza. derivado de fórmica) no Salon descartável. no Mount Holyoke College, Festival de Expressão Livre no ESTADOS UNIDOS des arts ménagers, o que a em South Hadley, com Lee Centro Americano em Paris. Publicado As origens do torna uma das mais famosas Bontecou, Louise Bourgeois, Sonia Delaunay doa grande totalitarismo, de Hannah designers de cozinha nos anos 1958 Claire Falkenstein, Joan parte de seus trabalhos e Arendt. BÉLGICA Mitchell, Louise Nevelson, de Robert Delaunay para FRANÇA Declaração da igualdade Georgia O’Keeffe, entre outros. o Musée national d’art O romance Le Rempart des 1950 legal entre homens e Criação do Judson Dance moderne. Béguines, de Françoise Mallet- É publicado, com mulheres, mas a incapacidade Theater por Yvonne Rainer, Éliane Victor produz o Joris, uma história de amor escândalo, o romance erótico das mulheres é mantida Trisha Brown, Lucinda Childs e programa de televisão Les entre duas mulheres, provoca sadomasoquista A história de O, (exceto em relação à gestão de Simone Forti, entre outros. Femmes aussi [Mulheres escândalo. de Pauline Réage (pseudônimo propriedade). FRANÇA também], que trata do Jeannine Levannier é a de Dominique Aury). Entre 1962 e 1985, a cotidiano das mulheres. primeira francesa a se tornar ITÁLIA proporção de mulheres Monique Wittig recebe faixa preta no judô. Primeira edição da revista 1959 trabalhadoras cresce de 40% o prêmio Médicis por REINO UNIDO milanesa Interni. La rivista ESTADOS UNIDOS para 66%. L’Opoponax. Ann Davidson é a primeira dell’arredamento, dirigida por A matemática Grace Lançamento do slogan ITÁLIA mulher a cruzar sozinha o Dorothea Balluff e dedicada ao Hopper inventa a linguagem publicitário “Moulinex libère Gae Aulenti recebe seu Atlântico. design de interiores. COBOL, a primeira linguagem la femme!” [“Moulinex liberta primeiro prêmio na Trienal de GRÉCIA de programação de mulheres”]. Milão por sua instalação Arrivo Mulheres conquistam o computador que chega ao O filme Cleo de 5 às 7 al Mare [Chegada ao mar]. 1952 direito ao voto nas eleições grande público. de Agnès Varda faz parte JAPÃO FRANÇA municipais. FRANÇA da seleção francesa para o Yoko Ono realiza sua Primeira exposição A universidade Ponts et Festival de Cannes. perfoarmance Cut Piece [Corte individual da artista brasileira Chaussées passa a admitir pedaços] no Yamaichi Concert Lygia Clark, em Paris, no 1955 mulheres. Hall em Kioto. Institut Endoplastique. FRANÇA 1963 NORUEGA Janette Laverrière apresenta A pintora americana Joan ESTADOS UNIDOS O aborto é autorizado em uma escrivaninha de parede Mitchell se muda para a França 1960 Diane Arbus faz American caso de risco de vida materno. em traffolyte preto e vermelho para se juntar a seu parceiro FRANÇA Rites, Manners and Customs com moldura de alumínio no Jean-Paul Riopelle. Annie Tribel se junta [Ritos, hábitos e costumes Salon des artistes décorateurs. A Oficina Primavera na loja ao Atelier d’urbanisme et americanos], uma ampla 1965 REINO UNIDO de departamentos Printemps, d’architecture (AUA), fundado galeria de retratos de norte- ESTADOS UNIDOS Alison e Peter Smithson dirigida por Colette Gueden, no mesmo ano. americanos, ganhando a bolsa Shigeko Kubota realiza a estão entre os membros- torna-se uma importante Solange Gorse se torna John Simon Guggenheim. performance Vagina Painting fundadores do Grupo distribuidora de móveis editora da Maison Française, Exposição Women in [Pintura vaginal] para o festival

218 Perpetual Fluxfest, organizado Moderna em Estocolmo, criado FRANÇA ÁUSTRIA sua esposa”. Para as feministas, por Fluxus em Nova York. em parceria com Jean Tinguely O primeiro catálogo Exposição Vier Frauen esse evento simboliza o A exposição The Responsive e Per Olof Ultvedt. A obra, de Prisunic, símbolo da renovação [Quatro mulheres], Linz, Museu nascimento do Movimento Eye [O olhar compreensivo], no 28 metros de comprimento, do consumismo francês, Wolfgang Gurlitt, Neue Galerie. das Mulheres, que cresce Museu de Arte Moderna em tem um bar, um cinema e uma trabalha com jovens designers DINAMARCA rapidamente. Elas protestam Nova York, revela o trabalho galeria de arte. de moda como Gae Aulenti e Exposição Damebilleder contra a violência à mulher ótico de Bridget Riley. Lojas ÍNDIA Danielle Quarante. [Retratos de mulheres], e lutam por seus direitos. Na de Nova York fazem vestidos Indira Gandhi torna-se Mulheres, que estão à frente Copenhage, Charlottenborg, ocasião da Women’s States- com estampas “psicodélicas” primeira-ministra, cargo que das manifestações estudantis, Radskaelderen. General, organizado em Paris copiando seu trabalho. A mantém até seu assassinato protestam alegando que não ESTADOS UNIDOS pela revista Elle, o Movimento artista as acusa de plágio, sem em 1984. têm liberdade de expressão e A exposição X-12, em Nova das Mulheres se manifesta em sucesso. INTERNACIONAL que são confinadas a tarefas York, apresenta doze artistas prol dos direitos das mulheres FRANÇA Introduzida no Campeonato domésticas. feministas. (aborto livre, igualdade sexual). Mulheres são autorizadas a Europeu de Budapeste a Antoinette Fouque, Faith Ringgold e sua filha Publicação de “L’ennemi trabalhar sem o consentimento verificação do cromossomo Monique Wittig e outras Michele Wallace formam a principal” [“O inimigo do marido e a abrir conta feminino no atletismo. As decidem lançar um grupo só WSABAL, Woman, Students principal”] de Christine bancária, o que significa que atletas precisam provar que de mulheres para libertar a voz and Artists for Black Art Delphy, na edição especial de podem usufruir de seu próprio não são homens impostores. das mulheres. Liberation. “Libération des femmes année dinheiro como desejarem. No ITÁLIA Criação do Comitê Ad 0” da revista Partisans. entanto, o marido permanece Mira Schendel representa o Hoc das Artistas Mulheres Criação da associação o único administrador da 1967 Brasil na Bienal de Veneza. para denunciar a escassa Laissez-les vivre contra a propriedade em comum. ESTADOS UNIDOS REINO UNIDO porcentagem de mulheres na legalização do aborto. As mulheres participam Martha Rosler começa Nanna Ditzel e Kurt Heide exposição anual no Museu ITÁLIA da vida política criando sua série de fotomontagens fundam a empresa Interspace, Whitney. O comitê se junta O divórcio é legalizado. associações: Femme-Avenir Bringing the War Home: House firma internacional de design à WAR e à WASBAL pela Carla Lonzi, Carla Accardie e (direita) e Mouvement Beautiful [Trazendo a guerra em Londres. participação das artistas Elvira Banotti criam o grupo démocratique feminine para casa: beleza doméstica] negras Betye Saar e Barbara Rivolta Femminile, em Roma, (esquerda). Nas eleições (1967–1972). Chase-Riboud na Bienal do e escrevem o Manifesto di municipais, elas constituem Fundado em Nova York o 1969 Museu Whitney. Rivolta Femminile, baseado 2,3% dos membros eleitos. movimento Witch [Women’s ESTADOS UNIDOS Yvonne Rainer realiza a na concepção da diferença Lançada pelos ingleses, a International Terrorist Helen Frankenthaler performance War [Guerra] na sexual e da prática de minissaia conquista a França Conspiracy from Hell]. tem significativa exposição Universidade de Nova York. autoconsciência. na nova coleção de André FRANÇA retrospectiva no Museu Publicação de Sexual Politics REINO UNIDO Courrèges. Ele apresenta calças Após calorosos debates, Whitney, em Nova York. [Políticas sexuais], da artista Primeira exposição do de alta costura para mulheres o parlamento nacional Estreia de Mod Donna, Kate Millett. Women’s Liberation Art pela primeira vez. aprova a Lei Neuwirth, que primeiro musical feminista, no Publicação de Our Bodies, Group, em Londres, Galeria Publicação de Le Féminin autoriza a venda da pílula Public Theater de Nova York. Ourselves [Nossos corpos, nós Woodstock (Margaret Harrison, pluriel, de Benoîte e Flora anticincepcional (não FRANÇA mesmas], do Boston Women’s Valerie Charlton, Ann Colsell, Groult. reembolsada pela Seguridade Manifestações com Health Book Collective. Sally Frazer, Alison Fell, Liz REINO UNIDO Social). O aborto ainda é ilegal. pôsteres e bonecas gigantes FRANÇA Moore, Sheila Oliver, Monica A escultora Barbara Bolsa de Valores passa a criados por Raymonde Arcier Gina Pane cria obras Sjoo, Rosalyn Smythe). Hepworth recebe o título de admitir mulheres. e estudantes de arte da relacionadas à Guerra do Criação do London Dama do Império Britânico. O FMA, movimento Universidade de Vincennes. Vietnã como a instalação Le Riz Women’s Film Group por Laura Féminin, Masculin, Avenir, é Danielle Quarante [Arroz] na Galeria Rive Droite Mulvey. criado por Anne Zelensky e apresenta a poltrona Albatros, em Paris. A Lei da Igualdade Salarial 1966 Jacqueline Feldman. produzida pela Airborne, no A lei estipula que de agora estabelece salários iguais ESTADOS UNIDOS GRÃ-BRETANHA Salon des artistes décorateurs. em diante “ambos os cônjuges entre homens e mulheres que Criação do grupo Women O aborto é legalizado. Gabrielle Russier comete assegurem a orientação executam o mesmo trabalho. Artists in Revolution, WAR. INTERNACIONAL suicídio após seu caso com um moral e material da família”. INTERNACIONAL Betty Friedan funda a Usado por ambos os aluno de 17 anos de idade. Ela A noção de “cabeça da Primeira Copa do Mundo Organização Nacional da sexos, o jeans se torna é condenada por assediar um família” e autoridade paternal não oficial de futebol feminino. Mulher (NOW). No ano símbolo da juventude em menor. é abandonada em favor da seguinte, o Movimento da todo o mundo, que rejeita Criação do programa de autoridade parental. Liberação das Mulheres é uma roupa “burguesa” para rádio Une femme pour parler A École polytechnique 1971 promovido por diversas promover uma informalidade aux femmes [Uma mulher passa a admitir mulheres. ÁUSTRIA militantes da NOW. Conhecido descontraída. conversa com mulheres], de Primeiro encontro em maio Valie Export realiza a como Lib das Mulheres, ele Ménie Grégoire, na RTL. do Movimento das Mulheres performance Eros/ion. defende o direito ao aborto e a Publicação de Les Guerillères, na Universidade de Vincennes. ESTADOS UNIDOS igualdade dos sexos. 1968 de Monique Wittig. Em 28 de agosto, um Surge crítica da arte Publicação do A resposta ESTADOS UNIDOS ISRAEL grupo de mulheres incluindo feminista: em janeiro Linda sexual humana pelos Valerie Solanas atira em Golda Meir se torna Christiane Rochefort, Monique Nochlin escreve “Why Have sexólogos norte-americanos Andy Warhol. Seu manifesto Primeira-ministra aos 71 anos Wittig, Christine Delphy, There Been No Great Women William Masters e Virginia SCUM – Society for Cutting Up de idade. Cathy Bernheim e Anne Artists?” [“Por que não houve Johnson. O estudo questiona Men [Sociedade para picar Zelensky, coloca uma coroa grandes mulheres artistas?”] a superioridade do orgasmo homens] prega a erradicação de flores no Arco do Triunfo na revista Art News e, em vaginal conforme destacada dos homens. 1970 em homenagem à “mulher setembro, o artigo de Lucy por Freud. O Mulheres Radicais (grupo ALEMANHA OCIDENTAL do soldado desconhecido”. As Lippard “Sexual Politics: Art SUÉCIA criado em 1967) se manifesta Rebecca Horn realiza faixas traziam a inscrição: “Há Style” [“Políticas sexuais: estilo Niki de Saint Phalle apresenta contra a eleição da Miss a performance Einhorn alguém mais desconhecido do artístico”] é publicado na Art Hon [Ela], no Museu de Arte Estados Unidos. [Unicónio]. que o Soldado Desconhecido: in America. É criado por Miriam

219 Shapiro e Judy Chicago, no levam as mulheres a criarem, dos organizadores. Gina Pane Mulheres], Centro Cultural BÉLGICA Instituto de Artes da Califórnia instigadas por Monique Wittig, também retira suas obras, pois de Nova York. Primeira A propaganda de (CalArts), um programa de arte o grupo Les Gouines Rouges. acredita que serão traídas pela exposição exclusivamente de anticoncepcionais é legalizada. feminista. Publicação do primeiro apresentação. mulheres em uma instituição DINAMARCA A exposição Where We At, número da revista feminista Le Lygia Clark é convidada cultural norte-americana, O aborto é legalizado. Black Women Artists [Onde torchon brûle (1971–1973). para ministrar aulas sobre organizado pela Women in REINO UNIDO estamos, mulheres negras 4,4% dos membros eleitos comunicação não verbal na Arts Foundation (WAI), criada Exposição Five Women artistas] nas Galerias Acts of nas eleições municipais são Sorbonne. em 1971. Artists. Images of Womenpower Art (Dinga McCannon, Faith mulheres. A crítica de arte Catherine Abertura de inúmeras [Cinco artistas mulheres. Ringgold e Kay Brown), em SUÍÇA Millet funda a revista de crítica galerias de mulheres: Soho20 Imagens do poder das Nova York, instiga a criação Mulheres podem agora da arte vanguardista Art Press em Nova York, Artemisia e ARC mulheres], Londres, Arts de uma associação contra a votar nas eleições federais. International com Daniel em Chicago, e Womenspace Lab (Monica Sjöö, Ann Berg, exclusão das artistas negras. Templon. em Los Angeles. Beverley Skinner, Roslyn De acordo com o Conselho Annette Messager faz Les Joyce Kozloff e Nancy Smythe, Liz Moore). de Mulheres Artistas de Los 1972 Tortures volontaires [Torturas Spero publicam The Rip-Off File ITÁLIA Angeles (LACWA), menos de ALEMANHA OCIDENTAL voluntárias], trabalho [Arquivos da enganação], em Publicado o livro Dalla parte 1% das obras apresentadas no Exposição American Women fotográfico sobre estereótipos que listam incidentes ligados delle bambine [Em nome das Museu de Arte de Los Angeles Artists Show [Mostra de Artistas de beleza impostos sobre as à discriminação sexual contra meninas], de Elena Gianini. são feitas por mulheres. Mulheres Norte-Americanas], mulheres pela mídia. artistas. Criação, em Nova York, do Hamburgo, Kunsthaus. O julgamento Bobigny: A designer gráfica Muriel grupo WIA, Women in the Arts, ALEMANHA ORIENTAL julgada por aborto, Marie- Cooper é cofundadora do 1974 que organiza ações contra Lei autoriza o aborto até Claire Chevalier é liberada Visible Language Workshop ÁUSTRIA E SUÉCIA galerias que não representam o final do terceiro mês de depois de várias semanas de no Laboratório de Mídia do O aborto é legalizado. artistas mulheres. gravidez. julgamento. Isso marca um Instituto de Tecnologia de ESTADOS UNIDOS Exposição 26 Contemporary ESTADOS UNIDOS grande passo na luta liderada Massachusetts (MIT). Nancy Spero cria a série de Women Artists [26 Artistas Abertura do AIR, Artistas pelas feministas durante FRANÇA desenhos Tortura das Mulheres, Contemporâneas] em Residência, em Nova York. muitos anos. Suzanne Pagé assume a baseada em casos reportados organizada por Lucy Lippard, A primeira galeria cooperativa Uma lei é adicionada direção do l’ARC, Animation, pela Anistia Internacional. Ridgefield, Museu de Arte de artistas fundada por artistas ao Código do Trabalho e Recherche, Confrontation, Abertura do Hera Women’s Contemporânea Aldrich. mulheres para outras artistas estabelece igualdade de o departamento de arte Cooperative Art Center and Criada a revista Women in mulheres. trabalho entre homens e contemporânea do Musée Gallery em Wakefield (RI). Art Quarterly. Criação do The Feminist mulheres. d’art moderne de la Ville de “Philadelphia Focuses FRANÇA Art Journal (1972-1978), Promulgada uma lei em Paris. Ela se tornaria diretora do on Women in the Visual Gina Pane realiza sua editado por Cindy Nemser, relação à condição geral dos museu em 1988, organizando Arts”, festival organizado por primeira ação pública Pat Mainardi e Irene Moss, em profissionais do exército. Não inúmeras retrospectivas de um grupo de mulheres da Nourriture/Actualités TV/feu Nova York. há mais restrições para entrada artistas mulheres. Filadélfia. [Comida/Atualidades de TV/ Women in Visual Arts baseadas no sexo (mas o Assim como o pai, a mãe FRANÇA Fogo], na casa da família [Mulheres nas Artes Visuais], a corpo do exército permanece pode passar sua nacionalidade Exposição Grandes femmes, Frégnac, em Paris. primeira série de conferências fechado para as mulheres até para o filho (legítimo ou petits formats [Grandes Le Nouvel Observateur sobre mulheres e arte, é 1975, assim como as carreiras ilegítimo). mulheres, pequenos formatos], publica o “Manifeste des apresentada na Galeria de Arte de tenente e subtenente da A Universidade HEC permite Paris, Galeria Iris Clert, 343”, uma petição com 343 Corcoran, em Washington. Gendarmerie [Força Policial que as meninas sentem-se organizado com 99 artistas assinaturas de mulheres Primeira edição do Festival do Estado], “por causa das durante as provas. A HEC (incluindo Pierrette Bloch, Eva que fizeram aborto ilegal e Internacional de Cinema das condições relacionadas à jeunes filles, apenas para Aeppli, Tania Mouraud, Shirley exigem o direito à legalização Mulheres em Nova York. aplicação e intervenção da mulheres, fecha dois anos Jaffe, Eve Gramatzki). do aborto. Simone de Em Los Angeles, um Força Policial do Estado e as depois. A coleção de Peggy Beauvoir, Catherine Deneuve, coletivo de artistas (Judy limitações que ela impõe”). Alice Saunier-Seïté é a Guggenheim é apresentada no Marguerite Duras, Jeanne Chicago, Miriam Shapiro, Faith REINO UNIDO primeira reitora da academia. Musée de l’Orangerie. Moreau, Françoise Sagan e Wilding, entre outras) usa uma Exposição do workshop Jacqueline de Romilly é a Uma nova lei autoriza a Delphine Seyrig estão entre casa para fazer experimentos, Artists Union’s Women, primeira professora no Collège pílula anticoncepcional para as signatárias. Um escândalo o que resulta na exposição Londres. de France. menores sem a autorização dos enorme é gerado. Womanhouse [Casa da Mulher], Demolição da prisão pais. Ela é distribuída de forma O movimento Choisir la sensação na mídia. feminina Petite-Roquette em anônima e gratuita em clínicas cause des femmes, criado FRANÇA 1973 Paris. de planejamento familiar. por Gisèle Halimi, Simone O grupo La Spirale é ESTADOS UNIDOS Évelyne Sullerot funda a A jornalista Françoise de Beauvoir, Jean Rostand, fundado em Paris (1972–1982) Inauguração, em Los associação Retravailler, cujo Giroud se torna a primeira Christiane Rochefort e pela poeta e pintora Charlotte Angeles, do Woman’s objetivo é emancipar as secretária do Estado para a ganhadora do Prêmio Calmis. Building, centro para a arte e mulheres através do acesso a Mulheres. Nobel de Medicina, Jacques A exposição Douze cultura femininas, contendo empregos. Termos como Viúva X, Monod, entre outras, tem três ans d’art contemporain en o Conselho das Artistas de Criação do Mouvement Esposa divorciada X, Srta. A são objetivos: educação sexual France-1972 [Doze anos de Los Angeles, o Workshop pour la libération de retirados de correspondências e contracepção, anulação da arte contemporânea na Estúdio Feminista (a primeira l’avortement et de la administrativas endereçadas às lei repressora de 1920 e ajuda França-1972] mostra apenas escola independente de arte contraception (MLAC), uma mulheres. legal gratuita para mulheres duas artistas, Sheila Hicks feminista, fundada por Judy organização cujos status Arlette Laguiller se julgadas por aborto. e Niki de Saint Phalle. Uma Chicago, Arlene Raven e Sheila e sede são oficialmente torna a primeira candidata Criação do Front das artistas convidadas, de Bretteville) e o Centro de reconhecidos, embora apoie a presidente: “Sim, eu sou homosexuel d’action Tania Mouraud, retira seus Estudos Históricos da Arte duas práticas ilegais: viagens mulher e mesmo assim tenho révolutionnaire (FHAR). A trabalhos antes da abertura, Feminista. internacionais para fazer coragem de me candidatar à presença crescente de homens assim como outras artistas, Women Choose Women abortos e abortos no solo presidência nesta república de no FHAR e sua misoginia em protesto contra a escolha [Mulheres escolhem francês. homens”.

220 Publicado Speculum de do grupo Femmes en lutte feministas Sorcières of Contemporary Art, criado l’autre femme [Espelho da outra (1975–1977), de jovens artistas 1976 (1976–1979) e Les Cahiers du por Marcia Tucker, ex-curadora mulher], de Luce. (incluindo Dorothée Selz, ESTADOS UNIDOS féminisme (1976–1998). do Museu Whitney de Arte Criação da editora Des Isabelle Champion-Métadier, Em reação à pequena ITÁLIA Norte-Americana. femmes com o objetivo de Nil Yalter, Esther e Mathilde representação de mulheres Exposição Intorno Criação da revista Heresies. A promover a literatura das Ferrer). em duas grandes exposições, all’ideologia: Art and Feminism Feminist Publication on Art and mulheres e o movimento da Aline Dallier apresenta Drawing Now [Desenho hoje], [Sobre ideologia: arte e Politics, fundada em Nova York mulher em geral. 5 Américaines à Paris [5 no Museu de Arte Moderna feminismo], Roma, Palazzo por Joan Baderman, Mary Beth Lançamento do Quotidien americanas em Paris], Paris, (cinco mulheres num total Esposizioni. Edelson, Harmony Hammond, des femmes (Éditions Des Galerie Gérard Pilzer. No ano de 46 artistas) e Twentieth- REINO UNIDO Elizabeth Hess, Joyce Kozloff, femmes, 10 edições até junho seguinte, ela organiza uma Century American Drawing. Exposição Feministo: Portrait Lucy Lippard, Miriam Schapiro de 1976). exposição de artistas francesas Avant-Garde Generation [O of the Artist as Housewife e May Stevens, e da revista Combative Acts, Profiles desenho americano no séc. [Feministo: Retrato da Chrysalis. Magazine of Women’s and Voices [Atos Combativos, XX. A geração avant-garde] no artista como dona de casa], Culture, em Los Angeles por 1975 Perfis e Vozes] na galeria A.I.R. Museu Guggenheim (Georgia Manchester. A exposição um coletivo que inclui Sheila ÁUSTRIA em Nova York. O’Keeffe, a única mulher de um circula pelo Reino Unido. Levant de Bretteville e Arlene VALIE EXPORT faz a Chantal Akerman dirige total de 29 artistas), artistas de PORTUGAL Raven. curadoria da exposição Jeanne Dielman, 23 quai du diferentes grupos feministas Mulheres conquistam Nan Golding começa a série Magna Feminismus: Kunst commerce, 1080 Bruxelles. criam o Comitê Ad Hoc de o direito ao voto, fotográfica The Ballad of Sexual und Kreativität, Viena, Depois de um debate Protesto MoMA e Guggenheim. independentemente do seu Dependency [A Balada da Galerie Nächst St. Stephan. controverso e misógino em O grupo exige a representação grau de instrução. Dependência Sexual]. Exposição Frauen-Kunst – vários momentos, a Ministra de 50% de artistas mulheres IUGOSLÁVIA FRANÇA Neue Tendenzen, Innsbruck, da Saúde Simone Veil, com o em exposições futuras e Para o 4° Festival Exposição e performance Krinzinger Gallery. apoio da esquerda, consegue organiza Drawing Now: 10 of Extended Media, é Femmes: graphismes, textes, CANADÁ adotar uma lei provisória de Artists [Desenho hoje: 10 organizado um dia de musiques, actions [Mulheres: Criação da revista de arte cinco anos para legalizar o artistas], uma contraexposição estudo “Mulheres na Arte” gráficos, textos, música, ações], contemporânea Parachute por aborto. A lei é renovada em 31 apresentando nove mulheres e no Centro Cultural Estudantil, organizada por Aline Dallier, Chantal Pontbriand. de dezembro de 1979. um homem no Centro SoHo de com Gizlind Nabakowski, Paris, Galeria N.R.A. (ORLAN, ESTADOS UNIDOS Nova lei do divórcio: Artes Visuais. Ulrike Rosenbach e Katarina Aline Gagnaire, Léa Lublin, Criação da Los Angeles mulheres não precisam Exposição Women Artists Sieverding (Düsseldorf), Monique Frydman, Françoise League for the Advancement mais viver sob o teto de 1550–1950, Museu de Arte de Natalia LL (Wroclaw), Iole Janicot, Claude Torey, Vera of Lesbianism in the Arts seus maridos; o adultério é Los Angeles (curadores: Linda de Freitas (Milão), Ida Biard Molnar, Eve Gramatzki, Ruth (LALALA). descriminalizado; o divórcio é Nochlin e Ann Sutherland e Nena Baljković (Zagreb), Francken, Mythia Kolesar, Publicação do Women possível com consentimento Harris). A exposição circula nos Jasna Tijardović, Irina Subotić, Marcelle Kahn, Béatrice Artists Newsletter [Boletim das mútuo; a alegação de Estados Unidos. Jadranka Vinterhalter, Biljana Casadesus). Mulheres Artistas] editado por “diferenças irreconciliáveis” Criação da revista Tomić e Dunja Blazević Exposição Couture-Peinture Cynthia Navaretta, em Nova torna-se válida para solicitar o Womenart, editada por Ellen (Belgrado). [Costura-Pintura], terceira York. divórcio mesmo que não haja Lubell, em Nova York. edição de Féminine-Dialogue, O Woman’s Building, em consentimento de ambas as Publicação do Hite Report, Paris, Unesco. Los Angeles, é transferido para partes. um livro de referência sobre a 1977 Jackie Buet funda com a N. Spring Street, 1.727. Nele A lei Haby torna obrigatório sexualidade feminina baseado ALEMANHA OCIDENTAL outras mulheres o Festival estão o Espaço da mulher, o que escolas estaduais em uma pesquisa feita com Künstlerinnen International. Internacional de films de Workshop Estúdio Feminista, ofereçam coeducação 300 mulheres. 1877–1977 [Artistas femmes, que acontece as galerias cooperativas nas escolas primárias e FRANÇA internacionais. 1877-1977], primeiramente em Sceaux e Grandview 1 e 2, a livraria secundárias. Criação do coletivo exposição organizada por depois em Créteil. Sisterhood e o departamento Publicação de Ainsi soit-elle Femmes/Art (1976–1980), Frauen in der Kunst [Mulheres Conferência-debate “Existe- local da Organização Nacional [Que assim seja], de Benoîte convidado por l’ARC para na Arte], apresenta 200 t-il des pratiques artistiques das Mulheres. Groult, e Les Mots pour le dire organizar uma exposição mulheres, entre pintoras, féminines?” [“Existem práticas Martha Rosler realiza o [Palavras para dizer], de Marie de artistas mulheres. O performers e videoartistas em de arte feminina?”], organizada vídeo Semiotics of the Kitchen Cardinal. cancelamento do projeto Berlim, Castle Charlottenburg. por Aline Dallier and Gina [Semiótica da cozinha]. ITÁLIA leva ao manifesto intitulado ESTADOS UNIDOS Pane, Le Mans, École des FRANÇA Magma. Rassegna Enfermement/Rupture [Cerco/ Exposição Contemporary beauxarts. Christiane de Casteras internazionale di donne Ruptura]. Woman: Consciousness Muitas revistas publicam cria o Diálogo, associação artiste [Magma. Exposição Exposiçäo Espace cousu and Content [Mulher edições especiais sobre as proveniente da divisão da Internacional de Artistas [Espaço costurado], segunda Contemporânea: Consciência e mulheres e a arte: “Femmes- Union des femmes peintres Mulheres], Brescia, Castello edição do Féminie-Dialogue, Conteúdo], Nova York, Museu Différences”, editada por et sculpteurs (1881–1995) Oldofredi. A exposição circula Paris, Unesco. Brooklyn. Françoise Eliet, Art Press com o objetivo de organizar pela Itália. Primeira retrospectiva na Exposição Extraordinary n. 5; “L’art et les femmes”, uma exposição anual de INTERNACIONAL França de Hannah Höch, Paris, Women [Mulheres L’Humidité, spring 77; artistas mulheres. A primeira A ONU decreta o Ano Musée d’art moderne de la Extraordinárias], Nova York, “Femmes, création”, Sorcières, exposição Féminine-Dialogue Internacional das Mulheres e Ville de Paris. A artista tem 87 Museu de Arte Moderna n. 10; “Femmes, littérature et [Diálogo Feminino], com organiza o primeiro Congresso anos de idade. (Sonia Delaunay, Alexandra art”, Tel Quel, n. 75; “La Femme Christiane de Casteras, Mundial das Mulheres na Delphine Seyrig e Carole Exter, Natalia Goncharova, surréaliste”, Obliques, n. 14. Andrée Marquet, Marie-Rose Cidade do México, com Roussopoulos dirigem o filme Lee Krasner, Liubov Popova, ORLAN realiza a Montassut, Marie-Josée foco nos temas da paz e do SCUM Manifesto. Sophie Taeuber- Arp, Suzanne performance Le Baiser de Baudin, ocorreu em La desenvolvimento e passa a Criação do SOS Femmes Valadon…). l’artiste [O beijo da artista] Défense, e as exposições celebrar no mundo todo o Dia por Colette de Marguerye, Abertura da Muse, galeria no Foire internationale d’art seguintes no prédio da Unesco Internacional das Mulheres em Michèle Dayras e Martine Le cooperativa de mulheres na contemporain (FIAC), Paris, até os anos 1990. 8 de março, que se torna oficial Péron. Filadélfia (PA). Grand Palais. Ela também Publicação do manifesto em 1977. Criação das revistas Abertura do New Museum assina a MesuRage du Centre

221 Pompidou, que acabara de FRANÇA central do grupo feminista criativo incluindo Barbara de produção despercebidas], ser inaugurado. Criação da associação “Psychanalyse et Politique”, Radice, Martine Bedin e Berlim, Neue Gesellschaft für Christine Delphy e Simone Art et regard des femmes cria e dirige o Mouvement Nathalie du Pasquier . Bildende Kunst e Künstlerhaus de Beauvoir fundam a revista (1978–1983) com o objetivo de de libération des femmes REINO UNIDO Bethanien. Questions féministes. promover encontros e trocas (MLF) e registra seu logotipo Exposição Issue: Social ESTADOS UNIDOS Publicação de Le entre artistas. no Instituto Nacional de Strategies by Women Artists Maya Lin, jovem estudante Féminisme au masculin [O Abertura em Paris do Lieu- Propriedade Industrial. [Tema: Estratégias sociais de arquitetura em Yale, cria o feminismo no masculino], de Dit (1978–1983), espaço de Criação da revista sobre por artistas mulheres], Memorial dos Veteranos do Benoîte Groult. exposição voltado para artistas história das mulheres Pénélope Londres, Instituto de Arte Vietnã em Washington. Delphine Seyrig dirige mulheres. (1979–1985). Contemporânea. A artista e designer gráfica Sois belle et tais-toi [Esteja Exposição Écriture de HOLANDA ISLÂNDIA Susan Kare é convidada bonita e de boca fechada], femmes – Polyfèmes, Saint- Exposição Feministische Vigdís Finnbogadóttir é a por Andy Hertzfeld – em que entrevista 23 atrizes Maximin. Kunst International [Arte primeira mulher no mundo programador-chefe da francesas e norte-americanas Exposição Face à femmes feminista internacional], The eleita presidente pelo sufrágio Macintosh – para se juntar sobre sua experiência [Face às mulheres], Le Havre, Hague, Geemente Museum; universal. Ela permanece no à Apple e trabalhar com profissional como mulheres. Maison de la culture (Kossa Amsterdã, De Appel. cargo por quatro mandatos. interface gráfica (criando Chantal Pescheteau-Badin Boksan, Odette Bernard, Sara REINO UNIDO HOLANDA os símbolos e caracteres se torna a primeira leiloeira. Holt, Irmgard Sigg, Anne Margaret Thatcher torna-se O aborto é legalizado. tipográficos do primeiro Mac). Lançamento da revista Walker, Nil Yalter). primeira-ministra. INTERNACIONAL FRANÇA mensal Des femmes en Exposição L’espace en INTERNACIONAL Segundo Congresso Mulheres casadas assinam mouvement pela Éditions Des demeure: Nevelson, Vieira Eleições europeias: 16% Mundial das Mulheres em imposto de renda com os femmes. da Silva, Abakanowicz, Paris, dos candidatos eleitos são Copenhagen. maridos, mas continuam NORUEGA Galerie Jeanne Bucher. mulheres (31% em 2008). proibidas de administrar a Decretada a paridade nas Lançamento da revista O Parlamento das Nações propriedade conjunta. eleições locais. Apesar de mensal F Magazine, dirigida Unidas se reúne em Nova 1981 É permitido aos homens não ser obrigatória, até 1980 por Claude Servan-Schreiber. York e adota a International ALEMANHA OCIDENTAL trabalhar como parteiros. a paridade é aplicada em Publicação de Le Fait Convention on the Elimination Abertura em Bonn do A Seguridade Social passa a mais de 300 municípios de féminin [O fato feminino], uma of All Forms of Discrimination Frauen Museum, Szenarien aus reembolsar em caso de aborto. um total de 439. publicação coletiva dirigida against Women [Convenção Kunst und Geschichte [Museu Claire Nihoul-Fékété torna- por Évelyne Sullerot. internacional sobre a das Mulheres, Cenários sobre a se a primeira mulher eleita ITÁLIA eliminação de todas as formas Arte e a História]. para a Academia de Cirurgia. 1978 O aborto é legalizado. de discriminação contra as Primeira edição do “Femmes, féminisme ÁUSTRIA HOLANDA mulheres]. Frauenforschung in der et recherche” [Mulheres, Ursula Krinzinger organiza Mulheres são admitidas no Kunstgeschichte, um feminismo e pesquisa], o Festival Internacional de exército. congresso de historiadores da primeiro simpósio de estudos Performance de Viena e Graz 1980 arte em Marburg. feministas em Toulouse. com outras galerias. ESTADOS UNIDOS FRANÇA Carole Roussopoulos, ESTADOS UNIDOS 1979 Dialectics of Isolation: Abertura da Galerie- Delphine Seyrig e Ioana Take Back the Night [Tome ESTADOS UNIDOS An Exhibition of Third World Librairie des femmes, espaço Wieder criam o Centro de volta a noite], uma Jenny Holzer faz seus Women Artists in the United de exposição para mulheres Audiovisual Simone de marcha de mulheres em primeiros pôsteres da série States [Dialética do isolamento: em Paris. Beauvoir, cuja missão é montar protesto contra a violência Truisms. uma exposição sobre artistas Gae Aulenti é nomeada um inventário de toda a contra as mulheres, é Apresentado em vários mulheres do Terceiro Mundo chefe do projeto de documentação audiovisual iniciada pelo grupo feminista lugares no país inteiro, The nos Estados Unidos], exposição transformação da estação sobre os direitos, as lutas, Ariadne: A Social Network Dinner Party [O jantar], de Judy organizada por Ana Mendieta, Orsay em um museu. a arte e as criações das (com Suzanne Lacy e Leslie Chicago, provoca controvérsias Nova York, Galeria A.I.R. Yvette Chassagne torna-se mulheres. Labowitz), em São Francisco. e chama atenção para a arte FRANÇA a primeira superintendente da Publicação da revista O evento se repetiu em feminista. Danielle Quarante cria Polícia. mensal Lesbia, vendida em outras cidades no país inteiro Exposição Muse: An o primeiro programa de Yvette Roudy torna-se a bancas de jornal. durante os anos seguintes, Exhibition of Works by Twenty- formação de designers na primeira ministra dos Direitos Publicação da história em e posteriormente em todo o One Women Artists [Musa: uma Universidade de Compiègne. da Mulher. quadrinhos Les Mères, de Claire mundo. exposição das obras de 21 O estupro é considerado Lançamento do MIEL, Bretécher. A exposição A Lesbian artistas mulheres], Filadélfia, crime (lei Monique Pelletier). Mouvement d’information et Show [Uma mostra lésbica] Museu do Centro Cívico da Marguerite Yourcenar, aos d’expression des lesbiennes. é organizada por Harmony Filadélfia. 76 anos de idade, torna-se a Abertura em Paris da 1983 Hammond, em Nova York, FRANÇA primeira mulher eleita para Maison des Femmes, espaço DINAMARCA Workshop, Greene Street, Conferência-debate a Académie Française. Sua feminista e politicamente Exposição Malerinder fra 112. Um simpósio e vários “Traditions et innovations entrada provoca grande independente. Finland [Pintoras da Finlândia], eventos culturais acontecem de femmes dans l’art controvérsia entre os membros ESPANHA em Copenhague, na Statens em consequência. contemporain”, com Aline da Academia. O divórcio é legalizado. Museum fur Kunst. The Sister Chapel, Dallier, Jeanne Gatard e ITÁLIA SUÍÇA ESTADOS UNIDOS trabalho coletivo concebido Catherine Tieck, Rouen, École Exposição L’altra metà Constituição inclui a Exposição The New por Ilise Greenstein com a des beaux-arts. dell’Avanguardia [A outra igualdade entre homens e Feminism [O novo feminismo], versão feminina da Criação Marguerite Duras dirige o metade da vanguarda], mulheres. em Columbus, na Universidade do Mito, Nova York, P.S.1 filme Aurelia Steiner. organizada por Léa Vergine, Estadual de Ohio. (June Blum, Martha Eidelheit, Criação do Festival Milan, Palazzo Reale; Rome, Exposição The Revolutionary Shirley Gorelick, Betty Internacional de Cinema de Palazzo delle Esposizioni; 1982 Power of Women’s Laughter [O Holiday, Cynthia Mailman, Mulheres em Sceaux (depois é Estocolmo, Kulturhuset. ALEMANHA OCIDENTAL poder revolucionário da risada Alice Neel, Sylvia Sleigh, May transferido para Créteil). Ettore Sottsass funda o Exposição Unbeachtete das mulheres], em Nova York, Stevens e Sharon Wybrants). Antoinette Fouque, figura grupo Memphis, um caldeirão Produktionsformen [Formas Max Protetch Gallery.

222 Importante retrospectiva de Series [Obras representativas, organizada por Harmony Museum of Contemporary Art. Granville, Musée d’art moderne Louise Bourgeois, no MoMA de 1971–1984. Série Mulheres Hammond e Jaune Quick-to- FRANÇA Richard Anacréon. Nova York. Artistas], organizada por Joan See Smith, Nova York, American Françoise Cachin é Enfermeiras fazem um Primeira edição do jornal Marter com o patrocínio Indian Community House. nomeada ao cargo de diretora comício para lutar por Women & Performance, da biblioteca Mabel Smith Lorraine Wild faz o do Musée d’Orsay in Paris. melhores condições de lançado por um grupo de Douglass, apresentada design gráfico dos portfólios Instituído oficialmente o trabalho e aumento de salários. estudantes do departamento na conferência anual da Chamber Work e Theatrum uso de palavras no feminino Elas organizam e coordenam o de estudos sobre performance Associação Nacional de Mundi para o arquiteto Daniel para profissões, posições e comício independentemente, da Tisch School of the Arts Estudos sobre as Mulheres Libeskind, e Mask of Media funções de trabalho. pois não concordam que (Universidade de Nova York). (NWSA), em colaboração com para o arquiteto John Hejduk. GRÉCIA sindicatos o assumam. FRANÇA a Rutgers’ Women Artists FRANÇA O aborto é legalizado. Miriam Ezrattyse torna-se a Jean Tinguely e Niki de Series. Criação da Associação IRLANDA primeira presidente da Corte Saint Phalle criam o chafariz Zuzana Licko e seu marido Camille, cujo objetivo era a Referendo rejeita o divórcio. de Apelação. Igor Stravinsky em uma praça Rudy Vander Lans criam formação de uma coleção de REINO UNIDO perto do Centro Pompidou, a Emigre Graphics, uma obras de artistas mulheres. Exposição Drawings, Prints em Paris. tipografia digital independente Édith Girard recebe o 1987 and Sculpture by Women Artists Promulgação da Lei Roudy, em Berkeley e publicam a prêmio Équerre d’argent pela ALEMANHA in The Permanent Collection que regulamenta a igualdade Emigre Magazine, sobre design construção de 111 casas, Quai Lançamento da [Desenhos, impressões e de emprego e salário, gráfico experimental. de la Loire, em Paris. revista Frauen Kunst esculturas de artistas mulheres proibindo qualquer tipo de FRANÇA Nova reforma do Musée Wissenschaft [Mulheres, Arte, na coleção permanente], discriminação no emprego. Simone Rozès torna-se national d’art moderne por Conhecimento]. Liverpool, Museus Nacionais e As mulheres, nessa época, a primeira presidente da Gae Aulenti. ESTADOS UNIDOS Galerias em Merseyside. dispunham de trinta profissões, Suprema Corte de Apelação. O conceito de “chefe Fundação do National em oposição a trezentas Licença-maternidade e de família” é abolido. As Museum of Women in the profissões masculinas; o salário licença-paternidade passam crianças legítimas podem Arts, criado por Wilhelmina 1989 das mulheres era 30% mais a ser direito de todos os carregar o nome da mãe. Cole Holladay, em Washington. ALEMANHA baixo que o dos homens, e trabalhadores. Igualdade entre os cônjuges Exposição inaugural: American Frauen im Design: Berufsbilder o desemprego feminino era Primeira competição é reconhecida pelo regime de Women Artists, 1830–1930 und Lebenswege seit 1900 superior ao masculino (9,5% de ciclismo Tour de France propriedade matrimonial e na [Artistas norte-americanas, [Mulheres do Design: carreiras em oposição a 5,8%). para mulheres: 1.046 km, 36 administração da propriedade 1830-1930]. e histórias de vida desde 1900], As tipógrafas entram em competidoras. Vencedora: a conjunta e da família. REINO UNIDO Stuttgart, Design Centre. greve e exigem o mesmo norte-americana Marianne The Écoles normales Elizabeth Esteve-Coll é ESTADOS UNIDOS salário pago aos tipógrafos. No Martin. supérieures d’Ulm nomeada para o cargo de Retrospectiva de Georgia entanto, a greve fracassa por ITÁLIA (somente para meninos) diretora do Victoria and Albert O’Keeffe no Los Angeles causa da falta de apoio dos Primeira Donna Bienal se junta à Sèvres (somente Museum em Londres. County Museum of Art. homens e da União do Livro. [Bienal das mulheres], Figure para meninas). O exame SUÍÇA Exposição Making Their REINO UNIDO dallo sfondo [Figuras de fundo], admissional passa a ser o Exposição La Femme et Mark: Women Artists Move Into Exposição Five Black Women organizada pela Unione delle mesmo para ambos os sexos. le surréalisme [A mulher e o the Mainstream, 1970–1985 [Cinco mulheres negras], Donne Italiane, Ferrare. Sylvie Girardet torna-se a surrealismo], Lausanne, Musée [Criando sua marca: mulheres Londres, Africa Centre. INTERNACIONAL primeira corretora de valores. cantonal des beaux-arts. artistas entram para o Primeira Feira Feminista ESPANHA FRANÇA mainstream], Cincinnati Art Internacional do Livro em O aborto é legalizado. Lei autoriza a autoridade Museum. 1984 Londres. INTERNACIONAL parental conjunta para FRANÇA ESTADOS UNIDOS Terceira Conferência filhos ilegítimos ou de pais Hélène Ahrweiler é Exposição Difference: Mundial sobre Mulheres da divorciados. nomeada diretora do Centro On Representation and 1985 ONU: mais de 2 mil delegados ITÁLIA Pompidou. Sexuality [Diferença: Sobre ALEMANHA se reúnem em Nairobi, Quênia. Ilona Staller, estrela pornô Charlotte Perriand ganha representação e sexualidade], Publicação do catálogo- conhecida como La Cicciolina, o grande prêmio da criação Nova York, New Museum of revista Eau de Cologne, editado é eleita deputada pelo Partido industrial. Contemporary Art, com obras pela galeria Monika Sprüth 1985 Radical. A combatente da resistência de Mary Kelly, Sherrie Levine e (Colônia), dedicado às artistas BÉLGICA Marie-Madeleine Fourcade, Martha Rosler, entre outras. e aos profissionais do mundo Exposição Elles [Elas], em a única chefe da rede, é a Exposição Women Artists da arte (3 edições, 1985, 1987, Liège, Les Brasseurs, com 1988 primeira mulher a ter funeral in the Avant Garde: 1910- 1989). obras de Lucile Bertrand, ESTADOS UNIDOS oficial em Les Invalides. 1935 [Mulheres artistas de ESTADOS UNIDOS Nathalie De Corte, Aurélie Exposição Autobiography: In Criação de SOS Sexisme. vanguarda: 1910-1935], Nova O Guerrilla Girls, grupo Haberey, Tatiana Klejniak, Her Own Image [Autobiografia: Publicação de L’Étude et le York, Galeria Rachel Adler. de artistas que se cobrem Tamara Lai, Lucie Malou e Mo à sua própria imagem] Rouet [O estudo e a roca], de Reabertura do MoMA com máscaras de gorila para Ramakers. apresenta 20 artistas mulheres, Michèle Le Doeuff. depois de quatro anos em manter o anonimato, publica ESTADOS UNIDOS organizada por Howardena DINAMARCA reforma, com a exposição An estatísticas sobre o mundo Adrian Piper começa a Pindell na Galeria Intar de Nova Nas eleições europeias, International Survey of Recent da arte nas ruas de Nova publicar a série de desenhos York. são eleitas 18 mulheres, em Painting and Sculpture [Mostra York (em 1984, as mulheres Vanilla Nightmares [Pesadelos FRANÇA um universo de 81 deputados Internacional de Pintura e representavam menos de de baunilha] nas páginas do A Bienal das Mulheres, (22%). Nas eleições municipais, Escultura Atual], que apresenta 10% dos artistas exibidos em The New York Times, na qual organizada pela Union des 16,4% dos candidatos eleitos o trabalho de 151 homens galerias). denuncia as políticas raciais femmes peintres et sculpteurs e 5,44% dos prefeitos são e 14 mulheres. Militantes Exposição Women of como dimensão psicológica no Grand Palais em Paris, mulheres. de diferentes organizações Sweetgrass, Cedar and Sage subjacente da vida norte- homenageia Iris Clert. NORUEGA feministas protestam. [Mulheres de erva, cedro e americana. Exposição Femmes créatrices Exposição Rooms with a Exposição Representative sálvia], de trabalhos feitos Exposição The Body [O des années 20 [Mulheres View: Women’s Art in Norway, Works 1971-1984. Women Artists por índias norte-americanas, corpo], em Nova York, New criadoras dos anos 20], 1880-1990 [Quartos com vista:

223 arte feminina na Noruega, BÉLGICA exposição Women Do Women Feminismen in der Kunst [Cara! Exposição Estfem: eesti 1880-1990] Câmara dos Deputados [Mulheres fazem mulheres]. É uma menina! Feminismo na feministliku kunstinäitus CANADÁ aprova lei que descriminaliza FRANÇA arte], Munique, Kunstverein [Exposição de arte feminista], Um homem atira em o aborto (126 votos contra A violência conjugal torna- München. Tallinn, Vaal Galerii, várias mulheres com uma 69 e 12 abstinências). O rei se crime. BÉLGICA Linnagalerii, Mustpeade Galerii. metralhadora na escola Baudouin, católico fervoroso, Nicole Notat é a primeira Exposição Inside the FRANÇA Polytechnique, em Montreal recusa-se a assinar o texto. Ele mulher a dirigir o sindicado Visible. An Elliptical Traverse As cinzas de Marie Curie são enquanto grita “Eu odeio se retira do trono por 36 horas dos trabalhadores. of 20th Century Art in, of and transferidas para o Pantheon. feministas” antes de e declara-se temporariamente Publicação de História das from the Feminine [Dentro Ela é a única mulher a ser cometer suicídio, deixando incapaz de reinar (art. 82 da mulheres no Ocidente, editado do visível: percurso elíptico honrada por mérito próprio 14 mortos e 19 feridos. O Constituição). por Georges Duby e Michelle da arte do século 20 no, neste “santuário de grandes Canadá estabelece que ISRAEL Perrot. do e a partir do feminino], homens”. o dia do incidente, 6 de Exposição Feminine Au pouvoir, citoyennes! organizada por Catherine de Após uma manifestação dezembro, será dia nacional Presence: Israeli Women Artists Liberté, égalité, parité [Ao poder, Zegher, Courtrai, Béguinage de 40 mil pessoas em 25 de de conscientização sobre a in the Seventies and Eighties cidadãs! Liberdade, igualdade, Saint-Élisabeth; Boston, novembro em defesa dos violência contra mulheres. [Presença feminina: artistas paridade], de Françoise Institute of Contemporary Art; direitos das mulheres, nasce a DINAMARCA mulheres israelenses nos anos Gaspard, Claude Servan- Washington, National Museum Coordination des associations Primeiro país a autorizar a 1970 e 1980], Tel Aviv Museum Schreiber e Anne Le Gall, é of Women in the Arts; Londres, pour le droit à l’avortement união civil entre homossexuais, of Art, Helena Rubinstein publicado e chama a atenção Whitechapel Art Gallery. et à la contraception, um garantindo-lhes os mesmos Pavilion for Contemporary Art. do público para o debate DINAMARCA coletivo misto que reúne 156 direitos do casamento, exceto sobre paridade na política. Susan Meiselas é a primeira associações. os de inseminação artificial e fotógrafa a receber o prêmio INTERNACIONAL adoção. 1991 Hasselblad. 4° Congresso Mundial das ESTADOS UNIDOS 1993 ESTADOS UNIDOS Mulheres em Pequim. Estados Exposição Outrageous ESTADOS UNIDOS Exposição Intra-Venus, Nova mulçumanos e católicos 1990 Desire: The Politics and Exposição Bad Girls: Grab York, Ronald Gallery. tentam, em vão, excluir o ESTADOS UNIDOS Aesthetics of Representation Cord and Pull From Wrapper Exposição Division of conceito de “sexualidade” de Jenny Holzer é a primeira in Recent Works by Gay [Garotas más: pegue a corda Labour: Women’s Work in seus textos. mulher a representar os and Lesbian Artists [Desejo e puxe pela embalagem], Contemporary Art [Divisão do O papa João Paulo II Estados Unidos na Bienal de ultrajante: a política e a organizada por Marcia Tucker, trabalho: a obra das mulheres proíbe mais uma vez o aborto Veneza. estética da representação em Nova York, New Museum of na arte contemporânea], Nova (encíclica Evangelium Vitae), Exposição All But the obras recentes de artistas gays Contemporary Art. York, Bronx Museum of the Art. condenando os Estados Obvious: A Program of Lesbian e lésbicas], New Brunswick, REINO UNIDO FRANÇA “tirânicos” que permitem a Art [Tudo, menos o óbvio: Rutgers’s Mason Gross Exposição Bad Girls [Garotas Exposição Electric Lady Land prática. programa de arte lésbica], School of the Arts, ligada à más], organizada por Emma [Terra da dama elétrica], Paris, organizada por Pam Gregg, 5ª Conferência de Estudantes Dexter e Kate Bush, Londres, Jousse-Seguin Gallery. Los Angeles Contemporary Gays e Lésbicas, New Institute of Contemporary Arts. Exposição Femininmasculin. 1996 Exhibitions (LACE). Brunswick Campus. Rachel Whiteread é a Le sexe de l’art DINAMARCA FRANÇA FRANÇA primeira mulher a ganhar o [Femininomasculino. O sexo da Exposição NowHere [Aqui Mathilde Ferrer e Yves Exposição Gisèle Freund. Turner Prize. arte], Centro Pompidou. Agora], organizada por Laura Michaud organizam o simpósio Itinéraires, Paris, Centro FRANÇA Inauguração do Maillol Cottingham, Humlebaek, “Féminisme, art et histoire de Pompidou. Autoridade parental Museum por Dina Vierny. Louisiana Museum of Modern l’art, ça c’est une autre histoire” Édith Cresson é nomeada conjunta é concedida a Publicação de Les Art. [“Feminismo, arte e história da primeira-ministra (trata-se da todos os filhos, legítimos ou Deux Soeurs et leur mère. ESTADOS UNIDOS arte, isso é outra história”], na única mulher, até hoje, a ter ilegítimos, qualquer que seja a Anthropologie de l’inceste Exposição Sexual Politics: École nationale supérieure des alcançado essa posição na situação dos pais (casados, em [Duas irmãs e sua mãe. Uma Judy Chicago’s Dinner Party in beaux-arts. França), mas permanece no relação estável, divorciados, antropologia do incesto], de Feminist Art History, [Política A designer gráfica Susanna cargo por apenas 10 meses. separados). Françoise Héritier. sexual: Dinner party, de Judy Shannon lança sua revista REINO UNIDO A Lei Neiertz considera ITÁLIA Chicago, na história da arte Irrégulomadaire com Jean- Exposição Echo, Works by crime impedir o aborto Claire Gibault é a primeira feminista], Hammer Museum Charles Depaule e Jérôme Women Artists, 1850-1940 [Eco, (dirigida a comandos mulher a reger a Orquestra do of Art, Los Angeles. Saint-Loubert Bié. obras de artistas mulheres, antiaborto). Scala de Milão. Exposição Intra-Venus, Santa O uso de RU 486, técnica 1850-1940], organizada por Pela primeira vez, pais que Rosanna Della Corte se Monica Museum of Art (CA). médica para o término Maud Sulter, em Liverpool, fizeram excisão em suas filhas torna mãe aos 63 anos de Exposição Gender, Fucked, voluntário da gravidez, Tate Gallery. recebem sentença de prisão. idade e levanta um debate organizada por Harmony é autorizado em clinícas INTERNACIONAL Criação do troféu Mulheres caloroso sobre o direito das Hammond e Catherine obstétricas. A Organização de Ouro, por Jean-Louis Sevez, mulheres à fertilidade. Lord, Seattle , Center of Associações que protestam Mundial da Saúde retira a premiando a “mulher de ouro” SUÉCIA Contemporary Art. contra a violência da família (e homossexualidade de sua que incorpore os valores Uma parceria registrada ITÁLIA consequentemente conjugal) classificação internacional de essenciais da sociedade. é aceita para casais Odile Decq recebe o podem reivindicar danos. doenças. INTERNACIONAL homossexuais. A adoção Leão de Ouro na Bienal de Fundação da Lobby Primeira Copa do Mundo Jane Campion é a primeira por casais homossexuais Arquitetura de Veneza. européen des femmes (LEF), de Futebol Feminino a ser mulher, até hoje, a receber a é legalizada em 2003 e uma ONG que engloba mais reconhecida pela FIFA. Palma de Ouro no Festival de lésbicas são autorizadas a de 2 mil organizações de Cannes (criado em 1946). fazer inseminação artificial e 1997 mulheres com o intuito de tratamento IVF em 2005. ESTADOS UNIDOS defender sistematicamente 1992 Exposição Uncommon Sense a igualdade entre homens e ESTADOS UNIDOS 1994 [Senso incomum], Museum of mulheres em todas as políticas Abertura da galeria Woman ALEMANHA 1995 Contemporary Art, Los Angeles. da União Europeia. Made em Chicago com a Oh Boy! It’s a Girl! ESTÔNIA Publicação de Sisters of the

224 Brush. Their Family, Art, Life ITÁLIA por seções de seis candidatos XXI, organizada por Ute Meta REINO UNIDO and Letters, 1797-1833 [Irmãs Monica Bonvicini, Bruna para as eleições locais e Bauer, na cidade do Porto. A igreja episcopal da do pincel: família, arte e Esposito, Luisa Lambri, Paola municipais. Os partidos Escócia, membro da Comunhão correspondência 1797-1833], Pivi e Grazia Toderi recebem sofrem sanções financeiras se Anglicana, vota a favor de de Ramsay MacMullen o prêmio Leão de Ouro pelo não respeitarem a paridade 2002 bispas mulheres. A Igreja da FRANÇA Pavilhão Italiano na Bienal de de candidatos nas eleições ESTADOS UNIDOS Inglaterra apoia essa ação, mas Exposição Vraiment Veneza. parlamentares. Exposição Goddess [Deusa], já autorizava a ordenação das féminisme et art FRANÇA Primeira pesquisa Nova York, Galerie Lelong mulheres desde 1994. [Verdadeiramente feminismo Adoção do Pacte civil de nacional sobre violência (Louise Bourgeois, Renée Cox, RÚSSIA e arte], organizada por Laura solidarité (PACS), parceria civil contra as mulheres: 1 a Mary Beth Edelson, Naomi Exposição Woman Painting Cottingham, Grenoble, Le que legaliza casais que vivem cada 10 mulheres é vítima Fisher, Lyle Ashton Harris/ in Russia XV-XX Centuries Magasin. em regime de relação estável, de violência doméstica; 8% Thomas Allen Harris, Ana [Pinturas de mulheres na Rússia, JAPÃO incluindo homessexuais. das mulheres entre 20 e 59 Mendieta, Tracey Moffatt, do século XV ao XX], Moscou, Exposição Imagens As partes em questão se anos já sofreram pelo menos Ingrid Mwangi, Tracey Rose, State Tretyakov Gallery. flutuantes de mulheres na beneficiam de algumas um estupro ou tentativa de Carolee Schneemann, Nancy história da arte: do nascimento condições fiscais e sociais dos estupro durante a vida e Spero, Hanna Wilke). do feminismo à dissolução do casados, mas não têm direito 78% das vítimas menores de Exposição Personal & 2003 gênero, Prefectural Museum of de herdar ou adotar. idade que sofreram estupro Political: the Women’s Art BÉLGICA Fine Arts, Tochigi. Criação do Chiennes ou outro ataque sexual são Movement, 1969-1975 [Pessoal e Legalizado o casamento de garde por Florence meninas. politico: o movimento artistico homossexual. A adoção torna- Montreynaud, movimento Criação da associação feminino, 1969-1975 ], Nova se possível a partir de 2006. 1998 contra os insultos sexistas Archives du féminisme em York, Guild Hall. FRANÇA CROÁCIA que ainda são abertamente Angers. Exposição Gloria. Another Exposição Sophie Calle. Exposição Sanja Iveković: Is proferidos às mulheres. ALEMANHA Look at Feminist Art of the M’as-tu vue [Sophie Calle. This My True Face [É esta minha INTERNACIONAL Reconhecimento da 1970s [Glória: outro olhar sobre Você me viu?], Paris, Centro verdadeira face], Zagreb, Musej Criação na Holanda da parceria de vida comum para a arte feminista dos anos Pompidou. Suvremene Umjetnosti. ONG Women on Waves, casais homossexuais. 1970] , com obras de Laurie Vítimas de assédio sexual DINAMARCA pela defesa do direito ao HUNGRIA Anderson, Eleanor Antin, Lynda não precisam mais provar que Exposição Boomerang aborto. Cerca de 25% da Exposição Women’s Benglis, Dara Birnbaum, Nancy não houve consentimento (o (67 Danish women artists) população mundial vive em Art in Hungary 1960–2000 Grossman, Joan Jonas, Jenny assédio sexual é considerado [67 artistas dinamarquesas], países onde a legislação do [Arte feminina na Hungria], Holzer, Barbara Kruger, Mary violação desde 1992). Copenhague, Nikolaj- aborto é bastante rigorosa, Budapeste, Ernst Museum. Kelly, Ana Mendieta, Yoko 30 mil pessoas se reúnem Copenhagen Contemporary principalmente na América INTERNACIONAL Ono, Carolee Schneemann, em Paris para a 23ª etapa de Art Space. Latina. Marcha Mundial das Cindy Sherman e Hannah uma marcha na França de FRANÇA Mulheres. Wilke, entre outras, seguida mulheres do subúrbio, contra Publicação de A dominação por Regarding Gloria [Sobre guetos e pela igualdade, em masculina, de Pierre Bourdieu. 2000 Gloria], com trabalhos de memória de Sohane Benziane, Taiwan. ÁUSTRIA 2001 jovens artistas mulheres, em queimada aos 17 anos até a Exposição Mind and Spirit: Rachel Whiteread cria ÁUSTRIA Nova York, White Columns e morte em outubro de 2002 Women’s Art in Taiwan [Mente o Judenplatz Holocaust Exposição A Room of One’s Filadélfia, Galerias no Moore pelo namorado. e espírito: arte feminina em Memorial em Viena. Own [Um teto todo seu], Viena, College of Art and Design. ITÁLIA Taiwan], Taipei Museum of ESTADOS UNIDOS Secession. Retrospectiva Judy Chicago, Carol Rama recebe o Fine Art. Exposição The Work of FRANÇA Washington, National Museum prêmio Leão de Ouro na 50ª SUÉCIA Women [Obras de mulheres], Exposição Nan Goldin, Paris, of Women in the Arts. Bienal de Veneza. Primeiro país a criminalizar Sacramento, Matrix Gallery Pompidou Centre. The Dinner Party é exibido REINO UNIDO clientes de profissionais do (CA). A lei permite o aborto a no Brooklyn Museum of Art. Zaha Hadid recebe o sexo: “Tratar uma pessoa como Exposição Women and mulheres menores de idade FRANÇA prêmio Mies van der Rohe de mercadoria, mesmo com Modernity in and around sem o consentimento dos pais Exposição Femmes. Femmes. Arquitetura Contemporânea. seu consentimento, é crime” German Expressionism ou tutores. Regards de femmes. Femmes INTERNACIONAL (Margareta Winberg, Ministra [Mulheres e modernidade no Publicação de A vida sexual regardées [Olhar de mulheres, A iraniana Shirine Ebadi de Oportunidades Iguais). e próximas ao expressionismo de Catherine M., de Catherine mulheres olhadas], Aix-en- ganha o Prêmio Nobel da Paz. alemão], Los Angeles, County Millet. Provence, Galerie d’art du É a primeira muçulmana a Museum of Art. HOLANDA Conseil général des Bouches- receber o prêmio. 1999 Criação do workshop Primeiro país a permitir du-Rhône. ALEMANHA colaborativo transdisciplinar o casamento civil entre Exposição Elles de Exposição The Amazons of Biothing, por Alisa Andrasek, homossexuais com as mesmas Montparnasse, Musée du 2004 the Avant- Garde [Amazonas da na Universidade de Columbia, obrigações e direitos de um Montparnasse. FRANÇA avant-garde]: Alexandra Exter, em Nova York. O workshop casal heterossexual, incluindo Uma mulher é permitida Exposição Aurélie Nemours. Natalia Goncharova, se torna um escritório de adoção. por lei a dar seu nome ao filho. Rythme, nombre, couleur Liubov Popova, Olga Rozanova, arquitetura em 2005. MACEDÔNIA As crianças podem receber o [Ritmo, nome, cor], em Paris, Varvara Stepanova, Nadezhda FRANÇA Exposição e conferência nome do pai ou da mãe, ou uma Centro Pompidou. É a primeira Udaltsova, Berlim, Dominique Gonzalez- Capital and Gender: combinação dos dois, e passá-los retrospectiva da artista, de 94 Deutsche Guggenheim. Foerster ganha o prêmio International Project for Art adiante para os próprios filhos. A anos, na França. ESTADOS UNIDOS Marcel-Duchamp. and Theory [Capital e Gênero: lei começou a valer em primeiro Manuelle Gautrand cria Looking at Ourselves: A lei obriga a alternância Projeto internacional de arte de janeiro de 2005. o Citroën Communication Works by Women Artists rigorosa de homens e e teoria], Gradskiot, Musej Início do movimento Ni Centre nos Champs-Élysées. Collection [Olhando para mulheres nas listas eleitorais Skopje. putes ni soumises. Exposição Design d’Elles, nós: trabalhos de mulheres durante as eleições europeias PORTUGAL IRLANDA Paris, Galerie du VIA: artistas], San Francisco e senatoriais em sistema Exposição Construir feminino Direito ao aborto é rejeitado seleção especial de móveis, Museum of Modern Art. proporcional, e a alternância / Novas narrativas para o século novamente por um plebiscito. objetos, luzes, tapetes etc.

225 por aproximadamente 50 o Pacífico a remo. [Arte feminista], Estocolmo, título de “livro mais belo do Spiegel und Bühne Weiblicher designers mulheres. Criação da rede Du rose Liljevalchs Konsthall. mundo” na feira do livro de Inszenierungen [A câmera Publicação da Art Press: dans le gris, contra a fraca Leipzig. como espelho e cena X-ELLES. Le sexe par les representação das mulheres FRANÇA para produção feminina], femmes. nos órgãos do governo. 2007 Exposição 2 ou 3 choses Munique, Pinakothek der Criação da Souffles SUÍÇA ALEMANHA que je sais d’elles [Duas ou Moderne. d’elles association, para Instituição da Pela primeira vez, três coisas que sei sobre ESPANHA a promoção, produção e parceria registrada entre as artistas mulheres elas], Metz, Fonds régional Exposição Amazonas del distribuição de todas as homossexuais com base nos representam 50% da d’art contemporain de arte nuevo, Madrid, Centro formas de atividade criativa direitos matrimoniais, com Documenta 12 em Kassel. Lorraine. Cultural Mapfre. ligadas à libertação das exceção da adoção e do uso ESPANHA Exposição Les femmes Exposição La mirada mulheres na arte. de meios para a procriação Exposição Kiss Kiss Bang peintres et l’avant-garde, iracunda [O olhar furioso], Qualquer menção assistidos pela medicina. Bang. 45 años de arte y 1900-1930 [Mulheres pintoras Vitoria, Centro cultural ao termo patronímico INTERNACIONAL feminismo, Bilbao, Museo de e a vanguarda, 1900-1930], Montehermoso. (substituído por sobrenome) Lançamento do Women’s Bellas Artes. Villefranchesur-Saône, Musée ESTADOS UNIDOS é excluída por lei. Forum for the Economy Exposição La battala de Paul Dini. Exposição Independent A lei proíbe que se vista and Society, um centro de los géneros. Arte e feminismo Exposição Annette Vision/Feminist Perspectives qualquer tipo de símbolo debate, brainstorming, troca en los años 70, Santiago de Messager, Paris, Centro [Visão independente/ religioso evidente, inclusive e ação para promover a visão Compostela, Centro Galego Pompidou. perspectivas feministas], o véu islâmico. das mulheres sobre questões de Arte Contemporanea. Françoise-Hélène Jourda Nova York, Sidney Mishkin ESPANHA econômicas e sociais. ESTADOS UNIDOS é indicado ao Global Award Gallery. José Luis Rodríguez Abertura do Centro na categoria Arquitetura Exposição Never Has She Zapatero forma o primeiro Elizabeth A. Sackler para Sustentável. Ever [Ela nunca, jamais], governo com paridade de 2006 Arte Feminista no Museu Lei torna obrigatória New Brunswick, Rutgers gêneros: 8 mulheres e 8 ESTADOS UNIDOS do Brooklyn, com a a paridade na eleição de University, Mabel Smith homens. A exposição How exposição Global Feminisms executivos para o conselho Douglass Library. REINO UNIDO American Women Artists [Feminismos globais], local e municipal, os Exposição Burning Down Estabelecimento da Invented Postmodernism, concebida por Linda Nochlin candidatos a deputados nas the House: Building a Feminist parceria civil, que garante 1970–1975 [Como mulheres e Maura Reilly. eleições cantonais devem ser Art Collection [Incendiando a casais do mesmo sexo norte-americanas inventaram Exposição WACK! Art and do sexo oposto e as sanções a casa: construindo uma os mesmos direitos de o pós-modernismo], New the Feminist Revolution [Arte e financeiras são reforçadas coleção de arte feminista], heterossexuais. Brunswick, Mason Gross a revolução feminista] (obras para os partidos que não Nova York, Brooklyn INTERNACIONAL Galleries, inaugura a série de cerca de 100 artistas entre respeitam a obrigação Museum, Elizabeth A. Zaha Hadid é a primeira Framing Art and Feminism 1965 e 1980), organizada por da paridade nas eleições Sackler Center for Feminist arquiteta a receber o prêmio [Enquadrando a arte e o Connie Butler, Los Angeles, parlamentares. Art. Pritzker. feminismo], que continua Museum of Contemporary No torneio de tênis Exposição The Way That até 2008. Art; New York; Washington, Roland-Garros é adotada a We Rhyme: Women, Art FRANÇA National Museum of Women paridade total entre homens & Politics [A forma como 2005 Exposição Revolt, she said! in the Arts. e mulheres em relação rimamos mulheres, arte ALEMANHA [Revolta, ela disse!], Rennes, Exposição Modernism and aos vencedores, tanto nas e política], San Francisco, Angela Merkel torna-se Centre d’art contemporain the Feminine Voice. O’Keeffe competições individuais Yerba Buena Center for the chanceler. La Criée. and the Women of the quanto em dupla (em 1990, Arts. CANADÁ E ESPANHA Exposição What’s New Stieglitz Circle [Modernismo a vencedora das finais Massachusetts e A lei autoriza o casamento Pussycat? Art et féminisme [O e a voz feminina: O’Keefe e femininas recebia apenas Califórnia autorizam de homossexuais e a adoção. que é que há, gatinha? Arte as mulheres do círculo de 79% da quantia para o casamento entre pessoas ESTADOS UNIDOS e feminismo], organizada por Stieglitz], Santa Fé, Georgia vencedor das competições do mesmo sexo (a Califórnia Fundação do Feminist Art En plastik Association, Lyon, O’Keeffe Museum; Atlanta, individuais masculinas). o declara inconstitucional Project, uma rede nacional École normale supérieure. High Museum of Art; San Todos os torneios do Grand após as eleições com um website para artistas Charlotte Laubard é Diego Museum of Art. Slam adotam a paridade. presidenciais em 4 de feministas. nomeada diretora do CAPC- Exposição The Feminism in ITÁLIA novembro de 2009). FRANÇA Musée d’art contemporain, Art, Madison, Pyle Center. A dançarina Pina Bausch FRANÇA Exposição Art-Robe. em Bordeaux. Exposição e simpósio recebe o Leão de Ouro por Exposição Louise Artistes femmes à la croisée de Condições salariais iguais Documenting a Feminist Lifetime Achievement na Bourgeois, Paris, no Centro l’art et de la mode [Mulheres para homens e mulheres. Past: Art World Critique Bienal Festival de Dança de Pompidou: é a primeira Artistas entre a Arte e a Lei reforça a prevenção [Documentando um passado Veneza. grande retrospectiva da Moda], Paris, UNESCO. e repressão da violência feminista: crítica do mundo Sophie Calle é artista artista na França (ela tem 97 Retrospectiva Lygia Clark. conjugal e do abuso infantil. da arte], Nova York, convidada no Pavilhão anos de idade). De l’oeuvre à l’événement A idade legal para o Museum of Modern Art. francês em Veneza. Exposição Art, féminisme, [Lygia Clark. Da obra ao casamento das mulheres, 15 Emily Jacir recebe o Leão PORTUGAL genre [Arte, feminismo, evento], Nantes, Musée des desde 1804, é alterada para a de Ouro para artistas com O aborto é legalizado. gênero], Nantes, École des beaux-arts. mesma dos homens (18). menos de 40 anos, na 52ª beaux-arts. Retrospectiva de ITÁLIA Bienal de Veneza. Exposição 2 ou 3 choses Charlotte Perriand, Paris, Exposição Il potere Louise Campbell ganha 2008 que j’ignore d’elles. Pour un Pompidou Centre. delle donne [O poder das o prêmio Good Design da ARGÉLIA manifeste post- féministe Laurence Parisot é a mulheres], Trente, Galleria Chicago Athenaeum. Exposição L’Art au [Duas ou três coisas que primeira mulher a dirigir o civica d’arte contemporanea O livro Weaving as féminin [Arte no feminino], ignoro sobre elas. Um MEDEF, o principal órgão de (28 artistas, includindo seis Metaphor [Tear como Musée d’Alger, Musée d’art manifesto pós-feminista], empregadores na França. homens). metáfora], de Irma Boom, moderne. Metz, Fonds régional d’art Maud Fontenoy é a SUÉCIA sobre a artista Sheila Hicks, ALEMANHA contemporain de Lorraine. primeira mulher a atravessar Exposição Konstfeminism publicado em 2006, recebe o Exposição Die Kamera als Anne Lacaton e Jean-

226 Philippe Vassal recebem as mulheres representem SUÉCIA [Exame de gênero], Viena, o prêmio nacional de 51,7% da população Simpósio “Feminism, Museum Moderner Kunst arquitetura. francesa, há apenas 18,2% Historiography and Curatorial Stiftung Ludwig Wien. Criação do grupo de deputadas no Parlamento Practices [Feminismo, FRANÇA feminista La Barbe. (em oposição à média historiografia e práticas Inaugurada em Paris A desigualdade entre europeia de 23,26%) e 22% de curadoria]”, Estocolmo, a exposição elles@ homens e mulheres persiste: de senadoras; 0,4% das Moderna Museet (com Lolita centrepompidou: o Centro 30,8% das mulheres mulheres governam cidades Jablonskiene, Amelia Jones, Pompidou dedica um ano a trabalham em regime de entre 30 mil e 100 mil Mary Kelly, Griselda Pollock, uma mostra só com trabalhos meio expediente (contra 5,3% habitantes. Renee Baert). de mulheres, tirados de suas dos homens). A diferença O canal de televisão coleções contemporâneas salarial média entre homens e Canal + exibe X femme, um e de uma parte de suas mulheres é de 40% (incluindo filme pornográfico feminino. 2009 coleções históricas. o trabalho em meio ITÁLIA ALEMANHA ITÁLIA expediente). Seis grupos Exposição L’arte delle Exposição e simpósio VALIE EXPORT e Silvia de carreiras empregam donne. Dal Rinascimento Re.act feminism. Eiblmayr são curadoras do 60% das mulheres, embora al Surrealismo [A Arte das Performancekunst der Pavilhão austríaco na Bienal existam mais de trinta. A Mulheres. Do 1960er und 70er Jahre de Veneza. diferença salarial média é de Renascimento ao heute [Re.ação. Arte HOLANDA 37%, 44% entre as mulheres Surrealismo], Milão, Palazzo performática dos anos 1960 Exposição ReBelle. Kunst en que trabalham em fábricas. Reale. e 70 e atualmente], Berlim, feminisme, 1969-2009 [ReBelle. Representação nacional: NORUEGA Akademie der Kunst. Arte e feminismo, 1969-2009], embora, segundo uma O casamento ÁUSTRIA Arnhem, Museum voor pesquisa realizada em 2005, homossexual é legalizado. Exposição Gender Check Moderne Kunst.

227 CHRONOLOGY

Nathalie Ernoult

This chronology could not have been consulted cannot all be mentioned done without the precious help of here. The reader will find the list Aline Dallier, Fabienne Dumont, on the exhibition website: elles@ Catherine Gonnard, Élisabeth centrepompidou.fr. Guelton, Michèle Riot- The Art chronology attempts to -Sarcey, Irène Tsuji and all the elles@ retrace major artistic events in the centrepompidou team. It is far from history of art and women, chiefly in exhaustive, as editorial restrictions Europe and the United States, by imposed hard and always frustrating privileging actions and group shows. choices. It is particularly based on Jenni The Society chronology gives Sorkin and Linda Teung’s chronology priority to French and European for the exhibition catalogue WACK! events. However, certain events are Art and the Feminist Revolution (Los mentioned which took place in North Angeles, Museum of Contemporary America and had an important impact Art, 2007), as well as on the websites on Europe. Florence Montreynaud’s “n.paradoxa” (www.ktpress.co.uk) book Le XXe Siècle des femmes (Paris: and “The Feminist Art Project” Nathan, 1989) was an indispensable (feministartproject.rutgers.edu/ reference. The numerous websites home/).

228 ICONS Association for Women’s part, with Michel Larionov, decided to get together every Art Suffrage. in the Russian Art exhibition 1908 last Sunday in February to claim Society organised by Serge Diaghilev FRANCE equal civil rights. This initiative for the Salon d’automne in “Exposition rétrospective is at the origin of International 1903 Paris. d’art féminin”, Hôtel du Women’s Day, which takes 1900 FRANCE Film director Alice Guy Lyceum, Paris. place every year on 8 March. FRANCE The first legal project for makes La Vie du Christ, the Suffragette demonstrations First studio for women women’s suffrage is rejected first film to be produced in Paris during council opens at the École nationale by Parliament. by Gaumont, with a elections. 1911 supérieure des beaux-arts. Marie Curie receives the considerable budget and 300 First woman to hold a chair FRANCE Founding of the Women’s Nobel Prize in Physics with her extras. at the Sorbonne, Marie Curie Lucienne Heuvelmans is International Art Club in Paris, husband Pierre Curie and Henri Women now represent becomes Chair of General the first woman to be awarded which organises a show in Becquerel (she is awarded a 44.8 % of the working Physics and then of General the Grand Prix de Rome in art London every year until 1976. second Nobel Prize, this time in population, most of them Physics and Radioactivity. (sculpture) and to be admitted Women are admitted to Chemistry, in 1911 for her work forming a highly exploited UNITED STATES to the Villa Médicis (the Prix de the legal profession. Jeanne with polonium and radium). labour force. Establishment of Women’s Rome competition was created Chauvin is the first female She is the only woman to have FINLAND Day, on 3 May, in solidarity in 1775 and opened to women lawyer. received this award twice. Women gain eligibility with the striking Lyon workers. in 1903). Female sales assistants The daily newspaper and the right to vote. The Hoover company sells Opening of the Primavera obtain the right to sit down La Fronde, created by ITALY the first domestic Hoover. workshop in the Printemps during their work (the “chairs” Marguerite Durand in 1897, Maria Montessori, the first department store, which edits law is extended to men in entirely managed and Italian woman to receive a objects in small series and 1987). edited by women, has to degree in medicine, creates 1909 commissions unique works by Claudine at School, first stop publication for financial the first Casa dei bambini FRANCE decorators. novel of the Claudine series, reasons. or nursery school in the San Reform of the 1892 circular In L’Émancipation sexuelle signed Willy but written by UNITED KINGDOM Lorenzo area of Rome, where authorising women to wear de la femme, the first woman Colette. Creation of the Women’s she applies her educational trousers when riding a bicycle psychiatrist Madeleine Pelletier IRELAND Social and Political Union by method. or a horse (according to the appeals for abortion and Maud Gonne founds Emmeline Pankhurst. act of 26 Brumaire year 9 in the contraception rights. Inghinidhe na hÉireann Republican Calendar, which INTERNATIONAL [Girls of Ireland], a women’s 1907 in 2009 has still not been The first International revolutionary society which 1904 FRANCE repealed: “Any woman wishing Women’s Day leads to huge edits a monthly journal from GERMANY Alexandra Exter enrols in to dress as a man must go street demonstrations in many 1908, to which she contributes Isadora Duncan opens a the Académie de la Grande to the Prefecture of Police to European countries and in the nationalist and feminist dance school in Grunwald. Chaumière in Paris and meets obtain the authorisation…”). United States. articles. FRANCE Guillaume Apollinaire. INTERNATIONAL New divorce law The law permits married The Olympic Games authorising marriage between women to spend their 1910 1912 are opened to women in a spouse and co-respondent in earnings as they wish. It FRANCE FRANCE restricted number of sports, cases of adultery. proves difficult to implement, Feminist candidates at the Marie Vassiliev opens her including tennis and golf. Creation of the Alliance however, as the Civil Code legislative elections in Paris academy in Montparnasse, internationale pour le suffrage still treats married women as (Marguerite Durand, Hubertine which brings together Paris’ des femmes (AISF). minors. Auclert, Madeleine Pelletier, Russian community. 1901 Creation of the Women have the right to Caroline Kauffmann, Élisabeth Death of Nelly Jacquemard- FRANCE Femina literary prize: “Le vote and are eligible to run Renaud, Arria Ly). Their André, who leaves her town Birth of the Conseil national jugement des femmes sur for elected positions in the applications are rejected. house and collections to the des femmes françaises (CNFF, la littérature”. In just under a Conseil de prud’hommes School teachers are the first Institut de France for the still active today. First Chair hundred years, the prize has [Industrial Tribunal]. to obtain eight weeks paid creation of a museum which Sarah Monod) to defend been given to 34 women and GERMANY maternity leave. This measure opens in Paris in 1913. women’s interests and to 62 men. Clara Zetkin and is extended to postal workers Valentine de Saint-Point ensure women’s proposals Rosa Luxemburg found the following year. publishes Manifeste de la are taken into account by the the Women’s Socialist The American Natalie femme futuriste. public authorities. The fact that 1905 International in Stuttgart Barney creates a literary salon Creation of Fémina Sport, it is reserved for women only is FRANCE (First Chair Clara Zetkin). at rue Jacob, visited among a sports club still active today, a basic tenet of its organisation Sonia Delaunay arrives UNITED STATES others by Colette, Gertrude which was to dominate and project. Catholic in Paris and enrols in the Thor, the first electric Stein, Romaine Brooks, Djuna women’s football in the 1920s. associations refuse to join. Académie de la Palette. washing machine, is Barnes, Marguerite Yourcenar, Marguerite Broquedis is the Creation of the bi-monthly INTERNATIONAL marketed by the American Max Jacob, and André Gide. first female French Olympic review Fémina, the first Baroness Bertha von Alva J. Fischer. INTERNATIONAL tennis champion (singles Gold modern fashion magazine Suttner is the first woman to UNITED KINGDOM During the second Women’s Medal). (1901–1956). receive the Nobel Peace Prize. Violent Suffragette Socialist International Congress NORWAY Since its creation in 1901, the demonstration in London: in Copenhagen, Clara Zetkin Women earning a minimum Nobel Prize has been awarded during a march to the House frames a proposal for an 1913 wage and those married to a to 33 women out of a total of of Commons organised by annual “Women’s Day, whose FRANCE voter can take part in local polls. 797 laureates. Emmeline Pankhurst, women foremost purpose it must be to Eileen Gray’s first exhibition chain themselves to railings aid the attainment of women’s of decorative panels at the in front of Parliament and suffrage, equality between the Salon des artistes décorateurs. 1902 1906 the Prime Minister’s official sexes and Socialism,” following Valentine de Saint-Point GERMANY FRANCE residence at 10 Downing the example of American publishes the Futurist Manifesto Creation of the German Natalia Goncharova takes Street women Socialists who, in 1909, of Lust.

229 Sonia Delaunay publishes beautiful woman in mythology second gallery in Paris (the first LUXEMBURG, HOLLAND, SWEDEN, Alexandra Exter, Varvara The Prose of the Transsiberian as a protest against the was opened in 1901). CZECHOSLOVAKIA Stepanova) and 2 men and of little Jehanne of France, imprisonment of the suffragette The Viollette law allows Women gain the right to (Alexander Rodchenko and “the first simultaneous book,” Emmeline Pankhurst, “the most women to become guardians vote. Alexander Vesnin). with Blaise Cendrars. beautiful character in Modern and members of family INTERNATIONAL Baroness Oettingen History,” who at the time was on councils. Pope Benedict XV declares finances the review Les hunger strike. Colette Reynaud and himself in favour of women’s 1922 Soirées de Paris, directed by Louise Bodin found La Voix des suffrage. BRAZIL Apollinaire. femmes, a Socialist, feminist In São Paulo, Tarsila do Lili Boulanger becomes 1915 and pacifist weekly newspaper. Amaral and Anita Malfatti the first woman composer to UNITED STATES CANADA 1920 create, with Mário de Andrade, receive the Grand Prix de Rome. American photographer Women gain the right to UNITED STATES Oswald de Andrade, and After ten years of protest, Imogen Cunningham’s male vote in Federal Elections. Katherine Dreier founds Menotti del Picchia, the Grupo equal pay for male and female nudes are published in a RUSSIA La Société Anonyme Inc. dos Cinco [Group of Five], school teachers is adopted. Seattle review and create a On 8 March, the workers with Marcel Duchamp, the are at the origin of Brazilian The Book Syndicate scandal. of Petrograd demonstrate in first museum devoted to modernist art. refuses to employ women RUSSIA the streets for bread and the contemporary art in FRANCE typographers. Birth of Suprematism, return of their husbands from New York. Exhibition Marie Vassilieff. RUSSIA on the occasion of the Last the front. Marcel Duchamp decides Poupées, sculpture, peinture, Manifesto of Rayonists and Futurist Exhibition: 0.10, where to change sexual identity chez Martine, Paris, Ateliers “Aveniriens,” co-signed by Malevich’s Black Square against and signs all his works Rrose Martine (created by the Michel Larionov and Natalia White Background is shown 1918 Sélavy. fashion designer Paul Poiret). Goncharova, among others. for the first time. Five women FRANCE An amendment to the Following the scandal NORWAY figure among the ten exhibited Natalia Goncharova moves Constitution gives women the created by his novel La Women acquire the right to painters: Xénia Boguslavskaja, to Paris with Michel Larionov. right to vote. Garçonne, the author Victor vote in national polls. Véra Pestel, Liubov Popova, Sculptor Jeanne Poupelet Edith Wharton receives the Margueritte is stripped of his UNITED KINGDOM Nadejda Udaltsova, Olga models masks for facially Pulitzer Prize for her novel The Légion d’honneur medal. During the Epsom Derby, Rozanova. mutilated war victims in a Age of Innocence (1920). Sylvia Beach, owner the suffragette Emily Wilding GERMANY department of the American BELGIUM of the bookshop/library Davidson throws herself Emmy Noether, the inventor Red Cross. The law gives women the Shakespeare & Co., rue de under a horse clad in royal of modern algebra, becomes Marie de Régnier, under right to vote in local elections l’Odéon, publishes James colours and is mortally an unsalaried teacher. She is the pseudonym of Gérard (except prostitutes and Joyce’s Ulysses. wounded. only granted official status d’Houville, is the first woman women who have committed DENMARK in 1923. to receive the French adultery). The law grants equal DENMARK AND ICELAND Academy’s literary prize for her FRANCE parental authority to 1914 Women gain the right to entire works (this prize was A woman can join a trade mothers. GERMANY vote. awarded to 5 women between union without her husband’s Dancer and choreographer FRANCE 1911 and 2007). agreement. Mary Wigman composes A law grants married GERMANY, AUSTRIA, ESTONIA, A law condemning 1923 Hexentanz [Dance of the women the right to take on HUNGARY, IRELAND, LATVIA, birth-control propaganda EGYPT Witches]. paternal authority while their LITHUANIA, POLAND and increasing the abortion Founding of the Egyptian UNITED STATES husbands are away fighting on Women gain the right to penalties (liable to criminal Feminist Union by Huda Margaret Anderson, joined the front. A circular facilitates vote. prosecution) is voted in by Sharawi. by Jane Heap, creates the the abandon of children born UNITED KINGDOM 500 to 53. FRANCE avant-garde Little Review. of rape committed by enemy Women gain the right to Publication of Pensées d’une Composer Jeanne Leleu FRANCE soldiers. vote from the age of 30 (21 amazone, by Natalie Barney. receives the Grand Prix de Marie Laurencin marries The CGT trade union sets for men). Rome and moves to the Villa Baron Otto von Wätjen and up a joint committee with Médicis. becomes German. When war is other unions to combat the 1921 Composer Germaine declared they have to escape exploitation of women. 1919 FRANCE Tailleferre, the only female to Spain. BELGIUM Just after the First World member of the Group of Six Louise Saumoneau and her A limited amount of War, the French Family Medal (with Georges Auric, Louis Group of Women Socialists 1916 women gain the right to is created by decree, in honour Durey, Arthur Honegger, Darius organise a demonstration FRANCE vote: mothers and widows of “deserving” French mothers Milhaud, and Francis Poulenc), in Paris: 6,000 women place Barrès proposes a “suffrage of soldiers and civilians killed who have decently brought up composes the music for Le bunches of primroses at the for the dead”, a right to vote by the enemy and women several children. Marchand d’oiseaux, a ballet foot of Condorcet’s statue. granted exclusively to widows imprisoned or sentenced by Raymond Poincaré declares created in Paris by the Swedish They demand women’s and mothers of soldiers killed the occupying forces. himself in favour of women’s Ballet. suffrage and political equality. at war. The proposal is not FRANCE suffrage. The import of When war is declared, taken up. The Chambre des députés Adrienne Bolland is the contraceptives is forbidden. thousands of women take Creation of the École des votes in favour of women’s first pilot to cross the Andes The popular jury having work in the hospitals to care hautes études commerciales suffrage (329 to 95). In 1922 Cordillera, in a Caudron G3 proved too lenient towards for the wounded. (HEC) pour les jeunes filles, however, the Senate votes aeroplane. the accused, abortion is now UNITED KINGDOM a graduate business school against. Coco Chanel launches her judged before the criminal In London, the suffragette for girls. Creation of the women’s “No. 5” perfume. court. Mary Richardson slashes Baccalauréat. RUSSIA Velásquez’s painting of Venus The Communist Hélène Exhibition 5 x 5 = 25, MEXICO at her Mirror with a knife. 1917 Brion creates the weekly founder of Constructivism, in Tina Modotti opens a studio She explains her attempt to FRANCE newspaper La Lutte féministe Moscow. 5 works, 5 artists: in Mexico City with Edward destroy the image of the most Berthe Weill opens her (1919–1921). 3 women (Liubov Popova, Weston.

230 (Augustine Variot in FRANCE bearing her name opens in 1924 Malakoff, Marie Chaix in The Portuguese artist 1930 1932 (situated today at 79 rue FRANCE Saint-Denis, Marthe Tesson Maria Helena Vieira da Silva FRANCE Nationale in Paris). Eileen Gray and Jean in Bobigny) and take their moves to France, where she Sophie Taeuber-Arp Anna de Noailles is the Badovici begin building the seats in Parliament until the marries Árpád Szenes, a participates in the exhibition first woman to be named E-1027 house at Roquebrune- Court annuls their election painter of Hungarian origin, Cercle et Carré, Paris, Galerie 23. Commander of the Légion Cap Martin (Alpes-Maritimes), in 1926. in 1930. Marie-Anne Camax- d’honneur. for which Eileen Gray also The dealer and collector Zoegger creates the Société SPAIN designs the furniture. Wilhelm Uhde presents works des Femmes artistes Women gain the right to The Baccalauréat 1926 by Séraphine de Senlis in the modernes. vote. programme becomes the GERMANY exhibition Les peintres du Cœur Suzy Borel is elected PORTUGAL same for girls and boys. Gunta Stölz takes over sacré. Embassy Attachée. She is Women with a university The Breton sardine the direction of the Bauhaus The Civil Service grants the first woman to enter a degree gain the right to vote fisherwomen of Douarnenez go weaving workshop. all its female employees a 2 diplomatic career. The first (men only need to know how on a long strike for more pay. FRANCE month maternity leave on full female Consul is appointed to read and write). Suzanne Noël creates Exhibition Femmes peintres salary. in 1967 and the first female the French branch of the du XVIIIe siècle, Paris, Galerie UNITED KINGDOM Ambassador in 1972. Soroptimists (founded in 1921 Charpentier. Women over twenty-one Sports champion Violette 1932 in the United States, this is a First Salon des arts ménagers obtain the right to vote. Morris (athlete, footballer, GERMANY global network of professional at the Grand Palais. The novel The Well of racing-car driver, cyclist) Lilly Reich is invited by women who use their skills Inauguration of the Palais Loneliness by Radclyffe lodges a complaint against Ludwig Mies van der Rohe to to help local, national, and de la femme by the Salvation Hall, about two very chaste the Feminine Sports direct the Bauhaus workshop international communities Army as a safe shelter for lesbians, is banned following Federation of France, of Interior Design. defend human rights and young and unmarried women. an obscenity trial. following her exclusion on FRANCE the status of women; it is still Suzanne Lenglen ends INTERNATIONAL grounds of behaviour and Laure Albin-Guillot active today. her amateur tennis career, Women athletes and masculine clothes. She later is named Head of the INTERNATIONAL having won Wimbledon gymnasts are now allowed joined the Nazis, and in Beaux-Arts Photographic The International Labour and the French International to participate in the Olympic 1936 became a spy for the Department and Curator at Organisation calls for “equal tournament six times and Games. The press is full of Germans, participating in the Cinémathèque nationale pay for equal work.” gained three Olympic medals, misogynist articles which the demolition of several the following year. The Dane Elle Osiier wins including two Gold. misrepresent the results. Resistance networks during SWEDEN the first Gold Medal in fencing INTERNATIONAL Women being judged the Occupation. First issue of the design, at the Olympic Games in Paris. For the second time the incapable of running the 800 UNITED KINGDOM industrial design, and Nobel Prize for Literature is metres, this event is cancelled The character of Miss applied arts review Form, awarded to a woman, Italian until 1960. Marple first appears in Agatha directed by Monica Boman, 1925 Grazia Deledda. Christie’s novels. Katja Walden, and Kerstin FRANCE TURKEY Wickman. Odette Marie Pauvert 1929 Women gain the right to The Landry law brings in becomes the first woman 1927 GERMANY vote. They become eligible family allowance. to receive the Grand Prix de FRANCE Sculptor Renée Sintenis in 1934. First horse race with female Rome for painting, for La Sophie Taeuber-Arp designs is elected to the Academy jockeys at Maisons-Laffitte. Légende de Saint Ronan. the interior of the Café de of Arts. Jeanne Bucher founds her l’Aubette in Strasburg with UNITED STATES 1931 gallery in Paris (the gallery is Theo Van Doesburg. Lillie P. Bliss, Mary Quinn GERMANY 1933 still active today). At the Salon d’automne, Sullivan, and Abby Aldrich Anni Albers succeeds Gunta ITALY For the Exposition des Charlotte Perriand shows Rockefeller found the Stölz at the direction of the Physicist Mario Dogliotti arts décoratifs in Paris, Bar sous le toit in steel and Museum of Modern Art in Bauhaus weaving workshop. introduces the epidural Sonia Delaunay sets up her aluminium, which instigates New York, directed by Alfred Screening of the film by anaesthetic. Simultaneous Boutique under her employment as Le Barr. Leontine Sagan Mädchen in the Alexander III bridge. Corbusier’s collaborator. She is FRANCE uniform, in which a young girl Josephine Baker arrives in closely involved in the creation Robert Mallet-Stevens falls in love with her female 1934 Paris and opens as the support of Le Corbusier and Pierre founds the Union des artistes teacher. The film is banned by UNITED STATES act at the Théâtre des Champs- Jeanneret’s furniture pieces. modernes, where poster the Nazi Regime. Berenice Abbott’s first solo Élysées’ Revue nègre. A law authorises women designers brush shoulders UNITED STATES show, Museum of the City of Deputies adopt a bill in who marry a foreigner to keep with architects, jewellers, Gertrude Vanderbilt New York. favour of women’s suffrage at their nationality and pass it cabinet makers, glassmakers, Whitney founds Whitney FRANCE the municipal and cantonal on to their legitimate children and painters, including Rose Museum of American Art in Manifesto of the Societé elections but the Senate born on French soil. Adler, Eileen Gray, Charlotte New York. des Femmes artistes immediately rejects it. Secondary School teachers Perriand, Charlotte Alix, and Invention of Tampax, modernes – Pour l’art Female Post Office workers obtain the same salary as their Adrienne Gorska. a hygienic tampon with moderne, cadre de la vie go on strike to demand the male counterparts. The States-General on applicator, by the American contemporaine – signed same pay as male workers. This Feminism, organised by Earl Haas. among others by Pierre results in failure. the Conseil national des FRANCE Chareau, Francis Jourdain, The Communist Party takes 1928 femmes françaises, calls Between 1931 and 1934, Sonia Delaunay, Charlotte advantage of a loophole in GERMANY for the abolition of the civil Eileen Gray builds the Villa Perriand, Robert Mallet- the regulations and presents Marianne Brandt succeeds incapacity of married women Tempe a Pailla, in Castellar Stevens, and Jean Prouvé. women on their lists in László Moholy-Nagy at the and demands civil rights. (Alpes-Maritimes). Gertrude Fehr founds the several Parisian suburbs at the direction of the Bauhaus UNITED KINGDOM Marguerite Durand donates photography school Publiphot municipal elections. Some are metal workshop. She stays for Publication of A Room of her archives on women to in Paris: two thirds of the elected. one year. One’s Own by Virginia Woolf. the City of Paris. A library students are women.

231 d’honneur, which advocates armistice to counter male INTERNATIONAL FRANCE 1936 the establishment of national unemployment. Lee Miller is the only Exposition de la Femme. FRANCE service for women. woman war correspondent 1800–1930, Paris, Galerie Bookseller Adrienne Marcelle Auclair launches accredited to the US Army. Bernheim-Jeune. Monnier publishes the weekly magazine Marie- 1942 Micheline Ostermeyer is the Gisèle Freund’s thesis, La Claire, which becomes a UNITED STATES first female Olympic champion Photographie en France au XIXe monthly in 1954. Peggy Guggenheim opens 1945 (Gold Medal for weight and siècle. her first gallery in the United UNITED STATES discus throwing). Le Corbusier invites States, The Art of This Century, Exhibition The Women Léa Chapon launches the Eileen Gray to show her 1938 in New York. organised by Peggy Union féminine artistique Holiday Centre project in the HOLLAND Guggenheim at The Art of This et culturelle (1948–1995), Pavilion of New Times at the The Rijksmuseum Kröller- Century in New York (Louise an international women- International Exhibition in Müller opens in Otterlo, 1943 Nevelson, Dorothea Tanning, only association aimed at Paris. directed by Helene Kröller- UNITED STATES Jo Walker, Beatrice Wood…). promoting the artistic output Even though women do Müller. Peggy Guggenheim FRANCE of women. not have the right to vote, UNITED KINGDOM organises Exhibition by On 21 October, women the Popular Front (Léon The American collector 31 Women (including Leonora vote for the first time. A huge Blum’s government) appoints Peggy Guggenheim opens a Carrington, Leonor Fini, Frida number of women take part 1949 Cécile Brunschvicg, Suzanne gallery in London. Kahlo, Gypsy Rose Lee, Louise in the election of members to FRANCE Lacore, and Irène Joliot-Curie UNITED STATES Nevelson, Meret Oppenheim, the new Constituent Assembly. Charlotte Perriand chairs as Under-Secretaries of State The first Nylon stockings Sophie Taeuber-Arp, Dorothea 33 women are elected to the the Association Formes utiles for Education, the Protection are marketed. They arrive in Tanning) in her gallery. National Assembly, including with René Herbst, which of Children and Scientific Europe in 1945. FRANCE 17 members of the Communist presents an exhibition of Research. FRANCE Marie-France Giraud is Party. furniture and lighting each SPAIN Married women can guillotined for carrying out The Constitution’s year at the Salon des arts Founding of the Anarchist now obtain an identity card abortions in her home. introductory text establishes ménagers. organisation Mujeres libres and a passport, and open a Resistance fighter the principle of equality Simone de Beauvoir by Lucía Sánchez Saornil, bank account without their Germaine Tillion (1907–2008) between men and women in publishes The Second Sex: “One Mercedes Comaposada, and husband’s authorisation. is denounced and then all sectors. is not born but rather becomes Amparo Poch y Gascón. However, the latter determines arrested on 13 August 1942 Creation of the Social a woman.” UNITED KINGDOM the place of residence, is before being deported to Security health system, based Élisabeth Schmidt becomes International Exhibition entitled to prevent his wife Ravensbrück. on the male worker principle: the first woman minister of the of Surrealism organised from getting a job and retains ITALY the figure 1 is given to men, Reformed Church in France, in London by Roland paternal authority. Birth in Milan of the Gruppi the figure 2 is given to women. on condition she remains Penrose. Among the The “Paul Boncour” law on di difesa della donna, related Elsa Triolet is the first female unmarried. participating artists are the organisation of the nation to the Italian anti-Fascist author to win the Goncourt WEST GERMANY Eileen Agar, Jacqueline during wartime establishes resistance. Prize. Equality between men and Lamba, Meret Oppenheim, civilian enrolment in the army Hélène Gordon-Lazareff women is written into the Toyen, and Leonor Fini. for women. launches the woman’s Basic Law. Meret Oppenheim creates a At the Limoges Socialist 1944 magazine Elle. sensation with Le Déjeuner en Congress, Madeleine Pelletier UNITED STATES ITALY, SLOVENIA fourrure. carries a motion for women’s Dorothea Tanning’s first Women gain the right to 1950 suffrage. solo show, New York, at the vote. FRANCE Julien Levy Gallery. The Crucifix sculpture made 1937 Sculpture Montages by Germaine Richier for the UNITED STATES 1939 exhibition by Louise Nevelson, 1946 Church of Assy provokes a Hilla Rebay becomes the FRANCE New York, Nierendorf Gallery. FRANCE scandal. The bishop has it first female director of the Gallery owner Ileana FRANCE Collette Allendy opens her taken down. It was only put Solomon R. Guggenheim Sonnabend opens her first Denise René opens her first gallery in Paris. back up again in 1971. Museum of New York. gallery in Paris, with Leo gallery in Paris (the gallery is Germaine Poinso-Chapuis is The Hungarian artist Judith FRANCE Castelli and René Drouin. still active today). the first female minister (Public Reigl moves to Paris. Exhibition of European André Breton invites Frida Janette Laverrière becomes Health and Population). Jeannette Thorez- women artists entitled Les Kahlo to take part in the a founder-member of the Union Vermeersch is the first woman femmes artistes d’Europe exhibition he is organising on des artistes décorateurs et to enter the Politburo of the exposent au musée du Jeu Mexican art. créateurs d’ensemble (UADCE), 1947 French Communist Party. de Paume, at the Exposition and then the Syndicat national UNITED STATES NORWAY internationale des arts et des des créateurs d’architecture Creation of Living Theatre Women who marry a techniques. Sonia Delaunay 1940 intérieure et de modèles (CAIM), by Judith Malina and Julian foreigner can make their own makes wall paintings for the FRANCE which was to fix the profession’s Beck. decision as to whether or Air Pavilion and the Railway Claude Cahun and her limits and prerogatives. FRANCE not they wish to retain their Pavilion. Vera Mukhina partner, Suzanne Malherbe, A ruling brings in women’s Toyen moves to France Norwegian nationality. creates the monumental known as Marcel Moore, suffrage and eligibility, further and takes part in Surrealist sculpture Ouvrier et become involved in the to the vote in favour of the demonstrations. Kolkhozienne for the Russian Resistance. Arrested by amendment by Communist 1951 Pavilion. the Gestapo in 1944 and Fernand Grenier on 21 April by ITALY Sophie Taeuber-Arp founds condemned to death, they the provisional government in 1948 Peggy Guggenheim opens the review Plastique. are eventually pardoned Algeria. The ruling is confirmed BELGIUM a museum for her collection Louise Weiss founds the in 1945. on 5 October. Women gain the right to in Venice. Union of French Women Many married women are Creation of the weekly vote at parliamentary as well UNITED STATES decorated with the Légion made redundant after the magazine Marie-France. as at provincial elections. Publication of The Origins

232 of Totalitarianism, by Hannah erotic sadomasochistic novel between men and women, FRANCE her installation Arrivo al Mare. Arendt. Histoire d’O, by Pauline Réage but the civil incapacity of Between 1962 and 1985, JAPAN FRANCE (pseudonym of Dominique women is maintained (except the proportion of working Yoko Ono performs Cut The novel Le Rempart des Aury), provokes a scandal. for the management of women increases from 40% Piece at the Yamaichi Concert Béguines [published in English ITALY property). to 66%. Hall in Kyoto. as The Illusionist], a love story First issue of the Milanese Launch of the advertising NORWAY between two women by review Interni. La rivista slogan “Moulinex libère la Abortion is authorised if the Françoise Mallet-Joris, creates dell’arredamento, directed by 1959 femme !” [Moulinex frees mother is at risk. a scandal. Dorothea Balluff and dedicated UNITED STATES women] Jeannine Levannier is the to interior design. Female mathematician Agnès Varda’s film Cleo first French female Judo Black GREECE Grace Hopper invents the from 5 to 7 is part of the French 1965 Belt. Women gain the right to COBOL language, the first selection for the Cannes film UNITED STATES UNITED KINGDOM vote at municipal elections. computer programming festival. Shigeko Kubota stages the Ann Davidson is the first language to address a wide performance Vagina Painting, woman to sail solo across the public. for the Perpetual Fluxfest, Atlantic. 1955 FRANCE 1963 festival organised by Fluxus in FRANCE The Ponts et Chaussées UNITED STATES New York. The American painter Joan university admits girls. Diane Arbus makes The Responsive Eye 1952 Mitchell moves to France to American Rites, Manners and exhibition at the Museum FRANCE join her partner Jean-Paul Customs, a vast portrait gallery of Modern Art in New York First solo show of Brazilian Riopelle. 1960 of Americans which wins her reveals Bridget Riley’s optical artist Lygia Clark, Paris, Institut The Primavera workshop FRANCE the John Simon Guggenheim work. New York shops make endoplastique. in the Printemps department Annie Tribel joins the Atelier Fellowship. “psychedelic” dresses copying Janette Laverrière presents store, directed by Colette d’urbanisme et d’architecture Exhibition Women in the work. The artist attacks a mural writing desk in white Gueden, becomes an (AUA), founded the same year. Contemporary Art, Durham them for plagiarism, without and red Traffolyte with an important distributor of Solange Gorse becomes (NC), Duke University, Woman’s success. aluminium frame at the Salon contemporary furniture. editor of the Maison française, College (Lee Bontecou, Sonia UNITED KINGDOM des artistes décorateurs. Confederate Secretary a key reference magazine for Delaunay, Helen Frankenthaler, Sculptor Barbara Hepworth UNITED KINGDOM of the CGT trade union, avant-garde interior design. Joan Mitchell, Louise Nevelson, is made Dame of the British Alison and Peter Smithson Madeleine Colin founds the UNITED STATES Georgia O’Keeffe, Maria Elena Empire. are among the founder- monthly review Antoinette The Food and Drug Vieira da Silva, Dorothea FRANCE members of the Independent (1955–1989). Administration authorises the Tanning). Women are authorised to Group, comprising critics, UNITED KINGDOM marketing of the contraceptive Publication of The Feminine work without their husband’s artists, and architects. Mary Quant opens a clothes pill, developed in 1956 by Mystique by Betty Friedan. agreement and to open a bank shop called Bazaar on the American Gregory Pincus. FRANCE account, which means they King’s Road in London and Opening of the Galerie can now dispose of their own 1953 launches her signature item, Ileana Sonnabend, quai des money as they wish. However, UNITED STATES the miniskirt. 1961 Grands-Augustins, in Paris. the husband remains the only Exhibition Women in Art, FRANCE Women are legally allowed administrator of common Houston (TX), Contemporary Niki de Saint Phalle to fish professionally. property. Art Museum (Mary Cassatt, 1956 organises her first shooting Women participate in Louise Nevelson, Dorothea FRANCE session, impasse Ronsin in political life by creating Tanning…). Iris Clert opens her first Paris. 1964 associations: Femme-Avenir FRANCE gallery in Paris. INDIA UNITED STATES (right-wing) and Mouvement Alison and Peter Smithson Creation of the Maternité Nasreen Mohamedi’s first Exhibition Women Artists démocratique feminine take part in the Congrès heureuse movement, solo show, Bombay, Gallery 59. of America. 1707–1964, (left-wing). At the municipal international d’architecture which becomes the French NORWAY Newark (NJ), Newark elections, they constitute moderne (CIAM) in Aix-en- Movement for Family Planning Sonja Henie and Niels Museum (Lee Bontecou, 2.3% of the elected members. Provence and oppose the in 1960, with the aim of Onstad donate their Helen Frankenthaler, Louise Launched by the English, dogma advocated by Le legalising contraception. collection for the creation of Nevelson, Georgia O’Keeffe, the miniskirt conquers France Corbusier in the Athens Charter Bikinis become popular an art centre in their name. Dorothea Tanning…). in André Courrèges’ new in 1933. They initiate the after Brigitte Bardot’s wears The centre opens near Oslo FRANCE collection. The latter presents founding of the Team X group one in the film Et Dieu… créa in 1968. Carolee Schneemann haute couture trousers for in 1956 with other architects. la femme [And God… created presents Meat Joy during the women for the first time. woman]. first Festival of Free Expression, Publication of Le Féminin 1962 Paris, American Center. pluriel by Benoîte and Flora 1954 UNITED KINGDOM UNITED STATES Sonia Delaunay donates Groult. BRAZIL Alison and Peter Smithson Exhibition Women Artists in a large part of her own and The Grupo Frente is created install Patio and Pavilion in the America Today, South Hadley Robert Delaunay’s works in Rio de Janeiro. Lygia Clark exhibition “This is Tomorrow” (MA), Mount Holyoke College, to the Musée national d’art 1966 and Lygia Pape are members. at the Whitechapel Art Gallery Dwight Art Memorial (Lee moderne. UNITED STATES FRANCE in London. Bontecou, Louise Bourgeois, Éliane Victor produces the Creation of Women Artists Janette Laverrière presents UNITED STATES Claire Falkenstein, Joan television programme Les in Revolution (WAR). a kitchen in Tavanit (a Invention of the disposable Mitchell, Louise Nevelson, Femmes aussi, which deals with Betty Friedan founds the derivative of Formica) at the nappy. Georgia O’Keeffe…). women’s everyday lives. National Organisation for Salon des arts ménagers, Creation of the Judson Monique Wittig receives the Women (NOW). The following making her one of the most Dance Theatre by Yvonne Médicis prize for L’Opoponax. year, the Women’s Liberation famous kitchen designers of 1958 Rainer, Trisha Brown, Lucinda ITALY Movement is instigated by the 1950s. BELGIUM Childs, and Simone Forti Gae Aulenti receives first a number of NOW militants. The publication of the Declaration of legal equality among others. prize at the Milan Triennial for Known as Women’s Lib, it

233 defends the right to abortion Warhol. Her manifesto SCUM Arc de Triomphe in honour September, Lucy Lippard’s and sex equality. – Society for Cutting Up Men – 1970 of the “wife of the unknown article “Sexual Politics: Art Publication of Human Sexual extols the eradication of men. WEST GERMANY soldier.” On the banners can Style” is published in Art in Response by the American The Radical Women Rebecca Horn stages the be read, “There is someone America (no. 5). sexologists William Master and (a group created in 1967) performance Einhorn. more unknown than the Creation of the Feminist Virginia Johnson. This study demonstrates against the AUSTRIA Unknown Soldier: his wife”. Art Program at the California questions the pre-eminence election of Miss America. Exhibition Vier Frauen, Linz, This event symbolises for Institute of the Arts (CalArts) of female vaginal orgasm as FRANCE Wolfgang Gurlitt Museum, most feminists the birth of by Miriam Shapiro and Judy highlighted by Freud. The first Prisunic Neue Galerie. the Women’s Movement, Chicago. SWEDEN catalogue, emblematic DENMARK which quickly grows in size, Exhibition Where We At, Niki de Saint Phalle shows of a renewal in French Exhibition Damebilleder, protesting against violence Black Women Artists, New York, Hon, at the Moderna Museet consumerism, works with Copenhagen, Charlottenborg, to women and fighting for Acts of Art Galleries (Dinga in Stockholm, created in young fashion designers Radskaelderen. their rights. On the occasion McCannon, Faith Ringgold, collaboration with Jean Tinguely such as Gae Aulenti and UNITED STATES of the Women’s States- and Kay Brown), instigates and Per Olof Ultvedt. This 28 Danielle Quarante. X-12 exhibition, New York, General, organised in Paris by the creation of the Where We metre long work includes a bar, Women, who are very Museum, 729 Broadway, Elle magazine, the Women’s At Association against the cinema and art gallery. much to the fore in student presenting twelve feminist Movement demonstrates in exclusion of Black women INDIA demonstrations, protest that artists. the name of women’s rights artists. Indira Gandhi becomes they are denied freedom of Faith Ringgold and her (free abortion, sex equality). According to the Los Angeles Prime Minister until her speech and are confined to daughter Michele Wallace Publication of “L’ennemi Council of Women Artists assassination in 1984. domestic tasks. form the Women, Students principal” [The Main Enemy] by (LACWA), less than 1% of the INTERNATIONAL Antoinette Fouque, Monique and Artists for Black Art Christine Delphy, in the special works presented at the Los Introduction of feminine Wittig, and others decide to Liberation (WSABAL). issue “Libération des femmes Angeles County Museum of chromosome controls in launch a women-only group to Creation of the Ad Hoc année 0” of the Partisans Art are made by women. athletics at the European free women’s speech. Women Artist’s Committee review. Creation of the Women in Championships in Budapest. ITALY to denounce the poor Creation of the Laissez- the Arts (WIA) group in New To be admitted, athletes have Mira Schendel represents percentage of women in the les vivre association against York, which organises actions to prove that they are not male Brazil at the Venice Biennial. Whitney Museum of American legalised abortion. against galleries that do not impostors. UNITED KINGDOM Art’s annual exhibition. The ITALY represent any women artists. Nanna Ditzel and Kurt committee demonstrates Divorce is legalised. 26 Contemporary Women Heide found the company with WAR and WASBAL for Carla Lonzi, Carla Accardi, Artists exhibition organised by 1967 Interspace, an international the participation of black and Elvira Banotti create Lucy Lippard, Ridgefield (CT), UNITED STATES design firm in London. artists Betye Saar and Barbara the Rivolta Femminile The Aldrich Contemporary Art Martha Rosler begins her Chase-Riboud in the Whitney group in Rome and write Museum. series of photomontages Museum Biennial. the Manifesto di Rivolta Creation of the Women in Bringing the War Home: House 1969 Yvonne Rainer stages the Femminile, based on the Art Quarterly review. Beautiful (1967–1972). UNITED STATES performance War at New York concept of sexual difference FRANCE Founding in New York Significant Helen University. and the practice of self- Gina Pane stages her first of the Witch movement Frankenthaler retrospective Publication of Sexual awareness. public action Nourriture/ [Women’s International exhibition, New York, Whitney Politics by the artist Kate UNITED KINGDOM Actualités TV/feu, at the home Terrorist Conspiracy from Hell]. Museum of American Art. Millett. First exhibition of the of Mr. and Mrs. Frégnac in FRANCE Mod Donna, the first Publication of Our Bodies, Women’s Liberation Art Group, Paris. After heated debates, feminist musical, opens at the Ourselves by the Boston London, Woodstock Gallery Le Nouvel Observateur the national parliament Public Theater in New York. Women’s Health Book (Margaret Harrison, Valerie publishes the “Manifeste votes in the “Neuwirth” law FRANCE Collective. Charlton, Ann Colsell, Sally des 343,” a petition with 343 which authorises the sale of Demonstrations with FRANCE Frazer, Alison Fell, Liz Moore, signatures of women who the contraceptive pill (not posters and giant dolls Gina Pane creates works Sheila Oliver, Monica Sjoo, have had an illicit abortion reimbursed by Social Security). created by Raymonde Arcier related to the Vietnam War Rosalyn Smythe). and demand the right to Abortion is still illegal. and art students from the such as the installation Le Creation of the London legal abortion. Simone de The Stock Exchange admits University of Vincennes. Riz at the Galerie Rive droite, Women’s Film Group by Laura Beauvoir, Catherine Deneuve, women, having refused them Danielle Quarante Paris. Mulvey. Marguerite Duras, Jeanne since 1724 “no matter what the presents the Albatros The law stipulates that The Equal Pay Act Moreau, Françoise Sagan, and cause or pretext”. armchair, produced by from now on “both spouses establishes equal pay between Delphine Seyrig are among The Féminin, Masculin, Airborne, at the Salon des ensure the moral and material men and women for the same the signatures. There is a huge Avenir movement (FMA) is artistes décorateurs. guidance of the family.” job. scandal. created by Anne Zelensky and Suicide of Gabrielle Russier the notion of “head of the INTERNATIONAL The movement Choisir la Jacqueline Feldman. following her affair with a 17 family” and paternal authority First World Cup in women’s cause des femmes, created GREAT BRITAIN year old pupil. She was found is abandoned in favour of football. among others by Gisèle Halimi, Abortion is legalised. guilty of seducing a minor. parental authority. Simone de Beauvoir, Jean INTERNATIONAL Creation of Ménie The École polytechnique Rostand, Christiane Rochefort, Worn by both sexes, jeans Grégoire’s radio programme admits women. 1971 and Nobel Prize winner for become the symbol of youth Une femme pour parler aux First gathering in May of AUSTRIA Medicine Jacques Monod, has across the world, who reject femmes on RTL. the Women’s Movement at Valie Export stages the three goals: sexual education “bourgeois” clothing in favour Publication of Les the University of Vincennes. performance Eros/ion. and contraception, the repeal of relaxed informality. Guerillères by Monique On 28 August, a group of UNITED STATES of the repressive law of 1920; Wittig. women including Christiane Birth of feminist art and free legal aid for women ISRAEL Rochefort, Monique Wittig, criticism: in January Linda prosecuted for abortion. 1968 Golda Meir becomes Christine Delphy, Cathy Nochlin writes “Why Have Creation of the Front UNITED STATES Prime Minister at the age Bernheim, and Anne Zelensky There Been No Great Women homosexuel d’action Valerie Solanas shoots Andy of 71. place a spray of flowers at the Artists?” in Art News and, in révolutionnaire (FHAR). The

234 growing presence of men in also withdraws her works, Women in Arts Foundation Women Artists. Images of femmes, 10 issues until June the FHAR and their misogyny considering them to be (WAI), created in 1971. Womenpower, London, Arts 1976). pushes the women to create, betrayed by their presentation. Opening of several Lab (Monica Sjöö, Ann Berg, at the instigation of Monique Lygia Clark is invited to women’s galleries: Soho20 in Beverley Skinner, Roslyn Wittig, the group Les Gouines teach Gesture Communication New York, Artemisia and ARC Smythe, Liz Moore). 1975 Rouges. at the Sorbonne. in Chicago, and Womenspace ITALY AUSTRIA Publication of the first Art critic Catherine Millet in Los Angeles. Publication of Dalla parte VALIE EXPORT curates the issue of the Feminist review Le founds the avant-garde art Joyce Kozloff and delle bambine by Elena exhibition Magna Feminismus: torchon brûle (1971–1973). review Art Press International Nancy Spero publish The Gianini Belotti. Kunst und Kreativität, Vienna, 4.4% of elected members with Daniel Templon. Rip-Off File listing sexually Galerie Nächst St. Stephan. are women at the municipal Annette Messager makes discriminating incidents Exhibition Frauen-Kunst – elections. Les Tortures volontaires, a against women artists. 1974 Neue Tendenzen, Innsbruck, SWITZERLAND photographic work showing Graphic designer Muriel AUSTRIA AND SWEDEN Krinzinger Gallery. Women can now vote at stereotypes of beauty Cooper co-founds the Abortion is legalised. CANADA federal elections. imposed by the media on Visible Language Workshop UNITED STATES Creation of the women. at the Media Lab of the Nancy Spero makes the contemporary art review The Bobigny trial: Massachusetts Institute of Torture of Women series Parachute by Chantal 1972 sentenced for abortion, Technology (MIT). of drawings from cases Pontbriand. WEST GERMANY Marie-Claire Chevalier is FRANCE reported by Amnesty UNITED STATES Exhibition American released after several weeks Suzanne Pagé takes International. Creation of the Los Angeles Women Artists Show, Hamburg, of trial. This marks a major over the direction Opening of the Hera League for the Advancement Kunsthaus. step forward in the fight of l’ARC (Animation, Women’s Cooperative of Lesbianism in the Arts UNITED STATES spearheaded by Feminists for Recherche, Confrontation), Art Center and Gallery in (LALALA). Opening of A.I.R. (Artists so many years. the contemporary art Wakefield (RI). Publication of the Women in Residence) in New York. A law is added to the Work department of the Musée “Philadelphia Focuses on Artists Newsletter, edited by The first cooperative gallery Code establishing equality d’art moderne de la Ville de Women in the Visual Arts”, a Cynthia Navaretta, in New York. of women artists founded between men and women for Paris. She went on to become festival organised by a group The Woman’s Building by women artists for other the same job. the museum’s director in of women from Philadelphia. of Los Angeles moves to women artists. The law is promulgated 1988 and organised several FRANCE 1 727 N. Spring Street. It Creation of The Feminist Art regarding the general retrospectives of women Exhibition Grandes contains the Womanspace, Journal (1972–1978), edited by status of professional army artists there. femmes, petits formats, Paris, the Feminist Studio Workshop, Cindy Nemser, Pat Mainardi, personnel. There is no longer The mother can, like Galerie Iris Clert, organised the cooperative galleries and Irene Moss in New York. any entrance restrictions on the father, pass on her with 99 artists (including Grandview 1 and 2, the “Women in Visual Arts,” grounds of sex (but the Army nationality to her child Pierrette Bloch, Eva Aeppli, Sisterhood bookshop, and the the first conference in a series corps remain closed to women (legitimate or illegitimate). Tania Mouraud, Shirley Jaffe, local department of the National on women and art at the until 1975, as well as the HEC allows girls to sit Eve Gramatzki). Organization for Women. Corcoran Gallery of Art in careers of officer and warrant for exams. HEC jeunes filles Peggy Guggenheim’s Martha Rosler makes the Washington. officer of the Gendarmerie closes two years later. collection is presented at the Semiotic of the Kitchen video. First edition of the [State Police Force], “because Alice Saunier-Seïté is the Musée de l’Orangerie. FRANCE International Women’s Film of the conditions relating first woman rector of the A new law authorises Creation of Dialogue by Festival in New York. to the implementation and academy. the contraceptive pill for Christiane de Casteras, an In Los Angeles, a women intervention of the State Police Jacqueline de Romilly is minors without their parent’s association stemming from artists’ collective (Judy Force and the constraints it the first woman professor at authorisation. It is given a division of the Union des Chicago, Miriam Shapiro, Faith imposes.” the Collège de France. anonymously and for free in femmes peintres et sculpteurs Wilding…) uses a house for UNITED KINGDOM Demolition of the Petite- family planning clinics. (1881–1995) with the aim of artistic experiments which Exhibition of the Artists Roquette women’s prison Journalist Françoise organising an annual women’s results in an exhibition, Union’s Women’s Workshop, in Paris. Giroud becomes the first exhibition. The first exhibition Womanhouse, and creates a London, Art Meeting Place. Évelyne Sullerot founds State Secretary for Women. Féminie-Dialogue (Christiane sensation in the media. the Retravailler association, Terms such as Widow X, de Casteras, Andrée Marquet, EAST GERMANY whose goal is to emancipate Divorced Wife X, Miss A, are Marie-Rose Montassut, Law authorising abortion 1973 women by giving them removed from administrative Marie-Josée Baudin), took at the mother’s request, up to UNITED STATES access to jobs. correspondence addressed place at La Défense, the the end of the third month of Inauguration of the Creation of the to women. following exhibitions at the pregnancy. Woman’s Building in Los Mouvement pour la Arlette Laguiller becomes Unesco building until the FRANCE Angeles, a centre for women’s libération de l’avortement et the first female presidential 1990s. Founding of the group La art and culture, which contains de la contraception (MLAC), candidate: “Yes, believe it Publication of the manifesto Spirale in Paris (1972–1982) by the Los Angeles Council of a legal organisation whose or not, I am a woman and I of the group Femmes en lutte the poet and painter Charlotte Women Artists, the Feminist status and headquarters dare put myself forward as (1975–1977), created by young Calmis. Studio Workshop (the first are officially recognised, presidential candidate in this artists (including Dorothée The exhibition Douze independent feminist art but which condones two republic of men.” Selz, Isabelle Champion- ans d’art contemporain en school, founded by Judy illegal practices: trips abroad Publication of Speculum Métadier, Nil Yalter, Esther and France – 1972 only shows two Chicago, Arlene Raven and to undergo abortions and de l’autre femme by Luce Mathilde Ferrer). women artists, Sheila Hicks Sheila de Bretteville) and abortions on French soil. Irigaray. Aline Dallier presents and Niki de Saint Phalle. One the Center for Feminist Art BELGIUM Creation of the publishers 5 Américaines à Paris, Paris, of the exhibited artists, Tania Historical Studies. The advertising of Des femmes, with the aim Galerie Gérard Pilzer. The Mouraud, takes down her Women Choose Women, contraception is legalised. of promoting woman’s following year, she organises works before the opening, New York Cultural Center. First DENMARK literature and the woman’s an exhibition of French artists in common with many other exclusively female exhibition Abortion is legalised. movement in general. Combative Acts, Profiles and artists, in protest against the in an American cultural UNITED KINGDOM Launch of the Quotidien Voices, at the A.I.R. gallery in organisers’ choice. Gina Pane institution, organised by the Exhibition Five des femmes (Éditions Des New York.

235 Chantal Akerman directs SoHo Center for Visual Arts. (Zagreb), Jasna Tijardović, Exhibition Couture- women’s march in protest Jeanne Dielman, 23 quai du Exhibition Women Artists Irina Subotić, Jadranka Peinture, third edition of against violence towards commerce, 1080 Bruxelles. 1550–1950, Los Angeles Vinterhalter, Biljana Féminie-Dialogue, Paris, women, initiated by the After a heated and often County Museum of Art Tomić, and Dunja Blažević Unesco. feminist group Ariadne: A misogynistic debate, the (curators: Linda Nochlin and (Belgrade). Jackie Buet founds with Social Network, (with Suzanne Minister of Health Simone Veil, Ann Sutherland Harris). The other women the Festival Lacy and Leslie Labowitz), in with the contribution of the show tours the United States. international de films de San Francisco. The event is Left, gets a 5-year provisional Creation of the Womenart 1977 femmes, which takes place repeated in other towns across law adopted to legalise review, edited by Ellen WEST GERMANY first at Sceaux and then at the country over the following abortion. The law is renewed Lubell, in New York. Künstlerinnen International. Créteil. years, and then across the world. on 31 December 1979. Publication of the Hite 1877–1977 exhibition Conference-debate Exhibition A Lesbian New divorce law: women Report, a reference book on organised by Frauen in “Existe-t-il des pratiques Show organised by Harmony no longer have to live under female sexuality based on der Kunst, presenting artistiques féminines?, Hammond, New York, their husband’s roof; adultery surveys carried out among 200 women (painters, organised by Aline Dallier and 112 Greene Street Workshop. is de-penalised; divorce is 3000 women. performers, video artists…), Gina Pane, Le Mans, École des It leads to a symposium and made possible by mutual FRANCE Berlin, Château de beaux-arts. several cultural events. agreement; irretrievable Creation of the Femmes/ Charlottenburg. Several reviews publish The Sister Chapel, a breakdown becomes a cause Art collective (1976–1980), UNITED STATES special issues on women and collective work conceived by for divorce even without the asked by l’ARC to organise an Exhibition Contemporary art: “Femmes-Différences,” Ilise Greenstein as a female consent of both parties. exhibition of women artists. Woman: Consciousness and edited by Françoise Eliet, version of the Creation Myth, The Haby law makes The institution’s cancellation Content, New York, Brooklyn Art Press no. 5; “L’art et les New York, P.S.1 (June Blum, co-educational schools of the project gives rise Museum. femmes,” L’Humidité, spring 77; Martha Eidelheit, Shirley compulsory in primary and to a manifesto entitled Extraordinary Women “Femmes, création,” Sorcières, Gorelick, Betty Holiday, Cynthia secondary state schools. Enfermement/Rupture. exhibition, New York, no. 10; “Femmes, littérature Mailman, Alice Neel, Sylvia Publication of Ainsi soit- Exhibition Espace cousu, Museum of Modern Art et art,” Tel Quel, no. 75; “La Sleigh, May Stevens, and elle by Benoîte Groult, and second edition of Féminie- (Sonia Delaunay, Alexandra Femme surréaliste,” Obliques, Sharon Wybrants). Les Mots pour le dire by Marie Dialogue, Paris, Unesco. Exter, Natalia Goncharova, no. 14. FRANCE Cardinal. First retrospective in Lee Krasner, Liubov Popova, ORLAN stages the Creation of the association ITALY France of Hannah Höch, Sophie Taeuber-Arp, Suzanne performance Le Baiser Art et regard des femmes Exhibition Magma. Paris, Musée d’art moderne Valadon…). de l’artiste at the Foire (1978–1983) with the aim of Rassegna internazionale di de la Ville de Paris. The artist Opening of Muse, the internationale d’art encouraging meetings and donne artiste, Brescia, Castello is 87 years old. women’s cooperative gallery contemporain (FIAC), Paris, exchanges between artists. Oldofredi. The show tours Delphine Seyrig and in Philadelphia (PA). Grand Palais. She also creates Opening in Paris of Lieu-Dit Italy. Carole Roussopoulos direct Opening of the New the MesuRage du Centre (1978–1983), an exhibition INTERNATIONAL the film Scum Manifesto. Museum of Contemporary Pompidou, which has just been space for women artists. The UN decrees Creation of SOS Femmes Art, created by Marcia inaugurated. Exhibition Écriture de International Woman’s Year, by Colette de Marguerye, Tucker, former curator at Christine Delphy and femmes – Polyfèmes, Saint- organises the first Women’s Michèle Dayras and Martine the Whitney Museum of Simone de Beauvoir found the Maximin. World Congress in Mexico Le Péron. American Art. review Questions féministes. Exhibition Face à femmes, City, on the themes of peace Creation of the feminist Creation of the review Publication of Le Féminisme Le Havre, Maison de la culture and development, and begins reviews Sorcières (1976–1979) Heresies. A Feminist au masculin by Benoîte Groult. (Kossa Boksan, Odette Bernard, to celebrate International and Les Cahiers du féminisme Publication on Art and Delphine Seyrig directs Sara Holt, Irmgard Sigg, Anne Women’s Day on 8 March (1976–1998). Politics, founded in New York Sois belle et tais-toi, in which Walker, Nil Yalter). across the world before ITALY by Joan Baderman, Mary she interviews 23 French and Exhibition L’espace en making it official in 1977. Exhibition Intorno Beth Edelson, Harmony American actresses on their demeure : Nevelson, Vieira all’ideologia: Art and Hammond, Elizabeth professional experience as da Silva, Abakanowicz, Paris, Feminism, Rome, Palazzo Hess, Joyce Kozloff, Lucy women. Galerie Jeanne Bucher. 1976 Esposizioni. Lippard, Miriam Schapiro, Chantal Pescheteau-Badin Launch of the monthly UNITED STATES UNITED KINGDOM and May Stevens, and the becomes the first female review F Magazine, directed by Reacting against the poor Exhibition Feministo: review Chrysalis. Magazine auctioneer. Claude Servan-Schreiber. representation of women Portrait of the Artist as of Women’s Culture, in Los Launch of the monthly Publication of Le Fait in two major exhibitions; Housewife, Manchester. Angeles, by a collective review Des femmes en féminin, a collective Drawing Now at the Museum The show tours the United including Sheila Levant de mouvement by Éditions Des publication directed by of Modern Art (5 women out Kingdom. Bretteville and Arlene Raven. femmes. Évelyne Sullerot. of 46 artists) and Twentieth- PORTUGAL Nan Golding begins The NORWAY ITALY Century American Drawing. Women gain the right to Ballade of Sexual Dependency Parity is established in Abortion is legalised. Avant-Garde Generation, at vote whatever their level of photographic series. the local elections. Although NETHERLANDS the Guggenheim Museum education. FRANCE not compulsory, by 1980 Women are admitted into (Georgia O’Keeffe, the only YUGOSLAVIA Exhibition and parity is applied in over 300 the army. women out of 29 artists), For the 4th Festival of performance Femmes : communes out of 439. artists from different feminist Extended Media, a “Women graphismes, textes, musiques, groups create the MoMA in Art” study day is organised actions, organised by Aline 1979 and Guggenheim Ad Hoc at the Student Cultural Dallier, Paris, Galerie N.R.A. 1978 UNITED STATES Protest Committee. This group Centre in Belgrade, with (ORLAN, Aline Gagnaire, Léa AUSTRIA Jenny Holzer makes her first demands a 50% representation Gizlind Nabakowski, Ulrike Lublin, Monique Frydman, Ursula Krinzinger organises Truisms posters. of women artists in future Rosenbach and Katarina Françoise Janicot, Claude The International Performance Shown in several places exhibitions and organises Sieverding (Düsseldorf), Torey, Vera Molnar, Eve Festival of Vienna and Graz across the country, The Drawing Now: 10 Artists, a Natalia LL (Wroclaw), Iole Gramatzki, Ruth Francken, with other galleries. Dinner Party by Judy Chicago counter-exhibition presenting de Freitas (Milan), Ida Mythia Kolesar, Marcelle UNITED STATES provokes controversy and raises 9 women and a man at the Biard and Nena Baljković Kahn, Béatrice Casadesus). “Take Back the Night”, a awareness of feminist art.

236 Exhibition Muse: An controversy among the Opening in Paris of Museum fur Kunst. Artists Series, organised Exhibition of Works by academicians. the Maison des Femmes, UNITED STATES by Joan Marter under the Twenty-One Women Artists, The article “La Pensée a feminist, politically Exhibition The New patronage of the Mabel Philadelphia (PA), Museum of Straight” by Monique Wittig, independent, women-only Feminism, Columbus (OH), Smith Douglass Library, Philadelphia Civic Center. in Questions féministes, venue. Ohio State University. presented at the annual FRANCE provokes a divide in the SPAIN Exhibition The Revolutionary conference of the National Conference-debate review, which becomes Divorce is legalised. Power of Women’s Laughter, Women’s Studies Association “Traditions et innovations Nouvelles questions féministes SWITZERLAND New York, Max Protetch (NWSA), in collaboration de femmes dans l’art in 1981. Equality between men and Gallery. with Rutgers’ Women Artists contemporain,” with Aline ITALY women is written into the Significant Louise Bourgeois Series. Dallier, Jeanne Gatard and Exhibition L’altra metà Constitution. retrospective, New York, Zuzana Licko and her Catherine Tieck, Rouen, École dell’Avanguardia, organised Museum of Modern Art. husband Rudy VanderLans des beaux-arts. by Léa Vergine, Milan, First issue of the Women & create Emigre Graphics, Marguerite Duras directs Palazzo Reale; Rome, Palazzo 1982 Performance Journal, launched an independent digital the film Aurelia Steiner. delle Esposizioni; Stockholm, GERMANY by a group of students typography foundry in NETHERLANDS Kulturhuset. Exhibition Unbeachtete from the Department of Berkeley (CA) and publish Exhibition Feministische Ettore Sottsass founds the Produktionsformen, Berlin, Neue Performance Studies of the Emigre Magazine, which deals Kunst International, The group Memphis, a creative Gesellschaft für Bildende Kunst Tisch School of the Arts with experimental graphic Hague, Geemente Museum; melting-pot whose members and Künstlerhaus Bethanien. (New York University). design. Amsterdam, De Appel. include Barbara Radice, UNITED STATES FRANCE FRANCE Creation of the International Martine Bedin, and Nathalie Maya Lin, a young Jean Tinguely and Niki Simone Rozès becomes Women’s Film Festival in du Pasquier. architecture student at Yale, de Saint Phalle create the the first woman President Sceaux (later based in Créteil). UNITED KINGDOM makes the Vietnam Veterans Igor Stravinsky Fountain on a of the Supreme Court of Antoinette Fouque, central Exposition Issue: Social Memorial in Washington. square next to the Pompidou Appeal. figure of the feminist group Strategies by Women Artist and graphic designer Centre, Paris. Maternity and paternity Psychanalyse et Politique, Artists, London, Institute of Susan Kare is invited to join The Roudy law on equal leave is now given to creates and heads the Contemporary Arts. Apple by Andy Hertzfeld, employment and equal pay: employees regardless of sex. Mouvement de libération des ICELAND Macintosh’s key programmer, all sexual discrimination in First female cycling Tour femmes (MLF) and registers its Vigdís Finnbogadóttir is to work on the graphic employment is prohibited. de France: 1 046 km, 36 logo at the National Institute of the first woman in the world interface (creating the Women’s employment was competitors. Winner: the Industrial Property. to be elected President typographical characters and limited at this time to 30 American Marianne Martin. Creation of the women’s by universal suffrage. She symbols of the first Mac). professions as opposed to ITALY history review Pénélope remains in office for four FRANCE 300 for men; women’s pay First Donna (1979–1985). terms. Married women sign their was 30% less than men’s and Biennial, Figure dallo sfondo, UNITED KINGDOM NETHERLANDS tax returns with their husbands, women’s unemployment was organised by the Unione Margaret Thatcher becomes Abortion is legalised. but are still not allowed to higher (9.5% as opposed to delle donne italiane, Ferrare. Prime Minister. INTERNATIONAL manage a joint estate. 5.8% for men). INTERNATIONAL INTERNATIONAL Second Women’s World Men are admitted to the Women typesetters go First International Feminist European elections: 16% of Congress in Copenhagen. midwifery profession. on strike and demand the Book Fair in London. elected candidates are women Social Security reimburses same pay as men. The strike is (31% in 2008). abortion. unsuccessful however, due to The United Nations 1981 Claire Nihoul-Fékété lack of support from men and 1985 Parliament convenes in WEST GERMANY becomes the first woman to the Book Union. GERMANY New York and adopts the Opening in Bonn of the be elected to the Academy of UNITED KINGDOM Publication of the review- International Convention on associative museum Frauen Surgery. Exhibition Five Black Women, catalogue Eau de Cologne, the Elimination of All Forms of Museum, Szenarien aus “Femmes, féminisme et London, Africa Centre. edited by the Monika Sprüth Discrimination against Women. Kunst und Geschichte. recherche”, the first Feminist Gallery (Cologne), dedicated First edition of the Studies symposium in to women artists and art Frauenforschung in der Toulouse. 1984 world professionals (3 issues, 1980 Kunstgeschichte, a congress Carole Roussopoulos, UNITED STATES 1985, 1987, 1989). UNITED STATES of art historians, in Marburg. Delphine Seyrig and Ioana Exposition Difference: On UNITED STATES Dialectics of Isolation: FRANCE Wieder create the Simone Representation and Sexuality, The Guerrilla Girls, a group An Exhibition of Third World Opening of the Galerie- de Beauvoir Audiovisual New York, New Museum of women artists wearing Women Artists in the United Librairie des femmes, an Centre, whose mission is to of Contemporary Art (Mary gorilla masks to remain States exhibition organised by exhibition space for women, compile an inventory of all Kelly, Sherrie Levine, Martha anonymous, post statistics Ana Mendieta, New York, A.I.R. in Paris. the audiovisual documents Rosler…). about the art world in the Gallery. Gae Aulenti is nominated on women’s rights, struggles, Exhibition Women Artists streets of New York (in 1984, FRANCE to head the rehabilitation art, and creation. in the Avant Garde: 1910–1935, women represented less than Danielle Quarante creates and transformation project Publication of the New York, Rachel Adler Gallery. 10% of exhibited artists in the first Design Engineer to turn Orsay Station into a monthly review Lesbia, sold in Reopening of the Museum galleries). training programme at the museum. newspaper kiosks. of Modern Art after four Exhibition Women of University of Compiègne. Yvette Chassagne Publication of the comic- years of renovation, with the Sweetgrass, Cedar and Sage Rape is considered a becomes the first female strip Les Mères by Claire exhibition An International (paintings, drawings, objects criminal offence (the Monique Police Superintendent. Bretécher. Survey of Recent Painting and made by American Indian Pelletier law). Yvette Roudy becomes Sculpture, presenting the work women), organised by Marguerite Yourcenar, at the first Minister of Woman’s of 151 men and 14 women. Harmony Hammond and the age of 76, becomes the Rights. 1983 Militants from different Jaune Quick-to-See Smith, first woman to be elected to Launch of the Mouvement DENMARK feminist organisations protest. New York, American Indian the Académie Française. Her d’information et d’expression Exhibition Malerinder fra Exhibition Representative Community House. admission provokes heated des lesbiennes (MIEL). Finland, Copenhagen, Statens Works 1971–1984. Women Lorraine Wild graphically

237 designs the portfolios IRELAND Liverpool, National Museums woman to represent the Gay and Lesbian Students, “Chamber Work” and Divorce is rejected by and Galleries on Merseyside. United States at the Venice New Brunswick Campus. “Theatrum Mundi” for the referendum. Biennial. FRANCE architect Daniel Libeskind Exhibition All But the Exhibition Gisèle Freund. and “Mask of Media” for the 1989 Obvious: A Program of Lesbian Itinéraires, Paris, Pompidou architect John Hejduk. 1987 GERMANY Art organised by Pam Gregg, Centre. FRANCE GERMANY Frauen im Design: Los Angeles Contemporary Édith Cresson is appointed Creation of the Camille Launch of the review Berufsbilder und Lebenswege Exhibitions (LACE). Prime Minister (she is the first Association with the aim of Frauen Kunst Wissenschaft seit 1900, Stuttgart, Design FRANCE and so far the only woman to forming a collection of works [Women, Art, Knowledge]. Centre. Mathilde Ferrer and have reached this position in by women artists. UNITED STATES UNITED STATES Yves Michaud organise the France), but only remains in Édith Girard receives the The National Museum Georgia O’Keeffe symposium at the École office for 10 months. Équerre d’argent award for the of Women in the Arts, retrospective, Los Angeles nationale supérieure des UNITED KINGDOM construction of 111 housing founded by Wilhelmina Cole County Museum of Art beaux-arts. Exhibition Echo, Works by units, quai de la Loire, in Paris. Holladay, opens its doors (LACMA). Graphic designer Susanna Women Artists, 1850–1940, New conversion of the in Washington. Inaugural Exhibition Making Their Shannon designs the review organised by Maud Sulter, Musée national d’art moderne exhibition: American Women Mark: Women Artists Move Into Irrégulomadaire with Jean- Liverpool, Tate. by Gae Aulenti. Artists, 1830–1930. the Mainstream, 1970–1985, Charles Depaule and Jérôme INTERNATIONAL The notion of “head of the UNITED KINGDOM Cincinnati Art Museum (OH). Saint-Loubert Bié. The World Health family” is abolished. Legitimate Elizabeth Esteve-Coll is FRANCE The use of RU 486, a Organisation removes children can carry the mother’s appointed Director of the Hélène Ahrweiler is named medical technique for the homosexuality from its name. Equality between Victoria and Albert Museum Chair of the Pompidou Centre. voluntary termination of international classification of spouses is recognised under in London. The Grand Prix national pregnancy, is authorised in illnesses. the matrimonial property SWITZERLAND de la création industrielle is pregnancy centres. First World Cup for women’s regime and in the management Exhibition La Femme et le awarded to Charlotte Perriand. Associations protesting football to be recognised by FIFA. of the joint estate and family. surréalisme, Lausanne, Musée 18 women are elected out against family (and therefore The Écoles normales cantonal des beaux-arts. of 81 deputies (22%) at the marital) violence can claim supérieures d’Ulm (reserved FRANCE European Elections. At the for damages. 1992 for boys) joins that of Sèvres A law allows joint parental municipal elections, 16.4% of Founding of the Lobby UNITED STATES (reserved for girls). The authority for illegitimate elected candidates and 5.44% européen des femmes (LEF), Opening of the Woman entrance exam is now the children or children of of mayors are women. an NGO which comprises Made Gallery in Chicago with same for both sexes. divorced parents. The resistance fighter over 2000 women’s the exhibition Women Do Sylvie Girardet becomes the ITALY Marie-Madeleine Fourcade, organisations in order Women. first female stockbroker. The porn star La Cicciolina the only female network to systematically uphold FRANCE SPAIN (Ilona Staller) is elected chief, is the first woman to be equality between men and Marital violence becomes Abortion is legalised. deputy on the Radical Party given an official funeral at Les women in all European an indictable offence with INTERNATIONAL list. Invalides. Union policies. aggravating circumstances. Third UN World Conference Creation of SOS Sexisme. BELGIUM Nicole Notat becomes the on women: more than 2 000 Publication of L’Étude et le The Chamber of first woman to head a trade delegates gather in Nairobi, 1988 Rouet by Michèle Le Doeuff. Deputies approves the law union (CFDT). Kenya. UNITED STATES NORWAY to decriminalise abortion Publication of Histoire des Exhibition Autobiography: Exhibition Rooms with (126 votes versus 69 and femmes en Occident edited by 1986 In Her Own Image, presenting a View: Women’s Art in 12 abstentions). A fervent Georges Duby and Michelle BELGIUM 20 black women artists, Norway, 1880–1990, Oslo, Catholic, King Baudouin Perrot. Exhibition Elles, Liège, Les organised by Howardena Stadtmuseum. refuses to sign the text. He Publication of Au pouvoir, Brasseurs (Lucile Bertrand, Pindell at the Intar Gallery in CANADA steps down from the throne citoyennes ! Liberté, égalité, parité Nathalie De Corte, Aurélie New York. A man shoots several for 36 hours, declaring by Françoise Gaspard, Claude Haberey, Tatiana Klejniak, FRANCE women with a machine gun himself temporarily unable Servan-Schreiber, and Anne Tamara Lai, Lucie Malou, Mo The Women’s Biennial, at the Polytechnique school to reign (art. 82 of the Le Gall, which brought the Ramakers). organised by the Union des in Montreal (14 killed, 19 Constitution). debate on parity in politics to UNITED STATES femmes peintres et sculpteurs wounded) shouting “I hate ISRAEL public attention. Adrian Piper begins the at the Grand Palais in Paris, Feminists” before committing Feminine Presence: Israeli Vanilla Nightmares series of pays homage to Iris Clert. suicide. Following this Women Artists in the Seventies drawings on the pages of The Exhibition Femmes dramatic incident, Canada and Eighties, Tel Aviv 1993 New York Times, in which he créatrices des années 20, establishes a national day of Museum of Art, Helena UNITED STATES denounces racial politics as Granville, Musée d’art commemoration and action Rubinstein Pavilion for Exhibition Bad Girls: Grab an underlying psychological moderne Richard Anacréon. against violence towards Contemporary Art. Cord and Pull from Wrapper, dimension of American life. Nurses rally to fight for women on 6 December. organised by Marcia Tucker, Exhibition The Body, better working conditions and DENMARK New York, New Museum of New York, New Museum of a pay rise. Refusing to allow First country to authorise 1991 Contemporary Art. Contemporary Art. the trade unions to take over, a “registered partnership” UNITED STATES UNITED KINGDOM FRANCE they organise and coordinate between homosexuals, Exhibition Outrageous Exhibition Bad Girls, Françoise Cachin is the rally themselves. which grants the same Desire: The Politics and organised by Emma Dexter and appointed Director of the Miriam Ezratty becomes rights as marriage, except for Aesthetics of Representation Kate Bush, London, Institute of Musée d’Orsay in Paris. the first woman president of insemination and adoption. in Recent Works by Gay Contemporary Arts. A circular legalises the use the Court of Appeal. and Lesbian Artists, New Rachel Whiteread is the first of the feminine for professions, UNITED KINGDOM Brunswick (NJ), Rutgers’s woman to win the Turner Prize. job positions and duties. Exhibition Drawings, Prints 1990 Mason Gross School of INTERNATIONAL GREECE and Sculpture by Women Artists UNITED STATES the Arts, connected to Jane Campion is the first, Abortion is legalised. in The Permanent Collection, Jenny Holzer is the first the fifth Conference of and to this day only, woman to

238 receive the Palme d’or at the women to conduct the Scala organised by Harmony Udaltsova, Berlin, Deutsche strict alternation of men Festival de Cannes (created Orchestra of Milan. Hammond and Catherine Guggenheim. and women on electoral in 1946). Rosanna Della Corte Lord, Seattle (WA), Center of UNITED STATES lists at the proportional FRANCE becomes a mother at the Contemporary Art. Looking at Ourselves: European and Senatorial Joint parental authority age of 63, creating a heated ITALY Works by Women Artists elections, and an alternation is given for all children argument about women’s right Odile Decq receives the from the Logan Collection, by sections of 6 candidates (legitimate or illegitimate), to fertility. Golden Lion Award at the San Francisco Museum of for the municipal and local whatever the parent’s situation SWEDEN Venice Architecture Biennial. Modern Art. elections. The parties are (marriage, co-habitation, A registered partnership ITALY sanctioned financially if they divorce, separation). is brought in for homosexual Monica Bonvicini, Bruna do not respect candidate The Neiertz law makes it couples. Adoption for 1997 Esposito, Luisa Lambri, Paola parity at parliamentary an offence to hinder abortion homosexual couples is UNITED STATES Pivi, Grazia Toderi receive the elections. (aimed at anti-abortion legalised in 2003 and Exhibition Uncommon Golden Lion Award for the First national enquiry on commandos). lesbians are allowed artificial Sense, Museum of best national presentation violence towards women: 1 For the first time, parents insemination and IVF Contemporary Art, Los (Italian Pavilion) at the Venice woman out of 10 is a victim who have had their daughters treatment in 2005. Angeles. Biennial. of marital violence. 8% of excised receive a prison Publication of Sisters of the FRANCE women between the age of sentence. Brush. Their Family, Art, Life and Adoption of the Pacte civil 20 and 59 have undergone at Creation of the Femmes 1995 Letters, 1797–1833 by Ramsay de solidarité (PACS), a civil least one rape or attempt at en Or trophy by Jean-Louis ESTONIA MacMullen. partnership which legalises rape during their life. 78% of Sevez rewarding the “golden Exhibition Estfem: eesti FRANCE unmarried couples, including underage rape or other sexual women” who embody the feministliku kunsti näitus, Tallinn, Exhibition Vraiment homosexuals. The contracting attack victims are girls. essential values of society. Vaal Galerii, Linnagalerii, féminisme et art, organised by parties benefit from some of Creation of the association Mustpeade Galerii. Laura Cottingham, Grenoble, the fiscal and social conditions Archives du féminisme in FRANCE Le Magasin. of married couples but are not Angers. 1994 Marie Curie’s ashes are JAPAN entitled to inherit or adopt. GERMANY GERMANY transferred to the Pantheon. Exhibition Floating Images Creation of Chiennes Establishment of a Oh Boy! It’s a Girl! She is the only woman of Women in Art History, from de garde by Florence communal life partnership for Feminismen in der Kunst, honoured in her own right in the Birth of Feminism toward Montreynaud, a movement homosexual couples. Munich, Kunstverein this “sanctuary of great men.” the Dissolution of Gender, against the sexist insults still HUNGARY München. As a result of the Prefectural Museum of Fine hurled openly at women. Exhibition Women’s Art BELGIUM demonstration of Arts, Tochigi. INTERNATIONAL in Hungary 1960–2000, Exhibition Inside the 40 000 people on 25 Creation in the Budapest, Ernst Museum. Visible. An Elliptical Traverse November in defence Netherlands of the NGO INTERNATIONAL of 20th Century Art in, of of women’s rights, 1998 Women on Waves, for Women’s World March. and from the Feminine, the Coordination des FRANCE the right to abortion. organised by Catherine de associations pour le droit Publication of La Approximately 25% of the Zegher, Courtrai, Béguinage à l’avortement et à la Domination masculine by world population lives in 2001 Saint-Élisabeth; Boston, contraception (CADAC) is Pierre Bourdieu. countries where abortion AUSTRIA Institute of Contemporary created, a mixed collective SWEDEN legislation is very strict, Exhibition A Room of One’s Art; Washington, National regrouping 156 associations. The first country to particularly in Latin America. Own, Vienna, Secession. Museum of Women in the INTERNATIONAL criminalise the clients of sex FRANCE Arts; London, Whitechapel Art Fourth Women’s World workers: “To treat a person Exhibition Nan Goldin, Gallery. Congress at Beijing. Muslim like a commodity, even with 2000 Paris, Pompidou Centre. DENMARK and Catholic States try, in his or her consent, is a crime” AUSTRIA The law allows underage Susan Meiselas is the first vain, to exclude the notion of (Margareta Winberg, Minister Rachel Whiteread creates women to ask for an abortion woman photographer to “sexuality” from the texts. of Equal Opportunities). the Judenplatz Holocaust without the consent of a receive the Hasselblad prize. Pope John-Paul II again CROATIA Memorial (Nameless Library) parent or guardian. UNITED STATES forbids abortion (encyclical Exhibition Sanja Iveković: in Vienna. Publication of La Vie Exhibition Intra-Venus, New “Evangelium Vitae”), casting Is This My True Face, Zagreb, UNITED STATES sexuelle de Catherine M. by York, Ronald Gallery. aspersions on the “tyrannical” Musej Suvremene Umjetnosti. Exhibition The Work of Catherine Millet. Exhibition Division of States that authorise these DENMARK Women, Sacramento, Matrix NETHERLANDS Labour: Women’s Work in practices. Exhibition Boomerang Gallery (CA). First country to allow Contemporary Art, New York, (67 Danish women artists), Exhibition Women and homosexual civil marriage Bronx Museum of the Art. Copenhagen, Nikolaj- Modernity in and around with the same obligations FRANCE 1996 Copenhagen Contemporary German Expressionism Los and rights as a heterosexual Exhibition Electric Lady DENMARK Art Space. Angeles, County Museum couple, including adoption. Land, Paris, Jousse-Seguin Exhibition NowHere, TAIWAN of Art. MACEDONIA Gallery. organised by Laura Exhibition Mind and Spirit: Creation of the collaborative Exhibition and conference Exhibition Femininmasculin. Cottingham, Humlebaek, Women’s Art in Taiwan, Taipei trans-disciplinary workshop Capital and Gender: Le sexe de l’art, Pompidou Louisiana Museum of Modern Museum of Fine Art. Biothing, by Alisa Andrasek, International Project for Art Centre, Paris. Art. at Columbia University, in and Theory, Gradskiot, Musej Inauguration of the Maillol UNITED STATES New York. The workshop Skopje. Museum by Dina Vierny. Exhibition Sexual Politics: 1999 becomes an architecture PORTUGAL Publication of Les Judy Chicago’s Dinner Party in GERMANY agency in 2005. Exhibition First Story. Deux Sœurs et leur mère. Feminist Art History, Hammer Exhibition The Amazons FRANCE Women Building/New Anthropologie de l’inceste by Museum of Art, Los Angeles. of the Avant-Garde: Alexandra Dominique Gonzalez- Narratives for the 21st Century, Françoise Héritier. Exhibition Intra-Venus, Santa Exter, Natalia Goncharova, Foerster is awarded the organised by Ute Meta Bauer, ITALY Monica Museum of Art (CA). Liubov Popova, Olga Rozanova, Marcel-Duchamp prize. for Porto European Capital Claire Gibault is the first Exhibition Gender, Fucked, Varvara Stepanova, Nadezhda The law imposes the 2001.

239 IRELAND lights, rugs, etc. by app. fifty in governing bodies. Bang. 45 años de arte y 2002 Abortion rights are again women designers. SWITZERLAND feminismo, Bilbao, Museo de UNITED STATES rejected by the referendum. Publication of the Art Press Establishment of a Bellas Artes. Exhibition Goddess, New UNITED KINGDOM special issue: “X-ELLES. Le sexe registered partnership for Exhibition La battala de York, Galerie Lelong (Louise The Episcopal Church of par les femmes.” homosexuals based on los géneros. Arte e feminismo Bourgeois, Renée Cox, Mary Scotland, member of the Creation of the Souffles marriage rights but excluding en los años 70, Santiago de Beth Edelson, Naomi Fisher, Anglican Communion, votes d’elles association for the adoption and the use of Compostela, Centro Galego de Lyle Ashton Harris/Thomas in favour of women bishops. promotion, production and medically assisted means of Arte Contemporanea. Allen Harris, Ana Mendieta, The Church of England is distribution of all forms of procreation. UNITED STATES Tracey Moffatt, Ingrid not contemplating such a creative activity linked to the INTERNATIONAL Opening of the Elizabeth Mwangi, Tracey Rose, Carolee move but has authorised the liberation of women in art. Launch of the Women’s A. Sackler Center for Feminist Schneemann, Nancy Spero, ordination of women since Any mention of the term Forum for the Economy and Art at the Brooklyn Museum Hanna Wilke). 1994. patronymic (replaced by Society, a hub of debate, with the exhibition Global Exhibition surname) is deleted by law. brainstorming, sharing, and Feminisms, conceived by Linda Personal & Political: the Out of the 573 companies action to promote women’s Nochlin and Maura Reilly. Women’s Art Movement, 2003 of the CAC 40, 38 are run by vision on economic and social Exhibition WACK! Art and 1969–1975, East Hampton (NY), BELGIUM women (6.46%). issues. the Feminist Revolution (works Guild Hall. Homosexual marriage is The law on secularism by around 100 artists between Exhibition Gloria. Another legalised. Adoption was to forbids the wearing of all 1965 and 1980), organised by Look at Feminist Art of the 1970s become possible from 2006. obvious religious signs, 2006 Connie Butler, Los Angeles, (Laurie Anderson, Eleanor FRANCE including the Islamic veil. UNITED STATES Museum of Contemporary Art; Antin, Lynda Benglis, Dara Exhibition Sophie Calle. SPAIN How American Women New York, P.S.1 ; Washington, Birnbaum, Nancy Grossman, M’as-tu vue, Paris, Pompidou José Luis Rodríguez Artists Invented Postmodernism, National Museum of Women Joan Jonas, Jenny Holzer, Centre. Zapatero forms the first 1970–1975, New Brunswick in the Arts. Barbara Kruger, Mary Kelly, Sexual harassment victims government with gender (NJ), Mason Gross Galleries, Exhibition Modernism and Ana Mendieta, Yoko Ono, no longer have to prove lack parity: 8 women and 8 men. inaugurates the exhibition the Feminine Voice. O’Keeffe Carolee Schneemann, Cindy of consent (sexual harassment UNITED KINGDOM series Framing Art and and the Women of the Stieglitz Sherman, Hannah Wilke…), has been considered an Establishment of the Civil Feminism, which continues Circle, Santa Fe (NM), Georgia followed by Regarding Gloria offence since 1992). Partnership, which grants until 2008. O’Keeffe Museum; Atlanta (works by young women 30 000 people congregate same-sex couples the same FRANCE (GA), High Museum of Art; San artists), New York, White in Paris for the 23rd stage of rights as heterosexuals. Exhibition Revolt, she Diego Museum of Art (CA). Columns; Philadelphia (PA), a march in France of women INTERNATIONAL said!, Rennes, Centre d’art Exhibition The Feminism in Galleries at the Moore College from the suburbs, against Zaha Hadid is the first contemporain La Criée. Art, Madison (WI), Pyle Center. of Art and Design. ghettos and for equality, in woman architect to receive Exhibition What’s New Exhibition and symposium Judy Chicago retrospective, memory of Sohane Benziane, the Pritzker prize. Pussycat? Art et féminisme, Documenting a Feminist Past: Washington, National Museum burnt to death in October organised by the En plastik Art World Critique, New York, of Women in the Arts. The 2002 at the age of 17 by her Association, Lyon, École Museum of Modern Art. Dinner Party is shown at the ex-boyfriend. 2005 normale supérieure. Emily Jacir receives the Brooklyn Museum of Art. ITALY UNITED STATES Charlotte Laubard is Golden Lion Award for artists FRANCE Carol Rama receives the Founding of the Feminist appointed Director of CAPC- under forty, at the 52nd Venice Exhibition Femmes. Golden Lion Award at the 50th Art Project, a national network Musée d’art contemporain in Biennial. Femmes. Regards de femmes. Venice Biennial. with a website for feminist Bordeaux. Louise Campbell wins the Femmes regardées, Aix-en- UNITED KINGDOM artists. Equal pay law between Good Design Award from the Provence, Galerie d’art du Zaha Hadid receives the GERMANY men and women. Chicago Athenaeum. Conseil général des Bouches- Mies van der Rohe European Angela Merkel becomes Law reinforcing the The book Weaving as du-Rhône. Union prize for Contemporary the first woman Chancellor. prevention and repression Metaphor by Irma Boom, Exhibition Elles de Architecture. CANADA AND SPAIN of marital violence or child on the artist Sheila Hicks, Montparnasse, Musée du INTERNATIONAL A law authorises the abuse. published in 2006, receives Montparnasse. Shirine Ebadi wins the marriage of homosexual The legal marrying age for the title of “Most Beautiful RUSSIA Nobel Peace Prize. This Iranian couples and adoption. women (15 since 1804) is Book in the World” at the Exhibition Femme Art: woman is the first Muslim FRANCE changed to the same as men’s Leipzig Book Fair. Women Painting in Russia woman to receive the award. Exhibition Art-Robe. Artistes (18). FRANCE 15th-20th Centuries, Moscow, femmes à la croisée de l’art et de ITALY Exhibition 2 ou 3 choses State Tretyakov Gallery. la mode, Paris, UNESCO. Exhibition Il potere delle que je sais d’elles, Metz, Fonds A woman is allowed by 2004 Retrospective Lygia Clark. donne, Trente, Galleria civica régional d’art contemporain law to give her name to her FRANCE De l’œuvre à l’événement, d’arte contemporanea (28 de Lorraine. child. Children can carry their Exhibition Aurelie Nemours. Nantes, Musée des beaux-arts. artists including 6 men). Exhibition Les femmes father’s or their mother’s Rythme, nombre, couleur, Paris, Charlotte Perriand SWEDEN peintres et l’avant-garde, 1900– name or a combination of Pompidou Centre. The artist’s retrospective, Paris, Pompidou Exhibition Konstfeminism, 1930, Villefranche-sur-Saône, both names and pass them first retrospective in France Centre. Stockholm, Liljevalchs Musée Paul Dini. on to their own children. It is (she is 94 years old). Laurence Parisot becomes Konsthall. Exhibition Annette not possible to pass on two Manuelle Gautrand builds the first woman to direct the Messager. Les messagers, Paris, double names. The law was to the Citroën Communication MEDEF, the main employers’ Pompidou Centre. come into effect on 1 January Centre on the Champs- body in France. 2007 Françoise-Hélène Jourda 2005. Élysées. Maud Fontenoy is the first GERMANY is nominated for the Global Movement Ni putes ni Exhibition Design woman to row solo across the For the first time, women Award for Sustainable soumises launched following d’Elles, Paris, Galerie du VIA Pacific. artists represent 50% of the Architecture. the Women’s Neighbourhood (Showcasing Innovation Creation of the network Du Documenta 12 in Kassel. Law makes parity States-General held at the in Furnishing): specialised rose dans le gris against the SPAIN compulsory in the election Sorbonne. selection of furniture, objects, poor representation of women Exhibition Kiss Kiss Bang of executives to municipal

240 and local councils, deputy Inszenierungen, Munich, genre, Nantes, École des Rinascimento al Surrealismo, candidates in cantonal Pinakothek der Moderne. beaux-arts. Milan, Palazzo Reale. elections must be of the SPAIN Exhibition 2 ou 3 choses NORWAY opposite sex and financial Exhibition Amazonas del que j’ignore d’elles. Pour un Homosexual mariage is sanctions are reinforced arte Nuevo, Madrid, Centro manifeste post(?)-féministe, legalised. for parties who do not cultural Mapfre. Metz, Fonds régional d’art SWEDEN respect parity obligations at Exhibition La mirada contemporain de Lorraine. Symposium “Feminism, parliamentary elections. iracunda, Vitoria, Centro Anne Lacaton and Jean- Historiography and Curatorial At the Roland-Garros cultural Montehermoso. Philippe Vassal receive Practices”, Stockholm, tennis tournament, total parity UNITED STATES the National Award for Moderna Museet (with Lolita between men and women is Exhibition Independent Architecture. Jablonskiene, Amelia Jones, adopted in relation to their Vision/Feminist Perspectives, Inequality persists between Mary Kelly, Griselda Pollock, winnings, both in singles and New York, Sidney Mishkin men and women: 30.8% of Renee Baert). doubles (in 1990, the winner Gallery. working women work part of the woman’s finals only Exhibition Never Has She time (against 5.3% of men). received 79% of the sum Ever, New Brunswick (NJ), The average gap between 2009 attributed to the winner of the Rutgers University, Mabel men and women’s salaries GERMANY men’s singles). All the Grand Smith Douglass Library. is 40% (including part-time Exhibition and Slam tournaments adopt Exhibition Burning Down work). 60% of women symposium Re.act feminism. parity. the House: Building a Feminist work in 6 career groups, Performancekunst der 1960er ITALY Art Collection, New York, although more than 30 exist. und 70er Jahre heute, Berlin, Dancer Pina Bausch Brooklyn Museum, Elizabeth The average gap between Akademie der Kunst. receives the Golden A. Sackler Center for Feminist salaries is 37%, 44% among AUSTRIA Lion Award for Lifetime Art. factory workers. National Exhibition Gender Check, Achievement at the Venice Exhibition The Way That We representation: although Vienna, Museum Moderner Biennial dance festival. Rhyme: Women, Art & Politics, women represent 51.7% of Kunst Stiftung Ludwig Wien. Sophie Calle is guest artist San Francisco, Yerba Buena the French population (survey FRANCE at the French Pavilion in Center for the Arts. carried out by the Institut elles@centrepompidou, Paris. Venice. Massachusetts and national de la statistique et The Pompidou Centre devotes PORTUGAL California authorise same- des études économiques in a year-long display to works Abortion is legalised. sex marriage (in the latter, 2005), there are only 18.2% by women only, taken from its it is later declared anti- women deputies in Parliament contemporary collections and constitutional, following the (as opposed to the European part of its historic collections. 2008 presidential elections on 4 average of 23.26%) and 22% ITALY ALGERIA November 2009). of women senators. 0.4% of VALIE EXPORT and Silvia Exhibition L’Art au féminin, FRANCE women run towns of 30 000 to Eiblmayr are the curators of the Musée d’Alger, Musée d’art Exhibition Louise 100 000 inhabitants. Austrian Pavilion at the Venice moderne. Bourgeois, Paris, Pompidou The television channel Biennial. GERMANY Centre: the artist’s first big Canal + shows X femme, a NETHERLANDS Exhibition Female retrospective in France (she female pornographic film. Exhibition ReBelle. Kunst en Trouble: Die Kamera als is 97 years old). ITALY feminisme 1969–2009, Arnhem, Spiegel und Bühne Weiblicher Exhibition Art, féminisme, L’arte delle donne. Dal Museum voor Moderne Kunst.

241 Elles: mulheres artistas na Exposição/Exhibition Musée national d’art moderne Chefe do serviço audiovisual/ coleção do Centro Pompidou/ Centre de création Head of the audiovisual unit Women artists in the collection Curadoras/Curators industrielle Laurie Szulc of the Centre Pompidou Cécile Debray Emma Lavigne Diretor/Director Diretora de comunicação Realização/Achievement Alfred Pacquement e parcerias/Director of Ministério da Cultura Documentaristas/ communication and partnerships Centro Cultural Documentalists Diretores adjuntos/ Françoise Pams Banco do Brasil Nathalie Ernoult Deputy directors Anna Hiddleston Catherine Grenier (pesquisa Diretores Adjuntos/ Patrocínio/Sponsored by Annalisa Rimmaudo e globalização/research and Deputy directors Banco do Brasil globalization) Marc-Antoine Chaumien BBDTVM Assistente de coleção/ Brigitte Leal (coleções/ Stéphanie Hussonnois- Collection assistant collections) Bouhayati Apoio/Support Aurélie Gavelle Frédéric Migayrou (design Ourocap industrial/industrial design) Delegado para relações IRB-Brasil Re Assistente de conservação de Didier Ottinger (programação internacionais/Delegate for novas mídias/Conservation of cultural/cultural programming) international relations Apoio Institucional/ new media assistant Alexandre Colliex Institucional support Etienne Sandrin Administradora/Administrator Embaixada da França no Brasil Catherine Perdrial Direção de Publicações/ Arquitetas/Architects Publications Department Katia Lafitte - Chefe do Serviço de coleções/ FRANÇA serviço de arquitetura/Head of Collections service Diretor/Director architecture unit Ariane Coulondre - Nicolas Roche Centre national d’art et de Mai - Thao Tran Chefe do serviço/Head of culture Georges Pompidou service Diretor Adjunto/Deputy director Restauração/Art Conservation Jean-Christophe Claude Alain Seban Véronique Sorano-Stedman - Departamento de produção/ Presidente, diretor e ceo/ Chefe de Departamento/ Production department Gerente de vendas/ Chairman, Director & CEO Head of Department Diretor/Director Sales Manager Stéphane Guerreiro Marie-Sandrine Cadudal Agnès Saal Equipe/Team Diretora Geral/Director general Sylvie Lepigeon Diretora adjunta/ Administração e finanças, Chantal Quirot Deputy director encarregado dos recibos/ Alfred Pacquement Valérie Millot Chefe do serviço administrativo Administration and finance, in Diretor/Director e financeiro/Head of the charge of the receipts Musée national d’art moderne- Responsável pelas coleções/ administrative and financial unit Matthias Battestini Centre de création industrielle Registrar of collections Anne Poperen Mélissa Etave Bernard Blistène Chefe do serviço de Diretor/Director Responsável pela reserva/ gerenciamento de obras de arte Departamento de Registrar of storage (interina)/Head of the artworks Desenvolvimento Cultural/ Eric Lhospitalier management unit (interim) Cultural Development Marjolaine Beuzard Department Documentação iconográfica/ Iconographic documentalist Chefe do serviço de arquitetura/ Jack Lang Perrine Renaud Head of the architectural unit Presidente/President Katia Lafitte Association pour le Fotógrafos/Photographers développement du Centre Georges Méguerditchian Chefe do serviço de workshops Pompidou Philippe Migeat e unidade técnica/ Bertand Prevost Head of the workshops and Jacques Boissonnas technical unit Presidente/President Gilles Carle Société des Amis du Musée national d’art moderne

242 BRASIL Jonathas Bastos Junior Assessoria jurídica/ Editorial/Editor Juan Sebastian Castro Cordeiro Legal advice Laura Aguiar Produção executiva/ Leopoldo Alejandro Ponce Olivieri Consultoria Jurídica Executive production Yoann Saura em Cultura e Entretenimento Estagiária/Trainee arte3 assessoria produção e Isabela Talarico marketing cultural Execução do projeto Agência de viagem/ expográfico/Design project Travel agency Direção de arte/Art director Coordenação de produção/ construction Innovation Marisa Moreira Salles Production coordination Arquilinea Ana Helena Curti S.F. Serpa Fernandes Fotos da exposição/ Arte/Designer Cenografia Exhibition photos Alexandre Costa Produção/Production Lee Dawkins Cássia Campos Projeto de iluminação/ Rodrigo Primo Produção gráfica/ Fernando Lion Lighting design Graphic production Gabriel Curti Beto Kaiser Luis Alvim Luciana Modé + Editora Rodrigo Primo Equipamentos multimídias/ Direção comercial/ Multimedia equipments Tradução/Translation Commercial director Assistente de produção/ Maxi Audio Luz Imagem Clarice Goulart Tomas Alvim Production assistant Rogério Bettoni Daniela Camargo (Rio de Identidade visual/Visual identity Administrativo/ Janeiro) Tecnopop Revisão/Proofreading Administrative staff Renata Mendes da Rocha Erika Nakahata Ana Paula Guerra Tassia Arrais Impressão painéis/ Laura Folgueira Gercilio Corrêa Panel printing Desenvolvimento projeto Fotosfera Projeto gráfico/Design Direção executiva/ expográfico/Design project Yumi Saneshigue Executive director development Confecção de textos/ Maurício Castro da Silva Production of texts Direção editorial/ Coordenação/Coordination Profisinal Editorial directors comercial: [email protected] Pedro Mendes da Rocha Marisa Moreira Salles assessoria de imprensa: Equipe/Team Tradução/Translation Tomas Alvim [email protected] Camila Brandão Ana Goldberg Débora Tellini Camila Fialho John Norman Coordenação internacional/ International coordination Revisão/Proofreading Marc Pottier Fabiana Pino Concepção, coordenação editorial, capa, projeto gráfico e produção gráfica + Conservação/Conservation Transporte/Transport

Bernadete Baptista Ferreira Alves Tegam (Brasil) Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (cip) Cláudia Costa LP Art (França) (Câmara Brasileira do Livro, sp, Brasil) Denyse L. A. P. Motta Elles: mulheres artistas na coleção do Centro Pompidou = Elles: women artists in the collection of the Centre Pompidou / Júlia Marino Despacho aduaneiro/ [tradução/translation Clarice Goulart, Rogério Bettoni]. – São Paulo: + Comunicação, 2013. Customs agency Edição blíngue: português/inglês Montagem/Instalation Macimport ISBN: 978-85-7850-100-6 Quadro Cênico 1. Arte – Exposições – Catálogos 2. Arte moderna – Século 20 – Exposições 3. Arte moder- Assessoria de imprensa/ na – Século 21 – Exposições 4. Centro Cultura Banco do Brasil – Exposições 5. Elles: Artistas Press ofﬁce Mulheres do Centro Pompidou 6. Mulheres artistas – Exposições I. Título: Elles: women artists Coordenação/Coordination in the collection of the Centre Pompidou. Lee Dawkins Meio e imagem Comunicação

13-05449 cdd-700.74 Equipe/Team Assessoria ﬁnanceira/ Índices para catálogo sistemático: Aby Cohen Financial advice 1. Arte: Exposições: Catálogos 700.74 2. Catálogos: Arte: Exposições 700.74 Daniel Noguera Douglas Estrella 3. Exposições de arte: Catálogos 700.74 Hélio Bartsch Marli Soares Xavier

243 + Editora Rua Dr. Renato Paes de Barros, 717, 5º andar, cj. 54 Itaim Bibi Cep 04530-001 São Paulo-SP Brasil Tel [55 11] 3089 8855 Fax [55 11] 3089 8899

Esta obra foi composta pela + em Fairfield e impressa sobre os papéis couché fosco 150 g/m2 e pólen bold 90 g/m2, em tiragem de 2.000 exemplares pela Ipsis em maio de 2013. WOMEN ARTISTS IN THE COLLECTION OF THE CENTRE POMPIDOU 6 0 0 1 0 5 8 7 5 8 8 7 ISBN 978-85-7850-100-6 9

PRODUÇÃO APOIO INSTITUCIONAL COORDENAÇÃO APOIO PATROCÍNIO REALIZAÇÃO