Huayno E Chicha: Uma Análise Comparativa De Letras De Músicas Destes Dois Gêneros Musicais Peruanos
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS FACULDADE DE LETRAS Caterina Blacher Picorelli Aleixo HUAYNO E CHICHA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DE LETRAS DE MÚSICAS DESTES DOIS GÊNEROS MUSICAIS PERUANOS Belo Horizonte 2019 Ficha catalográfica elaborada pelos Bibliotecários da Biblioteca FALE/UFMG Aleixo, Caterina Blacher Picorelli. A366h Huayno e Chicha [manuscrito] : uma análise comparativa de letras de músicas destes dois gêneros musicais peruanos / Caterina Blacher Picorelli Aleixo. – 2019. 106 f., enc.: il., fots (color) (p&b) + 1 CD. Orientador: Rômulo Monte Alto. Área de concentração: Teoria da Literatura e Literatura Comparada. Linha de pesquisa: Literatura, História e Memória Cultural. Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Letras. Bibliografia: f. 80-85. Apêndices: f. 86-106. 1. Música folclórica peruana – Teses. 2. Chicha (Música) – Teses. 3. Huaino (Música) – Teses. 4. Música – Peru – História. 5. Tradição oral – Teses. I. Monte Alto, Rômulo. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Faculdade de Letras. III. Título. CDD: 398.20985 Caterina Blacher Picorelli Aleixo HUAYNO E CHICHA: UMA ANÁLISE COMPARATIVA DE LETRAS DE MÚSICAS DESTES DOIS GÊNEROS MUSICAIS PERUANOS Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Letras: Estudos Literários da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Letras: Estudos Literários. Área de concentração: Teoria da Literatura e Literatura Comparada Linha de pesquisa: Literatura, História e Memória Cultural (LHMC) Orientador: Prof. Dr. Rômulo Monte Alto Belo Horizonte 2019 AGRADECIMENTOS Não seria possível iniciar este trabalho sem agradecer. Em primeiro lugar, a Deus, por sempre estar presente em minha vida, direcionando meus caminhos, independentemente do rumo que eu escolha seguir. Agradeço imensamente aos meus pais, Luiz Carlos e Silvia, que sempre me propiciaram educação de qualidade, sem a qual eu não teria condições de ter ingressado em uma universidade federal, muito menos em um programa de pós-graduação. Agradeço à minha mãe por ter despertado em mim o gosto pela leitura, pela escrita e também por sempre deixar a minha criatividade fluir desde a minha primeira infância. Ao meu irmão Rodrigo, a quem amo imensamente e desejo que trilhe o seu caminho com bastante sucesso, pois é merecedor disso. Agradeço também aos meus avós, Rosa e Paschoal (in memoriam) e Ruy e Giuseppina (in memoriam) por toda ternura e amor que sempre tiveram por mim. Menciono aqui especialmente a minha avó Rosa ou Tota, quem sempre apoiou as minhas escolhas relativas ao mundo profissional e acadêmico, incentivando todas as minhas criações literárias e artísticas em minha infância. Minha tia Teka também não poderia deixar de ser citada. É minha companheira e grande amiga, com quem estive no Peru em 2017, em uma viagem cujo objetivo era estritamente acadêmico. Sua presença tornou tudo mais leve e divertido, fazendo dos meus dias uma alegria só. Ao meu marido Pedro também sou eternamente grata por acreditar em mim quando disse que alcançaria este objetivo e por me apoiar sempre. Agradeço também a ele pela oportunidade de me proporcionar e me acompanhar em minha primeira viagem ao Peru, em 2015, na qual eu descobri que de fato estava na direção certa quanto a minha pesquisa e com quem eu conheci um país de inúmeras contradições. Aos meus enteados, Pedrinho e Luísa, agradeço por tornarem os meus dias mais doces e leves. Ao professor Rômulo Monte Alto sou grata por ter despertado em mim toda a paixão pela literatura e cultura andinas. Não tenho palavras para expressar o quanto sou feliz por ter tido a chance de conhecer e adentrar neste mundo, ao mesmo tempo tão próximo e tão distante de minha realidade. Não posso deixar de agradecer aos meus professores de ensino básico e de fazer menção especial ao Toninho, que sempre confiou em minha capacidade intelectual e me acolheu quando eu cheguei a sua escola sem acreditar em meu próprio potencial: muito obrigada por mudar minha vida e me fazer acreditar que eu teria condições de alcançar todos os meus sonhos. Aos meus alunos eu também devo um agradecimento especial. Sem eles eu não teria motivo algum para sempre buscar me aperfeiçoar ou estudar novos temas. Aos meus amigos, principalmente à Beatriz Júdice, Gislane Caetano e Philipe Marcel, com os quais sempre pude contar durante todo o processo de escrita deste trabalho, com sua paciência, confiança e incentivo. Também agradeço à Nathalia Campos, a quem confiei a formatação e normatização deste trabalho. Sem vocês tudo teria sido mais duro e pesado. Não poderia deixar de agradecer a todos os peruanos os quais eu tive o prazer de conhecer em minhas duas viagens ao seu país, sempre me recebendo e me acolhendo com total hospitalidade, desde os camareiros dos hotéis até os professores universitários com os quais eu pude discutir, apresentar ideias e aprender muito. Em especial, eu agradeço à Dona Isabel, migrante da serra peruana e vendedora em uma pequena tienda localizada no centro histórico de Lima, em frente à Igreja de São Francisco. Conheci-a em 2015, e, quando retornei em 2017, encontrei-a novamente, e com ela dancei a chicha “Elsa”, em sua lojinha. Encerro esta seção agradecendo a cada um que fez parte de minha história de vida acadêmica e pessoal, com a certeza de que todos que cruzaram seus caminhos com os meus trouxeram importantes contribuições para a formação do indivíduo que eu me tornei. Obrigada! “Quise ver cómo los mestizos contribuyen al crecimiento de Lima, y cómo están defendiendo su peruanismo. Y cómo están logrando que se comprendan las virtudes del pueblo serrano, que, en la capital, no solo eran desconocidas sino absolutamente menospreciadas.” José María Arguedas RESUMO Este trabalho tem como objetivo aproximar-se de letras de huayno e de chicha peruanos, produzidos na segunda metade do século XX, a fim de analisar a relação entre os dois estilos musicais, que se assemelham por tratar de temas relativos aos migrantes: se o primeiro mantém ou modifica elementos do segundo, ou se o chicha é um gênero musical completamente diferente do huayno. Para compor o corpus de huaynos e chichas, selecionou- se letras de músicas interpretadas por dois cantores já falecidos: Picaflor de los Andes e Chacalón. Picaflor de los Andes é um representante do gênero huayno de bastante popularidade no Peru, bem como Chacalón, intérprete de chicha considerado como um dos mais importantes nomes deste estilo musical. Ademais, ao longo do estudo, busca-se responder se a sociedade peruana pode estar passando por um processo chamado aqui de chicheficação, sustentado por críticos como Espezúa Salmón (2009), similar ao de cholificação, apresentado pelo estudioso Aníbal Quijano em 1964 (1980), o qual fora refutado por vários estudiosos, como Rodrigo Montoya (2010). Ao longo de todo o trabalho, privilegiou-se a perspectiva de teóricos latino-americanos, sendo, em grande maioria, estudiosos peruanos. Para atender aos objetivos aqui propostos, foi necessário fazer uma aproximação a conceitos inerentes à tradição, modernidade, heterogeneidade cultural, migração, urbanidade e mestiçagem. Palavras-chave: música chicha; huayno; cholificação; Chacalón; Picaflor de los Andes. ABSTRACT The aim of this paper is to approach the Peruvian letters of huayno and chichi produced in the second half of the Twentieth century in order to verify the relation between these two musical genre which are very similar because they deal with terms related to the migrants: if the first maintains or modifies the elements of the latter, or if chicha is a completely different musical genre compared to huayno. To form the corpus of huaynos and chichas, lyrics interpreted by two deceased singers: Picaflor de los Andes and Chacalón, were selected. Picaflor de los Andes is a representative of the huayno genre which is very popular in Peru as well as Chacalón, a chicha interpreter considered to be one of the most important names in this musical style. Furthermore, along the study, we search to answer if the chicha can be undergoing a process here called chichafication, supported by the critics such as Espezúa Salmón (2009), similar to cholification, presented by the scholar Aníbal Quijano in 1964 (1980), which was refuted by many scholars, such as Rodrigo Montoya (2010). Throughout the whole work, Latin-American theorists’ perspective was privileged, being the great majority Peruvian scholars. To meet the objective proposed here, it was necessary to approach the concepts inherent to tradition, modernity, cultural heterogeneity, migration, urbanity and mixture of races. Keywords: chicha song; huayno; lyrics; cholification; Chacalón; Picaflor de los Andes. RESUMEN Este estudio tiene como objetivo acercarse a letras de huayno y a chicha peruanos, producidos en la segunda mitad del siglo XX, al fin de analizar la relación entre los dos estilos musicales, que se asemejan por tratar de temas relativos a los migrantes: si el primero mantiene o cambia elementos del segundo, o si el chicha es un género musical completamente distinto frente al huayno. Para componer el corpus de huaynos y chichas, se seleccionaron letras de canciones interpretadas por dos cantantes ya fallecidos: Picaflor de los Andes y Chacalón. Picaflor de los Andes es un representante del género huayno de bastante popularidad en Perú, así como Chacalón, intérprete de chicha considerado como uno de los más importantes nombres de este estilo musical. Además, a lo largo del estudio, se busca responder si la sociedad peruana puede estar pasando por un proceso llamado aquí de chicheficación, sostenido por críticos como Espezúa Salmón (2009), similar al de cholificación, presentado por el estudioso Aníbal Quijano en 1964 (1980), el cual había sido refutado por varios estudiosos, como Rodrigo Montoya (2010). A lo largo de todo el trabajo, se privilegió la perspectiva de teóricos latinoamericanos, siendo, en gran mayoría, estudiosos peruanos. Para cumplir con los objetivos aquí propuestos, fue necesario hacer una aproximación a conceptos inherentes a la tradición, modernidad, heterogeneidad cultural, migración, urbanidad y mestizaje.