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DADOS PRELIMINARES SOBRE A FAUNA DE INSETOS (ARTHROPODA, INSECTA) COLETADA NA ÁREA EXTER- 021 NA DO MUSEU DO INSTITUTO BIOLÓGICO, SÃO PAULO, BRASIL. CORRÊA, D.S.1*; OLIVEIRA, A.A.1*; CARVALHO, A.G.1*; SILVA, M.G.M.2**; HOJO, H.2; IDE, S.2; BATISTA FILHO, A.3 1Instituto Biológico, Centro de Comunicação e Transferência do Conhecimento, Museu/Centro de Memória, Av. Cons. Rodrigues Alvs, 1252, CEP 04014-0002, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2Instituto Biológico, Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Sanidade Vegetal, ão Paulo, SP, Brasil. 3Instituto Biológico, Diretoria Geral, São Paulo, SP, Brasil. Preliminary data on (Arthropoda, Insecta) fauna collected in the external area of Museu do Instituto Biológico, São Paulo, Brazil.

O Parque do Museu do Instituto Biológico (MIB), localizado no Bairro de Vila Mariana, Cidade de São Paulo, juntamente com os outros parques da região como o do Ibirapuera e do Instituto Biológico constituem fragmento importante de área verde, que mantém a boa qualidade de vida da população e serve de refúgio para inúmeras espécies de plantas e animais. Entre os animais se destacam os insetos (Arthropoda, Insecta), grupo com cerca de 1 milhão de espécies descritas e diversidade total estimada em 8 milhões. As espécies que compõem a entomofauna local são importantes para manutenção dos processos biológicos como polinização, dispersão de esporos, predação de espécies-pragas etc. Além disso, alguns insetos são bioindicadores, ou seja, são sensíveis a alterações ambientais. Nesse contexto, trabalhos de levantamento são importantes para gerar conhecimento e auxiliar no monitoramento de atividades que geram impacto. Este trabalho tem como objetivo o conhecimento da entomofauna presente na área externa do MIB. Foram instaladas, em maio de 2011, 10 armadilhas do tipo “pitfall” contendo iscas de sardinha e 4 arma- dilhas “bandejas amarelas” com água e detergente; a retirada do material foi efetuada a cada 15 dias e os espécimes preservados em recipientes com etanol a 70%. Para uma avaliação prévia, o material coletado em maio/2011 foi triado sob estereomicroscópio e separado ao nível de ordem com auxílio de chaves de identificação. Os espécimes serão depositados na Coleção Entomológica “Adolph Hempel”, Laboratório de Entomologia Geral, Instituto Biológico. Foram obtidos os seguintes resultados: “bandejas amarelas” -Coleoptera, 2 morfoespécies; Diptera, 23 morfoespécies; Lepidoptera, 3 morfoespécies; Hemiptera, 1 morfoespécie; e , 9 morfoespécies; totalizando 116 indivíduos; “pitfalls” -Hymenoptera, 22 morfoespécies; Diptera, 25 morfoes- pécies; Lepidoptera, 1 morfoespécie; Psocoptera, 1 morfoespécie; Thysanoptera, 3 morfoespécies; Hemiptera, 4 morfoespécies; e Coleoptera, 1 morfoespécie; totalizando 276 espécimes.

*Bolsista CIEE/Catavento Cultural. **Bolsista CAPES/Pós-Graduação/IB.

ESTUDO TAXONÔMICO PRELIMINAR DOS (HYMENOPTERA) DA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL.* IMPERATO, 022 R.**; COSTA, V.A. Instituto Biológico, Centro Experimental Central, Rod. Heitor Penteado, km 3, CEP 13092-543, Campinas, SP, Brasil. E-mail: [email protected] Preliminary taxonomic study of Eulophidae (Hymenoptera) from the Southeast region of Brazil.

Os Hymenoptera parasitoides atuam como reguladores naturais de diversos grupos de insetos herbívoros, servindo, também, como indicadores da presença ou ausência dessas populações. Sem a ação controladora dos parasitoides, haveria uma explosão nas populações de herbívoros, o que levaria a uma destruição das espécies vegetais por eles consumidas. Isso os torna essenciais para a manutenção do equilíbrio ecológico e uma força que contribui para a diversidade de outros organismos. No aspecto econômico o grupo inclui mui- tas espécies utilizadas em programas de controle biológico em ecossistemas agrícolas tropicais e subtropicais. Dentre os organismos bioindicadores, os Hymenoptera parasitoides representam um grupo com grande potencial de utilização em programas de monitora- mento ambiental. São abundantes, diversos, dominantes, com métodos de amostragem relativamente fáceis. O presente trabalho tem como objetivo fazer um levantamento e reconhecimento taxonômico dos gêneros de himenópteros parasitoides pertencentes à família Eulophidae (Chalcidoidea) em habitats naturais e culturas de café (Coffea spp.) (Rubiaceae) da região Sudeste do Brasil. Coletas foram feitas com armadilhas de Möricke e de Malaise e com rede de varredura em áreas de mata nativa e campos de café nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, por membros do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Hymenoptera Parasitoides da Região Sudeste do Brasil (INCT - Hympar Sudeste) em seus respectivos estados; a cultura do café foi escolhida devido à sua grande importância econômica para a região Sudeste do país. O material resultante de coletas com armadilhas e rede de varredura foi enviado aos seguintes locais para separação dos parasitoides por família: Laboratório de Controle Biológico (Instituto Biológico, Campinas, SP), Laboratório de Hymenoptera Parasitoides do Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva (Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, SP) e Laboratório de Bioecologia e Taxonomia de Parasitoides e Predadores (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Ribeirão Preto, SP). Foram coletados 1.357 espécimes de Eulophidae, onde 1.076 foram identificados até subfamília e 695 até gênero; foram encontrados os seguintes gêneros: Apleurotropis Girault, 1913, Chrysocharis Förster, 1856, Closterocerus Westwood, 1833, Emersonella Girault, 1916, Entedononecremnus Girault, 1915, Horismenus Walker, 1843, Ionympha Graham, 1959, Omphale Haliday, 1833, Paracrias Ashmead, 1904, Perditorulus Hansson, 1996 e ProacriasIhering, 1914 (Entedoninae); Astichus (Closteromphale) Girault, 1913 e Euderus Haliday, 1844 (Entiinae); Cirrospilus Westwood, 1832, Deutereulophus Schulz, 1906, Diglyphomorpha Ashmead, 1904, Elachertus Spinola, 1811, Elasmus Westwood, 1833, Euplectrus Westwood, 1832, Grotiusomyia Girault, 1917, Hemiptarsenus Westwood, 1833, Hoplocrepis Ashmead, 1890, Miotropis Thom- son, 1878, Paraolinx Ashmead, 1894, Platyplectrus Ferrière, 1941, Stenomesius Westwood, 1833 e Trichospilus Ferrière, 1930 (Eulophinae); Aprostocetus Westwood, 1833, Ceratoneura Ashmead, 1894, Eriastichus LaSalle, 1994, Galeopsomyia Girault, 1916, Minotetrastichus Kostjukov, 1977, Oomyzus Rondani, 1870, Oxypracetus LaSalle, 1994, Palmistichus Delvare & LaSalle, 1993, Paragaleopsomyia Girault, 1917, Pentastichus Ashmead, 1894, Tamarixia Mercet, 1924 e Haliday, 1844 (). Destes, cinco gêneros não haviam sido registrados no Brasil antes da execução desse projeto, a saber: Diglyphomorpha, Grotiusomyia, Hemiptarsenuse Platyplectrus (Eulophinae), e Minotetrastichus (Tetrastichinae). Também não há registro no país de espécies de Astichus Förster, 1856 (Entiinae) pertencentes ao subgênero Closteromphale. Não há registro de ocorrência de Hemiptarsenus e Platyplectrus na Região Neotropical e de Grotiusomyia na América do Sul; dessa forma, as atividades do projeto estão permitindo ampliar e, muito, o raio de distribuição desses gêneros.

*Financiamento: INCT –HYMPAR SUDESTE (CNPq, FAPESP, CAPES). **Bolsista CNPq/PIBIC/IB.

Biológico, São Paulo, v.73, n.2, p.87-110, jul./dez., 2011